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Ano XXIV - junho/2012 nº249 - R$ 12,00 - www.musitec.com.

br

TESTE
PRESONUS
STUDIOLIVE 16.4.2
Todos os detalhes de um console pequeno, funcional e poderoso

AES EXPO BRASIL 2012


O que de mais importante aconteceu no
maior evento de áudio da América Latina

INTERFACES DE ÁUDIO ÇÃO


Marcas e modelos populares para o seu home studio O F O N A
MICR

Conceitos, aplicações e sistemas


do universo estereofônico
áudio música e tecnologia | 1
2 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 3
ISSN 1414-2821
edIToRIaL Áudio música & Tecnologia
ano XXIV – Nº 249 / junho de 2012
Fundador: Sólon do Valle

Direção geral: Lucinda diniz


Edição técnica: miguel Ratton
Edição jornalística: marcio Teixeira

Por uma boa alimentação


consultoria de Pa: carlos Pedruzzi

coLaBoRaRam NeSTa edIÇão


alexandre cegalla, edson Borth, enrico de
Paoli, Fábio Henriques, Fernando moura,
Lucas Ramos, Luciano alves, omid Bürgin e
Renato muñoz.
Dizem que a música é o alimento para a alma. De fato, a música tem a capacidade
de influir no estado de espírito das pessoas, assim como a comida, dependendo do RedaÇão
sabor, quantidade e qualidade, pode provocar diferentes sensações em nosso or- Bruno Bauzer, marcio Teixeira
e Rodrigo Sabatinelli
ganismo. Acho que as diversas sensações do que ouvimos podem ser comparadas,
redacao@musitec.com.br
metaforicamente, com a variedade de sabores do que comemos. Podem fazer bem cartas@musitec.com.br
ou mal, saciar completamente ou aguçar ainda mais a vontade.
dIReÇão de aRTe e dIaGRamaÇão
client By - clientby.com.br
Vejamos, por exemplo, o caso de uma música bem simples, executada apenas com
Frederico adão e márcio H. Fernandes
voz e violão: se a voz é boa, o violão é bem tocado e a melodia e a harmonia se combi-
nam, podemos comparar a uma fruta que, mesmo sendo simples, pode ser deliciosa. assinaturas
Por outro lado, um arranjo complexo e sofisticado, com muitos instrumentos, todos Karla Silva
assinatura@musitec.com.br
ocupando espaço e tempo certos, seria algo comparável a uma mesa farta e variada,
onde podemos experimentar muitas sensações diferentes, todas muito boas. Distribuição: eric Baptista

A satisfação pode estar em uma feijoada, um sushi, um churrasco ou uma salada. Publicidade
mônica moraes
Gosto não se discute, mas, em qualquer dos casos, a qualidade é fundamental.
monica@musitec.com.br
E assim como a qualidade dos ingredientes influi no resultado de uma refeição, a
qualidade sonora também influi nas nossas sensações. Impressão: ediouro Gráfica e editora Ltda.

Áudio música & Tecnologia


Traçando um paralelo entre música e comida, podemos sugerir algumas comparações:
é uma publicação mensal da editora
música & Tecnologia Ltda,
Som com excesso de agudos = comida salgada demais cGc 86936028/0001-50
Som com espectro limitado; só médios = comida sem gosto; faltando alguma coisa Insc. mun. 01644696
Insc. est. 84907529
Som baixo; não dá pra ouvir direito = pouca comida; sensação de fome
Periodicidade mensal
Som com muito volume = comida demais; excesso
Som saturado = comida gordurosa; não vai fazer bem... aSSINaTURaS
est. Jacarepaguá, 7655 Sl. 704/705
Jacarepaguá – Rio de Janeiro – RJ
Compositores, arranjadores e produtores são como chefs: verdadeiros artistas que
ceP: 22753-900
conseguem mexer com nossas sensações. O segredo está na escolha dos ingredien- Tel/Fax: (21) 3079-1820
tes e na maneira de misturá-los. A arte de usar os sons para sensibilizar o paladar (21) 3579-1821
musical das pessoas não é uma atividade para qualquer um. Tem que ter talento e (21) 3174-2528
Banco Bradesco
gosto para ser um verdadeiro gourmet.
ag. 1804-0 - c/c: 23011-1

Miguel Ratton Website: www.musitec.com.br

distribuição exclusiva para todo o Brasil pela


Fernando chinaglia distribuidora S.a.
Rua Teodoro da Silva, 907
Rio de Janeiro - RJ - cep 20563-900

Não é permitida a reprodução total ou


parcial das matérias publicadas nesta revista.

am&T não se responsabiliza pelas opiniões


de seus colaboradores e nem pelo conteúdo
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dos anúncios veiculados.
áudio música e tecnologia | 5
aeS expo Brasil 2012
62 16ª edição da feira mostra o melhor do áudio
profissional
Rodrigo Sabatinelli

Lollapalooza Brasil
84 Som pra ninguém botar defeito

52
Rodrigo Sabatinelli

Técnicas de estúdio
automação (Parte II): aproveitando os recursos
92 de controle para experimentar novas sonoridades
alexandre cegalla
PreSonus StudioLive 16.4.2
Um console pequeno, funcional e poderoso arte eletrônica
miguel Ratton 96 Sidechain na música eletrônica
Utilizando a aplicação de forma fácil, rápida
e a um custo baixo
edson Borth
Notícias do Front
aeS 2012 e alguns temas que nos dizem respeito
26 quando falamos de sonorização
Áudio e acústica
Layout de estúdios
Renato muñoz 100 aprenda a distribuir os ambientes principais
em casa do seu estúdio
omid Bürgin
34 Interfaces de áudio: marcas e modelos populares
para o seu home studio
músico na Real
Lucas Ramos
108 Trocando os cabos do estúdio
Técnicas de microfonação Fernando moura
44 a hora do estéreo: diferentes conceitos, aplica-
Sonar
ções e sistemas que compõem o universo da 118 configurações do Preferences do Sonar X1 (Parte 8)
microfonação estereofônica
Luciano alves
Fábio Henriques

seções
editorial 2 notícias de mercado 6 novos produtos 12
primeira vista 20 review 24 notícias do front 26
técnicas de estúdio 92 arte eletrônica 96 músico na real 108
sonar 118 classificados 124 índice de anunciantes 127
lugar da verdade 128

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notícias de mercado

Røde promove concurso que busca novos artistas


A Røde Microphones, fundada em 1967 na Austrália, e a Pinnacle Broadcast, empresa especializada na distribuição e
implantação de sistemas para as áreas de vídeo, broadcast, áudio e streaming e representante da marca no país desde
2011, anunciaram o lançamento do concurso Røde Rocks. A ação tem como objetivo encontrar grandes artistas musi-
cais independentes de todo o mundo e presentear o melhor deles com três dias de gravação no estúdio Record Plant,
em Hollywood, Califórnia, com tudo pago e produção de Alain
Johannes. Os segundo e terceiro lugares ganharão uma linha
completa de microfones Røde para show e estúdio.

Para participar, basta gravar uma música original de, no míni-


mo, dois minutos, e um vídeo para acompanhá-la que contenha
um microfone Røde. Concluído o vídeo, suba-o para o YouTube,
vá para www.roderocks.com e preencha o cadastro. As inscri-
ções podem ser feitas até 30 de junho.

Após tal data, dez finalistas serão definidos por um painel de


jurados formado por nomes de peso no cenário mundial, como
as bandas Warpaint e Band of Horses e artistas como Har Mar
Superstar, Matt Sorum (Guns N’ Roses, Velvet Revolver), Ho-
wlin’ Pelle Almqvist (The Hives) e David Catching (Eagles Of
Death Metal), entre outros.

Definidos os finalistas, a votação fica aberta ao público e os vencedores serão divulgados na página inicial da Røde Mic.

Sennheiser apresenta novo diretor e anuncia mudanças


na distribuição no Brasil
A Sennheiser chegou à AES Brasil Expo 2012 anunciando novidades. A primeira delas foi a abertura da distribuição de
produtos do segmento de instrumentos musicais, com a Equipo dividindo com a Quanta Music a responsabilidade da
distribuição dos produtos desse segmento. Outra novidade diz respeito ao cargo de vice-presidente para a América
Latina, cargo que, ocupado anteriormente por Oliver Baumann, agora recebe Alexander Schek, antes vice-presidente
de vendas para a América Latina e Caribe da companhia.

Para Alexander Schek, a abertura das vendas para a Quanta se dá devido ao crescimento que a empresa pretende
alcançar nos próximos anos no Brasil. “Como o país é tão grande e temos tantas oportunidades, precisamos abrir. A
Quanta já trabalha conosco há algum tempo no segmento profissional e mostrou muito sucesso. A forma que temos de
expandir o mercado é trabalhar junto com as distribuidoras, para que possamos alcançar as nossas metas”, garante.

O diretor geral da Sennheiser para a América Latina, Markus Warlitz, assegurou que os objetivos da empresa para
o Brasil são ambiciosos, e, por isso, a companhia tem investido pesado na contratação de pessoal e ampliação da
estrutura. “Nós nunca tivemos um gerente de vendas exclusivo para a América Latina. Este departamento de ven-
das era integrado ao departamento de vendas dos EUA. Agora nós temos um vice-presidente de vendas, temos um
departamento de marketing, departamento administrativo e financeiro, e todos esses departamentos têm pessoas
trabalhando para eles. Nós estamos pensando no futuro, e, com certeza, contrataremos mais pessoas. Precisamos
ter estrutura para o nosso crescimento para ter certeza de que poderemos fazer o que queremos”, concluiu Warlitz.

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notícias de mercado

OnStage tem nova distribuidora


A partir de julho, os produtos da OnStage, marca que pertence ao grupo
Music People Inc., passam a chegar ao Brasil com distribuição exclusiva
da Musical Express, responsável pela comercialização de nomes fortes
como D’Addario, Evans e Pro-Mark, entre outras.

De acordo com as informações divulgadas, houve acordo amigável para


a transferência da exclusividade de distribuição entre Musical Express,
Music People e a antiga distribuidora da marca no país, a Made in Brazil,
que há quatro anos trouxe a OnStage para o território nacional.

A empresa será apresentada no novo catálogo que a Musical Express envia-


rá aos seus clientes no final de julho. Entre os produtos, o destaque vai para
o suporte para guitarra, baixo ou violão XCG-4, top seller da marca.

Estúdio Aberto reúne grandes produtores no Rio de Janeiro


A partir das 9 horas da manhã do dia 16 de junho, nas instalações da unidade Centro do IATEC, no Rio de Janei-
ro, acontece o Estúdio Aberto – congresso que, inspirado em eventos de sucesso fora do país, como o Producer
Sessions Live, realizado na Inglaterra, se encaixa às demandas dos profissionais brasileiros de áudio e música e
propõe um ciclo de palestras relevante para o atual cenário nacional da indústria da música.

Tendo como coordenadores o pianista, produtor musical e colaborador da AM&T Fernando Moura, o músico e
jornalista especializado em tecnologia musical André Iunes e Luiz Helenio, diretor do IATEC, a iniciativa tem a pro-
posta de fazer a ponte entre os que querem aperfeiçoar seus conhecimentos com aqueles que estão no mercado
atuando em grandes produções e ditando as tendências.

