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TESTE
PRESONUS
STUDIOLIVE 16.4.2
Todos os detalhes de um console pequeno, funcional e poderoso
A satisfação pode estar em uma feijoada, um sushi, um churrasco ou uma salada. Publicidade
mônica moraes
Gosto não se discute, mas, em qualquer dos casos, a qualidade é fundamental.
monica@musitec.com.br
E assim como a qualidade dos ingredientes influi no resultado de uma refeição, a
qualidade sonora também influi nas nossas sensações. Impressão: ediouro Gráfica e editora Ltda.
Lollapalooza Brasil
84 Som pra ninguém botar defeito
52
Rodrigo Sabatinelli
Técnicas de estúdio
automação (Parte II): aproveitando os recursos
92 de controle para experimentar novas sonoridades
alexandre cegalla
PreSonus StudioLive 16.4.2
Um console pequeno, funcional e poderoso arte eletrônica
miguel Ratton 96 Sidechain na música eletrônica
Utilizando a aplicação de forma fácil, rápida
e a um custo baixo
edson Borth
Notícias do Front
aeS 2012 e alguns temas que nos dizem respeito
26 quando falamos de sonorização
Áudio e acústica
Layout de estúdios
Renato muñoz 100 aprenda a distribuir os ambientes principais
em casa do seu estúdio
omid Bürgin
34 Interfaces de áudio: marcas e modelos populares
para o seu home studio
músico na Real
Lucas Ramos
108 Trocando os cabos do estúdio
Técnicas de microfonação Fernando moura
44 a hora do estéreo: diferentes conceitos, aplica-
Sonar
ções e sistemas que compõem o universo da 118 configurações do Preferences do Sonar X1 (Parte 8)
microfonação estereofônica
Luciano alves
Fábio Henriques
seções
editorial 2 notícias de mercado 6 novos produtos 12
primeira vista 20 review 24 notícias do front 26
técnicas de estúdio 92 arte eletrônica 96 músico na real 108
sonar 118 classificados 124 índice de anunciantes 127
lugar da verdade 128
Definidos os finalistas, a votação fica aberta ao público e os vencedores serão divulgados na página inicial da Røde Mic.
Para Alexander Schek, a abertura das vendas para a Quanta se dá devido ao crescimento que a empresa pretende
alcançar nos próximos anos no Brasil. “Como o país é tão grande e temos tantas oportunidades, precisamos abrir. A
Quanta já trabalha conosco há algum tempo no segmento profissional e mostrou muito sucesso. A forma que temos de
expandir o mercado é trabalhar junto com as distribuidoras, para que possamos alcançar as nossas metas”, garante.
O diretor geral da Sennheiser para a América Latina, Markus Warlitz, assegurou que os objetivos da empresa para
o Brasil são ambiciosos, e, por isso, a companhia tem investido pesado na contratação de pessoal e ampliação da
estrutura. “Nós nunca tivemos um gerente de vendas exclusivo para a América Latina. Este departamento de ven-
das era integrado ao departamento de vendas dos EUA. Agora nós temos um vice-presidente de vendas, temos um
departamento de marketing, departamento administrativo e financeiro, e todos esses departamentos têm pessoas
trabalhando para eles. Nós estamos pensando no futuro, e, com certeza, contrataremos mais pessoas. Precisamos
ter estrutura para o nosso crescimento para ter certeza de que poderemos fazer o que queremos”, concluiu Warlitz.
Tendo como coordenadores o pianista, produtor musical e colaborador da AM&T Fernando Moura, o músico e
jornalista especializado em tecnologia musical André Iunes e Luiz Helenio, diretor do IATEC, a iniciativa tem a pro-
posta de fazer a ponte entre os que querem aperfeiçoar seus conhecimentos com aqueles que estão no mercado
atuando em grandes produções e ditando as tendências.
Entre os temas em pauta no Estúdio Aberto estarão composição, arranjo, gravação, mixagem e masterização.
O time de palestrantes da primeira edição, composto por nomes como Torcuato Mariano, Walter Costa e Ricardo
Garcia, além do próprio Fernando Moura, carrega no currículo diversos Grammys, além de atuações com grandes
artistas, incluindo Djavan, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Chuck Berry e George Martin.
Parceria entre Harman e IATEC leva tecnologia de ponta para a sala de aula
Ainda falando em IATEC, a instituição e a Harman tornaram público há poucos dias
a criação de uma parceria que tem como objetivo oferecer aos alunos do IATEC a
possibilidade de se aprofundarem nos conhecimentos aprendidos em aula a partir
da prática em equipamentos do portfólio da Harman, conhecida mundialmente por
sua linha de soluções em áudio.
“Decidimos fazer a parceria com o IATEC porque acreditamos que é com um ensino
de qualidade que o áudio profissional ficará cada vez mais forte no Brasil”, explica
Cintia Lutz, coordenadora de marketing da Harman.
Desse modo, foram montadas duas “Salas Harman” nas filiais do IATEC na Barra
da Tijuca e no Centro do Rio de Janeiro. Os espaços estão equipados com produtos como o AKG D-112 (microfone para
bumbo capaz de suportar até 160 dB SPL sem distorção), a coluna CBT 100 LA da JBL (com circuito passivo com delay para
controle de dispersão e amplitude) e os microfones da AKG C-518 M (ideais para bateria e percussão) e C-519 M (para
instrumentos de sopro), entre outros.
Além disso, os dois melhores alunos do curso Técnico Pós-Médio em Eletrônica com Ênfase em Áudio do IATEC poderão apren-
der mais sobre a indústria na fábrica da Harman, em Nova Santa Rita (RS), com tudo pago. A primeira de uma série de visitas
semestrais está agendada para agosto deste ano. A parceria não irá beneficiar apenas interessados em qualificação no Rio de
Janeiro: serão realizados em todo o Brasil workshops sobre técnicas de áudio com o suporte da Harman e o know-how do IATEC.
Lá, Flemming Madsen, gerente de relações internacionais da iniciativa, destacou o que já é tido como unanimidade: a
economia brasileira está muito propícia para o investimento devido aos eventos esportivos que está por receber. “A es-
tabilidade econômica e o gerenciamento estão dando oportunidade para os brasileiros comprarem mais. É um momento
excelente como potencial de vendas. Isso sem falar, é claro, dos grandes eventos que ocorrerão aqui, que são a Copa do
Mundo e as Olimpíadas”, observou o executivo.
Estados Unidos, China e grandes países europeus são alguns dos mercados já atendidos pela organização, que também conta
com centenas de outras empresas associadas, focadas em desenvolvimento de novas tecnologias. E vale destacar que a Di-
namarca possui tradição em relação a tecnologias de som e áudio. Afinal, foi lá onde nasceu o engenheiro Valdemar Poulsen
(1869-1942), autor da invenção que viria, um dia, a ser um gravador: o telegraphone, mostrado ao mundo em 1898.
Com um processamento de áudio de 96 canais, a Vista 1 pode operar facilmente com entradas em mono, estéreo e em 5.1, e dispõe
de 32 entradas de microfone/linha, 16 saídas de linha e oito entradas e saídas AES estéreo no painel traseiro. Estão disponíveis
modelos com 22 e 32 faders. As entradas e saídas podem ser ampliadas através da baia de expansão na parte posterior do console,
que permite conexões nos formatos MADI, AES, AoIP, ADAT, TDIF, CobraNet, Dolby E/Digital e SDI. Usando MADI, por exemplo, é
possível conectar com qualquer produto da linha Studer Stagebox para dispor de conexões XLR.
Uma novidade na Vista 1 é a função de jingle player, que pode reproduzir vinhetas e spots de arquivos de áudio de uma memória
USB, sendo estes acionados por uma série de teclas na seção master. A Vista 1 também dispõe de fonte de alimentação
redundante e integração RELINK com outros consoles Studer das séries Vista e OnAir.
www.harmandobrasil.com.br
www.studer.ch
O mixer de quatro canais possui quatro entradas de linha Para quem quiser mais
com conectores de 1/4” (o canal 1 também aceita sinal de peso nos graves, a Alto
microfone, através de um conector XLR) e uma entrada RCA. oferece o modelo Kick
Todas essas entradas podem receber sinais mono ou estéreo 15, com woofer de 15” e
(que são misturados para mono). A seção do mixer dispõe potência total de 400 W.
também de mais uma entrada direta de linha, vinda de outro
pré-amplificador. A saída do mixer está disponível em um par www.altoproaudio.com
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Para usar o sub L3s com um sistema comum, já existente, basta conectar as saídas do mixer
às entradas estéreo do sub e conectar as saídas estéreo deste às demais caixas acústicas do
sistema. As conexões e controles no painel traseiro incluem duas entradas balanceadas do
tipo combo (XLR / 1/4”), duas saídas XLR (para enviar os sinais às demais caixas), entrada
e saída de sinal digital L6 LINK, controle de volume, seletor de frequência de corte, chave
de polaridade e seletor de modo de operação do DSP. O gabinete do subwoofer é construído
com compensado duplo de alta resistência e com três orifícios para montagem.
divulgação
www.habro.com.br
www.line6.com
www.proshows.com.br
www.geminiproaudio.com
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certo? Então vamos lá. O BRH31M é um headset leve dotado de microfone e com
apenas um pequeno fone que fica sobre a orelha, e que pode ser usado nos lados
esquerdo ou direito. O revestimento do fone pode ser substituído e a alça da cabeça é
revestida com material acolchoado, podendo ser ajustada para proporcionar conforto
e segurança no uso. O microfone é do tipo dinâmico, com captação cardioide, e sua
haste é flexível e permite um giro de até 270 graus.
Já o modelo BRH440M (foto) é uma versão do BRH441M com dois fones, que
também pode ser usado com o microfone no lado esquerdo ou direito.
De acordo com a Shure, estes modelos foram projetados pela mesma equipe que
criou a linha de fones SRH, e teve como objetivo desenvolver equipamentos que pos-
sam suportar adequadamente as condições de uso em broadcast, seja em externas e ou em estúdios.
www.pridemusic.com.br
www.shure.com
O modelo IPR 7500 DSP produz 3.750 W RMS por canal em 2 ohms, com crossover implementado por filtro Linkwitz-Riley de
quarta ordem e proteção para o alto-falante. Ele é montado em um gabinete com chassi de alumínio (2,8 kg) e possui ventilação
com velocidade variável. Completam a linha os modelos IPR 5000 DSP (2.525 W RMS por canal em 2 ohms), IPR 3000 DSP
(1.450 W RMS por canal em 2 ohms) e IPR 3000 DSP (900 W RMS por canal em 2 ohms).
www.someco.com.br
www.peavey.com
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A 1100-LFC é uma caixa sintonizada, com dois alto-falantes de 18”, e possui um amplificador classe AB/H de dois
canais em bridge. A resposta de frequências da 1100-LFC vai de 28 Hz a 100 Hz, o que permite a total integração
com outras caixas da Meyer Sound para formar sistemas de line arrays compostos de modelos das séries MILO,
MICA ou JM-1P.
As caixas podem ser empilhadas normalmente ou invertidas, para operar em configuração do tipo cardioide. Um kit
de içamento opcional inclui os dispositivos GuideALinks, que facilitam a instalação das caixas na armação MTG-1100,
que pode suportar sistemas de line array contendo até 12 caixas, dentro de um fator de segurança de 7:1, ou até
16 caixas com fator de segurança de 5:1. No caso de sistemas portáteis e usados em turnês, a caixa 1100-LFC pode
ser transportada com segurança em pilhas de até três unidades usando o quadro opcional MCF-1100.
www.meyersound.com.br
www.meyersound.com
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ISATwo
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O ISA Two é o novo pré-amplificador de dois canais da kΩ). Para completar, o painel da frente tem uma chave
Focusrite, baseado nos clássicos Forte e ISA 110, este para se escolher o nível de ganho de 0 dB a 30 dB, ou de
último um módulo produzido junto com Rupert Neve na 30 dB a 60 dB, para quem quiser um som mais agressivo.
década de 1980. O Isa Two conta com um par de trans-
formadores Lundahl LL1538, presentes em todos os pro- No painel traseiro, além da conexão do cabo de energia, o
dutos da linha ISA desde o início de sua fabricação, em ISA Two conta com duas entradas e duas saídas XLR, duas
1985. Segundo o fabricante, esse componente é feito de entradas e duas saídas P10 balanceadas para inserts (no
uma bobina de três seções, o que resulta numa indutância caso de você desejar ligar o ISA Two em algum compressor
muito baixa e uma resposta de frequências ampliada. O ou equalizador, por exemplo) e duas entradas P10 balance-
pré-amplificador da Focusrite pesa 3,7 kg e possui 48 cm
adas para sinais de linha. O pré-amplificador também ofe-
de largura, 28 cm de profundidade e 4,4 cm de altura.
rece um botão para calibrar o medidor de níveis de sinal.
sinal diferentes para instrumento e microfone/linha. Cada vezes o valor de impedância do microfone. Então, se o
canal conta com um medidor de nível de sinal de saída do microfone tiver 300 Ω de impedância, por exemplo, o pré
tipo led em três cores, com os valores exibidos em dB FS. deve ter pelo menos 1.500 Ω. Por apresentar opções até
bem acima desse valor, o ISA Two acaba se tornando num
O painel da frente do ISA Two possui ainda uma chave pré versátil e com várias opções de tonalidade.
seletora de níveis de impedância, com as opções Low (600
Ω), ISA 110 (1.4 kΩ, que é o mesmo valor de impedância www.proshows.com.br
do famoso pré da Focusrite), Med (2.4 kΩ) e High (6.8 www.focusrite.com
JBL PRX400
NOVA SÉRIE DE CAIXAS
PASSIVAS OFERECE MAIS
POTÊNCIA E MELHOR
RELAÇÃO CUSTO-
BENEFÍCIO
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Lançada no último evento ProLight & Sound, em Frankfurt, guração satélite/subwoofer e filtros paramétricos otimizados
a nova série de caixas acústicas passivas PRX400 traz como que aproveitam todo o potencial da série PRX400. Os ajustes
destaque a alta capacidade de potência aliada ao custo mais para as PRX400 também estarão disponíveis para o gerencia-
acessível. A série é composta pelos modelos PRX415M (15”), dor de sistemas DriveRack PA+, da dbx. As caixas utilizam
PRX412M (12”), PRX425 (2x15”) e mais o subwoofer PRX418. conectores Neutrik SpeakON e seus gabinetes, embora leves,
são construídos com madeira compensada de 18 mm coberta
As caixas PRX415M e PRX412M podem ser usadas como cai- com revestimento JBL DuraFlex e tela de aço. Com exceção
xas principais de PA ou como caixas de monitor, e quando do subwoofer, todas as caixas dispõem de 12 pontos de sus-
usadas em conjunto com o subwoofer PRX418 podem repro- pensão M-10 e olhal de aço. Os orifícios na parte inferior da
duzir um total de 135 dB. Já a PRX425, uma caixa de duas PRX415M e da PRX412M oferecem dois ângulos para monta-
vias com dois falantes de 15”, é ideal para DJs e bandas que gem em pedestal, de modo que elas possam ficar retas ou
desejam uma resposta mais extensa nas baixas frequências. inclinadas 10 graus para baixo para adequar sua cobertura à
plateia. Além disto, todos os modelos PRX400 possuem alças.
