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A História Do Livro Mais Perseguido Do Brasil - Jornal Jockymann
A História Do Livro Mais Perseguido Do Brasil - Jornal Jockymann
LIVRO
PERSEGUIDO
BRASIL
Equipe de
Reportagem
Todos os direitos reservados à
Catalogação na fonte
ISBN 85-7246-008-X
CDU 940.53(=924)
94G.53(=924)(046)
SÉRGIO JOCKYMANN
Jornalista
Porto Alegre, 17/11/1990.
O JORNAL D
ANOS • N.-218 • PORTO ALEGRE • Novwnbio 17/18 • 19» • Pn^OCtttOflO
HISTÓRIA
m> DO LIVRO
PERSEGUIDO
DO BRASIL
A CAMPANHA ELETRÔNICA
A HISTORIA DO LIVRO
MAIS PERSEGUIDO DO BRASIL
CAPÍTULO I
deus, portanto, ele era um caso nos três mil exemplares e assim
de sucesso vende em Porto Alegre naria por fazer mais mal do que
de trezentos a quinhentos exem bem,porque necessariamente aumen
CAPÍTULO III
bração de um semi-analfabeto ou de
uma montagem iletrada traduzida de "Muito mais inte
similar da literatura Estrangei ressante do que refutar ponto por
ra". Provavelmente,se Ascher ti ponto todas as inábeis deturpa
vesse ficado por aí, o livro con ções históricas realizadas no li
tinuaria até hoje nas prateleiras. vro, é tratar de entender como tal
Decidido a acabar de vez como au tipo de literatura ainda consegue
tor, ele foi mais longe e Inten público, mesmo num canto perdido
cionalmente despertou a atenção do Terceiro Mundo, onde os judeus
dos leitores. são escassos,os nazistas autêntiz
0 trecho mais citado pe cos rareiam (devido menos à caça
los interessados, na semana pos de criminosos de guerra do que a
terior, nas livrarias, foi o se idade provecta que alcançaram) e
guinte: a maior parte da população sequer
"Traduzindo em poucas pa possui noçSes mínimas sobre a Se
lavras, o que autor faz em exces gunda Guerra Mundial".
cartas:
O OURO NAZISTA
I
~i n f~riOf'OS", loJIam por shnlum01:., IOl'Ç.l1 ou lHl'~tS da SS qut ltunatn
toc~no Jtn I &I ". 101 ,,,u1JYl:- lÀJmo f)(I~O podemol ci~r u pró- ~Jnu•• il lo~", clo DCUplÇlo - UI~YO"
.• ~1 •• 1õ d. pÕhtlCI • e-mcynj' pno li Imo HoIocJlJlto .;oflwol;mdo 01 pOlfci3 ;olor,..., d~.Hmi,J:t. dcnomin~OII:
tn..l\d,iI. polllCOi unifOfn1il.1d~utcUondo i$ "!l'an:nowi" - H..ru;,·m~inhal". por
de uma replica do livro ''O;.
.••.ti tnftontir:n jodi~ do 9Jcto. aa.ili~ndo t::IU~do uniforme OJCu~;wn, .
Au:.:nwiu u.g."
Autd\witt~. diwlpdo
_'''A. f\t.nli,a
iniciamenlt
1(lI.roeo-Cllli,w n, Alemanha e, pOS1~
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eM M .;1Iern.ln N NPtrvlJ3"o doe' rranspor·
tes do pto do. V~Tlõyi:a ,11T,et"ink:l.
Et:I;n c:rnas CfJt de falO n'o corres»ol\'
I Oscol::bondefts
riomtt"'tu. tC'l • firme poIi;lo dO c,. df:m 1 ftrdade. p~oc.!r~ u~ce:Hl'o- Em conlf~titI'~. raiui.,.. brig,xin
aio-ntto eU ComIJnid:aÓl lud:aita dIII6~,· \lMliaa decl:ar.xSo doi; u<otI\l»t:enle'l cb S5. c~ost~ ~ uCurllano-. t liD.l.
~'linlki. ll,oibidO P!l.o .,..;...._,t.corucquerH~m.n1e.con!un. 001, QUI aNIlU,," ativ.wnenle nOultr·
. "".-m um tefellPt't"f:ador comum ••• ,io minio dos juchus e CDr:lO9'Vdn de
APEDIDO------------------------------------------------ 1
41
Esta informação
do Bén, além de ter provo
Reproduzimos uma dessas cado uma enorme gozação en
notas nesta reportagem. Elas são tre os componentes da minha
escritas num tom coloquial, bas equipe, deu-nos mais uma
tante acessível. Invariavelmente, vez a oportunidade de se cons
em todas as notas que publicou, tatar com que facilidade se
Ellwanger reproduz a crítica que lança uma mistificaç3o/men-
deu origem à resposta. Como é fá tira/suspeita sobre alguém.
cil de verificar, sua melhor mu Fica-se então imaginando
nição lhe foi fornecida exatamen como se agiu ANTES, DURAN
te pelos críticos mais exagerados. TE e PÓS-GUERRA".