Entre os temas em pauta no Estúdio Aberto estarão composição, arranjo,  gravação,  mixagem e  masterização.
O time de palestrantes da primeira edição, composto por nomes como Torcuato Mariano, Walter Costa e Ricardo
Garcia, além do próprio Fernando Moura, carrega no currículo diversos Grammys, além de atuações com grandes
artistas, incluindo Djavan, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Chuck Berry e George Martin.

Mais informações e inscrições em www.estudioaberto.com.br e www.iatec.com.br.

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notícias de mercado

Parceria entre Harman e IATEC leva tecnologia de ponta para a sala de aula
Ainda falando em IATEC, a instituição e a Harman tornaram público há poucos dias
a criação de uma parceria que tem como objetivo oferecer aos alunos do IATEC a
possibilidade de se aprofundarem nos conhecimentos aprendidos em aula a partir
da prática em equipamentos do portfólio da Harman, conhecida mundialmente por
sua linha de soluções em áudio.

“Decidimos fazer a parceria com o IATEC porque acreditamos que é com um ensino
de qualidade que o áudio profissional ficará cada vez mais forte no Brasil”, explica
Cintia Lutz, coordenadora de marketing da Harman.

Desse modo, foram montadas duas “Salas Harman” nas filiais do IATEC na Barra
da Tijuca e no Centro do Rio de Janeiro. Os espaços estão equipados com produtos como o AKG D-112 (microfone para
bumbo capaz de suportar até 160 dB SPL sem distorção), a coluna CBT 100 LA da JBL (com circuito passivo com delay para
controle de dispersão e amplitude) e os microfones da AKG C-518 M (ideais para bateria e percussão) e C-519 M (para
instrumentos de sopro), entre outros.

Além disso, os dois melhores alunos do curso Técnico Pós-Médio em Eletrônica com Ênfase em Áudio do IATEC poderão apren-
der mais sobre a indústria na fábrica da Harman, em Nova Santa Rita (RS), com tudo pago. A primeira de uma série de visitas
semestrais está agendada para agosto deste ano. A parceria não irá beneficiar apenas interessados em qualificação no Rio de
Janeiro: serão realizados em todo o Brasil workshops sobre técnicas de áudio com o suporte da Harman e o know-how do IATEC.

Organização dinamarquesa quer trazer fabricantes de áudio para o Brasil


De olho no crescimento do mercado brasileiro, o Consulado Dinamarquês tem dado apoio aos fabricantes de áudio do país
nórdico ao realizar um estudo do mercado de som no Brasil. E prova desse interesse pelo emergente cenário brasileiro foi
o estande da Danish Sound Technology Network na AES 2012, que pode ser interpretado como um primeiro passo dado
para entender nosso mercado e preparar sua atuação nele.

Lá, Flemming Madsen, gerente de relações internacionais da iniciativa, destacou o que já é tido como unanimidade: a
economia brasileira está muito propícia para o investimento devido aos eventos esportivos que está por receber. “A es-
tabilidade econômica e o gerenciamento estão dando oportunidade para os brasileiros comprarem mais. É um momento
excelente como potencial de vendas. Isso sem falar, é claro, dos grandes eventos que ocorrerão aqui, que são a Copa do
Mundo e as Olimpíadas”, observou o executivo.

Estados Unidos, China e grandes países europeus são alguns dos mercados já atendidos pela organização, que também conta
com centenas de outras empresas associadas, focadas em desenvolvimento de novas tecnologias. E vale destacar que a Di-
namarca possui tradição em relação a tecnologias de som e áudio. Afinal, foi lá onde nasceu o engenheiro Valdemar Poulsen
(1869-1942), autor da invenção que viria, um dia, a ser um gravador: o telegraphone, mostrado ao mundo em 1898.

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novos produtos | Miguel Ratton

STUDER VISTA 1 CONSOLE DIGITAL COMPACTO COM PREÇO MAIS ACESSÍVEL


Lançada no último evento NAB, a
Divulgação

Vista 1 é o novo produto da série


Vista, da Studer, e se destaca
por integrar no próprio console
a superfície de controle, as
conexões de entrada e saída e os
processadores, proporcionando
uma redução de tamanho, peso
e também de preço. Por causa
disto, o console é indicado pela
empresa para aplicações em
unidades móveis. A Vista 1 é
baseada em grande parte no
modelo Vista 5, de maneira que os usuários atuais terão total familiaridade com a superfície de controle, com as funcionalidades da
interface Vistonics e com os recursos de monitoração, talkback, GPIO, buses de Mix Minus, automação e controle de software de gravação.

Com um processamento de áudio de 96 canais, a Vista 1 pode operar facilmente com entradas em mono, estéreo e em 5.1, e dispõe
de 32 entradas de microfone/linha, 16 saídas de linha e oito entradas e saídas AES estéreo no painel traseiro. Estão disponíveis
modelos com 22 e 32 faders. As entradas e saídas podem ser ampliadas através da baia de expansão na parte posterior do console,
que permite conexões nos formatos MADI, AES, AoIP, ADAT, TDIF, CobraNet, Dolby E/Digital e SDI. Usando MADI, por exemplo, é
possível conectar com qualquer produto da linha Studer Stagebox para dispor de conexões XLR.

Uma novidade na Vista 1 é a função de jingle player, que pode reproduzir vinhetas e spots de arquivos de áudio de uma memória
USB, sendo estes acionados por uma série de teclas na seção master. A Vista 1 também dispõe de fonte de alimentação
redundante e integração RELINK com outros consoles Studer das séries Vista e OnAir.

www.harmandobrasil.com.br
www.studer.ch

ALTO KICK 12 AMPLIFICADOR PARA TECLADOS COM MUITA POTÊNCIA


O Kick12 é um amplificador projetado para tecladistas, bateristas na parte traseira, exceto a saída para fone de ouvido, que
e demais músicos que necessitem de um sistema de sonorização fica no painel superior, junto com seu respectivo controle de
próprio. Ele possui um mixer de quatro canais com processador de volume. Os controles de mixagem dos quatro canais de entrada
efeitos da Alesis, e produz 250 W de potência de pico (biamplificado) ficam no painel superior e incluem botão de volume, botões de
em um falante de 12” e um tweeter de 1”. De acordo com a Alto, graves e agudos e ainda uma mandada para o processador de
o projeto do Kick12 é totalmente novo e inclui um redesenho da efeitos, que oferece 256 presets de reverbs, delays, flanger
caixa, com o woofer e o tweeter um pouco inclinados para cima, de e chorus, e que pode ser
maneira a proporcionar uma melhor projeção. acionado por pedal.

O mixer de quatro canais possui quatro entradas de linha Para quem quiser mais
com conectores de 1/4” (o canal 1 também aceita sinal de peso nos graves, a Alto
microfone, através de um conector XLR) e uma entrada RCA. oferece o modelo Kick
Todas essas entradas podem receber sinais mono ou estéreo 15, com woofer de 15” e
(que são misturados para mono). A seção do mixer dispõe potência total de 400 W.
também de mais uma entrada direta de linha, vinda de outro
pré-amplificador. A saída do mixer está disponível em um par www.altoproaudio.com
Divulgação

de conectores XLR (dual mono) e mais três de 1/4”, e há ainda www.altoprofessional.


uma saída específica para subwoofer. Todas as conexões ficam com.br
áudio música e tecnologia | 15
novos PRodUToS

LINe 6 LaNÇa SUBWooFeR L3S


O subwoofer StageSource L3s é o mais novo produto da linha de sonorização da Line 6 e é
indicado para uma variedade de aplicações. Ele vem equipado com um amplificador de 1.200
W e dois falantes de 12” montados em configuração bass reflex, com opções de seleção da
frequência de corte. Os principais destaques do L3s são o recurso Smart Speaker, um DSP
que oferece ajustes para vários modos de operação (PA, DJs etc.) e a conectividade digital
L6 LINK, que permite usar o sub com uma caixa L3t em um sistema compacto de PA ou com
diversas caixas L3t de um sistema completo com PA, monitores e backline.

Para usar o sub L3s com um sistema comum, já existente, basta conectar as saídas do mixer
às entradas estéreo do sub e conectar as saídas estéreo deste às demais caixas acústicas do
sistema. As conexões e controles no painel traseiro incluem duas entradas balanceadas do
tipo combo (XLR / 1/4”), duas saídas XLR (para enviar os sinais às demais caixas), entrada
e saída de sinal digital L6 LINK, controle de volume, seletor de frequência de corte, chave
de polaridade e seletor de modo de operação do DSP. O gabinete do subwoofer é construído
com compensado duplo de alta resistência e com três orifícios para montagem.

divulgação
www.habro.com.br
www.line6.com

GemINI SR NoVa SéRIe de moNIToReS PaRa eSTúdIoS de PRodUÇão


A Gemini recentemente apresentou sua nova linha de monitores amplificados Gemini SR, composta pelos modelos SR-5 (75
W – foto), SR-6 (90 W) e SR-8 (125 W), mais o subwoofer SR-10SUB
(175 W). Os monitores utilizam um woofer feito de um composto de
fibra de vidro, na cor vermelha, sendo o alto-falante blindado magne-
ticamente. Na parte frontal do monitor, abaixo do woofer, há um duto
horizontal que, de acordo com a Gemini, garante uma resposta clara
nos graves sem coloração, mesmo em altos níveis sonoros. Todos os
modelos usam um tweeter de domo de neodímio de 1”, levemente
embutido no gabinete e formando um guia de ondas para reproduzir
as frequências altas com mais precisão e sem difração. Os monitores
são ativos, com amplificação separada para o woofer e o tweeter, e
todos os controles e conexões ficam no painel traseiro.

O subwoofer SR-10SUB possui um alto-falante de 10”, também na cor


vermelha, e o mesmo tipo de duto na frente. Ele é equipado com ampli-
ficador classe D e permite o ajuste da frequência de corte de 40 Hz a 180
Hz. Possui entradas balanceadas em estéreo e saídas em estéreo para
conectar aos monitores.
divulgação

www.proshows.com.br
www.geminiproaudio.com

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novos produtos

SHURE BRH NOVA LINHA DE HEADSETS PARA BROADCAST


Nada como detalhes da nova linha Shure BRM para que você “sinta” os produtos,

Divulgação
certo? Então vamos lá. O BRH31M é um headset leve dotado de microfone e com
apenas um pequeno fone que fica sobre a orelha, e que pode ser usado nos lados
esquerdo ou direito. O revestimento do fone pode ser substituído e a alça da cabeça é
revestida com material acolchoado, podendo ser ajustada para proporcionar conforto
e segurança no uso. O microfone é do tipo dinâmico, com captação cardioide, e sua
haste é flexível e permite um giro de até 270 graus.

O modelo BRH441M também é um headset com um só fone, mas do tipo fechado


que envolve a orelha, para proporcionar maior isolamento contra ruído ambien-
te. Ele também pode ser usado no lado esquerdo ou no lado direito. O microfone
é do tipo dinâmico, com captação cardioide, e a haste flexível permite giro de até
270 graus, sendo que o recurso de flip-up mute corta o som do microfone quan-
do a haste é levantada na vertical. O cabo pode ser desconectado, possibilitando
a substituição ou o uso de cabos com outros tipos de conectores.

Já o modelo BRH440M (foto) é uma versão do BRH441M com dois fones, que
também pode ser usado com o microfone no lado esquerdo ou direito.