De acordo com Richard Ruse, diretor de vendas da JBL Pro-
fessional, “desde que foi lançada, a série PRX600 vem tendo De acordo com a JBL, assim como os demais produtos de
muito boa aceitação junto a bandas e DJs que fazem tur- áudio profissional da empresa, as caixas da série PRX400
nês e também em uma variedade de instalações de músi- são submetidas a 100 horas de testes de potência contínua
ca ao vivo. A nova série PRX400 oferece a mesma sonori- e também a testes de suportabilidade a temperatura e umi-
dade e confiabilidade num formato de caixa passiva e a dade extremas. Todos os modelos incorporam o circuito de
um preço, de fato, muito acessível para a sua categoria”. proteção de alto-falante JBL Sonic Guard, que atenua auto-
maticamente o sinal que vai para a via de alta frequência
As caixas PRX400 foram desenvolvidas para serem usadas quando é detectada muita intensidade no sinal e restaura
junto com os amplificadores de potência da série XTi2, da a operação normal quando cessa a situação de sobrecarga.
Crown Audio, que incorporam ajustes pré-programados para
operar com elas, incluindo ajustes de crossover para confi- www.jblpro.com
Produzido pelo próprio Sallaberry, New Bossa teve faixas mixadas no Orbital Station Studio, de São Paulo,
por Guilherme Canaes, e no Tonelada Studio, também em São Paulo, por Rodrigo Loli e Fernando Quesa-
da, entre outros. A masterização, que assim como a mixagem foi feita à distância, tem a assinatura de
Cássio Centurion, do MasterDX Studios, outro estúdio paulista. Os destaques do álbum são as músicas Los
Angeles Connection, Na Linha do Equador, Canto dos Santos e Caxinguelê.
AES 2012
Sou membro da AES desde 1996 – época em que a as- rias marcas, como EAW, Meyer, Turbosound e JBL, sendo
sinatura dava direito ao famoso jornal da AES, que, hoje que, na época, era muito raro encontrar qualquer um
em dia, é claro, já existe em formato digital. Me lembro destes nomes aqui no Brasil. Pouquíssimas firmas possu-
perfeitamente de entrar nos pavilhões de Los Angeles e íam modelos originais, e não apenas cópias.
de NY para ver os equipamentos que jamais imaginaria
conferir ao vivo aqui no Brasil. O resultado era óbvio: todos nós voltávamos para o hotel
cheios de sacolas, sonhando com dia em que poderíamos
Os estandes eram imensos, os letreiros mostravam mar- nos aproximar de verdade de todos aqueles equipamentos,
cas como Yamaha, Midas, SSL, Shure, Sennheiser... O e, o mais importante, quando seria possível ter pelo menos
máximo era entrar em um destes estandes, dar uma parte de tudo aquilo aqui na nossa terra (ainda iríamos
olhada nos equipamentos e, é claro, ganhar algum brin- esperar um bom tempo para isto começar a acontecer).
de, de preferência um cordão, um boné, ou, então, uma
camiseta com a marca em questão, escrita bem grande. FINALMENTE NO BRASIL
Além de poder ver os equipamentos, existiam também Mesmo sendo instalada no começo da década de 1990
as palestras, que eram dadas por pessoas que está- aqui no Brasil, demorou um bom tempo para a AES ter
vamos acostumados a ver nas revistas. Me lembro de a importância que tem hoje para profissionais de áudio
ouvir falar em áudio digital ou Pro Tools por um cara e para a própria indústria de áudio. As primeiras edi-
chamado Roger Nichols, ou de line array por um outro ções, apesar do muito entusiasmo dos organizadores,
chamado Dr. Christian Heil. deixavam um pouco a desejar.
Me lembro também de assistir a uma demonstração de A participação de pessoas como José Porchat, Sólon do
sistemas de sonorização (nada de line array). Eram vá- Vale, Joel Brito, João Américo e Aldo Soares foi funda-
arquivo pessoal
dia na estrada, além de, claro, permitir que a gente dê
uma boa olhada nos últimos lançamentos do mercado.
O CONTATO COM OS
OUTROS PROFISSIONAIS
físico). Neles, podemos encontrar diferentes temas, da mesa, ele ainda esteve à frente de um ótima pa-
voltados para diferentes públicos. O certo é que os lestra que comparou consoles analógicos e digitais.
convidados são sempre pessoas com uma boa expe-
riência, capazes de passar algum tipo de informação Outra boa surpresa foi o novo sistema da FZ áudio
relevante para a plateia. Uma das melhores coisas é (FZ J015A), que além de ter uma ótima sonoridade,
que sempre existem profissionais de diversas áreas, tem sua construção e acabamento formidáveis e cer-
como sonorização, televisão, estúdio, masterização... tamente pode ser considerado o melhor sistema na-
Ou seja, podemos entrar em contato com profissio- cional de grande porte. Além disso, a Attack foi outra
nais com os quais não teríamos interação direta no marca nacional que chamou bastante a minha atenção
nosso dia a dia de trabalho. Sem dúvidas, é sempre neste segmento. Por sua vez, a Meyer Sound, sempre
um bom momento para trocar impressões. preocupada com a parte educacional e há muito pre-
sente na AES Brasil, desta vez mandou Oscar Barrien-
Como já disse, nas minhas primeiras experiências de tos para falar do desenho de sistemas.
AES internacional ainda estava fora da minha realidade
acompanhar perfeitamente bem tudo o que se falava Também houve um grande destaque para conso-
naqueles seminários (eu não tinha muito tempo para les Midas (PRO2, PRO3 e PRO6) e Roland (M-480,
isso, pois estava sempre correndo atrás de um novo M300) e para os microfones Senhheiser e Shure.
brinde nos estandes). Porém, voltando para a nossa A já tradicional demonstração dos line arrays tam-
realidade mais recente, nos últimos anos, as palestras bém chamou a atenção, embora desta vez existisse
feitas aqui no Brasil começaram a contar com estrelas uma limitação de volume que não chegou a atrapa-
do mercado internacional. Também é cada vez mais lhar em nada o evento. Muito pelo contrário.
comum ver técnicos conhecidos nossos participando
como palestrantes. Eu mesmo já tive a oportunidade CONCLUSÃO
de participar algumas vezes e foi ótimo.
Depois de mais de 15 anos de AES, confesso que
Além disso, pequenos cursos são ministrados por estou muito satisfeito com esta última edição.
representantes de marcas conhecidas internacio- Para mim, foi extremamente proveitoso do ponto
nalmente, como Meyer Sound, Smaart ou Syn- de vista profissional e pessoal. Acho que nunca
-Aud-Con. Tais cursos, que normalmente seriam vou parar de realçar como é importante para nós,
difíceis de serem feitos fora do país, estão aces- que trabalhamos com áudio, estarmos sempre em
síveis a qualquer um, normalmente a um preço contato com os equipamentos com os quais traba-
bastante razoável. lhamos, assim como é fundamental desenvolver
constantemente a nossa parte teórica.
INDO AO QUE MAIS
NOS INTERESSA Diferentemente de outras profissões, que possuem
uma ampla cadeia educacional, a nossa profissão
Nesta última edição da AES, realizada de 8 a 10 de não possui este facilitador (oficial), o que nos leva
maio em São Paulo, no que diz respeito à sonoriza- à necessidade de buscar novas informações por
ção, muita coisa me chamou a atenção, principal- conta própria. E um dos principais papéis da AES
mente em relação à presença massiva dos conso- é difundir, entre outras coisas, informação para o
les digitais, os line arrays fabricados no Brasil com nosso desenvolvimento técnico. Desde muito tem-
significativa qualidade e o curso da Meyer Sound. po acho que a AES (além de outras entidades li-
Falando especificamente dos consoles digitais, uma gadas ao áudio profissional, nacionais ou não) po-
das empresas de maior destaque foi, novamente, deria ser uma grande ferramenta utilizada por nós
a Avid, que trouxe mais uma vez o engenheiro de para alcançarmos um patamar profissional de nível
som e um de seus principais colaboradores Robert internacional. Esta busca por um melhor padrão
Scovill. Além de fazer demonstrações operacionais profissional deve ser levada a sério por todos nós.
manoel Tavares
Contato direto com os melhores desenvolvedores: Mario Jorge e Renato Muñoz ao lado de Robert Scovill
Na minha opinião, dois fatores são muito impor- te nossa participação nesse e em outros eventos
tantes para o desenvolvimento. Primeiro: um bom (mesmo que não sejam exclusivamente de sono-
e embasado conhecimento técnico sobre o tema
rização, porém é bom que sejam voltados para o
em questão. Segundo: nossa capacidade de somar
ao conhecimento nossas habilidades pessoais para áudio, é claro). Assim, poderemos alcançar pata-
executar um trabalho. Por isso, acho importan- mares destacados em nosso ambiente de trabalho.
Renato muñoz é formado em comunicação Social e atua como instrutor do IaTec e técnico de gravação e
Pa. Iniciou sua carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. e-mail: renatomunoz@musitec.com.br
Equipamentos
para um
Home Studio (Parte VII)
M-Box Pro
A família Avid: M-Box (acima) e M-Box Pro (abaixo)
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: Firewire 400
- Entradas (analógicas): 4 x linha (TRS)/mic (XLR)/ Scarlett 2i2
instrumento (TS) + 2 x linha (RCA)
- Pré-amplificadores de microfone: 4 - Sistema operacional: Mac/Windows
- Saídas (analógicas): 6 x linha (TRS) + 2 x fone - Conexão: USB 2.0
(TRS) - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
- Entradas (digitais): Nenhuma instrumento (TS)
- Saídas (digitais): Nenhuma - Pré-amplificadores de microfone: 2
- MIDI: Não - Saídas (analógicas): 2 x Linha (TRS) + 1 x Fone
- Sample Rate: até 192 kHz (TRS)
- Bit Depth: até 24 bits - Entradas (digitais): Nenhuma
- Bus-Power: Não - Saídas (digitais): Nenhuma
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não - MIDI: Não
- Sample Rate: até 96 kHz
FOCUSRITE - Bit Depth: até 24 bits
- Bus-Power: Sim
A Focusrite é conhecida pelos seus pré-amplifi- - Ligação em Cadeia (daisy chain): Não
cadores e consoles, pois a empresa foi criada por
ninguém menos que Rupert Neve (criador dos Scarlett 8i6
consoles e pré-amps Neve)! Mas isso foi há muito
tempo atrás, e hoje em dia a Focusrite dispõe de - Sistema operacional: Mac/Windows
uma extensa linha de interfaces de áudio, e poucos - Conexão: USB 2.0
pré-amps e consoles. Porém, não é incomum ouvir - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
alguém dizer que os pré-amps da Focusrite já não instrumento (TS) + 2 x linha (TRS)
são mais os mesmos... e dependendo do modelo, - Pré-amplificadores de microfone: 2
pode até ser verdade. Mas, na verdade, as inter- - Saídas (analógicas): 4 x linha (TRS) + 1 x fone
faces da Focusrite são conhecidas por terem pré- (TRS)
-amps de alta-qualidade quando comparados com a - Entradas (digitais): 1 x S/PDIF
concorrência (na mesma faixa de preço). O modelo - Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
Liquid Saffire 56, inclusive, dispõe de dois pré-amps - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
(Liquid Pre-amp) que emulam a sonoridade de pré- - Sample Rate: até 96 kHz
-amps clássicos (como o próprio Neve 1073). Pode - Bit Depth: até 24 bits
não ser um Neve original... mas é, sem sombra de - Bus-Power: Não
dúvida, muito bom! - Ligação em cadeia (daisy chain): Não
Saffire Pro 14
Saffire Pro 40
Liquid Saffire 56
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IaTec. e-mail: lucas@musitec.com.br
A HORA DO ESTÉREO
Fábio Henriques
D
esta vez vamos analisar como aproveitar o fato timbre original, iremos usar estas duas premissas para
de que reproduziremos o som em dois canais nas obtermos resultados interessantes.
aplicações em estéreo. Antes de mais nada, porém,
vamos definir melhor os nossos objetivos. AUDIÇÃO ESPACIAL
Já vimos aqui que o modo mais natural de se microfo- Eu não sei se todos já repararam, mas temos dois ouvi-
nar um instrumento é, na maioria das vezes, colocando o dos. Alguém pode achar que isto acontece para termos
microfone na posição de um ouvinte hipotético. Quando uma reserva no caso de um deles dar defeito, mas não é
colocamos mais de um microfone e combinamos o resul- bem assim. Temos dois ouvidos pelo mesmo motivo pelo
tado, sempre ocorrerão interações entre o som dos micro- qual temos dois olhos: obter a sensação espacial.
fones por causa das diferenças de fase. Algumas vezes o
som captado acaba sendo até melhor do que imagináva- Analisando friamente, nosso “sistema de captação” con-
mos, mas será certamente diferente do som natural. siste de dois microfones colocados dentro de canais em
cuja boca se encontram cornetas acústicas, com um obs-
Porém, temos dois canais para preencher, e seria mais táculo considerável entre os dois. Assim, sons de frequên-
interessante se pudéssemos captar com dois microfo- cias mais para o extremo agudo do espectro, que chegam
nes, enviando um deles para o lado L e o outro para o de um dos lados, são captados melhor por um dos ouvi-
R. Levando em conta que usar mais de um microfone dos. A cabeça funciona como um obstáculo considerável,
implica em gravar com diferenças de fase que alteram o e o ouvido situado do lado oposto acaba captando com
menor intensidade. Em outras palavras, para os sons mais ou mais à direita, conforme desejado. A segunda é usan-
agudos, a nossa sensação de direção se origina na dife- do dois (ou até mais) microfones e distribuindo os sinais
rença de intensidade entre os dois ouvidos. obtidos para duas (ou mais) pistas. Vamos nos deter aos
diferentes processos de gravação usando mais de um mi-
Agora, para as frequências mais graves, os comprimen- crofone na tentativa de recriar a sensação espacial.
tos de onda começam a ficar grandes demais em rela-
ção à cabeça, e as diferenças de intensidade passam a APLICAÇÕES TÍPICAS
ser irrelevantes. Neste caso, as diferenças no tempo de
chegada a cada ouvido (em outras palavras, a diferença Normalmente se usa microfonação estéreo quando a
de fase) é que passa a importar. própria fonte já se beneficia do sentido posicional. Por
exemplo: orquestras de câmara, grupos vocais, conjun-
Para as frequências intermediárias, vale um misto dos to de peças de percussão, naipes de metais, caixas les-
dois, enquanto as orelhas ajudam, entre outras coisas, lie etc. Outro caso típico é quando um instrumento tem
a posicionar acima ou abaixo fontes diretamente à fren- um certo destaque ou função em um arranjo. Violão,
te ou diretamente atrás. acordeão e sax, entre outros, ganham muito colorido se
gravados em estéreo desde que o arranjo lhes permita
O ESTÉREO despontar sem mascaramentos.
