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O FURTO E SUAS CONSIDERAÇÕES NA INFÂNCIA

RESUMO

Neste artigo analisaremos o furto infantil, utilizando pesquisa bibliográfica assim


como a entrevista realizada com um psicólogo envolvido com o tema proposto com o
objetivo de compreender o que o furto revela diante do desenvolvimeto infantil, a
relação dos pais e dos professores, destacando formas de prevenção e o manejo
adequado à essa situação nos diversos contextos no qual a criança está inserida.

PALAVRAS CHAVE: Furto, infância, moral, desenvolvimento

INTRODUÇÃO

O furto infantil é enfrentado como uma grande preocupação para pais e professores,
principalmente pelo carater de delinquência que a ele, é muitas vezes, atribuído
pela sociedade , visto a falta de compreensão acerca dos motivos que levam a
criança ao ato de furtar. Esse entendimento equivodado da questão, está atrelado
à questões culturais na forma de preconceito e a padronização do que é ou não
idealizado na criança desconsiderando os níveis de desenvolvimento da moralidade.
Este artigo visa apresentar a questão do furto infantil, elucidando as várias
situações que podem vir a causá-lo , tanto no aspecto emocional quanto no social e
psicológico elencando maneiras da família e escola conduzir a situação

MARCO TEÓRICO

Para a formação da moralidade é necessário, na primeira infância um


referencial, alguém para nos basearmos ou para nos direcionar frente aos novos
questionamentos da moralidade. De acordo com Piaget (1932 Apud MARTINS,
1997), até os cinco e seis anos de idade aproximadamente, a criança desenvolve
a moral anômica, ou seja, não seguem regras coletivas. Elas estão juntas, mas não
interagem. As regras são externas a ela e ainda não estão internalizadas. Ela ainda
está construindo a noção da moralidade. Após ter construído gradativamente estes
conceitos o desenvolvimento evolui para o nível Heterônomo, onde há aceitação e
reconhecimento da regra de conduta que o outro lhe apresenta, mas ainda não
compreende totalmente sendo então a regra imitada e obrigatória. É o chamado
respeito unilateral Ela julga como errado os danos concretos que podem ser
causados.. Num nível mais avançado, basicamente após os dez anos de idade, a
criança se vê desvinculada do outro no sentido de que, ela compreende este outro e
o faz compreender. É o nível da Autonomia que se inicia. É a regra do respeito
mútuo onde há a construção da procura de soluções próprias não necessitando
mais da imitação. Seu julgamento parte da perspectiva da intenção do praticante.
Para melhor entendimento dessa questão vamos utilizar de um exemplo puramente
hipotético: digamos que uma criança em situação de rua decide roubar alimento. Um
adulto com algum grau de empatia perceberia essa situação não como um roubo
puro e simples, mas como algo de uma complexidade maior que não pode ser
simplesmente categorizado como errado apesar da clara infração às regras sociais.
Contudo, uma criança, após os cinco anos, diante da mesma história, apesar de
influenciada pela comoção, veria o ato como puramente errado devido ao dano
concreto que este causaria ao privar o verdadeiro dono de possuir o alimento. Esta
criança teria dificuldades em compreender a intenção por detrás do ato. Já as
crianças a partir dos dez anos, tenderiam a julgar a partir da perspectiva do menino
de rua que precisava comer. Percebendo como é concebida essa questão para uma
criança, é possível notar que o furto infantil é um ato de grandes implicações, pois
seu julgamento do fato é intenso, e para que ela realize esse ato (compreender a
intenção) é necessário contradizer ou ignorar um julgamento fortemente enraizado
durante esse estado heteronômico. De acordo com a teoria comportamental
(LUZES, 2010), o delinquente é compreendido através de dois conceitos, de
condicionamento e comportamento modelo, podendo se formar tanto em um
processo de aprendizagem, no qual ele vê mais vantagens no furto do que em não
furtar. Um exemplo disso é a aquisição de algo de seu desejo o qual não obteria de
outra forma, quanto em um processo de constituição da personalidade tendo como
influência comportamentos de outrem que venham a demonstrar benefícios nesta
atitude ilícita. Como exemplo disso , uma criança presenciar o irmão mais velho
furtar um brinquedo de uma loja sem ser notado e não ser punido. De acordo com a
