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Apostila Engenharia Econômica PDF
Apostila Engenharia Econômica PDF
Econômica I
2015
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Matemática financeira
3. Análise de Alternativas de Investimentos
4. Análise de Investimento em Situação de Incerteza
5. Avaliação de Projetos e Negócios
Referências bibliográficas
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
Os estudos sobre engenharia econômica iniciaram nos Estados Unidos em 1887, quando
Arthur Wellington publicou seu livro: "The Economic Theory of Railway Location", texto que
sintetizava análise de viabilidade econômica para ferrovias.
Engenharia econômica é importante para todos que precisam decidir sobre propostas
tecnicamente corretas, e seus fundamentos podem ser utilizados tanto para empresas privadas
como estatais.
Para fazer um estudo econômico adequado alguns princípios básicos devem ser considerados,
sendo os seguintes:
a) devem haver alternativas de investimentos. É infrutífero calcular se é vantajoso
comprar um carro à vista se não há condições de conseguir dinheiro para tal;
b) as alternativas devem ser expressas em dinheiro. Não á possível comparar
diretamente 300 horas/mensais de mão de obra com 500 kWh de energia.
Convertendo os dados em termos monetários teremos um denominador comum
muito prático. Alguns dados, entretanto são difíceis de converter em dinheiro.
Capítulo 1 - Introdução 1. 2
Exemplos que ocorrem muito nos casos reais são: boa vontade de um fornecedor,
boa imagem da empresa ou status. São os chamados intangíveis;
c) só as diferenças entre as alternativas são relevantes. Numa análise para decidir
sobre o tipo de motor a comprar não interessa sobre o consumo dos mesmos se
forem idênticos;
d) sempre serão considerados os juros sobre o capital empregado. Sempre existem
oportunidades de empregar dinheiro de maneira que ele renda alguma coisa. Ao se
aplicar o capital em um projeto devemos ter certeza de ser esta a maneira mais
rendosa de utilizá-lo;
e) nos estudos econômicos o passado geralmente não é considerado; interessa-nos o
presente e o futuro. A afirmação: não posso vender este carro por menos de $
10.000 porque gastei isto com ele em oficina não faz sentido, o que normalmente
interessa é o valor de mercado do carro.
Neste curso, a atenção especial será sobre os critérios econômicos, ou seja, a principal
questão que será abordada é quanto à rentabilidade dos investimentos.
CAPÍTULO 2 – MATEMÁTICA FINANCEIRA
Embora esta afirmativa seja básica e simples, é absolutamente incrível como a maioria das
pessoas esquece ou ignoram esta premissa. E para reforçar, todas as ofertas veiculadas em
jornais reforçam a maneira errada de se tratar o assunto. Por exemplo, uma TV que à vista é
vendida por R$5.000,00 ou em 6 prestações de R$1.000,00, acrescenta-se a seguinte
informação ou desinformação: total a prazo R$6.000,00. O que se verifica que se somam os
valores em datas diferentes, desrespeitando o princípio básico, citado acima, e induzindo a se
calcular juros de forma errada. Esta questão será mais bem discutida em item deste capítulo.
Uma palavra que é fundamental nos estudos sobre matemática financeira é JUROS. Para
entendermos bem o significado desta palavra vamos iniciar observando a figura II.1. Cada um
dos fatores de produção é remunerado de alguma forma. Como se pode entender, então, os
juros é o que se paga pelo custo do capital, ou seja, é o pagamento pela oportunidade de poder
dispor de um capital durante determinado tempo. A propósito estamos muito acostumados
com "juros", lembrem dos seguintes casos:
1. Compras a crédito;
2. Cheques especiais;
3. Prestação da casa própria;
4. Desconto de duplicata;
5. Vendas a prazo;
6. Financiamentos de automóveis;
7. Empréstimos.
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 2
Como se pode ver o termo é muito familiar se lembrarmos do nosso dia a dia. Podemos até
não nos importar com a questão, mas a pergunta que se faz é: o quanto pagamos por não
considerarmos adequadamente a questão? E concluindo, nota-se a correspondência entre os
termos "juros" e "tempo", que estão intimamente associados.
A seguir será discutido o que são juros simples e juros compostos, além de outros pontos
importantes em matemática financeira.
J=P.i.n
onde:
P = principal
J = juros
i = taxa de juros
n = número de períodos
O valor que se tem depois do período de capitalização, chamado de valor futuro (F), pode ser
calculado por:
F=P+J
F = P + P.i.n
F = P(1 +i.n)
A fórmula acima é pouco utilizada, porque na maioria dos cálculos em matemática financeira
usam-se juros compostos que será discutido a seguir.
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 3
No primeiro período:
F1 = P + P . i = P . (1 + i)
No segundo período:
F2 = F1 + F1 . i = F1 . ( 1 + i) = P . (1 + i).(1 + i) = P . (1 + i)2
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 4
No terceiro período:
F = P . (1 + i)n
A fórmula acima é muito utilizada, e através dela pode-se constatar que para o primeiro
período o juro simples é igual ao juro composto.
EXEMPLO II.1 - Para um capital de R$ 100.000,00 colocado a 20% a.a. durante 3 anos,
qual o valor futuro para os casos de considerarmos juros simples e juros compostos?
O
1
2
3
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 5
EXEMPLO II.2 - Vamos fazer uma aplicação em CDB de R$ 30.000 a uma taxa de 1,4 %
para um período de 1 ano. Qual o valor dos juros? Quais os juros líquidos? Qual o valor da
rentabilidade líquida mensal? Em relação à poupança esta aplicação é interessante
A engenharia econômica vai trabalhar com gráficos do tipo da figura II.2, assim como os
fundamentos da matemática financeira.