Um exemplo típico é o comentário
desastroso de Ben Abraham, publi
cado na revista 0 HEBREU,que ter
OS ALIADOS
mina com um absurdo gritante:
"Os Ben Abraham, em 1987, e-
fabulosos recursos desti ra presidente da Sherit Hapleitá,
nados para pagamento dos uma associação judaica que reúne
anúncios nas primeiras pá os sobreviventes do nazismo que
ginas dos principais jor vivem no Brasil.Provavelmente foi
nais do Rio Grande do Sul, o posto que o levou a uma posição
a fim de promover o livro, tão extremada contra Siegfried
cujo preço nas livrarias Ellwanger. Ele foi o primeira a
mal cobre os gastos com a acusar Ellwanger de fazer parte
impressão, procedem de uma de uma vasta conspiração nazista
fonte. Qual?- fácil imagi e de ver no livro"HOLOCAUSTO; JU
nar. Os valores roubados DEU OU ALEMfiO?" o início de uma
pelos nazistas durante a campanha anti-semita. Depois de
ocupação da Europa espera acusar Ellwanger de ser financia
vam sá por uma oportunida do pelos tesouros secretos
de". dos nazistas, ele o acusou de
Era uma afirmação tão pue distribuir panfletos anti-semi
ril que Ellwanger nem precisou tas. Em dezembro de 87, sua cru
contestar todas as acusações (os zada contra Ellwanger transbordou
anúncios foram publicados apenas da revista 0 HEBREU para os jor
no CORREIO; ele vendeu uma casa nais de São Paulo.
para financiar a impressão) mas Para os livreiros paulis
apenas reproduzir o trecho mais tas não foi o anti-semitismo, mas
infeliz da crítica ejuntar um pe a curiosidade a responsável pelo
queno comentário: aumento das vendas do livro em
SSo Paulo. Repetiu-se, lá, o que Como era previsível, Ben
já. tinha acontecido aqui. Quanto Abraham concedeu uma ' entrevista
mais o livro era atacado, mais ao jornal, declarando que:
vendia. Ben Abraham foi, para seu "desde
imenso desgosto,o grande promotor o final da última década
das vendas de "HOLOCAUSTO; JUDEU existem publicações anti-
OU ALEMfla?".Foi graças a sua cam semitas. Porém, com a aber
panha que o livro chegou ao inte tura democrática, os auto
rior do Estado, onde. encontrou a res perderam o receio de
simpatia da colônia japonesa (os lançar abertamente suas i-
livros anti-semitas são um suces déias.Entre as publicações
so permanente de vendas no Japão). anti-semitas destacadas pe
la Sherit Hapleitá, está õ
OS CAÇADORES livro "HOLOCAUSTO;JUDEU OU
ALEMÃO?", de S.E. Castan.»
Em 29 de dezembro de 1987, A notícia saiu no Estadão
a insensatez tíe Ben Abraham che do dia 30 de dezembro de 1987.Qua
gou ao ponto máximo. Ele promoveu tro dias depois, Ellwanger tinha
a vinda ao Brasil de Beate Klars- que enviar mais dois mil exempla
feld, a famosa caçadora de nazis res a São Paulo, porque o livro
tas. Em 1983, Beate e seu marido, havia esgotado. Desta vez, entre
o advogado Serge Klarsfeld, foram os compradores existiam centenas
os responsáveis pela prisão de de judeus curiosos para saber o
Klaus Barbie, na Bolívia.Como era que havia de tão temível no livro
inevitável,a vinda de Beate Klars de Ellwanger.
feld teve ampla cobertura dos me
ios de comunícão. O ESTADO OE SAO
PAULO noticiou: OS CONSPIRADORES
"Assustada com
o crescimento de publica Na entrevista que conce
ções anti-semitas no País, deu ao ESTADO DE SfíO PAULO,Bem A-
a associação Sherit Haple- braham lançou a semente de um boa
itá, dos sobreviventes do to que se espalhou pelo Brasil
nazismo no Brasil,convidou inteiro: o Rio Grande do Sul se
a caçadora de nazistas Bea ria a sede de um renascimento do
te Klarsfeld para esclare nazismo. Disse Abraham:
cer às lideranças judaicas "além des
sobre os riscos do surgi se livro, existem panfle
mentos de movimentos neo tos anti-semitas que são
nazistas na América Lati- distribuídos às autoridades
e ao público, através (*J
Correio, sem constar porém Ellwanger recebia mais uma con
o nome e endereço do reme tribuição para suas vendas.0 pro
tente. " fessor Deonísio da Silva, de SSo
Ele afirmou que essas pu- Carlos, apanhando a deixa de Ben
blicaçSes são editadas no Rio
Abraham, fazia uma crítica de "HO
Grande da Sul, Estada que, junto
LOCAUSTO; JUDEU OU ALEMÃO?" mistu
com Santa Catarina tem a maior co rando ingredientes de romance po
lônia alemã do País. licial. Ele iniciava afirmando:
"Isso não quer "Todo mundo sabe que
dizer que todo alemão é na há muitos nazistas re
zista. Mas é grande a pos fugiados no Brasil".