De acordo com a Shure, estes modelos foram projetados pela mesma equipe que
criou a linha de fones SRH, e teve como objetivo desenvolver equipamentos que pos-
sam suportar adequadamente as condições de uso em broadcast, seja em externas e ou em estúdios.

www.pridemusic.com.br
www.shure.com

PEAVEY APRESENTA NOVOS AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA


Os novos amplificadores Peavey da série IPR utilizam topologia classe D e se destacam pelo peso reduzido e grande eficiência
térmica. Os novos modelos possuem as mesmas características de potência e design, mas trazem como vantagem um processador
interno de 32 bits com um conjunto de recursos que possibilitam configurações de delays e crossovers, operação em estéreo/
mono, funções de bloqueio e ajustes pré-programados para caixas acústicas, incluindo os modelos Peavey SP, PR, Impulse,
SSE, QW e PV, e ajustes para aplicações mais comuns (locução, rock, dance, loudness e igrejas). No modo manual é possível
configurar pontos de crossover, EQ e delay, dentre outros. O processador também incorpora a tecnologia MaxxBass, da Waves,
que usa funções de psicoacústica para dar mais extensão aos graves sem ter que adicionar mais amplificadores e subwoofers.

O modelo IPR 7500 DSP produz 3.750 W RMS por canal em 2 ohms, com crossover implementado por filtro Linkwitz-Riley de
quarta ordem e proteção para o alto-falante. Ele é montado em um gabinete com chassi de alumínio (2,8 kg) e possui ventilação
com velocidade variável. Completam a linha os modelos IPR 5000 DSP (2.525 W RMS por canal em 2 ohms), IPR 3000 DSP
(1.450 W RMS por canal em 2 ohms) e IPR 3000 DSP (900 W RMS por canal em 2 ohms).

www.someco.com.br
www.peavey.com
Divulgação

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novos produtos

NOVA CAIXA DE GRAVES COMPLEMENTA SISTEMAS


DE LINE ARRAY MEYER SOUND
A caixa de graves Meyer Sound 1100-LFC possui amplificação própria e se destaca pela linearidade na reprodução
de transientes de baixas frequências em níveis muito altos. Por suas características de baixa distorção e pelas
facilidades de instalação, a 1100-LFC é indicada para sistemas de sonorização de grande porte usados em turnês.

A 1100-LFC é uma caixa sintonizada, com dois alto-falantes de 18”, e possui um amplificador classe AB/H de dois
canais em bridge. A resposta de frequências da 1100-LFC vai de 28 Hz a 100 Hz, o que permite a total integração
com outras caixas da Meyer Sound para formar sistemas de line arrays compostos de modelos das séries MILO,
MICA ou JM-1P.

As caixas podem ser empilhadas normalmente ou invertidas, para operar em configuração do tipo cardioide. Um kit
de içamento opcional inclui os dispositivos GuideALinks, que facilitam a instalação das caixas na armação MTG-1100,
que pode suportar sistemas de line array contendo até 12 caixas, dentro de um fator de segurança de 7:1, ou até
16 caixas com fator de segurança de 5:1. No caso de sistemas portáteis e usados em turnês, a caixa 1100-LFC pode
ser transportada com segurança em pilhas de até três unidades usando o quadro opcional MCF-1100.

www.meyersound.com.br
www.meyersound.com
Divulgação

Para conferir mais lançamentos e notícias do mundo do áudio profissional,


visite o site da Áudio Música & Tecnologia (www.musitec.com.br).

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PRIMEIRA VISTA | Alexandre Cegalla

ISATwo
Divulgação

O ISA Two é o novo pré-amplificador de dois canais da kΩ). Para completar, o painel da frente tem uma chave
Focusrite, baseado nos clássicos Forte e ISA 110, este para se escolher o nível de ganho de 0 dB a 30 dB, ou de
último um módulo produzido junto com Rupert Neve na 30 dB a 60 dB, para quem quiser um som mais agressivo.
década de 1980. O Isa Two conta com um par de trans-
formadores Lundahl LL1538, presentes em todos os pro- No painel traseiro, além da conexão do cabo de energia, o
dutos da linha ISA desde o início de sua fabricação, em ISA Two conta com duas entradas e duas saídas XLR, duas
1985. Segundo o fabricante, esse componente é feito de entradas e duas saídas P10 balanceadas para inserts (no
uma bobina de três seções, o que resulta numa indutância caso de você desejar ligar o ISA Two em algum compressor
muito baixa e uma resposta de frequências ampliada. O ou equalizador, por exemplo) e duas entradas P10 balance-
pré-amplificador da Focusrite pesa 3,7 kg e possui 48 cm
adas para sinais de linha. O pré-amplificador também ofe-
de largura, 28 cm de profundidade e 4,4 cm de altura.
rece um botão para calibrar o medidor de níveis de sinal.

No painel frontal, ele apresenta, para cada canal, os con-


Em relação à chave de impedância, essa é uma opção
troles de ganho, trim level e filtro de high-pass (filtro de
muito interessante, pois dependendo do tipo de microfone
três pólos com curva de 18 dB por oitava, ajustável de 16
que for usado, o resultado pode variar bastante. Microfo-
Hz a 420 Hz), chaves de phantom power, fase e insert,
nes de fita, por exemplo, costumam soar melhores com
além de duas entradas P10 para instrumentos. Ao conectar
prés que tenham níveis mais altos de impedância. Segun-
o instrumento nestas entradas, o DI é automaticamente
do alguns fabricantes de microfones de fita, um nível de
ligado. O aparelho também possui uma chave seletora de
impedância incorreto pode acarretar em perda de graves
entrada, com as opções de microfone, linha e instrumento.
e de sensibilidade do microfone, piorando o timbre. Por
Como se pode ver na foto do produto, os controles de ga-
nho e de trim possuem marcações de valores de níveis de isso, o ideal é o pré-amplificador possuir pelo menos cinco

sinal diferentes para instrumento e microfone/linha. Cada vezes o valor de impedância do microfone. Então, se o

canal conta com um medidor de nível de sinal de saída do microfone tiver 300 Ω de impedância, por exemplo, o pré
tipo led em três cores, com os valores exibidos em dB FS. deve ter pelo menos 1.500 Ω. Por apresentar opções até
bem acima desse valor, o ISA Two acaba se tornando num
O painel da frente do ISA Two possui ainda uma chave pré versátil e com várias opções de tonalidade.
seletora de níveis de impedância, com as opções Low (600
Ω), ISA 110 (1.4 kΩ, que é o mesmo valor de impedância www.proshows.com.br
do famoso pré da Focusrite), Med (2.4 kΩ) e High (6.8 www.focusrite.com

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PRImeIRa VISTa | miguel Ratton

JBL PRX400
NOVA SÉRIE DE CAIXAS
PASSIVAS OFERECE MAIS
POTÊNCIA E MELHOR
RELAÇÃO CUSTO-
BENEFÍCIO
divulgação

Lançada no último evento ProLight & Sound, em Frankfurt, guração satélite/subwoofer e filtros paramétricos otimizados
a nova série de caixas acústicas passivas PRX400 traz como que aproveitam todo o potencial da série PRX400. Os ajustes
destaque a alta capacidade de potência aliada ao custo mais para as PRX400 também estarão disponíveis para o gerencia-
acessível. A série é composta pelos modelos PRX415M (15”), dor de sistemas DriveRack PA+, da dbx. As caixas utilizam
PRX412M (12”), PRX425 (2x15”) e mais o subwoofer PRX418. conectores Neutrik SpeakON e seus gabinetes, embora leves,
são construídos com madeira compensada de 18 mm coberta
As caixas PRX415M e PRX412M podem ser usadas como cai- com revestimento JBL DuraFlex e tela de aço. Com exceção
xas principais de PA ou como caixas de monitor, e quando do subwoofer, todas as caixas dispõem de 12 pontos de sus-
usadas em conjunto com o subwoofer PRX418 podem repro- pensão M-10 e olhal de aço. Os orifícios na parte inferior da
duzir um total de 135 dB. Já a PRX425, uma caixa de duas PRX415M e da PRX412M oferecem dois ângulos para monta-
vias com dois falantes de 15”, é ideal para DJs e bandas que gem em pedestal, de modo que elas possam ficar retas ou
desejam uma resposta mais extensa nas baixas frequências. inclinadas 10 graus para baixo para adequar sua cobertura à
plateia. Além disto, todos os modelos PRX400 possuem alças.
De acordo com Richard Ruse, diretor de vendas da JBL Pro-
fessional, “desde que foi lançada, a série PRX600 vem tendo De acordo com a JBL, assim como os demais produtos de
muito boa aceitação junto a bandas e DJs que fazem tur- áudio profissional da empresa, as caixas da série PRX400
nês e também em uma variedade de instalações de músi- são submetidas a 100 horas de testes de potência contínua
ca ao vivo. A nova série PRX400 oferece a mesma sonori- e também a testes de suportabilidade a temperatura e umi-
dade e confiabilidade num formato de caixa passiva e a dade extremas. Todos os modelos incorporam o circuito de
um preço, de fato, muito acessível para a sua categoria”. proteção de alto-falante JBL Sonic Guard, que atenua auto-
maticamente o sinal que vai para a via de alta frequência
As caixas PRX400 foram desenvolvidas para serem usadas quando é detectada muita intensidade no sinal e restaura
junto com os amplificadores de potência da série XTi2, da a operação normal quando cessa a situação de sobrecarga.
Crown Audio, que incorporam ajustes pré-programados para
operar com elas, incluindo ajustes de crossover para confi- www.jblpro.com

24 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 25
review Rodrigo Sabatinelli

Sallaberry – New Bossa (Tum Tum Home Music)


Baterista e produtor musical, Roberto Salaberry lan-
çou, no final do ano passado, o CD New Bossa, traba-
lho que, até hoje, vem recebendo elogios da crítica
e de seus companheiros de música. Como bem su-
gere o título, o disco tem canções em ritmo de bossa
nova, nas quais Sallaberry toca bateria e percussão,
e de outros ritmos, como o baião e o samba.

No projeto, junto ao músico, estiveram nomes de gaba-


rito, como os baixistas Adriano Paternostro e Jorge Pes-
cara, o saxofonista Cássio Ferreira, o maestro Fernando
Moura, os guitarristas Luciano Magno e Luciano Mazzeo e
o tecladista Marcos Romera, entre outros, que contribuí-
ram para que suas composições tomassem belas formas.

Produzido pelo próprio Sallaberry, New Bossa teve faixas mixadas no Orbital Station Studio, de São Paulo,
por Guilherme Canaes, e no Tonelada Studio, também em São Paulo, por Rodrigo Loli e Fernando Quesa-
da, entre outros. A masterização, que assim como a mixagem foi feita à distância, tem a assinatura de
Cássio Centurion, do MasterDX Studios, outro estúdio paulista. Os destaques do álbum são as músicas Los
Angeles Connection, Na Linha do Equador, Canto dos Santos e Caxinguelê.

Vivendo Do Ócio – O Pensamento é um Ímã (Deck)


O produtor musical Rafael Ramos, um dos nomes fortes da gravadora Deck, que, nos últimos anos, além de ter lan-
çado diversos novos artistas no mercado, também tem alimentado a indústria nacional de vinis, se juntou ao também
produtor Chuck Hipolitho para, juntos, assinarem o novo disco do grupo Vivendo do Ócio, O Pensamento é um Ímã.

