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Contos da Juventude
Goiânia
2015
Copyright © 2015 – CEPI PROFESSOR PEDRO GOMES
Título:
Avessos: Contos da Juventude
Autores:
Alunos do CEPI Professor Pedro Gomes
Organizadoras:
Ludmyla Rayanne e Herlenita Lima
Projeto Gráfico:
José Neto
Foto da Capa:
José Neto
Revisão:
Ludmyla Rayanne e Herlenita Lima
VV. AA. Avesso: Conto da Juventude. Org. Ludmyla Rayane, Herlenita Lima. Goiás, 2015.
Título: Avessos: Contos da Juventude
1. Contos I. Juventude. II Título
Todos os direitos desta edição reservados ao Centro de Ensino em Período Integral Professor
Pedro Gomes
Direção:
José Joaquim Gomes Neto
Secretária:
Tânia Cerocino
Coordenadora Adminstrativo Financeira:
Helga Schaitl
Coordenadora Pedagógica:
Jerusa Aparecida
VIAGEM FINAL 9
O MISTÉRIO DE AMOR 10
A DESCOBERTA DE UM REI 12
AMIGO ETERNO 18
GRITO DO MEDO 21
SEM PACIÊNCIA 22
VINGANÇA AO AVESSO 24
AINDA DÁ TEMPO 25
O CIENTISTA 28
PERIGOS ONLINE 29
PREVISÃO 31
O PREÇO DE UM SEGREDO 33
CRIME EM DOSE DUPLA 36
DESTRUIDOR DE CORAÇÕES 37
DECEPÇÃO AMOROSA 40
A ROSA NEGRA 44
O ÚLTIMO ENCONTRO 45
A SEMELHANÇA DA DIFERENÇA 47
ESTRANHO ALÍVIO 48
VINGANÇA EQUIVOCADA 51
DAMA DA NOITE 53
VÍTIMA DA INDIFERENÇA 54
O PREÇO DE UM AMOR 55
E AGORA? 59
O PREÇO É O SANGUE 61
TEMPO INCRÉDULO 64
EDUARDA FERREIRA ROSA DA SILVA- 2º C
ADEUS
Em uma casa simples, cidade pequena e muito verde, morava uma família hu-
milde de classe média. Ana era filha de seu João, servente de pedreiro, e de Maria,
lavadeira de dona Catarina. Ana tinha dois irmãos mais novos. Ela estudava em uma
escola pública e vivia em uma complicada situação financeira.
Apesar da vida difícil, a mãe de Ana sempre lutou para que o filho estudasse. Ela
sempre foi uma criança desinteressada, largada e travessa, tinha muitos amigos e
passava as tardes em casas alheias, brincando.
Sua mãe sempre foi muito exigente e dizia que Ana se tornaria uma mulher de
destaque. Ela não ligava muito, pois o que importava mesmo eram suas brincadeiras
de criança.
Na casa de dona Catarina, Ana sempre foi muito bem-vinda. Apesar de suas tra-
vessuras, Rhuan, marido de dona Catarina tinha um carinho enorme pela pobre meni-
na. Dona Catarina se orgulhava do marido, percebendo seu bom coração e seus atos
de caridade.
Depois de alguns anos, Ana se tornara uma moça linda, estava prestes a concluir
o ensino-médio, com muito esforço. Sua mãe já estava velha e cansada, ainda traba-
lhava com dona Catarina e já precisava do auxílio de Ana. Seu João tinha falecido há
alguns meses e sua casa, sem a ajuda financeira dele, tinha piorado ainda mais. Ana
começou a ajudar sua mãe na casa de dona Catarina com os afazeres da casa. A crian-
ça que passava as tardes brincando, agora estava trabalhando.
A rotina de Ana mudou: acordava cedo com sua mãe, ia até a casa de dona Cata-
rina, fazia seus deveres e, no início da noite, ia para sua escola. Em um dia desses, Ana
reviu Arthur, filho de dona Catarina e Rhuan, um belo rapaz, estudante de medicina,
educado e um pouco mimado. Arthur se encanta com a beleza dela, a troca de olhares
é inevitável. A mãe de Ana a interrompe com um berro, lembrando-a dos seus afaze-
res. Desconfortada, a garota se despede e vai até os fundos.
Dona Maria percebeu o comportamento de sua filha e, muito apreensiva, obser-
vava os olhares de Ana para o rapaz. Maria estava ciente de que uma flor nascera no
coração de Ana e isso a preocupa muito. Seu Rhuan não parava em casa há dias, o
trabalho estava dobrado e não teve a oportunidade de perceber o início do romance.
Arthur já estava bem envolvido com Ana, os dois não esperavam o momento de
ficarem juntos. Maria não poderia permitir que esse amor seguisse adiante, pois Ana e
Arthur eram de classes diferentes e a senhora Catarina jamais permitiria isso. Ana,
muito apaixonada diz à mãe que nada, nem ninguém poderá separar os dois.
Arthur, ao ver que seu pai não aprovaria o casamento, resolve mandar um tor-
pedo para Ana, marcando de encontrá-lo no posto da cidade. Muito apressado, Arthur
anda em alta velocidade. Ao fazer uma curva, ele perde o controle do carro e capota.
Arthur é impedido de chegar ao seu destino, e Ana sofre com sua ausência.
O SOL NASCE PARA TODOS GABRIEL NUNES DOS SANTOS- 2º ANO C
Essa é a chance da minha vida, esse pênalti me levará do lixo ao luxo. Qual can-
to bater? Seria o direito ou o esquerdo? No meio do gol seria a opção mais segura?
Que explosão foi essa? Pareceu tiro. Estou tonto. Parece que estou fora do meu
corpo. Por que todos me olham assustados? Minhas pernas não respondem, estou
impossibilitado de definir o meu destino. Poxa! Nem dormi bem essa noite. Além de
brigar com o babaca do meu irmão mais velho, a polícia decidiu prender o “chefão” do
morro. Gregório, apelidado de Grego, indivíduo inclusive a quem estou devendo e,
para a minha sorte, não pegaram na operação feita na noite anterior. A vendinha do
Sr. Alcino tá roubada de novo, e o resultado? Brazuka, sem emprego, sem dinheiro
para comprar um par de chuteiras para jogar a final da copa “Comunidade da Penha”.
Tive que pegar um empréstimo com o Rêgo e ele já está me cobrando.
A vida aqui na comunidade não é fácil! Mas o jogo de logo mais irá mudar mi-
nha vida, vai me tirar desse buraco de rato. Se dependesse do meu irmão Zé Batalha,
eu não jogaria a final, por isso dei um soco na cara dele, mas depois pensei bem: ele
me deu comida, roupa e me matriculou na escola, me ajudou bastante depois que mi-
nha mãe foi vítima de bala perdida.
Tenho que concentrar, o técnico me deu uma chance, deixando eu bater o úl-
timo pênalti. Minha namorada vai estar na torcida e olheiros também, tenho que bri-
lhar! Disseram que destaques de hoje vão ganhar uma chance em um time profissio-
nal. Ai, ai, ai! Minha vez de cobrar o pênalti.
Minha mãe podia estar aqui para ver o filho caçula dela realizando o sonho de
infância. Lembro-me do dia do acidente como se fosse hoje, estávamos na laje, em
um domingo ensolarado, almoçando. Eu estava fazendo embaixadinhas perto da cai-
xa d’água, quando ouvimos o primeiro som de tiro e outros três sons seguintes. Eram
comuns os tiroteios na favela, mas nunca nos acostumamos. Uma bala perdida acer-
tou minha mãe. Fizemos um velório discreto, igual ao de um livro da escola, o nome é
parecido com o meu: acho que é Brás, algo assim.
Daí surgiu a minha primeira dívida com o meu próprio irmão Zé Batalha, que
me emprestou dinheiro para comprar o caixão da nossa mãe. Talvez Zé tenha essa
raiva de mim por minha mãe me dengar muito, mas nem quero pensar nisso; apesar
de todos os defeitos dele, eu o amo.
Talvez essas dívidas possam me matar, Grego disse para eu ficar esperto e
meu irmão... Bem, vingativo como ele é, não vai deixar barato aquele soco.
É agora! Vou bater em qual canto?
Que explosão foi essa?
DAVID LOURENZO- 2º ANO C
Uma morte havia acontecido ali, próximo a sua casa. João logo ficou preocupa-
do, pois ouvira boatos de que era seu amigo Francisco. A causa ainda era desconheci-
da para os policiais e para os moradores, mas João sabia.
Ele se apressou e ficou sabendo de tudo o que havia ocorrido. Ficou muito ner-
voso, mas sabia o porquê e se queixava que talvez o próximo fosse ele.
A morte ocorrera em uma área perigosa do bairro, onde crimes, drogas e prosti-
tuição eram comuns. A polícia investigara mais profundamente o que teria acontecido
no local em questão.
Na noite anterior, João e Francisco estavam preocupados, pois deviam drogas
ao fornecedor do setor. Era talvez a terceira ou quarta vez que João usara e já estava
devendo.
O tal fornecedor, querendo seu dinheiro, foi atrás de João e o cobrou, em uma
conversa muito rebuscada:
_ Cara, você viu o que aconteceu com o Francisco? Foi uma pena, né?
_ Eu vi sim, e já estou agilizando o seu dinheiro – disse o João.
_ Oh! Acho bom mesmo, eu não gostaria de fazer aquilo de novo.
Não durou muito e a conversa acabou.
João estava com medo, pensando no que ia fazer para arrumar o dinheiro do
homem. Em sua mente, tinha duas opções, pagar ou contar tudo o que sabia a polícia.
Porém, a segunda opção não era cogitada em sua cabeça. E com tantos problemas
que João já enfrentava, viria mais um: a polícia. Queriam sua ajuda para solucionar o
crime.
_ Rapaz, tudo bem? Sou o sargento Daniel e queria te perguntar se você não
sabe de alguma coisa que possa nos ajudar. Se alguém não gostava dele, se havia al-
gum problema mal resolvido?
_ Não senhor, não posso lhe ajudar em nada. Se for só isso, estou indo.
O policial apenas balançou a cabeça afirmativamente, assim João saiu. A ca-
beça de João estava à mil, indeciso, e com medo. Saindo dali foi comprar mais drogas.
Outra morte no bairro: em 2 semanas, 2 pessoas mortas, 2 rapazes. Desta
vez, morrera com 8 tiros. João já estava todo perdido no mundo quando recebeu essa
notícia.
Quem seria o próximo?
RAÍ CEZAR ALVES CUNHA DE ASSIS_ 2º ANO C
Era uma manhã chuvosa, Bocão havia acordado às 6 horas da manhã, pois pre-
cisava ir para sua escola. Estava desesperado, pois prometeu a seu amigo Zoin que se
encontrariam na praça para irem juntos ao colégio. Zoin tinha tirado a carteira a pou-
co tempo e já tinha um carro até conservado.
Ao sair de casa, se depara com Zoin que chama Bocão para passar antes na casa
de um colega. Mesmo atrasados, decidem que iriam à casa do colega de Zoin. No ca-
minho, os dois conversam sobre trabalhos que estavam fazendo.
Chegando à casa de Marcelo, que era uma boca de fumo, eles veem que Marce-
lo só estava esperando. O traficante ofereceu uma oportunidade de trabalhar como
aviãozinho, e pagava muito bem pelo serviço.
Os dois aceitaram o serviço, pois consideravam que era um dinheiro fácil. En-
tão começaram a entregar drogas no setor, e em outras cidades, além da escola, é
claro.
Em uma dessas entregas, conhecem Pedrinho, um garoto de 13 anos que tra-
balhava para outro traficante.
Alguns dias se passam e as entregas começam a aumentar. Logo a polícia per-
cebe essa movimentação de entorpecentes e dá início a uma investigação.
Nisso, Bocão acaba perdendo o dinheiro que havia recebido de uma entrega.
Desesperado, procurou Zoin para saber o que poderia fazer.
Zoin diz que conhece um cara que realizava assaltos, e que havia sido chamado
para realizar um roubo em uma loja de pedras preciosas.
Bocão aceita a proposta e participa do assalto, mas uma câmera flagra seu
rosto e a polícia o prende. Com medo do que poderia acontecer, entrega todo o es-
quema de vendas de drogas e de assaltos, deletando o nome dos envolvidos.
Ao ser liberado, Bocão ficou com medo do que poderia acontecer e decidiu
mudar para a casa de seu pai. No entanto, no dia de sua viagem, Zoin chega em uma
moto, dispara dez tiros a queima roupa e foge, logo depois.
Antes de morrer, Bocão ainda lembra daquela manhã inesquecível em que
tinha saído de carro com Zoin. Seu amigo, aquele em quem tanto confiava, foi o moti-
vo de tudo. E agora lhe tirava o último sopro de vida.
MARCUS LUCILIUS SOARES RIBEIRO-2º ANO C
VIAGEM FINAL
GABRIELA RODRIGUES BANDEIRA-2º C
O MISTÉRIO DE AMOR
DOUGLAS VINICIUS FERREIRA LOPES - 2ºc
Naquela época, não entendia o porquê eles me adotaram, mas hoje per-
cebo que foi o melhor presente que já recebi em toda minha vida. Dois pais: sou privi-
legiado por ter dois pais.
Talvez hoje eu não seria o jovem que sou se eles não tivessem me amado.