sibilidade de uma colônia A partir daí, para inse
alemã servir de esconderi rir o livro de Ellwanger num pos
jo desses elementos". sível renascimento do nazismo,
Nunca houve a distribuir Deonísio se lançava numa história
ção de panfletos anti-semitas no mirabolante:
Rio Grande do Sul ou Santa Ca "Casos misterio
tarina. Os jornais de São Paulo
sos há muitos- No começo
também não têm conhecimento de
dos anos 80, o ex-tenente
campanhas desse tipo. Como Ben A-
nazista Stepen Loncar foi
braham publicou um desses panfle
encontrado morto na cidade
tos na revista 0 HEBREU, presume-
de Carazinho, interior do
se que ele tenha recebido alguns Rio Grande Do Sul.Vivia de
exemplares. Afinal, existem sim
uma aposentadoria do INPS.
patizantes do nazismo em todo o
Ao investigar sua morte,
País e o presidente de uma orga
um tanto enigmática,os po
nização como a Sherit Hapleitá i-
liciais encontraram reci
nevitavelmente seria um alvo pre
bos de ordens de pagamento
dileto dos elementos mais ex
de altas quantias para di
tremados. Mas autoridade alguma do
versas cidades da América
Estado, em 1987,se recorda de ter
Latina e Europa,feitas por
recebido panfletos desse tipo. 0
Lonnar, que ganhava salá
destempero permanente de Ben Abra^
rio mínimo.".
ham o torna uma testemunha pouco
merecedora de fé nesse assunto. De onde o professor Deo
Mas, de qualquer forma, o boato nísio da Silva foi tirar essa
que ele lançou deu frutos. fantástica história,ninguém sabe.
Nenhum Stepen Loncar andou por
Carazinho. Deonísio cita um outro
OS MISTÉRIOS caso misterioso ("um alemão teria
sumido ao desembarcar em São Pau
Em 10de fevereiro de 1988, lo") e diz:
Estou dando esse boicotar o livro, mas a suspeita
recado porque há alguns a- não tem fundamenta'.Não havia, por
nos fiz uma pesquisa sobre exemplo, na redação da ZERO HORA,
nazismo no Brasil meridio a menor proibição de noticiar ou
nal e fiquei perplexo com comentar o livro.
uma coincidência atroz:ne- 0 problema é que os meios
hum desses casos foi es de comunicação não dão importân
clarecido e mesmo sobre cia aos livros. Não existe um só
Mengele pairam dúvidas •■ programa de rádio ou televisão de
0 único resultado prático dicado à literatura,e o único jor
das histórias rocambolescas desse nal que possui uma seção de livros
professor foi colocar nas vitrines é a ZERO HORA (onde, por sinal, o
das livrarias de São Carlos o li livro de Ellwanger foi noticiado).
vro de Ellwanger. Quanto às suas Essa cortina óe silêncio
pesquisas sobre nazismo, ninguém hão cobriu apenas "HOLOCAUSTO; JU
jamais ouviu falar uma palavra DEU OU ALEMÃO?", mas centenas de
sobre elas. livros lançados no mesmo ano. So
Mas, enfim, em 1988, a mente durante a realização da Fei
campanha de Ben Abraharo estava no ra do Livro é que autores ganham
auge e a moda era procurar nazis espaço nos programas de entrevis
tas conspiradores. tas. Assim mesmo, as emissoras exi
gem que sejam pessoas notórias e
OS SILÊNCIOS pouco controvertidas.
0 vice-presidente da Fe
Até maio de 1988 ninguém deração Israelita do Rio Grande do
se mostrou interessado em entre Sul, Abraão Finkelstein, declarou
vistar Siegfried Ellwanger.Os lí em 87 para a revista SHALON:
deres da comunidade israelita de "Nâo nos
Porto Alegre sabiam que ele era manifestamos porque esperáva
S.E.Castan.mas para seus leitores mos que a sociedade - jor
foi uma manobra dos judeus para nem jornalistas, nem intelectuais
X São Carlos
do R' '
Sul. '
INPS. Ao
pagam
quantias par* di
sas cidade! da A_-
nui Laiina e da Eu-
(Utda. Estou dando rsle recado porque tii ai- pe^sras1 O hvro de Catian quer camuflai »
guns anos fiz uma pesquisa sobre o nazismo . Hislóri».
no Brasil meridional e .fique! petplexo com
ihum desse*
■ sobre o de Mcn- d^dsC*»<sa2
nem. políticos se manifestaram por dois canais de televisão Ele foi
que o livro de Ellwanger não des impiedoso com Ellwanger,disse que
pertava o menor interesse nos o livro tinha sido escrito "por
meios mais sofisticados. um semi-analfabeto", que era
"muito ruim" e que não deveria
ser lido "nem por curiosida
AS CRITICAS de"^ crítica não afetou as ven
das 0 livro continuou a vender no
No início de 88, o livro mesmo ritmo de sempre.