teoria psicanalítica (LUZES, 2010), atitudes de delinquência acontecem devido à
delinquência patológica (neurótica), que seria uma desordem psíquica do sistema
interno de contenção do comportamento, o superego. O furto ocorre devido a uma
fragilização da estrutura psíquica da criança, fazendo com que busque uma
satisfação imediata de suas pulsões. É importante ressaltar também a influência que
o público infantil tem de seu meio social, das suas condições financeiras entre outros
aspectos, do seu lugar na sociedade. A criança oriunda de uma família mais pobre
é mais facilmente levada ao furto, não por falta de moralidade nesta classe social,
mas por existir muitas variantes que dificultam a criação do sujeito e a reintegração
daquele que já cometera o furto ou alguma outra forma de delinquência. É mais
comum ver desemprego e desestabilidade nesta classe, onde o acesso e
permanência à educação, embora gratuita e incentivada pelo governo com materiais
escolares e transporte sendo disponibilizados gratuitamente, é inferior à educação
do sistema privado. É possível apontar muitas condições que dificultam na educação
formal e informal das famílias e que levam uma criança ao furto. Evidenciamos aqui
cinco delas, na visão da psicóloga Frechiane (2017). A primeira seria, que, os furtos
ocorrem por carência. O objeto roubado é uma tentativa de substituir algo do qual
ela sente falta. Este tipo de furto está geralmente ligado ao divórcio dos pais, ou
algum tipo de mudança na rotina da criança que venha a afetá-la emocionalmente;
em segundo lugar, os furtos são manifestações de emoções reprimidas. É uma
forma que a criança encontra de demonstrar vingança ou despeito, emoções de
raiva, tristeza ou emoções que venha reprimindo; em terceiro lugar, os furtos
ocorrem por imitação ou desejo de aventura. Isto é, a criança é a influenciada por
outra pessoa ou por um grupo de amigos para sentir-se aceita; na quarta posição
temos as ocorrências dos furtos devido a uma demonstração dos sentimentos de
inferioridade. A criança se apropria de um objeto “cobiçado” por um certo grupo de
pessoas ou outras crianças com o intuito de se equiparar a essas evidenciando
assim, uma frustração afetiva. O objeto não representa valor material para a criança
que furtou e sim valor simbólico e não utilitário por não usar o objeto furtado para
reparar seus problemas; e em quinto lugar considera-se que os furtos são produtos
de patologia, sendo esta condição rara na infância e relacionada à doenças
nervosas como Transtornos de Conduta ou Cleptomania. O furto de pequenos
objetos não caracteriza patologias, a menos que, à medida que a criança cresce,
esses atos persistam. O DSM-V define como Transtorno de Conduta o padrão
repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos
individuais dos outros ou as normas ou regras sociais importantes próprias da idade,
apresentando concomitantemente a presença de três desses critérios no prazo de
doze meses e ao menos um desses critérios no prazo de seis meses. O DSM-V-
estabelece como critérios para confirmar a cleptomania: incapacidade recorrente
para resistir aos impulsos de furtar objetos desnecessários ao uso pessoal ou por
seu valor monetário; sensação crescente de tensão antes de cometer o furto; prazer
ou alívio na hora de cometer o furto; o furto não é cometido para expressar raiva ou
vingança e não é uma resposta a um delírio ou alucinação; e o furto não se deve ao
transtorno de conduta ou ao transtorno de personalidade antissocial. A patologia
compromete concretamente o funcionamento social e escolar. De acordo com o
psicólogo entrevistado, Manoel Rozeng da Silva, especialista em Neuropsicologia e
Psicologia do Trânsito “estudos mostram que existem pontos no cérebro que são
estimulados e que proporcionam prazer quando a pessoa se expõe ao risco de furtar
e para ela o valor financeiro do furto não interessa, o que interessa à é o prazer da
conquista. Os pais devem estar atentos a isso e buscar auxílio de um psicólogo”.
Segundo ele são pequenos os casos de Cleptomania, e quando estes são
constatados ocorre junto, outras associações, como por exemplo, um problema
neuroquímico com deficiência nos Neurotransmissores Serotonina e Dopamina. Isso
justifica o furto por prazer. Pode-se também relacionar a Cleptomania a um gatilho
desencadeado no sistema comportamental, no qual, devido a uma situação de
estresse, faz com que se manifeste o componente genético e também o nível de