Talvez seria um menino de rua ou um cadáver. Mas como todo adolescente, cresci
meio mimado, rebelde, mas sempre respeitei todos que mereciam respeito.
Na minha escola, sou tratado por uns muito bem, mas por outros sou
visto com olhos diferentes. Nem ligo muito para o que pensam de mim fora da escola.
Em casa, sou tratado como um príncipe. Minha família é perfeita, almo-
çamos juntos, jantamos, nos reunimos em todas as refeições. Não abrimos mão disso:
família boa e família unida.
Certo dia, fomos ao shopping. Lá, pessoas começaram a olhar de for-
ma muito estranha para mim, me senti oprimido, como se o mundo todo se concen-
trasse em mim. Papai logo se irritou e saímos da praça de alimentação, indo embora.
Em todos os lugares aonde vamos, as pessoas reparam e comentam,
muito chato. Certa noite, pedimos permissão para sair, fui a uma festa com amigos e
me diverti bastante. Estando tarde, fui embora só, pois o carro dos meus pais havia
quebrado e eu não queria pedir um táxi. Virando a esquina, fui abordado por uma ga-
lera da escola que começou a me bater, sem motivo, me chamando de aberração e
vários outros xingamentos. Logo apaguei.
Ainda inconsciente, eu refletia sobre que o que importa mesmo: ser feliz,
sem temer ao outro. Pensava na minha família com muita dor. Quando acordo, ime-
diatamente o médico chama meus pais. Um deles pergunta:
- O que aconteceu?
Contei tudo. Tomás, indignado, falou que iria prestar um B.O. na delegacia
e Nicolas ficou muito preocupado comigo.
Depois de três dias internado na UTI, o médico ligou em casa, com uma
notícia aos meus pais de que eu não teria muito mais tempo de vida, pois meu caso
tinha se agravado. Quando eles chegaram lá, já estava muito cansado e sem forças,
foi diagnosticada minha morte cerebral.
Com muitas lágrimas no rosto, meus pais pediram para desligar os apare-
lhos. Meus órgãos seriam doados, eles queriam salvar outras vidas. Restou-me apenas
o amor de meus pais e a angústia de ter vivido em uma sociedade preconceituosa,
injusta e machista.
AMANDA JULLY RAMOS LACERDA- 2ª C
A DESCOBERTA DE UM REI
“Querido diário, hoje fui ao baile no castelão, estava tudo lindo, me senti um pou-
co deslocada, pois Ana e Bia foram embora e me deixaram sozinha.
Por muita sorte, havia um cavalheiro muito lindo que me ajudou, me levou em ca-
sa e me fez companhia. Todos no castelo lhe chamaram de rei, ele era muito famoso e
rico. Quando nos despedimos, aconteceu o primeiro beijo (...)”
“Querido diário, estou desesperada, não sei o que fazer, descobri que estou grávi-
da do rei. Hoje procurei por ele por toda a cidade, sem que eu tivesse a chance de lhe
contar a verdade (...).”
Isabel não sabia o que fazer, ela estava chocada, acabara de descobrir a verdade
sobre o seu pai. Lágrimas começaram a descer, ela já sofria muito pela recente perda
de sua mãe, e agora, ao ler esse diário, descobriu ser filha de um rei.
Como sua mãe pôde esconder todo esse tempo isso dela? Ela era filho de um rei e
isso significava que era uma princesa. Isabel não conseguia acreditar: esse era o sonho
de toda garota, morar em um castelo, usar as melhores roupas, encontrar um príncipe
e o melhor: ser rica. Meu Deus, ela era, rica! Podre de rica! Ela já se imaginava coberta
de joias.
Mas ela tinha um problema: iria contar ou não o que descobriu para sua tia Rita,
que era a pessoa que pegou sua guarda após a morte de sua mãe? Dona Rita nunca
conversava com a garota, nem demonstrava carinho, era sempre muito fria, não tinha
marido, nem filhos.
A menina resolveu não contar nada à tia e decidiu ir em busca de um pai, sozinha.
Ela sempre foi apaixonada por livros de romances policiais e cobrava desvendar misté-
rios.
Assim, Isabel começou a investigar, primeiramente pelo diário. Começou a devo-
rar página por página, mas no fim só conseguiu duas pistas: primeira, seu pai é um rei;
segunda, seu pai morava em um castelão, que ficava no topo do Monte Mendanha.
Isabel decidiu começar pelo Monte Mendanha, ela já tinha ouvido falar do lugar,
mas nunca tinha ido lá. Achou meio estranho: um grande castelo em um lugar como
esse? Mas não importava, contanto que ela encontrasse seu pai.
Domingo bem cedinho, acordou e saiu sem falar nada com a tia, pois ela nem se
importava. Pegou um ônibus e foi para o tal monte. Chegando lá, o lugar era bem feio,
tinha muito mato e pessoas estranhas. Encontrou uma jovem que estava parada na
esquina e perguntou:
_ Você pode me dizer se aqui tem algum castelo?
_ Castelo? Você quer dizer Castelão?
_ Sim! Esse mesmo.
- Ele fica logo ali – respondeu a menina.
Isabel agradeceu e foi em direção ao Castelão. Ela estava muito ansiosa para co-
nhecer sua futura casa. Chegando perto, viu uma grande estrutura, mas se convenceu
de que aquilo não podia ser seu castelo. Será que seu pai era um rei falido?
Chegando em frente ao local, Isabel se surpreendeu com um grande cartaz que
dizia: “Grande festa hoje, aqui na boate Castelão, com um show do rei do funk”. Isa-
bel, ao ler, ficou em choque e desmaiou.
MORGANA GOMES- 2ª C
ELIEZER SILVÉRIO CINTRA 2º C
AR MAIS NOS OUTROS
PENSAR MAIS NOS OUTROS
PENSAR MAIS NOS OUTROS
Senti um frio na barriga na terça-feira, parecendo que tinha acontecido alguma
coisa com alguém da minha família ou alguma pessoa de que gosto muito tivesse se
acidentado e ficado gravemente ferida ou morrido.
Me deu uma vontade de chorar, pôr para fora tudo o que eu sentia, porque pare-
cia que meu elo com essa pessoa era tão forte...
Cheguei em casa, liguei e mandei mensagem para todos de quem gostava para
ver se estava tudo bem com eles. Todos me responderam que estavam muito bem.
Aí, acordando na sexta-feira de madrugada, mais precisamente às 4 horas para
poder ir me apresentar no exército, vieram novamente: sensações estranhas e pen-
samentos, de que nunca mais veria minha mãe, e que nunca mais veria quem eu amo,
que não veria amigos e colegas de sala.
Cheguei ao exército e me redirecionaram para fila. Um policial me perguntou se
eu queria servir à pátria, e eu falei que não.
- Por quê?
Eu respondi que era por causa dos meus pais, amigos e as pessoas que eu amo.
Falei mais uma coisa para ele: que eu quero passar mais tempo com essas pessoas, por
isso que não quero ser um soldado.
Só que aquele policial gostou da minha resposta e disse que tudo o que eles pre-
cisavam era de jovens conscientes da importância de cuidar. Disse ainda que eu cuida-
ria não só daqueles que amo, mas de toda uma nação e aprenderia o que significa “pá-
tria amada”.
Saí dali convocado a me apresentar novamente em 30 dias, portanto a docu-
mentação necessária. Quem sabe ele não tinha razão? Quem sabe eu não estenderia
o amor que tenho a ainda mais pessoas... Afinal pensar no próximo é sempre a melhor
saída. E um país pode ser sua “grande família”.
VITÓRIA FERREIRA DIAS 2ª C
Olho uma última vez o frango no forno. Está quase pronto, só vai levar mais
alguns minutos. Começo a pôr a mesa nesse meio tempo. Quatro lugares, quatro pra-
tos postos à mesa, apesar de que íamos usar somente três. Sei que preciso abandonar
essa mania, não é saudável, mas me conformo com a ideia de que algum dia isso pas-
sará. Minha mulher morreu há três anos.
Nos conhecemos quando eu tinha ainda os meus 17 anos. Foi em uma loja de
discos, depois de um encontrão. Pedi desculpas e ela se afastou. Ficamos nos enca-
rando no tempo em que ficamos lá. Eu não sabia como chegar nela, o que dizer ou
sobre o que falar. Arrisquei somente perguntar seu nome, o qual ela medisse, era Sa-
mantha. Pensei que seria difícil dar continuidade àquela conversa, mas não foi. Sa-
mantha era uma pessoa incrível, simpática e divertida.
Conforme nossa amizade crescia, o sentimento também crescia. Começou
com um beijo roubado e depois mais um e mais outro, até que a amizade virou namo-
ro.
Anos mais tarde, veio o casamento. Eu tinha vinte e oito anos e ela vinte e se-
te. Foi uma cerimônia pequena e simples, com a presença de alguns poucos familiares,
os mais próximos. Tudo ocorreu conforme a vontade dela.
Íamos ter o nosso primeiro filho, Samantha estava grávida. Qual não foi a mi-
nha surpresa ao descobrir, após a ultrassom, que não seria um, mas sim dois bebês,
um casal. Nasceram e pusemos os nomes de Max e Alexia.
Tudo ia bem, até que veio a notícia. Minha mulher estava doente. Ela tinha
mieloma múltiplo, um câncer com origem na medula óssea.
A partir daí, nossa rotina mudou completamente. Não passávamos mais o
tempo que gostaríamos de passar com nossos filhos, não jantávamos mais reunidos
na mesa. Céus, mal parávamos em casa! Eram visitas e estadias sem fim no hospital,
até chegar ao ponto da internação ser definitiva.
Ela estava em estado terminal. O meu desespero era grande, já havíamos
tentando de tudo isso, era vê-la desistir. A doença, o tratamento, a dor, tudo isso a
consumia.
Em seu último dia, Sam pediu que eu levasse nossos filhos e assim o fiz. As
crianças, apesar da pouca idade, entendiam o que estava acontecendo. Minha mulher
sorriu ao vê-los. Passaram alguns minutos juntos e logo eles tiveram de sair. Levei-os
em casa e logo voltei ao hospital.
Naquela noite, fiz algo que nunca irá me abandonar.
Samantha respirava com dificuldade e me olhou com os olhos suplicantes. Eu
sabia o que ela queria, não podia fazer aquilo, mas havia prometido à ela no início que
faria, caso as coisas chegassem a esse ponto. Lutando comigo mesmo, retirei o tra-
vesseiro sob sua cabeça e o apertei contra seu rosto. Foi rápido. Assim, pus fim a seu
sofrimento, conforme seu desejo.
Hoje, faz três anos que ela se foi. Olhando para os dois pares de olhos que me
encaram e para o assento vazio ao meu lado, penso se fiz a coisa certa. Pergunto-me
se meus filhos ainda teriam uma mãe e se ainda seríamos uma família completa e feliz
se minha escolha tivesse sido outra.
EM MEMÓRIA DE JOÃO PAULO ALVES GUEDES – 3ª A
PROFESSORA LUDMYLA RAYANNE
AMIGO ETERNO
ALEXANDRE ROSA CARVALHO - 3ª A
Renato voltava para casa depois de um longo dia, tinha trabalhado ardua-
mente. A empresa estava dispensando quem não tivesse um ótimo rendimento nas
obras.
_ Você tá com uma cara de cansado, mano. Relaxa aí, hoje é sexta!
_ Tô ligado, Gerson. Só que tô morto, velho.
Gerson era um amigo de infância de Renato, vizinhos desde que eram crian-
ças, também trabalhavam juntos em uma empreiteira do outro lado da cidade.
_ Também estou com uma sensação ruim, - disse Renato – conversei com o
pessoal lá da rua ontem, me disseram que tem um moleque rondando o setor.
_ Fica de boa, mano, nossa vizinhança é uma família, graças a Deus todo
mundo lá é de bem. Você só tá cansado. Amanhã vai ser nossa festa anual lá do setor,
lembra?
_ É, tô fazendo horas extras essa semana pra pagar a cirurgia da minha mu-
lher, já temos três filhos, mais do que isso vai ficar difícil de manter.
_ Nisso que dá não comprar uma TV, Renatinho.
_ Haha!
Os dois desceram no ponto da Vila das Isauras, o setor deles. A cada passo,
Renato sentia um aperto no peito crescer. Ao chegar na rua de sua casa, viu a cena
que era de costume: sua mulher, linda como sempre, com aquele sorriso travesso se-
gurando seus filhos pela mão, na calçada de sua casa. Nesse momento, Renato só
pensava no quão era feliz e amava sua família. Porém, quando estava a cerca de cem
metros de sua casa, ele viu um garoto que apareceu do nada, abordando sua mulher
que, no instinto protetor de mãe, empurrou os filhos para dentro e tentou segui-los. O
garoto, no susto, disparou um tiro.
_ Não! – berrou Renato, correndo para o garoto.
_ Ajuda! – Gritou o Gerson ao lado do amigo.
O garoto, ainda atordoado pelo disparo, não conseguiu correr a tempo. Ger-
son o agarrou pelo braço, desarmando-o. Enquanto isso, Renato chorava com o rosto
de sua amada no seu colo, que já não sorria mais, nem sequer abria os olhos.
Em um minuto, toda vizinhança estava no local.
_ Vamos matar esse desgraçado. – gritou um.
_ Quebra o pescoço dele, Gerson. – berrou outro, indignado.