de EIXwanger começou a despertar a
curiosidade do público leitor. O
sr Antônio Revoredo é um típico AS ENTREVISTAS
exemplo desses novos leitores do
"HOLOCAUSTO; JUDEU OU ALEMSO?": Em maio de 1988,Siegfried
"Eu Ellwanger, usando ainda o pseudô
vou pelo menos uraa vez por nimo de S.E.Castan, concordou em
semana na Miscelânea. Vi o dar sua primeira entrevista.Há um
livro nas prateleiras mas ano que ele se recusava a manter
nSo me interessei.Inclusi qualquer contato com a imprensa
ve me disseram que era mui por receio que suas palavras fos
to mal escrito. Mas antes sem manipuladas. Quando seu livro
de sair para as férias, em foi lançado,ele foi procurado por
fim de fevereiro de 88, com repórteres da FOLHA, do JORNAL DO
prei uro exemplar Eu hones BRASIL e do ESTADO DE SAO PAULO,
tamente nã"o esperava gran mas se recusou taxativamente a dar
de coisa.A curiosidade que entrevistas ou fornecer qualquer
eu tinha era de saber por tipo de informação sobre sua vida
que um livro,que todos di particular. Nenhum jornal,emisso
ziam ser tSo ruim, estava ra de rádio ou televisão de Por
vendendo tanto" to Alegre demonstrou o menor in
0 sr- Revoredo não gostou teresse em entrevistá-lo. Não ha
do livro nem descobriu qual era via pressão alguma da comunidade
seu segredo. israelita sobre os meios de comu
Mas esse novo público, nicação, diga-se de passagem.
mais sofisticado, que estava ad Em maio, no entanto, El
quirindo o livro, não só aumentou lwanger saiu fora de seus hábitos
suas vendas como provocou as pri e concordou em responder por es
meiras críticas nos meios de co crito às perguntas do repórter
municação. 0 professor Sérgius Moacyr Loth, do JORNAL DE SANTA
Gonzaga foi o primeiro a criticar CATARINA.A entrevista é uma defe
"HOLOCAUSTO; JUDEU OU ALEMfiO?" em sa feroz da revisão da História
oficial da Segunda Guerra.Ellwan ra "pode variar de 35.000 a
ger afirmava: 350.000". A entrevista foi pu
"Quando começarem blicada no dia 29 de maio de 1988
a surgir filmes com depoi e, ao entardecer, os primeiros
mentos sobre as atrocida exemplares do jornal já chegavam
des cometidas contra o po a Porto Alegre e a São Paulo. Era
vo alemão, o mundo vai fi uma declaração de guerra e mudaria
car estarrecido". para -sempre a vida de Siegfried
Mas sua guerra pessoal Castan Ellwanger. No dia seguinte,
contra os críticos judeus, deu à ela foi mostrada sem comentários
entrevista um tom anti-semita que a um livreiro, que, mal concluída
o livro "HOLOCAUSTO; JUDEU OU A- a sua leitura, mandou retirar o
LEMfiO?" nSo tinha. livro de Ellwanger das pratelei
Na entrevista, não só El ras. Era o começo do boicote.
lwanger nega a existência de câ
maras de gás, como diz que o nú
mero de judeus mortos na 2^ Guer
mm Wum iMUta.
Um esclarecimento ao país:
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B Oi i«h>ivh»*<i bM niBdc»o * conl-co doa hraa tfunm» * Fm «ito kjwiuIw ■
ntvnAoimTauLTDA.
CAPÍTULO V
A CAÇADA IMPLACÁVEL
DE TUDO A ELLWANGER,
INCLUSIVE UM TÍTULO
ÚNICO NO MUNDO:
PERSONA NON GRATA
NO MUNICÍPIO
DE PORTO ALEGRE
ft Polícia Ideológica
'A prlmlia vltijní d» uaa gueir.i ê trafire a wrdade"
paragiuiijs;? ,
Se a liistur,La (.; rualiiottt.e
verdadeira, nu Kl puiíjue nao
ser revlst.i
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u; ;-cu pvdido (viia J- Feita de niiitlniu pclgH van-
*i«,.■:• de mlllures de 11- cedurus. |mts tun Cütus da
KKobrlr HM UitUirlJudep,
de pcvftr<"n:Li uxaIcuiJo
erros dos nutrira, 0 NíkIii
wbllcjr Pbr.is de autotes iue foi <> miv lm-uLo l-it t li,
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jynul SuP1 !ifj, de 31 de Us. KW prill l**llllíl!tO IMCOI-
trusL'.' d? IVW, Anua» rtitl- hiJriüM lun 1'iiiH m«1u a ou-
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frllt !J'W 0 IVUlí» lOKOi. <) flfliJWM llMtr
.. suo fira
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allíidiiji, p iw um htjitiiil.i Kij:p'. m«j|iwtiLn ebjc ns nanj
oíJrl.ili'st.1. T |>reelw» rvu-r, i.i e «litu, e >lu i»-tiros. e a.i
iv» inivtl.i 'Riu srjn a Mulo- ol' ncRtus. As sttuts^ís
rl.i da Alimnlvi. pi'ls l^l". iigr acaM. üii> ;ibori.m aos
(Jaf vai nlirlr |irccei)cntcs iu- ivivIuk^Bt? i>ul e f Kíirro
r,i Riemo mW litstorLi, Udll.jiiu CM feflB alogicí
numim fwçiffl ondimi !*■■■ 0"' c o b-ilrm wgro im lüj-
durnJiori prcsliluntcs. B«a tu AK^tp? E Cl«n. que nn
rcviiluuK) « üté iussíw p^r- r-.lstuii. Hi;;, «jufiI e o Ivilrio
ras". «no ;| do 1'iir.ij.ii.il. It-j- judeu? Km, 1 £n iU -rwsüw
Li. m historia cnlii ro ddí- rinl.il.