estresse proveniente do núcleo familiar pode ser considerado um agravante. Se
retirarmos de foco os casos que envolvam patologia, podemos dizer que a grande
causa do furto na infância são problemas referentes a necessidade de atenção que
a mesma possui e que nestes casos não está sendo correspondida ou então é difícil
de ser alcançada via comportamentos considerados normais. Assim o furto é a
busca por algo que consiga atingir o objetivo de chamar atenção tanto dos pais
quanto de grupos específicos aos quais a criança deseja pertencer. Mesmo que a
criança consiga compreender o valor material do seu furto, este não deixa de ter
valor simbólico. Há situações em que a criança procura repor a justiça porque
entende que ela também tem o direito de possuir tal objeto. A atitude dos pais ou
cuidadores, precisa estar pautada na compreensão do simbolismo do fato e não no
fato em si. Segundo o psicólogo entrevistado, a criança com estes comportamentos
deve ter analisada a sua dinâmica familiar considerando o seu aspecto biológico,
social, cultural, político e econômico. Estes aspectos configuram-se em causas
multifatoriais geradoras do furto infantil. Ainda de acordo com Rozeng, o
comportamento desviante da norma, neste caso o furto, pode ser evitado se for
propiciada à criança uma estabilidade familiar onde exista atenção, afeto, diálogo e
principalmente que a acolha como pertencente à família. A família tem como função
acolhimento de seus membros. Isso deve ser evidenciado nas participações dela na
rotina familiar, na forma democrática de se estabelecer as relações, oportunizando
assim as condições para o desenvolvimento da empatia e da autonomia moral.
Remediar e reintegrar uma criança que já cometeu algum tipo de furto é mais
complexo do que evitar. É necessário que se possibilite uma conversa com a criança
respeitando sua maturidade, ou seja, sem cobrar dela capacidades morais ou
intelectuais que ainda não estão construídas. É imprescindível que se compreenda o
motivo do furto para melhor corrigir a situação. Por exemplo uma criança que furtou
para chamar a atenção dos pais que estão se divorciando, e que devido a isso vem
apresentando dificuldades expressão emocional. Conhecendo a causa, torna mais
fácil e efetivo facilita o trabalho de correção pois atinge a raiz do problema. Neste
caso o trabalho psicológico buscaria trazer aceitação por parte da criança a respeito
do divórcio e também a conscientização dos pais da atenção que vem sendo ainda
mais necessária nesse período de adversidade. Castigos ou repreensão de forma
exagerada é outro aspecto a ser trabalhado na família, já que na maioria dos casos,
o que gera o comportamento é um problema emocional. A atitude exacerbada vinda
dos pais ao invés de diminuir o problema tende a intensificá-lo e resulta para a
criança em mais angústia ou revolta devido a atitude incompreensiva dos pais. Em
contrapartida, não agir sobre o problema ou demonstrar indiferença, mesmo que na
tentativa de não gerar mais problemas emocionais, alimentará na criança a
necessidade de atenção e consequentemente intensificará os atos da mesma.
Sendo os pais os mediadores do desenvolvimento da criança, cabe a eles explicar
as consequências dos atos, resolver os conflitos pacificamente e com dialogicidade.
O apoio da família é fundamental para que a criança lide bem com tais situações.
Além disso, outra atitude dos pais é partir de ações que sejam condizentes com o
exemplo que desejam passar para seus filhos, como por exemplo auxiliar a criança
na devolução do bem furtado, lhe apresentando desta forma as noções de justiça
além da consequência embaraçosa da devolução do objeto ao dono. Na esfera
familiar o que a criança mais necessita é de atenção, afeto, proteção e diálogos
democráticos, diálogos estes que podem se esperar também da Instituição de
Ensino da qual ela é partícipe. A exploração criteriosa dessas atitudes que envolvem
furtos, levando-se em conta a idade da criança por parte dos professores, resultarão
no aumento da formação ética deles, além de auxiliá-los a compreender o por quê
a atitude não é correta. A escola deve informar os pais auxiliando-os com
orientações para promover o entendimento com a criança sem pressioná-la.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conformidade com as leituras e entrevista, a questão do furto infantil ainda é