_ Chama a polícia! – sussurrou uma criança.
_ Não! – protestou Renato – Sem polícia, sem morte rápida. Ele arrancou meu
coração, vou retribuir.
_ Não é certo isso, Renato. – disse uma velinha – Ela não ia querer isso.
Renato, tocado pela fala da senhora, responde:
_ Mas ela morreu! Ele a matou. Eu vou fazer justiça.
_ Isso não é justiça, Renato, é vingança – disse Gerson.
_ Será uma justiça, que eu vou fazer com minhas próprias mãos! – Gritou Re-
nato, aos prantos.
_ Não se resolve um crime com outro crime, meu filho. – disse a velha emoci-
onada.
_ Renato, você tem família, não apenas seus filhos, mas nós também! Eu ado-
raria ver esse moleque pagando pelo que fez, mas não assim... Você fala que isso é
justiça pelas próprias mãos, mas na verdade, a justiça está em suas mãos! – disse Ger-
son, abraçando o amigo.
_ Vocês... vocês tem razão. Liguem pra polícia. Ela nunca perdoaria se eu su-
jasse minhas mãos. – disse Renato, aliviado. – Obrigado, pessoal.
_ Agora, com você rapaz – disse Gerson, olhando o garoto – prepare-se.
BRUNA EDUARDA V. SANTANA 3ª A
GRITO DO MEDO
Pâmela, uma jovem de 17 anos, está em seu quarto. No meio da noite, ela
percebe que está sendo vigiada. Uma moça bela, de cabelos longos e negros, fica as-
sustada por sentir que tem alguém a observando.
Pâmela se levanta e sai do quarto, vai até o de seus pais. Chegando lá, vê que
sua mãe está caiada no chão, a jovem entra, em desespero. Desesperada e preocupa-
da ao mesmo tempo, pois seu pai não estava ali. Pâmela diz, em tom alto.
_ Pai, pai cadê o senhor? Onde está?
_ Filha, estou aqui.
A jovem diz aos prantos:
_ Pai, cadê você?
_ Filha, saia desta casa e vá procurar ajuda.
Pâmela não sai da casa e continua a chamar pelo pai, mas ele não a responde
mais. A moça começa a procurá-lo pela casa, mas não o encontra, o único lugar em
que Pâmela havia procurado era no sótão, pois tinha medo de ir até lá, um medo que
vinha de sua infância.
Mas, desta vez, a jovem teria que enfrentar seu medo, seu pai poderia estar
ali. Quando abre a porta, se depara com uma mulher com um sorriso irônico no rosto.
Pâmela fica assustada com a mulher e sai correndo em direção à sala. Quando chega
lá, a mulher já a esperava e diz.
_ Oi, Pâmela! Como vai? Sou Verônica.
_ Como vai? Você assassina a minha mãe e está com meu pai. Louca!
Verônica ri e ao mesmo tempo olha para Pâmela com um olhar frio. A jovem
vai para cima de Verônica com toda a sua raiva e ódio, mas não consegue atingi-la.
Verônica diz sorrindo:
_ Não adianta, você nunca vai conseguir me tocar, pois estou morta e vim me
vingar de sua família e fazer justiça.
Pâmela lembrou-se daquela mulher: havia sido vizinha da família há algum
tempo. Naquela época, eram constantes as brigas dos pais, a mãe acusava a vizinha
solteira de estar “dando mole” para o marido e este dizia que não a notava. Acabaram
se mudando e, tempos depois, souberam que Verônica havia suicidado.
_ Agora seu pai será meu!
De repente, o relógio de Pâmela desperta e a jovem vê que tudo aquilo foi um
sonho bobo.
Enquanto isso, seu pai gritava, desesperadamente, no sótão.
NAIANE FARIA DE SOUZA 3ª A
SEM PACIÊNCIA
No dia da apresentação, não tinha nenhum amigo e, mesmo assim, disse:
- Apesar de ter tentado, não consegui nenhum amigo. Mas aprendi que mes-
mo sendo maltratados, devemos amar e respeitar a todos. Obrigado!
Julia não se importa mesmo com nada, nem consigo mesma. Dizia que as
pessoas eram idiotas e ignorantes. Mas Bruno nunca deixou de imaginar a possibilida-
de de um dia ser amigo de Julia.
Vai sonhando...
YLLANA CÂNDIDA DURÃES MOURA EMETÉRIO 3ª A
VINGANÇA AO AVESSO
Juro que não deixei cair uma só lagrima. Meu coração se partia em milhões de
pedaços e, mesmo assim, a tristeza não escorria por meus olhos. Depois de ficar para-
lisado por algumas horas, despertei. A raiva tomou conta de mim, precisaria me vin-
gar, aquilo não poderia simplesmente ficar assim.
Nunca fui de me importar muito com as coisas, sempre fui desleixado, preguiço-
so e nunca curti estudar. Tudo mudou quando me acordaram de madrugada com a
triste notícia da morte do meu pai, ele havia sido assassinado.
Fui até o escritório, onde ele passava a maior parte do tempo, à procura de pis-
tas do assassinato inesperado. Meu pai era um coroa importante e por isso a secretá-
ria não me deixou entrar. Escalei o prédio até o quarto andar. Entrei.
Vasculhei todos os seus armários e depois demorei alguns minutos para desco-
brir a senha do computador que já não era mais seu. Encontrei a pasta com o nome
que me chamou atenção: “Desvios”. Pelo que entendi ao ler arquivo por arquivo, meu
pai não era um homem muito correto. Outra pasta me fez concluir que tal empresa
estava falida e meu pai atolado em dívidas.
O motivo do assassinato eu já sabia, agora faltava descobrir quem. Voltei para
casa pensativo, tentando ligar o assassino ao crime. Quando tive a brilhante ideia: o
celular, ele não saía do celular por nada e com certeza lá encontraria respostas.
Peguei o celular no meio das coisas dele, que minha mãe havia separado. Em
suas últimas chamadas, havia o nome Juan Castanho. Vasculhei o whatsapp e encon-
trei conversas dos dois. Esse homem ameaçava meu pai e dizia que se ele não o pa-
gasse logo sofreria as consequências.
Abri o google imediatamente e me informei o máximo que deu sobre o tal Juan,
um corrupto que estava sendo investigado por lavagem de dinheiro, nada muito ines-
perado. Descobri que ele tinha um filho de dez anos. Esse filho me levaria a ele e assim
poderia vingar meu pai.
Abordei a criança na porta da escola e vi que o desespero a tomou. Roubei o car-
ro do meu irmão para facilitar a chegada à casa de campo da família, que ficava a uns
50 Km da cidade.
Liguei para Juan e avisei que a polícia tinha de ficar de fora, marquei o horário.
Eu queria uma troca: ele pelo filho. Nada mais justo do que tirar a vida de quem não
merece viver.
Um carro aponta no horizonte, era Juan. Minhas mãos suavam. Ele estaciona e
desce do carro. Carreguei a arma e fiquei preparado para atirar. O homem meio velho
mancava e vinha devagar em minha direção. Ele aponta sua arma rapidamente. Ele
atira, eu atiro. Dois disparos. Sangue. Libertador.
LARA VITORIA G. DE O. E SILVA. 3ª A
AINDA DÁ TEMPO
Era quarta-feira. Minha cabeça latejava, meus olhos, meus olhos pesavam,
me dava um desânimo. Só de pensar que o dia já tinha acabado, que eu já tinha que
voltar para casa, ou melhor, para o inferno. Fones de ouvido, com músicas no último
volume. Todo dia era a mesma coisa.
Chegava em casa, meu padrasto no sofá bêbado. Pronto para me culpar por
tudo que acontecia. Minha mãe, como trabalhou o dia todo, chegava muito tarde, mal
tinha tempo de conversar comigo. E eu? Estudando e ajudando com as despesas, e o
que escuto são só reclamações.
Naquele dia, tive um simulado, fiz por fazer, depois dormi, não sabia nada
mesmo, nem tive vontade de colar de alguém. Meu nome é Jorge, faço o 3ª ano do
Ensino Médio. Eu devia me preparar com os estudos. Eu sei, é reta final, mas... sei lá,
prefiro os jogos do meu celular.
No dia seguinte, eu estava na sala, numa rodinha com os meus colegas con-
versando sobre um jogo aí. Chegou a professora de redação e propôs o tema da aula:
“Indiferenças”. Eu já fiz aquela cara, tipo: “Nossa, que saco!”. Depois de falar, ela me
chamou para conversar na mesa dela.
- Jorge, sente-se aqui, por favor.
- Olha, professora, não sou de conversar com professores não. Então, fala lo-
go o que é que tá pegando. Calma. Só quero conversar. Me conte o porquê de seu
desânimo na escola, eu já te observo há muito tempo. Posso ajudar em algo?
- Ah, professora, não é nada – respondi virando os olhos.
-Em quais matérias você tem dificuldade?
- Hum... tenho preguiça de fazer contas e... não me peça para escrever nada
que não rola! Minha letra é muita feia.
- Quer dizer então que você não tem dificuldades? É só preguiça?
- Não, uai. É claro que tenho. Mas, contanto que eu passe de ano, pra mim tá
ótimo.
- Sei... E o Enem? Você não está preocupado? Lembre-se de que sua redação
deve ser caprichada, porque vale 1000 pontos.
- É...
- Vamos fazer o seguinte: Eu vejo que você tem muito potencial, não sei o
motivo de sua indiferença com os estudos e nem quero saber. É coisa sua. Mas tente
colocar tudo o que sente no papel e me traga amanhã. Pode ser?
- Anem, fêssora. É sério?
- Seríssimo! E olha: O tema da redação é justamente sobre indiferença. Agora
está fácil! É com você!
- Tá bom... – levantei e me juntei aos outros, pensativo.
- Pega uma cerveja para mim, seu inútil!
- Eu não! Pega você! Vou para o meu quarto estudar.
- Estudar? Você? Até parece, burro do jeito que é, não sabe nem escrever!
Haha. Vai ficar naquele empreguinho de merda seu para sempre. – Segui para o meu
quarto calado, nem dei atenção.
Nunca pensei que escrever uma redação fosse tão cansativo. Assim que ter-
minei, fui deitar. No dia seguinte, entreguei a redação e me sentei para continuar o
meu jogo. Um tempo depois, a professora começou a falar as notas da redação e falou
a minha, bem alto:
_ Jorge! 8,0! – na hora eu não prestei atenção.
_ Ah, moleque! Passei de fase! O que disse, professora?
_Sua nota é 8,0! – todos os olhos surpresos se voltaram para ela e depois para
mim. Fala sério! Até eu me surpreendi!
_8,0?!? _ arregalei os olhos, não dava para acreditar.
_ Isso mesmo que você ouviu: 8,0. Quem sabe a partir de agora você não se
anima mais para começar a estudar, não é? O Enem está próximo, mas ainda dá tem-
po. E agora nós dois sabemos que você é capaz. – Ela sorri e eu também.
EDUARDA ROCHA- 3º A
ARTHUR SEVERO 3 º A
O CIENTISTA
Estava em uma partida online no meu PS4 quando minha mãe gritou:
_ Dhalsin, já para escola!
Levantei, fui para escola. Nossa, como odiava ir às aulas!
Chegando lá, começaram a me zoar. Novidade! Como sempre, Zeref gritava:
_ Careca, magricela!
Mas tudo estava preparado, só faltava dar uma chuva com muitos raios.
Passou uma semana e até que enfim a chuva. Coloquei os compostos na cadeira
com o para-raios e me arrumei. O raio caiu numa grande explosão. Fui dormir.
No outro dia, acordei com super velocidade e elasticidade, experimentei meus
poderes, queria chegar na escola e destruir Zeref.
Quando cheguei, todos tinham poderes, fiquei sem entender. Não era isso que
deveria acontecer.
Ataquei o Zeref, pois precisava derrotá-lo, mas a ferida se regenerou rapidamente
e ele lançou fogo contra mim:
_ Vamos para fora da cidade! – Chamei.
Ele respondeu:
_ Vamos decidir quem é o mais forte!
Começamos a lutar, luta intensa, sangue vazava, recuperação rápida de ambos os
lados. Fiz um pequeno sol com todos os meus poderes, agora nem sua regeneração o
salvaria.
Na última hora, consegui me segurar e não atingi-lo. Não valeria a pena acabar com
a vida dele e levar esse peso para o meu leito de morte.
_Levanta, crápula! Espero que tenha aprendido a lição. Da próxima vez, virá pó!
Ao voltar para o colégio, estava sujo e com as roupas rasgadas, mas nunca me senti
tão bem. Alguns alunos me aguardavam atônitos, nunca fui tão bem recebido. E
quanto a Zeref? Dizem que ele mudou para um bairro do outro lado da cidade.
MARIANA PEREIRA PIRES_ 3º A
PERIGOS ONLINE
Era o fim de um dia normal. Fabio chega em casa, após um bom dia de trabalho
na empresa. Ele, por ser um pai muito cuidadoso, sempre que chegava em casa, a
primeira coisa que fazia era dar aquele abraço em sua única filha, Sara, uma garota de
14 anos, muito bonita, de olhos castanhos, cabelos pretos e compridos.
_ Boa noite, minha filha!
_ Boa noite, pai!
_ Como foi o dia na escola?