Os gráficos de fluxo de caixa devem ser feitos do ponto de vista de quem faz a análise. Para
entender este conceito, vamos imaginar que uma máquina custa R$ 20.000,00 à vista ou 5
prestações de R$ 4.800,00. Para a venda a vista o fluxo de caixa é diferente do ponto de vista
do comprador para o do vendedor, isto pode ser visto na figura II.3.
VF = VP. (1 + i)n
VP = VF/(1 + i)n
EXEMPLO II.4 - Uma aplicação financeira de R$ 200.000,00 rendeu após 7 meses o valor
de R$ 300.000,00. Qual a taxa mensal "média" de juros desta aplicação?
EXEMPLO II.5 - Uma aplicação de R$ 200.000,00 efetuada em uma certa data produz, à
taxa composta de juros de 8% ao mês, um montante de R$370.186,00 em certa data futura.
Calcular o prazo da operação.
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 9
Esta relação de equivalência pode ser entendida pela a observação da figura II.5 a seguir.
Nota-se que o termo que multiplica A é o somatório dos termos de uma PG, com número
limitado de elementos, de razão (1+ i)-1. A soma dos termos pode ser calculada pela seguinte
expressão:
a - a .r
S = 1 n
n 1-r
Que resulta em:
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 10
n
(1 i) -1
VP = PGTO n
(1 + i) . i
Das expressões que relacionam VP e PGTO, pode-se chegar à maneira de se calcular PGTO
a partir de VP. Esta relação é dada por:
n
(1 i ) .i
PGTO = VP n
(1 + i ) 1
EXEMPLO II.7 - O que é mais interessante, comprar uma TV LED por R$ 4.000,00 à vista,
ou R$ 4.410,00 em 3 vezes, sendo a primeira prestação no ato da compra?
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 11
EXEMPLO II.8 - Vale a pena pagar à vista com 20% de desconto ou a prazo em 3
pagamentos iguais, sendo o primeiro hoje?
Esta relação de equivalência pode ser entendida pela a observação da figura II.6 a seguir.
Nota-se que o termo que multiplica PGTO é o somatório dos termos de uma PG, semelhante
a relação entre VP e PGTO vista antes, com número limitado de elementos, de razão (1+ i) 1.
A soma dos termos calculada pela fórmula de somatório dos termos de uma PG finita leva a
seguinte expressão:
n
(1 i) -1
VF = PGTO
i
Das expressões que relacionam VF e PGTO, pode-se chegar a maneira de se calcular PGTO
a partir de VF. Esta relação é dada por:
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 13
i
PGTO = VF
(1 + i)n 1
EXEMPLO II.10 - Quanto deve-se depositar anualmente numa conta a prazo fixo que paga
juros de 12% ao ano, para se ter R$ 500.000,00 daqui a 14 anos?
Estas séries também chamadas infinitas ou custo capitalizado tem estes nomes devido a
possuírem um grande número de períodos. Este é um fato comum em aposentadorias,
mensalidades, obras públicas, etc...
n
(1 i) -1
VP = PGTO n
(1 + i) . i
n
(1 i) -1
VP = limn PGTO
(1 + i)n . i
1 1
VP = PGTO limn
i (1 + i)n .i
1
VP = PGTO.
i
EXEMPLO II.11 - Quanto deverei depositar em um fundo com a finalidade de receber para
sempre a importância anual de R$ 12.000,00 considerando ser a taxa anual de juros igual a
10%?
EXEMPLO II.12 - Qual a menor quantia que um grupo deve cobrar hoje, para dar uma renda
anual de R$ 6.000?
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 15
VF = VP(1 i )1 (2)
A
Como (1) = (2), tem-se que:
12 1
(1 i m ) = ( 1 + i A )
Do mesmo modo, pode-se relacionar:
360 12 1 2
(1 + i d ) = (1 i m ) = ( 1 + i A ) = (1 + i s )
m
VF = VP(1 + i) (3)
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 17
Com a expressão acima se pode converter uma taxa nominal em uma efetiva.
Um cuidado importante quanto a estas taxas apresentadas, é o entendimento do conceito que
esta por trás de cada uma. Na literatura existente e no próprio mercado financeiro existem
diferenças quanto à nomenclatura. O que é necessário estar certo na hora de se fazer um
cálculo é se o tempo da taxa coincide com seu período de capitalização.
EXEMPLO II.16 - Qual a taxa efetiva anual equivalente a 15% ao ano capitalizados
trimestralmente?
Capítulo 2 – Matemática Financeira 2. 19
III.1 – GENERALIDADES
Após a classificação dos projetos tecnicamente corretos é imprescindível que a escolha
considere aspectos econômicos. E é a engenharia econômica que fornece os critérios de
decisão, para a escolha entre as alternativas de investimento.
Infelizmente, nem todos os métodos utilizados são baseados em conceitos corretos. Por esta
razão é muito importante ter cuidado com uso de alguns destes métodos, e principalmente,
conhecer suas limitações.
Um dos métodos, que é muito utilizado, e que possui limitações do ponto de vista conceitual é
o PAY-BACK ou método do tempo de recuperação do investimento. O método do PAY-
BACK consiste simplesmente na determinação do número de períodos necessários para
recuperar o capital investido, ignorando as conseqüências além do período de recuperação e o
valor do dinheiro no tempo. Normalmente é recomendado que este método seja usado como
critério de desempate, se for necessário após o emprego de um dos métodos exatos.
Neste curso serão estudados três métodos de avaliação, que convenientemente aplicados dão o
mesmo resultado e formam a base da engenharia econômica. Estes métodos são exatos e não
apresentam os problemas observados, por exemplo, no PAY-BACK. Os métodos são:
Método do valor presente líquido (VPL);
Método do valor anual uniforme (VA);
Método da taxa interna de retorno (TIR).
