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1 Copperhead — nortista simpatizante do Sul na Guerra de Secessão.
(N. do T.)
CAPÍTULO 5 Encontrem os assassinos
ABRAHAM LINCOLN NÃO FOI MAIS ACOMETIDO POR SONHOS EM SEU último
e profundo sono na Estalagem Petersen. Seu cérebro estava morto, além do
alcance de quaisquer imaginários noturnos. Sua alma em breve embarcaria
na jornada que tantas vezes ele empreendera em seu sonho recorrente de
outrora. Em breve Lincoln viajaria para muito mais longe do que jamais
viajara antes, atingindo finalmente a costa indistinta que, para ele, antevia a
chegada de grandes eventos.
Por volta das 4 horas da madrugada, Edwin Stanton tinha certeza de
estar lidando com uma conspiração. Dentre as provas recolhidas no quarto
de Booth no National Hotel havia uma carta misteriosa que parecia predizer
o assassinato.
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1 No bilhete de Booth: “... the sauce in meat is ceremony”; no original
de Shakespeare: “... the sauce to meat is ceremony.” (N. do T.)
CAPÍTULO 9 “Inúteis, inúteis”
BOOTH TIVERA SORTE. EM 24 DE ABRIL, A MAIORIA DOS CAÇADORES DE gente
ainda via baldarem seus esforços em Maryland, sem saber se sua caça havia
cruzado o Potomac. Comparada ao nível de atividade em Maryland, a
estreita ponta norte da Virginia ainda estava muito pouco patrulhada. Isso
logo mudaria.
Naquela manhã, o major James O’Beirne mandou um telegrama para o
escritório do telégrafo do Departamento da Guerra em Washington. Foi esse
mesmo escritório que, na noite do assassinato, enviou os telegramas de
Stanton dando a notícia para os comandantes militares e o resto do país. Foi
esse mesmo escritório que transmitiu as ordens de Stanton para dar início à
caçada humana. E desse escritório partiu o comunicado urgente da morte do
presidente. Agora, dez dias depois, o major Thomas Eckert, chefe do
escritório do telégrafo, recebia uma mensagem do major O’Beirne que
galvanizaria a caçada. Dois homens, relatava O’Beirne, foram vistos
cruzando o Potomac em 16 de abril. Caso fossem Booth e Herold, então o
assassino de Lincoln estaria na Virginia há oito dias. Esse relatório exigia
providências.
E acontece que o coronel Lafayette C. Baker estava em cena quando o
telégrafo chegou. O notório detetive e “agente” do Departamento da
Guerra, um dos favoritos de Stanton, estava na cidade desde 16 de abril,
atendendo ao dramático telegrama em que o secretário da Guerra o
mandava vir de Nova York para participar da caçada humana e encontrar os
assassinos do presidente. Desde que ele chegara, além da sua falsidade, a
sua postura imperiosa e autopromocional já irritara muitos dos caçadores.
Ele tentara roubar as pistas de outros detetives e, sem autorização prévia,
chegara até a emitir uma proclamação de recompensa de US$ 30.000 por
conta própria. Pois o coronel andava xeretando pelo escritório do telégrafo
quando Eckert recebeu a notícia de O’Beirne. Baker leu a mensagem:
PORT TOBACCO, MD, 24 de abril de 1865
10 horas (Recebido às 11 horas)
Major Eckert:
Acabo de conhecer o major O’Beirne, cuja força prendeu o doutor
Mudd e Thompson. Mudd tratou da perna esquerda de Booth
(fraturada), providenciou muletas e ajudou Booth e Herold a fugir. Já
seguiram seus passos até o pântano perto de Bryantown e há uma
hipótese de que eles ainda estejam escondidos no pântano que vai de
Bryantown até Allen’s Fresh, ou num braço de terra entre os rios
Wicomico e Potomac. Outra prova leva a crer que eles tenham feito a
travessia a partir de Swan Point até White Point; na Virginia, na
manhã de domingo 16 de abril, por volta das 9h30, num pequeno
barco, também capturado pelo major O’Beirne.
John M. Lloyd também foi preso e praticamente reconheceu
cumplicidade.
Vou continuar com o major O’Beirne, em quem tenho muitíssima
confiança. Propomos fazer primeiro uma varredura do pântano todo e
da área rural ainda hoje; se não tivermos êxito e se houver mais
provas que justifiquem, então propomos cruzar com a força para a
Virginia e lá seguir a trilha enquanto houver alguma esperança. Em
todos os casos, não vamos ficar parados; e se houver alguma chance,
pode ter certeza de que a aproveitaremos ao máximo. Toda a região
rural daqui está sendo esquadrinhada pela infantaria e cavalaria.
S. H. Beckwith
Baker pegou o telegrama, voltou correndo para o seu quartel-general na
Avenida Pensilvânia, do outro lado da rua do Willard, e contou a notícia ao
primo, o detetive Luther Byron Baker.
— Temos algo certeiro aqui — disse Lafayette. — Acho que Booth
atravessou o rio e quero que você vá para lá agora.
— Não há homens para ir comigo.
— Vamos destacar alguns soldados.
Lafayette começou a escrever um pedido de soldados ao general
Hancock.
— Não tem ninguém no escritório que possa ir com você? — ele
perguntou ao primo.
— Ninguém além do coronel Conger — Luther respondeu.
— Ele anda a cavalo?
— Acho que sim.
Só havia um problema com a pista de O’Beirne. Sim, dois homens
foram vistos cruzando o rio em 16 de abril. Mas não eram John Wilkes
Booth e David Herold.
POR VOLTA DA MESMA HORA EM QUE BOOTH CHEGOU À FAZENDA DE
GARRETT, um insuspeito jovem oficial do exército em Washington foi
sugado pelo redemoinho da caçada humana. Na tarde de 24 de abril,
capturar o assassino de Lincoln era a última coisa na mente do tenente
Edward P. Doherty, comandante de uma companhia no Décimo Sexto
Regimento da Cavalaria de Nova York. Enquanto outras unidades se
empenhavam na frenética perseguição a John Wilkes Booth, a de Doherty
não recebeu ordens de tomar parte na perseguição. Por isso, ele matava o
tempo desfrutando de uma agradável tarde de primavera: “Eu estava
sentado, com outro oficial... num banco do parque em frente à Casa
Branca.”
Um mensageiro o encontrou e interrompeu seu lazer com uma
mensagem escrita urgente:
“QUARTEL-GENERAL, DEPARTAMENTO DE WASHINGTON / 24
de abril de 1865 / oficial comandante da 16ª Cavalaria de Nova York /
Senhor: Destaque imediatamente um oficial comissionado confiável e
discreto com vinte e cinco homens, bem montados, com mantimentos e
ração para três dias, para se apresentar ao coronel L. C. Baker, Agente do
Departamento da Guerra, no número 211 da Avenida Pensilvânia. /
Comando do general C. C. Augur.” O oficial comandante de Doherty,
coronel N. B. Switzer, tinha anotado a ordem e designado a missão a
Doherty: “Conforme a ordem precedente, o primeiro-tenente E. P. Doherty
fica nomeado para a tarefa e se apresentará imediatamente ao coronel
Baker.”
Doherty voltou correndo para o quartel, mandou o clarim soar o toque
de encilhar e pegou os primeiros vinte e cinco homens que atenderam ao
chamado. Doherty quis saber qual seria a missão, mas não cabia a um mero
tenente fazer perguntas. Em breve ele descobriria, quando chegasse ao
quartel de Baker. Em meia hora, trazendo seu destacamento, o tenente se
apresentou ao coronel Baker, que lhe entregou fotos de três homens recém-
impressas em papel-cartão para ele levar no bolso. Doherty não conseguiu
reconhecer dois deles — eram poses de corpo inteiro e os rostos estavam
pequenos — porém a imagem mais nítida do terceiro o deixou eletrizado.
Era John Wilkes Booth. Ele ia partir atrás do assassino de Lincoln!
Mas não sozinho, advertiu-o Lafayette Baker. O tenente deveria levar
dois detetives, o primo de Lafayette, Luther Byron Baker, e Everton J.
Conger, ex-coronel da Cavalaria do 1o Distrito de Columbia. O coronel
Baker resolveu ficar em Washington, onde poderia continuar interceptando
telegramas e também salvaguardar seu interesse no dinheiro da recompensa.
O coronel Baker deu ao tenente Doherty seu destino e, com isso, o
destacamento de vinte e seis homens da Décima Sexta Cavalaria de Nova
York, acompanhado de dois detetives, começava sua perseguição ao
assassino de Lincoln. Doherty conduziu seus homens ao porto da rua 6,
onde todos embarcaram no vapor John S. Ide — nome incomum que
combinava o primeiro nome do assassino com uma insinuação aos idos de
março e ao infortúnio de Júlio César. A embarcação singrou as águas do
Aquia Creek e atracou no porto de Belle Plaine, Virginia, onde os soldados
desembarcaram e continuaram sua jornada por terra para Fredericksburg,
rumo ao sul. Sem parar, o destacamento da Décima Sexta Cavalaria de
Nova York chegaria a Port Conway, onde Booth e Herold haviam cruzado o
Rappahannock, antes do cair da tarde de 25 de abril.
Luther Baker, Lafayette Baker e Everton Conger posam de caçadores
para o Harper’s Weekly.
NINGUÉM EM WASHINGTON CONFIAVA QUE A DÉCIMA SEXTA CAVALARIA
DE Nova York estivesse na trilha certa de Booth. E a dramática proclamação
de Stanton emitida quatro dias atrás, em 20 de abril, com todo o lucro
prometido, ainda não havia resultado na captura de Booth. O Departamento
da Guerra emitiu uma nova em 24 de abril. Esta não oferecia mais
recompensas e apelava não para a ganância mas sim para o patriotismo da
população negra de Washington, Maryland e Virginia.
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1 The Trappe = A Arapuca. (N. do T.)
2 Espinheiro da Virginia = em inglês “locust tree”, donde “Locust Hill”.
{N. do T.)
CAPÍTULO 10 “Desta arte o mundo avança”
LUCINDA HOLLOWAY, ACARICIANDO O CABELO DE BOOTH, ASSISTIRA À
morte do ator: “Arquejando três vezes e cruzando as mãos sobre o peito, ele
morreu bem quando o dia estava nascendo.” Ela retorceu um cacho do
cabelo dele nos dedos e capturou o olhar do dr. Urquhart. Não precisou
perguntar. O médico ergueu os olhos, procurando uma chance quando
Doherty, Baker e Conger se distraíssem e parassem de olhar para o cadáver
do assassino. Mais rápido que os olhos deles puderam detectar, a mão de
Urquhart pegou uma afiada tesoura cirúrgica e a levou até a cabeça de
Booth. Num átimo, ele cortou uma pequena mecha da farta cabeleira negra
e a colocou na palma da mão de Lucinda Holloway. Com a mesma rapidez,
ela fechou os dedos em torno da mecha cerrando logo o punho para
esconder a preciosa lembrança. Não era um hábito seu guardar relíquias
assim com essa morbidez que tantas outras pessoas demonstraram por
suvenires sangrentos do grande crime. Não, para ela a mecha era uma
recordação particular e romântica do luminoso astro moribundo. Se os
soldados vissem o que ela fez, eles a subjugariam, abririam seu punho
cerrado e confiscariam seu tesouro.
Mais tarde, depois que os soldados se foram, Lucinda entrou na casa e
foi direto para a estante de livros que guardava outra recordação preciosa —
o binóculo de Booth. Num momento em que não havia ninguém olhando,
ela rabiscou suas iniciais na fivela da alça a tiracolo e depois levou o
binóculo para a casa de sua mãe, a uma distância segura de vários
quilômetros da fazenda dos Garrett.
OS HOMENS DA FAMÍLIA GARRETT FICARAM COMO TESTEMUNHAS MUDAS DO
drama que haviam ajudado a montar. Ao trancarem Booth e Herold no paiol
da fazenda, impossibilitaram que o assassino escapasse quando a Décima
Sexta de Nova York chegou. Haveriam eles capturado um notório assassino,
ou traído um homem ferido e desamparado? Ainda por cima, um homem
que estava sob a sua acolhida! Mereceriam honra ou opróbrio? Os Garrett
temiam julgamento pelo velho código sulista. Em breve, tentaram
reescrever os eventos desta noite para colocar suas ações dentro de uma
ótica positiva. Ignorando o fato de terem despejado Booth de sua casa na
noite de 25 de abril, alegaram que ele havia recusado a cama na sua última
noite e que fora o próprio Booth quem insistira em dormir sob o alpendre
com os cães de presas afiadas ou no paiol sobre as tábuas duras. Para sua
maior conveniência, desprezaram a parte da história a respeito de quem
trancara Booth dentro do paiol.
Nos anos que se seguiram, chegaram até a invocar o nome de Edwin
Booth em defesa da reputação de sua família. Edwin, leal partidário da
União, detestava os feitos de John mas não conseguia se forçar a detestar o
irmão. Tocado pelo fato de a família Garrett ter acolhido John e sob a
errônea impressão de que eles haviam oferecido ao seu desorientado irmão
nada além de gentileza e hospitalidade durante os últimos dois dias de sua
vida, Edwin lhes escreveu uma carta de agradecimento: “Sua família
sempre terá os nossos mais sinceros agradecimentos pela gentileza
dispensada àquele cuja loucura nos fez tanto mal.” Se soubesse a verdade,
que os Garrett haviam trancado seu irmão num paiol como um animal e
ajudaram a montar a pira funerária, em vez de louvar-lhes a gentileza talvez
Edwin Booth tivesse sentido vontade de vir a Port Royal para queimar todo
o resto da fazenda.
O emocionante relato da caçada humana feito pelo jornalista George
Alfred Townsend.
E talvez Edwin Booth não tivesse sido o único. Os jornais e o público
satanizaram a fazenda dos Garrett e deram-lhe características humanas,
assim como fizeram com o Teatro Ford. A caracterização sensacionalista de
George Alfred Townsend falava por muita gente: “Sob a parca luz do luar...
uma simples casa de fazenda velha e cinzenta despontava no meio dos
espinheiros-da-virgínia. As paredes caiadas estavam castigadas e
descoradas, e dos dois andares as janelas meio humanas fitavam os
silenciosos soldados da cavalaria qual corujas vigilantes fazendo-se
sentinelas de um segredo horrível adormecido no interior... nesta casa, tão
pacata ao luar, a morte lavara suas mãos sujas e cuidara de saciar seu
apetite.”
Conger, Baker e Doherty queriam ter certeza absoluta, antes de levarem
o corpo de volta para Washington, de que haviam pegado o homem certo,
de forma que tiraram de seus bolsos os cartões com as imagens de Booth.
Impressionadíssimo, o jovem Richard Garrett observou os procedimentos:
“Eu vi tudo... nossa família inteira viu tudo. Ele era um homem
impressionantemente bonito, com um rosto difícil de esquecer. Os detetives
tinham uma descrição impressa que verificaram depois da morte dele.
Todos os aspectos estavam lá, altura, cor do cabelo, olhos, tamanho da
mão... eu vi as iniciais J.W.B. exatamente onde a descrição dizia. Eu vi os
detetives colocarem... a fotografia de John Wilkes Booth... ao lado do rosto
do homem morto que nós já conhecíamos havia dois dias, e nada no mundo
me convenceria de que Deus tivesse feito dois homens tão iguais.”
O tenente Doherty desenrolou seu áspero cobertor de lã regulamentar do
exército e mandou que seus homens colocassem o corpo de Booth em cima.
Mandou que as meninas da família Garrett fossem lá dentro da casa e lhe
trouxessem uma agulha grossa de costura. Então, ele costurou o cobertor
em torno do corpo do assassino, deixando aberta uma das extremidades,
qual um saco de dormir, da qual saíam os pés de Booth. Precisava-se de
uma carroça. Os homens de Doherty acharam pelas redondezas alguém a
quem contratar para levar o corpo até Port Royal. O homem trouxe até o
alpendre da casa dos Garrett a carroça, onde alguns soldados jogaram o
corpo de Booth qual uma saca de milho. David Herold, chorando muito e se
lamuriando, oferecendo desculpas que ninguém estava interessado em
ouvir, a tudo assistiu.
George Alfred Townsend passou para os seus leitores um quadro
inesquecível do rabecão improvisado de Booth:
Um venerável negro velho, que morava nos arredores, tinha o
infortúnio de possuir um cavalo. O animal era uma relíquia de
gerações passadas e mostrava nas costelas aparentes a penúria geral
da terra. Tinha andadura esquipada excêntrica e, quando lhe exigiam
velocidade, marchava mais devagar. À cavalgadura desse negro velho
estava atrelada uma carroça trôpega e absurda, que chacoalhava
como que prestes a se desmantelar e cujas peças funcionavam sem
conexão alguma entre si. A traseira era aberta e os eixos, magros feito
a fome; e neste arremedo de veículo o assassino deveria ser levado até
o rio Potomac... O negro velho manobrou a carroça no cabresto e
quando ela encostou no alpendre dos Garrett, colocaram nela o corpo
descorado. O cadáver foi amarrado com cordas pelas pernas e preso à
lateral da carroça... E assim foi o troço dos cavaleiros da desforra,
com a morte em seu seio, pela estrada de Port Royal... Ao longo de
todo o caminho, o sangue foi pingando do cadáver em lenta e
incessante exsudação.
A procissão com o cadáver de Booth fez exatamente o mesmo percurso
que ele, David Herold e seus três jovens companheiros confederados
haviam feito de Port Royal até a fazenda dos Garrett dois dias atrás. Não
houve público enlutado, pranteando morte alguma, quando ela passou. Os
soldados forçaram Herold a caminhar, mas ele reclamou veementemente
que seus pés o estavam matando. Eles o colocaram num cavalo, amarrando-
lhe os pés aos estribos e as mãos à sela. No trajeto, um dos soldados puxou
conversa e conseguiu um soberbo suvenir — ele convenceu o companheiro
de Booth a trocar o seu colete pelo dele.
Os sacolejos da carroça desfizeram os coágulos que estancavam a ferida
de Booth, observou Townsend. “A ferida de Booth mal pingava até o
momento da partida. Quando a carroça começou a andar, ela tornou a verter
muito sangue, que escorreu pelas frestas da caçamba e pingou sobre o eixo,
deixando a estrada salpicada de hóstias funestas.” Foi uma lúgubre
recriação da cena de rua ocorrida diante do Teatro Ford na noite de 14 de
abril, quando gotas do sangue e dos miolos de Abraham Lincoln escorriam
e se espatifavam na lama do chão. Townsend saboreou o fenômeno do
sangue de Booth escorrendo como os estigmas de um cadáver amaldiçoado:
“Manchou as tábuas e encharcou os cobertores; e o negro velho, numa das
paradas, encostou a mão nele por engano, tirando-a instantaneamente,
estremecendo e soltando um grito abafado:
— Oh! Isso não vai sair nunca daí; é sangue de assassino.
Ele esfregou as mãos e se dirigiu aos soldados com um olhar de súplica:
— Oh! Eu não queria isso pra mim nem por milhares e milhares de
dólares.”
Depois de cruzarem o Rappahannock, Luther Baker e Ned Freeman
levaram o corpo de Booth de Port Conway para Belle Plaine. Cinco
quilômetros ao norte dali, Baker mandou chamar o John S. Ide, que havia
transportado a Décima Sexta Cavalaria de Nova York para Belle Plaine no
dia 24. Não havia cais ao norte de Belle Plaine, de forma que Baker
descarregou o cadáver de Booth da. carroça de Freeman, colocou-o num
barco pequeno e remou até chegar ao Ide.
MILHARES E MILHARES DE DÓLARES ERA EXATAMENTE O QUE CONGER,
Baker, Doherty e os homens da Décima Sexta de Nova York tinham em
mente. De fato, quando a notícia da morte do assassino se espalhou, os
caçadores na Virginia, em Maryland e no Distrito de Columbia começaram
a fantasiar sobre a mesma coisa: aquele cartaz do Departamento da Guerra
datado de 20 de abril de 1865 e sua retumbante proclamação — aUS$
100.000 em RECOMPENSAS! O assassino de nosso querido presidente
Abraham Lincoln ainda está à solta.” Booth estava morto. Mary Surratt,
Lewis Powell, George Atzerodt, Sam Arnold, Michael O’Laughlen, o dr.
Samuel A. Mudd, Ned Spangler e David Herold haviam todos sido presos.
Era só uma questão de tempo até que o governo dos EUA começasse a
emitir cheques — para alguém.
O plano de Conger funcionou. Ele chegou a Washington antes do corpo
de Booth e agora poderia reivindicar o crédito de ter sido o primeiro a
contar a novidade para Edwin Stanton. Foi correndo do cais ao escritório do
coronel Baker, onde deu-lhe a notícia. “Ele entrou no escritório dos
fundos”, declarou Baker, “e me disse que tinha pegado o Booth.” Conger
contou a história da fazenda dos Garrett, abriu o lenço e mostrou a Baker o
que tinha — os pertences retirados do corpo de Booth. Os dois detetives
tomaram uma carruagem e, por volta das 5 horas da tarde, chegavam ao
Departamento da Guerra para dar a notícia a Stanton. Mas o secretário já
havia encerrado o dia no escritório. Então, eles foram para a casa do
secretário, saltaram da carruagem e correram até a porta da frente.
Encontraram Stanton na sala de estar recostado num sofá, descansando, mas
acordado.
— Nós pegamos o Booth — Baker lhe disse.
Stanton cobriu os olhos com as mãos, ficou parado um pouco e se
levantou. Conger e Baker depositaram os pertences de Booth numa mesa.
Stanton pegou o diário e, conforme Baker narrou, “depois de olhar para o
diário durante algum tempo, ele o entregou de volta para mim”. Depois,
continuou Baker, “pegou a pequena bússola de bolso”. Na tranquilidade de
sua sala de estar, Stanton recebeu a notícia — Booth fora pego, estava
morto e a caçada ao assassino de Lincoln estava encerrada. O secretário de
Guerra ainda não estava pronto para comemorar. Ele queria ter certeza de
que o corpo que estava sendo trazido para Washington era mesmo o de John
Wilkes Booth. Conger desenrolara um lenço contendo os tesouros que
surrupiara ao corpo ainda vivo de Booth e compartilhara seu saque com
Stanton. Provas convincentes, Stanton deve ter concordado, mas ele
precisava ter certeza absoluta. Resolveu montar um inquérito a bordo do
Montauk assim que o corpo de Booth chegasse em Washington. As
declarações das testemunhas teriam de ser registradas em cartório. Seria
feita uma autópsia. Aí Stanton teria certeza.
Em Washington, o vapor John S. Ide se encontrou nas águas das
cercanias do Estaleiro Naval dos EUA com uma canhoneira — o couraçado
Montauk —, a mesma embarcação que Abraham e Mary Lincoln visitaram
durante o passeio de carruagem na tarde do assassinato. Stanton tomou
providências imediatas para confirmar a identidade do homem morto na
fazenda dos Garrett. Num primeiro olhar, mal se reconhecia Booth. Ele
havia raspado o bigode, e o ferimento, o estresse psicológico da caçada
humana e os doze dias árduos vivendo ao relento haviam lhe custado
bastante, relatou Townsend sobre a sua doravante magnífica aparência.
“Estava razoavelmente bem preservada, embora de um lado o rosto
estivesse retorcido, no tom azulado da morte, com traços de bandoleiro
arredio, como que expostos por anjos vingadores.” O Departamento da
Guerra queria esmagar qualquer mito que pudesse ser criado em torno de
uma sobrevivência de Booth. Edwin Stanton já havia esmiuçado todos os
pertences pessoais recolhidos na fazenda dos Garrett: as fotografias das
namoradas; a bússola de bolso que guiara Booth para o sul em direção à
segurança imaginada; a agenda de bolso com capa de couro. Stanton foi
virando as páginas e fez uma descoberta impressionante: Booth improvisara
e usara a agenda como diário, registrando ali o seu motivo para matar
Lincoln e todo o tumulto da perseguição. Stanton sabia que somente um
homem poderia ter escrito aquelas palavras exaltadas: o assassino de
Abraham Lincoln. Stanton divulgou a notícia para todo o país.
Departamento Da Guerra Washington, D.C., 27 de abril de 1865
General de divisão Dix, Nova York:
J. Wilkes Booth e Harrold foram afugentados do pântano no
condado de St. Mary, Maryland, e ontem de manhã perseguidos na
fazenda dos Garrett, perto de Port Royal, no Rappahannock, pelas
forças do coronel Baker.
O paiol onde eles se refugiaram foi incendiado. Na tentativa de
escapar, Booth foi atingido na cabeça e morreu, mais ou menos três
horas depois, e Harrold foi pego com vida.
O corpo de Booth e Harrold estão aqui agora.