_ Foi tranquilo. Ah, pai, antes que eu me esqueça, depois de amanhã terá reuni-
ão de pais, viu?
_ Tudo bem, vou me organizar e darei um jeito de ir. Agora vou tomar banho, es-
tou muito cansado. Você já jantou?
_Já sim, pai. A dona Maria – uma senhora que cuidou de Sara desde pequena, já
era da família – já fez o jantar, fez o seu prato preferido, estrogonofe de carne.
_ Hum... que delícia! Um beijo, filha!
_ Beijo.
Assim que o pai foi dormir, Sara decidiu entrar em um site de relacionamentos
que havia ouvido falar. Lá, conheceu um rapaz que se chamava Fernando que dizia ter
18 anos. Ela se empolgou, pois ele era muito bonito: olhos azuis, cabelos lisos e casta-
nhos.
Os dois começaram a conversar, ele contava de sua vida, dizia que gostou mui-
to dela, que era linda!
Com isso, os dias foram passando e Sara estava cada dia mais encantada com
Fernando.
Decidiram marcar um encontro no maior shopping da cidade. Sara disse ao seu
pai que queria que ele a levasse ao shopping para encontrar suas amigas.
– Pai, combinei com as meninas de ir ao shopping no fim de semana. O senhor
me leva?
- Quem são essas amigas?
- Ah pai, são as meninas lá da escola.
Fábio já estava observando que Sara estava mais calada, mais ligada ao celular,
com isso ele ficou mais desconjurado, estava achando muito estranho, pois Sara não
era de sair muito e nem de ter muitas amigas. Então, teve uma grande ideia.
- Tudo bem, minha filha, eu te levo!
O fim de semana chegou e Sara ficou toda empolgada. Seu pai a levou e disse
que dando quisesse ir embora era só ligar. A garota desceu do carro e foi encontrar o
garoto. O pai estacionou e procurou os seguranças do shopping para que lhe dessem
cobertura.
Sara foi ao lugar onde foi marcado, olhou de um lado para o outro e não viu Fer-
nando. Quando ela se distraiu, chegou um homem com aproximadamente 40 anos e
disse que se chamava Fernando. Ela ficou com medo e tentou correr, mas ele a segu-
rou pelo braço e tentou levá-la para o estacionamento. Nesse momento, seu pai che-
gou e deu um murro na cara do homem. Fábio ficou com tanta raiva que logo jogou o
rapaz no chão.
- Isso é pra você aprender a nunca mais mexer com garotas mais novas, seu sa-
fado!
- Me solte, desculpa, eu prometo nunca mais fazer isso.
- Primeiro vamos chamar a polícia! Aqui, seguranças! Me ajudem! Este é o Cara.
Agora ele vai para trás das grades.
Assustada, Sara sabia que havia aprendido uma lição: não marcaria mais um en-
contro às escuras, só se conhecesse o cara antes.
STEFAN MINORO KURAMOTO SEI - 3ª A
PREVISÃO
Me senti leve, como se pudesse voar. Finalmente uma notícia boa, que me fez
realmente feliz. Mudou minha vida, mas não por muito tempo.
Acordo assustado com o barulho do despertador, são seis da manhã, olho para
cima e agradeço a Deus por ser sexta-feira. Vai começar tudo novamente!
KAMILLA GONÇALVES 3ª A
O PREÇO DE UM SEGREDO
Era uma noite fria e solitária, mas minha sede por vingança encobria todo o
medo que sentia. Passei horas, dias e meses tentando digerir toda situação, o que só
confirma minha teoria de que nada é o que parece ser.
Recebi várias ameaças de que, caso eu não ficasse de boca fechada, quem eu
amo se machucaria. Havia muitos com que eu me preocupava, muitos que eu sabia
que deveria proteger, mas ninguém que eu amasse com tanta intensidade quanto
Clarice.
Se tem uma coisa que não compreendemos em anos de existência é do que os
seres humanos são capazes, temos problemas em aceitar o simples e o óbvio, assim
procuramos solucionar o que deveria ser esquecido, o que não se pode ser resolvido.
Tudo começou há dois anos, quando Clarice recebeu uma ligação anônima em
que uma pessoa falava que estava comigo de refém e que era o autor das antigas
ameaças. Então, o suposto sequestrador disse:
- Hoje, às 23 horas, quero que você me encontre no fundo da igreja central e
não leve ninguém com você. Se contar a mais alguém, quem você ama irá se machu-
car.
Desesperada, ela pensou em contar a mais alguém, porém aquilo só dependia
dela e mais ninguém deveria se arriscar. Ela guardava aquele segredo há algum tempo
e sabia que um dia isso lhe seria cobrado. Resolvi segui-la para entender o que estava
acontecendo.
Então, ao anoitecer, ela foi se encontrar com o “Senhor anônimo”. Quando deu
o horário marcado do encontro, viu uma sombra entrar pela porta dos fundos. Clarice
reconheceu o rosto: era Thomás, um velho amigo de infância, em quem mais confia-
va. Surpresa e assustada com toda aquela situação, disse:
- Que brincadeira é essa, Thomas?
- Isso é muito mais que uma brincadeira.
- Onde Nicolas está?
- Você só sabe falar nesse cara, ele está longe.
- Como assim? Onde ele está?
- Eu também o ameacei, disse que se não saísse da cidade por uma semana eu
machucaria você. Bem... parece que ele realmente te ama.
- O que você quer?
- Essa cidade é cheia de segredos, sei que você esconde o segredo capaz de
desvendar o desaparecimento do meu pai, sei que você sabe.
- Isso vai muito além de você, Thomás!
- Só queria entender como você descobriu.
- Você sempre foi um garoto mimado, sempre queria mais dinheiro e, quando
seu pai cortou sua pensão, você se voltou contra ele. Nunca imaginei que você fosse
capaz de algo assim, até o dia em que recebi uma prova que havia sido você: uma
mensagem de seu pai. Ele havia deixado no antigo escritório e, quando fui lá para fa-
zer uma faxina, encontrei no meio da papelada.
Thomás então disparou atrás dela, gritando coisas que eu não conseguia en-
tender. Segui os dois. Com muito medo, Clarice subiu as escadas em direção ao sino
da igreja, mas quando estava prestes a tocá-lo foi puxada bruscamente para trás. O
assassino a pendurou e começou a dizer:
- Você não deveria saber, nunca quis que você soubesse. Seria mais seguro
assim, para mim e para você. Não posso arriscar que você conte, que mais alguém
sabia.
Clarice, chorando, falava:
- Prometo não contar a ninguém.
- Você não entende? Não posso arriscar... já demorei tempo demais para isso.
Quando Clarice estava prestes a cair, uma pessoa de capuz apareceu e empur-
rou Thomás, segurando sua mão. Mas eu havia salvado sua vida.
Mais tarde, quando a polícia chegou e foi buscar o corpo pendurado nas cordas
do sino, saímos para fora e logo fomos abordados por um policial que perguntava que
tipo de brincadeira era aquela. Confuso, perguntei:
- O que? Não estou entendendo.
O policial respondeu:
- O suposto corpo não está lá dentro.
Então me dei conta de que essa cidade escondia mais segredos do que eu pen-
sava.
BEATRIZ OLIVEIRA- 3ª A
A brisa entrava fria pela janela do quarto, o sol não havia nascido ainda. Olhei
para o lado e lá estava ela, linda como sempre, dormia como uma princesa. Me levan-
tei com cuidado para não acordá-la, tomei um banho frio e preparei o café da manhã.
Suco de laranja com pão, era a comida preferida de Stella.
- Bom dia, meu amor!
- Bom dia, isso tudo é para mim? – perguntou sorrindo.
- Claro, agora coma logo que a senhorita já esta atrasada e eu também.
Dei-lhe um beijo demorado e sai para mais um dia de trabalho. O ônibus estava
lotado, cheguei 15 minutos atrasado, meu chefe me deu uma bronca. Sai da sala dele
e avistei Pedro, meu amigo.
- Bom dia, meu chegado!
- Bom dia, Fernandão! Como foi seu final de semana?
- Foi ótimo. E o seu?
- Foi ruim, assaltaram lá em casa e levaram tudo, sorte que não tinha ninguém.
- Eita! A segurança pública nessa cidade está cada dia pior.
- Pois é, mano! Vou continuar o serviço aqui. Até mais.
- Até.
O dia passou rápido, ali chovia muito e por este fato acabei sendo liberado mais
cedo. Com isso, resolvi passar no serviço da minha amada. Então, pensei. Uma rosa!
Exatamente, uma rosa, das mais bonitas e cheirosas. Minha amada merece tudo
e muito mais. Passei então na floricultura e comprei. Por sinal, a mais bonita. Peguei
um ônibus e, pela chuva, acabei me atrasando aproximadamente trinta minutos. Ali
dentro, observara todo o movimento pela janela, para cada gota d’ água, um suspiro,
para cada pensamento, um arrepiar no corpo.
Finalmente o ônibus se aproximava da minha parada, e ela estava ali, linda como
sempre, saindo do trabalho. Mas algo aproximara, ou melhor, um alguém. Não! Será
possível? Gritei para ela. Na mão dele, uma arma. Ele atirou.
Ao vê-la caída no chão, toda ensanguentada, já sem vida, - Não! – Gritei dentro
daquele ônibus que acabava de parar. Sai correndo. Sem pensar muito, o segui.
A ira me sufocava, o ódio me consumia, aquilo não era justo, ele havia tirado tu-
do que eu tinha. Ao vê-lo na beira do terraço, só conseguia pensar em justiça. A ima-
gem dela sorrindo não saia da minha cabeça, todos os nossos planos e desejos esta-
vam destruídos. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, abaixei a cabeça e corri em dire-
ção ao assassino, me joguei sobre ele. A justiça tem de ser feita. Enquanto caíamos, só
conseguia ver o rosto de Stella e imaginar seu sorriso. “Estou indo, minha amada. Vou
cuidar de você para sempre”.
ANA CAROLINA SANTANA COELHO 3º B
Ela atravessa a rua com pensamento distante, aquele que sempre a vinha
atormentando, a vontade de descobrir quem matou José, seu amado pai.
Caiu ao esbarrar com um homem alto, branco, dos cabelos castanhos. Ao vê-la
no chão, ele a levanta, pede desculpas e faz questão de acompanhá-la. Durante esse
percurso, eles vão conversando e se conhecendo melhor, trocam nomes e deixam
números, passam a semana trocando mensagens. Vão saindo, ficando, até que depois
de um mês começam a namorar.
Bruna só tem 17 anos, começou a estudar Química e mora com os tios, mas
eles são liberais e deixam a menina dormir e frequentar cada vez mais a casa do novo
namorado. Uma casa que despertava curiosidade nela.
Ao ter oportunidade, fica sozinha na casa, enquanto Ricardo vai ao restaurante
comprar o almoço.
A adolescente começa a mexer no guarda-roupa, quando vê o fundo solto e
puxa.
- Meu Deus, um fundo falso!
Ela, curiosa, vai conferir o que o namorado escondia. Para sua decepção, vê fo-
tos de jornais com manchetes de assassinatos praticados por um homem e sua com-
panheira. Junto com as fotos, rabiscos e anotações acerca das vítimas. O assassino era
ele!
Ricardo era um psicopata e tinha uma parceira, que era sua esposa verdadeira.
E, ao procurar mais notícias, ela vê o jornal com o fato do seu pai, a manchete da mor-
te dele. Bruna entra em desespero e chora, ao saber que seu pai vítima de louco. Mas,
ao vê-lo chegando, guarda tudo e continua agindo naturalmente. Ele pergunta se ela
havia chorado, mas a garota responde que estava apenas pensando no pai, já falecido.
Enquanto ele tomava banho, Bruna olha as mensagens no celular dele e vê que
às 16 horas Ricardo vai se encontrar no motel, que tem ali perto, com sua companhei-
ra de crime.
Esperta, ela diz que precisa ir em casa e que à noite eles se encontram. Bruna
sai e vai direto para o motel, escolhe uma suíte ao lado da que ele reservou. Naquela
tarde, sem que a recepcionista percebesse, ela pegou a cópia da chave do quarto dele
e invadiu a suíte, mexendo nas instalações da sauna e instalando um cilindro de ácido
cianídrico, e saiu.
No dia seguinte, ela tem a satisfação de ver no jornal local a notícia: “Casal de
assassinos foragidos é encontrado morto dentro de um motel.”
KARINE PIRES 3ª B
DESTRUIDOR DE CORAÇÕES
Olhei para o relógio, marcava 22 horas, o show a essa hora já devia ter come-
çado. Apressei Anamara:
- Any, ande logo com essa roupa, já vestiu mais de dez peças. Assim vamos
chegar no final do show.
Ela saiu do quarto com um vestido justo preto, seus cachos loiros volumosos e
um batom vermelho.
Minha nossa! Anamara estava perfeita.
Por outro lado, eu com uma saia de couro preta e uma blusa um pouco curta de
uma banda de rock, saltos e com meus cabelos longos preto batendo na cintura. Fora
do meu habitual.
- Uau! Desse jeito quem vai fazer o show é você. – Rimos da tentativa do meu
elogio.
Estava lotado de carros e pessoas de diversas maneiras. Sorte a nossa de que
não precisaríamos de enfrentar fila para entrar no show. Anamara tinha um irmão que
era dono do local.