Estes métodos são equivalentes e indicam sempre a mesma alternativa de investimento, que é
a melhor do ponto de vista econômico. Embora indicarem o mesmo resultado, existe é claro
vantagens e desvantagens um em relação ao outro, e que serão comentadas ao longo do curso.
Capítulo 3 – Análise de Alternativas de Investimentos 3. 2
É o método que avalia o tempo de recuperação do investimento. Em sua versão mais simples,
o chamado Pay Back simplificado, apenas considera-se quantos períodos a receita levará para
igualar o investimento. Por exemplo, para o fluxo de caixa da figura III.1, a receita iguala o
investimento de $1.000 no período 3, assim o Pay Back deste investimento é de 3 anos. O erro
deste método esta no fato de se somar valores que não estão na mesma data, o que como foi
mostrado no capítulo anterior, sobre matemática financeira, não é correto. Assim, deve-se ter
muito cuidado com a resposta e seu uso como principal critério de decisão é questionável.
Outro enfoque dado a TMA é a de que deve ser o custo de capital investido na proposta em
questão, ou ainda, o custo de capital da empresa mais o risco envolvido em cada alternativa
de investimento. Naturalmente, haverá disposição de investir se a expectativa de ganhos, já
deduzido o valor do investimento, for superior ao custo de capital. Por custo de capital,
entende-se a média ponderada dos custos das diversas fontes de recursos utilizadas no projeto
em questão.
O valor do negócio é o valor presente dos fluxos de caixa futuros. A idéia deste valor é
ilustrada na figura III.2. Como se pode ver não se considera o investimento, vai se calcular na
data 0 o valor dos fluxos de caixa futuros.
O horizonte de planejamento é de 20 anos, após os quais a termelétrica será vendida por $35
milhões.
Se a TMA da empresa é de 15% ao ano, qual é o Valor do Negócio e o VPL?
O negócio é viável?
Capítulo 3 – Análise de Alternativas de Investimentos 3. 8
Da solução do exemplo III.3 cabe uma reflexão. Através da análise pura dos resultados qual a
melhor opção? Vamos colocar os resultados do VPL, VA e TIR, na tabela a seguir.
VPL VA TIR
REFORMA
COMPRA
Desta forma o fluxo de caixa passará a ter apenas uma inversão de sinal, conforme se pode
observar a seguir.
A solução válida para este problema requer que todas as conseqüências das alternativas sejam
levadas para um horizonte de planejamento comum. Supõe-se, por exemplo, que se admita a
alternativa mais curta poder ser substituída ao fim de seis anos por outra idêntica.
O procedimento comumente adotado para o caso de vidas diferentes é o seguinte:
Calcula-se o mínimo múltiplo comum das vidas das alternativas propostas;
Repetem-se os fluxos tantas vezes até atingir este tempo.
EXEMPLO III.5 - Uma certa operação pode ser executada satisfatoriamente tanto pela
máquina X como pela máquina Y. Os dados pertinentes às duas alternativas são os seguintes:
MÁQUINA X MÁQUINA Y
Custo inicial $ 6.000 $ 14.000
Valor residual 0 20% do custo inicial
Vida de serviço em anos 12 18
Despesas anuais $ 4.000 $ 2.400
Comparar as alternativas, pelo método do valor presente, supondo uma taxa mínima de
atratividade de 12% ao ano.
Capítulo 3 – Análise de Alternativas de Investimentos 3. 14
EXEMPLO III.6 – Suponha que uma ou mais das propostas apresentadas na tabela a seguir
podem ser aceitas porque não são tecnicamente equivalentes, isto é, cada uma desempenha
função diferente.
O valor presente de uma série anual uniforme perpétua é conhecido como custo capitalizado.
Sabe-se que:
n
(1 i) -1
VP = PGTO
(1 + i)n . i
n
(1 i) -1
VP = lim n PGTO n
(1 + i) . i
1 1
VP = PGTO lim n
i (1 + i)n .i
1
V P = PGTO .
i
2) Determinada indústria pretende comprar uma máquina que custa $43.400 e estimou o
seguinte fluxo de caixa:
ANOS 0 1 2 3 ... 8 9 10
Valores -43.400 10.000 9.000 8.000 ... 3.000 2.000 11.000
3) Duas escavadeiras estão sendo consideradas para a compra por uma empresa construtora, a
GIANT e a TROJAN. Ambas têm capacidade requerida, mas a GIANT é considerada mais
maciça que a TROJAN e acredita-se que terá vida mais longa. As estimativas dos aspectos
que serão influenciados pela escolha são as seguintes:
TROJAN GIANT
Custo inicial da entrega $40.000 $60.000
Custo de manutenção no primeiro $8.000 $5.000
ano
Acréscimo anual no custo de $800 $400
manutenção durante a vida da
máquina
Vida econômica 4 anos 6 anos
Valor residual $4.000 $6.000
A máquina TROJAN requererá uma revisão custando $ 5.000 ao final do segundo ano. A
máquina GIANT requererá uma revisão custando $ 4.000 ao final do terceiro ano.
Compare os valores presentes usando uma TMA de 15% ao ano.
Capítulo 3 – Análise de Alternativas de Investimentos 3. 19
5) Planeja-se construir um edifício de 3 andares. É esperado que alguns anos mais tarde, mais
3 andares deverão ser construídos. Dois projetos foram feitos:
Projeto A: é um projeto convencional para um edifício de 3 andares. O custo é de $
420.000.
Projeto B: projeto para 6 andares, mas serão construídos somente 3, por enquanto. O
custo inicial deste projeto é de $490.000.
Com o projeto A serão gastos $500.000 para aumentar mais 3 andares numa data futura.
Com o projeto B se gastará somente $400.000 pelo aumento de mais 3 andares.