Edwin M. Stanton
Secretário da Guerra
A notícia da chegada do corpo de Booth se espalhou rapidamente pela
capital e centenas de espectadores acudiram ao rio para dar uma espiada no
assassino morto. “Em Washington”, relatou George Alfred Townsend,
“gente de todos os feitios veio ver Booth. Somente umas poucas pessoas
tiveram permissão para olhar seu cadáver, com o propósito de fazer
reconhecimento.” Um correspondente do Chicago Tribune confirmou, com
notável decepção, que “as autoridades parecem não estar muito inclinadas a
dar à carcaça malévola a honra de um encontro com o olhar público”.
A notícia da morte de Booth circulou pelo país inteiro através do
telégrafo e os jornais de todo canto correram a publicar artigos
entusiasmados repletos de detalhes do clímax da caçada humana na fazenda
dos Garrett. Quando a notícia chegou à Filadélfia, T. J. Hemphill do Teatro
Walnut soube logo o que precisava ser feito. Ele foi bater à casa de Asia
Booth Clarke e ela o recebeu prontamente. Bastou vê-lo para saber logo o
que deveria ter sido. “O velho ficou ali se equilibrando perto da mesa do
centro; não tirou os olhos do chão; seu rosto estava pálido e demonstrava
todo o nervosismo. A atitude e postura passaram a notícia que ele ficara
incumbido de dar.” Asia falou primeiro:
— Acabou?
— Sim, senhora.
— Foi pego?
— Foi.
— Morto?
— Sim, senhora.
Asia, que estava grávida de gêmeos, desmoronou no sofá. Se um dos
bebês fosse menino, ela queria chamá-lo de John. “Meu coração batia como
uma maquinaria pesada, de tão alto e forte. Eu me deitei com o rosto virado
para a parede, agradecendo solenemente a Deus, e ouvi o velho se
engasgando com os soluços, saindo da casa e fechando a porta depois que
foi embora.”
Vários homens que conheceram Booth em vida, inclusive seu médico e
dentista, foram convocados a vir a bordo do couraçado Montauk para
confirmar sua morte. Foi tudo muito oficial. O Departamento da Guerra
chegou até a emitir um elaborado recibo para o tabelião que reconheceu o
testemunho prestado. Durante uma cuidadosa autópsia, os cirurgiões
observaram uma cicatriz antiga e marcante no pescoço, além da tatuagem
“JWB” que Booth mandara fazer na mão quando garoto. A causa mortis foi
fácil de comprovar: ferimento causado por uma única bala através do
pescoço. Como prova, os cirurgiões extirparam as vértebras através das
quais ela havia passado e também removeram parte do tórax de Booth,
colocando ossos e tecidos em salmoura num frasco cuidadosamente
etiquetado. As vértebras de Booth repousam hoje num museu médico pouco
conhecido, uma atração entre milhares de uma funesta coleção dedicada a
documentar as feridas da Guerra de Secessão. O relatório da autópsia do
chefe do serviço de saúde foi clínico e breve, mas traiu a emoção do
momento. Em sua carta a Edwin Stanton, o dr. Barnes assegurou ao
secretário de guerra que John Wilkes Booth havia sofrido:
Tenho a honra de relatar que, em cumprimento às suas ordens,
assistido pelo dr. Woodward, EUA, eu fiz, às 2 horas da tarde de hoje,
um exame post-mortem do corpo de J. Wilkes Booth, que jaz a bordo
do Monitor Montauk nas águas do Estaleiro Naval.
A perna e o pé esquerdos estavam imobilizados num dispositivo de
talas e ataduras, cuja remoção revelou uma fratura da fíbula (osso
pequeno da perna) a sete centímetros e meio acima da articulação do
tornozelo, acompanhada de equimose considerável.
A causa mortis foi um ferimento a bala no pescoço — com
penetração logo atrás do músculo esternocleido, 6,5cm acima da
clavícula, e saída através da ponte óssea entre a quarta e a quinta
vértebras cervicais — decepando a medula espinhal e saindo através
do corpo do esternocleido pelo lado direito, 7,5cm acima da clavícula.
A paralisia do corpo inteiro foi imediata e todos os horrores da
consciência de sofrimento e morte devem ter estado presentes para o
assassino durante as duas horas em que ele sobreviveu.
Stanton havia decidido que um registro escrito da autópsia seria
insuficiente. Ele convocou o gabaritado fotógrafo Alexander Gardner, rival
de Matthew Brady e um dos favoritos do presidente Lincoln, para
fotografar o cadáver de Booth, esticado sem roupa sobre uma prancha no
convés do couraçado. Stanton também permitiu que Gardner fotografasse
os conspiradores presos nos couraçados Montauk e Saugus. Gardner
registrou várias imagens de Arnold, O’Laughlen, Spangler, Atzerodt e
Herold, cada qual usando um tipo raro de algemas chamadas “Lilley irons”,
ligadas por uma sólida barra de ferro que não permitia ao prisioneiro juntar
as mãos. Eles tornariam a ver Gardner em breve, quando ele viesse tirar
seus retratos finais. Gardner se interessou especialmente por Lewis Powell,
retratando-o em diversas poses que em breve passou a reproduzir sob a
forma de cartões em tamanho de bolso para venda ao público. Mas, por
ordem de Stanton, não haveria exibição pública das imagens da autópsia. O
Harpefs Weekly confeccionou uma única matriz baseada numa das tétricas
imagens, mas as chapas de vidro originais e as impressões em papel dos
troféus fotográficos de Stanton desapareceram há 140 anos, logo depois de
feitas, e jamais foram vistas novamente.
O proeminente escultor Clark Mills, que recentemente fizera em gesso
uma máscara de Lincoln em vida, em março de 1865, buscou permissão
para fazer uma máscara do assassino morto. Ele queria subir a bordo do
Montauk, empapar o rosto de Booth com gesso molhado e, quando secasse,
retirar a máscara com as feições ali registradas. Para o secretário da Guerra,
Mills foi longe demais. Segundo a matéria publicada num jornal, “o sr.
Stanton não o considerou um primor de lealdade e respondeu: ‘É melhor
você cuidar da sua própria cabeça”’. Talvez Stanton tenha raciocinado que
máscaras post mortem eram mais adequadas para homenagear grandes
homens, não seus assassinos.
Stanton certamente esperava que, qual as fotografias da autópsia, o
corpo de Booth fosse desaparecer. Sempre atrás de um furo de reportagem,
os jornalistas estavam ávidos por desencavar o último grande episódio nos
doze dias da caçada humana: o destino dos restos mortais do assassino.
Townsend foi sondar Lafayette C. Baker:
— O que vocês fizeram com o corpo?
O coronel Baker deu uma resposta portentosa e dramática, típica do seu
estilo:
— Isso só um homem além de mim sabe. O corpo se foi. Eu não vou
dizer para onde. O único homem que sabe jurou silêncio. Até que soem as
grandes trombetas, ninguém há de descobrir o túmulo de Booth.
“E isso é verdade”, confidenciou Townsend aos seus leitores.
Nos dias que se seguiram ao encerramento da caçada humana, todos os
principais jornais americanos amaldiçoaram John Wilkes Booth com
epítetos de despedida. O mais vívido de todos foi de autoria de George
Alfred Townsend:
Ontem à noite, 27 de abril, um pequeno barco a remo recebeu a
carcaça do assassino; dois homens que ali estavam carregaram o
corpo para o meio das trevas, trevas essas de onde ele jamais sairá...
Nas trevas, qual seu grande crime, que fique para sempre, impalpável,
invisível, indescritível, condenado ao que é pior que a danação — a
aniquilação. O fundo do rio pode engolfá-lo com o grande fardo de
chumbo e grilhões. A terra pode ter-se aberto para dar-lhe o silêncio e
o perdão que o homem jamais dará à sua memória. Os peixes podem
nadar em seu redor ou as margaridas podem florescer sobre ele; mas
nós jamais o saberemos. Misterioso, incompreensível, intangível, qual
os tempos sombrios que vivemos e pensamos que só os sonhássemos
sob febre delirante, o assassino do chefe de uma nação jaz em algum
lugar dos elementos, e só; mas se o mar indignado ou turfa profanada
vier a vomitar seu cadáver de suas entranhas e este receber enterro
humanitário ou cristão de alguém que não o reconheça, que as últimas
palavras proferidas por aqueles lábios decadentes sejam gravadas
sobre ele com uma adaga, para contar a história de uma vida jovem e
um dia promissora — INÚTIL! INÚTIL!
Mas Lafayette Baker havia mentido para Townsend. A segunda caçada
a John Wilkes Booth — esta por seu cadáver — acabava de começar. Para
evitar que o túmulo de Booth se tornasse um santuário e seu corpo uma
relíquia sagrada da Causa Perdida, os marinheiros do Montauk,
acompanhados dos Baker, fingiram levar o corpo no barco a remo para
águas profundas e sepultá-lo no mar, de tal forma lastreado para que jamais
tornasse à superfície. A imprensa pegou a isca e um jornal, o Frank Leslies
Illustrated News, chegou até a publicar um bloco de primeira página
ilustrando a falsa inumação n’água. O que aconteceu de verdade foi muito
menos dramático. Lafayette Baker, Luther Baker e dois marinheiros do
Montauk levaram o corpo de Booth da canhoneira e o colocaram no fundo
de um barco a remo. Os marinheiros largaram do convés baixo do
couraçado e remaram para longe do Estaleiro Naval, descendo o braço
oriental do Potomac. Booth estava novamente no rio, sete dias depois de
Thomas Jones tê-lo levado para as suas barrancas. Os marinheiros rumaram
para um posto do exército em Greenleaf’s Point chamado de Velho Arsenal,
ou Velha Penitenciária, um complexo com várias sólidas edificações de
alvenaria e um pátio cercado por um muro alto também de alvenaria. Eles
atracaram num pequeno cais de madeira anexado ao arsenal. Lafayette
Baker desembarcou no cais e, deixando o primo encarregado do cadáver,
entrou no forte para falar com o major Benton, o oficial de artilharia que
Stanton tinha escolhido para colocar Booth no túmulo. Benton e Baker
voltaram para o cais, olharam para o corpo e, conforme se recordou Luther
Baker, “deram por findo o assunto”. Benton sabia exatamente o lugar onde
enterrá-lo.
Mandou então que alguns dos seus homens carregassem o corpo de
Booth para o interior do forte. Eles o jogaram num engradado retangular de
madeira, usado para guardar mosquetões, e aparafusaram a tampa. Alguém
escreveu o nome de Booth em cima. Então, eles enterraram o assassino num
túmulo secreto, sem identificação, na penitenciária do Velho Arsenal, o
lugar escolhido por Edwin Stanton como sepultura dessacralizada para John
Wilkes Booth e vários de seus conspiradores que em breve viriam juntar-se
a ele no túmulo. Stanton guardou a única chave. “Dei instruções para que
ele fosse enterrado naquele local e que o local fosse guardado a sete
chaves”, disse Stanton. Ele queria ter certeza de que “o corpo não fosse
tornado sujeito de glorificação por pessoas desleais e por aqueles que
simpatizavam com a rebelião”, ou “... o instrumento de júbilo pelo
sacrifício do sr. Lincoln”. Stanton queria manter adoradores e
colecionadores a distância: “O único objetivo era colocar o corpo dele num
lugar onde não lhe pudesse ser dado uso impróprio até que espairecesse a
agitação.” Booth escapara uma vez na noite do assassinato, mas não
escaparia de Stanton novamente.
A morte de Booth não encerrou a caçada humana para aqueles que
haviam entrado em contato com o assassino durante a fuga. Se eles
achavam que Boston Corbett os tinha salvado, estavam errados. Stanton não
se dera por satisfeito ainda. A proclamação de 20 de abril deixava claro:
“Todos aqueles que derem acolhida ou escondam essas pessoas... ou ajudem
a escondê-las ou auxiliem na sua fuga serão tratados como cúmplices do
assassinato do presidente... e ficarão sujeitos a... punição com a MORTE.”
Stanton enviou mais patrulhas a Maryland e Virginia para rastrear todo
mundo que ele soubesse, ou ao menos suspeitasse, ter visto ou ajudado
Booth durante os doze dias da fuga. Thomas Jones, o coronel Cox, os filhos
de Garrett e muitos mais foram presos e levados para a prisão no prédio do
antigo Capitólio. É curioso que, em seguida, poucas semanas depois,
Stanton libertou todos. Ele resolveu levar apenas oito réus a julgamento —
Mary Surratt, Lewis Powell, David Herold, George Atzerodt, Samuel
Arnold, Michael O’Laughlen, Edman Spangler e Samuel Mudd. Nenhuma
pessoa que ajudou Booth e Herold em Maryland ou Virginia, exceto o dr.
Mudd, foi punida por prestar auxílio ao assassino de Lincoln. Eles voltaram
para suas casas e suas famílias e, durante muitos anos, contaram histórias
secretas sobre seus feitos durante a grande caçada humana.
Vários dias depois do enterro de Booth, Luther Baker, numa sequência
da caçada humana, empreendeu nova jornada à fazenda dos Garrett. Foi
depois do pôr-do-sol. Os restos calcinados dos postes de cedro, as tábuas e
pranchas de madeira que tanto arderam na madrugada de 26 de abril haviam
resfriado. Baker caminhou pelas ruínas: “Pouco antes de escurecer, fui até
onde ficava o paiol que pegou fogo, achando que poderia encontrar
vestígios... Vasculhei um pouco as cinzas e encontrei chumbo derretido
(parece que ele tinha alguns cartuchos consigo) e pedaços do cobertor de
Herold.”
Outra caçada — esta pelo dinheiro da recompensa — começou antes
mesmo que o corpo de Booth esfriasse no túmulo. Estando ele morto e seus
principais cúmplices presos, aguardando julgamento pelo assassino do
presidente e pelo atentado a William Seward, era hora de receber. Centenas
de caçadores vieram reivindicar uma parte dos US$ 100.000. Informantes
com pouquíssimas informações e alguns até mesmo sem nenhuma
informação conectada aos eventos de 14 a 26 de abril de 1865 vinham atrás
de recompensas. Dentre os detetives rivais, oficiais do exército, homens
alistados, policiais e cidadãos em geral, a competição era brutal. Os
candidatos exageravam as participações, apequenavam seus rivais e
elaboravam mentiras fantásticas para aumentar sua parte. Num longo aval
de suporte à sua reivindicação, Lafayette Baker vangloriava-se de ter sido o
primeiro a distribuir fotografias de Booth, Herold e Surratt. O tenente
Doherty pediu aos soldados sob seu comando que escrevessem declarações
de apoio à sua versão dos eventos ocorridos na fazenda dos Garrett.
A princípio, as intrigas de Lafayette Baker deram bom retorno — US$
17.000, quantia impressionante levando-se em conta que o salário do
presidente dos EUA era US$ 25.000 ao ano. O coronel Conger recebeu o
mesmo que Baker; Luther Baker recebeu US$ 5.000; e o tenente Doherty,
comandante da Décima Sexta Patrulha de Nova York na Fazenda Garrett,
recebeu apenas US$ 2.500. Juntos, os primos Baker manobraram melhor
que seus rivais e monopolizaram US$ 22.500, quase um quarto de toda a
recompensa de US$ 100.000. Reclamações indignadas e veementes
forçaram o Congresso a investigar o assunto. Reivindicações foram
reavaliadas, relatórios foram publicados pela Gráfica do Governo e, durante
todo o tempo, os gananciosos caçadores fizeram lobby para conseguir seu
quinhão. Booth provavelmente teria se divertido com esse grotesco
espetáculo de contendas por dinheiro sanguinário girando em torno dos
cadáveres de um presidente e seu assassino.
O Congresso ajustou os montantes e, afinal, mais de um ano depois da
caçada humana, o Tesouro dos EUA emitiu ordens de pagamento para o
desembolso da recompensa. O Congresso reduziu a parte de Conger de US$
17.500 para US$ 15.000 e aumentou a de Doherty para um montante mais
generoso de US$ 5.250. Os Baker, porém, sofreram mais. Lafayette, que
não esteve presente na fazenda dos Garrett, enfrentou uma redução de US$
17.500 para US$ 3.750, enquanto a parte de Luther Byron Baker baixou de
US$ 5.000 para US$ 3.000. Deus pode ter guiado a mão de Boston Corbett
na fazenda dos Garrett, mas o Todo-poderoso não interveio para forrar o
bolso do excêntrico sargento. Ele recebeu o mesmo benefício de todo
homem alistado e oficial não comissionado que estivera presente — US$
1.653,84.
Conger, Doherty, os Baker e vinte e seis homens — dois sargentos, sete
cabos e dezessete praças — da Décima Sexta Cavalaria de Nova York não
foram os únicos a receber pagamento pela captura de Booth e a prisão de
Herold. James O’Beirne, H. H. Wells, George Cottingham e Alexander
Lovett receberam a recompensa de US$ 1.000 cada um pelo papel que
desempenharam na caçada humana.
E houve ainda as outras recompensas. Nove homens receberam
gratificações pela captura de George Atzerodt. O sargento Zachariah
Gemmill ganhou a maior — US$ 3.598,54 — e sete outros receberam
somas inferiores, de US$ 2.878,78 cada. James W. Purdum, o cidadão cuja
indicação contribuiu para a prisão do alemão, recebeu o mesmo. O major E.
R. Artman, 213° Regimento de Infantaria dos Voluntários da Pensilvânia,
recebeu US$ 1.250.
Dez reclamantes dividiram o dinheiro da recompensa reservado para a
prisão de Lewis Powell. Comparada ao que alguns outros caçadores
receberam por trabalho menos perigoso, a gratificação pela captura do
perigoso perpetrador do atentado a Seward não foi generosa. O major H. W.
Smith recebeu mais, US$ 1.000, e os outros participantes — o detetive
Richard Morgan, Eli Devore, Charles H. Rosch, Thomas Sampson e
William Wermerskirch — receberam US$ 500 cada. Os cidadãos John H.
Kimball e P. W. Clark também receberam US$ 500 cada, e duas mulheres,
Mary Ann Griffin e Susan Jackson — “de cor” — receberam as menores
recompensas pagas a qualquer um que tenha entrado na partilha das
gratificações, apenas US$ 250 cada.
Os pagamentos de recompensa chegaram ao total de US$ 104.999,60 e
o Departamento do Tesouro emitiu ordens de pagamento “para atender a
todas as reivindicações”, o que deixou insatisfeitos muitos dos reclamantes
— oficiais, soldados, detetives, autoridades do governo, cidadãos e malucos
— que sonhavam ganhar algum em cima da proclamação que Stanton
divulgara em 20 de abril, mas nada receberam.
Richard Garrett também fez uma reivindicação contra o governo, não
por ajudar a capturar Booth e Herold, mas pelo dano que os caçadores
causaram à sua propriedade. O seu inventário foi caro. Dois mil dólares por
um “paiol de tabaco... cujo madeirame era estruturado com postes de cedro,
tabuado de madeira em toda a extensão do piso... equipado com todos os
elementos necessários à cura do tabaco, inclusive uma prensa de qualidade
e varas para pendurar as folhas”. E havia ainda o conteúdo, pelo qual
Richard exigiu US$ 2.670: “Uma máquina para debulhar o trigo (150); dois
fornos (25); um conjunto de mesa grande de jantar (mogno ou nogueira)
(50); dez cadeiras de nogueira, com assento estofado (40); uma cama de
penas (15); uma pá (1); dois machados (3); cinco sacas de semente de milho
doce (7,50); duzentos e cinquenta quilos de feno (10).”
Além disso, Garrett queria US$ 21 pelas sete sacas de milho e 150
quilos de feno consumidos pelos cavalos da Décima Sexta de Nova York. O
governo considerou sua reivindicação, emitiu um laudo oficial e recusou-se
a pagar-lhe um centavo sequer, porque ele havia sido, afinal de contas,
desleal com a União.
Boston Corbett acabou desfrutando de uma compensação adicional —
fama. O público o homenageou como “Vingador de Lincoln”. Ele arranjou
uma infinidade de fãs que o encheram de correspondência, cartas às quais
ele respondia uma por uma, oferecendo às vezes pinceladas biográficas,
aconselhamento religioso ou ainda, ocasionalmente, um cobiçado relato em
primeira mão dos eventos na fazenda dos Garrett. Para deleite dos que
buscam autógrafos, Corbett fazia questão de assinar essas cartas com nome
completo, posto e unidade. As que se seguem são exemplos típicos.
Hotel Clarendon
Washington, D.C.
6 de maio de 1865
Meu jovem amigo devo responder pois a sua pergunta é tão gentil.
Que Deus o abençoe e proteja e 0 resguarde das armadilhas do
Maligno Que prevaleceu sobre aquele que tirou a vida do Nosso
presidente. A Escritura diz: Resiste ao Diabo e ele fugirá de ti...
Boston Corbett / Sarg. Co. L. 16a Cav. de NY.
Quartel Lincoln / Washington, D.C. /11 de maio de 1865 Prezado
Senhor, em resposta à sua solicitação eu diria que Booth foi morto na
madrugada de 26 de abril de 1865 perto de Port Royal, Virginia, local
onde cruzamos 0 Rappahannock em sua perseguição. Ele sobreviveu
apenas um curto período de tempo depois que levou 0 tiro, talvez 3
horas, por volta das 7 horas da manhã, veio a falecer. Atenciosamente
Boston Corbett
Sarg. Co. L. 16a Cav. de NY.
Inacreditavelmente, Corbett também se correspondeu com a família do
assassino. A carta de Corbett, há muito perdida e de conteúdo
desconhecido, existe apenas como sombra nas lembranças guardadas por
Asia Booth Clarke do irmão: “Consideramos Boston Corbett como nosso
liberador, pois com seu tiro ele salvou nosso irmão de uma morte
ignominiosa... Eu devolvi a carta de Boston Corbett; ele não solicitou
exatamente isso, mas achei que seria honrado fazê-lo e mais seguro na
ocasião não mantê-la... Ele ainda está vivo, mas eu sei que não é feliz... Que
não tenha arrependimentos!”
O fotógrafo Matthew Brady deu um golpe de mestre em cima do rival
Alexander Gardner. Embora este tenha ganhado o direito de fotografar os
conspiradores acorrentados nos couraçados da marinha e também a autópsia
de Booth, Brady conseguiu uma sessão exclusiva com o homem do
momento. Sempre alerta às possibilidades comerciais de sua arte, Brady
colocou Corbett em diversas poses: sentado e em pé, lendo um livro e
olhando para a câmera, armado e desarmado. Brady chegou até a convencer
o tenente Doherty a participar tirando um retrato com Corbett, os dois em
pé e totalmente paramentados com a indumentária da cavalaria. Quanto
maior o número de poses que Brady conseguisse induzir Corbett a fazer,
maior a quantidade de cartões que poderia vender a um público abismado.
Alguns fãs sortudos até conseguiram que Corbett lhes autografasse a
fotografia para guardar no álbum. Quando ele aparecia em público, relatou
um jornal, “era tratado como celebridade, nas ruas o povo o cercava e às
vezes até aclamava aos brados”.
Algumas vozes destoantes, entre as quais se incluem os editores do
Chicago Tribune, cismaram por que os homens da Décima Sexta de Nova
York tinham de matar o assassino: “O remorso geral é que Booth não foi
pego com vida, e a disposição geral é reclamar que poderia caso tivesse
sido feita uma investida combinada dos vinte e oito homens que o
cercavam.”
O homem do momento, Boston Corbett (acima), que matou Booth.
Dinheiro sanguinário - a parcela que Corbett recebeu da recompensa de
US$ 100.000 (abaixo). Além do dinheiro da recompensa, Boston Corbett
lucrou pouco com sua fama. Caçadores de relíquias ofereceram quantias
fantásticas pelo seu revólver Colt, até US$ 1.000, mas Corbett se recusou a
ficar sem ele. Não estava à venda: a arma fora comprada pelo Departamento
da Guerra e entregue ao sargento juntamente com seu uniforme, sabre e
outros equipamentos. Não muito tempo depois que ele deu o tiro em Booth,
roubaram-lhe o revólver e, desde então, a arma nunca mais foi vista.
Boston Corbett nunca foi punido por atirar em Booth. Ele não
descumpriu ordens e ninguém pôde provar que o seu motivo real tivesse
sido qualquer outro além de proteger seus homens. Ele tinha reputação de
bom soldado. Luther Baker lembrou-se de que “ele cumpria suas obrigações
de soldado com muito rigor e parecia ter muita dignidade entre seus
homens”. Mas Baker também se lembrou de outra coisa a respeito do
sargento excêntrico e lutador que havia se automutilado: “Eu percebi desde
o início que ele tinha uma expressão estranha.”
Dois MESES E MEIO DEPOIS DA MORTE DE JOHN WILKES BOOTH NA
FAZENDA dos Garrett, por volta das 11 horas da manhã de 6 de julho de
1865, o relógio começou a marcar os momentos de um dos eventos mais
dramáticos da história de Washington, o epílogo da caçada aos assassinos
de Lincoln. Começou quando o general de divisão Winfield Scott Hancock
foi à Penitenciária do Velho Arsenal, agora Forte Leslie McNair, levando
quatro envelopes selados do Departamento da Guerra. Estavam
caprichosamente endereçados em boa caligrafia a quatro prisioneiros que lá
estavam em solitária.