Como havia imaginado, o show já tinha começado. O local estava cheio e sufo-
cante, quando avistei Jake no palco. Uau! Aquele vocalista era quente, seu corpo era
forte, tinha uma tatuagem no braço esquerdo, usava apenas uma calça jeans justa,
seu cabelo era bagunçado, um estilo despojado, um sorriso torto que aparecia suas
covinhas. Suspirei.
Espera: ele estava me olhando! Fiquei paralisada, até Anamara me trazer de
volta a realidade.
- Acho que o garotão gostou de você. – disse convicta.
- Pare com isso! Falei sem graça.
Talvez fosse verdade, Anamara tinha um radar bom em relação aos homens.
O show havia acabado, acho que foi minha imaginação, mas parecia que Jake
só tinha olhos para mim. O show todo ficou me encarando ou então sorrindo. Aquele
sorriso torto.
Eu e Anamara estávamos a caminho do camarim para tirar uma foto com a
banda. Era um costume nosso, tínhamos foto com todos os artistas que passaram pela
boate. Estava nervosa, pois sabia que veria Jake novamente.
Ele tinha uma certa fama de destruidor de corações.
Quando chegamos, estavam todos da banda sorrindo e sentados no sofá.
Olhei diretamente para Jake, ele sorriu. Molhei os lábios que estavam secos. Queria
estar ainda mais sensual.
- Então, cadê a câmera para nós todos tirarmos uma selfie? – Anamara disse
em voz alta, e me trouxe de volta à realidade.
- Vou buscar. – Jake disse depressa.
- Está na outra sala. Alguém me acompanha?
Todos olharam para mim.
- Ok. Eu te acompanho, Jake. – será que todos haviam percebido o clímax que
rolou entre mim e Jake?
Mal chegamos na sala, ele me deu um beijo inesperado quente e aconchegan-
te. Trocamos vários beijos e carícias.
- Me passe seu número para que possamos manter contato? – Disse ofegante,
com a respiração irregular. – Gostei muito de você, gata.
- Ok. – disse, com aquele sorriso bobo no rosto.
Eu e Anamara fomos embora felizes, e eu sonhando com Jake. Iria esperar pa-
cientemente que ele me ligasse.
Anamara me deu vários conselhos e disse que Jake tinha uma agenda cheia e
não tinha tempo para paqueras.
Passaram semanas, não havia ligado, até que caí na real: de fato, Jake estava
com outras, ele era um Bad Boy. Bem que todos haviam me avisado que ele era um
destruidor de corações. Eu simplesmente fui só mais uma na lista de conquistas de
Jake.
LAURA MELO MARTINS 3ºB
A respiração é pesada. A cada passo que dou, sinto o meu rosto queimar e as
mãos congelarem a cada olhar desviado. Vou por aí tentando equilibrar minha mente,
os meus pensamentos, tentando pensar no recomeço da vida. Meus passos se pesam
pela rua e, ao mesmo tempo, se aliviam no decorrer, pois deixo o meu coração falar,
se expressar. O melhor jeito de te manter longe é amando cada vez mais, até mesmo
aquele que me faz sofrer, o sorriso no meu rosto desmorona. Contraditório, não?
Normal, aliás estamos falando da minha vida.
Ando com lenços no rosto para evitar qualquer tipo de contato visual e argu-
mentos hipócritas de imensa tolice, mas isso não adianta, meus braços ainda escapam
das mangas mostrando os pesados ferimentos.
Possuo uma vida sofrida, cheia de marcas e lembranças ruins. Um constrangi-
mento das risadas aleatórias. Não sou a mesma, você me fez mal e eu fiquei bem. Meu
sorriso é verdadeiro, por conhecer o sofrimento e por tê-lo abraçado por segundos.
Hoje, resolvi ser diferente, acordei com o desejo macabro de relembrar todas
as coisas. Ela. Ignorância. Irmã da indiferença. E, com isso, tiro algo do bolso, algo
impactante, que te fará chegar ao fim, e findará todas as suas maldades com suas ví-
timas. Assim como eu não tive chances, você também não terá.
Olho firmemente nos seus olhos, sentindo todo o ódio existente no mundo. Eis
a dúvida: Aceitar ou Desviar? Executar ou ir embora? Logo, você que me fez sofrer por
toda a minha juventude, que foi a culpada por todos os choros e marcas imensas no
meu corpo. A solidão se fez presente depois de sua incansável passagem, que insistia
em ir e vir diversas vezes. Agora é chegada a minha vez de marcar, descontar todo o
meu sofrimento.
Chega. Cansei. Começo a atirar contra o sujeito, rosas brancas e rosas verme-
lhas, com perfume de paz. Morra, sociedade! Morra de amor. Atiro-lhe flores, pois
para ti um agrado é como o pior ataque mortal. Com um sorriso no rosto, saio cami-
nhando, sem sangue nas mãos, apenas com um cheiro de alívio e paz que perfumava
os meus passos dados naquele mundo invisível de sociedade imunda.
ANIZIANE MOREIRA DA SILVA 3º B
DECEPÇÃO AMOROSA
Chegou o grande dia. Estava pronta para fazer minha primeira tatuagem. Não
era uma coisa que meus pais aceitavam muito bem, mas era minha decisão.
- Seja bem-vinda, senhorita Eva. Aguarde na sala, agorinha Alex irá atendê-la –
disse a atende.
- Ah, sim. Obrigada.
Esperava ansiosamente, quando...
- Bom dia, senhorita!
Viro depressa, fico encantada ao ver aqueles olhos. Respondo, atordoada de
tanta beleza.
- Bom... di...a...
Nossa! Não acredito que quase não consigo falar! Ele sorriu para mim e eu re-
tribuí com um sorriso meio tímido.
- Qual quer fazer?
Pego o desenho do meu bolso e mostro para ele.
- Belo desenho, senhorita Eva! Ficará perfeito!
- Pode me chamar só de Eva.
- Onde quer tatuar?
- Pensei em começar pela costela e vir descendo. Qual opinião me daria?
- É um ótimo lugar. Vamos começar?
Já estava bem tarde, todos os funcionários já tinham saído. “Ai meu Deus! Co-
mo ele é lindo”!
- Preciso que você levante a blusa. Está pronta?
- Sim.
Na verdade, estava meio tensa.
- Está com medo?
Ele deu uma risadinha de lado.
- Só um pouquinho
- Te garanto que não vai doer nada!
Sua voz saiu com um tom de segurança, que me fez acreditar em suas pala-
vras.
- Vou começar! – afirmou ele.
Alex começou a esboçar o desenho na minha costela, suas mãos eram grandes
e macias, ele era muito delicado e cuidadoso.
As luzes do abajur refletiam sua pele morena e destacavam seus olhos que es-
tavam fixados em minha pele. Em um momento, seus olhos se encontraram com os
meus, senti a intensidade do seu olhar. Pensei: “Quero ele para mim!” Minha vontade
era de agarrá-lo, mas tive que me segurar. À medida que suas mãos passeavam pelas
minhas costas, me provocavam arrepios.
- Se quiser, podemos terminar amanhã.
Respondi rapidamente que sim. Só de pensar que poderia vê-lo novamente, is-
so me animava.
- Adoraria ver a senhorita amanhã... Ops, quer dizer, Eva!
Aquilo soava aos meus ouvidos que ele também estava interessado.
- As nove estarei aqui...
Nossa conversa foi interrompida pelo interfone. Era um cara. Alex mandou en-
trar. Ele era tão lindo quanto o outro! Seus ombros eram largos, seus cabelos loiros,
seus olhos castanhos, sua pele bronzeada destacava seu corpo sarado.
- Boa noite!
Sua voz rouca fez ficar ainda mais lindo. Repondo:
- Boa noite.
Alex olha para ele e fala:
- Boa noite, Amor!
Fico em choque. Meus desejos não serão realizados.
THAYSA HÊMILLY FONSECA REIS 3ª B
Não me lembro de muita coisa, me lembro apenas de ver minha irmã atraves-
sando a rua e um carro vindo em alta velocidade, depois disso, tudo parece acabar. Eu
não suportava ver aquele sangue escorrendo pelo asfalto, minhas mãos paravam de
tremer e meus olhos... Meus olhos arregalados deixaram as lágrimas escorrerem pelo
meu rosto. Não acreditava na cena que estava vendo. Ao mesmo tempo em que me
sentia triste, sentia também o ódio dominar meu corpo e minha mente.
Polícia, bombeiros e ambulâncias iam chegando no local, afastando aquela
multidão que estava ao meu redor, todos curiosos para ver e saber o que tinha acon-
tecido. Um policial me tirou dali, me levando para um bombeiro me examinar. De lon-
ge, avistei o corpo dela sendo levado para dentro do carro do IML, não queria chorar,
mas as lágrimas teimavam em cair. Chegando em casa, fui logo sendo abordada pela
minha mãe e meu pai que estavam preocupados, pois havia chegado tarde em casa.
- Minha filha, onde você estava? E essas roupas sujas de sangue? Você está
bem? O que aconteceu? Onde está sua... – pergunta minha mãe, que olhava para mim
procurando pela minha irmã.
Não consegui segurar, novamente as lágrimas voltaram a escorrer em meu
rosto. Tristes, tivemos que ir ao velório, eu não parava de pensar em tudo o que acon-
teceu... Como aquele cara não teve coragem nem de descer do carro para ajudar? E a
polícia que nem sequer vai fazer algo, apenas porque não conseguiram identificar o
sujeito do carro... Que absurdo!
Pensamentos de todo tipo não paravam de preencher minha mente, eu queria
encontrar o indivíduo que estava me fazendo passar por tudo aquilo! Era a vida dele
pela da minha irmã que ele tirou, “olho por olho, dente por dente” e justiça por justiça.
O relógio marcava meia-noite e eu não conseguia dormir. Ficava rolando na
cama de um lado para o outro, lembrando de como ela me fazia feliz. De repente, as
lembranças somem e um vazio preenche minha cabeça, o único desejo que sentia era
matar. Levanto da minha cama e sigo em direção à cozinha, pego uma faca e saio an-
dando pela rua sem direção, desejando fazer justiça, já que ninguém iria fazer isso por
mim. Andando por uma rua, avisto um homem de longe, com uma linda mulher de
cabelos loiros.
Chego um pouco mais perto e percebo que era ele quem aliviaria minha dor.
Me lembro de seu rosto e de como foi covarde por não sair do carro e nos ajudar. En-
quanto os dois conversavam, apareço atrás do homem com um olhar sedento por
sangue. A faca em minha mão faz com que a mulher saia correndo assustada, enquan-
to ele me encarava com um olhar de medo.
- Q...Quem é você? – ele pergunta. – O que você quer comigo?
- Eu quero justiça! – grito.
Encurralado, aproveito para tirar sua vida, esfaqueando várias vezes, fazendo a
dor que eu sentia desaparecer completamente. Por um instante, a felicidade toma
conta de mim, mas percebo que matá-lo não traria minha irmã de volta, e agora era
tarde demais para voltar atrás. Ouço sirenes vindas para o local onde eu estava. Pode-
ria fugir, mas meu corpo não tinha vontade de se levantar. Então, sento no cão e me
encosto em um poste que tinha ao meu lado. Coloco a faca no chão, ajeito minhas
roupas sujas de sangue e fico esperando a polícia chegar.
NÁTALIE RODRIGUES SILVA 3ª B
A ROSA NEGRA
A vida realmente gosta de dar suas reviravoltas e nos colocar em um lugar on-
de nunca pensamos estar, resolvi escrever o que aconteceu em uma semana. Estou
esperando para ser julgada por homicídio qualificado, infelizmente fracassei em lim-
par meus rastros, mas trabalhei muito bem.
Minha vida era feliz, mas tudo mudou quando Vinícius terminou comigo por
outra que não chegava nem aos meus pés e que se dizia minha amiga. Passei minha
última semana de 2014 remoendo isso e pensando como poderia agir. A frieza tomou
conta de mim por completo, já não me importava com mais nada.
Seduzi Vinícius para a minha armadilha como uma perfeita viúva negra. Na fes-
ta de ano novo em que ele estava, o atrai para longe da multidão, já era quase meia-
noite. A noite estava linda, a lua do último dia nos iluminava com perfeição. Então, eu
disse, me aproximado de forma sedutora:
- Vinícius, me explique, por que mesmo você, tão lindo assim, está com aquela
garota sem graça?
Ele sorriu, colocou a mão na minha cintura e disse:
- Entenda, Luci, eu e você nunca foi algo duradouro. Agora eu estou com ela e
tenho meus motivos.
- É mesmo? Esses motivos desapareceriam com isso?
O beijei como nunca havia beijado antes. Ele respondeu de forma negativa.
O beijei novamente e disse bem baixinho e de forma irresistível no ouvido dele.
- Então, se é assim, meu amor, sinto lhe informar: se você não for meu, não se-
rá dela também.
Matei-o de forma certeira, com cinco tiros no peito. Como a cor do sangue po-
de ser tão linda assim? Ainda mais em meio a roupa branca, “Feliz ano novo, meu lin-
do!”. Me afastei discretamente, peguei uma taça de champanhe e continuei a curtir a
festa e a admirar ao show pirotécnico. Fui cuidadosa com a arma, segurei-a com um
pano para não deixar digitais e, após a gloriosa morte, deixei a prova do crime ao lado
do corpo lindo e sem vida de Vinícius. Até então, meu plano estava perfeito. Eu não
contava com um detetive me observando no enterro dele, ele viu perfeitamente
quando coloquei a rosa preta de forma irônica, em cima do caixão.