A vida dos edifícios é de 60 anos, com valor residual nulo.
Os custos de manutenção serão $1.000 por ano mais barato no projeto B que no projeto A,
durante 60 anos. Outras despesas anuais, inclusive seguro, serão as mesmas para os dois
projetos. Com taxas de descontos de 3% ao ano, qual a data do aumento de mais 3 andares
que justifica a escolha do projeto B?
Capítulo 3 – Análise de Alternativas de Investimentos 3. 21
6) Uma empresa está considerando dois planos alternativos para a construção de um muro ao
redor de sua nova fábrica. Uma cerca como um "galinheiro" de aço galvanizado requer um
custo inicial de $ 35.000 e custos anuais estimados de manutenção de $300. A vida esperada é
de 25 anos. Uma parede de concreto requer um custo inicial de apenas $ 40.000, mas
necessitará reparos pequenos a cada 5 anos a um custo de $ 1.000 e reparos maiores a cada 10
anos a um custo de $ 5.000. Supondo-se uma taxa de juros de 10% ao ano, e uma vida
perpétua, determinar:
a) o valor presente dos dois planos;
b) o custo anual equivalente para os dois planos.
Capítulo 3 – Análise de Alternativas de Investimentos 3. 22
Alternativa A Alternativa B
custo inicial $ 10.000 $ 15.000
redução anual de custos $ 2.400 $ 2.700
valor residual nulo nulo
vida econômica 8 anos 8 anos
10) Uma empresa está considerando a compra de um pequeno computador para seu
departamento de pesquisas. Várias alternativas mutuamente exclusivas estão em estudo. As
estimativas relativas a cada uma são:
A empresa pretende manter o computador durante 10 anos, época em que será vendido.
Se a TMA é de 15% ao ano, usar o método do valor presente para determinar que alternativa
deve ser escolhida.
Capítulo 3 – Análise de Alternativas de Investimentos 3. 26
11) Usar o método da taxa de retorno para selecionar dentre as alternativas descritas no
problema 10.
Capítulo 3 – Análise de Alternativas de Investimentos 3. 27
4.1 INTRODUÇÃO
No fluxo de caixa esquemático mostrado na Figura IV.1, como se sabe na data zero,
normalmente se tem o investimento necessário para o projeto, as demais parcelas são os
resultados da composição de receitas, despesas de manutenção, mão de obra, matéria
prima, energia elétrica, imposto, depreciação, financiamentos, etc.... a acontecerem em
cada uma das datas previstas dentro da vida do projeto.
Investimento
Os métodos que permitem avaliar o fluxo de caixa da Figura IV.1 do ponto de vista
econômico são os métodos: do valor presente liquido (VPL), o método do valor anual
(VA) e a taxa interna de retorno (TIR). Acontece que na maioria das vezes ao analisar
estes fluxos a consideração sobre os diversos dados é determinística. Será que isto
ocorre na realidade? Como se sabe isto não é verdade. Existem variações sobre os
diversos elementos que compõe o fluxo de caixa que precisam ser consideradas para o
total sucesso da escolha da melhor alternativa.
É comum se distinguir duas situações quanto à variação dos dados no fluxo de caixa.
Estas situações são chamadas de análise de risco e análise de incerteza. Na análise de
risco é possível calcular uma distribuição de probabilidades associada a um resultado do
Capítulo 4 - Análise de Investimentos em Situação de Incerteza 5. 2
1. Distribuição de probabilidades;
3. Árvore de decisão.
1. Análise de sensibilidade;
3. Análise de cenários.
Investimento
Aumento das incertezas
Fatores imprevistos
Vários são os fatores que podem contribuir para a incerteza. Alguns destes fatores estão
sintetizados na Figura IV.3. Como se pode notar alguns fatores, por exemplo, aumento
de impostos, podem afetar a todas as empresas e são os chamados sistemáticos. Outros
fatores, como, por exemplo, o aumento de preço de uma matéria prima específica,
atinge empresas em casos isolados e são os não sistemáticos.
R+L
R
C
I
Figura IV.4
C = CF + CV = CF + (1 P1 + 2P2) X
Nesta expressão 1 e 2 representam a razão com que as duas matérias primas mp1 e
mp2 são utilizadas por unidade de produto. São também chamados de coeficientes
técnicos. P1 e P2 são os preços das duas matérias primas.
O valor presente liquido do fluxo de caixa mostrado na Figura V.4 pode ser
representado pela seguinte expressão:
n
VPL = - I + {PX - [CF + (1 P1 + 2P2) X]}(P/A, i%, n) + L / (1 + i)
Capítulo 4 - Análise de Investimentos em Situação de Incerteza 5. 5
n
VPL = - I + [(P - 1 P1 - 2P2) X - CF] (P/A, i%, n) + L / (1 + i)
VPL(x)
0 X0 X quantidade vendida
Pela análise da Figura V.5 nota-se que quantidades de X abaixo de X0 faz o projeto ser
inviável. O ponto de equilíbrio pode ser alterado para qualquer variável do fluxo de
caixa (I, P, P1, P2, i,...) e com isto pode-se estudar a viabilidade para as diversas
alterações, além de se descobrir quais são os parâmetros mais sensíveis, que fazem o
projeto se inviabilizar mais facilmente. Sobre estes parâmetros é que se devem
estabelecer controles mais rígido. É a maneira mais simples de se analisar a incerteza, e
consiste no primeiro passo para a análise de risco, pois se toma conhecimento dos
parâmetros mais sensíveis que necessitam de um estudo mais aprofundado.
outro otimista, onde os valores das variáveis de entrada mais significativos são alterados
para estas condições e então se verifica a atratividade do projeto em questão.