Hancock entregou os envelopes ao general de divisão John E Hartranft,
comandante da prisão. Hartranft recebeu a correspondência com severidade.
Ele suspeitava, antes mesmo de romper os lacres, dos conteúdos e da tarefa
que o aguardava. Juntos, Hartranft e Hancock marcharam até o prédio da
prisão e, percorrendo um comprido corredor, de cela em cela entregaram os
envelopes aos seus destinatários — Lewis Powell, Mary Surratt, David
Herold e George Atzerodt.
Abertos às pressas, os envelopes continham sentenças de morte. Por
terem sido considerados por uma comissão militar culpados de conspirar
com John Wilkes Booth no assassinato de Abraham Lincoln e no atentado
contra o secretário de Estado William Seward, Powell, Surratt, Herold e
Atzerodt foram informados através dessas cartas de que estavam
condenados à morte por enforcamento.
Para os réus, a notícia já era suficientemente ruim, mas o resto foi
igualmente chocante. Por ordem do presidente Andrew Johnson, seriam
enforcados no dia seguinte, 7 de julho. Hartranft deixou os estupefatos
prisioneiros, que tinham menos de um dia de vida, a contemplarem seus
destinos. Ele tinha trabalho a fazer. Será que alguém no forte sabia construir
um cadafalso? Ou como atar um laço de corda?
A rápida condenação, sentenciamento e execução dos conspiradores do
assassinato de Lincoln encerrou um julgamento que tramitara durante maio
e junho. O arqui-inimigo Booth estava morto, mas oito membros do seu
elenco de apoio assumiram o centro do palco em sua ausência.
Por pressão de Edwin Stanton, Johnson mandara que esses oito fossem
julgados por um tribunal militar, ato polêmico que provocou objeções do
secretário da Marinha, Gideon Welles, e do chefe da procuradoria geral de
Lincoln, Edward Bates. O julgamento foi realizado, enfim, e se tornou o
grande destaque daquele fim de primavera e início de verão. Terminado o
julgamento, a comissão havia ficado em sessão durante sete semanas
seguidas, tomado o depoimento de 366 testemunhas e produzido um dossiê
de 4.900 páginas.
Em 29 de junho, a comissão foi à sessão secreta. Depois de um processo
tão demorado e complicado, os observadores acharam que talvez fossem
necessárias algumas semanas até que se chegasse aos veredictos. Mas o fim
veio mais cedo. Após deliberação de apenas alguns dias, o tribunal
apresentou os veredictos e sentenças a Johnson no dia 5 de julho. Ele os
aprovou de imediato e, no dia seguinte, Hancock levava as ordens de
execução para a prisão.
Os moradores de Washington só souberam que quatro conspiradores
seriam enforcados no dia seguinte quando o Evening Star saiu do prelo, na
tarde de 6 de julho. De fato, foi através dos jornais que os advogados de
Surratt ficaram sabendo que sua cliente iria morrer. Jornaleiros percorriam a
Avenida Pensilvânia vendendo aquele número do jornal para os ávidos
leitores: “Extra. A sra. Surratt, Payne, Herold e Atzerodt serão enforcados!
As sentenças serão executadas amanhã! Mudd, Arnold e O’Laughlen
pegarão prisão perpétua! Spangler vai preso por seis anos!”
Quando a tarde se foi e a noite caiu, a notícia agitou a cidade de
Washington. Os repórteres convergiram todos para o Velho Arsenal, mas
Hartranft os proibiu de entrevistarem os condenados. Frustrados porém
recusando-se a serem passados para trás, os cavalheiros da imprensa
puseram-se a espiar os prisioneiros através das janelas das celas e
registraram em seus bloquinhos as últimas visitas dos familiares e o
comportamento dos condenados. No pátio, soldados viraram a noite
construindo um cadafalso enquanto o carrasco preparava quatro laços de
cânhamo de Boston de trinta e um fios e dois terços de polegada, fornecidos
pelo Estaleiro Naval.
Várias pessoas que apoiavam a sra. Surratt, inclusive a própria filha,
acudiram à Mansão Executiva para implorar clemência a Johnson. Ele não
as recebeu nem se deixou abalar. Numa ousada manobra jurídica de última
hora, os advogados dos Surratt conseguiram que um juiz de vara cível
entrasse com um mandado de habeas corpus obrigando o exército a liberá-la
para custódia civil. Johnson acabou com sua última esperança suspendendo
o mandado na manhã seguinte.
Noutros cantos de Washington, muita gente se deliciou com a notícia
dos enforcamentos iminentes. Um passe para as execuções — foram
impressos menos de duzentos — era o bilhete mais badalado da cidade.
Multidões de pessoas assediavam Hancock pelas ruas da cidade e no seu
hotel, o Metropolitan. Segundo o Evening Star, “a caixa de correio dele
estava entulhada de cartas e cartões enfiados pela abertura qual um leque, e
durante algum tempo as entradas de acesso ao hotel estavam
completamente bloqueadas”. Os curiosos não precisavam de passe para
cercar a estalagem dos Surratt na rua H. A casa onde os conspiradores
faziam suas reuniões tornou-se, nas palavras de um repórter, “a estrela guia
para centenas de olhos curiosos”.
Por ordem do presidente Johnson, a execução foi marcada para ser
realizada entre 10 horas e 14 horas do dia 7 de julho. Exatamente às 13h02,
os prisioneiros, tendo Surratt à frente, foram trazidos em fila única ao pátio,
passando em frente a quatro caixas de pinho e quatro covas recém-escava-
das, e subiram os degraus do cadafalso. Aterrorizada, usando um vestido de
alpaca preta e um véu também preto que lhe escondia completamente o
rosto, Mary Surratt mal conseguia andar e precisou que os soldados e o
padre a ajudassem.
Lewis Powell caminhou, empertigado e autoconfiante, destemido
“como um rei prestes a ser coroado”, segundo um repórter. David Herold e
George Atzerodt se arrastavam, tentando se esquivar, irrequietos. Era um
dia claro e quente de verão em Washington. Autoridades gentis protegeram
Surratt com para-sóis e colocaram um lenço sobre a cabeça de Atzerodt
para resguardá-lo do sol.
Os condenados foram amarrados com tiras de tecido de algodão, cada
qual recebeu um laço em torno do pescoço e um capuz branco sobre a
cabeça. O carrasco, que chegou a admirar o estoicismo de Powell, sussurrou
ao seu ouvido quando apertou o laço:
— Eu quero que você morra rápido.
O gigante que quase matou o secretário de estado a facadas respondeu:
— Você é quem sabe.
Surratt implorou aos que estavam perto dela:
— Por favor, não me deixem cair.
Quando ela reclamou que os punhos estavam apertados demais, um
soldado redarguiu:
— Ora, não vai doer por muito tempo.
Momentos antes da queda, Atzerodt gritou:
— Que Deus me ajude agora! Oh! Oh! Oh!
Sua última palavra ainda estava nos lábios quando, às 13h26, ele e os
demais caíram ao encontro de suas mortes, momento preservado para
sempre pelo fotógrafo Alexander Gardner, cuja série de execuções continua
sendo o mais chocante conjunto de fotografias históricas americanas já
feito.
Naquela noite, uma multidão comemorou a execução invadindo a
Estalagem Surratt à cata de suvenires, até que a polícia veio e debandou o
grupo. John Surratt, ainda escondido no Canadá, soube da execução da mãe
pelos jornais. Ele havia fugido dos Estados Unidos e chegado a Montreal
em 17 de abril. De lá, viajou cerca de 50 quilômetros rumo ao leste até St.
Liboire. Um pároco, padre Charles Boucher, deu guarida ao ex-seminarista
católico e Surratt ficou lá escondido desde meados de abril até depois do
julgamento, condenação, sentenciamento e enforcamento de sua mãe. Ele
acompanhou o julgamento pelos jornais e por correspondência trocada
sigilosamente com os amigos em Washington. Durante todo esse tempo,
desde o fim de abril até a primeira semana de julho, Surratt não fez esforço
algum para salvar a mãe da forca. Mais tarde, culpou os amigos por não o
terem informado do perigo real que Mary Surratt enfrentava.
Poucas horas depois do enforcamento, enquanto os corpos dos
conspiradores descansavam nos caixotes de pinho feitos para a guarda de
munição que agora serviam de caixão, os editores do Evening Star
divulgaram estar satisfeitos com o trabalho do dia: “O último ato da
tragédia do século XIX terminou e as cortinas se fecharam para sempre
sobre as vidas de seus atores. Payne, Herold, Atzerodt e a sra. Surratt
pagaram a pena por crime horrendo... Sob a forte luz do sol deste dia de
verão... os malévolos criminosos foram se encontrar mais cedo com a
eternidade; e hoje à noite, serão ocultos em túmulos disfarçados, carregando
as execrações da humanidade.”
Lewis Powell, David Herold e George Atzerodt tornaram a se reunir
com John Wilkes Booth no túmulo, assim como fizeram na tarde daquela
terrível Sexta-feira Santa de abril de 1865, cuja noite testemunhou o início
da caçada ao assassino de Abraham Lincoln.
MAS O ASSASSINO DE LINCOLN NÃO HAVIA CHEGADO AO LOCAL ÚLTIMO DE
seu descanso final. Sobrou-lhe ainda uma derradeira perseguição. O mês de
fevereiro de 186 9 foi o último da conturbada presidência de Andrew
Johnson. Em 4 de março, o grande herói da Guerra Civil, general Ulysses S.
Grant, faria o juramento para assumir o cargo. Em breve o nome de Johnson
seria obscurecido, um efêmero interlúdio entre o antigo governo do mártir
Lincoln e o novo do herói Grant. Fosse qual fosse a sua reputação, Johnson
ainda possuía a plena autoridade executiva da presidência — inclusive o
poder do perdão — até o seu último dia no cargo.
Já se passavam quase quatro anos do assassinato de Abraham Lincoln e
do grande julgamento da conspiração. As feridas abertas de abril de 1865
haviam, pelo menos em parte, sarado. De fato, quando John Surratt Jr., que
fugira dos EUA após o assassinato de Lincoln, foi capturado na Europa em
1866 e trazido de volta aos Estados Unidos para julgamento em 1867, ele
foi submetido não ao tribunal militar que condenara sua mãe mas a um
tribunal civil. E, depois de um processo que gerou dois volumes de atas
contendo 1.383 páginas impressas, foi liberado. As paixões de 1865 haviam
se apaziguado, e os pensamentos do presidente Johnson, voltado para três
dos conspiradores condenados que escaparam do enforcamento em julho
daquele ano — dr. Samuel Mudd, Samuel Arnold e Edman Spangler. O
quarto, Michael O’Laughlen, morrera na prisão. Mudd e Arnold, cumprindo
prisão perpétua, e Spangler, condenado a seis anos, estavam todos
definhando na Ilha do Diabo americana, distante prisão militar em Dry
Tortugas, Flórida.
No dia 8 de fevereiro de 1869, o presidente Johnson perdoou Mudd, e
em seguida Arnold e Spangler. Eles haviam sobrevivido à caçada humana e
agora estavam livres. E, liberado do túmulo por ordem do presidente
transmitida no mesmo dia, estava o corpo de Mary Surratt. Sua filha Anna
mandou desenterrar do Velho Arsenal os restos mortais e deu-lhe um
sepultamento digno no dia seguinte no Cemitério do Monte Olivet, em
Washington.
Na cidade de Nova York, um homem acompanhava as notícias com
ávido interesse. Esperara pacientemente por esse dia, pois também ele
queria redimir um ente querido. O homem se sentou à sua mesa e começou
a redigir uma carta para o presidente.
N.Y., 10 de fevereiro de 1869
PARTICULAR.
Prezado Senhor,
Eu poderia pedir-lhe, por gentileza, que considerasse o pedido de
minha pobre mãe com relação aos restos mortais de seu filho?
O portador desta (sr. John Weaver) é o sacristão da IGREJA DE
CRISTO, em Baltimore, que tratará este assunto com o máximo sigilo
— e o senhor pode ter a certeza de que ninguém da minha família
deseja sua divulgação.
Incapacitado de ir a Washington, deleguei ao sr. Weaver — em
quem tenho a máxima confiança — e imploro que o senhor não
demore em mandar entregar o corpo aos seus cuidados.
Ele o manterá (guardado em câmara mortuária) até o momento em
que possamos remover outros membros de nossa família para o
CEMITÉRIO DE BALTIMORE, evitando assim qualquer percepção
especial do assunto.
Também existe (assim me informaram) um baú dele no National
Hotel — que uma vez solicitei mas não me foi dado — que, estando
sob o selo do Departamento da Guerra, pode conter relíquias do pobre
rapaz desorientado, que seriam preciosas para sua desgostosa mãe e
não teriam uso para mais ninguém. Sua Excelência diminuiria
enormemente o fardo do pesar que aproxima minha Mãe do túmulo se
desse ordens imediatas para que os restos mortais de John Wilkes
Booth fossem entregues em segurança para o sr. Weaver.
Edwin Booth
Cinco dias depois, Andrew Johnson ordenou ao Departamento da
Guerra, que já não era mais domínio do todo-poderoso Edwin Stanton, que
entregasse o corpo do assassino de Lincoln à família. Uma agência
funerária de Washington, Harvey & Marr, recolheu os restos numa
carruagem e os levou para a cidade, percorrendo um conhecido beco que
dava num galpão aos fundos do estabelecimento. O sólido engradado de
madeira foi descarregado e levado para o interior. John Wilkes Booth teria
reconhecido o pequeno galpão, pois o mesmo já fora um estábulo, montado
para ele por um homem chamado Ned Spangler. Booth voltava ao Baptist
Alley, atrás do Teatro Ford, onde começara a caçada humana.
O Washington Evening Star deu destaque à deliciosa ironia: “É uma
estranha coincidência que os restos mortais de J. Wilkes Booth tenham sido
ontem depositados temporariamente no estábulo, situado aos fundos do
Teatro Ford, onde ele guardou seu cavalo, e de frente para o beco pelo qual
ele escapuliu na noite em que assassinou o presidente Lincoln. Os restos
foram depositados no estábulo pelo agente funerário... para enganar a
multidão que cercara sua loja na rua F querendo satisfazer a curiosidade de
ver o corpo.”
Edwin Booth tirou o irmão rapidamente dali e o mandou para
Baltimore, onde os restos permaneceram exatos quatro meses numa câmara
mortuária do Cemitério de Green Mount. Em 26 de junho de 1869, John
Wilkes Booth foi sepultado discretamente no jazigo da família em Green
Mount. Não há nenhuma lápide em seu túmulo. Ali ele jaz até hoje, tendo
seu epitáfio gravado não em pedra fria ou mármore mas no coração
misericordioso da irmã. As carinhosas memórias de Asia Booth para o
irmão se encerram com uma solene elegia:
“Mas, ainda que tenha morrido em vão, ele deu tudo de si na
terra, juventude, beleza, hombridade, um grande amor humano, a
certeza da excelência em sua profissão, um cérebro poderoso, a força
de um atleta, saúde e grande riqueza, por sua causa. Este homem foi
nobre em vida, arriscou sua alma imortal e foi corajoso na morte.
Seus restos ocultos já receberam sepultamento cristão e pessoas
anônimas jogaram flores em seu túmulo.
Desta arte o mundo avança.”
Epílogo
ASIA BOOTH DEU À LUZ GÊMEOS EM AGOSTO DE 1865. UM DELES ERA
menino, mas ela não teve coragem de dar-lhe o nome de John. Quando ele
cresceu, muita gente dizia que lembrava o notório tio. Asia continuou
casada com John Sleeper Clarice, que prosperou na Nova Inglaterra como
célebre comediante, mas não lhe deu uma vida feliz. “Ele vive no mistério e
no silêncio, pelo que sei”, reclamou Asia. “Leva uma vida libertária de
solteiro e faz o que quer.” Em 1879, ela escreveu para o irmão Edwin:
“Estou tão cansada dos ares de nobreza e da gélida indiferença, e tão
desgostosa com as inúmeras coisas falsas que ele me diz.” Lembrou-se do
aviso profético dado pelo irmão John antes do seu casamento: ela seria
apenas um degrau para Clarke. Agora que Clarke atingira a fama através
dos próprios esforços, Asia e seu nome maculado já não lhe serviam de
nada. “É impressionante o quanto ele me odeia — mãe de nove filhos —
mas eu sou uma Booth... e isso basta!”
Asia sabia guardar segredo, também. Sem que John Sleeper Clarke
soubesse, em 1874 ela começou a escrever um livro de memórias para
homenagear o irmão morto. Temendo que o marido queimasse os originais
se algum dia os encontrasse, entregou-os a amigos de confiança. O material
só foi publicado em 1938, cinquenta anos após sua morte e sessenta e
quatro depois de escrito. O irmão John assassinara Abraham Lincoln havia
setenta e quatro anos. Asia Booth Clarke morreu na Inglaterra em 16 de
maio de 1888, aos cinquenta e dois anos de idade. Ela queria ter voltado
para ficar novamente com a família na América. Em Io de junho, foi
enterrada no Cemitério Green Mount, em Baltimore, e descansa no jazigo
da família Booth, perto do irmão John.
CLARA HARRIS E HENRY RATHBONE SE CASARAM EM 1867, TIVERAM TRÊS
filhos e se mudaram para Hanover, Alemanha. Ninguém jamais culpou
Rathbone pela noite no Teatro Ford. Ele era um convidado social, não o
segurança de Lincoln. Não tinha a incumbência de proteger o presidente. E
não viu Booth até o momento seguinte àquele em que o ator disparou a
pistola. Ainda assim, era um oficial do exército. E estava no camarote.
Felizmente para ele, não se espalhou a notícia do pedido feito ao dr. Leale
para que tratasse do seu ferimento antes do de Lincoln. Nem ninguém
sugeriu que ele não tivesse lutado com tanto afinco quanto o sargento
Robinson ou os filhos de Seward. George Robinson se submeteu diversas
vezes às agruras da faca de Powell e o sargento não abandonou seu paciente
mesmo depois do ataque mortal de Powell. Rathbone, ao contrário, se
encolheu ao primeiro contato com a lâmina vingadora de Booth. Talvez
devesse ter feito Booth feri-lo novamente.
Clara estaria melhor se John Wilkes Booth tivesse esfaqueado seu noivo
outra vez, matando-o no Teatro Ford em 14 de abril de 1865. Se Booth lhe
tivesse sido útil naquela noite, ela teria sobrevivido na noite de 23 de
dezembro, dezoito anos depois, em 1883, quando Henry, depois de
comportar-se muito estranhamente e de ter ameaçado as crianças, matou-a
na sua própria casa. Numa bizarra alusão ao crime de Booth, Henry
escolheu as mesmas armas do assassino — a pistola e a faca. Rathbone deu
um tiro na esposa e depois matou-a a facadas. Em seguida, tentou cometer
suicídio com a mesma lâmina. Foi um crime brutal e horrendo que remeteu
à tétrica cena no camarote do presidente. Mas desta vez o vestido de Clara
ficou encharcado não com o sangue de Henry mas com o seu próprio.
Henry jamais voltou à América e passou o resto de seus dias num hospício
na Alemanha.
A VIDA DE BOSTON CORBETT SE DESENROLOU DA FORMA MAIS ESTRANHA
que se pudesse esperar. Sua fama durou uma temporada, chegando ao
clímax quando ele apareceu numa matéria de primeira página no Frank
Leslie’s e por ocasião da sua presença como testemunha no julgamento da
conspiração. A enxurrada de cartas dos fãs diminuiu até que passaram a vir
pingadas e depois acabaram. Os fotógrafos não mais imploravam para tirar
sua foto. Em 9 de setembro de 1865, ele escreveu a Edward Doherty sobre
sua parte da recompensa, buscando aconselhar-se quanto à melhor forma de
ver atendida sua reivindicação: deveria contratar o advogado de Doherty ou
procurar outro por conta própria? Em 9 de setembro de 1866, o Tesouro dos
EUA emitiu-lhe uma ordem de pagamento de US$ 1.653,84. Corbett largou
o exército, mudou-se para o oeste e arranjou um emprego de assistente de
portaria na Câmara dos Deputados do Kansas. Essa sinecura acabou em
1887, no dia em que ele sacou um revólver e fez o legislativo de refém.
Confinado a um sanatório em Topeka, escapou em 1888 e daí se perdeu no
mundo. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu com ele. Talvez tenha
terminado seus dias pregando contra “as armadilhas do maligno”.
THOMAS A. JONES GUARDOU POR DEZOITO ANOS O SEGREDO DO BOSQUE DE
pinheiros e a travessia de Booth pelo rio, até que em 1883 revelou a história
para George Alfred Townsend. Mais tarde, Jones escreveu um livro sobre
suas aventuras: /. Wilkes Booth. An Account of His Sojourn in Southern
Maryland after the Assassination of Abraham Lincoln, his Passage Across
the Potomac, and his death in Virginia. By Thomas A. Jones. The only
living man who can tell the story. (J. Wilkes Booth. Um relato de sua
passagem pelo sul de Maryland após o assassinato de Abraham Lincoln, a
travessia do Potomac e a morte na Virginia. Por Thomas A. Jones. O único
homem vivo que pode contar a história.) Em 1893, ele viajou para Chicago,
no norte, com a intenção de mandar publicar lá os originais numa gráfica
local e montou um estande para vender livros na Exposição Mundial da
Columbia. Diz a lenda que veteranos da União atacaram o local e
destruíram seu estoque. O livrinho, atualmente raro, continua sendo um
inestimável relato em primeira mão da caçada.
Numa estranha reviravolta, Jones tornou-se comerciante amador de
memorabilia do assassinato de Lincoln, vasculhando toda a cidade de
Washington e suas redondezas atrás de objetos cobiçados para fornecer a
colecionadores. Vinte e cinco anos após o assassinato, ele informou a um
cliente que não se encontravam mais os pôsteres das recompensas e que não
se conseguia um cartaz do Nosso primo americano no Teatro Ford em 14 de
abril por menos de cem dólares. Jones traficava fotos da Estalagem Petersen
e da hospedaria de Mary Surratt, e ofereceu-se para localizar fotos de
Boston Corbett. “Eu tive um trabalhão para conseguir essas fotografias”,
Jones disse para um dos seus colecionadores. “Você pode revirar
Washington de cabeça para baixo durante seis meses e não encontrar as
fotografias que vai conseguir comigo.” Jones tentou até rastrear seu velho e
surrado esquife, aquele que havia transportado Booth e Herold para a outra
margem do Potomac. Essa relíquia seria um prêmio sensacional para
qualquer colecionador. A busca acabou revelando mais fotografias raras.
“Quando estava procurando pela cidade para ver se encontrava alguma
coisa sobre o barco que Booth usou na travessia”, Jones explicou, ele
encontrou um soldado que lhe disse que, “indo até uma certa casa”, no
velho arsenal, seria possível fazer uma descoberta interessante — quatro
fotografias que Gardner tirou do enforcamento. “A casa onde o presidente
morreu ainda é a mesma da época”, Jones informou a um cliente, exceto
pela placa de Oldroyd na entrada. Thomas Jones morreu em março de 1895.
Estava com 74 anos de idade.
OUTROS SOBREVIVENTES DA CAÇADA HUMANA TAMBÉM COMERCIALIZARAM
suas lembranças. Em 1867, o coronel Lafayette C. Baker publicou um livro,
agora envelhecido e esquecido, History of the United States Secret Service
(História do Serviço Secreto dos Estados Unidos), que era qualquer coisa
menos uma história verdadeira. Baker exagerou a própria importância, não
apenas na perseguição a Booth como também em toda a Guerra de
Secessão. Ele morreu em 1868.
Seu primo Luther Byron Baker sobreviveu a ele e, em fins da década de
1880, passou a dar palestras, tornando-se o mais bem-sucedido
empreendedor pós-assassinato. Contando com o apoio de um agente
profissional, uma variedade de cartazes e um folheto promocional de quatro
páginas repleto de testemunhos de clientes satisfeitos, Baker fez dúzias de
palestras pagas nos oito anos em que viveu nesse circuito até sua morte em
maio de 1896, aos 66 anos.
Em suas apresentações, vendia um suvenir de peso: uma fotografia
destacando ele próprio montado em seu cavalo, Buckskin, com imagens de
Booth, Corbett e Lincoln montadas ao redor, tudo em papel fotográfico
assentado sobre base de cartolina num formato grande, de l,92m por 2,28m.
Uma etiqueta colada no verso, escrita sob a “ótica” de Buckskin, descrevia
a participação do cavalo na caçada humana. Uma nota conclusiva,
autografada por Baker, homologava a história do animal. Foi uma das
quinquilharias mais atraentes que forjaram do assassinato de Lincoln. A
morte não encerrou a carreira de Buckskin como acompanhante nas
palestras de Baker. Um estudante de taxidermia na Faculdade Agrícola do
Estado de Michigan o empalhou e o venerável caçador de gente subia ao
palco nas palestras de Baker e participava, ainda que mudo, como
inesquecível objeto de cena.