O trabalho, gravado nos estúdios Costella (SP) e Tambor (RJ)


pelo próprio Chuck e pelo engenheiro Jorge Guerreiro, uma
espécie de braço direito de Rafael, foi mixado por Jorge e Ra-
fael no Tambor e masterizado no Bernie Grundman Mastering,
em Los Angeles, por Brian Gardner.

A sonoridade do disco é a mesma do trabalho anterior dos


caras. Na faixa Em Tudo o Que Eu Quero, baixo com distorção
e overalls de bateria foram bem dosados na mix. Em Nostal-
gia, guitarras em perfeita sintonia e vocais dentro da base,
enquanto que em Dois Mundos há aquela ondinha bacana,
de bateria eletrônica lo-fi e melodia pop. Ou seja, tudo certo.

A melhor música do CD, Por Um Punhado De Reais, é aquela


que reúne boa parte das “competências” de Jajá Cardoso (voz
e guitaras), Luca Bori (baixo e vocal), Davide Bori (guitarras) e Dieguito Reis (bateria), que brincam com tempos com-
postos e harmonias, mostrando que, às vezes, dar de ombros para o óbvio pode ser bem mais interessante.

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áudio música e tecnologia | 27
NoTÍcIaS do FRoNT | Renato muñoz
Renato muñoz

AES 2012

E alGuns tEmas quE nos diZEm rEspEito


quando falamos dE sonoriZaÇÃo

Sou membro da AES desde 1996 – época em que a as- rias marcas, como EAW, Meyer, Turbosound e JBL, sendo
sinatura dava direito ao famoso jornal da AES, que, hoje que, na época, era muito raro encontrar qualquer um
em dia, é claro, já existe em formato digital. Me lembro destes nomes aqui no Brasil. Pouquíssimas firmas possu-
perfeitamente de entrar nos pavilhões de Los Angeles e íam modelos originais, e não apenas cópias.
de NY para ver os equipamentos que jamais imaginaria
conferir ao vivo aqui no Brasil. O resultado era óbvio: todos nós voltávamos para o hotel
cheios de sacolas, sonhando com dia em que poderíamos
Os estandes eram imensos, os letreiros mostravam mar- nos aproximar de verdade de todos aqueles equipamentos,
cas como Yamaha, Midas, SSL, Shure, Sennheiser... O e, o mais importante, quando seria possível ter pelo menos
máximo era entrar em um destes estandes, dar uma parte de tudo aquilo aqui na nossa terra (ainda iríamos
olhada nos equipamentos e, é claro, ganhar algum brin- esperar um bom tempo para isto começar a acontecer).
de, de preferência um cordão, um boné, ou, então, uma
camiseta com a marca em questão, escrita bem grande. FINALMENTE NO BRASIL

Além de poder ver os equipamentos, existiam também Mesmo sendo instalada no começo da década de 1990
as palestras, que eram dadas por pessoas que está- aqui no Brasil, demorou um bom tempo para a AES ter
vamos acostumados a ver nas revistas. Me lembro de a importância que tem hoje para profissionais de áudio
ouvir falar em áudio digital ou Pro Tools por um cara e para a própria indústria de áudio. As primeiras edi-
chamado Roger Nichols, ou de line array por um outro ções, apesar do muito entusiasmo dos organizadores,
chamado Dr. Christian Heil. deixavam um pouco a desejar.

Me lembro também de assistir a uma demonstração de A participação de pessoas como José Porchat, Sólon do
sistemas de sonorização (nada de line array). Eram vá- Vale, Joel Brito, João Américo e Aldo Soares foi funda-

28 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 29
NoTÍcIaS do FRoNT

nossos maravilhosos aeroportos ou em festivais com


outros artistas. Na maioria das vezes, estamos sem-
pre correndo, tentando pegar uma conexão ou fazendo
uma mudança de palco, e quase nunca sobra tempo
conversar. A AES serve, entre outras coisas, para botar
a conversa em dia com os antigos amigos, ser apresen-
tado a novos parceiros de trabalho e, principalmente,
para trocar informações profissionais do nosso dia a

arquivo pessoal
dia na estrada, além de, claro, permitir que a gente dê
uma boa olhada nos últimos lançamentos do mercado.

Me lembro de quando participava das primeiras AES


A primeira AES a gente nunca esquece (Los Angeles, 1996) aqui no Brasil e conhecia pouca gente. Olhava para
algumas rodinhas de técnicos que se formavam e
mental para que a marca, assim como o evento, fossem pensava que um dia eu também poderia fazer parte
se consolidando com o passar do tempo, mesmo com as de uma delas, conversando sobre os mais diversos
várias dificuldades (e eu sei que não foram poucas). Acho assuntos (inclusive áudio). Hoje em dia, gosto de fi-
que hoje podemos dizer que todo o esforço valeu a pena. car olhando em volta, para ver a reação de algumas
pessoas. Gosto de ver se elas estão realmente in-
Com toda a atual crise econômica mundial e, pelo me- teressadas em alguma informação séria ou querem
nos, uma aparente boa situação financeira no nosso país, apenas comer um salgadinho, ganhar algum brinde e
fica claro que muitos fabricantes internacionais, que até partir para o próximo estande. Acredite: com o tem-
pouco tempo atrás não nos davam tanta importância, po, você acaba vendo muita coisa engraçada.
hoje fazem questão de estar presentes com seus pro-
dutos, de olho no nosso mercado. Para mim, em termos O comportamento das pessoas neste tipo de evento
de mercado, nada melhor do que uma boa concorrência me permite saber se ali está um novo técnico de áudio
– justa, é claro. Acho que a maior entrada de produtos ou apenas mais um visitante. Como se aproximam dos
estrangeiros (de boa qualidade) pode ajudar a indústria equipamentos, o tipo de pergunta que fazem, como se
nacional a se nivelar por cima, e espero que os nossos comportam ao receber uma informação... tudo isso for-
fabricantes tenham como padrão produtos americanos, nece sinais para perceber quais são as suas intenções.
ingleses e franceses, e não chineses!
TROCA DE INFORMAÇÃO EM
Da mesma forma que acho que haverá um desenvolvi- UM NÍVEL MAIS ELEVADO
mento maior do mercado, também creio que novas opor-
tunidades podem surgir devido à necessidade de uma Um dos grandes atrativos da AES são os seminários, que
mão de obra especializada em áudio que possa contri- acontecem paralelamente ao evento (no mesmo espaço
buir em várias etapas desta indústria, pois nem
só de show vivem os técnicos de áudio.

O CONTATO COM OS
OUTROS PROFISSIONAIS

Normalmente, só encontro com outros técni-


cos em salas de embarque e desembarque dos

Encontro de amigos: Manoel Tavares,


Kalunga, Renato Muñoz, Robert
manoel Tavares

Scovill, Mario Jorge, Valtinho e Pelúcia

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áudio música e tecnologia | 31
NoTÍcIaS do FRoNT

físico). Neles, podemos encontrar diferentes temas, da mesa, ele ainda esteve à frente de um ótima pa-
voltados para diferentes públicos. O certo é que os lestra que comparou consoles analógicos e digitais.
convidados são sempre pessoas com uma boa expe-
riência, capazes de passar algum tipo de informação Outra boa surpresa foi o novo sistema da FZ áudio
relevante para a plateia. Uma das melhores coisas é (FZ J015A), que além de ter uma ótima sonoridade,
que sempre existem profissionais de diversas áreas, tem sua construção e acabamento formidáveis e cer-
como sonorização, televisão, estúdio, masterização... tamente pode ser considerado o melhor sistema na-
Ou seja, podemos entrar em contato com profissio- cional de grande porte. Além disso, a Attack foi outra
nais com os quais não teríamos interação direta no marca nacional que chamou bastante a minha atenção
nosso dia a dia de trabalho. Sem dúvidas, é sempre neste segmento. Por sua vez, a Meyer Sound, sempre
um bom momento para trocar impressões. preocupada com a parte educacional e há muito pre-
sente na AES Brasil, desta vez mandou Oscar Barrien-
Como já disse, nas minhas primeiras experiências de tos para falar do desenho de sistemas.
AES internacional ainda estava fora da minha realidade
acompanhar perfeitamente bem tudo o que se falava Também houve um grande destaque para conso-
naqueles seminários (eu não tinha muito tempo para les Midas (PRO2, PRO3 e PRO6) e Roland (M-480,
isso, pois estava sempre correndo atrás de um novo M300) e para os microfones Senhheiser e Shure.
brinde nos estandes). Porém, voltando para a nossa A já tradicional demonstração dos line arrays tam-
realidade mais recente, nos últimos anos, as palestras bém chamou a atenção, embora desta vez existisse
feitas aqui no Brasil começaram a contar com estrelas uma limitação de volume que não chegou a atrapa-
do mercado internacional. Também é cada vez mais lhar em nada o evento. Muito pelo contrário.
comum ver técnicos conhecidos nossos participando
como palestrantes. Eu mesmo já tive a oportunidade CONCLUSÃO
de participar algumas vezes e foi ótimo.
Depois de mais de 15 anos de AES, confesso que
Além disso, pequenos cursos são ministrados por estou muito satisfeito com esta última edição.
representantes de marcas conhecidas internacio- Para mim, foi extremamente proveitoso do ponto
nalmente, como Meyer Sound, Smaart ou Syn- de vista profissional e pessoal. Acho que nunca
-Aud-Con. Tais cursos, que normalmente seriam vou parar de realçar como é importante para nós,
difíceis de serem feitos fora do país, estão aces- que trabalhamos com áudio, estarmos sempre em
síveis a qualquer um, normalmente a um preço contato com os equipamentos com os quais traba-
bastante razoável. lhamos, assim como é fundamental desenvolver
constantemente a nossa parte teórica.
INDO AO QUE MAIS
NOS INTERESSA Diferentemente de outras profissões, que possuem
uma ampla cadeia educacional, a nossa profissão
Nesta última edição da AES, realizada de 8 a 10 de não possui este facilitador (oficial), o que nos leva
maio em São Paulo, no que diz respeito à sonoriza- à necessidade de buscar novas informações por
ção, muita coisa me chamou a atenção, principal- conta própria. E um dos principais papéis da AES
mente em relação à presença massiva dos conso- é difundir, entre outras coisas, informação para o
les digitais, os line arrays fabricados no Brasil com nosso desenvolvimento técnico. Desde muito tem-
significativa qualidade e o curso da Meyer Sound. po acho que a AES (além de outras entidades li-
Falando especificamente dos consoles digitais, uma gadas ao áudio profissional, nacionais ou não) po-
das empresas de maior destaque foi, novamente, deria ser uma grande ferramenta utilizada por nós
a Avid, que trouxe mais uma vez o engenheiro de para alcançarmos um patamar profissional de nível
som e um de seus principais colaboradores Robert internacional. Esta busca por um melhor padrão
Scovill. Além de fazer demonstrações operacionais profissional deve ser levada a sério por todos nós.