culo jn [jw- tomo, biis (viu FJifl», (t, pretafcntc que
Ifjuví ■ aíiíla lilatuitoü-Tts Jstc aNr« p <1o futuramente
e/w edltorEs ene o peito su- setinw,tollil(tjs era twssa in-
flclenu paia Kincarcm a ver- turnKan, CLiisiiradn, I*mrIi«>.
sju verdadeira. Que f.irLi o npjr.i a rfu l.-nk» un revi»jr
exercito Brasileiro ao ver o (pago nn o dliiielro taiban
seu aattono desmlatlfjcido, oficial) ; riscar nintu inu-
vendo lipre&sas as estriite- sít-xti croulci, e o povo con
das oue Atentavam, e pode- tLuüitiq a vlwr na talaa tuz
ESCLARECIMENTO AO PAIS N * 2
> CONTRA A ESTUPIDEZ, ATE OS DEUSES VACILAM.
(Gottttw)
RESPOSTA * NOTA oubticada no •* 16/9, mniit pata Fadando MnafiU da RfiS. atra* da um Unvnwrto d» Juttea « DnU Numtna «
aurpn*nri«itrm*nl* Mh th wn MownanCo Psvub' "Anb R*oku". nu* mi—iai um «om • WiiJuJp 3379. dl 10/M/7L da Onaril**
dM IMcoei Unidas qua *Mm™ *m 4 SffKlSMO t w toma d* dtiPB • 4*oM«tio raoafl Em NOTA ww ■ inllfi ■ Mw *■ V
' twnu>.*niDiKonracHnanioidBNGal: ,-
1 A FBdaxtto «<r«q«ri jlm» M ■ 'Titattm' qn coMiatan— mnmMi km Inn da Tli »Jii. * MDESUBfTMU f—mni. pcnanto.
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"•ci^whciD «wan- qua f« d KaklòiB lacrca *. nmU ma* nada mano* » pratariau a talrtama dai eénww d> dm *» EE.UU.. Mco paai 4a
ia nunlo «W xttm* par» alrnaiai oa conhndn á mm
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Guanj. Mn<at CutoaOo «i h-*can»> 0 Maaaaer* da Kar*n. Biaa< - C<*A<wi da Banouvoa. • Wha> am «iadhnhw, O C*dw>re - A HiaMii* di
Jm [io.lu Mouo úKinw lancamanra mnii ta "CADTA «0 PAPA", da LaAn Oaonab. camMdMna Um Farta< ba*ja» nua Um ao Ma dca
«amfei. fk.uú! i Joio pjuio || anin d, au* «aii» J /.wdimU
7 P«n cal. t- !om ^u* d* ^naMarira alamanloa da F«la>acJa »»«■■ m«a «manjam da dguna tw^ia wlocai centn ma Gdkora. EmiJadM
«banwa tnJhtfM 4» (■» da apoio da paaama «ua laran a ralaram a« iiim,
pato mau campo aiiamiM.
i da "tonumiai" i rainii tem fim. guando ngova au* iwan atani M («aidludD w «dam wtal da Eamo. Sr.
GoMinaiof do RJ Par* convnv»> noaaa «hm^Jo, aiumi «vmAi lapandainanla. * (Vato™ 40 Conwn do *ywc. Iam Hora. Jornal d»
edeia do Ednal d* (niarticiD ■ Oo RagáÃa da Orm«n;a PaieMI
i trv*» da antoai
' ■nurto òa P*iun> a tanaMm aiudar araal. twrwtaKin o arn da aauwwn Madrta. aftwrnadaa an aVraa ■ Una», gua
■. Nto a* condanamoa por 4aw motrra. aO*i>H nfo a acanamaa.
CAo4aa PratxMnia JoaaSamay.MinãjtniB, AutaidadMcMtainüUiM. PartOoa PoHcoaaaiwmav. PamAtaon. U«aiaa>anttndBiSM
(15 PARTE)
0 DISCUTIDO AUTOR DE
"HOLOCAUSTO; JUDEU OU ALEMfiO?"
É UM HOMEM DE MEIA IDADE, ALEGRE
E BONACHAO, QUE CONTA COM TODA
FRANQUEZA COMO SE ACHOU NA OBRIGAÇÃO
DE REVISAR A HISTÓRIA E ESCREVER
UM LIVRO QUE ENFURECEU A COLETIVIDADE
ISRAELITA DE TODO O PAÍS.