4.4 EXEMPLO 1
Uma empresa do setor de garrafas térmica esta pensando em lançar uma nova garrafa
para manter líquidos gelados. O investimento necessário é de US$ 100.000,00. A
previsão de vendas é de 10 mil garrafas por mês a um preço de US$ 10,00 por garrafa.
Os custos fixos serão de US$ 20.000,00 por mês e os custos variáveis de US$ 4,00 por
garrafa. Ao final de três meses a empresa venderá a linha por US$ 30.000,00. A TMA
da empresa é de 10% ao mês.
Qual dos parâmetros de entrada, preço de venda e previsão de vendas, que mais
afeta o VPL?
Cenários
Pessimista Provável Otimista
Investimento (US$) 110000 100000 90000
Preço de venda (US$) 9 10 11
Previsão de vendas (prod/mes) 9000 10000 11000
Custo variável (US$) 5 4 3
Custos fixos (US$) 22000 20000 18000
Valor residual (US$) 25000 30000 35000
TMA = 10% 10% 10%
4.4.1 EXEMPLO 2
Considere o fluxo de caixa da Figura IV.4 e os seguintes parâmetros:
Capítulo 4 - Análise de Investimentos em Situação de Incerteza 5. 7
I = 100 P1 = 2 i = 10 % a.a.
L = 15 1 = 0.5 n = 5 anos
X = 20 P2 = 3 CF = 10
P=9 2 = 2
Solução:
I L X P P1 1 P2 2 CF i n
Valor
esperado
Situação
Capítulo 4 - Análise de Investimentos em Situação de Incerteza 5. 8
pessimista
VP
VPL
Situação
4.5 EXEMPLO 3
4.6 EXEMPLO 4
O negócio é viável?
Cenários
Dados: Pessimista Provável Otimista
Potência = 350 350 350
Invest = 500000 500000 500000
Produção = 2800000 2800000 2800000
Tarifa = 25 30 35
Custos OM = 5 4 3
Outros = 1500000 1000000 800000
Consumo gás = 50000000 500000000 50000000
Custo gás = 0,08 0,06 0,05
N= 20 20 20
VR = 35000000 35000000 35000000
TMA = 15% 15% 15%
CAP. 5 – AVALIAÇÃO DE PROJETOS E
NEGÓCIOS
Demonstrações contábeis
Embora a preocupação do curso seja a avaliação econômica através dos fluxos de caixa, IRPJ
e CSLL são saídas de caixa e seu cálculo depende de conceitos da contabilidade. Uma rápida
abordagem às demonstrações contábeis torna-se, então, importante.
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e
financeira e do desempenho de uma empresa ou qualquer outra entidade. O objetivo das
demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e
financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande
número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 2
O Ativo Imobilizado
O Ativo Imobilizado é um subgrupo do Ativo Não Circulante que por sua vez é localizado no
Ativo de uma empresa. O Ativo Imobilizado é registrado na contabilidade de uma companhia
através de seu custo de aquisição. Este custo pode ser tanto aquele pago pelo ativo, quanto o
seu custo de fabricação ou construção.
No caso de compra de terceiros, o custo de aquisição é determinado pelo seu valor de compra
mais os gastos complementares necessários à sua posse, instalação e funcionamento. Em
resumo, o custo de aquisição normalmente é constituído de:
Valor de compra
Gastos com transporte do Bem
Prêmio de seguro pelo transporte
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 3
Os bens tangíveis são aqueles que existem fisicamente, que podem ser vistos, tocados e
sentidos. As principais contas que agrupam os bens tangíveis são:
Terrenos
Edificações
Máquinas e Equipamentos
Veículos
Móveis e Utensílios
É conveniente lembrar que estes bens são considerados Ativo Imobilizado se forem
destinados à manutenção da atividade da companhia.
O ativo intangível
A nova lei contábil (Lei nº 11.638 de 2007) introduziu o subgrupo Intangível no grupo do
Ativo Não Circulante, conforme a nova redação dada ao artigo 178 da Lei nº. 6.404/1976.
Nesse subgrupo devem ser classificados os valores que estavam em outras contas do Ativo
Permanente, em conformidade com a legislação anterior, bem como as novas transações que
representem bens incorpóreos, como marcas, patentes, direitos de concessão, direitos de
exploração, direitos de franquia, direitos autorais, gastos com desenvolvimento de novos
produtos, ágio pago por expectativa de resultado futuro (fundo de comércio, ou goodwill).
O registro contábil dos ativos intangíveis (incluindo o goodwill) deve ser feito pelo seu custo
de aquisição, se esse custo puder ser mensurado com segurança, e não por expectativa de
valor no mercado, sendo vedada completamente no Brasil sua reavaliação (Lei das S/A).
obtenção. Mas não podem nunca ser ativados os gastos com pesquisa. Os gastos com
desenvolvimento somente são capitalizáveis nas condições restritas dadas pela NBC T 19.8.
Os ativos intangíveis precisam ser amortizados conforme sua vida útil econômica. No caso
dos intangíveis sem vida útil econômica determinada, sua amortização será normal em 2008
(como no caso do goodwill). Todavia, de 2009 em diante essa amortização fica vedada.
Contabilidade da Depreciação
Como norma básica a lei das sociedades por ações dispõe:
No Balanço Patrimonial os elementos do Ativo Imobilizado serão registrados pelo custo de
aquisição, deduzido o saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão. A
diminuição de valor dos elementos do Ativo Imobilizado será registrada periodicamente nas
contas de depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que tenham por
objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou
obsolescência.
As depreciações vão sendo registradas a cada ano em contas específicas acumuladoras de
saldo e em contrapartida esses valores serão computados como custo ou despesa operacional,
em cada exercício social.
Quando o bem chega a 100% de depreciação e ainda existir fisicamente (caso normal nas
empresas) deixa de ser depreciado. O Ativo é baixado contabilmente quando for vendido,
doado ou quando cessar sua utilidade para a empresa.