32 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 33
NoTÍcIaS do FRoNT

manoel Tavares
Contato direto com os melhores desenvolvedores: Mario Jorge e Renato Muñoz ao lado de Robert Scovill

Na minha opinião, dois fatores são muito impor- te nossa participação nesse e em outros eventos
tantes para o desenvolvimento. Primeiro: um bom (mesmo que não sejam exclusivamente de sono-
e embasado conhecimento técnico sobre o tema
rização, porém é bom que sejam voltados para o
em questão. Segundo: nossa capacidade de somar
ao conhecimento nossas habilidades pessoais para áudio, é claro). Assim, poderemos alcançar pata-

executar um trabalho. Por isso, acho importan- mares destacados em nosso ambiente de trabalho.

Renato muñoz é formado em comunicação Social e atua como instrutor do IaTec e técnico de gravação e
Pa. Iniciou sua carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. e-mail: renatomunoz@musitec.com.br

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áudio música e tecnologia | 35
capa| Lucas Ramos
em casa

Equipamentos
para um
Home Studio (Parte VII)

Interfaces de áudio: lista de marcas e modelos populares

Na edição passada nós terminamos de falar sobre AVID


as especificações importantes de uma interface de
áudio. Então, nada mais natural do que conhecer- A Avid é a empresa que produz o software Pro Tools,
mos agora algumas marcas e modelos. Para isso, por isto suas interfaces são bastante populares no
elaborei uma lista de modelos de interfaces que são mercado. Em relação à qualidade, a linha da Avid é
bastante populares nos home studios mundo afora. sempre boa. Os pré-amplificadores não são os me-
Nesta lista entram as interfaces de baixo e médio lhores do mundo, mas não comprometem. E a qua-
custo (com pelo menos dois pré-amplificadores) que lidade dos conversores é bem mais do que razoável.
não vão abalar seu orçamento mas se enquadram O preço, porém, não é dos mais baixos, a não ser
em um padrão básico de qualidade. que você também vá investir na compra do softwa-
re Pro Tools, pois há pacotes com descontos para a
Estão listadas as especificações básicas de cada in- compra de interfaces da Avid junto com Pro Tools.
terface, como número e tipos de conexões. Porém,
há outras informações que podem ser importantes M-Box
sobre cada interface (mas que não caberiam aqui).
Algumas interfaces têm chips de processamento - Sistema operacional: Mac/Windows
(DSP) que minimizam a latência, outros vêm com - Conexão: USB 2.0
softwares e plug-ins incluídos no pacote. Por isso, - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
vale a pena dar uma pesquisada mais profunda nas instrumento Hi-Z (TS)
interfaces que lhe interessarem. Mas as informações - Pré-amplificadores de microfone: 2
listadas aqui já dão uma boa noção de qual interface - Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone
pode ser a melhor escolha para o seu estúdio. Então, (TRS)
vamos lá! - Entradas (digitais): 1 x S/PDIF

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áudio música e tecnologia | 37
em casa
capa

- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF


- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Sample Rate: até 96 kHz
- Bit Depth: até 24 bits
- Bus-Power: Sim
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não

M-Box Pro
A família Avid: M-Box (acima) e M-Box Pro (abaixo)
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: Firewire 400
- Entradas (analógicas): 4 x linha (TRS)/mic (XLR)/ Scarlett 2i2
instrumento (TS) + 2 x linha (RCA)
- Pré-amplificadores de microfone: 4 - Sistema operacional: Mac/Windows
- Saídas (analógicas): 6 x linha (TRS) + 2 x fone - Conexão: USB 2.0
(TRS) - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
- Entradas (digitais): Nenhuma instrumento (TS)
- Saídas (digitais): Nenhuma - Pré-amplificadores de microfone: 2
- MIDI: Não - Saídas (analógicas): 2 x Linha (TRS) + 1 x Fone
- Sample Rate: até 192 kHz (TRS)
- Bit Depth: até 24 bits - Entradas (digitais): Nenhuma
- Bus-Power: Não - Saídas (digitais): Nenhuma
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não - MIDI: Não
- Sample Rate: até 96 kHz
FOCUSRITE - Bit Depth: até 24 bits
- Bus-Power: Sim
A Focusrite é conhecida pelos seus pré-amplifi- - Ligação em Cadeia (daisy chain): Não
cadores e consoles, pois a empresa foi criada por
ninguém menos que Rupert Neve (criador dos Scarlett 8i6
consoles e pré-amps Neve)! Mas isso foi há muito
tempo atrás, e hoje em dia a Focusrite dispõe de - Sistema operacional: Mac/Windows
uma extensa linha de interfaces de áudio, e poucos - Conexão: USB 2.0
pré-amps e consoles. Porém, não é incomum ouvir - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
alguém dizer que os pré-amps da Focusrite já não instrumento (TS) + 2 x linha (TRS)
são mais os mesmos... e dependendo do modelo, - Pré-amplificadores de microfone: 2
pode até ser verdade. Mas, na verdade, as inter- - Saídas (analógicas): 4 x linha (TRS) + 1 x fone
faces da Focusrite são conhecidas por terem pré- (TRS)
-amps de alta-qualidade quando comparados com a - Entradas (digitais): 1 x S/PDIF
concorrência (na mesma faixa de preço). O modelo - Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
Liquid Saffire 56, inclusive, dispõe de dois pré-amps - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
(Liquid Pre-amp) que emulam a sonoridade de pré- - Sample Rate: até 96 kHz
-amps clássicos (como o próprio Neve 1073). Pode - Bit Depth: até 24 bits
não ser um Neve original... mas é, sem sombra de - Bus-Power: Não
dúvida, muito bom! - Ligação em cadeia (daisy chain): Não

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em casa
capa

- Conexão: USB 1.1


- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
instrumento (TS)
- Pré-amplificadores de microfone: 2
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 4 x linha
(RCA) + 1 x fone (TRS)
- Entradas (digitais): Nenhuma
- Saídas (digitais): Nenhuma
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Sample Rate: até 48 kHz
- Bit Depth: até 24 bits
- Bus-Power: Sim
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não

Saffire Pro 14

- Sistema operacional: Mac/Windows


- Conexão: Firewire 400
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
instrumento (TS) + 2 x linha (TRS)
- Pré-amplificadores de microfone: 2
- Saídas (analógicas): 4 x linha (TRS) + 1 x fone
(TRS)
A família Focusrite: (1) Scarlett 2i2, (2) Scarlett 8i6, (3) - Entradas (digitais): 1 x S/PDIF
Scarlett 18i6, (4) Saffire 6 USB, (5) Saffire Pro 14, (6) Saffire - Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
Pro 24 DSP, (7) Saffire Pro 40 e (8) Liquid Saffire 56 - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Sample Rate: até 96 kHz
Scarlett 18i6 - Bit Depth: até 24 bits
- Bus-Power: Sim
- Sistema operacional: Mac/Windows - Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- Conexão: USB 2.0
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/ Saffire Pro 24/DSP
instrumento (TS) + 6 x linha (TRS)
- Pré-amplificadores de microfone: 2 - Sistema operacional: Mac/Windows
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone - Conexão: Firewire 400
(TRS) - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
- Entradas (digitais): 1 x ADAT + 1 x S/PDIF instrumento (TS) + 2 x linha (TRS)
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF - Pré-amplificadores de microfone: 2
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out - Saídas (analógicas): 6 x linha (TRS) + 1 x fone
- Sample Rate: até 96 kHz (TRS)
- Bit Depth: até 24 bits - Entradas (digitais): 1 x ADAT + 1 x S/PDIF
- Bus-Power: Não - Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Sample Rate: até 96 kHz
Saffire 6 USB - Bit Depth: até 24 bits
- Bus-Power: Não
- Sistema operacional: Mac/Windows - Ligação em cadeia (daisy chain): Não

40 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 41
em casa
capa

Saffire Pro 40

- Sistema operacional: Mac/Windows


- Conexão: Firewire 400
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
instrumento (TS) + 6 x linha (TRS)/ mic (XLR)
- Pré-amplificadores de microfone: 8
- Saídas (analógicas): 10 x linha (TRS) + 2 x fone
(TRS)
- Entradas (digitais): 1 x ADAT + 1 x S/PDIF
- Saídas (digitais): 1 x ADAT + 1 x S/PDIF
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Sample Rate: até 96 kHz
- Bit Depth: até 24 bits
- Bus-Power: Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não

Liquid Saffire 56

- Sistema Operacional: Mac/Windows


- Conexão: Firewire 400
A família Lexicon: (1) Lambda, (2)
- Entradas (analógicas): 4 x linha (TRS)/mic (XLR)/
Omega, (3) I-O|22, (4) I-O|42 e (5) I-O|82
instrumento (TS) + 4 x linha (TRS)/mic (XLR)
- Pré-amplificadores de microfone: 8
- Saídas (analógicas): 10 x linha (TRS) + 2 x fone Lambda
(TRS)
- Entradas (digitais): 2 x ADAT + 1 x S/PDIF - Sistema Operacional: Mac/Windows
- Saídas (digitais): 2 x ADAT + 1 x S/PDIF - Conexão: USB 1.1
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 2 x mic
- Sample Rate: até 192 kHz (XLR) + 1 x instrumento (TS)
- Bit Depth: até 24 bits - Pré-amplificadores de microfone: 2
- Bus-Power: Não - Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não (3.5 mm)
- Entradas (digitais): Nenhuma
LEXICON - Saídas (digitais): Nenhuma
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
A Lexicon sempre foi famosa pelos seus processado- - Sample Rate: até 48 kHz
res de efeitos, especialmente os reverbs. Mas, hoje - Bit Depth: até 24 bits
em dia, a Lexicon também oferece duas séries de - Bus-Power: Sim
interfaces muito boas, sendo que alguns modelos - Ligação em cadeia (daisy chain): Não
ainda vêm com pacotes de plug-ins com os lendá-
rios efeitos da Lexicon. E para melhorar ainda mais, Omega
os pré-amps das interfaces da fabricante foram her-
dados da sua empresa-irmã, a dbx (ambas fazem - Sistema Operacional: Mac/Windows
parte do grupo Harman), e são de ótima qualidade. - Conexão: USB 1.1
Tudo isso por um preço razoável. - Entradas (analógicas): 4 x linha (TRS) + 2 x mic

42 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 43
em casa
capa

(XLR) + 1 x instrumento (TS) - Conexão: USB 2.0


- Pré-amplificadores de microfone: 2 - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone instrumento (TS) + 6 x linha (TRS)/mic (XLR)
(TRS) - Pré-amplificadores de microfone: 8
- Entradas (digitais): 1 x S/PDIF - Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 2 x fone
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF (TRS)
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out - Entradas (digitais): 1 x S/PDIF
- Sample Rate: até 48 kHz - Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
- Bit Depth: até 24 bits - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Bus-Power: Não - Sample Rate: até 96 kHz
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não - Bit Depth: até 24 bits
- Bus-Power: Não
I-O|22 - Ligação em cadeia (daisy chain): Não