0 autor
do livro mais
perseguido
do Brasil
JOCKYMANN E A CASSAÇÃO
Foi a terceira decepção. No mesmo
dia, no centro,encontrei um anti
P:Mesmo os escritores con go funcionário da minha firma,que
sagrados, com raríssimas estava tirando orçamentos para
exceções, têm dificuldades imprimir um pequeno romance poli
para encontrar um editor cial de sua autoria. Foi ele que
para seus livros. 0 "HOLO me recomendou a Gráfica Pallotti.
CAUSTO; ... M , além de ser o Dependendo do preço,ele achou que
livra de um estreante, era eu devia editar o livro por minha
também um livro controver conta. Fiz o contato. Acertamos o
tido.Como o senhor foi re preço,condiçSes de pagamento,pra
cebido pelos editores? zos e outros detalhes. Encomendei
5 mil livros para a primeira edi
R: Eu mal tinha acabado de escre ção. Isso aconteceu em setembro
ver o livro, mandei tirar uma có de 1986. 0 livro deveria ser en
pia e, muito feliz por ter con tregue em dezembro, antes do Na
cluído o trabalho, fui procurar o tal. Escolhi uma capa de impacto
pessoal da livraria Palmarinca, que e tive o cuidado de escolher um
alguns amigos haviam me recomen tipo de letras grandes para faci
dado. Foram muito atenciosos, pe litar a leitura.
diram duas semanas para ler o li
vro. Aguardei curioso a sua opi
nião, que se transformou na minha 0 PSEUDÔNIMO
primeira decepção. 0 livro foi
considerado muito interessante e P: 0 pseudônimo que o se
surpreendente, porém o mercado de nhor escolheu, Castan, têm
livros estava em crise e eles a- provocado grandes discus
charam que era melhor que eu pro sões. 0 senhor inclusive
curasse uma editora do Rio ou São foi acusado de ter escolhi
Paulo, que pudesse financiar a o- do um nome judaico.
bra. Procurei então a L&PM, que,
ciente do conteúdo, pediu de qua R: Absolutamente. Quando escrevi
tro a seis meses para examinar a o livro, achei que ele não teria
obra e então decidir. Foi a se grande aceitação no Brasil, mas
gunda decepção.
sim nos países de língua espanho
Agradeci mas não deixei o la. Por isso optei pelo nome de S.
livro. Fui falar entSo com o sr. E.Castan, usando o nome de meu avô
Ortiz da Editora Tchê, que também materno, que era francês. Achei
me pediu três meses de prazo para que seria mais fácil de ser pro
examinar o livro,que depois seria nunciado em espanhol. Fiz apenas
julgado por uma comissão editorial. uma inversão do meu nome.Ao invés
de Siegfried Ellwanger, adotei 0 LANÇAMENTO
Siegfried Ellwanger Castan,ou se
ja, S.E.Castan; esse fato foi a- P: A coletividade israeli
proveitado pelos sionistas,que me ta, através de suas lide
acusaram de estar me escondendo ranças, já o acusou várias
sob um pseudônimo. Quanto ao Cas- vezes de ter lançado seu li
tan,eu nem sabia da existência de vro "HOLOCAUSTO; JUDEU OU
nenhum Nelson Castan.Não inventei ALEMfiO?" em Capão da Canoa
o nome, eu o herdei do meu avô. com o intuito de provocar
os judeus. Isso é verdade?
(2^ PARTE)
0 CONTROVERTIDO AUTOR DE
O SEGREDO DE ELLWANGER
DO SUCESSO ESPETACULAR DE
"OP1""' Of >'-
C/wi>e OísWo do iiw» «cft/c nos Estados Unidos desde 1958. Na relação dos
livros que o clube oferece aos seus sócios,figuram várias obras anti-semitas como
1 'Osprocolosdos sábios de Sido "e ' The ultimate worldorder'', de Roberí H. Wil-
líams.Também figuram no seu catálogo várias obras revisionistas como "O miro de
Ausch witz "eo fMaséOCre de Katyn?'. O dube também oferece para seus sócios
"Minhaluta", de Adoif Hitler, além de várias obras editadas aqui pela Revisão.
Apesar da colônia judaica ser extremamente numerosa nos Eslados Unidos, o Clu
be Cristão do Livro contínua publicando e oferecendo essas obras sem sofrerá me
nor pressão.