A) BINAURAL
Fábio Henriques
cione corretamente, deve-se ouvir o programa usando
fones de ouvido. Quando o som é reproduzido em caixas
acústicas, a imagem espacial é bastante prejudicada.
Um binaural improvisado no estúdio
Mesmo com esta restrição, os equipamentos para gra-
vação binaural são muito importantes em situações nais, com as cápsulas orientadas com os eixos fazendo
como medição de ruído em ambientes de trabalho. um ângulo de 90o. Os lobos anteriores captam o som
direto e os posteriores o som da sala. A distância entre
A análise que faremos adiante pode ser aplicada tanto no os microfones e a orquestra é normalmente a metade da
caso da captação de uma orquestra quanto com apenas largura do conjunto. Observe que os diagramas se cruzam
um instrumento, bastando que as distâncias sejam pro- onde a sensibilidade cai 3 dB, fazendo com que os sons
porcionais ao tamanho aparente da fonte. centrais não tenham excesso de volume.
Piano
harp
BRASS
woodwinds
basses
violins celos
Divulgação
speaker
speaker
Cabeça binaural captando o som das ondas Gráfico 1 - Blumlein
áudio música e tecnologia | 49
GRaVaÇão
Fábio Henriques
GRáFICO 3: M - S
laterais). Para se alargar a imagem, podem ser usados
dois hipercardióides com o ângulo aumentado para 110o. pode-se estreitar/alargar a imagem estéreo. Além disso, é
a configuração que dá a melhor compatibilidade em mono,
M-S – Também chamado “Middle-Side”. Usa um microfone uma vez que neste caso as laterais se cancelam.
cardióide apontado diretamente à frente e um bidirecional
fazendo 90o com esta direção. As saídas dos dois micro- C) SISTEMAS QUASE COINCIDENTES (NEAR-COINCIDENT SYSTEMS)
fones devem ser combinadas da seguinte forma: o sinal
do bidirecional é mandado a dois canais com o pan aber- Passam a incorporar informações de diferenças de fase,
to; em um deles se inverte a fase; o sinal do cardioide é pois as cápsulas não estão mais no mesmo eixo vertical.
mandado para um terceiro canal com o pan no meio; os Os sistemas mais famosos são:
sinais dos três canais são somados em duas saídas (L e
R). A vantagem é que, variando o nível dos canais laterais, ORTF (Office de Radiodiffusion-Television Françai-
se) – Dois microfones cardióides com as cápsulas sepa-
radas por 17 cm (simula a distância entre os ouvidos)
e fazendo um ângulo de 110o (simula a captação dos
Fábio Henriques
Fábio Henriques
em cada microfone (não acentua o meio).
AB – Estando no limite entre os pares quase-espaçados e Se começamos a aumentar o espaçamento entre os dois
os espaçados, a técnica AB emprega dois microfones omni microfones, vamos cada vez mais enviar informações ex-
a uma distância de uns 50 cm, aproximadamente. Este clusivamente laterais aos alto-falantes. Isto faz com que
caso incorpora mais diferenças de fase. somente os sons vindos exatamente do meio sejam en-
GRaVaÇão
GRáFICO 5: NOS
viados ao centro, e, assim mesmo, com nível muito baixo. caso, cubra as superfícies refletoras com material absor-
Qualquer som levemente fora de centro irá saltar para a vente ou use a regra do “2 para 1” (se um microfone está
extrema esquerda ou direita. Este efeito é chamado “bu- a uma distância “d” de uma fonte, deve estar, no mínimo,
raco central” (hole-in-the-middle) e pode ser evitado com a “2d” da superfície refletora mais próxima).
o uso de um terceiro microfone colocado no meio, envian-
do sinal aos lados esquerdo e direito igualmente. CUIDADOS NO USO DE REbATEDORES
Um uso típico desta técnica utiliza três microfones omni Os rebatedores (ou barreiras acústicas móveis) são usa-
colocados equidistantes a um coral, por exemplo. dos muitas vezes na tentativa de diminuir os vazamentos,
mas deve-se ter cuidado ao usá-los, pois podem piorar em
EVITANDO CANCELAMENTOS DE FASE vez de ajudar.
Já sabemos que diferentes frequências possuem diferentes Vejamos o caso em que um rebatedor é colocado entre
comprimentos de onda. Assim, se captamos o som de um dois instrumentos e um deles é captado por um cardiói-
instrumento com dois microfones, existirão várias frequên- de. Supondo que o rebatedor é um absorvedor perfeito
cias para as quais um deles estará captando um máximo (e não é!), todos os sons que atingiriam os ports laterais
e o outro um mínimo de pressão acústica. Para essas fre- e traseiros do microfone são abafados, transformando a
quências haverá cancelamento de fase. A fim de minimizar resposta do microfone em omni! Se levarmos também em
este efeito, use a regra do “3 para 1” (se um microfone está conta que o rebatedor não absorve completamente o som,
a uma distância “d” de uma fonte, nenhum outro microfone veremos que haverá cancelamentos de fase devido a re-
poderá estar a menos de “3d” desta fonte). flexões. Considere também o efeito de difração, que faz
com que os graves “contornem” o rebatedor.
Existem também cancelamentos de fase mesmo usando
um só microfone, devido a diferenças no comprimento do A conclusão é: o posicionamento deve ser extremamente
caminho do som da fonte ao microfone entre um sinal di- cuidadoso e só a audição atenta vai dizer quando e como
reto e um refletido (caso da estante de partituras). Neste se devem usar os rebatedores.
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora música & Tecnologia. é respon-
sável pelos produtos da gravadora canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor musical.
PRESONUS
STUDIOLIVE
UM CONSOLE PEQUENO,
FUNCIONAL E PODEROSO
am&T
16.4.2
pouca competição gera “olho grande” e é só
uma questão de tempo para que outras em-
presas apareçam com produtos concorrentes.
Obviamente, não é nada fácil disputar contra
equipamentos que já têm uma posição conso-
lidada e desfrutam da confiança dos usuários,
mas, cedo ou tarde, acaba surgindo alguma
nova opção capaz de oferecer algum tipo de
vantagem, seja em inovação, em funcionalida-
de ou até mesmo no preço.
VISÃO GERAL
A StudioLive 16.4.2 é uma mesa compacta e,
como o nome sugere, possui 16 entradas para
microfone ou linha, quatro subgrupos e uma sa-
ída principal em estéreo. Ela dispõe de saídas di-
rect out e conexões de insert em todos os canais
de entrada, dois processadores internos de efei-
tos e seis buses auxiliares, que podem ser usados
para mixagem de monitor ou então como man-
dadas para processamentos externos à mesa.
para fone de ouvido, que fica no canto inferior direito na padas em dois conectores do tipo DB15. A mesa dispõe de
frente do console, todos os demais conectores de áudio mais duas entradas auxiliares em estéreo (conectores de
ficam na parte traseira, de maneira que o painel superior 1/4”), endereçadas diretamente à saída principal, e uma
contém apenas os controles e indicadores luminosos. Na entrada estéreo Tape In (conectores RCA). Há ainda uma
parte superior direita do painel fica uma pequena tela de entrada para microfone de talkback, que pode ser ende-
LCD monocromática, que serve para visualizar detalhes reçada aos auxiliares e à saída principal. Esta entrada, um
de alguns parâmetros e acessar páginas de configura- conector XLR no painel traseiro, tem a alimentação phan-
ções da mesa, e bem na extremidade superior direita do tom permanentemente ligada e seu ajuste de ganho é fei-
console há um conector para luminária de 12 V. to por um pequeno botão de volume ao lado do conector.
Indicada pela PreSonus para uso tanto em estúdio quanto Quanto às saídas, o sinal estéreo principal (Main) está
ao vivo, a 16.4.2, de fato, tem características que a tornam disponível através de conectores XLR, 1/4” TRS e RCA
“bivalente”, oferecendo recursos que agradam em ambas (Tape Out). A saída estéreo Main também é mixada
as situações. O fato de poder funcionar integrada a um para mono e vai para um conector XLR específico. Tan-
computador, via Firewire, faz da 16.4.2 uma bela opção de to as saídas Main estéreo quanto a saída Main mono
interface de áudio multicanal, uma vez que ela possui 16 dispõem de um botão de volume bem ao lado dos seus
pré-amplificadores de alta qualidade e recursos essenciais conectores. No painel traseiro estão disponíveis ainda
para um estúdio de gravação, tais como compressores em as saídas em estéreo para monitoração (Control Room),
todas as entradas e monitoração imediata das pistas gra- as quatro saídas dos subgrupos e as seis saídas dos
vadas. Por outro lado, pelo seu tamanho compacto, é um auxiliares, todas em conectores de 1/4” TRS. Além des-
equipamento apropriado para sistemas de sonorização de tes, existe também um conector digital S/PDIF (RCA),
pequeno porte, tais como teatros, igrejas e auditórios cor- cujo sinal de saída pode ser selecionado pelo operador
porativos, já que ocupa pouco espaço e oferece uma quan- (Main, subgrupos, auxiliares, talkback etc.).
tidade de canais suficiente para essas aplicações.
Em cada strip de canal de entrada há um botão de ajus-
Em vários aspectos, sua operação é bastante intuitiva, te de ganho, uma chave de acionamento individual da
como se fosse uma mesa analógica. Mesmo sendo um alimentação phantom, uma chave para escolher entre
console digital, as 16 entradas físicas estão associadas o sinal da entrada física e o sinal vindo do computador,
diretamente aos 16 canais de mixagem, cujos níveis uma chave Select para habilitar a operação no canal, as
são controlados diretamente pelos 16 faders. Por isso, chaves de Solo e Mute e um fader de 100 mm. Os strips
não existem layers de canais e nem é necessário efetuar são identificados em três regiões do painel (abaixo dos
qualquer tipo de roteamen-
to das entradas para os ca-
nais de mixagem (existe até
AM&T
uma matriz de patchbay no
software Virtual StudioLive,
mas que se limita a rotear os
sinais de auxiliares, subgru-
pos etc. para as entradas de
áudio no computador).
Como os faders não são motorizados, as barras de LEDs sua respectiva tecla Mix para visualizar nas barras os
também servem para indicar a posição onde os faders níveis de mandada dos 16 canais para aquele auxiliar
devem ser posicionados ao se chamar uma cena de mi- e ajustá-los usando os encoders. Este mesmo procedi-
xagem da memória, isto é, as barras de LEDs mostram o mento é usado para ajustar os níveis de mandada dos
ponto até onde o operador deve mover cada fader para canais para os processadores internos de efeitos.
colocá-los nas posições salvas na memória. Os níveis dos
subgrupos e da saída Main são mostrados em barras de Na parte de baixo da área do Fat Channel há, ainda,
LEDs específicas, logo acima da tela de LCD. o encoder do Pan, com uma barra de LEDs horizontal
mostrando sua posição, as teclas de endereçamento
Os 16 encoders e as 16 barras de LEDs também são do canal para subgrupos e Main, e ainda a tecla de
usados para ajustar os níveis de mandada para os auxi- Link, que permite acoplar um par adjacente de canais,
liares. Ao selecionar qualquer auxiliar, basta pressionar de auxiliares ou de subgrupos.
Miguel Ratton
prés não são memorizados). No caso do ajuste dos painel traseiro do console. A outra porta serve para
faders, pelo fato deles não serem motorizados, é preciso conectar outra mesa em modo “cascade”, ampliando o
que o operador, depois de carregar a cena, “localize” número de canais de entrada, sendo possível encadear
com os faders da mesa os valores que estavam salvos várias 16.4.2 via Firewire.
na cena, usando as barras de LEDs dos medidores para
se guiar até posicionar fisicamente o fader no valor do O CD que vem com o equipamento instala o driver (ASIO/
ajuste da cena. É um pouco trabalhoso, mas funciona. WDM), o painel de controle Universal Control e o Virtual
StudioLive – um software que, junto com a mesa, opera
Um detalhe operacional importante: é preciso prestar em tempo real, além de apresentar na tela do computador
atenção ao se carregar uma cena, pois não há um pedido todos os parâmetros e permitir editá-los graficamente
de confirmação antes de carregá-la efetivamente, usando o mouse. O procedimento de instalação é simples,
bastando selecionar a cena e pressionar Recall. No bastando seguir as informações na tela do computador.
entanto, o console permite bloquear esta operação e Testei a mesa junto com um PC rodando Windows XP e não
algumas outras, evitando, assim, ações acidentais. De tive qualquer tipo de problema com o Virtual StudioLive
qualquer forma, todas as teclas atuam de maneira precisa ou com softwares de gravação de áudio.
e não é fácil acioná-las esbarrando acidentalmente.
No Universal Control é possível verificar se a versão do
firmware (software interno do console) é a mais atual, e
INTEGRAÇÃO COM O SMAART ele mesmo se encarrega de efetuar a atualização. A mesa
que recebi para teste ainda estava na versão 1.1, e para
De acordo com a PreSonus, a partir da versão 1.6 do atualizar para a última versão, 1.5, foi necessário primeiro
firmware o console passará a dispor da tecnologia atualizar para a v.1.2. Este procedimento foi relativamente
de medição de áudio do conhecido software Smaart fácil, já que os respectivos softwares podem ser obtidos
diretamente no Virtual StudioLive. Isto permitirá rapidamente no site da PreSonus. Portanto, é recomendável
usar os equalizadores das saídas da StudioLive verificar periodicamente no site se há versões mais novas
para ajustar melhor o som do PA, identificando, por do driver, do software e também do firmware.
exemplo, frequências de realimentação do sistema.