- Sistema operacional: Mac/Windows MACKIE


- Conexão: USB 2.0
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/ A Mackie sempre foi conhecida por seus mixers e
instrumento (TS) mesas de som, e ainda é até hoje. Mas ela também
- Pré-amplificadores de microfone: 2 oferece dois modelos de interfaces que são bastante
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone populares, até porque os pré-amps utilizados são os
(TRS) mesmos da linha de mixers Onyx, que também são
- Entradas (digitais): Nenhuma bem populares. Os conversores não são ótimos, mas
- Saídas (digitais): Nenhuma também não comprometem. E o preço é bem aces-
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out sível. Nada mal...
- Sample Rate: até 96 kHz
- Bit Depth: até 24 bits Onyx Blackjack
- Bus-Power: Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não - Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: USB 1.1
I-O|42 - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
instrumento (TS)
- Sistema Operacional: Mac/Windows - Pré-amplificadores de microfone: 2
- Conexão: USB 2.0 - Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/ (TRS)
instrumento (TS) + 2 x linha (TRS)/mic (XLR) - Entradas (digitais): Nenhuma
- Pré-amplificadores de microfone: 4 - Saídas (digitais): Nenhuma
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 2 x fone - MIDI: Não
(TRS) - Sample Rate: até 48 kHz
- Entradas (digitais): 1 x S/PDIF - Bit Depth: até 24 bits
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF - Bus-Power: Sim
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out - Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- Sample Rate: até 96 kHz
- Bit Depth: até 24 bits Onyx Blackbird
- Bus-Power: Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não - Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: Firewire 400
I-O|82 - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
instrumento (TS) + 6 x linha (TRS)/mic (XLR)
- Sistema operacional: Mac/Windows - Pré-amplificadores de microfone: 8

44 | áudio música e tecnologia


- Saídas (analógicas): 6 x linha (TRS) + 2 x fone
(TRS)
- Entradas (digitais): 2 x ADAT
- Saídas (digitais): 2 x ADAT
- MIDI: Não
- Sample Rate: até 96 kHz
- Bit Depth: até 24 bits
- Bus-Power: Sim
- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim

E por hoje é só, pessoal! Mas na próxima edição


continuaremos esta lista, falando das marcas M-Au-
dio, MOTU, PreSonus e Tascam, para finalizar. Não
percam!

a família mackie: Blackjack (acima) e Blackbird (abaixo) Até lá!

Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IaTec. e-mail: lucas@musitec.com.br

áudio música e tecnologia | 45


GRaVaÇão | Fábio Henriques

A HORA DO ESTÉREO
Fábio Henriques

OS DIFERENTES CONCEITOS, APLICAÇÕES E SISTEMAS QUE


COMPÕEM O UNIVERSO DA MICROFONAÇÃO ESTEREOFÔNICA

D
esta vez vamos analisar como aproveitar o fato timbre original, iremos usar estas duas premissas para
de que reproduziremos o som em dois canais nas obtermos resultados interessantes.
aplicações em estéreo. Antes de mais nada, porém,
vamos definir melhor os nossos objetivos. AUDIÇÃO ESPACIAL

Já vimos aqui que o modo mais natural de se microfo- Eu não sei se todos já repararam, mas temos dois ouvi-
nar um instrumento é, na maioria das vezes, colocando o dos. Alguém pode achar que isto acontece para termos
microfone na posição de um ouvinte hipotético. Quando uma reserva no caso de um deles dar defeito, mas não é
colocamos mais de um microfone e combinamos o resul- bem assim. Temos dois ouvidos pelo mesmo motivo pelo
tado, sempre ocorrerão interações entre o som dos micro- qual temos dois olhos: obter a sensação espacial.
fones por causa das diferenças de fase. Algumas vezes o
som captado acaba sendo até melhor do que imagináva- Analisando friamente, nosso “sistema de captação” con-
mos, mas será certamente diferente do som natural. siste de dois microfones colocados dentro de canais em
cuja boca se encontram cornetas acústicas, com um obs-
Porém, temos dois canais para preencher, e seria mais táculo considerável entre os dois. Assim, sons de frequên-
interessante se pudéssemos captar com dois microfo- cias mais para o extremo agudo do espectro, que chegam
nes, enviando um deles para o lado L e o outro para o de um dos lados, são captados melhor por um dos ouvi-
R. Levando em conta que usar mais de um microfone dos. A cabeça funciona como um obstáculo considerável,
implica em gravar com diferenças de fase que alteram o e o ouvido situado do lado oposto acaba captando com

46 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 47
Gravação

menor intensidade. Em outras palavras, para os sons mais ou mais à direita, conforme desejado. A segunda é usan-
agudos, a nossa sensação de direção se origina na dife- do dois (ou até mais) microfones e distribuindo os sinais
rença de intensidade entre os dois ouvidos. obtidos para duas (ou mais) pistas. Vamos nos deter aos
diferentes processos de gravação usando mais de um mi-
Agora, para as frequências mais graves, os comprimen- crofone na tentativa de recriar a sensação espacial.
tos de onda começam a ficar grandes demais em rela-
ção à cabeça, e as diferenças de intensidade passam a APLICAÇÕES TÍPICAS
ser irrelevantes. Neste caso, as diferenças no tempo de
chegada a cada ouvido (em outras palavras, a diferença Normalmente se usa microfonação estéreo quando a
de fase) é que passa a importar. própria fonte já se beneficia do sentido posicional. Por
exemplo: orquestras de câmara, grupos vocais, conjun-
Para as frequências intermediárias, vale um misto dos to de peças de percussão, naipes de metais, caixas les-
dois, enquanto as orelhas ajudam, entre outras coisas, lie etc. Outro caso típico é quando um instrumento tem
a posicionar acima ou abaixo fontes diretamente à fren- um certo destaque ou função em um arranjo. Violão,
te ou diretamente atrás. acordeão e sax, entre outros, ganham muito colorido se
gravados em estéreo desde que o arranjo lhes permita
O ESTÉREO despontar sem mascaramentos.

Em uso comum, o termo “estéreo” se refere a sistemas SIMULANDO ESTÉREO


de som em que a informação se divide em um lado “es-
querdo” e um “direito”. O conceito de estereofonia, po- Um dos recursos que se utiliza para aumentar a riqueza
rém, é bem mais amplo, referindo-se a qualquer sistema tímbrica de um programa é a “dobra”. Em vez de se gravar
em que se tenta recriar o sentido direcional do som, in- um violão, por exemplo, em estéreo, grava-se a mesma
dependentemente do número de fontes simultâneas que parte duas vezes, jogando cada uma das pistas para um
se ouve. O uso de dois canais se deveu basicamente às lado. As ligeiras diferenças de tempo e as microdesafina-
limitações dos meios de gravação e do custo dos equipa- ções resultantes aumentam o conteúdo harmônico e dão
mentos. Com o avanço tecnológico, porém, nada impede um brilho bastante interessante à mixagem. Vale lembrar
que tenhamos sistemas em que múltiplas fontes sonoras que, devido à maior direcionalidade dos menores compri-
contribuem para recriar o sentido espacial. Neste mo- mentos de onda, é útil posicionar no pan os instrumentos
mento, porém, vamos nos concentrar apenas no estéreo mais agudos nas pontas e os mais graves no meio.
tradicional, L-R, por ser ainda o mais empregado.
GRAVANDO COM DOIS MICROFONES
Para recriar no ouvinte o senso direcional do som, distri-
bui-se o áudio em dois canais, indo para caixas acústicas Nossa análise irá se concentrar agora na gravação utilizan-
posicionadas com uma certa distância entre si. As dife- do dois microfones. Ela é útil tanto para gravações em esté-
renças de fase e intensidade no som que chega a nossos reo de instrumentos solo quanto para grupos e ambiências.
ouvidos desta forma sugerem o comportamento real das
fontes sonoras. Modernamente, este conceito foi expan- Neste ponto, é importante alertarmos que o uso de mi-
dido, e hoje, mesmo não se tentando recriar ambiente crofonação estéreo deve ser feito com critério, pois, como
nenhum, existem procedimentos básicos de disposição sabemos, haverá cancelamentos de fase envolvidos no
dos diferentes canais no plano estereofônico que tornam processo. Mesmo obtendo melhor imagem espacial, pode-
a audição bem mais interessante e agradável. -se empobrecer a qualidade sonora do material. É sem-
pre bom conferir em mono para analisar as perdas. Como
Existem duas maneiras de se posicionar instrumentos no norma geral, evite gravar em estéreo instrumentos que
plano L-R. A primeira, gravando-se a fonte em uma pista não aparecerão “abertos” no plano da mixagem final. Um
e controlando sua posição através do controle de pan no instrumento gravado em estéreo reduzido a mono pode
console. Na mixagem final, ela estará mais à esquerda apresentar um som bastante diferente do original.

48 | áudio música e tecnologia


TÉCNICAS DE MICROFONAÇÃO ESTÉREO

A) BINAURAL

Nesta técnica, usam-se dois microfones omnidirecionais


separados por um isolante acústico. Assim, tentamos re-
criar as condições em que os ouvidos operam. Nada mais
fiel, portanto, do que usar como isolante acústico uma
cabeça moldada, com microfones inseridos nos canais
auditivos. Esta é a técnica de recriação espacial mais efi-
caz, mas tem uma grande desvantagem: para que fun-

Fábio Henriques
cione corretamente, deve-se ouvir o programa usando
fones de ouvido. Quando o som é reproduzido em caixas
acústicas, a imagem espacial é bastante prejudicada.
Um binaural improvisado no estúdio
Mesmo com esta restrição, os equipamentos para gra-
vação binaural são muito importantes em situações nais, com as cápsulas orientadas com os eixos fazendo
como medição de ruído em ambientes de trabalho. um ângulo de 90o. Os lobos anteriores captam o som
direto e os posteriores o som da sala. A distância entre
A análise que faremos adiante pode ser aplicada tanto no os microfones e a orquestra é normalmente a metade da
caso da captação de uma orquestra quanto com apenas largura do conjunto. Observe que os diagramas se cruzam
um instrumento, bastando que as distâncias sejam pro- onde a sensibilidade cai 3 dB, fazendo com que os sons
porcionais ao tamanho aparente da fonte. centrais não tenham excesso de volume.

B) SISTEMAS COINCIDENTES X-Y – Substitui-se os bidirecionais por cardióides. Os lo-


bos posteriores são eliminados, e praticamente só o som
São aqueles em que os diafragmas dos dois microfones direto é captado. O problema é que os diagramas polares
são colocados no mesmo eixo vertical. Isto elimina dife- dos dois microfones se cruzam muito próximo do máxi-
renças de fase, e a recriação do sentido espacial se deve mo, fazendo com que haja um estreitamento da imagem
apenas a informações de diferenças de intensidade. As estéreo (sons do meio ficam muito mais altos que os das
técnicas mais conhecidas e empregadas são:

Estereosônica (Blumlein) – Dois microfones bidirecio-


Percurssion

Piano
harp

BRASS

woodwinds

basses
violins celos
Divulgação

speaker
speaker
Cabeça binaural captando o som das ondas Gráfico 1 - Blumlein
áudio música e tecnologia | 49
GRaVaÇão
Fábio Henriques

TÉCNICA XY É IGUAL À bLUMLEIN, bASTANDO MUDAR A CONFIGU-


RAÇÃO DO MICROFONE PARA UMA SE TRANSFORMAR NA OUTRA

GRáFICO 3: M - S
laterais). Para se alargar a imagem, podem ser usados
dois hipercardióides com o ângulo aumentado para 110o. pode-se estreitar/alargar a imagem estéreo. Além disso, é
a configuração que dá a melhor compatibilidade em mono,
M-S – Também chamado “Middle-Side”. Usa um microfone uma vez que neste caso as laterais se cancelam.
cardióide apontado diretamente à frente e um bidirecional
fazendo 90o com esta direção. As saídas dos dois micro- C) SISTEMAS QUASE COINCIDENTES (NEAR-COINCIDENT SYSTEMS)
fones devem ser combinadas da seguinte forma: o sinal
do bidirecional é mandado a dois canais com o pan aber- Passam a incorporar informações de diferenças de fase,
to; em um deles se inverte a fase; o sinal do cardioide é pois as cápsulas não estão mais no mesmo eixo vertical.
mandado para um terceiro canal com o pan no meio; os Os sistemas mais famosos são:
sinais dos três canais são somados em duas saídas (L e
R). A vantagem é que, variando o nível dos canais laterais, ORTF (Office de Radiodiffusion-Television Françai-
se) – Dois microfones cardióides com as cápsulas sepa-
radas por 17 cm (simula a distância entre os ouvidos)
e fazendo um ângulo de 110o (simula a captação dos
Fábio Henriques

GRáFICO 2: X-Y VISTA FRONTAL DA TÉCNICA M-S


50 | áudio música e tecnologia
GRáFICO 4: ORTF

ouvidos). A cobertura média é de 180o e não depende


tanto do ambiente. O ponto central de captação é -3 dB

Fábio Henriques
em cada microfone (não acentua o meio).