problemas mais sérios para tratar. ram sim para a primeira pergunta
Dos nossos 100 entrevistados, so e somente â responderam sim para
mente 3 compraram o livro depois a segunda. Todos os demais disse
do confisco na Feira, mas todos ram que o livro não havia influí
eles por recomendação de amigos. do no seu modo de pensar. As 7
pessoas que responderam sim para
a primeira perguntae as 4 que res
A FORMA ponderam sim para a segunda tinham
menos de 25 anos. A propósito, o
Das 95 pessoas que gosta livro de Ellwanger tem mais leito
ram do livro, 12 acharam que ele res entre os maiores de 50 e os
não estava bem escrito (leram a menores de 30. Sua menor faixa de
primeira versão). 43 acharam que leitores se coloca entre homens de
ele estava bem escrito e os demais 32 a 45 anos. Por outro lado, en
acharam que isso não tinha impor tre 100 leitores não conseguimos
tância. Todos os 95 acharam que os encontrar uma só mulher É eviden
problemas literários são secundá te que entre os 120 mil leitores
rios, porque o importante são as que o livro já conseguiu até ago
revelações. Todos eles,sem nenhu ra, devem existir alguns milhares
ma exceção,aceitaram as denúncias de mulheres. Mas ele é fundamen
de Ellwanger a respeito das mon talmente um livro para homens. Em
tagens fotográficas. Por sinal, Porto Alegre seus maiores leitores
todos os 95 também declaram que são pequenos empresários e mili
comprariam uma continuação do tares. Infelizmente a premência do
livro com novas denúncias. tempo não nos permitiu fazer uma
Depois de "HOLOCAUSTO; JUDEU OU pesquisa por categorias profis
ALEMÃO?" 21 leitores consideraram sionais.
que o livro mais impressionante
foi "ACABOU 0 GAS". Os demais ti
nham ouvido falar da livro mas ain A POLÍTICA
da não tinham tido tempo pa
ra ler. Muito se disse e se escre
veu sobre os leitores de "HOLOCAUS
TO1^ a acusação mais comum foi que
A INFLUENCIA eram todos de Direita. Nossa pes
quisa não confirma o boato. Dos
0 livro "HOLOCAUSTO; JUDEU 95 leitores que gostaram do livro,
OU ALEMÃO?" mudou sua opinião so 67 não tinham partido. Os demais
bre a Segunda Guerra ou sobre os estavam distribuídos pelos parti
judeus? dos existentes e nenhum deles fa
Apenas 7 pessoas responde zia qualquer tipo de militância.
Já entre os 5 que não tinham gos tas. Achamos que suas opiniões es
tado do livro, 2 eram do PT e ou tavam prejudicadas pelo preconcei
tros 2 se disseram de Esquerda.A- to.Das 100 que selecionamos, nin
penas um não tinha cores partidá guém se declarou anti-semita. 95
rias. Mas a declaração mais impor temiam os judeus e^acreditavam que
tante de todos os leitores que en a colônia israelita dominava Por
trevistamos diz respeito ao nazis to Alegre. No entanto apenas
mo. Todos, absolutamente todos, 14 disseram não gostar de
são contra o nazismo. judeus. Os demais achavam que a-
penas os poderosos é que eram pe-
rigososTporque os demais eram co
O FUHRER mo todo mundo. Nenhum dos entre
vistados foi contra a existência
Uma das provas mais impres de Israel, mas 63% acham que os
sionantes que as opiniões estão judeus oprimem aos palestinos. 35
mudando foi o resultado de nossas deles acham que os judeus n3o
pesquisas sobre Hitler com os lei podem falar dos alemães. Mas
tores de "HOLOCAUSTO"-. As 5 pes nenhum dos leitores concordou com
soas que leram o livro e não gos demonstrações anti-semitas ou com
taram acham que "Hitler foi um a pintura de símbolos nazistas
monstro"e acreditam em tudo o que nos muros da cidade.
dizem dele,inclusive que foi res
ponsável pelo massacre dos judeus. A QUESTÃO
Mas entre os 95 que leram e gosta
ram do livro,apenas 5 acharam que Nelson Ascher, crítico da
Hitler era um monstro. 39 acharam FOLHA DE SSO PAULO,foi quem colo
que não é possível saber quem ele cou melhor o problema do sucesso
foi realmente, 24 opinaram que só do livro de Ellwanger. Ele escre
se conhece o que ele fez de ruim, veu em A de outubro de 1987:
20 acharam que ele foi um incom "Quais
preendido e 7 o consideram um Gê são os leitores da obra de S.E.
nio. Mas apenas 2 leitores dis Castan, quantos são,o que pensam,
seram que votariam nele. qual o significado do seu filo-na-
zismo e de seu anti-semitismo ca
boclo - essas são as verdadeiras
O ANTI-SEMITISMO questões que o livro pode desper
tar, não outras".
Quando começamos a busca Acreditamos que a nossa
dos 100 leitores do livro de Sieg- pesquisa tenha respondido à maio
fried Ellwanger,recusamos 19 pes ria dessas questões. Ela,pelo me
soas que se disseram anti-semi nos para nós,deixou claro que não
existe no Rio Grande do Sul ne ses que plantaram a notícia nos
nhum movimento nazista,neo-nazis- jornais americanos.Todos os demais
ta ou filo-nazista. Mesmo para os navios afundados foram torpedeados
descendentes de alemães, o nazis por submarinos ingleses.
mo é uma página virada. Existem Na medida em que os arqui
dois problemas que devem ser re vos se abrem as revisões são ine
pensados pela coletividade israe vitáveis. Nos campos de prisionei
lita. Primeiro: o revisionismo; ros alenrâes.a ração fornecida por
depois, o medo dos judeus. ordem expressa de Eisenhower era
de 250 calorias diárias, inferior
à fornecida nos campos de concen
O REVISIONISMO tração da Alemanha Nazista. Nos
campos de prisioneiros do Canadá
Há no mundo atual uma fe morreram de fome e frio mais de um
bre revisionista geral. Não se milhão de saldados alemães, de
trata apenas da história da Segun pois de terminada a guer
da Guerra Mundial, mas de todos os ra. A unificação da Alemanha irá
fatos importantes dos últimas cin forçosamente obrigar os vencedores
qüenta anos. Os russos revisaram de ontem a firmar finalmente a paz.