JOHN H. SURRATT JR. ENVEREDOU POR UMA CARREIRA DE PALESTRANTE DE
menos sucesso. Em 1870, cinco anos após o assassinato — e o
enforcamento de sua mãe — e apenas três anos após o próprio julgamento,
Surratt tentou explorar sua história no circuito das palestras.
Tinha algo certamente impressionante a contar. Depois do enforcamento
da mãe, John Surratt resolveu que escapar para a Europa lhe oferecia as
melhores chances de sobrevivência. Em setembro, foi de St. Liboire para
Montreal, chegou ao Quebec e pegou um navio para Liverpool,
prosseguindo ainda até Roma onde, sob o nome de “John Watson”, juntou-
se aos zuavos, dos coloridos uniformes, ao exército dos Estados Papais.
Surratt se mesclou bem a esse ambiente católico e se sentiu em segurança
fora do alcance dos caçadores. Porém, em abril de 1866, por volta do
primeiro aniversário do assassinato de Lincoln, um colega zuavo o
reconheceu e o delatou. O conspirador de Booth foi preso em Verdi no dia 7
de novembro. Ele escapou da prisão de Velletri no dia seguinte. Enquanto
caminhava escoltado pela guarda ao longo de um terraço, Surratt olhou para
o precipício abaixo. Viu rochas pontiagudas a uns quinze ou vinte metros,
mas, depois delas, uma escarpa íngreme. Antes que a sua escolta o pudesse
pegar, Surratt, numa fuga digna de John Wilkes Booth, segurou na
balaustrada, deu um salto por cima dela e caiu no rochedo. Para sua sorte,
não se machucou. As rochas onde ele foi bater eram a área de despejo dos
dejetos da prisão e havia ali uma montanha imensa de excremento humano
e lixo que lhe acolchoou a queda.
Surratt fugiu dos Estados Papais e cruzou para o Reino da Itália.
Prosseguindo até Nápoles e fazendo-se passar por cidadão canadense, ele
convenceu o cônsul britânico a conseguir-lhe passagem num vapor que
rumava para Alexandria, no Egito. Porém, quando desembarcou em 23 de
novembro de 1866, havia autoridades americanas à sua espera. Ele foi preso
e enviado de volta para o seu país num navio de guerra da Marinha dos
EUA. John Surratt desembarcou no Estaleiro Naval de Washington em 19
de fevereiro de 1867 e foi imediatamente preso. Seu julgamento num
tribunal civil, e não no tribunal militar que condenara sua mãe, durou de
junho a agosto daquele mesmo ano. O júri não conseguiu chegar a um
veredicto e ele foi solto. Tornou a ser acusado em 1868, mas em novembro
as acusações foram consideradas improcedentes. John Surratt era um
homem livre. Sua mãe estava morta, ele fora exposto como líder de uma
trama para sequestrar o presidente Lincoln e acabara ganhando a reputação
de covarde que abandonara a mãe à própria sorte. Mas, pelo menos, estava
vivo. Se tivesse sido capturado em 1865 e julgado por um tribunal militar,
teria sido condenado e provavelmente executado.
Depois da facada de Powell.
Surratt juntou coragem para falar, foi a Rockville, Maryland, e, em 6 de
dezembro de 1870, fez sua primeira aparição pública capitalizando em cima
de sua amizade com John Wilkes Booth e seu envolvimento na trama do
sequestro. Surratt teve a audácia de dar uma palestra na Cooper Union, em
Nova York, lugar do triunfal comício de Abraham Lincoln em fevereiro de
1860 que o levou à presidência. Encorajado, ele resolveu voltar à cena do
crime — Washington. Mandou imprimir cartazes grandes, bem desenhados,
para anunciar sua presença no Odd Fellows Hall na rua 7, acima da D, em
30 de dezembro de 1870. A estalagem de sua mãe e o Teatro Ford ficavam a
poucos quarteirões dali. Mas ele se antecipara. Os cidadãos reclamaram e,
apesar de Surratt ostentar em seus cartazes que iria dar a palestra “mesmo
que sejam dados avisos em contrário”, o evento foi cancelado. Um repórter
o encontrou escondido num quarto de hotel. John Surratt jamais tornou às
palestras. Último sobrevivente dos conspiradores de Booth, ele morreu em
abril de 1916.
O SECRETÁRIO DE ESTADO WlLLIAM SEWARD E SEUS FILHOS SOBREVIVERAM
aos ferimentos. Até o fim da vida, William Seward preferiu virar o lado do
rosto com a cicatriz para longe das câmeras e posar de perfil. Um raro
retrato frontal revela a marca terrível de Lewis Powell que lhe desfigurou as
feições. Frederick recuperou a razão depois do sério ferimento na cabeça e
viveu mais cinquenta anos. Numa tragédia familiar, porém, a morte logo
veio reclamar as mulheres da família Seward. Em junho de 1865, Frances
morreu, aos 59 anos de idade. Sua constituição fraca sucumbiu ao
estressante atentado. Mas, pelo menos, William Seward estava preparado
para a morte da esposa. No ano seguinte, ele enfrentou uma perda
alucinante. Sua corajosa filha, Fanny, que destemidamente desafiara Lewis
Powell naquela horrorosa noite sangrenta, deixou o mundo em 29 de
outubro de 1866. Seward referiu-se à morte da filha como “seu grande e
indizível pesar”. O falecimento dela, escreveu ele, deixou seus sonhos de
futuro “partidos e destruídos para sempre”. Fanny tinha 21 anos de idade.
Teria sido uma escritora maravilhosa.
SAMUEL ARNOLD VIVEU TEMPO SUFICIENTE PARA ESCREVER UM LIVRO DE
memórias e o jornal Baltimore American fez dos originais uma série em
1902. A essa altura, ele era o único réu vivo do julgamento da conspiração
para o assassinato de Lincoln em 1865 e o único que escrevera um relato
completo da trama de Booth para o sequestro. Também foi o único que
viveu o suficiente para ver o novo século. Ele morreu em Io de setembro de
1906 e juntou-se a John Wilkes Booth e Michael O’Laughlen no Cemitério
de Green Mount.
O DR. MUDD VOLTOU PARA SUA FAZENDA EM 1869, FELIZ POR SE VER LIVRE
dos guardas negros que ele tanto desprezava na prisão. Pouco tempo depois,
Ned Spangler foi até lá e o médico o acolheu até a morte daquele em 7 de
fevereiro de 1875. Samuel Mudd veio a falecer em 1883. Antes de morrer,
confessou a Samuel Cox Jr. a verdade sobre a noite de 14 de abril de 1865:
Mudd admitiu saber o tempo todo que o forasteiro ferido à sua porta era
John Wilkes Booth. Depois da morte do médico, um de seus advogados
confirmou isso. Em 1906, a filha de Samuel Mudd publicou uma coleção de
suas cartas e, em 1936, um filme de longa-metragem de Hollywood, The
Prisoner of Shark Island (“O prisioneiro da ilha do tubarão”), mostrava
Mudd como um inocente médico do interior obedecendo ao juramento de
Hipócrates, enganado pelo assassino de Lincoln. Essa imagem falsa se
fixou no imaginário popular e, até o presente, muitos americanos ainda
acreditam no mito que o dr. Mudd e seus descendentes se esforçaram tanto
durante mais de um século para perpetuar.
EDWIN M. STANTON MORREU EM 1869, o MESMO ANO EM QUE JOHN
WILKES Booth escapou do túmulo secreto ao qual o Secretário da Guerra de
Lincoln o condenara. Após a caçada humana e o julgamento da
conspiração, a carreira de Stanton foi eclipsada pela polêmica presidência
de Johnson, que acabou sofrendo um processo de impeachment. Quando
Johnson tentou demiti-lo, Stanton se recusou a entregar o escritório no
Departamento da Guerra. O general Grant assumiu a presidência em 1869 e,
em dezembro, indicou Stanton para desembargador na Corte Suprema dos
EUA. Mas o braço direito de Lincoln morreu antes do fim daquele mesmo
mês sem chegar a assumir o cargo.
Stanton viveu o suficiente para ver grande parte do trabalho da caçada
humana ser desfeito. A simpatia pública por Mary Surratt florescia; ele foi
acusado de esconder e mexer no diário de Booth e o Congresso o
investigou; ele viu Booth, Surratt, Powell, Herold, Atzerodt e O’Laughlen
emergirem de seus túmulos; viu os três sobreviventes Mudd, Arnold e
Spangler serem perdoados; e viu o fugitivo John Surratt Jr., que escapara de
suas mãos em abril de 1865, ser capturado, julgado e libertado. Talvez tenha
sido melhor Stanton não ter visto Surratt ousar vir a público se gabando de
sua participação no grande crime e tentando tirar lucro com o assassinato do
comandante-em-chefe — e amigo — de Stanton.
A morte súbita de Stanton — ele tinha apenas 55 anos — abalou Robert
Lincoln e o fez voltar quatro anos, ao quarto dos fundos na Estalagem
Petersen. Assim que recebeu a triste notícia, Robert enviou uma carta ao
filho de Stanton; “Eu sei que é inútil dizer qualquer coisa... ainda assim,
quando me lembro da ternura do seu pai comigo, quando o meu jazia morto
e eu estava absolutamente desesperado, praticamente incapaz de me dar
conta da verdade, sou tão incapaz agora de evitar que se encham de
lágrimas os meus olhos quanto ele foi na ocasião.” Edwin Stanton foi
enterrado no Cemitério de Oak Hill em Georgetown, não muito longe da
capela de pedra onde Abraham Lincoln mandara rezar uma pequena missa
no funeral do seu filho Willie. Poucas pessoas visitam seu túmulo. Quem
passa de carro pela rua R pode ver o obelisco branco castigado pelas
intempéries, poucos metros atrás da formidável cerca de ferro espigada que
serve de sentinela ao seu descanso.
UM SÉCULO DEPOIS, NOUTRO CEMITÉRIO, ANTIQUÁRIOS EQUIVOCADOS
sepultaram os restos mortais de Lewis Powell com honrarias. Seu corpo
havia desaparecido muito tempo antes. Desenterrado do velho arsenal em
1869, Powell recebeu sepultamento no Cemitério de Holmead, em
Washington. Em breve esse sepulcro deixaria de existir e o cadáver de
Powell, ou pelo menos assim pensaram, se perdeu. De fato, seu corpo, ou
uma parte dele, foi temporariamente para o Museu de Medicina do Exército
e acabou nas coleções antropológicas do Instituto Smithsoniano. Em 1993,
alguém descobriu sua cabeça ainda caprichosamente etiquetada no museu
nacional. Os simpatizantes de Powell conseguiram a posse do crânio,
transportaram-no para sua terra natal, a Flórida, encerraram-no num caixão
miniatura e o sepultaram no dia 11 de novembro — Dia dos Veteranos —
de 1994. O esqueleto decapitado de Powell jamais foi encontrado e seus
ossos estão a se desintegrar em algum túmulo desconhecido — ou talvez
nas galerias labirínticas de armazenagem do Smithsoniano. E assim repousa
o violento perpetrador do ataque a Seward, se não em paz, então aos
pedaços.
HOJE, VAI-SE DE WASHINGTON ATÉ LÁ DE CARRO EM POUCAS HORAS. HÁ
vários marcos indicando o caminho: uma casa de alvenaria construída em
série antes da guerra no meio da Chinatown de Washington; uma taverna de
beira de estrada da era da Guerra de Secessão em Clinton, Maryland; uma
modesta casa de fazenda quase totalmente oculta da vista de quem passa
pelo interior do estado; um hotel antigo em Bryantown, Maryland; várias
casas que não se destacam entre si no interior da Virginia; sarrafos de
revestimento com um século e meio de existência recobertos por tapumes
de alumínio barato. Quando se chega na fazenda dos Garrett, não há muito
o que ver. Da densa floresta, sobrevivem umas poucas árvores espalhadas.
A casa da fazenda, que dava frente para o paiol de tabaco onde tudo
aconteceu, há muito se acabou com o tempo e o abandono. Caçadores de
relíquias, qual gafanhotos num trigal, levaram até o último fragmento de
tábua que o tempo não destruiu. Houve até quem usasse pás para cavoucar
o local onde ficava o paiol na esperança de desenterrar pedaços de madeira
calcinada.
Quem vai lá no verão, quando o capim está alto, mal consegue enxergar
o cano de ferro e a placa de confecção caseira que alguém cravou no solo
do terreno para marcar o lugar onde ficava a casa da fazenda. Mas quem vai
na primavera, talvez em 26 de abril, no aniversário, vê — o local, onde, no
meio da noite, a caçada ao assassino de Lincoln chegou ao fim.
O local onde ela começou ainda está lá em Washington, destacando-se
na rua 10. Após o assassinato, o Teatro Ford sobreviveu a incêndio
criminoso, abandono e desastre. Stanton jurou que o lugar do assassinato de
Lincoln jamais tornaria a servir para o riso e o entretenimento público. Ele
cercou de guardas o teatro, mandou fechá-lo e manteve John T. Ford detido
na prisão do prédio do antigo Capitólio por trinta e nove dias. Alguns
secretários do gabinete presidencial se opuseram ao confisco, mas Stanton
não arredou pé: aquela “casa horrível” nunca mais tornará a ser aberta.
Outros concordaram — houve pelo menos duas tentativas de incendiá-la. E
o Army and Navy Journal veiculou a voz de muita gente no elogio à
determinação de Stanton. Se Ford “não teve, por conta própria, o bom-
senso de encerrar a sua função enquanto casa de diversão, ainda bem que
existe um homem em Washington competente e disposto o suficiente para
dar a instrução”. Mas, então, o governo afrouxou e, em 7 de julho de 1865
— dia em que Powell, Surratt, Herold e Atzerodt foram para a forca —, deu
o teatro de volta para Ford. Quando ele anunciou a intenção de reabri-lo, o
público ficou irado e o homem recebeu diversas ameaças. Uma das cartas
advertia: “Você não deve nem pensar em reabrir amanhã. Posso garantir-lhe
que isso não será tolerado. É necessário que a casa tenha outro uso daqui
para a frente. Aceite até cinquenta mil pela propriedade e construa outra,
que lhe dará um ótimo sustento, Mas não tente abri-la novamente.” A
ameaça anônima estava assinada por “um dos muitos determinados a evitar
que isso aconteça”.
Aquilo foi demais para Stanton. Ele tornou a confiscar o Teatro Ford em
nome da segurança pública. O governo decretou que o prédio não mais seria
uma casa de espetáculos e pagou US$ 28.500 a uma empreiteira para
estripar o interior da construção. Toda e qualquer lembrança do aspecto que
a casa tinha na noite de 14 de abril de 1865 — as luzes a gás, a decoração, o
mobiliário, o palco e o camarote do presidente — desapareceu, foi destruída
ou retirada dali. Em fins de novembro de 1865, pouco mais de sete meses
depois do assassinato, o outrora belíssimo teatro fora desfigurado de forma
tal que não podia ser reconhecido e foi relegado à função de insípido
edifício comercial com três andares de escritórios. A Repartição de
Cadastros e Pensões do Departamento da Guerra de Stanton se mudou para
lá e abarrotou o lugar de funcionários do governo e dezenas de milhares de
quilos de arquivos. Em 1866, o governo comprou o Teatro Ford de seu dono
por US$ 100.000. Em 1867, o andar de cima passou a alojar o Museu
Médico do Exército pelos vinte anos que se seguiram como se o lugar não
tivesse visto horror e morte suficientes. No dia 9 de junho de 1893, alguém
colocou uma folha de papel a mais ali dentro e a carga de toneladas de
documentos e demais equipamentos fez desmoronar toda a edificação,
matando esmagados vinte e dois funcionários e ferindo ou aleijando outros
sessenta e oito.
Restaurado na década de 1960 à glória de outrora, o Teatro Ford foi
resgatado na condição de museu e casa de espetáculos. A casa agora é
visitada novamente por presidentes, que vêm para as festas de gala anuais,
embora nenhum deles se sente no camarote presidencial. A restauração foi
feita como uma homenagem a Abraham Lincoln mas o teatro,
inevitavelmente, também se tornou um memorial ao assassino dele. O
tratamento arquitetônico foi dado de forma que a casa se pareça exatamente
ao que era na noite de 14 de abril de 1865. O camarote reservado às
autoridades está decorado de bandeiras e a gravura emoldurada de George
Washington que fica pendurada à sua frente é a mesma que testemunhou o
salto de Booth para o palco. É possível refazer os passos de Booth subindo
a escada circular, percorrendo o corredor até o camarote, entrando no
vestíbulo e ali recriar a visão que ele teve de Lincoln em sua cadeira de
balanço. O visitante também pode se sentar na plateia e, enquanto escuta a
palestra de um historiador do Serviço Nacional de Parques sobre o
assassinato, olhar para o camarote e imaginar Booth suspenso
momentaneamente no ar, no ápice de seu salto.
John Wilkes Booth teria adorado isso: Um museu inteiro — um dos
mais populares dos Estados Unidos — dedicado ao seu crime! “Eu devo ter
fama”, exortou uma vez a si mesmo, “fama.” E a tem, no Teatro Ford,
duradouro monumento onde ele está sempre no palco, sempre famoso. Sua
fama é de um tipo peculiar. Booth foi vilificado como ente maligno durante
a caçada humana. Os editoriais dos jornais, as cartas dos cidadãos, a
violência das multidões e o tratamento dado ao seu corpo são provas
suficientes disso. Sim, em algumas paragens havia quem detestasse Lincoln
e admirasse Booth, mas os devotos do culto “Nosso Brutus” não ousavam
expressar em público sua simpatia pelo assassino. Então, com o passar do
tempo, algo mudou. Booth veio a fazer parte do folclore americano e sua
imagem, outrora a de um maligno assassino de presidente, se transformou
na de um fascinante anti-herói — o assassino trágico, romântico,
equivocado e meditabundo. Booth não é aclamado pelo assassinato, mas, de
certa forma, ele foi perdoado. O que mais poderia explicar a presença de
grandes faixas nas ruas, decoradas com a fotografia do assassino pendurada
nos postes de luz ao longo da sua rota de fuga pela rua R, orientando os
turistas em direção ao Teatro Ford? Numa comparação, a exibição de faixas
de Lee Harvey Oswald em Dallas ou a de James Earl Ray em Memphis
seria obscena.
Asia Booth previu a trajetória de fama do irmão e tentou auxiliar o
movimento em seu livro secreto. Para ela, Abraham Lincoln e John Wilkes
Booth foram figuras trágicas equiparadas, destinadas a morrer e fazer surgir
uma transcendente cura entre o Norte e o Sul. Seu irmão “‘salvou o país de
um rei’, mas criou-lhe um mártir... Ele colocou o selo de grandeza numa
época da história e deu tudo que tinha para construir esse monumento
duradouro ao seu inimigo... O Sul vingou os males infligidos pelo Norte.
Uma vida indizivelmente preciosa foi sacrificada de forma tempestuosa
pelo que o seu possuidor mais considerava. A vida mais amada do Norte foi
loucamente eliminada no auge do triunfo. Que o sangue de ambos
concretize a indissolúvel união de nosso país”.
A lenda de John Wilkes Booth começou poucas semanas após a caçada
humana e sua morte na fazenda Garrett. Um pastor no Texas escreveu um
poema homenageando Booth. Em Nova York, 24 de maio de 1865, menos
de um mês depois da morte de Booth, uma editora anunciou o lançamento
do romance de Dion Haco The Assassinator (O assassino), primeiro relato
ficcional do assassino e da caçada humana. Com uma sábia mescla de fatos
tirados dos relatos nos jornais, de diálogos inventados e de cenas
fantasiosas, Haco sensacionalizou a vida de Booth e implicou a triste
suicida Ella Turner na trama contra Lincoln. Ella, “uma criatura impetuosa
e voluntariosa”, escreveu Haco, queria ter Booth como amante: “Minha
determinação é querer ter aquele homem.” A moça percebeu que o ator era
um homem de destino: “Ella viu que seus contundentes olhos pretos tinham
uma luz quase sobrenatural. Ele parecia penetrar a nebulosa visão do futuro
e ler nessas páginas o seu nome.” Os floreios de Haco levaram Booth,
inexoravelmente, ao clímax da caçada humana na fazenda Garrett: “diante
dele, um mar de chamas pronto para devorá-lo; além do túmulo, um mar
ainda maior de chamas a esperá-lo.” O romance se encerrava com detalhes
sensacionalistas da autópsia do assassino, provocando os leitores com
imagens fantásticas da mutilação do cadáver: “a cabeça e o coração
retirados para serem depositados no Museu Médico”, com o tronco sem
cabeça e sem coração “consignado aos cuidados de agentes secretos”. O
romance deixa a pobre Ella, sozinha e enlutada, agarrada à foto do amante-
assassino, “cobrindo-a de beijos”.
Antes do fim do ano, artistas celebravam o assassino de Lincoln com
um memorial em cera e quadros a óleo de tamanho heroico. Um pôster para
o “Panorama da Guerra segundo Terry!” anunciava “uma estupenda obra de
arte” que demonstrava “cenas estonteantes, terríveis e sangrentas” recém-
tiradas do “carnaval de traição” pelo aclamado artista H. L. Tyng, de
Boston. O anúncio prometia ao cliente uma série de quadros, cada qual com
2,10m de largura e algo entre 5 e 7 metros de altura. “Assassinato de
Lincoln! E o secretário Seward! Retrato em tamanho real de Booth, o
Assassino!” — tudo pela modesta tarifa de ingresso de 25 centavos de dólar
para adultos e 15 para crianças.
Outra exibição artística, “O Grande Museu do coronel Orr”, foi além
ainda do Panorama de Terry. “O Assassinato!” gritava a manchete de um
pôster anunciando um itinerante museu de cera do assassinato. O cartaz
alardeava que o autor, “Sig. Vanodi, maior escultor em cera vivo”, criara
figuras em tamanho real “do presidente Lincoln, da sra. Lincoln, do
secretário Seward, e de Booth e Payne, os Assassinos!” O exibidor dava um
alerta justo aos propensos clientes: “As figuras estão prontas — sob o toque
mágico do Artista, elas saltam para uma existência quase real... como se
estivessem vivas, são tão naturais e perfeitas que, quando olhamos para os
assassinos, estremecemos, como se novamente algum ato de crueldade
fosse acontecer.” Orr construiu uma réplica do camarote do presidente,
colocou os Lincoln de cera ali sentados e posicionou o assassino atrás deles:
“Booth”, prometia o pôster, “foi feito para preservar a atitude exata de
quando ele apontou a arma para a cabeça do presidente e disparou o tiro
assassino.” Outras cenas montadas com as figuras de cera retratavam a
captura de Herold e o momento do tiro em Booth.
A mitificação do assassino de Lincoln continuou nos anos seguintes.
Em 1868, Dunbar Hylton publicou um álbum de poemas com 108 páginas
sobre ele, The Prcesidicide (“O ‘Presidicida’”). No mesmo ano, em Nova
Orleans, uma editora lançou uma partitura musical em solidariedade — Our
Brutus (“Nosso Brutus”) — ornada com uma bela litografia de página
inteira do assassino. Logo surgiu um mito de que o homem morto na
fazenda dos Garrett não era John Wilkes Booth e que o ator havia escapado,
fugindo em seguida para o oeste dos Estados Unidos, onde vivia sob nome
falso. A verdade de que Booth havia morrido perto de Port Royal, na
Virginia, em 26 de abril de 1865, não conseguia suprimir as histórias
bizarras. Antes do fim do século XIX, vários homens já haviam alegado
serem Booth. Um advogado de nome Finis Bates alegou que o assassino era
seu cliente e, em 1903, publicou um livro bastante vendido chamado The
Escape and Suicide of John Wilkes Booth (A fuga e o suicídio de John
Wilkes Booth). Quando esse falso Booth morreu, pelas próprias mãos como
se dizia, sua múmia foi exibida anos a fio num parque de diversões
itinerante. Ela existe até hoje, escondida numa coleção particular. Em 1937,
uma mulher escreveu um livro absurdo alegando que Booth sobrevivera
àquela noite na fazenda Garrett, vivera uma vida secreta e tivera um filho.
A prova? Ora, a autora era a neta do assassino, claro.
O mito da sobrevivência de John Wilkes Booth, vagando pelo país,
evoca o destino tradicional dos amaldiçoados, de um espírito desgraçado
que não consegue encontrar descanso. Não há dúvida de que Booth foi o
homem que morreu na fazenda dos Garrett. Mas o assassino número um da
América, que levou o Pai Abraham no seu apogeu, que deixou enlutada
toda uma nação e nos roubou o resto da história, ainda nos assombra.