NOS (Nederlandsche Omroep Stichting) – Dois cardio-


ides separados por 30 cm, com ângulo de 90o entre as TÉCNICA ORTF VISTA DE CIMA
cápsulas. Por estarem mais distantes, são sensíveis a di-
ferenças de fase em frequências mais baixas. Proporciona
som mais aberto. Seu ângulo total de captação é de 160o. D) SISTEMAS ESPAÇADOS

AB – Estando no limite entre os pares quase-espaçados e Se começamos a aumentar o espaçamento entre os dois
os espaçados, a técnica AB emprega dois microfones omni microfones, vamos cada vez mais enviar informações ex-
a uma distância de uns 50 cm, aproximadamente. Este clusivamente laterais aos alto-falantes. Isto faz com que
caso incorpora mais diferenças de fase. somente os sons vindos exatamente do meio sejam en-
GRaVaÇão

GRáFICO 5: NOS

viados ao centro, e, assim mesmo, com nível muito baixo. caso, cubra as superfícies refletoras com material absor-
Qualquer som levemente fora de centro irá saltar para a vente ou use a regra do “2 para 1” (se um microfone está
extrema esquerda ou direita. Este efeito é chamado “bu- a uma distância “d” de uma fonte, deve estar, no mínimo,
raco central” (hole-in-the-middle) e pode ser evitado com a “2d” da superfície refletora mais próxima).
o uso de um terceiro microfone colocado no meio, envian-
do sinal aos lados esquerdo e direito igualmente. CUIDADOS NO USO DE REbATEDORES

Um uso típico desta técnica utiliza três microfones omni Os rebatedores (ou barreiras acústicas móveis) são usa-
colocados equidistantes a um coral, por exemplo. dos muitas vezes na tentativa de diminuir os vazamentos,
mas deve-se ter cuidado ao usá-los, pois podem piorar em
EVITANDO CANCELAMENTOS DE FASE vez de ajudar.

Já sabemos que diferentes frequências possuem diferentes Vejamos o caso em que um rebatedor é colocado entre
comprimentos de onda. Assim, se captamos o som de um dois instrumentos e um deles é captado por um cardiói-
instrumento com dois microfones, existirão várias frequên- de. Supondo que o rebatedor é um absorvedor perfeito
cias para as quais um deles estará captando um máximo (e não é!), todos os sons que atingiriam os ports laterais
e o outro um mínimo de pressão acústica. Para essas fre- e traseiros do microfone são abafados, transformando a
quências haverá cancelamento de fase. A fim de minimizar resposta do microfone em omni! Se levarmos também em
este efeito, use a regra do “3 para 1” (se um microfone está conta que o rebatedor não absorve completamente o som,
a uma distância “d” de uma fonte, nenhum outro microfone veremos que haverá cancelamentos de fase devido a re-
poderá estar a menos de “3d” desta fonte). flexões. Considere também o efeito de difração, que faz
com que os graves “contornem” o rebatedor.
Existem também cancelamentos de fase mesmo usando
um só microfone, devido a diferenças no comprimento do A conclusão é: o posicionamento deve ser extremamente
caminho do som da fonte ao microfone entre um sinal di- cuidadoso e só a audição atenta vai dizer quando e como
reto e um refletido (caso da estante de partituras). Neste se devem usar os rebatedores.

Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora música & Tecnologia. é respon-
sável pelos produtos da gravadora canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor musical.

52 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 53
caPa | miguel Ratton

PRESONUS
STUDIOLIVE

UM CONSOLE PEQUENO,
FUNCIONAL E PODEROSO
am&T

54 | áudio música e tecnologia


H
á pouco mais de dez anos, o segmen-
to de consoles digitais era um territó-
rio restrito a menos de meia dúzia de
fabricantes. Mas, como sempre acontece no
mundo dos negócios, todo mercado em que há

16.4.2
pouca competição gera “olho grande” e é só
uma questão de tempo para que outras em-
presas apareçam com produtos concorrentes.
Obviamente, não é nada fácil disputar contra
equipamentos que já têm uma posição conso-
lidada e desfrutam da confiança dos usuários,
mas, cedo ou tarde, acaba surgindo alguma
nova opção capaz de oferecer algum tipo de
vantagem, seja em inovação, em funcionalida-
de ou até mesmo no preço.

A PreSonus iniciou suas atividades em meados


da década de 1990 e ficou conhecida por seu
pré-amp DigiMax e suas interfaces de áudio.
Há pouco tempo, lançou o primeiro modelo da
linha de consoles digitais StudioLive, e, como
não poderia deixar de ser, incorporou nele aque-
las experiências anteriores bem-sucedidas, mas,
sobretudo, adicionou um conceito de design bas-
tante funcional e prático, como veremos a seguir.

VISÃO GERAL
A StudioLive 16.4.2 é uma mesa compacta e,
como o nome sugere, possui 16 entradas para
microfone ou linha, quatro subgrupos e uma sa-
ída principal em estéreo. Ela dispõe de saídas di-
rect out e conexões de insert em todos os canais
de entrada, dois processadores internos de efei-
tos e seis buses auxiliares, que podem ser usados
para mixagem de monitor ou então como man-
dadas para processamentos externos à mesa.

No geral, o visual do console é bonito, com co-


res sóbrias e um layout funcional. A inclinação
do painel pareceu bem adequada à operação
prolongada, e a largura de 44 cm permite que
o console seja montado em um rack de 19”
(as abas metálicas para montagem vêm junto
com o equipamento). Com exceção da saída

áudio música e tecnologia | 55


CAPA

para fone de ouvido, que fica no canto inferior direito na padas em dois conectores do tipo DB15. A mesa dispõe de
frente do console, todos os demais conectores de áudio mais duas entradas auxiliares em estéreo (conectores de
ficam na parte traseira, de maneira que o painel superior 1/4”), endereçadas diretamente à saída principal, e uma
contém apenas os controles e indicadores luminosos. Na entrada estéreo Tape In (conectores RCA). Há ainda uma
parte superior direita do painel fica uma pequena tela de entrada para microfone de talkback, que pode ser ende-
LCD monocromática, que serve para visualizar detalhes reçada aos auxiliares e à saída principal. Esta entrada, um
de alguns parâmetros e acessar páginas de configura- conector XLR no painel traseiro, tem a alimentação phan-
ções da mesa, e bem na extremidade superior direita do tom permanentemente ligada e seu ajuste de ganho é fei-
console há um conector para luminária de 12 V. to por um pequeno botão de volume ao lado do conector.

Indicada pela PreSonus para uso tanto em estúdio quanto Quanto às saídas, o sinal estéreo principal (Main) está
ao vivo, a 16.4.2, de fato, tem características que a tornam disponível através de conectores XLR, 1/4” TRS e RCA
“bivalente”, oferecendo recursos que agradam em ambas (Tape Out). A saída estéreo Main também é mixada
as situações. O fato de poder funcionar integrada a um para mono e vai para um conector XLR específico. Tan-
computador, via Firewire, faz da 16.4.2 uma bela opção de to as saídas Main estéreo quanto a saída Main mono
interface de áudio multicanal, uma vez que ela possui 16 dispõem de um botão de volume bem ao lado dos seus
pré-amplificadores de alta qualidade e recursos essenciais conectores. No painel traseiro estão disponíveis ainda
para um estúdio de gravação, tais como compressores em as saídas em estéreo para monitoração (Control Room),
todas as entradas e monitoração imediata das pistas gra- as quatro saídas dos subgrupos e as seis saídas dos
vadas. Por outro lado, pelo seu tamanho compacto, é um auxiliares, todas em conectores de 1/4” TRS. Além des-
equipamento apropriado para sistemas de sonorização de tes, existe também um conector digital S/PDIF (RCA),
pequeno porte, tais como teatros, igrejas e auditórios cor- cujo sinal de saída pode ser selecionado pelo operador
porativos, já que ocupa pouco espaço e oferece uma quan- (Main, subgrupos, auxiliares, talkback etc.).
tidade de canais suficiente para essas aplicações.
Em cada strip de canal de entrada há um botão de ajus-
Em vários aspectos, sua operação é bastante intuitiva, te de ganho, uma chave de acionamento individual da
como se fosse uma mesa analógica. Mesmo sendo um alimentação phantom, uma chave para escolher entre
console digital, as 16 entradas físicas estão associadas o sinal da entrada física e o sinal vindo do computador,
diretamente aos 16 canais de mixagem, cujos níveis uma chave Select para habilitar a operação no canal, as
são controlados diretamente pelos 16 faders. Por isso, chaves de Solo e Mute e um fader de 100 mm. Os strips
não existem layers de canais e nem é necessário efetuar são identificados em três regiões do painel (abaixo dos
qualquer tipo de roteamen-
to das entradas para os ca-
nais de mixagem (existe até

AM&T
uma matriz de patchbay no
software Virtual StudioLive,
mas que se limita a rotear os
sinais de auxiliares, subgru-
pos etc. para as entradas de
áudio no computador).

Todos os 16 canais de entra-


da possuem conectores XLR e
1/4” TRS e conectores de in-
sert TRS. Já as saídas diretas
(direct out) dos canais de en-
trada estão disponíveis agru-

Parte traseira do equipamento: todos os conectores de áudio


são ligados nela, com exceção da saída para fone de ouvido
56 | áudio música e tecnologia
botões de ganho, acima das chaves
de Select e abaixo dos faders), o
que diminui bastante a possibilidade
de erro do operador. A iluminação
é um dos pontos fortes do painel:
as teclas que estão acionadas ficam
acesas, e as teclas que não estão
acionadas brilham bem suavemen-
te, o suficiente para serem identifi-
cadas num ambiente escuro, como é
o caso de teatros, por exemplo.