a própria história oficial.Stalin Com a paz cairão as proibições
deixou de ser o herói revolucio impostas pelos aliados, especial
nário para se tornar o ditador im mente aquela que proíbe qualquer
placável. 0 próprio comunismo dei revisão histórica.Não existem ci
xou de ser a ideologia perfeita fras definitivas sobre o número de
para se tornar um burocratismo i- judeus mortos.0 número oficial i-
noperante. Os ingleses revisaram nevitavelmente será contestado. 0
Churchãll e o que sobrou não foi crítico Nelson Ascher,que acertou
um líder heróico, mas um político ao levantar as questões que real
manhoso e beberrão,que dava tanta mente importam, errou quando dis-
importância aos seres humanos quan
to Hitler. Os americanos agora
mesmo revisam o Relatório Warren "Muito mais interessante do que
e descobrem que Kennedy foi víti refutar ponto por ponto todas as
ma de um complô e não apenas da inábeis deturpaçSes históricas
loucura de Lee Üswaid. A história realizadas no livro é tentar en
oficial da Segunda Guerra foi es tender como tal tipo de literatura
crita exclusivamente pelos vence ainda consegue público".
dores. Dois navios brasileiros a- Daqui por diante,é preciso
fundados pelos submarinos alemães discutir ponto por ponto o passa
nunca existiram. Foram os ingle do.
A LITERATURA acostumar a defender seus pontos
de vista.
Quando Siegfried Ellwanger
saiu de Auschwitz decidido a es
crever um livro, ele pensava que 0 MEDO
era o primeiro a propor uma revi
são. Mal sabia que na verdade era Mas, de um modo particular,
um dos últimos. Há anos que nos a colônia israelita de Rio Grande
catálogos americanos figuram o- do Sul terá que descobrir um meio
bras^revisionistas. inclusive al de esclarecer a opinião pública
guns dos mais furiosos livros an para evitar que o medo de judeus
ti-semitas são oferecidas ao pú que existe e que é palpável, se
blico, coma "0 JUDEU INTERNACIO transforme em anti-semitismo. Não
NAL" de Henry Ford, ou "OS PROTO ternos nenhuma sugestão a fazer,
COLOS DOS SÁBIOS DE SlAO". porque o problema ultrapassa nossa
Milhares de alemães visi capacidade. Mas parece evidente
tam a Dinamarca, a Noruega e a que medidas agressivas como o boi
5uécia todos os anos e voltam para cote e o confisca não ajudam a boa
casa com as malas cheias de livros convivência das raças e dos cre
revisionistas.As feridas do mundo dos. A democracia traz a liberdade
estão cicatrizando e vai longe o e a liberdade traz todas as cor
tempo em que um escritor como Kurt rentes de opinião. Por muito tem
Vonnegut Or. teve que escrever um po ainda existirão os racistas,os
romance de ficção-científica "MA preconceituosos, os anti-semitas,
TADOURO Na 5%,para contar o bom os anti-negros,os anti-feministas
bardeio desnecessário e cruel de e até os anti-alemães. Temos so
Dresden, onde morreram 200 mil pes bre os demais países una vantagem:
soas, que ele havia presenciado em nenhum lugar do mundo o precon
como prisioneiro de guerra, mas ceito racial é tão pequeno quanto
que não podia contar porque a lei aqui- E termos eleito um Gover
americana impedia. nador negro é a maior prova que
Os judeus terão que convi estamos no caminho certo.
ver com a revisão e terão que se
da certeza não teria vendido nem
a metade do que vendeu.
Siegfried Ellwanger tem
O grande segredo de
suas opiniões. Se ele as publica
Ellwanger é a inabilidade
e tem leitores para suas publica- de seus inimigos.
çBes,é sinal que não está sozinho
Nem ele mesmo contava com
e que existem outras pessoas que isso:
pensam como ele. Mas, ao contrá
-Tudo o que eu queria - ele
rio do que disseram, o "HOLOCAUS nos escreveu -era contar o qu§. eu
TO; JUDEU OU ALEMflO?" não conver tinha visto.
teu ninguém. Quem comprou o livro
Era um direito que ele ti
já tinha as mesmas opiniQes de El nha e que não foi respeitado. Que
lwanger, antes de saber de sua e-
sirva a lição, porque na medida
xistência. A violenta reação cie que a crise nos envolve e as pes
algumas lideranças da comunidade soas se atordoam, outros Ellwan-
israelita só contribuiu para dar gers virão e outros "HOLOCAUSTOS"
publicidade ao livro,aumentar sua serão publicados.
venda e transformar Ellwanger num
mártir.Se o seu livro tivesse si
do discutido normalmente, com to