Do ponto de vista econômico, e este é o conceito que deve ser adotado em estudos de
investimentos, a depreciação não é considerada como um custo, mas como uma fonte de
recursos para as operações da firma que poderá ser utilizada a critério da administração.
A depreciação é um custo ou despesa operacional sem desembolso.
Ferramentas
Se o bem for vendido, o resultado contábil da baixa (lucro ou prejuízo) será a diferença entre
seu valor pelo qual o bem for vendido e seu valor contábil, que por sua vez é o custo original
menos a depreciação acumulada.
Se o seu valor contábil for nulo, no caso de já estar totalmente depreciado, o valor da venda
será o lucro da transação.
Se o bem for baixado por motivo da cessação de utilidade (obsolescência, danos irreparáveis,
etc), e ainda tiver valor contábil, este será o valor da perda que irá para a demonstração de
resultados.
Uma firma A que compre um equipamento usado de uma firma B iniciará o processo de
depreciação sobre este equipamento (baseando-se no valor da transação), mesmo que este
equipamento já tenha sido totalmente depreciado na contabilidade da firma B. Vemos, pois,
como podem surgir vantagens para firmas de um mesmo grupo, mas que sejam pessoas
jurídicas independentes, ao transacionarem equipamentos usados entre si.
No Balanço Patrimonial:
Não Circulante
Imobilizado
Edificações 60.000
Máquinas e Equipamentos 20.000
Móveis e Utensílios 5.000
Veículos 15.000
100.000
Depreciação Acumulada (20.000)
80.000
Na Demonstração de Resultados
A depreciação deve ser apropriada ao custo de produção (é um custo indireto de produção) ou
então como despesa de depreciação no grupo de “despesas operacionais”.
A perda ou ganho na venda do Ativo Imobilizado (venda de imóveis, equipamentos, veículos,
etc.) devem ser apresentados na Demonstração de Resultados do Exercício como Outras
Receitas Operacionais (no caso de ganho) ou Outras Despesas Operacionais (no caso de
perda). A perda ou ganho são calculados pela diferença do valor de venda menos o valor
contábil do imobilizado na data da venda.
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 7
* MP: Matérias-primas consumidas; MOD: Mão de obra direta; CIP: Custos Indiretos de
Produção como, por exemplo, aluguéis, energia elétrica entre outros.
** EBIT: Earnings Before Interests and Taxes (Lucro Antes dos Juros e Impostos)
*** EBT: Earnings Before Taxes (Lucro Antes dos Impostos)
**** IRPJ e CSLL: Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido
As taxas máximas de depreciação permitidas pelo governo para os principais grupos de ativos
são:
Edificações 4%
Instalações 10%
Animais Vivos 20%
Veículos Em Geral 20%
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 8
Atualmente, são as seguintes as taxas limites de depreciação anual, fixadas pela Instrução
Normativa 162, de 31/12/1998, da Secretaria da Receita federal (tabela resumida):
Ministério da Fazenda
Secretaria da Receita Federal
Fixa prazo de vida útil e taxa de depreciação dos bens que relaciona.
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto no art. 253, § 1°, do
Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n° 1.041, de 11 de janeiro de 1994, resolve:
Art. 1° A quota de depreciação a ser registrada na escrituração da pessoa jurídica, como custo ou despesa operacional, será
determinada com base nos prazos de vida útil e nas taxas de depreciação constantes dos anexos:
I - Anexo I: bens relacionados na Nomenclatura Comum do MERCOSUL - NCM;
II - Anexo II: demais bens.
Art. 2° Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
EVERARDO MACIEL
ANIMAIS VIVOS 20 %
Exceção: Galos, Galinhas, Patos, Gansos, Perus, Peruas E Galinhas-D'angola (Pintadas), Das Espécies 50 %
Domésticas, Vivos
OBRAS DE PLÁSTICOS 20 %
DE MATÉRIAS TÊXTEIS
Encerados e toldos; tendas; velas para embarcações, para pranchas à vela ou para carros à vela; artigos 25 %
para acampamento
PRODUTOS CERÂMICOS 20 %
OBRAS DE VIDRO 20 %
construções, de ferro fundido, ferro ou aço, exceto as construções pré-fabricadas: Pontes e elementos de 4%
pontes, Torres e pórticos
OBRAS DE ALUMÍNIO 10 %
construções de alumínio 4%
Recipientes para gases comprimidos ou liquefeitos, de alumínio 20 %
FERRAMENTAS 20 %
aparelhos mecânicos de acionamento manual, pesando até 10kg, utilizados para preparar, acondicionar ou 10 %
servir alimentos ou bebidas
Máquinas automáticas para processamento de dados e suas unidades; leitores magnéticos ou ópticos, 20 %
máquinas para registrar dados em suporte sob forma codificada, e máquinas para processamento desses
dados, não especificadas nem compreendidas em outras posições
máquinas e aparelhos para selecionar, peneirar, separar, lavar, esmagar, moer, misturar ou amassar terras, 20 %
pedras, minérios ou outras substâncias minerais sólidas (incluídos os pós e pastas); máquinas para
aglomerar ou moldar combustíveis minerais sólidos, pastas cerâmicas, cimento, gesso ou outras matérias
minerais em pó ou em pasta; máquinas para fazer moldes de areia para fundição
aparelhos elétricos para telefonia ou telegrafia, por fio, incluídos os aparelhos telefônicos por fio conjugado 20 %
com um aparelho telefônico portátil sem fio e os aparelhos de telecomunicação por corrente portadora ou de
telecomunicação digital; videofones
veículos automóveis sem dispositivo de elevação, dos tipos utilizados em fábricas, armazéns, portos ou 10 %
aeroportos, para transporte de mercadorias a curtas distâncias; carros-tratores dos tipos utilizados nas
estações ferroviárias
motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro 25 %
lateral; carros laterais
Taxa anual de
Bens
depreciação
Instalações 10 %
Edificações 4%
Estas taxas são as cargas máximas de depreciação anual, permitidas pelo governo.
