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FONTES DO BUSHIDO
義 GI – JUSTIÇA E RETIDÃO
名誉 MEIYO – HONRA
O verdadeiro samurai só tem um juiz de sua honra: ele mesmo. As escolhas que
você faz e como você trabalha para obtê-las são um reflexo de quem você
realmente é. Você não pode se esconder de si mesmo. É a qualidade essencial.
Ninguém pode pretender ser Budoka (guerreiro no sentido nobre da expressão) se
não tiver uma postura honorífica. É da honra que partem todas as outras
qualidades. É um código moral e um ideal, de maneira a ter sempre um
comportamento digno e respeitável.
O sentimento de Honra implica uma consciência clara de dignidade e de
merecimento pessoal”. Ofender-se por provocação considerava-se mesquinho e
ridículo e como uma forma de caráter fraco. Um ensinamento diz: A verdadeira
paciência consiste em suportar as coisas que nos parecem insuportáveis”. A
Honra, considerada como a justa valorização dos demais, e este princípio do
Bushido, elevado a sua máxima expressão filosófica transmutam-se em
compreensão e amor.
Daí, nasce talvez este outro ensinamento que diz: “Se o adversário é inferior
a ti, por que brigar? Se o adversário é superior a ti, por que brigar? Se o
adversário é igual a ti, compreenderá o que tu compreendes e não haverá luta.”
Este é dos princípios da não violência que durante muito tempo alimentou o
autêntico espírito das Artes Marciais.
A Honra não é orgulho, senão consciência real do que se possui. Fala-se que
em um tempo, vivia um jovem guerreiro, que ao jogar diariamente com a vida e a
morte, devido à sua profissão chegou a questionar-se.
诚 MAKOTO – HONESTIDADE
Mentir é um ato covarde e desonroso. Quando um samurai diz que vai fazer
algo, é como se já tivesse feito. Nada vai impedi-lo de cumprir uma promessa.
Boa Fé, que compreende: Verdade, sensibilidade, sinceridade, honestidade
SINCERIDADE (SEUITSU)
BONDADE (SHINTETSU)
HUMILDADE (KEN)
Saber ser humilde isento de orgulho e vaidade, sem fingir, são garantias da
modéstia.
CONTROLE (SEIGYO)
A BENEVOLÊNCIA
“O sentimento de compaixão, o amor, a magnanimidade, o afeto aos
demais, a simpatia, foram considerados sempre as virtudes supremas, os mais
altos atributos da alma humana”.
“A retidão levada ao extremo se petrifica em rigidez; a benevolência
praticada sem medida se funde em debilidade”.
DOMÍNIO DE SI MESMO
“Não dá sinais de alegria, nem tristeza”, era a frase comum dos Samurais,
para designar uma pessoa de caráter enérgico.
Um jovem guerreiro escreveu: “Sentes o fundo de tua alma comovido por
pensamentos ternos? é momento em que germinam as sementes. Não o perturbes
com palavras, deixa que trabalhe só, na calma e em segredo”. “Encerrar com
palavras articuladas, os pensamentos e sentimentos mais íntimos, era
considerados como um sinal infalível de que esse pensamento e sentimento não
era assim tão profundos, nem muito sinceros”.
Diz um provérbio popular: “Não vale mais que um centavo, aquele que
abrindo a boca o conteúdo de seu coração. A linguagem é com freqüência, a arte
de disfarçar pensamentos. Para a mentalidade dos Bushi, o domínio sobre os
nossos pensamentos e emoções é o único juiz que pode determinar em que
momentos, perdida a Honra, a morte converte-se em descanso, em asilo seguro,
contra a desonra.
O equilíbrio interior nos leva a buscar a morte não como pode fazer um
louco, nem escapar dela como faria um covarde, senão esperá-la em qualquer
momento. “Sofrer e fazer frente a todas as calamidades e adversidades com
paciência e com consciência pura”. “Quando o Céu está a ponto de conferir um
grande trabalho a alguém, primeiro exercita seu espírito no sofrimento, seus
nervos na preocupação e seus ossos na fadiga: expõe seu corpo à fome e o sujeita
a extrema pobreza e o faz fracassar em suas empresas. Por estes caminhos todos,
estimula o espírito, endurece o corpo e remedia toda sua deficiência”. Desejava
saber o que era o CÉU e o INFERNO. Quando seu coração já não podia mais
suportar este mistério, dirigiu-se a uma montanha em busca de um sacerdote
ancião, para que o iluminasse com seus ensinamentos. Ao encontrá-lo. Saudou-o
reverentemente e lhe disse: Oh! Venerável senhor, desejaria que me instruísse
sobre ò que é o CÉU e o INFERNO. Ao que o Mestre respondeu: Esta pergunta é
mais própria de um camponês que de um guerreiro como tu, a não ser que sejas
um camponês disfarçado. “Como dizes? Replicou o jovem samurai. Digo que nem
pareces um guerreiro, não somente pela sua infantil pergunta, senão também
pelas roupas que levas.”
A tudo isto, o acidental discípulo já estava vermelho de ira por semelhante
insulto e o sacerdote continuou. “Tua falta de controle afirma minha suposição” E
já não suportando mais, o Samurai despoja a sua espada e sua ira. Nesse
momento, com um gesto enérgico o monge lhe diz:” Observa, isto é o INFERNO”,
o jovem sentiu-se como que atravessado por uma flecha de vergonha, baixando a
cabeça e guardando cerimonialmente a espada falou: “Perdão senhor, agora
compreendo teu ensinamento” ao que o Mestre respondeu:” Observa, isto é o
CÉU.” A honra é o domínio e fortaleza interna. ”Ainda que me desnudes e insultes,
que importa?…. Não poderás manchar minha ALMA com teu ultraje.
KYOKUSHINKAIKAN E A ESPADA
A espada Japonesa não é somente uma arma perigosa, uma arma
desenhada para matar eficazmente, mas também é uma bela obra de arte.
Não se buscava como fim substancial, mas como um meio farta a aquisição
da SABEDORIA.
O homem que se detém no puro conhecimento sem chegar a seu fim maior,
era considerado não mais que uma máquina útil capaz de fabricar máximas e
poemas a ordem. Assim o conhecimento se identifica com sua aplicação prática na
vida, a esta doutrina Socrática encontra seu mais constante expositor no filósofo
chinês Wang Yanng Ming que jamais cansou de repetir, “ Saber e Fazer não são
mais que uma coisa”.