uma questão delicada para muitos pais e educadores. Há que se considerar muitos
fatores diante dessa atitude e considerá-la como um pedido de socorro por parte da
criança e não como um fato intencional. Se assim for feito, a criança temerá as
consequências do ato sendo ainda mais violada em suas necessidades. Esta
situação deve ser utilizada como mais uma oportunidade de aprendizagem e não de
punição nem por parte da família e muito menos por parte da escola. Agindo no
sentido de demonstrar apoio, ajudá-la a superar percebendo as reais necessidades
por trás do furto e buscando alternativas, pais e professores mostram-se como
limites e sustentação à essa criança sem deixar de lado o afeto e carinho ao qual
ela tem direito. Se os encaminhamentos se derem desta forma, produzirão efeitos
positivos todos os envolvidos, ou seja, o benefício mútuo gerado por atitudes
corretas afastará a estigmatização das crianças. É necessária maior consciência
social a respeito do problema. Família e escola são espaços que devem sempre
minimizar a situação e não o contrário. O papel da escola é de formar para a
cidadania e precisa ser espaço de construção positiva em benefício do
desenvolvimento psíquico saudável das crianças. Sabe-se que os estigmas quando
repetidos frequentemente comprometem a autoestima e a criança passa a acreditar,
a se constituir como alguém inferior, como um transgressor. Deste modo, os rótulos
tornam mais difícil a mudança em seu comportamento. A criança que furta apresenta
vulnerabilidade e quanto mais proteção e respeito para com ela, eis aí a função dos
pais, menos chances de transgredir as normas sociais vigentes e mais ajustada ela
será no futuro.