John Wilkes Booth não conseguiu o que queria. Sim, ele desfrutou de
um sucesso singular: matou Abraham Lincoln. Mas em todos os outros
aspectos, Booth foi um fracasso. Ele não prolongou a Guerra Civil, não
inspirou o Sul a continuar lutando, nem reverteu o veredicto do campo de
batalha, ou das eleições livres. Tampouco confundiu a emancipação,
ressuscitou a escravidão ou salvou a moribunda civilização do Velho Sul de
antes da guerra. Booth não conseguiu derrubar o governo federal
assassinando suas autoridades máximas. De fato, sequer conseguiu matar
dois dos três homens que marcara para morrer naquela “noite lamentável e
triste”. Não se tornou um herói americano, mas elevou Lincoln ao panteão
americano. E, no seu fracasso-mor, Booth não sobreviveu à caçada humana.
Sua missão não era suicida. Ele queria desesperadamente viver, escapar,
aproveitar a fama e a glória que tinha a certeza de alcançar. Conseguiu sua
fama, sim, ao preço da própria vida. Mas viveu o suficiente para reconhecer
seus fracassos e enfrentar a condenação pública do seu ato. Quando pulou
para o palco e gritou “Sic Semper Tyrannis”, deve ter achado que sua
imortalidade como patriota sulista estava selada. Mas suas últimas palavras
sobrevivem como seu verdadeiro epitáfio: “Inútil, inútil.”1
História do assassinato em figuras de cera.
Booth pode ter morrido na fazenda dos Garrett, mas daquele paiol em
chamas o espírito malévolo do assassino ascendeu para ficar pairando sobre
a terra durante mais de um século. Quando saqueadores noturnos usando
máscaras e roupões brancos se levantaram contra a Reconstrução, Booth
cavalgava junto a eles, murmurando “este país foi formado para o homem
branco, não para o homem negro”. Quando homens com cruzes pegando
fogo e laços de corda aterrorizaram gerações, o espírito de Booth estava por
perto, desdenhando o “sufrágio negro”. E quando um homem eloquente
subiu à varanda do Lorraine Motel no dia seguinte àquele em que proferiu
um dos maiores discursos de sua vida, Booth estava ali presente, querendo
vingança, resmungando que “[aquele] foi o último discurso que ele fez na
vida”.
Se Booth pudesse voltar hoje à cena de seu crime e visitar, conforme
fazem quase um milhão de americanos todo ano, o museu no subsolo do
Teatro Ford, ele poderia concluir, pelo que iria encontrar, que era
novamente o 14 de abril de 1865. Aqui ele encontraria, preservadas em
condição tão imaculada quanto no dia em que ali estivera pela última vez,
protegidas em vitrines à prova de balas e ambientes climatizados, as
valiosas relíquias do assassinato: A porta original do camarote do
presidente, com o orifício de espia ainda a atrair olhares curiosos; a haste de
madeira da estante de música que ele usou para travar a porta; seus
revólveres e faca; a carabina Spencer que ele e David Herold pegaram na
passagem corrida à meia-noite pela taverna dos Surratt; seu apito e chaves;
as fotografias de suas namoradas; e a notória agenda transformada em seu
diário de bolso, com as páginas ainda abertas como que a esperar uma
última anotação.
Quando os turistas que vêm aqui se maravilham com os implementos de
Booth para a violência e a morte — nenhum dos quais é mais popular do
que a pistola Deringer que matou o presidente Lincoln — eles em geral se
esquecem de uma relíquia mais emocionante. Poucos visitantes se abaixam
para olhar na vitrine uma pequena prateleira colocada bem perto do chão e
examinar um prosaico objeto do cotidiano guardado em sua caixinha
forrada de veludo. Trata-se da bússola de bolso de Booth, mais evocativa de
sua fuga desesperada dos caçadores durante nove dias do que qualquer
outra relíquia que tenha ficado para a posteridade.
Esta é a bússola que o guiou durante os perigosos dias da fuga; que ele e
Thomas Jones protegeram e consultaram à luz de vela enquanto traçavam o
curso de Booth para a longa travessia nas águas negras do Potomac; que a
cada dia lhe dava esperança ao apontar o rumo Sul do seu destino final;
com a qual ele brincou no quintal dos Garrett para deleite das crianças; e
que os detetives saquearam de seus bolsos enquanto ele jazia moribundo na
fazenda dos Garrett. Hoje, quase um século e meio desde o início da grande
perseguição ao assassino de Lincoln, sua azulada agulha de aço ainda dança
em torno do eixo, apontando sempre para o Sul.
________________
1 Em inglês, os adjetivos não se diferenciam em gênero ou número;
portanto, useless se traduz tanto por “inútil” quanto por “inúteis”. (N. do T.)
O diário de John Wilkes Booth
Pântano de Zequiah e Nanjemoy Creek,
Condado de Charles, Maryland,
17 e 22 de abril de 1865
13 de abril 14 sexta-feira, Idos
Até o presente, nada se pensou em sacrifício pelos erros do nosso
país. Durante seis meses trabalhamos para capturar. Estando nossa
causa quase perdida, porém, é preciso fazer algo decisivo e grandioso.
Mas esse fracasso se deu por causa de outros que não atacaram, por
seu país, com o coração. Eu ataquei com ousadia, e não como dizem
os jornais. Caminhei com passo firme por entre milhares de amigos
dele, fui parado, mas prossegui. Havia um coronel ao lado dele. Gritei
Sic temper antes de atirar. Ao pular, quebrei a perna. Passei por todos
os piquetes dele, cavalguei cem quilômetros naquela noite, com o osso
da minha perna rasgando a minha carne a cada pulo. Jamais vou me
arrepender, embora detestemos matar:
O nosso país devia todos os seus problemas a ele, e Deus
simplesmente me fez o instrumento de sua punição. O país não é o que
foi. Esta União forçada não é o que eu já amei. Não me importo com o
que possa acontecer comigo. Não tenho desejo algum de viver mais
que o meu país. Nessa noite (antes do feito), escrevi um longo artigo e
o deixei para um dos Editores do National Intelligencer, em que
disserto sobre todas as razões que levaram aos nossos procedimentos.
Ele ou o Governo...
Sexta-feira 21 —
Depois de ser caçado como um cão através de pântanos e matas, e
de ser perseguido ontem à noite por canhoneiras até ser forçado a
voltar molhado, faminto e com frio, tendo todos contra mim, aqui
estou em desespero. E por quê; por fazer aquilo que rendeu a Brutus
honrarias, aquilo que fez de Tell um Herói. Contudo, eu, por derrubar
um tirano maior do que eles poderiam sonhar, sou visto como um reles
cortador de gargantas. Meu ato foi mais puro que o de qualquer um
deles. Um esperava a grandeza pessoal. O outro tinha a revidar não
apenas os erros cometidos contra o seu país como também contra si
próprio. Eu não estava atrás de ganho algum. Não tinha o que
reclamar para mim. Agi por meu país, apenas isso. Um país se remoía
sob essa tirania e rezava pelo seu fim. Contudo, agora, vejam a mão
fria que me estendem. Deus não poderá me perdoar se o que fiz foi
errado. Mas não vejo erro,a não ser o de servir a um povo aviltado. O
pouco, muito pouco que deixei para trás com o fito de limpar meu
nome, o Governo não permite imprimir. E assim termina tudo. Por
meu país, abri mão de tudo o que torna a vida doce e sagrada, joguei
minha família na miséria e tenho certeza de que não há perdão para
mim no Céu quando os homens assim me condenam. Eu ouvi dizer o
que foi feito (exceto o que fiz eu mesmo) e isso me deixa horrorizado.
Que Deus me perdoe, e abençoe minha mãe. Hoje à noite vou tentar
cruzar o rio novamente, embora tenha um grande desejo e esteja
quase decidido a voltar a Washington para em grande medida limpar
meu nome, o que acho ser capaz de fazer. Não me arrependo do golpe
que desferi. Talvez diante de Deus, mas não diante do homem.
Acho que fiz bem, embora esteja abandonado, com a maldição de
Caim pairando sobre mim, quando, se o mundo conhecesse o que se
passa no meu coração, aquele golpe teria me tornado grandioso,
embora eu não deseje grandiosidade.
Hoje à noite tentarei fugir desses cães sanguinários novamente.
Quem, quem é capaz de ler o seu destino, o de Deus será cumprido.
Tenho a alma grandiosa demais para morrer como criminoso. Oh,
que ele me livre disso e me deixe morrer com bravura!
Abençoo o mundo inteiro. Jamais odiei ou fiz mal a ninguém. Este
último feito não foi um erro, a menos que Deus assim o considere. E
cabe a ele amaldiçoar-me ou abençoar-me. E por este bravo rapaz que
está comigo e reza sempre (sim, antes e desde então) com o coração
honesto e sincero, teria sido um crime o dele, e se foi, porque ele pode
rezar igual eu não quero derramar uma gota de sangue, mas hei de
“aguentar o ataque”. É tudo o que me resta.
Agradecimentos
AGRADEÇO AOS PIONEIROS, GEORGE ALFRED TOWNSEND (1841-1914),
Osborn H. Oldroyd (1842-1930) e James O. Hall — este, já com mais de
noventa anos, continua sendo uma inspiração. Todos os outros estudiosos
do assassinato de Lincoln devem se apoiar na obra deles. Townsend,
Oldroyd e Hall percorreram os caminhos de Booth, fizeram as perguntas,
coletaram documentos e perseguiram o desconhecido. Os demais
caminhamos sobre suas pegadas, e essas trilhas abrangem várias gerações,
conduzindo, numa linha ininterrupta, à noite em que Abraham Lincoln foi
morto. Devo agradecimentos especiais ao sr. Hall pelo dia memorável em
sua casa, quando ele compartilhou parte do conhecimento que dedicara a
vida inteira a adquirir.
De carinhosas lembranças, agradeço ao falecido Michael Maione,
historiador do Serviço Nacional de Parques no Teatro Ford — que, pelo que
eu saiba, jamais apareceu em lugar algum sem o uniforme —, pelas
conversas memoráveis e pelos bons conselhos. Mike era um modelo de
historiador público e todos que o viram em ação no Teatro Ford, passeando
em frente ao palco, ministrando com seu vozeirão a famosa palestra sobre o
assassinato, o viram dando o melhor de si. Uma vez, chamei a atenção de
Mike dizendo-lhe que ele estava assustando as crianças que vinham em
passeios de escola visitar o Teatro Ford todo verão.
— Pois — disse ele exultante —, assim elas se lembrarão de mim!
E se lembram, sim. E Michael, nós também. Foi “absolutamente cabível
e adequad[a]”, para tomar emprestada uma frase tirada dos comentários de
Lincoln em sua homenagem aos mortos de Gettysburg, a missa em memória
de Mike ter sido realizada no local que ele amava — o Teatro Ford.
Agradeço ao especialista da Biblioteca do Congresso Clark Evans pelos
dias tranquilos no salão de livros raros do Jefferson Building, quando ele
trazia os deliciosos tesouros de Lincoln, um depois do outro. Também
agradeço a John R. Sellers, especialista da parte histórica na divisão de
originais da Biblioteca do Congresso, por dicas sobre assassinato, por
conselhos muito úteis sobre as publicações e por disponibilizar alguns dos
tesouros de Lincoln em seu domínio. No Arquivo Nacional, Michael
Musick foi guia indispensável para os complicados registros do assassinato
de Lincoln.
Dois bons amigos na comunidade Lincoln, Edward Steers Jr., o maior
historiador contemporâneo do assassinato, e Michael F. Bishop, diretor
executivo da Comissão do Bicentenário de Abraham Lincoln, leram de bom
grado e aprimoraram os originais. Michael Burlingame, estudioso de
Lincoln, editor e autor incomparável, está sempre disposto a compartilhar
sua pesquisa com colegas e respondeu de bom grado a todas as minhas
perguntas. Na Universidade de Chicago, David Bevington propiciou
vislumbres esclarecedores no uso que Booth fazia de Shakespeare.
Andréa E. Mays, crítica perspicaz da não-ficção histórica, leu e
comentou os originais a partir de sua ótica exclusiva. Ela revisou diversas
versões do livro e me salvou de cometer inúmeros erros e omissões
embaraçosas.
Agradeço também a Lisa Bertagnoli, jornalista, linguista e estudante da
cultura sulista, por ler o original, oferecer vários comentários valiosos e por
suas outras contribuições.
Mara Mills sugeriu que eu fizesse algo de útil com a biblioteca de
Lincoln que pegava poeira nas minhas prateleiras há anos: escrever um
livro!
James Nash, leitor atencioso da literatura da guerra da rebelião, trouxe
questões importantes à minha atenção. Agradeço também a James por uma
macabra noite de verão no centro de Washington, quando fomos à
estalagem de Mary Surratt para assistir, no 140° aniversário do
enforcamento, uma peça sobre o seu julgamento e execução.
Tenho uma dívida de gratidão com Joan Chaconas e Laurie Verge pelo
encorajamento, generosidade e amizade. Sua pesquisa e seus escritos, e
ainda seu papel na preservação da casa de campo de Mary Surratt,
colaboraram para o avanço material do conhecimento acerca do assassinato
de Lincoln. Sandra Walia, da Biblioteca de Pesquisa James O. Hall da
Sociedade Surratt, destrancou o baú do tesouro em arquivos ali guardados.
Fiquei impressionado quando, anos atrás, tomei conhecimento de um grupo
chamado Sociedade Surratt. Eu tinha assumido, incorretamente, tratar-se de
um grupo amador de apologistas do assassinato. Pelo contrário, tanto
equipe quanto membros da sociedade são estudiosos apaixonados em busca
da história objetiva.
Na magnífica casa de William H. Seward em Auburn, Nova York, o
diretor executivo Peter Wisbey forneceu fotografias assombrosas e
informações valiosas sobre Fanny e seu pai.
David Lovett, historiador extraordinário e bibliógrafo dos assassinatos
de Lincoln e Kennedy, forneceu livros e panfletos, praticamente
impossíveis de obter, que foram essenciais à minha pesquisa.
Karen Needles da divisão de Documentos sobre Rodas descobriu o até
então inédito cheque emitido como recompensa paga ao assassino de Booth,
Boston Corbett. Karen é uma pesquisadora infatigável que fez diversas
contribuições ao assunto Lincoln desencavando vários documentos
instigantes e pouco conhecidos no Arquivo Nacional, na Biblioteca do
Congresso e noutros lugares.
Agradeço aos meus amigos na Fundação do Patrimônio, Edwin Meese
III, Todd Gaziano e Paul Rosenzweig, por me darem um lar durante a maior
parte do tempo em que escrevi o livro. E agradeço também a Molly Stark
por me ajudar com o original e por resolver infindáveis mistérios dos
computadores.
Obrigado a Carol Cohen e Elizabeth Kreul-Starr por digitarem
rascunhos dos originais.
Theodore L. Jones e George A. Didden III me deram a chave de um
belíssimo porém assombroso sobrado do século XIX, grande o suficiente
para guardar alguns milhares de livros, documentos e jornais da Guerra
Civil.
Preciso agradecer a Harold Holzer, vice-presidente do Metropolitan
Museum [of Art] e um dos diretores da Comissão do Bicentenário de
Abraham Lincoln, pelo aprofundamento especializado e por sua
hospitalidade na cidade de Nova York, e a Frank Williams, presidente do
tribunal de justiça de Rhode Island e também membro da Comissão do
Bicentenário, por compartilhar seu enorme conhecimento e sua maravilhosa
biblioteca sobre Lincoln.
Valiosos conselhos sobre a maneira de pensar e contar esta história me
foram dados por Douglas H. Ginsburg, presidente do Tribunal de Recursos
dos Estados Unidos da Circunscrição do Distrito de Columbia, e pelo juiz J.
Harvie Wilkinson III do Tribunal de Recursos dos Estados Unidos da
Quarta Circunscrição.
Agradeço também aos amigos que me deram o prazer de me
acompanhar nos passeios anuais pelo centro de Washington nas noites do
aniversário do assassinato de Lincoln.
Agradeço especialmente a uma amiga sulista que, após insistir no
anonimato, revelou o hábito secreto de sua família: desde 15 de abril de
1866 — primeiro aniversário do assassinato — eles realizam seu próprio
cotilhão anual naquele dia para comemorar o assassinato de Abraham
Lincoln e homenagear seu Brutus. O ritual propiciou notável acesso à
maneira como alguns sulistas reagiram aos eventos de abril de 1865 — e
como alguns ainda se lembram deles.
Henry Ferris é um editor paciente e perceptivo que aprimorou o original
de inúmeras maneiras com refinada sensibilidade dramática e instinto
infalível para sugerir cenas-chave que avançaram a narrativa. Estou
convencido de que o fato de ser ele um descendente dos Booth influenciou
o rumo deste livro.
Agradeço também a Michael Morrison, da HarperCollins, e Lisa
Gallagher, da William Morrow, por seu forte apoio ao livro e pelo interesse
pessoal que demonstraram por mim.
Richard Abate, meu agente literário na International Creative
Management, me deu seu entusiasmo, seus vislumbres e sua amizade.
Richard leu vários rascunhos do original, transformou-se num especialista
do assunto e até veio a Washington explorar os locais do assassinato
comigo. Fez deste um livro melhor. Obrigado também aos meus outros
representantes da ICM, Ron Bernstein e Kate Lee.
Minha própria caçada a John Wilkes Booth começou quando minha avó
Elizabeth, veterana da legendária cena dos agora extintos jornais tabloides
de Chicago, deu para um menino de dez anos de idade um presente
incomum: uma gravura emoldurada da pistola Deringer de Booth, junto
com um recorte do Chicago Tribune de 15 de abril de 1865, detonando
assim a obsessão que levou a este livro.
O espírito animado de minha irmã Denise e seu gosto por contos
históricos bizarros me encorajaram desde o início. Ainda em tenra idade,
ela foi partícipe das minhas intenções literárias.
Finalmente, agradeço aos meus pais, Dianne e Lennart Swanson. Sem o
seu amor e apoio generoso ao longo de muitos anos, eu jamais conseguiria
escrever A caçada ao assassino de Lincoln, ou qualquer outra coisa.
James L. Swanson Washington, D.C., 10 de outubro de 2005
Bibliografia
NOTA SOBRE AS FONTES
A LITERATURA SOBRE O ASSASSINATO DE LINCOLN É VASTA
E EU NÃO finjo catalogá-la aqui. A bibliografia completa, que nenhum
estudioso jamais compilou, compreende vários milhares de livros e artigos.
Qualquer tentativa de citá-los todos, quando eu jamais poderia lê-los todos,
parece não servir a propósito algum e pouco uso teria para um leitor que
quisesse aprender mais. A bibliografia que segue está longe de ser
abrangente e é, com algumas exceções, pouco mais do que uma lista de
livros escolhidos nas estantes da minha própria biblioteca e daqueles que
consultei enquanto escrevia A caçada ao assassino de Lincoln. Usei meu
próprio bom-senso para escolher, e citar, as melhores fontes. Seguem-se as
poucas centenas de livros de que eu gostei mais, os quais achei mais úteis
ou supus que seriam os mais interessantes para leitores que possam usar A
caçada ao assassino de Lincoln como ponto de partida para suas próprias
perseguições a John Wilkes Booth. Para iniciar essa perseguição, então,
sugiro um punhado de títulos.
O melhor livro moderno sobre o assassinato de Lincoln é Blood on the
Moon: The Assassination of Abraham Lincoln [Sangue na lua: O
assassinato de Abraham Lincoln], de Edward Steers Jr. Em 1865, três
editoras publicaram as transcrições impressas dos testemunhos do
julgamento da conspiração. Atualmente, a única versão que continua no
prelo se encontra em The Trial: The Assassination of President Lincoln and
the Trial of the Conspirators [O julgamento: O assassinato do presidente
Lincoln e o julgamento dos conspiradores], editado por Edward Steers Jr.
Além de imprimir um fac-símile de todo o volume de Pitman contendo a
transcrição do processo, Steers incluiu ensaios sobre os conspiradores e o
tribunal militar escritos por ele próprio e pelos especialistas no assassinato
de Lincoln Joan Chaconas, Laurie Verge, Percy E. Martin, Terry Alford e
Burrus Carnahan. Com apenas esses dois livros, é possível obter uma
compreensão bastante abrangente das tramas contra Lincoln, dos eventos de
abril de 1865, do tribunal militar e da execução dos conspiradores.
Outra referência essencial é o Trial of John H. Surratt in the Criminal
Court for the District of Columbia [Julgamento de John H. Surratt no
Tribunal Criminal para o Distrito de Columbia], publicado em dois volumes
em 1867. Essa transcrição importante e fascinante inclui material que não
se encontra em nenhum outro lugar. Infelizmente, os volumes de Surratt
nunca foram reimpressos e só estão disponíveis na escassa e cara edição
original. A transcrição mais completa que já foi publicada do tribunal de
1865 é o volume triplo de Benjamin Perley Poore, The Conspiracy Trial for
the Murder of the President [O julgamento da conspiração para o
assassinato do presidente]. Esse conjunto foi reimpresso há alguns anos,
mas a edição em fac-símile, qual o original, é escassa.
As histórias mais bem ilustradas do assassinato são Twenty Days [Vinte
dias] de Dorothy Meserve Kunhardt e Philip B. Kunhardt Jr. e Lincoln’s
Assassins: Their Trial and Execution [Os assassinos de Lincoln: Seu
julgamento e execução] de James L. Swanson e Daniel R. Weinberg.
Aquele contém mais de trezentas fotografias em preto e branco de gente e
lugares ligados ao assassinato e ao funeral de Lincoln. Este contém mais de
duzentas e cinquenta chapas coloridas de raras imagens de época,
fotografias, pinturas, livros, relíquias, jornais, autógrafos e documentos
relacionados com o assassinato, a caçada humana, o julgamento e a
execução.
Entre as obras clássicas que tiveram sustentação estão The Death of
Lincoln [A morte de Lincoln] de Clara Laughlin, Myths After Lincoln
[Mitos depois de Lincoln] de Lloyd Lewis e The Great American Myth [O
grande mito americano] de George Bryan. O The Lincoln Murder
Conspiracies [As conspirações para o assassinato de Lincoln] de William
Hanchett é uma excelente historiografia de todo um século de alternativas
de teorias de conspiração. O Beware the People Weeping: Public Opinion
and the Assassination of Abraham Lincoln [Saibam que o povo chora:
Opinião pública e o assassinato de Abraham Lincoln] de Thomas Reed
Turner é um relato marcante do luto do povo americano por seu presidente
morto.
Dentre os relatos de época essenciais — e meus favoritos — encontram-
se The Life, Crime, and Capture of John Wilkes Booth [A vida, crime e
captura de John Wilkes Booth] de George Alfred Townsend publicado em
1865 poucas semanas após o término da caçada humana; Wilkes Booth,
livro de memórias de Thomas A. Jones publicado em 1893, em que ele
descreve como escondeu Booth e Herold no bosque de pinheiros e depois
os enviou na travessia do Potomac; e, claro, as incomparáveis lembranças
que Asia Booth Clarke tece de seu irmão, The Unlocked Book: A Memoir of
John Wilkes Booth by His Sister [O livro revelação: Memórias de John
Wilkes Booth por sua irmã], escrito em segredo e só publicado em 1938.
Todas as edições originais são escassas, mas foram reimpressas e não são
difíceis de obter, e aproveitar. A coletânea de obras de John Wilkes Booth,
por mais breve que seja por causa da destruição de muitas de suas cartas e
escritos pessoais durante o frenesi da caçada humana, continuou
indisponível por mais de um século até sua publicação em 1997 em “Right
or Wrong, God Judge Me”: The Writings of John Wilkes Booth [“Certo ou
errado, Deus que me julgue”: Os escritos de John Wilkes Booth], editado
por John Rhodehamel e Louise Taper.
As várias publicações da Sociedade Surratt, uma organização de
pesquisadores sérios e não de apologistas do assassinato, são incalculáveis
para quem estuda o crime de Booth, e dentre elas se encontram From War
Department Files: Statements Made by the Alleged Lincoln Conspirators
Under Examination, 1865 [Dos arquivos do Departamento da Guerra: Um
exame das declarações feitas pelos que teriam conspirado contra Lincoln];
In Pursuit of...: Continuing Research in the Field of the Lincoln
Assassination [Em busca de...: Pesquisa continuada no campo do
assassinato de Lincoln]; The Lincoln Assassination: From the Pages of the
Surratt Courier (1986-1999) [O assassinato de Lincoln: Das páginas do
correio Surratt], publicado em dois volumes; On the Way to Garrett’s Barn
[A caminho do paiol dos Garrett]; e Abraham Lincoln Assassination
Bibliography: A Compendium of Reference Materials [Bibliografia do
assassinato de Abraham Lincoln: Um compêndio de materiais de
referência], compilado por Blaine V. Houmes. Essa bibliografia, um livro
substancial por si só, é o mais completo guia já publicado na literatura sobre
o assassinato de Lincoln.