Logo fui indiciada, e agora estou aqui, contando como fiz a minha justiça. Se
me arrependo? Nem por um segundo. Tudo foi muito prazeroso, foi a melhor sensa-
ção do mundo, faria tudo novamente. Lágrimas sendo derramadas, sangue escorren-
do sem parar, o barulho da bala atingindo o corpo, os fogos de artifício e o sabor do
champanhe, após ter terminado a minha obra de arte.
A rosa preta foi meu toque de mestre, porque todo artista sempre assina a sua
obra-prima.
ALESSANDER JORDÃO NAVARRO 3ª B
O ÚLTIMO ENCONTRO
Uma noite agitada tomava conta das pessoas na boate Empire, em Los Ange-
les. Música alta, bebidas e drogas rolavam naquela boate. As escadarias davam acesso
ao segundo piso, com várias mesas e bistrô com três lugares.
Em uma das mesas, estava um casal. A garota tinha um olhar inocente e sorria
o tempo todo. O homem, mais sério, a seduzia e a trazia para seu mundo. Ele se le-
vantou para buscar outra bebida e rapidamente misturou uma substância que deixaria
a mulher sob o seu pleno controle. Propôs que fossem a outro lugar, daria início a seus
planos.
Na delegacia, Kate se depara com outro caso de moça desaparecida. Já era a
quarta garota nos últimos dez dias. Kate havia percebido um padrão: as garotas ti-
nham idade entre 18 e 23 anos. Fazia um ano que Kate seguia pistas do assassino.
Enquanto Kate estava bebendo café na cozinha, Nicolas se aproxima com sor-
riso bobo.
- E como anda nosso caso?
- Cansada de dar voltas e nunca encontrar nada. – responde Kate.
- Não é sobre isso que estou falando. É sobre nós – termina de falar Nicolas, se
aproximando.
- Você sabe que aquilo só foi um jantar e nada mais – respondeu Kate, se arre-
pendendo por ter aceito aquele convite.
Antes que Nicolas dissesse algo, Kate deu as costas dizendo que tinha algo im-
portante a fazer. Ela só queria se livrar daquele sujeito que ficava perseguindo-a. Logo
sorriu e lembrou-se de sua irmã Amy. Essa ideia do homem a perseguindo era o tipo
de coisa que Amy diria. Kate sentia sua falta, aquele sorriso de menininha meiga, bo-
chechas rosadas e principalmente seus cabelos rubros cacheados, era o que Kate mais
gostava em Amy. Ela foi a primeira moça a desaparecer. Por isso, Kate tinha um en-
volvimento tão profundo com o caso.
Ao menos três noites por semana, Kate ia em alguma boate atrás de pistas. A
boate Empire era sua favorita. Ela tinha um forte pressentimento de que encontraria
algo. Kate estava combinando o vestido vermelho com seu longo cabelo ruivo. Com
os olhos verdes, um rosto lindo e um belo par de pernas, era difícil não atrair tanta
atenção.
Após entrar na boate, Kate subiu as escadas. Ela via vários casais conversando,
em especial, um que estava próximo ao bar. O rapaz buscava uma bebida a cada dois
minutos para a garota.
Kate notou o homem colocando algo na bebida. Já não restavam dúvidas: era o
homem que procurava há tanto tempo. O casal se levantou, Kate se preparou para
segui-los, mas foi interrompida por um bêbado, querendo levá-la a outro lugar. Com a
resistência, o homem a beijou à força. Imediatamente, Kate o empurrou. Ela se virou
para onde estava seu suspeito, mas era tarde, perdeu-o de vista.
Sua chance de pôr um fim foi interrompida. O bêbado ainda lhe incomodava.
Kate gritou com ele e de longe viu uma mulher de cachos ruivos que a fez lembrar de
alguém. Cansada, desceu as escadas para ir embora.
Na porta da boate, Kate ouviu vozes suspeitas no beco ao lado. Ela viu o casal
entrando em um armazém, escondeu atrás de umas caixas, enquanto via amarrar. A
viúva de cabelos cacheados entrou, o homem a beijou dizendo que a amava e fazia
tudo por ela, mas aquilo passou dos limites. Pediu ainda que deixasse a jovem em paz.
- Amy! Chega, por favor! – clamou o homem.
- Essa é a ultima, amor. Todos que me prejudicaram na escola, tiveram o mes-
mo fim que você vai ter – disse Amy, olhando a vítima. Amy tirou uma arma de sua
calça e apontou para a mulher que estava amarrada em uma armação de ferro.
Kate apareceu gritando, mas Amy já tinha apertado o gatilho. Com um sorriso
macabro, Amy se vira e aponta a arma para Kate.
- Não faça isso! Somos irmãs! – diz Kate, chorando.
- Ah, sim... sabia que você me encontraria. Mas nunca imaginei que demoraria
tanto. – diz Amy com um olhar de indiferença.
- Você chegou em uma péssima hora, nunca mais será a mesma coisa. Você
sabe demais... Foi bom te ver depois de tanto tempo, irmã.
Ouve-se um estrondo. Um tiro foi dado.
GABRIELLA LEÃO 3º B
A SEMELHANÇA DA DIFERENÇA
Ela era Gabriella. Ele era Gabriel. E apesar da semelhança dos nomes, as dife-
renças entre eles eram inacreditáveis. Ela firme no chão. Ele, no curso de piloto que-
rendo pilotar avião. Ela ouvia sertanejo. Ele escutava rap. Ela, de botina e fivela. Ele,
de camisa larga e aba reta. Ela dizia que sim. Ele insistia que não. Ela curtia praia. Ele a
piscina. Ela gostava da noite. Ele preferia o dia. Ela gostava dele. Ele era só amigo de-
la. Ela morava no centro. Ele, no litoral. E o sentimento ia parecendo cada vez mais
indiferente. Era amor para ela. Era amizade para ele. Pobre Gabriella, foi se apaixonar
por Gabriel. Pobre Gabriel, não se apaixonou por Gabriella. Ela, só pensava nele. Ele,
nem lembrava dela. Ela, chorava para as amigas. Ele, sorria com os colegas. Ela fazia
tanto. Ele tanto faz. Ela vivia uma guerra. Ele vivia na paz. Ela esperava ele falar. Ele
nem aí para conversar. Ela só queria ser feliz. Ele achou que já era. Ela queria uma
chance. Ele perdeu várias. Ela era Gabi. Ele era Gabe. Os dois eram escorpianos. Ela
fazia aniversário dia dez. E ele, um dia antes. Tinham os mesmos amigos. Nina, era a
melhor amiga de Gabriella. Rodrigo, o melhor amigo de Gabriel. E mesmo com tantas
semelhanças, os dois só enxergavam as diferenças um com o outro. Ela falava sem
parar. Ele mal começava a falar. Ela tinha os olhos mel. Ele, verdes. Ela, descabelada,
nem ai para os cabelos. Ele, arrumava fio por fio, horas no espelho. Houve um tempo
em que um tinha sintonia com o outro, como se eles fossem letra e melodia naquela
canção perfeita. Mas algo apagou a chama que havia entre eles, e um vento do desti-
no levou uma brasa ao coração de Gabriella, incendiando-a por dentro e acendendo
uma paixão que jamais seria correspondida outra vez. Por descuido do destino ou até
por muito cuidado dele, Gabriella e Gabriel não ficariam juntos e muito menos enxer-
gariam as semelhanças, que nem tão poucas eram. Algo maior do que eles fizera com
que eles só visem as diferenças. Algo em Gabriel detestava tudo em Gabriella. Mas
havia algo em Gabriella que adorava tudo em Gabriel. Mas só daria certo aos dois que
tentam. Tentaria em vão Gabriella, se tentasse só. Gabriel nem sonhava isso tudo que
acontecia, tão bobo, tão cego, que não entendia e nem via. Já Gabriella, sabia tudo,
percebia tudo, anotava tudo, cada semelhança, cada diferença. Gabriella tornou a sua
indiferença amorosa em conto, e contara para todos a sua volta. Sim, meu caro, Ga-
briella quem escrevera a sua história nessas linhas. E sim, meu caro, eu sou Gabriella,
prazer.
DHENNER HONOSTÓRIO 3ªB
ESTRANHO ALÍVIO
Depois de um tempo na prisão, para ser mais exato 8 anos, fui liberado. Vol-
tando para casa, percebi que as ruas estavam diferentes do que me lembrava, tudo
mais colorido, parecia que todas as lojas estavam tendo liquidações, mas não me lem-
brava se era alguma data especial.
Como ninguém da minha família sabia que eu estava sendo liberado hoje,
quando me viram, assustaram-se. Pensaram que eu havia fugido, expliquei que não,
pois não queria chamar atenção da vizinhança. Mesmo sendo todos da minha família,
comentavam sobre o motivo de eu ter sido preso, mas de uma forma negativa.
Após dois dias “arrumando” a bagunça que eu tinha deixado em casa, fui atrás
de um emprego, sabia que não seria fácil, pois o que eu tinha feito era algo considera-
do inaceitável na sociedade. Depois da vigésima quinta loja me rejeitar, desisti. Minha
vida estava uma droga.
Resolvi que a melhor maneira de acabar com este sofrimento, era atacar direto
na raiz. Pensei até como iria aparecer a notícia no jornal: “Homem que matou mulher
após saber de traição há oito anos atrás é encontrado morto, policiais afirmaram que
foi suicídio.”
Quando estava decidido do que iria fazer, peguei a rama de meu tio, ex-
policial, e fui para meu quarto. No momento em que destravei a arma, escutei alguém
me chamando, escondi-a e fui ver quem era.
O amante da minha ex-mulher estava na minha frente, olhando diretamente
em meus olhos. Ele era meu melhor amigo. Era! Me pediu desculpas, e como eu o co-
nhecia, sabia que falava a verdade.
Depois de desabafar, ele virou e começou a ir embora, corri até ele, o chamei
para irmos a um lugar que desde criança nós íamos brincar. Me troquei, peguei dinhei-
ro para cerveja, e fomos.
Era uma parte não visitada da praia, por ser muito distante de comércios. Pas-
samos horas conversando de como éramos felizes na infância, até que ele se levantou
para se espreguiçar. Naquele momento, a adrenalina me dominou, levantei rapida-
mente e pulei em suas costas, derrubei-o na água e comecei a afogá-lo.
Enquanto eu o afogava no mar de lamentações, descarreguei todo o meu ódio
e rancor. Depois de um tempo vendo aquela cena, fui ao posto policial mais próximo e
me entreguei, para assim, voltar ao lugar onde realmente era minha casa.
JULIANA FERNANDES V. MEDEIROS 3ª B
_ Vai me matar, como fez com meu irmão?
_ Então ainda se lembra disso? Você era tão novinha – retrucou a senhora, em
tom sarcástico.
_ Não há um dia que se passe sem que eu me lembre do seu maldito rosto e
todos os dias me lembro daquela cena. O ódio me acalenta e mima – respondeu o ga-
roto.
Fazendo uma cara de desgosto e deboche, preparou-se para puxar o gatilho,
porém ele foi mais rápido, tentando tomar a arma da mão dela. Começaram uma bri-
ga corpo a corpo, apontando a arma para vários lados, rumos e direções. Me joguei no
chão.
1,2,3 tiros soaram. Ai, meu coração! Sinto uma pontada, meus olhos ficam tão
pesados que não consigo abri-los mais, caio em um sono profundo. Escuto sirenes e
abro os olhos, tudo está embaçado, algo muito iluminado brilhava em tons de verme-
lho e azul. Logo minhas vistas se estabilizaram, era o carro da polícia. Após eu me
examinar, percebi ser apenas em susto que provocou meu desmaio.
Olhei ao redor e avistei o garoto apenas com arranhões. Fui falar com ele:
_ O que eu perdi? – perguntei.
_ Atirei... – respondeu ele.
_ Você a matou? – perguntei eufórica, interrompendo ele.
_ Não, acalma-se, acertei a coxa para que não fugisse.
_ Poderia ter se vingado do que ela fez com seu irmão, por que não o fez?
_ Não tenho distintivo, não sou um agente, não tenho um uniforme passadinho
e não tenho ressentimento. Ela vai sofrer todos os dias na prisão, como eu sofri sem
meu irmão. É um castigo pior que a morte – disse, em um tom melancólico.
Toquei seu ombro e alisei suas costas em uma tentativa de confortá-lo. Ele dei-
tou a cabeça no meu ombro e continuou:
_ Agora me sinto mais leve, me sinto melhor, sinto o sabor da liberdade que a
justiça me proporcionou.
JULIANA LINO DE SOUSA 3ª B
VINGANÇA EQUIVOCADA
Já no fim do meu expediente, ele me busca em um carro preto. Entro e pergun-
to onde vamos.
_ Para minha casa mesmo, topa?
Assento com a cabeça, achando mais fácil terminar de vez com o cara que qua-
se me violentou e foi o responsável pela morte de Kelly.
Chegando em sua residência, observo a decoração muito simples, tudo muito
organizado, não parecia com a casa de um estuprador. Ele me diz que vai pegar algu-
mas bebidas e se dirige à cozinha. Reviro a sala à procura de algo que o tirasse a vida e
acho uma arma carregada em uma gaveta.