Uma vez instalado o driver, a 16.4.2 é reconhecida como
Através da tecla de EQ gráfico no Virtual StudioLive, dispositivo de áudio em qualquer software de gravação
poderão ser ativados os algoritmos de RTA e (DAW) que suporte ASIO ou WDM (ou CoreAudio, no
espectrograma, que mostrarão o conteúdo do Mac), e aparece com um total de 32 entradas e 18
sinal que passa pelo respectivo EQ. O recurso do saídas de áudio em 24 bits (a taxa de amostragem pode
espectograma será implementado nas telas do ser selecionada para 44.1 kHz ou 48 kHz no próprio
Virtual StudioLive e também será incorporado o equipamento ou no software Universal Control). Das 32
Smaart Locator – um localizador de delay que entradas de áudio, 16 são as respectivas entradas físicas
facilitará o uso da função de delay de saída que foi da mesa e as demais podem ser roteadas dos buses de
incluído aos subgrupos do console a partir do update Main, subgrupos, auxiliares, retornos, efeitos, Tape In,
1.5 do firmware. Ainda de acordo com a empresa, talkback e Solo. Ou seja, é possível gravar no computador
as versões futuras do Virtual StudioLive também tudo o que passa dentro do console. Por outro lado, as 18
terão a adição do algoritmo Smaart Response, para saídas de áudio no software são reproduzidas através dos
medidas de resposta de frequência. 16 canais da mesa e mais o estéreo Tape In. Os sinais
reproduzidos pelo software no computador podem ser
monitorados imediatamente na mesa, pressionando-se a
tecla com o símbolo do Firewire que existe em cada canal
CONECTANDO AO COMPUTADOR de entrada e no Tape In. Desta forma, a 16.4.2 opera
como uma poderosa interface de áudio, com 16 entradas
Para conectar a 16.4.2 ao computador, pode-se usar de microfone, todas com pré-amps XMAX, phantom
qualquer uma das duas portas Firewire localizadas no power e processamento de dinâmica. O ajuste de latência
SOFTWARES À DISPOSIÇÃO
Apesar de funcionar muito bem com qualquer
software de gravação que aceite dispositivos ASIO,
WDM ou AU, a StudioLive 16.4.2 também já vem com
dois softwares de áudio. Um deles, o Capture, é um
gravador multipistas desenvolvido especificamente
para ser usado com as mesas StudioLive, para
gravação ao vivo. Com versões para PC e Mac, ele
permite gravar até 34 pistas, inserir marcadores
em tempo real para indicar os pontos onde termina
uma música e começa outra e fazer edições básicas
no áudio, além de também exportar o material
gravado para arquivos em formato WAV e OpenTL.
Uma das aplicações sugeridas para o Capture é usá-
lo para reproduzir, através do console, gravações
multicanais feitas ao vivo,
de modo que a passagem de
som possa ser feita sem ter
os músicos no local (ele pode
importar arquivos WAV e AIFF).
visualizar e controlar todos os parâmetros do console. os canais controlam sempre as respectivas entradas.
Por outro lado, a mesa oferece recursos interessantes,
Também está disponível gratuitamente na App Store o como saída adicional em mono, alimentação phantom
aplicativo QMix, que funciona dentro do mesmo conceito individual e delays nos subgrupos. O conceito do Fat
do StudioLive Remote para iPad. O QMix permite Channel funciona muito bem, agilizando bastante a
que até seis músicos, a partir de seus aparelhos de operação, e a qualidade reconhecida dos prés XMAX
iPhone ou iPod Touch, controlem simultaneamente as valorizam significativamente o equipamento.
mixagens de monitor nos auxiliares da 16.4.2. Para isso
é necessário conectar os iPhones ou iPods em rede sem Uma das vantagens agregadas à mesa 16.4.2 é seu
fio com um computador (Mac ou PC) e habilitar neste o
funcionamento como interface de áudio, que a torna
controle remoto do QMix sobre o Virtual StudioLive, que
interessante não só como equipamento central de um
então controla o console conectado via Firewire.
estúdio, mas também abre mais campos no uso em
sonorização, com a possibilidade de gravação multica-
NO FINAL DAS CONTAS nal de espetáculos, debates etc. Pode-se questionar a
implementação da comunicação com computador via
Os grandes destaques da StudioLive são, sem dúvida, porta Firewire, que está ficando cada vez mais difícil
a funcionalidade e a facilidade de operação. Ter tudo
de ser encontrada nos novos computadores, mas pro-
à mão e poder atuar imediatamente em qualquer ca-
vavelmente não seria possível obter o mesmo desem-
nal é o que todo operador deseja, principalmente neste
penho se fosse usada comunicação via USB 2.0.
segmento de mesas compactas. O fato de não possuir
faders motorizados, embora possa dar mais trabalho na
No geral, acho que a PreSonus acertou bem com o con-
recuperação de cenas, não chega a ser propriamente
ceito funcional e prático adotado na StudioLive e tem
uma deficiência, já que, pelo fato de não haver layers,
grandes possibilidades no mercado crescente de conso-
les digitais de pequeno porte. A operação é fácil e intui-
tiva e a qualidade não deixa nada a desejar. Não é à toa
RTI
- Phantom Power individual
C U
Não
- Compressor, gate e EQ de quatro bandas em todos
os canais (entradas, subs, aux e main)
- EQs gráficos na saída principal e nos seis auxiliares
- Não tem função de superfície de controle para
- Saída adicional em mono
software de gravação/mixagem
- Cascade via Firewire
- Ajuste limitado da frequência nas bandas do EQ
- Interface de áudio com 32 x 18 canais
do canal
- Atualização prática e eficiente do firmware
- Processadores de efeitos somente com reverb e delay
- Integração futura com Smaart
- Não possui entrada de áudio digital S/PDIF
- Alimentação de 90 a 240 V
ascom Riotur
COMO FOI A 16ª EDIÇÃO DO
PRINCIPAL EVENTO DE ÁUDIO
DA AMÉRICA LATINA
E
ntre os dias 8 e 10 de maio, as avenidas do Pavi- Embora a exposição de produtos venha ficando cada
lhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo, vez maior, o evento surgiu originalmente como uma
estiveram “decoradas” por sistemas de sonorização, convenção de especialistas, e por isto sempre conta
consoles de gravação e mixagem, microfones e uma infi- com palestras e workshops com grandes nomes da
nidade de assessórios voltados para a linha de áudio pro- indústria. Foi a chance, para muitos presentes, de
fissional. Era o debut da AES Brasil Expo num dos maiores aprender com quem faz, eliminar dúvidas, ouvir “cau-
espaços de convenções do país, algo mais que merecido sos” e estabelecer contatos profissionais.
para o evento que chegou à sua 16ª edição com o charme
e a organização que são suas marcas registradas. De acordo com a organização da AES Brasil, a edição
Por sua vez, a Habro Music levou para a feira, dentre ou-
tras novidades, os microfones emuladores Line 6. O des-
taque ficou por conta do modelo XD-V70, que, segundo
Ricardo Barbosa, diretor comercial da empresa, é capaz
de emular sete cápsulas mundialmente conhecidas, den-
tre elas as do Shure SM58, do Sennheiser E835 e do
ElectroVoice N/D 767. “Ele [o XD-V70] é um microfone
sem fio, de padrão polar cardioide, que, assim como os
2012 da feira bateu, pelo segundo ano consecutivo, o demais produtos da linha Line 6, emula sons de clássicos
recorde de público, com mais de 6.500 visitantes ao da indústria. É uma inovação no mercado, que chega
longo dos três dias. Além disso, o evento teve um con- para fazer a cabeça de vocalistas que desejam ter à mão
siderável aumento em seu tamanho físico, chegando uma maior variedade de sonoridades”, explicou.
a 7.000 m2, e no número de expositores, que, neste
ano, passou de 70. Com tanto sucesso acumulado, a No estande da Turbo Percussion, distribuidora dos produ-
AES já tem confirmada as datas de sua próxima edi- tos JTS, a novidade ficou por conta do MA-XU, um conver-
ção, que será realizada entre os dias 7 e 9 de maio de sor analógico-digital XLR-USB com phantom power para
2013, também no Expo Center Norte, em São Paulo. microfones condensadores e dinâmicos, que, segundo
AM&T
AM&T
Microfones Shure PGX2DS expostos no estande Microfones Mojave dividiram as prateleiras com
da Pride: marca foi destaque novamente os Telefunken no espaço da Music Company
Nathan Romano, diretor comercial da empresa, “elimina da Clever, a atração foram os microfones Superlux.
a mesa de convergência e, dentre outras funções, permite
ao usuário monitorar o sinal de áudio por meio de fones e Durante a feira, diversas empresas anunciaram novas
controlar o ganho no próprio equipamento”. representações na linha de microfones. A AMI Music,
de Octávio Brito, por exemplo, mostrou uma série de
Já na Music Company, microfones Telefunken e Mojave produtos da VocoPro, marca que, desde o início do
roubaram a cena e dividiram prateleiras. Tradicionais, ano, o executivo passou a distribuir no Brasil. “Esta-
as respectivas fabricantes dos clássicos AK-47 MKII e mos ‘engatinhando’ neste trabalho e temos certeza de
MA-200 foram responsáveis por atrair um público exi- que será um sucesso”, disse ele, diante de packs de
gente ao estande da distribuidora, um dos mais badala- dois, quatro e oito microfones, como o UHF-8800.
dos da feira. Sergio Bueno, diretor da Music Company,
destacou que os modelos “são microfones que não saem
de moda, e que, por isso, despertam tanto interesse”. A ProShows, por sua vez, anunciou a parceria com a
Audio-Technica, sua mais nova “representada”. De
Na Sonotec Music & Sound, microfones Vokal e Karsect acordo com Roger Santos, do departamento comercial
dividiam as prateleiras. “Pela primeira, o destaque vai da empresa, a exclusividade na distribuição dos produ-
para os cardioides VM-560 e VM-530 e o dinâmico KLT- tos da fabricante no Brasil tem como objetivo alavancar
5. Já a segunda é lembrada pelo sistema KRU-161. A ainda mais as vendas de equipamentos de ponta, como
Vokal é uma marca que está chegando no mercado, en- o T4080, um microfone de fita e captação lateral com
quanto a Karsect já se firmou”, disse o gerente comer- padrão polar bidirecional. “Trata-se de um equipamento
cial Nenrod Pereira, que elogiou ainda os headphones robusto, com desempenho de longa duração e ganho
VH-80, VH-70 e VH-60, todos da Vokal. Já no estande elevado para uso com pré-amplificadores.”
Na Quanta AV Pro, os microfones Sennheiser eram uti- Sennheiser MKH 800 Twin, que, segundo o especialista de
lizados em uma espécie de simulação de show ao vivo, produto Daniel Reis, é especial porque, em vez de padrão
ação praticamente inédita, que envolveu, ainda, ou- polar, conta com cápsulas frontal e traseira. “As cápsulas
tros fabricantes, como os de sistemas de sonorização são conectadas à mesa de som por meio de dois canais
(FZ Áudio), conexão (DSPro) e, claro, controle (Avid). separados. Fazendo os devidos ajustes no console, o mi-
Operador de PA da cantora Ivete Sangalo, Carlos “Ka- crofone funciona como um cardioide, supercardioide, omni
lunga” Branco destacou a importância da “associação” ou figura 8. Com ele, durante uma gravação de bateria, por
da empresa a outras marcas de grande porte, como a exemplo, você pode ter versos com um timbre, refrão com
fabricante alemã de microfones. “O mercado só tem a outro, tudo isso brincando com o padrão polar”, resumiu.
ganhar com esse tipo de ‘aliança’. E a Sennheiser tem
um histórico a seu favor, uma linha de produtos con- O estande ainda recebeu Robert Scovill, especialista sênior
solidada, que o público especializado utiliza há anos”, da Avid no mercado de produtos de som ao vivo e com tra-
disse. “Com essa ação, a Quanta tornou-se um agen- balhados realizados para nomes como Rush, Prince, Tom
te integrador, pois agora oferece soluções completas Petty, Alice Cooper e Def Leppard. Lá, além de falar ao pú-
para seus clientes. Dos consoles aos PAs”, completou blico, ele utilizou a dupla Venue Mix Rack/Pro Tools HD para
Nelson Alberti, coordenador de marketing da Quanta. mixar ao vivo o show de um trio, estando ligado ao novo
sistema remoto de controle Venue SC48. E como se trata-
Um dos produtos em destaque no estande foi o microfone va de um “silent show”, visitantes usavam headphones de
AM&T
Na sequência: Renato Severino, presidente da Staner; Samuel e Ruy Monteiro, da Studio R, e Homero Sette; Dominic
Harter, Antonio Pereira Neto e Julio Ferreira, executivos da Audio Premier
alta performance para escutar o trabalho do técnico. te conectar qualquer equipamento com interface digital
MADI à rede de áudio Ethernet da DSPro, e o Compact
A exemplo de Kalunga, Rafael Susin, da DSPro, empresa 64R, um gabinete de apenas uma unidade de rack [1RU]
fabricante de produtos como o famoso multicabo digital com capacidade para até 64 canais, sendo que cada um
da linha DSnake, usado com sucesso em grandes festivais de seus oito slots pode ser equipado com placas de en-
nacionais, como o Planeta Atlântida e o Festival de Verão tradas e saídas analógicas ou AES/EBU”, destacou Rafael.
Salvador, também falou em integração. “A parceria com a
Quanta, que foi intermediada por Kalunga e [Victor] Pelú-
cia, nos dá a oportunidade de divulgar alguns de nossos
SHOW DE CONSOLES DIGITAIS
produtos, como o MADI Bridge, um sistema que permi-
A Audio Systems chegou à AES com os modelos SD7,
SD8 e SD9, da DigiCo, empresa que, de acordo com An-
tonio Lorenzetti, diretor da empresa, em breve retomará
seu espaço no mercado. “A DigiCo é uma marca conso-
lidada nos segmentos de broadcast e de shows ao vivo,
mas que andou um pouco esquecida com a populariza-
ção de outras marcas. Nosso objetivo, portanto, é trazê-
-la de volta para a cena, desta vez com um marketing
mais agressivo e competitivo”, disse ele.
AM&T
box digital e vem com oito máquinas de efeito. Foi lançada No estande da Alto Professional, Roberto Sallaberry
na NAMM deste ano”, apontou o diretor Valdini “Jabá”. apresentou o console MasterLink 16 Live, lançamento
que também chega ao mercado no modelo de 24 ca-
Na Music Company, o destaque entre os consoles fi- nais. O equipamento é totalmente integrado ao iPad e
cou por conta do analógico ASP4816, versão compacta ao iPad 2 via dock 30 pinos, tem display touchscreen,
e remodelada da Audient ASP8024. De acordo com o entrada dedicada para microfones e equalizadores se-
diretor comercial Sergio Bueno, o equipamento, de- miparamétricos. “Ele ainda apresenta efeitos digitais
senhado pelo engenheiro David Dearden, tem alguns da Alesis e recursos exclusivos do Alto Professional
diferenciais, como o processamento interno de pré- Live Drive App, como o processamento e a gravação
-amplificadores classe A e equalizadores de quatro de mixagens em L/R”, acrescentou Sallaberry.
bandas, ambos fabricados pela Audient, além de dois
cue sends dedicados e quatro retornos estéreos. Distribuidor dos consoles SSL, a Music Mall levou para a
AES alguns modelos da fabricante que vão dar o que fa-
A GLD 80, da Allen & Heath, foi uma das novidades da Audio Premier,
também representante dos sistemas de sonorização TurboSound
áudio música e tecnologia | 71
Evento
AM&T
Da esquerda para a direita: MasterLink 16, novidade no estande da Alto, mesa que oferece integração com iPad, e Nucleus, inte
apresentada pela Music Mall e indicada para estúdios que não possuem consoles
72 | áudio música e tecnologia
MACKIE DL1608
Mesa que oferece controle via iPad causou sensação
Na Habro Music, o destaque foi, sem dúvida alguma, a nova Mackie DL1608. Pela
primeira vez exibida na América Latina, a mesa possui 16 pré-amplificadores Onyx
e conversores Cirrus Logic, de 16 bits. Seu grande diferencial, no entanto, está na
possibilidade de controle via iPad.