The Surratt Courier [O correio Surratt], a publicação mensal da
Sociedade Surratt, e o Journal of the Lincoln Assassination [Revista do
assassinato de Lincoln] publicada três vezes ao ano por Lrederick Hatch,
contêm valiosos artigos, resenhas de livros e notícias.
Finalmente, dois livros recentes sobre o assassinato de Lincoln,
American Brutus: The Lincoln Assassination Conspiracies [Brutus
americano: As conspirações para o assassinato de Lincoln], de Michael
Kauffman, e The Darkest Dawn: Lincoln, Booth, and the Great American
Tragedy [A mais escura alvorada: Lincoln, Booth e a grande tragédia
americana], de Thomas Goodrich, são compilações maravilhosamente
amplas de informação sobre o assassinato.
Além das fontes impressas coletadas neste ensaio e na bibliografia que
se segue, os escritos originais do Departamento da Guerra e de outros
órgãos do governo ligados à investigação do assassinato de Lincoln, da
caçada humana, do julgamento dos conspiradores e da distribuição das
recompensas formam uma coleção essencial. Infelizmente, esta, que
repousa no Arquivo Nacional, nunca foi publicada. Muitos dos documentos
estão disponíveis em microfilme. As fontes mais importantes — registros
do Escritório do Comissário Geral das Forças Armadas — estão no Grupo
de Registro 153 e trazem o nome “Investigation and Trial Papers Relating
to the Assassination of President Lincoln” [Documentos da investigação e
julgamento relacionados com o assassinato do presidente Lincoln]. Entre os
historiadores, são mais comumente conhecidos como o “Lincoln
Assassination Suspects File” [Arquivo dos suspeitos do assassinato de
Lincoln]. Eles estão disponíveis em dezesseis rolos de microfilme
chamados Microcopy-599, ou M-599. Outra importante coleção de
documentos, primordialmente relativa a várias requisições de parcelas do
dinheiro da recompensa, está guardada no Grupo de Registros 94, registros
do Escritório do Subchefe da Iª Seção do Estado-Maior. Esses materiais
estão disponíveis em quatro rolos de microfilme chamados Microcopy-619,
ou M-619, nos rolos de número 455 até o 458. Para a conveniência dos
leitores que não dispõem de leitoras de microfilme ou não querem gastar
centenas de dólares em vinte e poucos rolos de microfilme, ao longo das
notas dos capítulos eu citei obras em que os documentos microfilmados
foram reimpressos para facilitar referências.
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Scape of John Wilkes Booth. Impressão particular, 1944.
Notas
PRÓLOGO
O melhor relato do Dia da Posse, 1865, intitula-se Lincoln's
Greatest Speech: The Second Inaugural (“O maior discurso de Lincoln:
o da segunda posse”), de Ronald C. White Jr. (Nova York: Simon 8c
Schuster, 2002). Relatos que descrevem muito bem os eventos do dia
foram publicados em jornais de Washington, inclusive aqueles que eu
considero os melhores “jornais de fatos” — o Evening Star, o Daily
Morning Chronicle e o National Intelligencer. As quatro melhores
biografias de Lincoln também cobrem o evento de forma breve. Queira
ver Lincoln (Nova York: Simon 8c Schuster, 1995), de David Donald,
páginas 565-568; With Malice Towards None: The Life of Abraham
Lincoln (“Sem malícia contra ninguém: A vida de Abraham Lincoln”),
de Stephen B. Oates (Nova York: Harper 8c Row, 1977), páginas 410-
412; Abraham Lincoln, de Benjamin P. Thomas (Nova York: Knopf,
1952), páginas 503-504; e Abraham Lincoln: The War Years
(“Abraham Lincoln: Os anos da guerra”), de Carl Sandburg (Nova
York: Harcourt Brace 8c Co., 1939), volume 4, páginas 85-99. Alguns
críticos podem questionar a inclusão da obra-prima de Sandburg sobre
Lincoln, com seis volumes, The Prairie Years (“Os anos da pradaria”)
(em dois volumes) e The War Years (“Os anos da guerra”) (em quatro
volumes), em qualquer lista das “melhores” biografias. De fato, Gore
Vidal uma vez escreveu que a biografia de Sandburg foi a pior coisa
que aconteceu a Lincoln desde o assassinato. Sandburg também passou
a ser desaprovado entre historiadores profissionais. Apesar de certas
falhas de interpretação e alguns erros inevitáveis, nenhum livro sobre
Lincoln foi mais bem escrito, ou evoca melhor o espírito da era de
Lincoln. O tratamento de Sandburg entre as páginas 246 e 413 do
volume quatro de The War Years, cobrindo os últimos dias de Lincoln,
o assassinato, as providências tumultuadas e o funeral, ainda vale a
pena ler.
A fotografia de William Smith ficou perdida durante quase um
século até a descoberta em 1962 de uma única cópia, em sua moldura
original, contendo a chancela de identificação do artista e do evento.
Smith tirou a fotografia em lugar de Alexander Gardner que,
trabalhando mais perto da frente oriental com outra câmera, não podia
estar em dois lugares ao mesmo tempo. Este espécime foi tido como
único sobrevivente até a descoberta de outro exemplar em fins da
década de 1990. Uma reprodução de página inteira da magnífica
imagem de Smith pode ser encontrada em Lincoln’s Photographs: A
Complete Álbum (“Fotografias de Lincoln: Álbum completo”), de
Lloyd Ostendorf (Dayton, Ohio: Rockywood Press, 1998), página 206.
As fotografias de Gardner aparecem em Ostendorf nas páginas
208-212.
A descrição que Noah Brooks faz do sol abrasador brota em
suas memórias Washington, D.C., in Lincolns Time (“A cidade de
Washington na época de Lincoln”) (Nova York: The Century Company,
1895). Eu usei a melhor edição, a reimpressão da versão de 1971 pela
Georgia University Press, editada pelo perspicaz jornalista e historiador
da Guerra Civil Herbert Mitgang. O apogeu aparece na página 213 e a
visão de Brooks quanto às trevas da morte, na 215.
O texto completo do discurso de Lincoln em sua segunda posse
pode ser lido em vários livros, inclusive Lincolns Greatest Speech (“O
melhor discurso de Lincoln”), de White, páginas 17-19 (White também
ilustra o quase nunca visto rascunho manuscrito de Lincoln); This Fiery
Trial: The Speeches and Writings of Abraham Lincoln (“Esse
julgamento inflamado: Os discursos e escritos de Abraham Lincoln”)
(Nova York: Oxford University Press, 2002), páginas 220-221, edição
de William E. Gienapp; e The Collected Works of Abraham Lincoln
(“A coletânea de obras de Abraham Lincoln”), volume 8, páginas 332-
333 (New Brunswick: Rutgers University Press, 1952), edição de Roy
P. Basler.
As observações de Elizabeth Keckley, costureira e confidente
de Mary Lincoln, aparecem nas páginas 176-177 de suas memórias,
Behind the Scenes. Or, Thirty Years a Slave, and Four Years in the
White House (“Por trás dos panos. Ou, quarenta anos escrava e quatro
anos na Casa Branca”) (Nova York: G. W. Carleton & Co., 1868). Para
obter maiores informações sobre esse relacionamento fascinante e
tumultuoso, queira ver Mrs. Lincoln and Mrs. Keckly (“sra. Lincoln e
sra. Keckly”), de Jennifer Fleischner (Nova York: Broadway Books,
2003). Fleischner explica as ortografias variadas do sobrenome de
Elizabeth.
O relato que Samuel Knapp Chester faz do episódio no
parlamento aparece em The Conspiracy Trial for the Murder of the
President (“O julgamento da conspiração para o assassinato do
presidente”), de Ben Perley Poore (Boston: J. E. Tilton and
Company, 1865), 3 volumes, volume 1, página 49; e em The
Assassination of President Lincoln and the Trial of the Conspirators (“O
assassinato do presidente Lincoln e o julgamento dos conspiradores”), de
Benn Pitman (Cincinnati: Moore, Wilstach & Baldwin, 1865), página 45.
Arthur F. Loux relatou em crônica a cronologia de Booth, até
onde ela pode ser apurada, em Wilkes Booth: Day by Day (“John
Wilkes Booth: Dia a dia”) (impressão privativa, 1989).
O lamento de Booth sobre “a tristeza” foi tirado de Henry B.
Phillips na Estalagem Petersen na noite do assassinato. Ver While
Lincoln Lay Dying: A Facsimile Reproduction of the First Testimony
Taken in Connection with the Assassination of Abraham Lincoln as
Recorded by Corporal James Tanner (“Enquanto Lincoln jazia
moribundo: Uma reprodução em fac-símile do primeiro testemunho
tomado em conexão com o assassinato de Abraham Lincoln conforme
foi registrado pelo cabo James Tanner”), de Maxwell Whiteman
(Filadélfia: Union League of Philadelphia, 1968), em “Statement of Mr.
Henry B. Philips” (“Depoimento do sr. Henry B. Philips”). O livro não
está paginado.
Os comentários que Lincoln fez em IO de abril de 1865 aos
cidadãos-seresteiros estão publicados em Collected Works (“Coletânea
de obras”), de Basler, volume 8, páginas 393-394.
As descrições feitas por Booth sobre o 11 de abril e as
circunstâncias do último discurso de Lincoln aparecem nas páginas
225-227 de Washington, D.C., in Lincoln’s Time. O relato de Keckley,
inclusive a citação de Tad Lincoln, aparece nas páginas 176 e 177 de
Behind the Scenes.
O último discurso de Lincoln está publicado na Collected
Works, de Basler, volume 8, páginas 399-405.
Keckley preservou seus temores do assassinato em Behind the
Scenes, página 178.
A enraivecida declaração de Booth sobre o direito dos negros
ao voto é discutida em American Brutus: John Wilkes Booth and the
Lincoln Conspiracies (“Brutus americano: John Wilkes Booth e as
conspirações contra Lincoln”), de Michael Kauffman (Nova York:
Random House, 2004), página 209; em “Right or Wrong, God Judge
Me”: The Writings of John Wilkes Booth (“‘Certo ou errado, Deus que
me julgue’: Os escritos de John Wilkes Booth), de John Rhodehamel e
Louise Taper (Urbana: University of Illinois Press, 1997), página 15; e
em The Lincoln Murder Conspiracies (“As conspirações para o
assassinato de Lincoln”), de William Hanchett (Urbana: University of
Illinois Press, 1983), página 37. A declaração de Booth sobre o “último
discurso” foi relatada por Lewis Powell para o major Thomas Eckert do
escritório do telégrafo do Departamento de Guerra. Veja o testemunho
de Eckert em House Report 40, na página 674.
A carta de Booth para sua mãe aparece em Right or Wrong, de
John Rhodehamel e Louise Taper, na página 144.
CAPÍTULO UM
O mês de abril de 1865 não foi igual a nenhum outro em nossa
história. Segundo um relato, “observando o desenrolar dessa rápida
sucessão de eventos, fica claro que o povo americano viveu, em menos
de um mês, a série de eventos mais intensamente dramáticos na história
dos Estados Unidos”. Ver Lincolns Assassins: Their Trial and
Execution (“Os assassinos de Lincoln: Seu julgamento e execução”), de
James L. Swanson e Daniel R. Weinberg (Santa Fé, Novo México:
Arena Editions, 2001), páginas 9-11.0 melhor relato dessas semanas é
April 1865: The Month That Saved America (“Abril de 1865: O mês
que salvou a América”), de Jay Winik, uma esplêndida síntese de
matérias civis, militares e políticas. O Battle Cry of Freedom: The Civil
War (“Grito de batalha pela liberdade: A guerra civil”), de James M.
McPherson (Nova York: Oxford University Press, 1988), continua
sendo a história fundamental da guerra num único volume e oferece
valiosos vislumbres do fim. O Freedom Rising: Washington in the Civil
War (“Liberdade em ascensão: Washington na Guerra Civil”), de Ernest
B. Furgurson (Nova York: Knopf, 2004), evoca a capital nacional que
Lincoln e Booth conheciam, assim como o faz o incomparável clássico
Reveille in Washington, 1860-1865 (“Toque de alvorada em
Washington: 1860-1865”), de Margaret Leech (Nova York: Harper &
Bros., 1941). Qualquer estudante do assassinato deveria ler Winik,
McPherson, Furgurson e Leech para compreender o contexto do crime
de Booth. Para ver as ruas e a arquitetura da capital na época da guerra,
assim como Lincoln, Booth, os conspiradores e os caçadores as viam,
não há máquinas do tempo melhores que duas histórias fotográficas:
Mr. Lincoln’s City (“A cidade do sr. Lincoln”), de Richard M. Lee
(McLean, Virginia: EPM Publications, 1981), e Mr. Lincoln’s
Washington (“A Washington do sr. Lincoln”), de Stanley Kimmel
(Nova York: Bramhall House, 1957).
A descrição de Booth como um Adônis é do ator Sir Charles
Wyndham e aparece em Lincoln’s Assassins (“Assassinos de Lincoln”),
de Swanson e Weinberg, página 147.
Meu relato dos eventos de 14 de abril de 1865 — e da maioria dos
eventos no livro — se baseia majoritariamente em matérias de jornais
contemporâneos; testemunhos prestados no julgamento da conspiração em
1865; testemunhos prestados no julgamento de John H. Surratt em 1867;
cartas e memórias dos participantes; fotografias originais, cartazes e
relíquias; vários documentos governamentais; e os melhores livros
publicados sobre o assassinato entre 1865 e 2005. Embora eu atribua
citações diretas, não cito as fontes para todo e qualquer fato no livro. Uma
abordagem assim resultaria numa seção de notas excessivamente volumosa
que sobrecarregaria a maioria dos leitores. A caçada ao assassino de
Lincoln foi feito para ser não uma enciclopédia do assassinato mas sim um
relato dramático dos eventos de 14 a 26 de abril, relato este que se
desenrola, o máximo possível, em tempo real. Quando os estudiosos de
Lincoln em geral concordam com certos fatos (por exemplo, que Booth
vinha bebendo bastante, ou que ele costumava ficar no National Hotel, ou
que as mulheres se sentiam atraídas por ele), eu remeto o leitor às
referências-padrão listadas na introdução à bibliografia. Nas notas que se
seguem, chamo atenção para fatos obscuros e incomuns e também discuto
eventos polêmicos a respeito dos quais estudiosos tenham discordado
quanto aos fatos ou sua interpretação.
Quem quiser ver um histórico da peça e o seu script, queira
consultar Our American Cousin: The Play That Changed History
(“Nosso primo americano: A peça que mudou a história”), de Welford
Dunaway Taylor (Washington, D.C.: Beacham Publishing, 1990).
O secretário da Marinha Gideon Welles registrou o sonho de
Lincoln em seu diário. Diary of Gideon Welles (“Diário de Gideon
Welles”), Howard K. Beale, org. (Nova York: W. W. Norton, 1960),
volume 2, páginas 282-283.
Para obter maiores informações sobre a última reunião de
gabinete de Lincoln, queira ver Team of Rivals: The Political Genius of
Abraham Lincoln (“Equipe de rivais: O gênio politico de Abraham
Lincoln”), de Doris Kearns Goodwin (Nova York: Simon & Schuster,
2005), páginas 731-732; Lincoln, de Donald, páginas 590-592; e With
Malice Toward None, de Oates, páginas 427-428.
O telegrama de Lincoln de 9 de junho de 1863 aparece em
Collected Works, de Basler, volume 6, página 256; e a carta de abril de
1848, em Collected Works, volume 1, páginas 465-466.
A sugestão de Henry Clay Ford para James Ferguson e a
resposta deste aparecem em The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1,
página 190. Queira ver também The Assassination of President Lincoln,
de Pitman, página 76.
Henry Clay Ford testemunhou as risadas de Booth ao meio-dia
de 14 de abril: “Ele estava sentado nos degraus da escada, lendo sua
carta e a toda hora parava de ler e ria.” The Assassination of President
Lincoln, de Pitman, página 101.
Ninguém admitiu ter contado a Booth que o presidente viria ao
teatro. Henry Clay Ford, testemunhando no julgamento da conspiração,
tentou confundir a questão dizendo que não sabia e que poderia ter sido
qualquer um: “Foi quando Booth estava lá que eu acho que ele ficou
sabendo da ida do presidente ao teatro naquela noite. Havia muita gente
em torno de Booth, falando com ele.” The Assassination of Abraham
Lincoln, de Pitman, página 100.
Todas as citações atribuídas ao dr. Charles Leale vêm de uma
fonte: seu próprio relato do que aconteceu na noite de 14 e manhã de 15
de abril de 1865, que só foi publicado muitos anos depois do
assassinato. Ver Address Delivered Before the Commandery of the
State of N. Y. Military Order of the Loyal Region of the U.S.
(“Discurso proferido diante do Comando de Estado da Ordem Militar
de NY da Região Leal dos EUA”), de Charles A. Leale, fevereiro de
1909.
O relato de Ferguson a respeito da gabolice de Booth sobre seu
cavalo de aluguel e a presença de Maddox vêm de The Conspiracy
Trial, de Poore, volume 1, página 190. Queira ver também The
Assassination of President Lincoln, de Pitman, página 76.
A conversa de Booth com Henry Merrick no National Hotel,
publicada em 17 de abril de 1865 no New York Tribune, está
reproduzida em Right or Wrong, de Rhodehamel e Taper, página 150.
O comentário de Booth sobre o “espetáculo esplêndido” está
reimpresso em American Brutus, de Kauffman, página 222.
John Matthews deixou ao menos dois relatos de sua conversa
com Booth. Queira ver Right or Wrong, de Rhodehamel e Taper,
páginas 151-153.
Para obter um relato de Julia Dent Grant sobre quando ela viu
Booth, queira ver Blood on the Moon, de Steers, página 112.
O recado de Booth para o vice-presidente Johnson aparece em
Right or Wrong, de Rhodehamel e Taper, página 146. Existe alguma
discórdia quanto à intenção de Booth ter sido colocar o recado na caixa
de correio de Johnson mesmo ou na caixa vizinha, que pertencia a
William A. Browning, o secretário particular de Johnson. Para uma
discussão mais aprofundada, queira ver as notas de rodapé 1 e 2 na
página 146 de Right or Wrong, de Rhodehamel e Taper.
Spangler descreveu sua ocupação como “carpinteiro de palco”
ao ser interrogado pelas autoridades após o assassinato. Ele também
narrou sua conversa com Booth.
Para saber mais sobre a pistola de Booth, queira ver Henry
Deringer’s Pocket Pistol (“A pistola de bolso de Henry Deringer”), de
John E. Parsons (Nova York: William Morrow, 1952).
Os comentários de Mary Surratt sobre os “paus de ferro”
aparecem no testemunho de Lloyd em The Conspiracy Trial, de Poore,
volume 1, páginas 117, 118, 121, 122, 123 e 125. Queira ver também
The Assassination of President Lincoln, de Pitman, páginas 85-87. O
relato de Lloyd sobre sua intoxicação aparece em Poore, volume 1,
página 132. Queira ver também Pitman, página 87.
Para obter um histórico da conspiração para o sequestro, queira
ver Blood on the Moon: The Assassination of Abraham Lincoln
(“Sangue na lua: O assassinato de Abraham Lincoln”), de Edward
Steers (Lexington: University Press of Kentucky, 2001), páginas 71-78.
O conteúdo declarado da carta de Booth para o National
Intelligencer é altamente polêmico. Anos após o assassinato, Matthews
alegou ter reconstruído o texto de memória. É mais provável que ele
tenha baseado suas ditas recordações no texto do manifesto político de
Booth descoberto no cofre da irmã do assassino. Apesar da confusão
acerca do que a carta de Booth para o jornal realmente dizia, eu me
encontro convencido de que Matthews estava correto quando se
lembrou que Booth assinara os nomes dos seus conspiradores no
documento incriminador. Para saber mais sobre este assunto, queira ver
Right or Wrong, de Rhodehamel e Taper, páginas 147-153.
O bilhete de Lincoln para o general Grant aparece em Collected
Works, de Basler, volume 8, página 411.
Para saber mais sobre os conspiradores de Booth, queira ver os
seguintes ensaios coletados em The Trial: The Assassination of
President Lincoln and the Trial of the Conspirators (“O julgamento: O
assassinato do presidente Lincoln e o julgamento dos conspiradores”),
do editor Edward Steers Jr.: “Mary Elizabeth Surratt”, de Laurie Verge,
páginas LII-LIX; “John H. Surratt Jr.”, de Joan L. Chaconas, páginas
LX-LXV; “George Atzerodt”, de Edward Steers Jr., páginas LXVI-
LXXI; “Lewis Thornton Powell, alias Payne”, de Betty Ownsbey,
páginas IXXI-LXXVII; “Samuel Alexander Mudd”, de Edward Steers
Jr., páginas LXXXVI-LXXXIX; “Samuel Arnold and Michael
O’Laughlen”, de Percy E. Martin, páginas LXXXVIII-XCVI.
Para saber mais sobre Lewis Powell, queira ver Alias “Paine”:
Lewis Thornton Powell, the Mystery Man of the Lincoln Conspiracy
(“Codinome ‘Paine’: Lewis Thornton Powell, o homem misterioso da
conspiração contra Lincoln”), de Betty J. Ownsbey (Jefferson, Carolina
do Norte: McFarland, 1993). Para saber mais sobre John Harrison
Surratt Jr., queira ver The Travels, Arrest and Trial of John H. Surratt
(“As viagens, a prisão e o julgamento de John H. Surratt”), de Alfred
Isacsson (Middletown, Nova York: Vestigium Press, 2003); e The
Pursuit & Arrest of John H. Surratt (“A perseguição & prisão de John
H. Surratt”), de Mark Wilson Seymour (Austin, Texas: Civil War
Library, 2000).
Para saber mais sobre a trama para o sequestro, queira ver
Blood on the Moon, de Steers, páginas 71-78.
O relato de Mary Lincoln sobre o passeio de carruagem vem de
sua carta de 15 de novembro de 1865 para a artista Francis Bicknell
Carpenter, publicada em Mary Lincoln: Her Life and Letters (“Mary
Lincoln: Sua vida e suas cartas”), de Justin G. Turner e Linda Levitt
Turner (Nova York: Alfred A. Knopf, 1972), página 283. O heroico
quadro a óleo que Carpenter pintou de Lincoln lendo a Proclamação da
Emancipação para o seu gabinete foi a fonte da famosa gravura de
Ritchie, uma das imagens mais adoradas na iconografia de Lincoln.
Para saber do uso mais recente do tableau de Carpenter, queira ver a
sobrecapa de Team of Rivals, de Goodwin. Um relato do passeio de
carruagem também aparece em Six Months in the White House with
Abraham Lincoln (“Seis meses na Casa Branca com Abraham
Lincoln”), de Francis B. Carpenter (Nova York: Hurd & Houghton,
1866), páginas 292-293.
A recordação de Clara Harris do percurso transposto na
carruagem e seu comentário na chegada ao Teatro Ford vêm de sua
carta de 29 de abril de 1865 descrevendo o assassinato. Ela pode ser
encontrada em We Saw Lincoln Shot: One Hundred Eyewitnesses
Accounts (“Nós vimos Lincoln levar o tiro: Cem relatos de testemunhas
oculares”), de Timothy S. Good (Jackson: University Press of
Mississippi, 1995), páginas 69-71.
Os comentários de Ferguson aparecem em The Conspiracy
Trial, de Poore, volume 1, páginas 189-194. Queira ver também The
Assassination of Abraham Lincoln, de Pitman, página 76.
CAPÍTULO DOIS
A carta de Clara Harris aparece em We Saw Lincoln Shot, de
Good, páginas 69-71.
Para saber sobre a conversa de Booth com Ned Spangler no
Baptist Alley, queira ver o depoimento de Spangler após sua detenção.
Queira ver o testemunho de John Debonay em The Assassination of
President Lincoln, de Pitman, páginas 105-106, e o depoimento de John
Burroughs em The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, páginas 225-
228. Queira ver também Pitman, página 75. Existe uma certa confusão
quanto à ortografia correta do sobrenome de Burroughs e quanto ao
apelido certo, “Peanut John” ou “John Peanut”. Burroughs usou este
último em seu depoimento prestado às autoridades em abril de 1865.
Mais tarde, no julgamento da conspiração, ele disse, em 16 de maio,
que seu apelido era “John Peanuts”. The Conspiracy Trial, de Poore,
volume 1, página 230.
A visita de Booth ao Star Saloon e a bebida que ele pediu
aparecem no testemunho de Peter Taltavul em The Conspiracy Trial, de
Poore, volume 1, páginas 179-180. Queira ver também Assassination of
the President, de Pitman, página 72, e Trial of John H. Surratt, volume
1, páginas 157-158.
A declaração de Ferguson sobre a aproximação que Booth fez
do camarote do presidente aparece em The Conspiracy Trial, de Poore,
volume 1, página 190. Queira ver também The Assassination of
President Lincoln, de Pitman, páginas 76-77.