_ O que está fazendo?
_ Fazendo justiça por tirar minha irmã de mim.
Tiros são disparados e o vejo cair encostado à porta, com copos cheios de cer-
veja nas mãos.
_ Não sou assassino, sou apenas um detetive. Mas tenho um irmão gêmeo e
ele está preso por ter cometido vários crimes. Nunca apoiei o que ele faz. Somos idên-
ticos por fora, mas completamente diferentes por dentro.
Choro, largando a arma no sofá e o vendo agonizar no chão.
LAIS GABRIELLY REZENDE OLIVEIRA 3º C
DAMA DA NOITE
Com 18 anos, saiu de casa, deixou para trás toda a sua vida e decidiu começar
do zero. Ela foi morar na cidade grande, com o coração de pedra e seus planos mira-
bolantes.
Antes de sair de casa, pegou todo o dinheiro que podia, isso era o bastante
para recomeçar a sua vida. Começou a fazer amigos e a trabalhar, e nos finais de se-
mana saía para dançar. Conheceu vários homens, era mulher só para uma noite.
Numa noite de sexta, toda arrumada para sair, decide mudar o destino da sua
noite, queria se sentir em paz, queria se sentir em casa, estava cansada demais, estava
cansada de fugir da realidade e de ser fria. Pegou o carro e saiu sem rumo, com mil
pensamentos na sua mente, queria ter alguém que deixasse seu corpo e seu coração
quente, pensava nas várias besteiras que fazia na sua vida.
Então, ela vai para um bar, se senta e pede um whisky. Aparece um homem
muito bem vestido e lhe oferece um drink e, assim, passam horas conversando e tro-
cando olhares. Ela se sentia à vontade com ele, mas muito desconfiada do que pode-
ria acontecer.
Ela passa o número do celular e ele promete ligar no dia seguinte. Ela acorda
e já abre um sorriso: vê uma mensagem dele de bom dia e, a partir daí, nasce o amor.
Eles passam várias noites juntos, fazem vários planos para o futuro. Depois
de algum tempo, ela acorda com uma linda surpresa: ele, com o café da manhã, buquê
de rosas e um anel de brilhante, o pedido de casamento perfeito. Ela aceita e, ansiosa
com o grande dia, planeja tudo com muito cuidado. Todos os dias ela imagina o dia do
seu casamento, imagina como será sua vida de casada. Ela já mal lembrava de tudo o
que passou.
Chega o grande dia, já estava com seu vestido de noiva; ela se olha no espe-
lho e lembra do seu vestido colado preto, salto alto e batom vermelho, ela lembra das
festas e das conquistas na noite. As lágrimas começam a cair e a sua maquiagem co-
meça a manchar, saudade era a palavra. Ela sai correndo, pega a chave do carro, mas
antes de sair, usa seu batom vermelho e escreve no espelho “Desculpa.”
Ela sai sem rumo, coloca a música “Ela tá virada”, da Tribo da Periferia, e au-
menta o som. Passa seu batom vermelho, e compra seu whisky preferido, pensa para
onde vai agora. Quer recomeçar a vida.
Ela limpou a conta conjunta deles e sumiu sem preocupação, preparada para
a próxima vítima, pronta para enganar mais um coração.
Ela não nasceu para o amor, nasceu para ser livre, passar suas noites em luga-
res loucos, sem compromisso. Só quer curtir a vida, não acredita nessa história de
amor. Enganar os outros é o que ela sabe fazer melhor.
WELSON JOSÉ F. JÚNIOR 3º C
VÍTIMA DA INDIFERENÇA
MICHELLE ALVES RIBEIRO 3ª C
O PREÇO DE UM AMOR
Já é meia-noite. Mais uma vez, dentro dessa cela, me martirizo com as lem-
branças. Não sei mais dizer se é meu corpo que está preso em um espaço de 10m² ou
se meu subconsciente prende meus pensamentos por toda a eternidade. Dois anos se
passaram, mas a culpa rasga meu coração como uma arma letal. Ah, se eu pudesse
voltar atrás... faria tudo diferente. Mas infelizmente não podemos controlar o tempo;
se isso acontecesse, não teria sentido ter vida, pois o prazer da vida está nos momen-
tos. Até mesmo em se desintegrar dentro deste espaço, olhando inesperado para es-
tas grades em constante decomposição.
Já são três horas da madrugada, depois de muito tempo, conto simplesmente
os milésimos de segundos até a saída. Na verdade, conto desde que o martelo da me-
ritíssima juíza bateu, me condenando culpado por um assassinato que cometi em
meio a uma confusão emocional em que estava. Foi naquela hora, naquele exato mo-
mento, que me arrependi de ter deixado me levar pelo amor; amor platônico que den-
tro de mim existia, com todas as forças do mundo. Amor que ardia em meio à inveja,
ciúmes e desejo, desejo de estar no lugar do seu marido e ser o homem que a possuiria
nos braços por toda vida.
Já são seis horas da manhã e estou me recuperando da guerra que tive com
meu passado durante a noite, mas sou interrompido por longos sons de passos no
temido corredor da prisão. Perturbado, não percebo quando o carcereiro parou diante
da cela onde estou, dizendo:
- Marcelo Ferreira, arrume –se, está livre!
Ao passar pela grade do cárcere, sinto uma livre sensação de prazer em saber
que estarei ali pela última vez. Mas ao ver o longo corredor até a saída, me lembrei dos
longos gritos do meu amor: “Saia daqui! Eu amo meu marido.” Foi... foi aos sons des-
tes gritos que saquei a arma e apontei para minha amada. Mil e uma coisas passaram
na minha cabeça, mas o ódio de não tê-la era tanto, que não queria vê-la com nin-
guém. Atordoado, apertei o gatilho... Não sei o que aconteceu ao certo, mas sei que
matei o grande amor da minha vida.
Sinto esta culpa dentro de mim, mesmo sabendo horas depois que ela não foi
morta por minhas mãos. Foi morta pelas mãos de seu marido. Por que assumi a cul-
pa? Não sei, a única coisa que sei é que o esposo da minha amada, a quem ela tanto
amava, me dizia: “Eu te amo.”
Ao sair pelos portões, lá estava o real assassino, me esperando para irmos pa-
ra casa.
MILLENA RIBEIRO NASCIMENTO - 3ªC
Era uma tarde normal, daquelas que passo horas na janela de casa observan-
do o movimento nas ruas que se encontram na esquina onde moro. Em uma, crianças
brincam, pessoas conversam na porta de suas casas e, na outra, só há silêncio.
O tempo vai passando e nada muda, vida em uma e silêncio na outra. Até ou-
ço gritos desesperados vindo da rua silenciosa. Uma moça está sendo forçada a entrar
em um carro, olho com mais atenção e vejo que a conheço. É Ana!
Desço as escadas o mais rápido que posso, mas quando chego na rua, o carro
já não está mais lá. A bolsa dela está no chão, no mesmo lugar onde lutou para não
entrar no carro.
E agora? O que faço? Volto para casa, pego meu celular e ligo para a polícia:
- Alô? Preciso de ajuda!
- Calma, senhor. Em que posso ajudá-lo?
- Um sequestro. Acabaram de levar uma moça num carro preto. Dois ho-
mens.
- Qual é o endereço, senhor?
- Alameda 23, número 128, Balneário, Zona Leste.
- Estou mandando uma viatura para este endereço agora mesmo.
- Obrigado.
Desligo o telefone e me sento na mesma poltrona em que estava quando tu-
do aconteceu. Abro a bolsa dela e procuro algo que possa ajudar a compreender o
porquê daquilo estar acontecendo.
No celular encontro uma mensagem de um número não agendado dizendo:
“Não passa de hoje. Você vai se surpreender. “ Fico imóvel, com os olhos fixos na tela,
imaginando quem poderia ser. Nunca vi Ana com alguém.
Digito o número no meu celular e coloco para chamar. Ninguém atende. Ligo
novamente e nada. Olho para fora e vejo a viatura se aproximando. Vou novamente
até a rua e espero que cheguem até mim.
- Boa tarde. Foi o senhor quem nos acionou?
- Boa tarde. Sim, eu que liguei.
- Então, o que está acontecendo?
Expliquei o que vi desde o começo e entreguei o telefone dela a ele. Tentaram
ligar, mas nenhum sinal.
- Olha, nós não temos muito o que fazer, vamos esperar que façam contato.
Esperei que eles fizessem algo, começassem a procurar pistas como naquelas
séries policiais, mas nada disso, somente anotaram os dados e disseram que divulgari-
am para que outros ficassem atentos.
Não posso esperar que façam contato, Ana está sozinha nessa. Ligo de novo
no número, mais uma vez ninguém atende. Estou tão furioso que se eu encontrar
quem está fazendo isso com ela eu, o mato. Antes, o torturo para que passe por todas
as dores possíveis. Ele nunca imaginaria que eu pudesse ser tão cruel. Já que quem
deveria cuidar desse tipo de pessoas não dá conta do trabalho, eu ajudo.
À procura de mais informações, abro o perfil da Ana no facebook e vejo que
ela acaba de postar um vídeo. Ansioso, clico no play. Um cenário escuro, há apenas a
luz de uma vela, pessoas cochicham e de repente; Ana aparece atrás de um bolo de
aniversário e todos começam a cantar parabéns.
GABRIEL FELIPE VICENTE 3º C
BRUNA VIANI DIAS 3º C
E AGORA?
Sentada aqui nessa velha carteira escolar, parece que o tempo não passa.
Mas hoje me ocorreu algo que vai me fazer muita falta: essa cadeira desconfortável.
Passei tanto tempo querendo que tudo passasse rápido... agora percebi que
aquele velho ditado “o tempo voa depois dos 15” é totalmente verdade. Quando os
alunos do primeiro e segundo ano dizem “ano que vem...” já me dói o coração.
Acontece que queremos tanto ser adultos que passamos indiferentes por es-
sa fase tão fascinante.
Semana passada, me perguntaram o que ia fazer depois que me formasse.
Respondi a frase clichê de vestibulando “faculdade, é claro!” Mas como é a vida após a
formatura? Ou melhor, será que existe vida após a formatura? Ou melhor, será que
existe vida após ensino médio?
O ensino médio é a última fase que muitos têm de aproveitar a vida, de viver
intensamente, porque depois virá uma tonelada de responsabilidades.
Faltam alguns dias para a prova do Enem e estou com o estômago doendo de
nervoso. Não dá para acreditar que aqueles dois dias e um monte de papéis vão definir
meu futuro, ou melhor, se sou capaz e inteligente o bastante.
Estou estudando há meses e já desisti de algumas matérias. Não entendo
como alguém consegue aprender física.
E sim! Também acho que devia ter prestado mais atenção nas aulas e dado
menos importância ao celular. Mas nós jovens somos assim, só acordamos aos 45 do
segundo tempo.
Meu Deus, é amanhã! Saí para comprar uma dúzia de barras de cereais e li-
tros de energéticos. Peguei umas cinco canetas por precaução.
Fui dormir cedo, mas passei a noite em claro, infelizmente. Levantei, tomei
café, revisei a matéria, peguei meus documentos e coloquei na bolsa para não esque-
cer. Não consegui almoçar, entrei no carro e fui bem mais cedo para não me atrasar.
Meu pai me deixou na porta da faculdade onde seria realizada a prova e me desejou
“boa sorte”. Era tudo que precisava. Eu desci e me deu uma vontade de sair correndo e
chorar. Essa história de manter a calma não cola comigo.
Procurei meu nome na lista, achei minha sala, entrei e logo depois aquela
prova de resistência psicológica teve início. Primeiro dia, foi tudo bem. Segundo dia:
que tema destruidor de sonhos, a redação foi difícil, mas fiz. Na prova de matemática,
segui aquela velha brincadeira: “se não sabe, faz regra de três”.
Agora, é só esperar o resultado. O ano passou, aproveitei meus amigos, a es-
cola, os professores, vou sentir falta de tudo. Veio a formatura, chegaram as férias. Foi
o ponto final dessa fase.
Segui meus dias, ansiosa pelo resultado. Quando as inscrições para os cursos
abriram, consegui ver minha nota: foi melhor que imaginei.
Escolhi uma primeira e a segunda opção. Uma semana passou e era hora de
ver se a vaga era minha. Entrei na página, mas demorou uma eternidade até ver o re-
sultado. Fechei os olhos, estava com medo de meus sonhos se despedaçarem ali. Os
últimos meses de aula foram de dedicação extrema.
Soltei um grito, “Você foi selecionado para a chamada regular”, chorei de fe-
licidade. Porém, para outros, o choro não foi pelo mesmo motivo: aqueles que me
chamavam de louca por estudar demais, sentiram na pele as consequências de ir em-
purrando tudo com a barriga.
Nem tudo são flores, mas se existe vida após o ensino médio? Claro que exis-
te, existem milhares de sonhos a se realizar. Cabe a cada um lutar por eles. E eu estou
indo ao encontro dos meus.
KAREN CRISTINA COUTO LAMOUNIER 3º C
O PREÇO É O SANGUE
Sophie era uma moça muito gentil, sempre estava disposta a ajudar as pes-
soas com quem convivia ou quem sabe até estranhos.
Ela vivia com sua mãe em uma casa próxima à Florestas dos Gritos, que tinha
esse nome porque na última sexta-feira do mês ouvia-se os gritos das vítimas do as-
sassino da meia-noite.