“Pelo iPad, é possível acionar parâmetros como equalização, reverb e delay, entre
outros. Como se não bastasse, o usuário tem, ainda, a possibilidade de introduzir
na mixagem o áudio de
qualquer App do seu
am&T
iPad e, se quiser, gra-
var a mix diretamente
no tablet”, explicou o
consultor técnico Ri-
cardo Barbosa.
Integrada ao iPad,
a Mackie DL1608
foi destaque no
estande da Habro
AM&T
AM&T
SI Compact, da Soundcraft: modelo de 16 canais com possibilidade de expansão para 32 foi lançado na feira. Ao lado, a Mida
que, junto com outras da mesma fabricante, esteve em evidência no espaço da ProShows
as caixas DXR8, DXR10, DXR12 e DXR15, e a linha DSR, plificação própria é, segundo o diretor de marketing Sa-
que chegou à feira com dois únicos modelos, DXS12 e muel Monteiro, um de seus diferenciais. “Afinal de contas,
DXS15. Carlos Pardal destacou que a utilização de amplifi- isso garante um perfeito alinhamento ao sistema”, disse
cadores classe D nos equipamentos proporciona um maior ele, citando, entre os modelos da linha, o Sky Sound 700
rendimento para altos níveis de pressão sonora. “Além dis- Fly, o Sky Sound 2200 Fly e o Sky Sound 3000 Fly.
so, as caixas contam com um sistema inteligente de prote-
ção, fundamentado em níveis de sinais enviados”, afirmou. E por falar em amplificadores, na Etelj, muitas novida-
des na linha Slim, que tem modelos que vão de 1.250
Na Studio R, uma grande novidade. Mais conhecida por a 16.500 W de potência. Mas o destaque da empresa
fabricar potentes amplificadores, a empresa levou para ficou mesmo por conta dos amplificadores que ocupam
a feira algumas releituras de suas primeiras caixas mul- uma única unidade de rack. “São amplificadores classe
tiamplificadas, produtos que, há anos, não fabricavam. D, com fonte chaveada, de 1.000 e 1.600 W. Eles pesam
Dentre elas, estavam as caixas da linha Sky Sound, que, cerca de 3,8 kg, ou seja, bem menos do que os mode-
projetadas por Homero Sette, têm carcaças fabricadas los concorrentes, que chegam a pesar 15 kg”, comparou
em compensado naval e tanto podem ser usadas como Sergio Marqui, que demonstrava os produtos.
caixas fly ou monitores de chão, pois têm angulações que
permitem mobilidade. O fato de ser um produto com am- Já a Harman levou a linha de caixas amplificadas JS, cujo
projeto foi elaborado em conjunto com a JBL, e que ofe-
rece modelos com falantes de 8”, 10”, 12” e 15”, todas
com duas entradas de áudio com volume independente,
entrada USB para aparelho de MP3 e controles de graves e
agudos. No estande também estavam expostos amplifica-
dores de potência da Crown, incluindo o modelo iTech com
quatro canais de 3500 W cada (em 2 ohms) em apenas 13
kg. O amplificador contém um processador interno BSS
Omnidrive HD e possui conectividade através da tecnologia
de rede para integração com sistema de controle HiQnet.
AM&T
as internacionais EAW, Qube, TurboSound, K-Array
e D.A.S., demonstravam a capacidade de seus line
arrays. Em apresentações individuais, de cerca de Sistemas de PA de oito marcas foram apresentados
30 minutos cada, representantes e fabricantes dos siste- no estacionamento do Expo Center Norte
mas executavam, a seu gosto, hits da black music e do
pop contemporâneo. Entretanto, houve quem optasse por
as Pro6, tais de 3.000 watts de potência”, informou o proprietário
blues e até mesmo heavy metal. Fábio Zacharias. “Para melhor uso dos sistemas, esta-
mos investindo pesado no desenvolvimento de softwa-
O engenheiro Anderson Pereira, que ao lado de Walter res, como o FZUE, que acaba de ganhar nova versão, e
Ullmann e Eduardo “KVG” Cintra coordenou as exibições, em firmwares para os DSPs. A parte eletro-acústica já
explicou que durante as manhãs e tardes as empresas se evoluiu bastante. Temos, agora, é que trabalhar em cima
revezavam e demonstravam os lines a seu gosto. Porém, da otimização desses lines”, completou ele.
ao fim de cada dia, representantes da AES promoviam um
comparativo mais real entre os sistemas, executando o A HPL demonstrou o sistema Qube QSA210, da FBT, for-
mesmo trecho de uma música em cada um deles, alterna- mado por caixas de duas vias, que contém falantes de
damente, respeitando o limite de 90 dB. Anderson contou neodímio de 10” e drivers de 1,7, da b&c. De acordo com
ainda que o comparativo deixou clara a similaridade de qua- o consultor técnico Selismar Oliveira, as caixas, de altas,
lidade dos sistemas, independentemente de suas origens, promovem uma cobertura de 150 graus e funcionam mui-
nacionais ou internacionais. “Alguns soavam melhor do que to bem juntamente aos subwoofers QS218, que possuem
os outros, mas a diferença entre eles não era altamente falantes de 18” e chegam a 100 dB de pressão sonora.
perceptível, como o que ocorria no passado, quando os sis-
temas ‘gringos’ eram muito melhores do que os 'nossos'." A Decomac levou para a feira elementos do sistema J,
um dos três produtos da linha profissional da alemã d&b,
A FZ Áudio exibiu seu FZJ015A, com caixas contendo marca que distribui com exclusividade no Brasil desde
dois falantes de 15”, quatro falantes de 8” e dois drivers. a Expomusic 2011. E para reforçar a aposta, o execu-
“É um sistema autoamplificado por amplificadores digi- tivo promoveu, paralelamente à AES, na noite do dia 8
de maio, uma demonstração somente para convidados,
num salão do Hotel Holliday In, próximo ao Expo Center
Norte. Na ocasião, foram demonstrados os lines J, V e Q.
As caixas da linha J foram apresentadas em dois mode-
los, J8 e J12. “Contando com dois falantes de 12”, um
falante de 10 e dois drivers cada, elas são diferentes so-
mente na abertura. Enquanto a J8 abre 80 graus, a J12
chega a 120”, disse Fernando Nanão, do departamento
técnico da Decomac, que também permanece firme na
comercialização dos sistemas D.A.S., como o Aero, de-
monstrado na área externa do espaço de exibições.
AM&T
Sistemas FZ Áudio, FBT, D.A.S. e TurboSound: line arrays “falaram” e foram ouvidos no estacionamento do Expo Center Norte
A Audio Premier chegou à área externa com o seu Flashli- A Staner esteve presente com seu sistema ST1300 Pro,
ne, da TurboSound. De alta performance, o sistema vem com caixas compostas por dois falantes de 12”, dois dri-
disputando espaço no mercado com outros possantes. É vers de diafragma de titânio e conjunto magnético em
um PA para shows em grandes arenas, ou seja, espetá- neodímio. “O sistema opera em três vias e conta com
culos que reúnem mais de 200 mil pessoas. Costumamos processamento interno de sinal. Como complemento,
trabalhar com ele num pico de mais de 130 dB. É um sis- foram utilizados os subwoofers SB4001, uma revisão
tema muito potente”, disse Valdini “Jabá”, lembrando que simplificada da clássica SB4000”, disse José Martos,
a Audio Premier continua trabalhando com outras marcas
desenvolvedor de produtos da empresa.
de caixas, como a ElectroVoice, da qual destacou a linha
Live X, destinada a sonorizações de pequeno porte.
A LS Áudio apresentou o Slinpec 4612, com caixas com-
postas por dois falantes de 12”, quatro de 6,5 e dois
A ProShows não deixou por menos e também demons-
drivers com garganta de 36 mm. Acompanhando-o, es-
trou um line array potente – o clássico EAW –, composto,
tavam os subwoofers Slinpec 218, compostos de dois
na exibição, por caixas KF740. Os subwoofers foram os
falantes de 18”. “Este sistema é do tipo que opera com
SB1002. “A parceria com a fabricante internacional não
é novidade, foi anunciada durante a Expomusic 2011, o máximo de desempenho e o mínimo de fadiga. Foi
porém somente agora é que os produtos começaram a com este conceito que o desenvolvemos e é isso que
chegar em maior número no país”, disse Roger Santos. temos visto na estrada”, disse o diretor Lucas Sallet.
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Mais destaques da área externa: as caixas KF740, do line array EAW; o sistema
76 | áudio música e tecnologia
ST1300 Pro, da Staner; o Slinpec 4612, da LS Áudio; e o JH15, da K-Array
A Gobos do Brasil levou para a exibição o sistema xas como a Staner, a Studio R e a Antera são alguns
amplificado KH15, da K-array, com caixas de altas dos que utilizam os tais elementos. A ideia é que,
compostas por dois falantes de 8” e dois drivers aos poucos, outras montadoras também passem a
cada. O sistema, que contou, ainda, com subwoofers usá-los”, declarou o diretor Walter Silva.
KO70 compostos de dois falantes de 21”, tem, além
da sonoridade, outra importante característica – a Na Oversound, o desenvolvedor de produtos Emer-
leveza. “Particularmente, não conheço um line array son Righi apresentou a linha LA de falantes para
desse porte que tenha caixas tão leves. Cada ele- line array. “Dentre as novidades”, disse ele, “estão
mento pesa cerca de 12 kg, o que facilita bastante o subwoofer 1200, de 21 polegadas, o coaxial, de
as montagens”, disse o diretor Esteban Risso. 15 polegadas, e um segundo de 12 polegadas, este
voltado para caixas multiuso”. Na Eros, representada
ALTO-FALANTES PARA TODOS OS GOSTOS por Luiz Fernandes, o destaque ficou por conta de
dois novos produtos: “o E-12 Hammer, um falante de
Como falar em caixas sem falar em falantes? Na 5,2 watts RMS, e o E-15 Target Bass, de 4.500 wat-
Penn Elcon, o destaque absoluto ficou por conta dos ts”, disse Luiz. Já na B&C Speakers, administrada por
clássicos da Fane, empresa com mais de 50 anos de Vinicius Adamatti, as novidades foram o 18DBW100,
tradição que, por muito tempo, teve seus produtos um subwoofer de 18”, e o 12FW76, de 12”. “Uma par-
atrelados às caixas usadas por Pete Townshend, gui- ticularidade nestes produtos é que ambos são fabri-
tarrista do The Who. “No Brasil, fabricantes de cai- cados em ferrite e neodímio”, destacou Vinicius.
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Astor Silva (Avid), Robert Evans (Avid) e Luiz Helenio (IATEC); Benjamin Campos (Decomac) e Christian Stumpp (d&b
Na Audio Systems, por exemplo, o sistema de moni- Na Pentacústica, o assunto eram os distribuidores de
toração individual My Mix também esteve em desta- energia PS 1.4 e RMP 125. Desenvolvido em padrão
que. “Trata-se de um produto que vai além dos ou- rack de 19” com apenas uma unidade de altura, o
tros sistemas do mercado. Usando conexões de rede PS 1.4 tem capacidade de entrada de 20Arms, opera
em modo cascata, tem a possibilidade de se conectar em redes de 100Vac a 240Vac, 50 Hz ou 60 Hz. Já
quase que infinitamente. Como se não bastasse, ainda o RMP, que trabalha com conectores Cam-lock 150A
permite que cada músico grave, num cartão SD, de 16 para a entrada e IEC-60309 para a saída, tem como
canais, seu mix em estéreo”, disse Antonio Lorenzetti. diferencial uma chave reversora inteligente com
proteção anti-conexões equivocadas.
Na MBit, a sensação foi a linha de gerenciadores
de áudio da Symetrix, marca que distribui com ex- Na Libor, também foram lançados produtos T.C.
clusividade no Brasil. Para Mario Bittencourt, dire- Electronic, como o processador de efeitos System
tor da MBit, “dentre tantos itens, chamou a aten- 6000 MK II, que tem uma infinidade de rever-
ção do público o Jupiter 8, um gerenciador com bs para mixagem em som de cinema, tais como
oito entradas e oito saídas, que utiliza aplicativos ambiências de interior de automóveis, catedrais e
otimizados de mixagem e roteamento de endere- naves espaciais; o limiter e corretivo de loudness
ços públicos e de distribuição, sonorização e pro- DB2, dedicado a emissoras de rádio que utilizam
cessamento de sinais para fins especiais”. sinais analógicos, e o TM9, que monitora sinais por
respeitando as normais governamentais. Enquanto
Dentro da linha de produtos para estúdios no es- isso, no estande da Alto não poderiam faltar produ-
tande da ProShows estavam os prés e interfaces tos Numark. Da série de 30 lançamentos, dois fo-
de áudio da Focusrite, incluindo os modelos Saffire ram destaque: as plataformas para DJ 4Track e N4.
e Scarlett. Já a nova linha de interfaces multicanal
RedNet, que é conectada ao computador via Ether- Rogério Raso, diretor geral da Santo Angelo, se mos-
net (protocolo Dante), segundo a distribuidora, es- trou bastante satisfeito com o evento e destacou que
tará sendo comercializada no segundo semestre. AES Expo serviu para lembrar ao público de que sua
empresa não é focada exclusivamente em conectores. minada região do espectro e do panorama estéreo
“Nossos pedestais, suportes e estantes para partituras e efetuar intervenções bem específicas, tais como
têm uma ótima aceitação do mercado por serem, de eliminar determinado instrumento, mudar a afinação
fato, produtos de excelente qualidade”, afirmou. da voz, além de funções para suprimir ruídos indese-
jáveis presentes na gravação. Outra novidade é que
Para os músicos, a Harman apresentou o sistema Digi- o driver REAC, que permite conectar os sistemas de
tech iStomp: um pedal de efeito para guitarra aparen- Digital Snake e os consoles V-Mixers ao computador
temente convencional, mas que pode ser totalmente para gravação multipistas, agora suporta a interfa-
reconfigurado para um dos 28 modelos de “e-pedals” a ce OctaCapture para monitoração. A empresa estava
partir do download, usando um aparelho iPhone, iPod expondo toda a sua linha de Digital Snakes, os con-
ou iPad, de dados disponíveis na Stomp Shop App. soles digitais M300, M380 e M480 e também os gra-
vadores digitais R-26 (portátil) e R-1000 (40 canais),
Na CV Áudio, que tem Ricardo Kawasaki na direção de
e contou com a participação do técnico de áudio Cotô
marketing, puderam ser conferidas novidades na linha
Guarino, que apresentou pequenas palestras sobre a
de suportes, como os Konig & Meyer para monitores de
operação dos consoles M300 e M480.
referência de estúdio e para fones de ouvido. “A AES é
uma feira voltada para o áudio profissional, e a música,
em si, está diretamente ligada a isso. Portanto, trouxe- DISSEMINANDO CONHECIMENTO
mos os pedestais da Konig, assim como apresentamos
os monitores de duas vias Genelec, os conectores Neu- E por falar em palestras, elas, junto com seminá-
trik e os direct boxes CountryMan”, destacou. rios e workshops, foram parte muito importante da
AES Brasil Expo 2012. Somando toda a programa-
A principal novidade no estande da Roland foi o R- ção de todas as salas e auditórios, foram mais de 30
-Mix, um software que oferece uma série de recursos sessões, que mobilizaram um grande e qualificado
de edição. Com o áudio sendo mostrado num gráfico público. Mais uma vez, o evento contou com os se-
em tempo real, é possível apontar para uma deter- minários promovidos pela SynAudCon e pela Meyer
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Rogério Raso, diretor geral da Santo Angelo, e membros de sua equipe de desenvolvimento; Alexander Schek, Paulo Del Pic
Sound. No primeiro, o engenheiro Pat Brown tratou permite aumentar a eficiência na reprodução de bai-
sobre temas variados, como equalização, prevenção xas frequências usando um controle de realimenta-
de ruídos e sistemas de sonorização com linhas de ção com sensores de pressão nos alto-falantes.