A observação de Mary Jane Anderson olhando para Booth
“com gosto” no beco na tarde de 14 de abril está em The Conspiracy
Trial, de Poore, volume 1, página 236. Queira ver também The
Assassination of the President, de Pitman, página 75.
Os entendidos do assassinato já terão notado que, embora
mencione o camareiro ou mensageiro de Lincoln Charles Forbes, eu
omiti da narrativa um certo John Parker, o chamado “guarda-costas” do
presidente. Por três razões ele não aparece na narrativa. Primeiro, ele
não era um “guarda-costas” no sentido moderno da palavra. Era, sim,
um oficial de polícia designado para proteger a Mansão Executiva,
como era conhecida a Casa Branca durante o governo Lincoln, contra
roubo e vandalismo. Segundo, a controvérsia de Parker se oriunda na
imediação da história. Vários livros sobre o assassinato engendraram
momentos de alto — e eu diria falso — drama ao sugerirem que se ao
menos Parker, que estava no Teatro Ford, não tivesse “abandonado” seu
posto para tomar um trago, Booth não teria conseguido entrar no
camarote presidencial e Lincoln não teria sido assassinado. Finalmente,
a questão Parker desvia a atenção. Com Parker ou sem Parker, John
Wilkes Booth teria conseguido entrar no camarote. Forbes deixara pelo
menos duas pessoas entrarem no camarote de Lincoln naquela noite: um
mensageiro, trazendo documentos militares, e Booth. Se estivesse
sentado perto da entrada do camarote com Forbes, Parker teria feito o
mesmo. Para saber mais a respeito da controvérsia em tomo de Parker,
queira ver Blood on the Moon, de Steers, páginas 103,104 e 116.
A observação que Ferguson fez de Booth entrando no camarote
aparece em The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, páginas 190-
191. Queira ver também The Assassination of President Lincoln, de
Pitman, página 76.
As últimas palavras trocadas entre Mary e Abraham Lincoln
foram preservadas pelo dr. Anson Henry, numa carta para sua esposa
datada de 19 de abril de 1865, o mesmo dia do funeral de Lincoln na
Casa Branca. Os Henry eram velhos amigos dos Lincoln dos tempos de
Illinois que moravam em Washington, e Mary Lincoln revelou numa
conversa particular com o médico as últimas palavras faladas pelo
presidente. A carta de Henry aparece em Lincoln and the Doctors
(“Lincoln e os médicos”), de Milton S. Shutes (Nova York: The Pioneer
Press, 1933), página 132.
Para obter o diálogo completo da segunda cena do terceiro ato,
queira ver Our American Cousin, de Taylor, páginas 80-85.
O momento exato do tiro de Booth não pode ser precisado,
parcialmente porque ninguém sabe o horário exato em que a
apresentação começou. Qual muitos teatros daquela época, o Ford
tratava a abertura das cortinas com uma certa informalidade. As
testemunhas não conseguiram chegar a um acordo e os testemunhos,
cartas e narrativas orais que sobreviveram dão apoio a diversas
conclusões. O mais cedo que Booth pode ter disparado contra Lincoln
seria 22h13 e o mais tarde 22h30. Eu suspeito que o horário certo
estaria por volta das 22h15, no mais tardar 22h20. Para uma discussão
mais aprofundada deste ponto, e para obter acesso a diversas
recordações dos presentes no Teatro Ford, queira ver We Saw Lincoln
Shot: One Hundred Eyewitness Accounts (“Nós vimos Lincoln levar o
tiro: Cem relatos de testemunhas oculares”), de Timothy S. Good
(Jackson: University Press of Mississippi, 1995). Good acredita que
Booth tenha disparado bem perto das 22h30.
David Donald descreve os rapazes durões de Clary’s Grove em
Lincoln, páginas 40-41, e confirma, na página 568, que na primavera de
1865 Lincoln “continuava sendo um homem fisicamente forte”.
A descrição que Ferguson faz da posição de Lincoln no
momento em que recebe o tiro aparece em The Conspiracy Trial, de
Poore, volume 1, páginas 190-191.
O major Rathbone relatou que Booth gritou “Liberdade”. O
relato que Rathbone fez do assassinato e da facada aparece em The
Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, páginas 195-198. Queira ver
também The Assassination of the President, de Pitman, páginas 78-79.
Clara Harris também descreveu a facada em sua carta de 29 de abril de
1865. Queira ver We Saw Lincoln Shot, de Good, páginas 69-71.
As testemunhas discordaram quanto ao que Booth disse e
quando ele falou. Mais tarde, Booth alegou ter dito “Sic temper”
enquanto estava no camarote antes de disparar o tiro, mas Rathbone
lembrou-se apenas da palavra “Liberdade”. Durante a caçada humana,
Booth escreveu em seu diário improvisado: “Eu gritei ‘Sic temper’
antes de disparar.” Queira ver Right or Wrong, de Rhodehamel e Taper,
página 154. Com base nas evidências disponíveis, eu acredito que
Booth disse no camarote e no palco as palavras que lhe atribuo na
narrativa. Para uma discussão mais aprofundada, queira ver We Saw
Lincoln Shot, de Good.
O testemunho de Rathbone sobre a porta travada se encontra em
The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, página 195.
Ferguson descreveu a exultação de Booth para Stanton na
Estalagem Petersen na noite do assassinato e James Tanner registrou
seu depoimento de que Booth dissera “Consegui”. Queira ver We Saw
Lincoln Shot, de Good, página 32. Mais tarde, no julgamento, Ferguson
esqueceu-se de mencionar “Consegui” em seu testemunho conforme
publicado em The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, página 197.
As primeiras palavras de Rathbone aparecem em The
Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, página 197.
O osso quebrado de Booth tornou-se objeto de uma pequena
polêmica. Um punhado de entendidos no assassinato insiste que Booth
não se feriu quando caiu no palco no Teatro Ford. Essas pessoas
argumentam que seu cavalo teria escorregado pouco depois de cruzar a
Ponte do Estaleiro Naval e caiu nas estradas periféricas de Washington,
quebrando um osso da perna do ator. Embora uma digressão fascinante,
a questão de onde Booth se feriu, no palco do Teatro Ford entre 22h15 e
22h30 ou nas estradas entre a Ponte do Estaleiro Naval e Surrattsville
em qualquer momento antes da meia-noite, é uma tempestade num copo
d’água na história da caçada humana. Seja lá como isso aconteceu, a
perna quebrada de Booth tornou uma visita ao dr. Mudd algo essencial.
Eu concordo com Edwart Steers que, neste assunto, devemos aceitar,
juntamente com outras evidências, o próprio relato de Booth sobre seu
ferimento, quando ele escreveu: “Ao pular, quebrei a perna.” Right or
Wrong, de Rhodehamel e Taper, página 154.
O acidente de Seward na carruagem está coberto em William
Henry Seward, de Glyndon G. Van Deusen (Nova York: Oxford
University Press, 1967), página 411.
Vários relatos descrevem os eventos na casa do secretário de
Estado Seward. Queira ver William Henry Seward, de Glyndon G. Van
Deusen (Nova York: Oxford University Press, 1967), páginas 412-415;
e Stanton: The Life and Times of Lincoln’s Secretary of War (“Stanton:
A vida e os tempos do secretário da guerra de Lincoln”), de Benjamin
Thomas e Harold M. Hyman (Nova York: Knopf, 1962), páginas 396,
397. Para a versão de Fanny Seward sobre a tentativa de assassinato a
seu pai, eu me baseei primordialmente em seu diário conforme
apresentado em “I Have Supped Full of Horrors”, American Heritage
(“Patrimônio americano”), de Patricia Carley Johnson, outubro de 1959,
volume 10, número 6, páginas 59-65 e 96-101. Um relato do sargento
Robinson aparece em The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1,
páginas 479-480. Queira ver também The Assassination of the
President, de Pitman, páginas 155-156. O testemunho de William Bell
aparece em Poore, volume 2, página 130, e em Pitman, páginas 154-
155; o testemunho de Augustus Seward está em Poore, volume 2,
página 5, e em Pitman, páginas 156-157; o testemunho do dr. Tullio S.
Verdi aparece em Poore, volume 2, página 100, e em Pitman, páginas
157-158; e o testemunho do cirurgião-general Joseph K. Barnes aparece
em Poore, volume 2, páginas 21 e 60, e em Pitman, página 157.
Outras fontes valiosas acerca do atentado contra Seward
incluem o artigo do dr. Tullio S. Verdi, “The Assassination of the
Sewards” (“O atentado aos Seward”), publicado na revista Republic em
julho de 1873 e reimpresso no Journal of the Lincoln Assassination
(“Revista do assassinato de Lincoln”), do editor Frederick Hatch, vol.
16, n° 3, dezembro de 2002, página 46; “I’m mad! I’m mad!” (“Estou
louco! Estou louco!”), de Frederick Hatch, Journal of the Lincoln
Assassination, vol. 3, n° 3, dezembro de 1989, páginas 34-38; e “The
Stabbing of Lincoln’s Secretary of State on the Night the President Was
Shot” (“O esfaqueamento do secretário de estado de Lincoln na noite
em que o presidente foi alvejado”), do dr. John K. Lattimer, Journal of
the American Medical Association (“Revista da Associação Médica
Americana”), vol. 192, n° 2, 12 de abril de 1965, páginas 99-106. O dr.
Lattimer também cobre o ataque aos Seward em seu livro Kennedy and
Lincoln: Medicai and Ballistic Comparisons of Their Assassinations
(“Kennedy e Lincoln: Comparações médicas e balísticas dos seus
assassinatos”) (Nova York: Harcourt Brace Jovanovich, 1980).
CAPÍTULO TRÊS
O relato de Joseph B. Stewart aparece em Trial of John H.
Surratt (“Julgamento de John H. Surratt”) (Washington, D.C.: Escritório
da Gráfica do Governo, 1867), volume I, páginas 125-127, e no volume
2, páginas 984-987.
A descrição que Mary Anderson faz da faca aparece em The
Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, página 237; e seu relato contando
a fuga de Booth a galope está na página 239. O relato de Mary Ann
Turner sobre o barulho dos cascos está em Poore, volume 1, página 234.
A ordem de Booth para John Peanut vem do depoimento de
Peanut, assim como a descrição da pancada que o assassino lhe dá na
cabeça e do chute.
O relato do sargento Cobb sobre seu encontro com Booth na
ponte aparece em The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, páginas
251-252. Queira ver também The Assassination of President Lincoln,
de Pitman, páginas 84-85. O fato de Booth ter revelado seu nome
verdadeiro e destino, na região de Beantown, continua inexplicável.
Para esta continuação dos eventos na casa dos Seward, queira
ver as notas das fontes sobre Seward no capítulo 2.
A carta do sargento Robinson pedindo a faca de Powell está
ilustrada em Lincoln’s Assassins (“Assassinos de Lincoln”), de
Swanson e Weinberg, página 44. Uma réplica em bronze feita na época
da medalha de Robinson aparece na mesma página.
A descrição que Clara Harris fez da facada se encontra em We
Saw Lincoln Shot, de Good.
O relato do dr. Leale apareceu em Harper’s Weekly em 1909.
A descrição de Laura Keene indo para o meio do palco e
fazendo um apelo ao público aparece em The Life of Laura Keene (“A
vida de Laura Keene”), de John Creahan (Filadélfia: The Rodgers
Publishing Company, 1897), página 27.
O testemunho de Fletcher sobre a promessa de Atzerodt acerca
de um presente se encontra em The Conspiracy Trial, de Poore, volume
1, páginas 328, 331. Queira ver também Trial of John H. Surratt,
volume 1, página 229. A perseguição de Fletcher a Herold e o cavalo
está em Poore, volume 1, páginas 328-334. Queira ver também Pitman,
páginas 83-84, e em Trial of John H. Surratt, páginas 227- 229. A troca
entre Fletcher e o sargento Cobb aparece em Poore, volume 1, página
329. Queira ver também Pitman, página 84. A descrição que Fletcher
fez do cavalo está em Poore, volume 1, página 332. Queira ver também
Pitman, página 84.
O episódio da sra. Ord é discutido em Lincoln, de Donald,
páginas 572-573.
Para saber mais sobre Laura Keene, queira ver The Life of
Laura Keene (“A vida de Laura Keene”), de Creahan; Laura Keene: A
British Actress on the American Stage, 1826-1873 (“Laura Keene: Uma
atriz britânica no palco americano, 1826-1873”), de Vernanne Bryan
(Jefferson, Carolina do Norte: McFarland 8c Company, 1997); e Laura
Keene: A Biography (“Laura Keene: Uma biografia”), de Ben Graf
Henneke (Tulsa: Council Oaks, 1990).
A descrição que George Alfred Townsend fez de Lincoln no
chão do camarote presidencial aparece em seu livro The Life, Crime,
and Capture of John Wilkes Booth (“A vida, o crime e a captura de
John Wilkes Booth”) (Nova York: Dick & Fitzgerald, 1865), página 10.
Os comentários depreciativos que Asia Booth faz quanto à
opção de Lincoln pelo entretenimento na Sexta-feira da Paixão
aparecem em suas memórias, página 99.
O testemunho de John Lee sobre a revista ao quarto de hotel de
Atzerodt se encontra em Poore, volume 1, páginas 63-66. Queira ver
também Assassination of the President, de Pitman, página 144.
Os comentários de Seaton Munroe aparecem em The Life of
Laura Keene, de Creahan, página 28, e em “Recollections of Lincoln’s
Assassination”, de Seaton Munroe, North American Review, abril de
1896, páginas 424-434.
Bersch pintou mesmo uma cena de Lincoln sendo levado pela
rua 10 até a Estalagem Petersen. Ela se encontra agora no acervo do
National Park Service e está ilustrada em Ford’s Theatre and the
Lincoln Assassination (“O Teatro Ford e o assassinato de Lincoln”), de
Victoria Greeve (Alexandria, Virginia: Parks & History Association,
2001), página 60. Infelizmente, na ocasião em que A caçada ao
assassino de Lincoln foi para impressão, o Park Service havia retirado o
quadro de exibição no Teatro Ford, onde ficara durante muitos anos.
Para saber mais sobre Safford, queira ver Blood on the Moon,
de Steers, página 123, e American Brutus, de Kauffman, página 19.
CAPÍTULO QUATRO
Para uma descrição, baseada em relatos de jornais de época, de
como a notícia correu por toda a Washington de boca em boca após a
queda de Richmond e a rendição de Lee, queira ver Lincolns Assassins,
de Swanson e Weinberg, páginas 9-11.
Lincoln descreveu sua confiança em Stanton com uma
homenagem magnífica: “Ele é uma rocha na praia do nosso oceano
nacional contra a qual as ondas se quebram estrondosamente, sem
cessar. Ele luta contras as águas violentas e evita que elas prejudiquem
e sobrepujem a terra. Cavalheiros, eu não sei como ele sobrevive, por
que ele não é destruído ou despedaçado. Sem ele, eu seria destruído.”
Um relato de como Stanton recebeu a notícia do assassinato
aparece em Stanton, de Thomas e Hyman, página 396. Para uma
discussão sobre a amizade entre Lincoln e seu secretário da Guerra e
como ela cresceu durante o retiro de verão do presidente, queira ver
Lincoln’s Sanctuary: Abraham Lincoln and the Soldiers’ Home (“O
refúgio de Lincoln: Abraham Lincoln e a Casa do Soldado”), de
Matthew Pinsker (Nova York: Oxford University Press, 2003). Queira
ver também Lincoln’s Other White House: The Untold Story of the
Man and his Presidency (“A outra Casa Branca de Lincoln: A história
não contada sobre o homem e sua presidência”), de Elizabeth Smith
Brownstein (Hoboken, N.J.: John Wiley & Sons, 2005). Thomas e
Hyman dão um relato da noite de Stanton antes do assassinato nas
páginas 395-396.
A ostentação de Seward, cujo inverso foi tragicamente provado
por Lewis Powell, consta numa carta de 15 de julho de 1862 para John
Bigelow e foi publicada em Retrospectives of an Active Life
(“Retrospectivas de uma vida ativa”), de John Bigelow (Nova York:
Baker and Taylor, 1909), volume 1, página 505. Mais conveniente para
os leitores modernos, uma passagem pertinente é citada em Right or
Wrong, de Rhodehamel e Taper, página 1.
Thomas e Hyman descrevem a ida de Stanton e Welles às
pressas para a casa de Seward, em seguida para o Teatro Ford: Stanton,
páginas 396-397. O secretário de Marinha também descreveu os
eventos em seu diário: Diary of Gideon Welles (“Diário de Gideon
Welles”), de Beale, volume 2, páginas 283-286. Breves relatos também
podem ser encontrados em Reminiscences and Souvenirs of the
Assassination of Abraham Lincoln (“Reminiscências e suvenires do
assassinato de Abraham Lincoln”), de J. E. Buckingham (Washington:
Press of Rufus H. Darby, 1894), páginas 21-22, e, para detalhes que não
estão disponíveis em nenhum outro lugar, queira ver “Dickens, Stanton,
Sumner e Storey”, de Moorefield Storey, Atlantic Monthly, abril de
1930, páginas 463-465. O artigo narra um jantar realizado há muito
tempo entre os quatro durante o qual Stanton descreveu a violenta noite
de 14 de abril de 1865.
A taverna de Mary Surratt no campo em Surrattsville
(atualmente Clinton), Maryland, ainda existe e é um esplêndido museu
e centro de pesquisa mantido pela Sociedade Surratt.
A linguagem da nomeação postal de John H. Surratt vem de
uma leitura do documento original, agora numa coleção particular.
Meu relato da visita de Booth e Herold à taverna de
Surrattsville e suas citações diretas vêm do depoimento de John Lloyd.
Queira ver The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, páginas 118-126;
e The Assassination, de Pitman, páginas 86-87.
A fonte primordial para as ações do dr. Leale é o seu próprio
relato, publicado, dentre outros lugares, em Lincoln’s Last Hours (“As
últimas horas de Lincoln”), de Charles Leale (n.p.: impressão particular,
1909).
As recordações abreviadas de Maunsell Field foram publicadas
num artigo e em suas memórias, Memories of Many Men and Some
Women (“Memórias de muitos homens e algumas mulheres”) (Nova
York: Harper & Brothers, 1874), páginas 321-329.
Para obter outro relato do que aconteceu dentro da Estalagem
Petersen, este por George Francis, outro hóspede, queira ver “The
Mystery Occupant’s Eyewitness Account of the Death of Abraham
Lincoln” (“Relato do ocupante misterioso, uma testemunha ocular da
morte de Abraham Lincoln”), de Ralph G. Newman, Chicago History,
Primavera de 1975, páginas 32-33. A carta de Francis de 5 de maio de
1865 é a fonte de duas das declarações de Mary Lincoln: “Onde está
meu marido? Onde está meu marido?” e “Como pode ser? Fale
comigo!”
Rathbone descreveu seu desmaio em The Conspiracy Trial, de
Poore, volume 1, página 197. Queira ver também Assassination of the
President, de Pitman, página 79.
Para saber mais sobre os médicos, queira ver ‘“A Hand to Hold
While Dying’: dr. Charles A. Leale at Lincoln’s Side” (‘“Segure esta
mão enquanto morre’: Charles A. Leale ao lado de Lincoln”), de Harry
Read, Lincoln Herald, primavera de 1977, páginas 21-25, e “Abraham
Lincoln’s Last Hours: From the Note-Book of an Army Surgeon Present
at the Assassination, Death, and Autopsy” (“As últimas horas de
Abraham Lincoln: Dos apontamentos de um cirurgião do exército
presente no atentado, na morte e na autópsia”), de Charles Sabin Taft,
Century Magazine, fevereiro de 1895, páginas 634-636.
As recordações do dr. Taft também foram publicadas em
Abraham Lincoln’s Last Hours: From the Notebooks of Charles Sabin
Taft, M.D., an Army Surgeon Present at the Assassination, Death and
Autopsy (“As últimas horas de Abraham Lincoln: Dos apontamentos do
médico Charles Sabin Taft, cirurgião do exército presente no atentado,
na morte e na autópsia”) (Chicago: impressão particular, 1934).
O relato de Welles aparece em seu diário, volume 2, páginas
283-290.
O telegrama para o general Grant à meia-noite e todos os
demais telegramas deste capítulo aparecem em The War of the
Rebellion: A Compilation of the Official Records of the Union and
Confederate Armies (“A guerra da rebelião: Uma compilação dos
registros oficiais dos exércitos da União e Confederação”) (Washington,
D.C.: Escritório da Gráfica do Governo, 1884-1899; Registros oficiais).
Os telegramas estão reunidos na série 1, volume 46, parte 3, e aparecem
em ordem cronológica nas páginas 752-989.
Para saber mais sobre o Cabo Tanner, queira ver “James
Tanner’s Account of Lincoln’s Death” (“Relato de James Tanner sobre
a morte de Lincoln”), de Howard H. Peckham, Abraham Lincoln
Quarterly, março de 1942, páginas 176-183. Tanner é a fonte do
pronunciamento de Mary Lincoln: “Oh, meu Deus, e eu levei meu
marido para a morte?”
As citações de Walker, Greenawalt e Keim sobre George
Atzerodt vêm de The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1,
respectivamente nas páginas 391-395, 341- 352 e 400-402. O
depoimento de Hezekiah Metz aparece nas páginas 353-357, e o do
sargento Gemmill nas páginas 357-361.
As estatísticas do dr. Abbott sobre o pulso e a respiração do
presidente abatido foram publicadas em todos os principais jornais,
entre os quais se incluem o New York Times, o New York Tribune, o
Philadelphia Inquirer e, em Washington, D.C., o Daily Morning
Chronicle e o National Intelligencer. Apareceram também em livros
contemporâneos sobre o assassinato, dentre os quais The Terrible
Tragedy at Washington: Assassination of President Lincoln (“A terrível
tragédia em Washington: Assassinato do presidente Lincoln”)
(Filadélfia: Barclay & Co., 1865), página 28.
O relato da primeira incursão à estalagem de Mary Surratt na
cidade de Washington é tirado de A True History of the Assassination
of Abraham Lincoln and of the Conspiracy of 1865, by Louis J.
Weichmann, Chief Witness for the Government of the United States in
the Prosecution of the Conspirators (“A verdadeira história do
assassinato de Abraham Lincoln e da conspiração de 1865, por Louis J.
Weichmann, principal testemunha para o governo dos Estados Unidos
no processo contra os conspiradores”), Floyd E. Risvold, org. (Nova
York: Knopf, 1975), páginas 174- 179. Queira ver também Blood on the
Moon, de Steers, páginas 173-174.
As fontes sobre o dr. Mudd incluem declarações escritas,
baseadas em interrogatórios a que o tenente Lovett e o coronel Wells o
submeteram, e no depoimento desses oficiais no julgamento da
conspiração. O testemunho de Lovett aparece em The Conspiracy Trial,
de Poore, volume 1, páginas 258-272, e em The Assassination of
President Lincoln, de Pitman, páginas 87-88. O testemunho de Welles
aparece em Poore, volume 1, páginas 281-293, e em Pitman, páginas
168-169. O testemunho de Joshua Lloyd aparece em Poore, volume 1,
páginas 273-281, e em Pitman, página 90; o testemunho de William
Williams aparece em Poore, volume 1, páginas 294-301, e em Pitman,
páginas 88-89; e o testemunho de Simon Gavacan aparece em Poore,
volume 1, páginas 301-304, e em Pitman, páginas 89-90.
O melhor relato sobre o dr. Mudd é de His Name is Still Mudd:
The Case Against Doctor Samuel Alexander Mudd (“Seu nome ainda é
Mudd: O caso contra o doutor Samuel Alexander Mudd”), de Edward
Steers Jr. (Gettysburg, Pensilvânia: Thomas Publications, 1997). Blood
on the Moon, de Steers, inclui uma cobertura atualizada de Mudd nas
páginas 144-154. Queira ver também “dr. Mudd and the ‘Colored’
Witnesses” (“O dr. Mudd e as testemunhas ‘de cor’”), de Edward Steers
Jr., Civil War History, volume 46, dezembro de 2000, páginas 324-336.
O material sobre o curativo que Mudd aplica à perna de Booth
vem dos três depoimentos do médico e todas as citações de Mudd vêm
de seus três depoimentos escritos ou do testemunho de Lovett e Wells.
Os depoimentos de Mudd estão reunidos em From the War Department
Files: Statements Made by the Lincoln Conspirators Under
Examination, 1865 (“Dos arquivos do Departamento da Guerra:
Declarações feitas pelos que conspiraram contra Lincoln quando
estavam sendo interpelados”) (Clinton, Maryland: The Surratt Society,
1980), páginas 29 e 34.
CAPÍTULO CINCO
A carta de “Sam”, originalmente publicada em jornais de todo o
país poucos dias depois de ter sido descoberta no quarto de hotel de
Booth, pode ser encontrada em American Brutus, de Kauffman, páginas
66-67.