Obedecidos estes limites, a legislação brasileira permite que qualquer método de depreciação
seja utilizado. Entretanto, a necessidade de se observar limites permitidos pelo governo
conduz a uma depreciação mais demorada se forem utilizados outros métodos que não o da
depreciação linear.
Um outro aspecto a ser considerado é a escolha da data a partir da qual o bem passa a ser
depreciado: normalmente deve ser depreciado a partir da data de entrada em funcionamento.
Se for adquirido para uso posterior, a depreciação não deverá ser computada durante o
período de inatividade, salvo se houver possibilidade de erosão, obsolescência ou existência
de outro fator que determine o imediato início de depreciação.
Para bens usados a taxa de depreciação será fixada tendo em vista o maior dos seguintes
prazos:
1. Metade da vida útil admissível para o bem novo ou
2. Restante da vida útil, considerada em relação à primeira instalação.
Depreciação Acelerada
Desde que comprovada a atividade operacional dos equipamentos fixos em mais de um turno
de trabalho (8 hs/dia), poderá ser aplicado um coeficiente de aceleração sobre a taxa de
depreciação normal, visando reduzir a vida contábil do ativo. As normas fiscais que regulam a
depreciação acelerada estão contidas no artigo 312, decreto no 3.000 de 26/03/1999.
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 12
A legislação prevê, ainda, para bens que operam em condições ambientais desfavoráveis, a
possibilidade do uso de taxas maiores, mediante solicitação corroborada por laudo técnico
emitido pelo Instituto Nacional de Tecnologia.
Ver mais sobre depreciação no decreto 3000 de 1999 no site da Secretaria da Receita Federal:
http://www.receita.fazenda.gov.br
Exemplo 1
Determinada empresa estuda a possibilidade de aquisição de uma máquina automática de
processamento de dados (um computador?), no valor de $ 50.000,00. Se esta empresa utiliza o
método de depreciação linear, pergunta-se:
a. Qual a quota de depreciação linear
b. Qual o valor contábil no sexto ano de utilização
c. Qual o lucro ou prejuízo contábil se a máquina for vendida por $ 15.000,00 no terceiro
ano de utilização
d. Quais seriam os registros contábeis?
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 13
Exemplo 2
O valor de aquisição de um imóvel é R$ 40.000.000, incluindo o valor do terreno de R$
3.000.000. Pede-se:
a) Quota de depreciação contábil
b) Vida Contábil
c) Depreciação acumulada décimo ano
d) Valor Contábil após 10 anos
e) Lucro ou prejuízo para venda por 20.500.000 ano 10
f) Lucro ou prejuízo para venda por 4.500.000 ano 30
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 14
Se o tempo de vida de um equipamento for maior que, por exemplo, 10 anos, e o governo
limita a depreciação em 10 % ao ano, convém ficar quieto e depreciá-lo em 10 anos mesmo. É
perfeitamente normal um equipamento já totalmente depreciado estar em condições de
operação e continuar sendo utilizado (mas não mais depreciado).
Nem sempre o lucro contábil é igual ao lucro tributável, ou seja, aquele sobre o qual incide a
alíquota do imposto de renda. Apurado o resultado contábil, a este deverão ser feitos alguns
ajustes, chamados de inclusões ou exclusões.
A base de cálculo pode ser o lucro real ou lucro presumido. O lucro real é apurado de acordo
registros contábeis e fiscais. Obrigatório para empresas com receita superior a R$ 48 milhões
anuais. O lucro presumido é uma simplificação do lucro real. A base de cálculo é de 8% sobre
a receita bruta. Exceções: 1,6% p/ comércio de derivados de petróleo; 16% p/ serviços de
transporte; 32% p/ serviços em geral.
Os períodos de apuração são trimestrais, encerrados em 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12 de cada
ano.
Exemplo
Um investimento de $ 30.000,00 em um equipamento proporcionará redução nos desembolsos
anuais de $ 10.000,00. A vida econômica do equipamento é de 5 anos, após a qual o
equipamento será vendido por $ 7.000,00. Considerando que a taxa máxima de depreciação
para este tipo de equipamento é de 15 % e que a empresa utiliza o método linear, calcular a
taxa interna de retorno do investimento antes e após o imposto de renda. A alíquota de
imposto de renda é de 35%. A taxa mínima de atratividade da empresa, após os impostos é de
18 % ao ano. Pergunta-se:
a) Qual a TIR do investimento antes dos impostos.
b) O investimento é viável após os impostos?
c) Qual a TIR do investimento após os impostos se o equipamento operar em condições que
lhe permita taxa máxima de depreciação de 50%. Avalie a variação da rentabilidade
devido à alteração da taxa máxima de depreciação.
SOLUÇÃO
a) TIR antes do Imposto de Renda:
TIR=
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 16
Fluxos do Projeto
Ano 0 1 2 3 4 5
Redução nos custos
- Depreciação
Lucro Antes IRPJ/CSLL Adicional
- IRPJ / CSLL
Lucro Líquido Adicional
+ Depreciação
- Investimentos
+ Valor Residual depois dos tributos
Fluxo de Caixa após IRPJ/CSLL
TMA: 18%
Valor do negócio=
VPL=
TIR=
Ganho de Capital
Depreciação Valor contábil no Resultado da venda do Tributos sobre venda
acumulada último ano ativo ativo
TMA: 18%
Valor do negócio=
VPL=
TIR=
Amortização de Dívidas
A disponibilidade de recursos é, sem dúvida, fundamental para a concretização de um
investimento. Se os recursos próprios forem insuficientes as empresas devem recorrer a
empréstimos.