70V. No segundo, o especialista Oscar Barrientos
apresentou tópicos fundamentais sobre line arrays e Para quem trabalha com medições eletroacústicas,
abordou os procedimentos necessários para se pro- foram realizados dois workshops bastante interes-
jetar arranjos curvilíneos em auditórios e ao ar livre. santes e concorridos: Pedro Lima, engenheiro e
representante técnico da AFMG, mostrou recursos
Joe Begin, da Audio Precision, mostrou detalhes sobre e novas funções do software EASERA SysTune, en-
a avaliação de parâmetros de amplificadores classe quanto Fernando Fortes, engenheiro e mestrando da
D, uma topologia cada vez mais usada atualmente, Unicamp, abordou o software Smaart.
e comparou os procedimentos e resultados das me-
dições desses parâmetros com os de amplificadores Também concorrido foi o painel sobre masterização
analógicos. Dan Dugan, projetista e proprietário da no século 21 com Carlos Freitas, do estúdio Classic
Dugan Sound Designs (USA), abordou os conceitos Master, que contou com um debate envolvendo Tor-
do automixer e apresentou as características princi- cuato Mariano (músico, ex-diretor artístico da grava-
pais dos dispositivos desenvolvidos por sua empresa. dora EMI e produtor de nomes como Flávio Venturini
e Hamilton de Holanda) e Beto Neves (engenheiro
A palestra de Tim Vear, engenheiro da Shure, foi so- de gravação e mixagem de artistas do quilate de
bre os sistemas de RF para microfones, abordando Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Gilberto Gil).
as características dos sistemas sem fio, destacando
as vantagens dos equipamentos atuais que usam Rodrigo Meirelles, supervisor executivo de sonorização
tecnologias digitais. O engenheiro italiano Mario Di na pós-produção da TV Globo e colaborador da AM&T,
Cola apresentou em sua palestra um processo que esteve à frente de uma interessante palestra sobre
áudio 5.1 para televisão. Dentre os temas abordados sua empresa, Steven adiantou que muitos itens têm
por Rodrigo, que ainda participou de um painel sobre sido criados com tecnologia coaxial, e que ela, que ga-
controle de loudness na TV junto com representantes rante maior eficiência dos equipamentos, se tornará
de outras emissoras, destaque para camadas sonoras, um ponto constante na linha de produtos da marca.
preenchimento de espaços, captação 5.1, correlação
entre fontes sonoras e bibliotecas de efeitos. O segmento de Acústica contou com cinco palestras.
Stelamaris Bertoli, física e professora da Unicamp,
O engenheiro Robert Scovill, entusiasta das tecnolo- apresentou orientações básicas que devem ser ob-
gias digitais de mixagem, falou, em sua palestra, sobre servadas na elaboração de projetos arquitetônicos
a evolução dos mixers, deixando claro que, na sua opi- para melhorar o desempenho acústico de ambientes.
nião, embora a qualidade do som mixado ao vivo seja Já a arquiteta Elcione Moraes, professora da UFPA,
importante, nada pode atrapalhar o fluxo de trabalho. falou sobre diretrizes na elaboração de projetos para
"Se operações são colocadas em risco só porque você salas de gravação, abordando questões sobre iso-
'tem' que trabalhar com analógico, não vale a pena. lamento e condicionamento acústico em diferentes
Eu não acho que temos que abrir mão da qualidade do tipos de aplicações. A palestra foi muito concorrida
som, mas se eu tiver que perder 10% dessa qualidade e, por ter sido realizada numa sala pequena, muitas
para mixar melhor, certamente farei isso”, destacou. pessoas não conseguiram assisti-la. Marcelo Porte-
la, do Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC,
Já Steven McCale, engenheiro de áudio da Clair Bro- explicou os mecanismos da audição e os diferentes
thers, ressaltou, em sua fala, que o futuro do áudio processos envolvidos na percepção do som. O enge-
está na ciência de materiais, e que a tendência é nheiro argentino Gustavo Basso falou sobre a restau-
que falantes fiquem cada vez mais leves e menores, ração do Teatro Colón, em Buenos Aires, e descreveu
com os amplificadores se tornando ainda mais pode- os procedimentos para preservação da sua acústica.
rosos e inteligentes. Sobre os próximos projetos de Bruno Fazenda, professor português com doutorado
Evento
AM&T
em Acústica na Universidade de Salford, apresentou ves em salas audição, abordando o uso de processos
um estudo sobre a qualidade de reprodução de gra- ativos para minimização de ondas estacionárias. •
AM&T
Rodrigo Meirelles em ação: colaborador da AM&T comandou palestra sobre áudio 5.1 para TV e participou de painel
Para conferir mais fotos e vídeos da AES Brasil Expo 2012, visite o site da Áudio Música & Tecnologia (www.musitec.com.br).
LOLLAPALOOZA
BRASIL
SUCESSO OPERACIONAL NA EDIÇÃO NACIONAL DE UM DOS
J
ockey Club, São Paulo, sábado, 7 de abril de que, por dois dias, passou pela capital paulista, reali-
2012. Por volta das quatro da tarde, o grupo O zando o sonho de roqueiros de todo o país.
Rappa subia ao palco e tocava para um público
que, horas mais tarde, se tornaria uma multidão. Era Por falar em Jane’s Addiction, eles também se apre-
a abertura do Lollapalooza Brasil, versão nacional de sentaram no festival, ao lado de outros grandes
um dos maiores festivais de rock do mundo, criado e nomes do rock mundial, dentre eles Foo Fighters,
dirigido por Perry Farell, vocalista do Jane’s Addiction, TV On The Radio, Arctic Monkeys e Joan Jett. Para
MAIORES FESTIVAIS DO MUNDO para que não invadisse o palco Cidade Jardim,
enquanto a Tenda Eletrônica teve 12 Vertec
por lado no PA, com 18 SB1000 EAW por lado.
“Montamos um delay dentro da tenda de modo
que ele [o delay] distribuísse o som, para que
comportar tantas atrações – 42 nomes, ao todo –, pudéssemos manter a pressão sonora sem au-
foram necessários quatro palcos, chamados de Cida- mentar o PA excessivamente, de modo que ele
de Jardim, Butantã, Alternativo e Tenda Eletrônica. não incomodasse os outros palcos”, disse.
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A Profile, da Avid, foi a mesa destinada aos operadores de PA dos artistas do festival
jetamos os sistemas de modo a conter o som de equipamento confiável. O cara do Foo Fighters
cada espaço num raio limitado para que não hou- também trouxe a dele, provavelmente pelo mesmo
vesse conflito entre as apresentações”, completou. motivo, mas, na verdade, muitas bandas viajam
com seus consoles, entre outros equipamentos”,
FOO FIGHTERS E O RAPPA LEVAM disse Ricardo Vidal, operador de PA da banda ca-
rioca. “Eles [os profissionais da equipe técnica dos
CONSOLES AO FESTIVAL Foo Fighters] iam trazer uma XL8, mas acabaram
optando por outra”, completou.
Todos os artistas usaram os consoles disponi-
bilizados pela produção do evento, exceto o Foo
Fighters, que trouxe para o Brasil sua DigiCo AUDIO BIZZ CUIDA DA LOGíSTICA
D-5 Live, e O Rappa, que tem viajado com uma TÉCNICA DO EVENTO
Soundcraft Series Five, locada pela Audio Com-
pany, empresa de Volta Redonda, Rio de Janeiro. A empresa de coordenação técnica de eventos,
Audio Bizz, que pertence ao engenheiro Andreas
“Desde que a banda voltou para a estrada, estou Schmidt, operador de PA do cantor Toquinho, foi
usando essa Series Five. Faço questão de levá-la a responsável pela logística de equipamentos de
para todos os cantos, pois é uma mesa na qual todo o Lollapalooza. Assistente de Andreas, o tam-
confio demais. E como o show d’O Rappa é to- bém engenheiro Victor “Pelúcia” creditou à pré-
talmente ‘pilotado’, é preciso estar diante de um -produção do evento o fato de tudo ter dado certo,
TRANSMISSÃO SEM
DERRAPAGENS
Transmissão ao vivo de mega-
festivais realizados no Brasil é
algo que, até hoje, divide opini-
ões. Há quem diga que, apesar
dos avanços tecnológicos, algu-
mas emissoras locais de TV ain-
AM&T
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Victor “Pelúcia” foi assistente de Andreas no festival. Para ele, coordenador técnico está entre os melhores do país
No entanto, a transmissão do Lollapalooza, feita agudos estiveram “no lugar”, dialogando harmo-
com exclusividade pelo canal Multishow, não “der- niosamente, e tornaram a mixagem prazerosa aos
rapou” e fez com que shows vigorosos, como o ouvidos dos espectadores. Outros festivais realiza-
dos Foo Fighters e o do grupo Manchester Orches- dos recentemente no Brasil, como o Rock in Rio e
tra, por exemplo, chegassem à televisão com uma o SWU, já haviam demonstrado a evolução no que
mixagem para lá de interessante. Nela, graves e diz respeito ao som na TV. •
TORNANDO O VOCAL
MAIS INTERESSANTE
Depois disso, pusemos um equalizador no insert do abruptamente, de -6 dB para -34 dB, e depois voltar
canal auxiliar onde está o bus de guitarras e aciona- a aumentá-lo, dessa vez aos poucos, conforme a gui-
mos o low-pass na hora em que inicia esse trecho. tarra volta a ficar mais aguda.
Observe na imagem que ele começa em 7.5 kHz e
desce gradualmente até 1.9 kHz, quando, então, co- Por uma questão de praticidade, escolhemos realizar
meça a subir de novo até 6.9 kHz. Depois disso, ele a automação no auxiliar onde está o bus de guitarras,
vai a 20 kHz, que é uma frequência tão alta (muitos porque, ao fazê-la nesse canal, afetamos todas as pis-
de nós nem conseguimos escutar nessa altura) que tas de guitarra (no caso dessa música, são duas pistas,
nem se percebe que o low-pass está ligado. uma para cada lado). Se tivéssemos feito a automação
nas pistas de áudio com as guitarras, teríamos que rea-
O resultado pode ser escutado na versão “guitarra eq” lizar a operação duas vezes, uma em cada canal.
(http://tinyurl.com/guitarraeq). Repare como essa
subida nas frequências agudas cria uma sensação de CONTROLE DE GRAVES
crescendo na guitarra e na música, preparando para
quando entra o vocal e a bateria. Uma segunda auto- Às vezes, temos de controlar o excesso de graves pro-
mação que fizemos nesse trecho foi reduzir o volume duzidos pelo baixo em certas pas-
sagens de uma música. No exemplo
3, este instrumento parece “saltar”
nos graves durante os compassos
três e sete e precisa ser controlado.
Confira na versão “baixo sem eq”
(http://tinyurl.com/baixosemeq).
Esse problema se torna pior se a
sua sala técnica não tiver um bom
tratamento acústico, pois ondas
estacionárias em determinadas fre-
quências podem lhe atrapalhar bas-
tante com os graves. Dependendo
da situação, não é o caso de se
abaixar o volume do instrumento,
AUTOMATIZANDO MANDADAS
PARA EFEITOS
Alexandre P. Cegalla atua como engenheiro de som há mais de dez anos e já produziu artistas no Brasil e no exterior. Atualmente, é proprietário
do Studio Bunker, em Curitiba (www.studiobunker.com.br).