REFERÊNCIAS

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Agressividade em crianças: um olhar sobre comportamentos externalizantes e
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SCHMIDT, Andreia. FURTO EM SALA DE AULA: O QUE FAZER? Disponível em:<
http://www.educacional.com.br/falecom/psicologa_artigo035.asp> Acessos
em 24 nov. 2017
APÊNDICE

Apêndice 01
Perguntas para a Entrevista

Por que a criança furta? Os motivos que levam uma criança a furtar são os mesmos
que levam o adolescente a cometer tal ato?

A partir de que idade o furto passa a ser preocupante e por quê?

Como os pais ou os adultos cuidadores da criança devem orientá-la em caso de


ocorrência de furto?

Quais atitudes dos pais podem favorecer o surgimento do transtorno de conduta,


tratando-se do furto na infância?

Qual é o manejo correto em relação ao adolescente que furta? Na escola e em


casa?

Toda criança passa pela fase do furto? De que forma isso faz parte do
desenvolvimento dela?

Quais as diferenças entre o furto patológico e o não patológico?

Você já recebeu e tratou pacientes com esta patologia?

É um problema com demanda comum e recorrente no consultório?

Apêndice 02
Relato da Entrevista

Entrevista realizada no dia 15 de novembro, com o Psicólogo Manoel Rozeng da


Silva

Formação: Graduado em Psicologia, pela Universdade do Extremo Sul Catarinense


com Especialização em Neuropsicologia e Psicologia do Trânsito

A grande causa do furto na infância são problemas referentes a


necessidade de atenção que a mesma possui e que nestes casos não está sendo
correspondida. Podem ser identificados furtos de casos com episódios isolados,
relacionados a fatores genéticos, ambientais, familiares, como forma subliminar de
compensação, entre outros. De acordo com Roseng os maiores indícios de furto são
para o uso de drogas no final da Infância e início da pré-adolescência, meio no qual
o psicólogo tem vasta experiência, já que o mesmo trabalha no CAPS2 AD. Para ele
é um vasto campo onde a psicologia deve intervir cada vez mais.

Existem estudos de muitos de casos que ligam esse comportamento


nessa fase com um fator de recompensa adquirida pela criança como forma de
prazer e recompensa. Ele ocorre, muitas vezes, por falta de afeto ou é até um
modo de chamar a atenção para si. Estudos mostram que existem pontos no
cérebro que são estimulados e que proporcionam prazer quando a pessoa se expõe
ao risco de pegar (furtar) pelo prazer da conquista mesmo que o objeto não seja de
seu interesse. Nesse caso o comportamento poderá ser doentio. É de extrema
importância o diagnostico na infância e nestes comportamentos deve ter analisada a
sua dinâmica familiar considerando os aspectos: biológico, social, cultural, político e
econômico.

Não é toda a criança que passa pelo episódio do furto. Quando bem
pequenas. Elas não tem a noção do que é dela e do outro, mas a criança maior
pode cometer pequenos furtos, mesmo quando os pais ou responsáveis orientam
devidamente ensinando sobre essas atitudes. Se mesmo assim elas continuarem
furtando, se deve buscar orientação profissional, para uma intervenção psicológica
adequada por vários motivos mas principalmente para que não evolua de um
simples caso de comportamento infantil à um distúrbio de comportamento.

A Cleptomania é uma falha em resistir ao impulso de se apropriar de objetos


que não são seus e que são desnecessários ao seu uso pessoal sem considerar o
seu valor financeiro. São pequenos os casos diagnosticados como cleptomania,
havendo junto, por volta de sete outras associações. Dentre os quais podemos citar,
um problema neuroquímico, com deficiência de serotonina e dopamina que leva
levando o indivíduo a roubar por prazer. Para que isso, ocorra pode-se relacionar
também, a um gatilho desencadeado comportamento da criança ou jovem, no qual,
devido a uma situação de estresse, faz com que se manifeste o componente
genético e também o nível de estresse proveniente do núcleo familiar pode ser
considerado um agravante..

A criança educada num ambiente de onde o furto é praticado a partir do


exemplo dos adultos, quando adulta terá maiores chances de vir a praticar os
mesmos atos, tornando-se vítima da sociedade. É algo bem complexo e que deve
ter cuidado para que não se direcione para um lado especifico com julgamentos de
punição e do outro lado de se aceitar e vítimizar o infrator. A Psicologia vê e
considera os dois lados , pois há muito ainda a ser discutido e pesquisado nesta
questão , mas o que realmente carece são políticas eficazes de ação educativa e
preventiva nas comunidades e também falta vontade política de mudar essa
situação com a aplicação de educação e valorização dessas crianças, ação direta
na causa e não nos efeitos para evitar que se torne um ciclo sem fim e de eternas
discussões.

O furto pode ser evitado se for propiciada à criança uma estabilidade


familiar onde exista atenção, afeto, diálogo e acolhimento da família. A família deve
acolher de seus membros. através da rotina familiar, na forma positiva e
democrática de se estabelecer relações, assim, certamente será um adulto
saudável capaz de lidar com as situações que surgirem. Há pouca procura para
tratamento deste tipo e há pouca pesquisa científica neste sentido também.

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