O telegrama de Stanton para o general Dix, revelando parte do
conteúdo da carta de Sam, aparece nos Registros Oficiais, assim como
outros telegramas citados neste capítulo.
A mecha de cabelo de Lincoln cortada por Stanton e
apresentada por ele a Mary Jane Welles, o envelope endereçado por
Stanton e as flores secas do funeral do presidente na Casa Branca foram
examinados numa coleção particular. A maioria dos relatos sobre a
morte de Lincoln cita Stanton dizendo que Lincoln pertence às “eras” e
não aos “anjos”. Na minha opinião, compartilhada por Jay Winik, a
interpretação mais persuasiva apoia “anjos” e também é mais coerente
com o caráter e a fé de Stanton.
Para obter um relato da remoção do corpo de Lincoln da
Estalagem Petersen e os nomes dos homens que o carregaram, queira
ver Blood on the Moon, de Steers, páginas 268-269. Eu obtive uma
cópia datilografada da carta de William Clark dos arquivos da
Sociedade Surratt. Para saber mais sobre Clark, queira ver “The Riddle
of William Clark” (“O enigma de William Clark”), de W. Emerson
Reck, Lincoln Herald, inverno de 1982, páginas 218-221.
O relato que Matthews fez de sua leitura da carta de Booth para
o National Intelligencer está em Right or 'Wrong, de Rhodehamel e
Taper, páginas 150-153.
A descrição que Townsend fez da jovem sedutora de Booth é de The
Life, Crime, and Capture of John Wilkes Booth (Nova York: Dick 8c
Fitzgerald, 1865), página 24.
A conversa ao café da manhã na casa do dr. Mudd vem do
depoimento da sra. Mudd tomado durante seu interrogatório. O relato
das muletas vem dos três depoimentos do dr. Mudd.
O testemunho de Caldwell sobre Atzerodt penhorando sua
pistola está em The Conspiracy Trial, de Poore, volume 1, página 148.
Queira ver também Assassination of the President, de Pitman, página
148.
A história do dr. Mudd é uma das maiores polêmicas que há
muito atormentam os estudiosos do assassinato de Lincoln. Eu
concordo com Steers e outros historiadores quanto à natureza e
amplitude do conhecimento e culpabilidade de Mudd. Apesar das
alegações dos defensores de Mudd, ele não era um inocente médico do
interior que meramente cumpriu com as obrigações pertinentes ao seu
juramento de Hipocrates e tratou de um homem ferido que ele
acreditava ser um desconhecido. Com base numa análise das
evidências, eu tenho certeza de que Mudd reconheceu Booth no
momento em que o assassino entrou em sua casa e estou convencido de
que Mudd retardou dar parte da visita de Booth, permitindo assim que o
assassino tomasse dianteira das tropas nas proximidades de Bryantown.
Optei por não atrapalhar a narrativa escrevendo um arrazoado contendo
os prós e os contras do caso de Mudd. Essa discussão está disponível
em outros textos e eu não a ensaio aqui. Pelo contrário, escrevo, em
tempo real tanto quanto seja possível, o que acredito ter acontecido.
Meu relato de Thomas Jones vem primordialmente de suas
memórias, /. Wilkes Booth: An Account of His Sojourn in Southern
Maryland After the Assassination of Abraham Lincoln, His Passage
Across the Potomac, and His Death in Virginia (“J. Wilkes Booth: Um
relato de sua passagem pelo sul de Maryland após o assassinato de
Abraham Lincoln, a travessia do Potomac e a morte na Virginia”)
(Chicago: Laird & Lee, 1893). Todas as citações diretas vêm dele.
Booth não viveu o suficiente para escrever sobre Jones, e David Herold,
após sua captura, não revelou como o agente confederado os ajudara.
Para obter material adicional sobre Jones, queira ver Thomas A.
Jones: Chief Agent of the Confederate Secret Service in Maryland
(“Thomas A. Jones: Principal agente do Serviço Secreto Confederado
em Maryland”), de John M. e Roberta J. Wearmouth (Port Tobacco,
Maryland: Stones Throw Press, 2000).
CAPÍTULO SEIS
Grande parte do material deste capítulo e todas as citações
diretas de Thomas Jones vêm de suas curtas memórias. Booth, Herold e
Jones foram as únicas testemunhas de suas interações, assim como
Jones planejara.
O testemunho de Somerset e James Leaman sobre suas
conversas com Atzerodt estão em The Conspiracy Trial, de Poore,
volume 2, página 504. Queira ver também Assassination of the
President, de Pitman, página 150. A história de Asia Booth Clarke
sobre o amor de John pela natureza é de suas memórias The Unlocked
Book, páginas 54 (“cavoucar”) e 69 (“ossos de homens bons”).
O diálogo da segunda incursão à estalagem de Mary Surratt em
Washington aparece em The Conspiracy Trial, de Poore, volume 2,
páginas 15-19 e páginas 33-34, e em The Assassination, de Pitman,
páginas 121-124.
O diálogo com Lewis Powell aparece em Poore, v. 2, páginas 9-
11, e em Pitman, páginas 122-123.
As cartas de Madlock e Severs estão numa coleção particular.
Vários exemplos de obras de arte pós-assassinato, inclusive o
cartão “The Assassin’s Vision”, estão ilustrados em Lincoln’s
Assassins, de Swanson e Weinberg, página 54.
O registro de Booth em seu caderno de anotações aparece em
Right or Wrong, de Rhodehamel e Taper, páginas 154-155.
As maldosas descrições que Townsend faz de Port Tobacco e do
Hotel Brawner vêm de seu Life, Crime and Capture of John Wilkes
Booth, página 52.
Todos os telegramas vêm dos Registros Oficiais.
A carta de Booth para sua mãe está em Right or Wrong, de
Rhodehamel e Taper, páginas 130-131; e seu manifesto “A quem possa
interessar” está nas páginas 124-127.
Asia Booth Clarke revelou a traição de seu marido em The
Unlocked Book, página 91.
O comentário de Richter sobre George Atzerodt aparece em
The Conspiracy Trial, de Poore, volume 2, páginas 515-517. Queira ver
também The Assassination, de Pitman, página 153. A história da prisão
de Atzerodt aparece em Blood on the Moon, de Steers, páginas 169-
170. As confissões de Atzerodt estão publicadas em ‘“Lost Confession’
of George A. Atzerodt” (‘“Confissão perdida’ de George A. Atzerodt”),
em The Trial (“O julgamento”), Steers, org., páginas CIV-CVI, e em
From War Department Files (“Dos arquivos do Departamento da
Guerra”).
CAPÍTULO SETE
A narrativa de 20 de abril no bosque de pinheiros e todas as
citações diretas foram tiradas, como antes, das memórias de Thomas
Jones, a única testemunha que sobreviveu aos eventos ali ocorridos
tempo suficiente para relatá-los.
Para uma análise mais profunda da travessia do rio, queira ver
“Booth Crosses the Potomac: An Exercise in Historical Research”
(“Booth atravessa o Potomac: Um exercício de pesquisa histórica”), de
William A. Tidwell, Civil War History 36, abril de 1990, páginas 325-
333.
A pesquisa de Townsend aparece em “How Booth Crossed the
Potomac” (“Como Booth atravessou o Potomac”), de George Alfred
Townsend, Century Magazine, abril de 1884, e está reimpressa em
Thomas A. Jones: Chief Agent of the Confederate Secret Service in
Maryland (“Thomas A. Jones: Principal agente do Serviço Secreto
Confederado em Maryland”), de John M. e Roberta J. Wearmouth (Port
Tobacco, Maryland: Stones Throw Press, 2000), página 56. Wearmouth
cobre a correspondência de Townsend com Jones nas páginas 45-54, e a
“reunião” de Jones com o capitão William nas páginas 154-159.
O relato em primeira mão porém frustrantemente breve de
Osborn H. Oldroyd da visita de Jones ao seu museu na Estalagem
Petersen se encontra em The Assassination of Abraham Lincoln, de
Oldroyd (Washington, D.C.: Osborn H. Oldroyd, 1901), página 101.
Os comentários de Herold sobre caça à perdiz, Davis e Hughes
foram todos tirados de seu depoimento feito sob custódia, que está
publicado em On the Way, de Hall, página 8.
O registro em que Booth se diz “caçado com um cão”, feito em
seu diário no auge do desespero desde o início da caçada humana,
aparece em Right or Wrong, de Rhodehamel e Taper, página 7.
Todos os telegramas são dos Registros Oficiais.
CAPÍTULO OITO
O comentário de Herold sobre a canhoneira vem de seu
depoimento feito sob custódia em 27 de abril de 1865, publicado em On
the Way, de Hall, página 7.
Todos os telegramas são dos Registros Oficiais.
O encontro de Herold com Quesenberrys foi descrito no
depoimento feito por ela em 16 de maio de 1865 ao coronel Wells e está
publicado em On the Way, de Hall, página 108.
A visita dos fugitivos ao dr. Stuart está descrita no depoimento
feito por ele em 6 de maio de 1865 e publicado em On the Way, de Hall,
página 114.
A declaração de Bryant feita em 6 de maio de 1865 está
publicada em On the Way, de Hall, página 116.
A declaração de Lucas feita em 6 de maio de 1865 está
publicada em On the Way, de Hall, página 122.
Os dois esboços da carta de reclamação de Booth estão em
Right or Wrong, de Rhodehamel e Taper, páginas 157-159.
A transcrição da passagem de Shakespeare tirada de Macbeth
que Booth citou em sua nota ao dr. Stuart veio do volume definitivo da
coletânea de obras The Complete Works of Shakespeare, Fifth Edition,
de David Bevington (Nova York: Pearson, 2004), página 1.277.
As duas declarações de Rollins feitas em 25 de abril de 1865
estão publicadas em On the Way, de Hall, páginas 126 e 127.
William Jett deu um depoimento em 6 de maio de 1865 e
também testemunhou no julgamento da conspiração em 17 de maio de
1865. Ambos os seus relatos estão publicados em On the Way, de Hall,
páginas 135 e 139.
CAPÍTULO NOVE
O telegrama de Beckwith e todos os demais telegramas neste
capítulo aparecem nos Registros Oficiais.
A narrativa do tempo que Booth passou na fazenda dos Garrett
e todas as citações diretas foram tiradas de vários relatos. Este acervo
de fontes inclui depoimentos, relatórios e testemunhos, e cobre a
perseguição até Bowling Green, a chegada à fazenda dos Garrett, o
debate com Booth, a rendição de Herold e o disparo contra o assassino e
sua consequente morte.
Os principais relatos do capitão Edward P. Doherty podem ser
encontrados em seu relatório de 29 de abril de 1865; em seu
depoimento no julgamento da conspiração feito em 22 de maio de 1865;
e em sua carta escrita em 21 de março de 1866 para o secretário da
Guerra Stanton. Queira ver On the Way, de Hall, páginas 27-36.
Os relatos do coronel Everton J. Conger podem ser encontrados
em seu depoimento no inquérito a bordo do Montauk em 27 de abril de
1865; em seu testemunho prestado no julgamento da conspiração em 17
de maio de 1865; na investigação de impeachment de Andrew Johnson
em 13 e 14 de maio de 1867; e no julgamento de John H. Surratt em 25
de junho de 1867. Queira ver On the Way, de Hall, páginas 40-63.
Os relatos de Luther Byron Baker podem ser encontrados em
seu depoimento feito em 27 de abril de 1865 no inquérito a bordo do
Montauk, em seu testemunho prestado na investigação de impeachment
de Andrew Johnson em 22 de maio de 1867 e em seu testemunho no
julgamento de John H. Surratt em 25 de junho de 1867. Queira ver On
the Way, de Hall, páginas 74-98.
Em geral, os relatos de Doherty, Conger e Baker concordam
quanto ao que aconteceu na fazenda dos Garrett. Variam em detalhes
mínimos, claro, reflexo não apenas da fragilidade da memória como
também da competição pelo dinheiro da recompensa. Por exemplo, as
partes discordaram quanto à pessoa que “realmente” capturou David
Herold e o puxou pela porta do celeiro para fora, mandando amarrá-lo
em seguida. Os relatos que cada parte faz do diálogo com Booth variam
um pouco quanto a escolhas específicas das palavras de Booth, ou
quanto à se- quência de algumas de suas frases. Mas todos concordam
quanto à substância do debate com Booth, quanto a todos os
sentimentos que ele expressou e quanto às suas tratativas com a família
Garrett.
Eu não incluí toda variação possível de seus relatos. O que fiz
foi usar o meu julgamento mais sensato e os principais relatos deixados
pelos representantes para construir o que eu acredito ser o relato mais
razoável do clímax da caçada humana.
Para facilitar as referências do leitor, eu não faço citações de
cada página de microfilme no Arquivo Nacional, de cada documento e
cada relatório onde esse material pode ser encontrado. O que faço é
indicar ao leitor o On the Way to Garrett’s Farm: John Wilkes Booth
and David E. Herold in the Northern Neck of Virginia, April 22-26,
1865 (“A caminho da fazenda Garrett: John Wilkes Booth e David E.
Herold na extremidade norte da Virginia, 22 a 26 de abril de 1865”), de
James O. Hall (Clinton, Maryland: The Surratt Society), um volume
indispensável que reúne num lugar só muitas das evidências
significativas e que direciona os leitores mais interessados para os
específicos rolos e páginas microfilmados.
Os principais relatos de Boston Corbett podem ser encontrados
em seu relatório de 29 de abril de 1865; em seu testemunho de 17 de
maio de 1865 no julgamento da conspiração; e num artigo publicado em
14 de abril de 1877 no jornal Philadelphia Weekly Times. Queira ver On
the Way, de Hall, páginas 155-162.
Membros da família Garrett deixaram comentários
consideráveis sobre seus visitantes. O depoimento de John M. Garrett
foi tomado no escritório do coronel Lafayette Baker em 20 de maio de
1865, e Garrett testemunhou em 25 de junho de 1867, no julgamento de
John H. Surratt. Suas recordações estão reimpressas em On the Way, de
Hall, páginas 140-146. A reveladora carta escrita por Richard H. Garrett
em 4 de abril de 1866 para Grandison Manning aparece em On the Way,
de Hall, página 170, e a carta do reverendo Richard Baynham Garrett de
24 de outubro de 1907 aparece na página 174.
Queira ver também “True Story of the Capture of John Wilkes
Booth” (“A verdadeira história da captura de John Wilkes Booth”), de
William H. Garrett, Confederate Veteran, volume XXIX, n° 4, de abril
de 1921, páginas 129-130, e “A Chapter of Unwritten History: Richard
Baynham Garrett’s Account of the Flight and Death of John Wilkes
Booth” (“Um capítulo de história não escrita: O relato de Richard
Baynham Garrett sobre a fuga e a morte de John Wilkes Booth”), Betsy
Fleet, org., The Virginia Magazine of History and Biography, volume
71, n° 4, outubro de 1963, páginas 387-404. Este artigo inclui a carta de
Edwin Booth agradecendo aos Garrett e a história de John Wilkes
Booth entretendo as crianças da família Garrett com sua bússola de
bolso.
Para uma retrospectiva pouco conhecida — e estranha —
baseada em entrevistas com alguns dos sobreviventes da família
Garrett, queira ver “John Wilkes Booth: The Scene of the Assassin’s
Death Visited” (“John Wilkes Booth: Visita à cena da morte do
assassino”), de F. A. Burr, Boston Herald, de 11 de dezembro de 1881,
página 9.
CAPÍTULO DEZ
A descrição que Lucinda Holloway faz da morte de Booth
aparece em John Wilkes Booth: Fact and Fiction of Lincoln’s
Assassination (“John Wilkes Booth: Fatos e ficção sobre o assassinato
de Lincoln”), de Francis Wilson (Boston: Houghton Mifflin, 1929),
páginas 209-217. Encontra-se reimpressa em On the Way, de Hall,
página 178.
Todo o material de George Alfred Townsend neste capítulo vem
do seu livro The Life, Crime and Capture of John Wilkes Booth.
O diálogo entre Asia Booth Clarke e T. J. Hemphill vem das
memórias dela, The Unlocked Book, páginas 92-93.
A coleção completa das fotografias que Gardner fez dos
conspiradores cativos foi publicada pela primeira vez em Lincolns
Assassins, de Swanson e Weinberg, páginas 58 a 76.
A história de Clark Mills foi relatada no número do Chicago
Tribune de 2 de maio de 1865.
O diálogo de Townsend com Lafayette Baker e seu relato do
falso sepultamento no mar se encontram em The Life, Crime and
Capture of John Wilkes Booth, páginas 38-39.
Informações importantes aparecem em “An Eyewitness
Account of the Death and Burial of J. Wilkes Booth” (“Um relato de
testemunha ocular da morte e sepultamento de J. Wilkes Booth”), de L.
B. Baker, Journal of the Illinois State Historical Society (publicação da
Sociedade Histórica do Estado de Illinois), de dezembro de 1946,
páginas 425-446.
As ordens de pagamento do Tesouro dos EUA emitidas para
Corbett, Doherty, Baker e todos os demais que receberam o dinheiro da
recompensa foram recentemente recuperadas no Arquivo Nacional e
fotografadas pela primeira vez.
As cartas de Boston Corbett repousam em acervos particulares.
O relato que Asia Booth fez de Corbett aparece em suas
memórias nas páginas 99-100.
Para obter o relato moderno mais detalhado da execução dos
conspiradores e uma coleção completa das fotografias que Gardner
tirou do enforcamento, queira ver Lincoln’s Assassins, de Swanson e
Weinberg, páginas 98-121.
A carta em que Edwin Booth pede a devolução dos restos
mortais de seu irmão se encontra nos documentos de Johnson. Queira
ver The Papers of Andrew Johnson (“Os documentos de Andrew
Johnson”), de Paul H. Bergeron, volume 15, de setembro de 1868 a
abril de 1869 (Knoxville: University of Tennessee Press, 1999), páginas
431-432.
O livro de memórias de Asia Booth Clarke fecha com essa
elegia. Qual seu irmão- assassino, ela não resistiu a citar Shakespeare.
A última linha de seu livro Desta arte o mundo avança vem, sem
surpresa alguma, de Hamlet, segunda cena do terceiro ato: “Uns
precisam velar, outros dormir; desta arte o mundo avança.”
EPÍLOGO
As cartas de Asia Booth Clarke aqui citadas vêm da edição
reimpressa com novo título, John Wilkes Booth: A Sister’s Memoirs by
Asia Booth Clarke (“John Wilkes Booth: Memórias de uma irmã, por
Asia Booth Clarke”) (Jackson: University Press of Mississippi, 1996),
edição de Terry Alford, página 21.
A história triste e estranha de Rathbone e Harris foi assunto do
espantoso romance Henry and Clara (“Henry e Clara”), de Thomas
Mallon (Nova York: Ticknor & Fields, 1994).
O panfleto promocional de Luther Baker, sua “composição de
imagens”, e o relato em primeira mão de seu cavalo Buckskin aparecem
em Lincoln’s Assassins, de Swanson e Weinberg, página 37.
Sobre a palestra de John H. Surratt, queira ver The Death of
Lincoln: The Story of Booth’s Plot, His Deed and the Penalty (“A morte
de Lincoln: A história da trama de Booth, seu feito e a punição”), de
Clara E. Laughlin (Nova York: Doubleday, Page, 1909), páginas 222-
249. Queira ver também “A Remarkable Lecture — John H. Surratt
Tells His Story” (“Uma palestra notável — John H. Surratt conta sua
história”), Lincoln Herald, dezembro de 1949, páginas 20-33, 39. O
raro cartaz anunciando a palestra de Surratt, marcada para 30 de
dezembro de 1870 em Washington porém jamais proferida, aparece em
Lincoln’s Assassins, de Swanson e Weinberg, página 124.
A morte de Frances Seward é discutida em William Henry
Seward, de Van Deusen, páginas 415-416. As palavras de Seward sobre
a morte de Fanny, seu “indizível pesar” e os sonhos destroçados, se
encontram em Van Deusen, página 417.
As memórias de Samuel Arnold só vieram aparecer em forma
de livro após a publicação póstuma de Defense and Prison Experiences
of a Lincoln Conspirator (“A defesa e a prisão de quem conspirou
contra Lincoln”) (Hattiesburg, Mississippi: The Book Farm, 1940).
O dr. Mudd já foi assunto de vários livros, alguns bastante
simpáticos a ele. Na prateleira de Mudd encontram-se The Life of Dr.
Samuel A. Mudd (“A vida do dr. Samuel A. Mudd”), de Nettie Mudd
(Nova York: Neale Publishing Company, 1909); The Union vs. Doctor
Mudd (“A União versus o doutor Mudd”), de Hal Higdon (Chicago:
Follett Publishing Company, 1964); The Riddle of Dr. Mudd (“O
enigma do dr. Mudd”), de Samuel Carter III (Nova York: G. P.
Putnam’s Sons, 1974); His Name Was Mudd (“O nome dele era
Mudd”), de Eiden C. Weckesser (Jefferson, Carolina do Norte:
McFarland and Company, 1991); Dr. Mudd and the Lincoln
Assassination: The Case Reopened (“O dr. Mudd e o assassinato de
Lincoln: Caso reaberto”), John Paul Jones, org. (Conshohocken,
Pensilvânia: Combined Books, 1995); e, finalmente, o melhor relato, e
o mais verdadeiro, His Name is Still Mudd: The Case Against Dr.
Samuel Alexander Mudd (“O nome dele ainda é Mudd: O processo
contra o dr. Samuel Alexander Mudd”), de Edward Steers Jr.
(Gettysburg: Thomas Publications, 1997).
A história do rápido declínio de Stanton e seus tristes últimos
dias está contada em Stanton, de Thomas e Hyman, páginas 627-640. A
carta de pêsames de Robert Lincoln aparece na página 638.
A história bizarra e, em muitos aspectos, perturbadora do crânio
de Powell e da homenagem no sepultamento é destacada em American
Brutus, de Kauffman, página 391.
Um breve histórico pós-assassinato do Teatro Ford aparece em
Ford’s Theatre and the Lincoln Assassination (“O Teatro Ford e o
assassinato de Lincoln”), de Victoria Grieve (Alexandria, Virginia:
Parks & History Association, 2001), páginas 84-91. Restoration of
Ford’s Theatre (“Restauração do Teatro Ford”), de George F. Olszewski
(Washington, D.C.: Escritório da Gráfica do Governo, 1963), relato
essencial e fascinante sobre o resgate da falecida casa de
entretenimento, tem lugar na biblioteca de qualquer pessoa interessada
no assassinato ou na história do teatro americano.
Os comentários conciliatórios porém hagiográficos de Asia
Booth Clarke vêm de suas memórias, The Unlocked Book, página 100.
A narrativa sobre os quadros a óleo do assassinato e as figuras
de cera deriva dos cartazes originais da divulgação do Panorama de
Terry e do Museu do Coronel Orr.
O mito do Booth que escapou vale um livro em si, mas essa
história, infelizmente, está além do âmbito desta. Para uma introdução
ao mito, e para obter fotografias do livro de Bates, quadros a óleo por
ele encomendados de forma a alimentar seu esquema, e para acesso a
uma carta onde ele alega “Eu tive John Wilkes Booth como cliente na
região ocidental do Texas entre 1875 e 1877”, queira ver Lincolns
Assassins, de Swanson e Weinberg, páginas 130-136. Queira ver
também Myths After Lincoln (“Mitos depois de Lincoln”), de Lloyd
Lewis (Nova York: Harcourt, Brace and Company, 1929); The Great
American Myth (“O grande mito americano”), de George S. Bryan
(Nova York: Carrick & Evans, 1940); The Legend of John Wilkes
Booth: Myth, Memory, and a Mummy (“A lenda de John Wilkes Booth:
Mito, memória e uma múmia”), de C. Wyatt Evans (Lawrence:
University Press of Kansas, 2004); e Blood on the Moon (“Sangue na
Lua”), de Steers, páginas 245-267. A irreverente e maravilhosa obra
Assassination Vacation (“Férias de assassinato”), de Sarah Vowell
(Nova York: Simon & Schuster, 2005), cobre as lendas da fuga de
Booth e de sua múmia no passeio que a autora faz pela cultura popular
dos assassinatos de Lincoln, Garfield e McKinley.
O absurdo livro da “neta” impostora de Booth é This One Mad
Act: The Unknown Story of John Wilkes Booth and His Family (“Este
ato maluco: A história desconhecida de John Wilkes Booth e sua
família”), de Izola Forrester (Boston: Hale, Cushman & Flint, 1937).
Minha afirmativa de que muitos turistas que vêm ao Teatro
Ford deixam de ver a bússola de bolso de Booth se baseia em muitas
horas de observações pessoais que eu mesmo fiz no museu durante
vários dias. Da mesma forma, minha afirmativa sobre a popularidade da
pistola Deringer de Booth se baseia em muitas observações pessoais de
visitantes que olhavam e conversavam no museu sobre a arma do crime
e também sobre outras armas de fogo e facas de Booth.
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