áudio música e tecnologia | 97
aRTe eLeTRÔNIca | edson Borth
A
maioria das pessoas que trabalha com produção musical e também bastante presente no som progressivo do Kaska-
e de áudio nos dias de hoje acaba encontrando no cami- de, bem nítido no remix de Paul Walker para I Feel Like, para
nho problemas e situações muito parecidas. Umas delas citar, rapidamente, dois exemplos. Nestas composições, ou-
é a complicada escolha da ferramenta certa para executar as vimos nitidamente esse efeito nos sintetizadores que fazem
mais variadas tarefas, como, por exemplo, a aplicação de um a cama harmônica e que pulsam no BPM da música, como se
efeito em um dos canais do seu track através de algum plug- houvesse uma automação de volume nesses instrumentos,
-in ou a escolha de um sintetizador virtual para chegar a um fazendo com que os mesmos fiquem mais fracos nos tempos
timbre específico para uma linha melódica de um bass ou al- em que o bumbo toca e mais fortes nos contratempos.
guma harmonia com um pad. E o que muitas vezes acontece
é que saímos desesperados atrás desses efeitos em diversos AO TRABALHO
sites. Encontramos uma variedade enorme de marcas, sendo
alguns gratuitos, outros pagos, e acabamos esquecendo que, Ao abrimos o Ableton, ele inicia com dois canais, um de
quando compramos um software, muitas dessas ferramentas áudio e um de MIDI. O primeiro passo é criarmos um
já estão ali prontas para serem usadas e geralmente com a canal de bumbo, e esse é o software mais rápido que co-
qualidade tão boa quanto a de um plug-in caro. nheço para se fazer isso. É só acessar, no lado esquerdo
da tela principal, o File Browser 1/samples/waveforms/
Hoje vou falar sobre uma dessas ferramentas, o compres- drums/kick e escolher dentro desta pasta uma amostra
sor – mais especificamente a respeito de uma das mais de bumbo que você gosta (estas são as que já vêm com
interessantes aplicações desse processador na música o Ableton, mas você pode também escolher uma amostra
eletrônica, que é o sidechain (não confundir com a com- sua). Com o canal MIDI selecionado, clique na amostra
pressão paralela, que é outra técnica muito usada em mi- de bumbo e arraste-a para a parte de baixo da tela, onde
xagens), também bastante usado em outros vários estilos lê-se “Drop MIDI Effects, Audio Effects, Instruments or
musicais. Como estou falando de música eletrônica, optei Samples Here”, e pronto! Você já tem seu canal de bum-
por demonstrar esse processo no Ableton Live por dois mo- bo, que vai ser tocado por um instrumento virtual que
tivos: primeiro, pela rapidez e a facilidade com que se faz se chama “Simpler”, nativo do Ableton. Agora, você cria
isso nele; segundo, porque acabou sendo um dos softwares um clip MIDI dando um duplo clique no primeiro clip slot
mais utilizados entre os produtores deste estilo musical por deste canal MIDI e escreve no gráfico de piano-roll, que
todo o mundo. Logicamente, essa técnica também pode ser aparece na parte de baixo da tela, na linha da nota C3
aplicada em outros programas, como Logic, Pro Tools etc., (dó 3), quatro notas nos tempos 1, 1.2, 1.3 e 1.4, res-
mas em nenhum deles com tanta agilidade. pectivamente, como pode ser visto na figura 1.
O efeito que queremos é aquele que faz com que o track Você tem agora um canal de bumbo tocando. Vamos, en-
tenha um balanço pulsante, igual ao que ouvimos na clássica tão, inserir outro canal MIDI no projeto e colocar um instru-
One More Time, do Daft Punk, lançada como single em 2000, mento virtual que vai reproduzir a nossa cama harmônica,
Figura 1
Boa sorte!
Edson Borth é músico profissional desde 1989 e fundou grupos paranaenses importantes, como Gypsy
Dream e Nega Fulô. Produtor de áudio desde 1995, é formado em Produção Sonora pela UFPR, com espe-
cialização em mixagem e masterização pelo IATEC. É professor de Produção Musical na Yellow (Curitiba).
Layout de Estúdios
OMiD Academia de Áudio/Ivan Silva
O
lá! Neste mês vamos começar a falar sobre o seu estúdio. Se for um usuário dele, sendo músi-
como projetar o layout do seu estúdio. É um co, técnico ou produtor, você terá uma noção muito
momento muito importante dentro de um melhor sobre o que precisa fazer em seu projeto e
projeto de acústica e studio design, pois é neste sobre como deve soar o produto final.
momento que você deve decidir o que realmente
precisa, baseando-se em suas necessidades de Temos muitos clientes aqui no Brasil e ganhamos certa
produção musical. É a hora de sonhar com a forma fama por termos feito muitos projetos de alta qualida-
com que a produção de sua banda será gravada, de. Acredito que nossos projetos acústicos têm dado
mixada e masterizada. Você deve pensar em todas tão certo porque o resultado dos projetos está mais
as possibilidades de trabalho, imaginando desde musical, e essa musicalidade é devida ao fato de eu
uma banda pequena até um pequeno conjunto or- ter trabalhado durante décadas em estúdios, como
questral. É agora o momento em que você constrói técnico ou produtor. Sendo assim, quem trabalha em
os alicerces de todo o seu projeto. Vamos lá! estúdios tem, já de saída, uma vantagem significativa.
Como podemos usar esta informação? Quando ana- modar todas as suas necessidades musicais.
lisei os projetos em questão, percebi que eles esta-
vam calculados de baixo para cima, ou seja, através Então, quais são os passos de uma produção musical?
de cálculos e fórmulas o projetista montou o projeto Confira no final desta página.
final, deixando tudo da maneira descrita acima. Mas
não soava! Faltou aquele ingrediente. Esta abordagem Cada etapa requer um espaço de trabalho diferen-
se chama bottom-up: trabalhar de baixo pra cima. te. A pré-produção é um dos momentos em que
O que eu proponho é fazer exatamente o contrário: você poderia trabalhar em qualquer lugar, normal-
começar com o sonhar com o que você quer, tentar mente com uma estação de trabalho. É comum
imaginar, visualizar e ouvir o espaço projetado, traçar que isso seja feito na futura técnica, que você pre-
as ideias grandes primeiro e, só depois de você definir cisa para monitorar a sua gravação ou para, de-
o que quer, partir para os detalhes. Esta abordagem pois, fazer a mixagem ou masterização.
se chama top-down: você começa com a ideia geral
e então trabalha em direção aos detalhes. É essa a A fase de captação já é um pouco mais complexa.
nossa abordagem, que, junto com a experiência de ser Ela se divide em seção rítmica, cobertura e overdub.
usuário de estúdios, eu garanto que dá muito certo.
O que é a seção rítmica em uma gravação? A seção rít-
mica, ou “cozinha”, no Brasil, é a parte nuclear, rítmica,
OS PASSOS DE UMA
da banda: a bateria, o baixo, as guitarras e teclados
PRODUÇÃO MUSICAL
rítmicos. A captação da seção rítmica é caracterizada
por seu feel ou groove, e, por isso, é feita toda jun-
Primeiramente é necessário perguntar-se o que
ta, não sendo, recomendável, por exemplo, separar o
acontece dentro de um estúdio de gravação. Isto
baixo da bateria. Isso é tão importante porque esta
vai ajudar muito a ter clareza do que você realmen-
parte da música tem nuances em tempo e interações
te precisa e vai garantir que o futuro projeto atinja
musicais entre os músicos que, mesmo sutis, fazem
suas necessidades. Precisamos ter certeza de que o
grande diferença. Se a bateria for captada primeiro e
estúdio que estamos projetando está acomodando
o baixo depois, a música vai soar estéril e sem alma.
as diversas possibilidades de produção. A partir dis-
to, definimos os objetivos básicos do projeto, mas
Para poder manter esta integridade, você precisa
também garantimos que este projeto poderá aco-
ter um layout em que consiga acomodar a bateria,
um estúdio de gravação. O único As salas sobre as quais falamos até agora foram as
técnicas: técnica de monitoração, técnica de mixa-
porém é a questão do isolamento
'' gem e técnica de masterização. Temos a sala de
captação, que, de preferência, deveria ser gran-
A cobertura é a parte em que você capta os instrumen- de para a cobertura e, se possível, ajustável para
tos adicionais, como percussão, cordas etc. Eles serão vários conjuntos musicais. Precisaríamos de salas
gravados em cima da seção rítmica, dando um certo pequenas, de isolamento, para bateria ou baixo
brilho à música, como cobertura a um bolo. Para captar e até um armário isolante de captação para aco-
a cobertura, o ideal seria uma sala grande, com sonori- modar o amplificador de baixo ou guitarra para a
dade bastante homogênea. Sendo assim, a dinâmica é gravação simultânea da seção rítmica. Mas exis-
bem diferente da conferida na seção rítmica. O tipo de tem outras duas salas muito importantes para um
música também muda: muitas vezes são músicos len- projeto de estúdio de gravação, que não mencio-
do partituras completas, que foram elaboradas por um namos ainda: o soundlock e a sala de máquinas.
arranjador. As nuances da performance já foram esta-
belecidas na captação da banda e tudo que está sendo O soundlock é uma espécie de antecâmara, parecida
captado daí para frente segue a música já estabelecida. com uma sala de revelação, que impede a entrada
de luz. No estúdio de gravação, a antecâmara fica
O overdub é uma seção de gravação que requer ain- entre a técnica e o estúdio, com acesso aos dois, bem
da menos salas, já que pode ser feito na própria sala como ao exterior do estúdio. Desta forma, se alguém
técnica ou em uma pequena sala para vocais, normal- quiser entrar no estúdio, o som não vai vazar pra a
mente localizada bem próxima à técnica. Em muitos técnica, por exemplo. A sala de máquinas existe para
lugares há um estúdio focado na captação e outro na acomodar equipamentos que fazem ruídos dentro do
mixagem. Nos grande estúdios, há técnicas para mo- estúdio, como amplificadores ou computadores que
nitoração com grandes salas de captação, técnicas de possuem ventoinhas ou coolers. Ambas as salas têm
mixagem com um iso que são usadas para a realização um alto poder de absorção e podem ser usadas como
de overdubs. É melhor levar esta parte para um estú- pequenas salas de isolamento, para gravar os ampli-
dio focado em mixagem, liberando o estúdio principal ficadores de guitarra ou baixo.
para a próxima gravação, o que é comercialmente mais
interessante para você, pois a sessão de overdubs é, Então por onde começamos o nosso projeto de
muitas vezes, a mais demorada! É aqui que o vocalista layout? Se você tem um espaço limitado, qual das
vai substituir sua voz guia pela versão vocal final. salas é imprescindível? Qual é a mais importante?
A técnica, a sala de captação ou um dos isos? Se
Uma vez tudo captado, começa o processo de mixa- você respondeu a técnica, acertou. É que, em uma
gem, que requer apenas uma sala técnica de mixa- sala técnica, você pode não só mixar ou masterizar,
gem. O mesmo se aplica à masterização, que deveria mas também gravar. Em futuros artigos, veremos
acontecer com outro técnico e em outra sala técnica, que a técnica é acusticamente muito mais exigente
do que uma sala de captação. Com esta premissa, 70 m3, especialmente em relação às frequências
podemos concluir que é possível transformar uma graves. Isso poderia ser, por exemplo: largura = 4
técnica em uma sala de captação ou até em uma m, comprimento = 5 m e altura = 3,5 m. Ou seja,
sala de isolamento sem ter muitos problemas. Ao
para quem quer montar um estúdio em casa, so-
contrário, tentar mixar ou masterizar dentro de
mente a técnica já ocupa bastante espaço. Procure
uma sala de captação fica muito mais difícil.
medir um espaço de 5 x 4 para ter uma ideia da
Se seu espaço for um pouco maior, seria melhor grandeza. A reação inicial é de querer aproveitar
subdividi-lo em dois, para garantir uma técnica e os espaços existentes fazendo várias salas, mas se
seguir o critério de tamanho mínimo para uma téc-
nica, você vai acabar se decidindo por fazer uma
para técnica quanto para captação, do que ter duas passo, sobre como organizar a sua produção musical
salas pequenas para captação. A BBC estabeleceu e como isto se reflete na sala de captação, continu-
que uma boa técnica deveria ter não menos que ando o que começamos aqui. Vejo você por lá!
Sabia que fazer uma pequena interferência no seu espaço de trabalho pode gerar resultados muito
melhores do que você pode imaginar? Os primeiros ajustes descritos aqui têm um custo-beneficio
melhor do que aquele associado a ajustes finais em um projeto audiófilo caro.
Veja um passo a passo do que é necessário fazer para arrumar a sua sala técnica (qualquer lugar onde
você tenha seu computador e suas caixas de som).
1. Escolha sempre a maior possível da sua casa. Quanto maior, menos problemas para montar uma
técnica. Lembre-se de que o parâmetro é ter mais do que 70 m3, se possível. Procure uma sala que seja
simétrica.
2. Uma vez escolhida a sala, trace um eixo simétrico no chão, usando alguma fita adesiva. É nesta
linha que você deve montar sua cadeira e o computador e medir as distâncias para as caixas.
3. As caixas devem estar a, no mínimo, 30 cm de distância da parede para minimizar problemas com as
frequências graves. Elas deverão formar um triângulo equilateral entre os seus tweeters e os ouvidos do
técnico (sendo que um ponto é o tweeter da caixa direita, o segundo ponto é o tweeter da caixa esquer-
da e o terceiro é o sweet spot, onde estão os ouvidos do técnico).
5. Uma vez feito isso, comece a ouvir o som e verifique sua qua-
lidade sonora. Se precisar, você poderá fazer uma calibragem fina
(ajustes necessários até que se chegue a um resultado sonoro
satisfatório) usando os conceitos anteriormente abordados.
Omid Bürgin é compositor, projetista acústico e produtor musical. Fundou a Academia de Áudio (www.academiadeaudio.com.br), que oferece cursos
de áudio, produção, composição e music business e dispõe de estúdios para gravação, mixagem e masterização. E-mail: omid@omid.com.br.
Trocando
Fernando moura
os cabos do
estúdio
Sacudindo a poeira das conexões e substituindo o oxidado pelo cheiro de novo
O
s leitores que acompanham essa coluna talvez se anos, mas, como muitos músicos da minha geração, prefe-
lembrem que, em nosso último encontro, devido ao ri investir na produção musical e vou caminhando entre os
carnaval, tirei umas férias, reciclei meus gostos musi- trabalhos autorais, populares e o mundo das trilhas sonoras.
cais, recuperei um velho companheiro de trabalho, o lendá-
rio Prophet 5, e ouvi muitos músicos interessantes saindo Dentro desse quadro, já há algum tempo é essencial con-
pelos bueiros do subway nova-iorquino. tar com um home estúdio que funcione bem e seja capaz
de me servir de ferramenta para fazer demos rápidas e
Depois dessa formatação de cabeça (no bom sentido, lei- de boa qualidade e também versões definitivas para pro-
tor!), volto para meu lugar de trabalho, que ficou parado duções com orçamentos menos generosos do que os dos
duas semanas e é só barulho de sujeira nos contatos, ruí- meus colegas do cinema americano.
dos indesejados, instrumentos que funcionam de um lado
só, monitores com interferências... Um certo desânimo co- Ao se pensar num home estúdio com esse perfil, vemos logo
meça a se instalar em minha mente: será que eu largo isso um computador possante agregado a uma placa de áudio
tudo de lado e vou estudar piano seriamente? de mais de um par de I/Os e especificações para gravar
em até 192 kHz, um sequencer de áudio e MIDI escolhido
“Muito tarde para tentar uma vida de Michel Petrucciani ou entre os três ou quatro que “todo mundo usa”, cascatas de
McCoy Tiner, meu camarada”, me sopra uma voz de razão plug-ins e, até onde o dinheiro permite, muitos periféricos
dentro de mim. Essa opção poderia ter sido feita há uns 20 de pedigree: compressores, limiters, equalizadores, efeitos
analógicos e clássicos. Bons microfones, boa monitoração, Pai Fábio de Aruanda, do alto de sua experiência de déca-
se possível mais de um tipo de caixas, um outro teclado das de gravação, opina:
vintage para tirar uma onda e estamos no negócio, certo?
