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A República Romana Full
A República Romana Full
A base da República Romana era o Senado, formado por trezentos patrícios, com a
responsabilidade de propor leis. Os cargos eram vitalícios, abrigando outras
funções: garantir a integridade da tradição e da religião, supervisionar as finanças
públicas, conduzir a política externa e administrar as províncias. A presidência do
senado era exercida pelo magistrado, que o convocava, podendo ser um cônsul, um
pretor ou um tribuno.
Os plebeus não tinham direito de participar das decisões políticas. Tinham deveres
a cumprir: lutar no exército, pagar impostos, etc. A segurança de Roma dependia
de um exército forte e numeroso. Os plebeus eram indispensáveis na formação do
exército, uma vez que constituíam a maior parte da população. Conscientes disso e
cansados de tanta exploração, os plebeus recusaram-se a servir ao exército, o que
representou um duro golpe na estrutura militar de Roma.
Iniciaram um longa luta política contra os patrícios, que perdurou por mais de um
século. Lutaram para conquistar direitos, como o de participar das decisões
políticas, exercer cargos da magistratura ou casar-se com os patrícios.
Para retornar ao serviço militar, os plebeus fizeram várias exigências aos patrícios
e conquistaram direitos. Entre eles encontrava-se a criação de um comício da
plebe, presidido por um tribuno da plebe. O tribuno podia vetar todas as leis
contrárias aos interesses da plebe, menos em épocas de guerras, ou de graves
perturbações sociais, quando todas as leis ficavam sob o controle exclusivo do
ditador. Ele era considerado inviolável e quem o agredisse era condenado à morte.
Leis das Doze Tábuas (450 a.C.) – juízes especiais (decênviros) decretariam
leis escritas válidos para patrícios e plebeus. Embora o conteúdo dessas leis
fosse favorável aos patrícios, o código escrito serviu para dar clareza às
normas, evitando arbitrariedades.
Lei Licínia – Aboliu a escravidão por dívidas e ainda concedeu aos plebeus
a participação no consulado.
Lei Ogúlnia (300 a.C.) – Com essa lei os plebeus adquiriram o direito de
exercer a Magistratura de Pontífice Máximo.
Apesar disso, por volta do século III a.C., a República Romana se caracterizava
pelo equilíbrio de poder entre a classes, o que no fundo, escondia o fato de que
havia um Estado Patrício e um Estado Plebeu.
A República romana foi marcada por conquistas que expandiram seu domínio por
toda a Bacia do Mediterrâneo. Em Roma escravos e terras constituíam riqueza, e a
forma de os grandes proprietário, e comerciantes romanos consegui-los era por
meio de guerras e conquistas. Assim, o imperialismo romano manifestou-se como
uma política de conquista de novos territórios, para aumentar a mão-de-obra
escrava e atender aos interesses dos grandes proprietários de terras e de escravos.
Cartago, colônia fundada pelos fenícios no século VII a.C., era a grande rival de
Roma na região do Mediterrâneo Ocidental. Os mercadores cartagines
dominavam o comércio, transformando Cartago num grande entreposto, que
contava com uma poderosa força naval e um eficiente exército composto de
mercenários.
Conseqüências do Imperialismo
A crise da República
Diante do clima de tensão, os irmãos Tibério e Caio Graco, que eram tribunos da
plebe, tentaram promover uma reforma social (133-132 a.C.) para melhorar as
condições de vida da massa plebéia. Entre outras medidas, propuseram a
distribuição de terras entre os camponeses plebeus e limitações ao crescimento dos
latifúndios. Sofreram então uma forte oposição do Senado romano. Acabaram
sendo assassinados a mando dos nobres, que se sentiram ameaçados pelo apoio
popular que os irmão Graco vinham recebendo.
Os patrícios, por sua vez, eram incapazes de resolver os graves problemas que
ameaçavam a República. Enquanto isso, generais vitoriosos em inúmeras batalhas
alcançavam enorme popularidade e usavam seu prestígio para fazer carreira
política.
Mário era um exemplo desse novo homem político. Depois de vencer muitas
batalhas na África, aliou-se à facção radical do Partido Democrata, o Partido
Popular, elegendo-se ilegalmente cônsul por seis vezes consecutivas. (105-100 a.C.).
Devido a sua origem plebéia, Mário era detestado pelo Senado. Mas sua
popularidade cresceu ainda mais depois da vitória sobre os teutões.
Sila, grande rival de Mário e seu subalterno na África, tornou-se famoso quando, a
serviço dos patrícios reprimiu com grande violência as guerras sociais que
eclodiram em toda a Itália. Da rivalidade entre os dois resultou uma violenta
guerra civil que só terminaria com a morte de Mário, em 86 a.C.. Com o apoio do
Senado, Sila alcançou um poder quase absoluto. Entretanto, o domínio de Sila
durou pouco. Depois de derrotar os últimos partidários de Mário abandonou a
vida pública.
O PRIMEIRO TRIUNVIRATO
Com a morte de Crasso na Ásia e Júlio César governando a Gália, Pompeu ficou
sozinho em Roma. Temendo o fortalecimento de César, o Senado conspirou com
Pompeu e o elegeu cônsul e "confiou-lhe a defesa da República contra as ambições
de César". A atitude do Senado precipitou uma guerra civil. Apoiado pelo exército
César marchou sobre Roma e venceu Pompedo que fugiu para o Egito, onde
morreu assassinado. Assim, César tornou-se Ditador Vitalício.
O SEGUNDO TRIUNVIRATO
O governo da República foi dividido. Otávio ficou com o Ocidente, Marco Antônio
com o oriente e Lépido com a África. As disputas entre os três integrantes do novo
governo pela supremacia do poder geraram mudanças. Lépido aos poucos foi
sendo afastado, Marco Antônio acabou rompendo com Otávio. Marco Antônio com
o apoio de Cleópota, rainha do Egito, fortaleceu-se tornando inevitável o choque
com Otávio. Otávio venceu Marco Antônio na Batalha de Actium em 31 a.C. e após
a derrota, Marco Antônio suicidou-se juntamente com Cleópota e o Egito foi
anexado a Roma.
Com a vitória no Egito e a posse dos imensos tesouros do Faraó, Otávio acumulou
uma fortuna que lhe permitiu formar um poderoso exército, composto por setenta
legiões, e abastecer de trigo a plebe romana.
Com receio de perder seus privilégios, o Senado cumulu Otávio de títulos: Poder
Tribunício (que o tornava sacrossanto e inviolável); Imperador Consular (que lhe
confiava o comando supremo do exército em todas as províncias); Pontífice
Máximo (que o tornou chefe da religião romana); Princeps Senatus (que lhe dava o
direito de governar o Senado); Imperador (título reservado aos generais
vencedores) e, finalmente, Augusto (título reservado aos deuses). Marcando o início
do Império e o final da República, formou-se um regime político caracterizado
pelo absolutismo teocrático, muito semelhante aos antigos impérios orientais.