O valor desses empréstimos, ou seja, o principal, evidentemente terá que ser restituído à
instituição financeira, acrescido de sua remuneração, que são os juros.
À forma de devolução do principal mais juros, chama-se de “sistema de amortização”. Os
sistemas mais usados serão vistos a seguir.
Juros
Prestação
Amortização
pk = a k + j k
Onde:
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 20
pk - prestação no periodo k
ak - amortização no período k
jk - juros no periodo k
Além disso, os juros no período k são calculados sobre o saldo devedor anterior:
jk = i*(Saldo devedor)k-1
Nota-se, portanto, que quanto menor o saldo devedor menores serão os juros e, como as
prestações são constantes no sistema Price, a amortização crescerá com o tempo.
A prestação p é calculada da seguinte forma:
pk = p = P* (A/P; i; n )
Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0 Po = P
1 P1 = Po - a1 p = P(A/P,i,n) a1 = p - j1 j1 = i Po
2 P2 = P1 - a2 p a2 = p - j 2 j2 = i P1
...
k Pk = Pk-1 - ak = 0 p ak = p - j k jk = i Pk-1
Pode-se calcular o saldo devedor após a k-ézima prestação a partir da seguinte fórmula:
Solução:
Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0
1
2
3
4
5
Sdk = P - k a
Juros
Prestação
Amortização
n
As fórmulas do SAC são apresentadas no quadro abaixo:
Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0 P
1 P - P/n P/n + i P P/n iP
2 P - 2P/n P/n + i P - iP/n P/n iP - iP/n
... ... ... ... ...
k P - kP/n P/n+iP-(k-1)iP/n P/n iP - (k - 1)iP/n
Exemplo
Elaborar a tabela financeira pelo sistema SAC para o financiamento do exemplo anterior.
Calcular também, o saldo devedor após a segunda prestação.
Solução:
Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0
1
2
3
4
5
E o saldo devedor após o segundo pagamento, sem utilização da tabela, pode ser calculado
assim:
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 23
O PERIODO DE CARÊNCIA
A concessão de um período de carência é muito utilizada pelas instituições financeiras.
Durante o período de carência paga-se somente juros e o principal permanece inalterado, ou
ainda, não se paga juros e estes são capitalizados acrescendo o principal.
Se, no exemplo anterior, fosse concedido dois anos de carência, com 3 de amortização, a
tabela financeira do financiamento ficaria assim:
Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0
1
2
3
4
5
Gasto: conceito amplo que significa sacrifício financeiro de uma maneira geral. O sacrifício
é representado por entrega ou promessa de entrega de dinheiro ou outros ativos. Engloba,
portanto, investimento, custo, despesa e perda.
Custo: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.
Ex: consumo de matérias primas na produção, salário dos empregados da área de produção,
energia elétrica usada na produção, depreciação de máquinas da produção.
Despesa: Gasto relativo a bem ou serviço consumidos para obtenção de receitas. Ex:
salários da administração geral, depreciação de ativos fora da produção, comissão de
vendedores. O custo de produção torna-se despesa quando o produto é vendido, mas costuma-
se chamá-lo de custo do produto vendido.
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 25
Perda: gasto com bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. Não é um
sacrifício feito com a intenção de obtenção de receitas. Ex: valor dos danos provocados por
incêndios ou enchentes, obsoletismo de estoques, gasto com mão de obra durante uma greve,
refugos anormais, unidades defeituosas.
1. INVESTIMENTO
O investimento pode ser classificado da seguinte forma:
a) Fixo
b) Giro
2. CUSTOS DE PRODUÇÃO
Os custos de produção são aqueles que ocorrem na fabricação do produto e são classificados
em Variáveis e Fixos.
Os Custos Variáveis são aqueles que variam de acordo com a quantidade produzida. Os
principais custos variáveis de produção são os seguintes:
- Matérias Primas, Embalagens e Materiais Auxiliares
- Fretes
- Consumo de Energia Elétrica (no processo produtivo)
- Água Industrial
- Combustível
Capítulo 5 – Avaliação de Projetos e Negócios 5. 26
3. DESPESAS GERAIS
As Despesas Gerais são aquelas que, mesmo importantes para a operação, não fazem parte da
fabricação de um produto. Podem, também, ser classificadas em fixas e variáveis.
A principal Despesa Geral Variável é:
- Despesas Variáveis com Vendas (Comissão de vendedores)
DEPRECIAÇÃO CONTÁBIL: É uma despesa sem desembolso que pode ser considerada
para efeito de abatimento no Imposto de Renda.
5. RECEITAS
Para efeito de análise econômica de projetos considera-se apenas as Receitas Operacionais, ou
seja, o produto da quantidade produzida pelo preço.
APLICAÇÃO
Solução:
TMA=
TMA=
A Empresa tem garantias de compra das placas durante os próximos 10 anos, no final
dos quais os investimentos fixos terão um valor residual de venda de R$ 80.000,00.
A taxa mínima de atratividade da empresa é de 18% ao ano.
Qual o preço mínimo da energia elétrica para que o investimento seja viável?
(Considerar análise após o Imposto de Renda)
EXEMPLOS EXTRAS
3. Para uma dívida de R$50.000,00, uma taxa de juros de 10% ao período e um plano de
5 prestações construa um quadro de amortizações pelo sistema:
a) PRICE;
b) SAC;
c) SAC com um período de carência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
7. GRANT, Eugene L. et Alli. Principles of Engineering Economy. New York: Wiley, 1990.
8. HERTZ, David B. Risk Analysis in Capital Investment. Harvard Business Review, Jan.
1964.