“Se os cabos estão lá conectados e você nunca mexe, é pro-
Mas e quando você ouve em outros estúdios o som que você vável que estejam cumprindo o seu papel. Muita atenção
grava em seus domínios, fica sempre tudo bem mesmo? E essa aqui, porque o cabo, quando envelhece, vai se oxidar...” “Ca-
ruideira que estou ouvindo agora porque fiquei duas semanas bos que você manuseia muito podem acabar tendo a blin-
sem ligar o estúdio, será que não está sendo gravada? Você dagem comprometida. O mesmo quanto aos plugues.” “Uma
acredita que algum hum/noise eliminator Tabajara sempre re- coisa a se considerar é a qualidade dos cabos em si, inde-
solve tudo e elimina os ruídos indesejáveis aos seus arranjos? pendentemente da idade.” “O que talvez melhore sua vida
no quesito humming é o comprimento dos cabos. Quanto
Sejamos honestos, leitor: você já pensou em dar uma geral menores, melhor. Se puder dimensioná-los de acordo com
nos cabos que usa em seu local de trabalho? as necessidades de seu espaço de trabalho, melhora muito.”
Será que alguns deles não seriam de uma outra época da Parece que os poderes de Pai Fábio de Aruanda o levaram
sua vida, quando você fazia shows com setups enormes, a ter uma visão bem próxima da realidade do meu home
complicados, que depois foram encolhendo e os cabos fo- studio e central de produção, de onde crio e produzo música
ram sendo recolocados em seu estúdio particular, que veio para as mais diferentes utilizações e localidades pelo mundo
crescendo na direção inversa, com um número cada vez afora. Veja as foto de abertura deste texto, leitor: a balbúr-
maior de outputs precisando falar? dia de tamanhos inadequados e cabos trançando uns nos ou-
tros é tão aterradora quanto comum a quase todos os home
Entre esses combalidos e velhos companheiros de música, studios que conheço, independentemente da quantidade de
será que alguns não se enquadram naquela categoria “vou dinheiro investida em hardware, software e instrumentos.
quebrando um galho com esse aí e depois compro outro
melhor”? Será que alguns deles não foram soldados por A oxidação dos cabos das fotos é evidente. Aí estão ve-
algum roadie a dez minutos do show começar numa praia lhos companheiros de mais de 20 anos que depois de mui-
lotada de gente, areia, cerveja e vento e agora estão conec- tos shows agora repousam tranquilos no ar-condicionado
tando áudio outputs da sua caríssima interface de áudio? de Botafogo, descarregando suas bactérias sob forma de
humming com um espasmo ou outro de interferência em
Pois é, leitor: talvez esteja na hora de sacrificar a vaidade minhas criações musicais. Marcas são inevitáveis depois de
de ter o mais possante computador do bairro e profissiona- anos atendendo a intermináveis trabalhos de Hércules de
lizar as conexões de seu estúdio. Tempo de decidir se você um frila que resolve muitas situações em que não se sabe
prefere uma reputação de qualidade sonora ou de exibição o valor de um bom cabo para um bom som, mas sempre se
de equipamentos para seu estúdio. fica impressionado com um monitor grande para o software
que está sendo usado no mesmo estúdio.
três opções, você pergunta o preço, estira o beiço na direção de 75 cabos velhos do meu estúdio por cabos de qualidade
do que tiver o preço intermediário e manda embrulhar meia uniforme e pedigree Santo Angelo dimensionados correta-
dúzia para viagem em qualquer língua que o cara entenda. mente através de uma lista de mais de 30 anos de equipa-
mentos colocados num ambiente 4 por 4.
Há um bom tempo, pelas indicações do meu parceiro João
Castilho e pelas recomendações do maior senso prático do Tirar todos os cabos de uma vez e colocar um a um foi uma
mundo real da música, o carioca Paulinho Carvalho, do Eco- opção descartada na primeira volta. Como a lista que serviu
Som Studios, que é onde uma infinidade de gente famosa de base ao meu pedido estava na ordem que os instrumen-
manda fazer seus cabos, ouvia falar no nome Santo Angelo tos são ligados nas mesas Zed, da Allen & Heath, que uso
como uma firma qualificada na parte técnica, com boa expe- no meu estúdio, resolvemos ir substituindo os cabos canal
riência no mercado e antenada com as demandas do meio por canal. Depois de duas horas de trabalho organizado,
ambiente. Verifiquei o site dos caras (www.santoangelo.com. começou o grande momento, e, testados um a um, os ca-
br) e não tive dúvidas: pergunta daqui, aperta dali, troca de bos falaram sem problemas. Não pude resistir e aumentei
e-mails e consegui a atenção e o apoio do Rogério Raso, o volume do monitor a níveis perigosos para a saúde para
que delegou à sua filha Helena o atendimento ao meu caso comparar a quantidade de ruído que já estava acostumado
e logo a lista dos cabos estava sendo analisada pelo Daniel a ouvir nesse exagero de nível (quem nunca fez uma tolice
Lima Bernardes, da área de desenvolvimento e marketing dessas não está qualificado para ler essas colunas!). Sur-
da empresa, que menos de uma semana depois de algumas presa total: o ruído não aparecia mais no som e nem nos
trocas de e-mails mandou para o meu estúdio o maravilhoso VUs do monitor do software de gravação! Sensacional.
pacotão de cabos que você pode conferir aí na foto.
Passei a um teste prático e regravei com os novos cabos uma
A MÃO E A MASSA trilha que tinha terminado dois dias antes, e que, portanto, foi
finalizada com os cabos antigos e com um nível de hum de dé-
Dizem que o ser humano resiste às mudanças com todas cadas. Vi, com surpresa, uma possibilidade de ganho de 6 dB!
as suas forças, e não sou exceção: ao abrir o pacote para
conferir os cabos enviados pela Santo Angelo e planejar a re- O que houve? Abri a mesma música e gravei com os mes-
tirada dos cabos usados, não posso negar que meu coração mos níveis que tinha feito há dias, passando pelos mes-
se apertou. Menos por alguma espécie de sentimentalismo e mos caminhos de áudio, e obtive um pico de -10 dB, ao
muito mais por aquela dúvida indisfarçável: será que vai va- contrário do sistema antigo, em que o valor do pico ficava
ler a pena? O estúdio vai voltar a falar? E, melhor: vou ouvir por volta de 3/3,5 dB.
o resultado ou vai ficar só na teoria e no visual mais limpo?
Meus leitores mais qualificados tecnicamente pensaram:
Esperei um fim de semana sem urgências incontroláveis “isso não tem rigor científico algum!”. Concordo com vo-
do mundo dos frilas e marquei num sábado de manhã com cês, mas ao ouvir o som de uma versão e de outra nos
um velho camarada para procedermos à aventura da troca links a seguir, o leitor poderá tirar suas próprias conclu-
Fernando moura
Sai a oxidação e entra o cheiro de novo: será que o som melhora mesmo?
Daniel Lima Bernardes tem 29 anos, é formado em Engenharia Elétrica e responde pela área de Engenha-
ria e Desenvolvimento de Produtos da empresa Santo Angelo. Ele administrou e executou com perfeição
a minha lista de mais de 70 cabos, enviando o material dentro do prazo que combinamos e cumprindo
todas as especificações dos diferentes tipos de cabos pedidos para o meu home estúdio.
Foi difícil para os músicos entenderem que tocando ao vivo é sempre melhor evitar ligar
seus adorados instrumentos com cabos de baixa qualidade. O risco de parar o som na hora
daquele solo tão importante para o show é real e toda uma produção pode ir para o brejo
por esse desleixo. Como vocês esperam convencer o dono do home estúdio da importância
de um cabeamento adequado?
Daniel Bernardes: Quem já passou por isso geralmente investe um dinheiro enorme em marcas famosas de
cabos importados porque não quer passar novamente por aquilo. No entanto, antes que você gaste muito di-
nheiro ou passe pelo problema, vale analisar a relação custo-beneficio. A própria Santo Angelo tem uma linha
de cabos e conectores que não vai fazer feio quando você plugá-los no seu computador de ultima geração ou
naquele amplificador valvulado inglês que você adora.
Considerando o evidente crescimento do número de usuários de home studios, sejam eles profis-
sionais ou diletantes, a Santo Angelo conta com alguma estratégia específica para esse segmento?
DB: Foi pensando no segmento de home studio que nossa empresa tem desenvolvido as mídias sociais
e participado ativamente da feira AES Brasil, na qual vem expondo, além de sua linha de cabos e conec-
tores, itens como pedestais e acessórios de microfones, suportes
para instrumentos musicais e subsnakes que eliminam aquela “ma-
carronada” de cabos entre os equipamentos do home.
Tabela de Cabos
CABOS CONEXÃO TIPO DE CABO
canon/banana – 2 m - 2 canon/2
40 e 41 Audio Card 1e2/ line in 17 e 18 Mesa A
banana ST
Obs.: Mesa “A” é uma Allen & Heath ZED 428; Mesa “B” é uma Allen & Heath ZED 14 e “Audio Card” é RME Fireface UFX.
CONFIGURAÇÕES
DO PREFERENCES
DO SONAR X1 PARTE 8
INTRODUÇÃO mercado, como Tascam US 428, CM Labs Motor Mix, VS
700 e Mackie Control XT, entre outras.
Na AM&T 242 iniciei a análise dos itens do Menu/Preferences
do Sonar X1 Producer. Já estudamos o Audio/Devices, o Dri- Se o seu periférico não constar na lista fornecida, você
ver Settings, o Playback and Recording, o Configuration File, pode conseguir o arquivo XML correspondente no site
o Sync and Caching, o MIDI/Devices e o MIDI/Instruments. do fabricante do aparelho e importá-lo para a lista de
Estudaremos agora o Preferences/MIDI/Control Surfaces. superfícies do Sonar. Por outro lado, o usuário pode,
ainda, iniciar as instruções de controle ACT do zero, edi-
Para que você tenha acesso a todos os itens desta aná- tando cada campo do criador de Presets.
lise, clique no botão Advanced ao entrar no Preferences
do Sonar. Este botão é localizado na parte inferior es- A comunicação entre os botões de uma superfície de con-
querda da janela do Preferences. trole e os recursos do software hospedeiro é feita através
de System Exclusive Messages (mensagens exclusivas do
PREFERENCES/MIDI/CONTROL SURFACES sistema), que faz parte das especificações de MIDI quase
que integralmente desde sua criação, em 1983. Portanto, o
Esta seção permite habilitar e configurar uma ou mais su- acoplamento de um periférico do tipo superfície de controle
perfícies de controle que podem ser acopladas aos infindá- ou controlador de teclado com botões ao Sonar é feito atra-
veis recursos do Sonar (Play, Stop, Rec, Synths Virtuais, vés das portas MIDI In e Out da interface de MIDI ou USB/
Efeitos, Mixer etc.). As superfícies de controle são hardwa- MIDI. Esta é uma das áreas mais interessantes e instigantes
res externos que contêm botões, faders e sliders deslizantes do universo da tecnologia MIDI e encontra-se detalhada de
os quais, após configurados, passam a atuar diretamente forma aprofundada no livro Fazendo Música no Computador.
nos controles do Sonar, substituindo consideravelmente a
utilização do mouse e do teclado do computador. Para aque- Gradativamente, as pequenas superfícies de controle es-
les que estão acostumados a trabalhar com faders e botões tão sendo substituídas pelo iPad, que pode atuar direta-
(físicos), a superfície de controle é indispensável.
A janela do Preferences/MIDI/
Control Surfaces do Sonar X1
mente com o Sonar em diversos estágios através do apli- dente ao modelo da sua nova superfície de controle, caso não
cativo AC-7 Core, dispensando, inclusive, a utilização de esteja incluída na lista fornecida com o Sonar. Normalmente,
cabos. Neste caso, a comunicação é feita através de rede os sites dos fabricantes de superfícies fornecem arquivos e
ou internet. Um exemplo de controlador do Sonar para instruções de como acoplar seu produto aos principais se-
iPad é o Neyrink V-Control Pro, que possibilita controlar quenciadores do mercado. Por exemplo, no site da Behrin-
o Console (mixer) sem utilizar o mouse ou o teclado do ger há um arquivo ZIP e instruções para acoplar a superfície
computador. Passemos, então, ao detalhamento dos bo- BCF 2000 ao Sonar. Se você não conseguir o arquivo XML
tões e campos da seção Control Surfaces. ou mais detalhes, deverá produzir o XML através do criador
de Presets de Superfícies. Para tal, clique no botão Add New
ADD NEW CONTROLLER/SURFACE BUTTON Controller (adicionar novo controlador) e escolha Cakewalk
Generic Surface. Repare que um novo Strip (faixa colori-
Este botão, que está localizado na extrema direita da ja- da) é lançado à esquerda da pista de MIDI correspondente
nela Control Surfaces, é usado para adicionar uma nova no Track View. Clique nesta faixa com o botão esquerdo do
superfície de controle (ou mesmo um teclado com diver- mouse e associe os botões da sua superfície aos respecti-
sos botões de controle configuráveis) à lista de controla- vos controles do Sonar. Você pode, inclusive, utilizar o botão
dores acoplados ao Sonar. Ao clicar neste botão abre-se Learn (aprender), como se faz comumente em um teclado
a janela Controller/Surfaces Settings (configurações do controlador que possui botões. Em seguida, salve o arquivo.
controlador ou superfície), com três opções:
Para visualizar os arquivos XML das superfícies, bus-
1. Controller/Surface (controlador ou superfície de con- que-os nesta localização: Documents and Settings/User
trole) – Clicando neste botão, é mostrada a lista de con- (nome do usuário)/Application Data (dados de aplicati-
troladores e superfícies disponíveis que podem ser adi- vos)/Cakewalk/ACT Data.
cionados ao sistema. Lembre-se que novos periféricos
podem ser adicionados via Import ACT Data ou mesmo CONNECTED CONTROLLERS/SURFACES LIST
criando-se um novo preset do zero.
Esta é a lista dos controladores ou superfícies de controle
2. Input Port (porta de entrada) – Use este campo para instaladas e ativas. A lista apresenta os seguintes itens:
determinar qual porta de MIDI a superfície utilizará para
enviar informações (mensagens) de controle para o So- 1. Controller/Surface Column (coluna dos controladores
nar. As portas de MIDI disponíveis dependem da interfa- e superfícies) – Esta coluna mostra o nome dos contro-
ce de MIDI que estiver instalada no computador.
DELETE BUTTON
Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro Fazendo Música no Computador. Fundou, em 2003, a escola de música e
tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br), que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.
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