Mas por que a polícia não resolve o caso? Bom, porque já foram dois anos de
investigações e ninguém nunca descobriu nada, nem mesmo o nome ou qualquer ou-
tra característica que poderia diferenciá-lo na multidão.
A única pista é a carta que o assassino manda para as vítimas, que diz: “Você
é o próximo”.
Voltando a nossa doce Sophie, ela estuda na única escola da cidade, cursa o
segundo ano do ensino médio, e trabalha no armazém do Sr. John, um senhor muito
simpático.
Num determinado dia, enquanto ela organizava os itens nas prateleiras, ou-
viu a conversa do Sr. John com sua esposa, a Sra. Marie.
- Querido, você ficou sabendo quem é a próxima vítima do assassino? – per-
guntou a Sra. Marie.
- Não, quem?
- A Sra. Lewbert, da biblioteca. Boatos me disseram que semana passada ela
falou que esse assassino não passava de um ignorante que tem problemas psicológi-
cos. Nesta semana, recebeu a temida carta. Dizem que está apavorada!
- Vish! Ele deve estar muito irritado mesmo porque ela é uma Sra. muito gen-
til. – falou Sophie.
- Realmente! – Exclamaram os dois.
Logo, passou-se um mês e chegou novamente outra sexta-feira tenebrosa.
No sábado de manhã, encontraram o corpo da Sra. Lewbert, todo marcado
com ferro quente e ainda estava escrito: “Se você não sabe ser bibliotecária, eu só
lamento, a morte irá te ensinar”.
Mesmo com todos os crimes do assassino da meia-noite sendo assustadores,
todos os moradores de Darkside chocaram-se com este, pois além da brutalidade que
o assassino demonstrava, todos lembraram que na semana anterior uma pessoa dis-
cutiu com a bibliotecária por um livro estragado. Jacob Jones, o professor de Química
da escola de Sophie.
Depois de duas semanas de investigação, concluiu-se que, como o senhor Jo-
nes não tinha álibi e como ele era o único suspeito, foi acusado de ser o assassino da
meia-noite.
Dois meses se passaram e nenhum assassinato ocorreu. O sr. Jones foi consi-
derado culpado oficialmente e como ele cometeu cerca de vinte assassinatos, pegou
prisão perpétua.
Sophie, como gostava muito dele, foi até a cadeia levar-lhe um bolo.
- Sr. Jones, trouxe para o senhor. Minha mãe que fez.
- Muito obrigado, Sophie. Pelo menos alguém acredita que eu não sou o as-
sassino.
- Claro que eu não acredito que o senhor cometeu esses crimes hediondos!
Na manhã seguinte, encontraram o corpo do Sr. Jones, todo mutilado, em
sua cela. Na parede que tinha próxima a ele, tinha a seguinte frase escrita à sangue:
“Quem mandou ser um terrível professor? “
Imediatamente, todos suspeitaram do pior aluno da escola, Henry Smith,
pois ele discutia com o Sr. Jones quase todo dia.
No entanto, ninguém se lembrou que há pouco mais de dois meses, o Sr. Jo-
nes tinha dado 9,9 para uma aluna pela devolução de um livro atrasado. E ainda que
todas as pessoas que morreram tiveram algum tipo de conflito com ela.
- Quem será o próximo nome da minha lista? – Pensou Sophie, sorrindo mali-
ciosamente...
JOAMAR BELIZÁRIO MARTINS FILHO 3º C
“Alguns amores surgem ao acaso, nascem como uma lágrima fúnebre”. Esta
foi a última frase escrita em meu diário. Não escrevo mais, não sobre o amor. Não que
ele seja complexo, ou às vezes não correspondido. O “amor” agora tem dia marcado.
O que observo são promessas vazias em meio a tantas festas e encantos.
Os amores já não são tão amores, cansei de viver em meio a isto tudo:
carinhos vazios, desejos vazios, mentes vazias.
O diário já sente falta de mim, mas o que ele não sabe é que eu sinto
falta de amor. Enquanto alguns procuram um “rostinho bonito,” eu me importo só
com o amor. O amor verdadeiro não se escolhe em festinhas, surge como um tiro
inesperado.
E assim como o tiro, o amor também machuca. Já me encontrei em di-
versas circunstâncias, em que na primeira oportunidade que tinha de dizer que amava,
a outra pessoa sempre foi fria e nunca correspondia. Houve um tempo em que até
pensei que pudesse ser correspondido da mesma forma, me enganei. Aqueles que
realmente amam, nunca poderão ser amados.
Quando pensei ter achado a tal pessoa, imaginei que houvesse uma
compensação de olhares e sentimentos. Novamente me encontro equivocado.
Talvez eu esteja louco, mas nunca irei conseguir amar novamente. Não
nesse tempo onde as pessoas não sabem o que é amor, sabem apenas o que é atração
e sempre a confundem com o amor.
Todos pensam que estão amando, mas a indiferença é notável, e aque-
les que cogitam um amor não passam de hipócritas, pois eles realmente não sabem o
que é amar.
Em meio a tantas ilusões, aprendi que o amor pode ser sentido, mas não se
deve esperar tanta coisa do século atual. O amor vigente não passa daquele sexo ca-
sual. O que mais me aborrece é o fato de estar tão indignado e ao mesmo tempo que-
rer alguém para amar.
A única opção é encontrar um modo de sair desta época, mas como? Viajan-
do no tempo? Passado ou Futuro? Não há jeito, estou fadado a morrer aqui e assim. O
que queria era um amor para o domingo, mas hoje já é sábado, e o que me resta é a
solidão.
RAPHAELA SANTOS PIRES 3º C
TEMPO INCRÉDULO
Criada em meio a brigas, tão pequena, indefesa e sem espaço para manifes-
tar, tanto a dizer sem poder, como se o universo entrasse em desespero e a culpa fos-
se sua, mesmo sabendo que não é. O universo chora e o coração é um buraco negro,
onde independentemente das coisas serem boas ou ruins, sempre entram e jamais
saem.
Olhe dentro dos meus olhos, é onde meus demônios se escondem, tão obscu-
ro que ninguém vê a esperança em uma criança pequena e frágil que se tornou fria e
sem sentimentos em uma busca incessante por justiça.
Quando a avó morreu, o buraco negro alimentou-se com a parte final dos so-
nhos. Mas ninguém se importou!
Ainda assim, os pais continuam brigando e a mãe é sempre quem sai machu-
cada, enquanto o “machão” se vangloria, sem nunca ter ajudado em nada dentro de
casa, nem mesmo colocando um pacote de arroz.
Agora, com 16 anos, o ódio se tornou maior e a algema que a prendia foi que-
brada, libertando-a; porém, o poder ainda é limitado, mas de muita importância, pois
isso mudou a vida da garota que, para defender a mãe, foi capaz de um dia ameaçar o
pai.
Solução? Sair de casa, morar com a tia para evitar maiores problemas, mas o
conflito interior nunca acabou. Se o buraco negro era grande, passou a ser maior. O
objetivo concluído, nenhum sentimento de felicidade, esperança, amor, paz e bonda-
de, apenas ódio, rancor, mágoa, tristeza, raiva e crueldade.
Embora fosse parecer mais fácil ir morar com a tia, não foi. Antes morar com
os pais, havia liberdade para ser quem realmente era. E como se transformasse em
outra pessoa, como se fosse obrigada a usar uma máscara diante da sociedade, que
expressa apenas sentimentos bons e puros que uma garota deve sentir. Ela não pode-
ria se revoltar, deveria ser doce e amável.
A realidade vista pelos outros é fácil, mas não para quem tem que viver e so-
frer com isso. Quando ia dormir, chorava com tudo que acontecia, perguntando a ela
mesma e a Deus “Porque eu nasci? “
Sua vida se resumia apenas a sofrimento, ser culpada sempre por algo que
não tenha feito. E quando a verdade aparece, a palavra “desculpa” nunca é dita, ape-
nas pensada – talvez apenas ela acredite nisso -, de forma nem reparada.
Chegou a pensar que o melhor seria se dessa vez o buraco negro fosse sugado
por algo maior, a morte! Porque ninguém se importaria mesmo, nem mesmo sentiria
falta. Seria mais um objeto que foi útil por um tempo e agora se tornou lixo.
Somente a garota pode traçar seu destino, e embora seja comparada ao lixo,
talvez esse lixo se recicle. Resolveu lutar, com todas as suas forças, contra o buraco
que a consumia. Esqueceu as dores, ignorou a família e se dedicou aos estudos. Os
livros a ajudavam a esquecer, as histórias lhe davam um mundo melhor para viver. O
tempo passou, a garota cresceu.
Agora, com 23 anos, casada com um homem lindo, com barba, olhos casta-
nhos e professor de Educação Física. Enquanto isso, aquela que era chamada de lixo
está formada em Engenharia Civil e com as malas prontas para ir morar na Alemanha
com o marido para seguir carreira.
RONALDO SILVA ARAÚJO 3º C
_ Não ligo mais para a sociedade! Tornam-se alienados se quiserem, pois não
merecem o nosso esforço.
Assim, Austin prefere a morte a ser manipulado. E a terra se torna pior do que
já era.
DANIELA QUINTINO DE SOUZA 3º Ano C
Estava numa câmara resfriada, corpo despido e gelado, rapidamente fiz força para
levantar, mas estava leve como uma pena. Então, percebi que meu corpo continuava
deitado naquela cama. Assustado, percebi que era um necrotério e uma enorme placa
de metal dizia “indigente – causa da morte não identificada – corpo encontrado num
quarto escuro com um buquê de rosas vermelhas ao lado”. Foi então que algumas
sombrações surgiram.
Era domingo pela madrugada e caia um forte temporal. Eu cantava pelas ruas
como uma pessoa qualquer que sentiu vontade de sair de sua cama em plena madru-
gada e tomar banho na chuva. Eu me chamo Look, tenho 20 anos, e sonho em fazer
Engenharia Civil. Caminhando na chuva, ouvi uma voz:
_ Look, Look, Look... Me espere, por favor!
Quando virei-me, vi que era Sherom, estava cansada, com a respiração ofe-
gante e havia marcas em seu corpo. Perguntei:
_Sherom... o que houve com você?
- Não posso explicar-lhe nada agora, só me tira daqui o mais rápido possível.
Sherom era uma amiga da escola, tinha 19 anos e namorava Bob, um trafican-
te da pesada que comandava o setor e era conhecido pela sua crueldade.
Levei Sherom para minha casa, a fim de saber o que tinha acontecido, mas ela
não conseguia falar no momento, só chorava. Dormi no chão e ela em minha cama.
Na manhã seguinte, Sherom não estava, fiquei preocupado, mas fui para a escola,
pois tinha prova.
Chegando lá, vi Sherom com Bob. Mais tarde, ela me procurou e agradeceu pe-
lo que fiz e foi me contar o que acontecera.
_ Bom, Look, você sabe que estou com Bob, não porque amo ele, por que te-
nho medo de terminar e ele me matar. Mas o que de fato aconteceu é que Bob desco-
briu que eu o traí...
Neste momento, cortei sua fala... Sherom? Logo ela... uma garota tão séria!
_ Sherom, você enlouqueceu? O que você fez?
_ Eu sei que fui imprudente, mas você sabe...
_ Mas o que você fez com o cara que ficou? Quem é ele?
Foi então que ela me olhou com um olhar assustador e disse:
_ Eu disse que tinha sido você, e que havia me beijado à força.
Naquele momento, engoli seco, como se uma espada de dois gumes estivesse
atravessando minha garganta:
_ Você pirou de vez mesmo? E agora? O que vai ser de mim? Mas... mas.. mas...
por que você fez isso?
- Bom, foi para me vingar porque sempre gostei de você, mas nunca deu bola
pra mim. Ficou com minha amiga e me ignorou.
Então, me deu um beijo no rosto e disse adeus, saindo correndo. Eu fiquei olhan-
do e pensando em que fria eu tinha me metido.
Ao chegar em casa, tranquei todas as portas e janelas, me protegendo contra
Bob, pois sabia que viria atrás de mim. Terminei de tomar meu banho e a campainha
tocou. Fiquei assustado, mas uma carta foi colocada embaixo da porta, que dizia “A
cor mais forte e mais atraente é a cor do amor. E é nessa intensidade que muitos fa-
zem besteira”.
Fiquei sem entender, mas muito assustado por não saber de quem era a carta. Na
minha cabeça, só tinha Bob.
Naquela noite, quase não dormi, pensando no que aconteceria, até que amanhe-
ceu.
Levantei e fui ao banheiro. Ao voltar para o quarto, vi um buquê de rosas na ca-
ma com um cartão ao lado. Cheguei mais perto, morrendo de medo de ter uma bom-
ba ou algo parecido. Mas, ao tocar no buquê, havia nele uma seringa que me furou. No
momento, assustei ao ver um liquido transparente. Foi aí que peguei o cartão que di-
zia “você despertou o pior sentimento em mim, acabou com os sonhos de uma mu-
lher! Sabe, foi isso que você fez comigo, matando minhas razões de te deixar existir.
Dentro desta seringa, tem polônio. Em 5 minutos você não mais existirá. Assinado:
uma rosa vermelha que se transformou em amargura. Sherom”.
Avessos
Contos da Juventude