A linha StudioLive usa os mesmos pré-


amplificadores XMAX adotados no
DigiMax e nas interfaces FireStudio,
AM&T

que são circuitos amplificadores do


tipo classe A, implementados com
componentes discretos (transistores,
Visão frontal do PreSonus StudioLive 16.4.2: painel superior
e não circuitos integrados). De acordo com a PreSonus, eles
contém apenas os controles e indicadores luminosos
operam alimentados com 30V, enquanto os amplificadores
operacionais comuns são alimentados de 10V a 18V, e
esta tensão de alimentação mais alta proporciona um
headroom maior, com graves mais profundos, agudos do canal que se está operando. Quando um canal de en-
mais suaves e uma sonoridade geral mais cheia. De fato, trada é selecionado (pressionando-se a respectiva tecla
os prés da 16.4.2 possuem uma faixa de ganho muito Select no strip), o Fat Channel apresenta, da esquerda
ampla e uma resposta extremamente plana. para a direita, os controles e parâmetros dos processa-
mentos daquele canal, que são filtro passa-altas (ajustá-
Apesar de só ter seis mandadas auxiliares, o que pode vel até 1 kHz), tecla de inversão de fase, Gate/Expander,
ser pouco quando se precisa mixar a monitoração para Compressor, Limiter e EQ de quatro bandas.
bandas maiores, a 16.4.2 tem a vantagem de não ocu-
par esses auxiliares com os efeitos internos, que pos- Os parâmetros desses processadores podem ser ajustados
suem suas próprias mandadas. Na verdade, para apli- por meio de 16 botões rotativos (encoders), sendo que aci-
cações que requerem mais canais de entrada e mais ma de cada um deles há uma barra de LEDs com uma
auxiliares, a PreSonus oferece a StudioLive 24.4.2, escala que indica a posição (valor) do ajuste do respectivo
com 24 canais de entrada e 10 auxiliares. parâmetro. Desta forma, o operador tem uma visualização
geral e imediata de todos os parâmetros do canal, podendo
atuar diretamente naquele que deseja. O Fat Channel tam-
bém mostra os controles e parâmetros dos processamentos
APERTANDO AS TECLAS E MEXENDO existentes nos auxiliares, nos efeitos, nos subgrupos, nos
NOS BOTÕES canais de retorno e também na saída Main (veja na tabela
os recursos disponíveis para cada canal e bus da mesa).
Operar a 16.4.2 é bem fácil porque o conceito fundamen-
tal da mesa é ter tudo na mão, sem a necessidade de As barras de LEDs também funcionam como medidores
selecionar layers ou abrir páginas na tela. Na área azul, de nível dos sinais, podendo mostrar os níveis de entra-
no centro do painel, fica o chamado Fat Channel: um da, os níveis de saída ou a quantidade de redução de
conjunto de chaves, botões e barras de LEDs que servem ganho (GR) nos sinais dos 16 canais de entrada ou os
para controlar e visualizar uma variedade de parâmetros níveis dos sinais nos seis auxiliares e nos dois efeitos.

áudio música e tecnologia | 57


CAPA

Inversão Filtro HPF Noise Gate Compressor EQ Limiter


de fase
Entradas (1-16) X X X X X X
Subgrupos X X X X
Saída Main X X X X
Auxiliares 1-6 X X X X
FX Internos A e B X X X X
Retornos A e B X X X X

Como os faders não são motorizados, as barras de LEDs sua respectiva tecla Mix para visualizar nas barras os
também servem para indicar a posição onde os faders níveis de mandada dos 16 canais para aquele auxiliar
devem ser posicionados ao se chamar uma cena de mi- e ajustá-los usando os encoders. Este mesmo procedi-
xagem da memória, isto é, as barras de LEDs mostram o mento é usado para ajustar os níveis de mandada dos
ponto até onde o operador deve mover cada fader para canais para os processadores internos de efeitos.
colocá-los nas posições salvas na memória. Os níveis dos
subgrupos e da saída Main são mostrados em barras de Na parte de baixo da área do Fat Channel há, ainda,
LEDs específicas, logo acima da tela de LCD. o encoder do Pan, com uma barra de LEDs horizontal
mostrando sua posição, as teclas de endereçamento
Os 16 encoders e as 16 barras de LEDs também são do canal para subgrupos e Main, e ainda a tecla de
usados para ajustar os níveis de mandada para os auxi- Link, que permite acoplar um par adjacente de canais,
liares. Ao selecionar qualquer auxiliar, basta pressionar de auxiliares ou de subgrupos.
Miguel Ratton

Controlando e visualizando os parâmetros do Fat Channel


58 | áudio música e tecnologia
Miguel Ratton
Todos os ajustes efetuados
nos parâmetros do Fat Chan-
nel podem ser salvos em 100
presets de memória para uso
posterior (50 presets já vêm
com configurações prontas
para diversos tipos de instru-
mentos e vozes). As operações
de memória (Load e Save) são
muito rápidas e requerem pou-
cas ações. Também é possível
copiar os ajustes de um canal
para outro, e, neste caso, o
procedimento é extremamente
ágil: basta selecionar o canal a
ser copiado e pressionar Copy
para que comecem a piscar to-
das as teclas Select dos demais
canais, aguardando o usuário
selecionar em quais deles de- Ajustando as mandadas dos canais para o FX1
verão ser copiados os ajustes
(é possível copiá-los de um ca-
nal para vários destinos) e, em seguida, pressionar Load. é preciso acessar a respectiva página na tela para que as
bandas apareçam nos LEDs do Fat Channel. Outra adição
Ainda na cadeia de processamentos do Fat Channel, o da versão 1.5 são os delays nos subgrupos, que podem
processador do Gate pode ser configurado (individu- ser ajustados em até 500 ms.
almente em cada canal) para operar alternativamente
como Expander. O compressor contém controles básicos, Os processadores internos de efeitos limitam-se a pro-
incluindo uma opção de atuação gradual (Soft Knee) e duzir efeitos de ambiência, basicamente reverbs e de-
um modo de ajuste automático de tempos de Attack e lays, mas é possível editar vários parâmetros e salvar
Release. O EQ dispõe de quatro bandas, sendo que nas os ajustes na memória da mesa. As mandadas de sinal
baixas e nas altas o filtro pode ser configurado como se- dos canais para os efeitos são buses específicos (não
miparamétrico ou shelf, e nos médios-graves e médios- ocupam os auxiliares) e os retornos dos efeitos podem
-agudos há duas opções de ajuste do Q (0.55 ou 2.0). ir para quaisquer dos subgrupos ou para as saídas Main.
O ganho em todas as bandas pode ser ajustado entre Não é possível insertar efeitos em um canal, o que não
-15 dB e +15 dB. Seria interessante que as bandas per- faz muita falta, já que são só efeitos de ambiência.
mitissem o ajuste da frequência em todo o espectro, ou
então que, pelo menos nos EQs dos subgrupos, uma das Assim como em outros consoles digitais, a 16.4.2
bandas pudesse atuar como low-pass para possibilitar o também pode memorizar cenas com configurações
corte do sinal que vai para um subwoofer. completas de mixagem. Este é um recurso de grande
utilidade para agilizar a operação, sobretudo em locais
Embora a 16.4.2 que recebi tenha vindo com um só onde situações diferentes se repetem frequentemente,
EQ gráfico de 31 bandas aplicado à saída Main, quando como em igrejas, por exemplo. São 79 memórias de cena
atualizei o firmware interno da mesa para a versão 1.5 (e mais uma “zerada”, com condições iniciais básicas),
passaram a ser oito equalizadores gráficos desse tipo, nas quais ficam salvos os ajustes de Mute, efeitos,
sendo dois para a saída Main e um para cada saída endereçamentos, EQs, dinâmica, mixagens de auxiliares
auxiliar. Para poder ajustar as bandas dos EQs gráficos, e posicionamento dos faders (os ajustes de ganho dos

áudio música e tecnologia | 59


CAPA

prés não são memorizados). No caso do ajuste dos painel traseiro do console. A outra porta serve para
faders, pelo fato deles não serem motorizados, é preciso conectar outra mesa em modo “cascade”, ampliando o
que o operador, depois de carregar a cena, “localize” número de canais de entrada, sendo possível encadear
com os faders da mesa os valores que estavam salvos várias 16.4.2 via Firewire.
na cena, usando as barras de LEDs dos medidores para
se guiar até posicionar fisicamente o fader no valor do O CD que vem com o equipamento instala o driver (ASIO/
ajuste da cena. É um pouco trabalhoso, mas funciona. WDM), o painel de controle Universal Control e o Virtual
StudioLive – um software que, junto com a mesa, opera
Um detalhe operacional importante: é preciso prestar em tempo real, além de apresentar na tela do computador
atenção ao se carregar uma cena, pois não há um pedido todos os parâmetros e permitir editá-los graficamente
de confirmação antes de carregá-la efetivamente, usando o mouse. O procedimento de instalação é simples,
bastando selecionar a cena e pressionar Recall. No bastando seguir as informações na tela do computador.
entanto, o console permite bloquear esta operação e Testei a mesa junto com um PC rodando Windows XP e não
algumas outras, evitando, assim, ações acidentais. De tive qualquer tipo de problema com o Virtual StudioLive
qualquer forma, todas as teclas atuam de maneira precisa ou com softwares de gravação de áudio.
e não é fácil acioná-las esbarrando acidentalmente.
No Universal Control é possível verificar se a versão do
firmware (software interno do console) é a mais atual, e
INTEGRAÇÃO COM O SMAART ele mesmo se encarrega de efetuar a atualização. A mesa
que recebi para teste ainda estava na versão 1.1, e para
De acordo com a PreSonus, a partir da versão 1.6 do atualizar para a última versão, 1.5, foi necessário primeiro
firmware o console passará a dispor da tecnologia atualizar para a v.1.2. Este procedimento foi relativamente
de medição de áudio do conhecido software Smaart fácil, já que os respectivos softwares podem ser obtidos
diretamente no Virtual StudioLive. Isto permitirá rapidamente no site da PreSonus. Portanto, é recomendável
usar os equalizadores das saídas da StudioLive verificar periodicamente no site se há versões mais novas
para ajustar melhor o som do PA, identificando, por do driver, do software e também do firmware.
exemplo, frequências de realimentação do sistema.
Uma vez instalado o driver, a 16.4.2 é reconhecida como
Através da tecla de EQ gráfico no Virtual StudioLive, dispositivo de áudio em qualquer software de gravação
poderão ser ativados os algoritmos de RTA e (DAW) que suporte ASIO ou WDM (ou CoreAudio, no
espectrograma, que mostrarão o conteúdo do Mac), e aparece com um total de 32 entradas e 18
sinal que passa pelo respectivo EQ. O recurso do saídas de áudio em 24 bits (a taxa de amostragem pode
espectograma será implementado nas telas do ser selecionada para 44.1 kHz ou 48 kHz no próprio
Virtual StudioLive e também será incorporado o equipamento ou no software Universal Control). Das 32
Smaart Locator – um localizador de delay que entradas de áudio, 16 são as respectivas entradas físicas
facilitará o uso da função de delay de saída que foi da mesa e as demais podem ser roteadas dos buses de
incluído aos subgrupos do console a partir do update Main, subgrupos, auxiliares, retornos, efeitos, Tape In,
1.5 do firmware. Ainda de acordo com a empresa, talkback e Solo. Ou seja, é possível gravar no computador
as versões futuras do Virtual StudioLive também tudo o que passa dentro do console. Por outro lado, as 18
terão a adição do algoritmo Smaart Response, para saídas de áudio no software são reproduzidas através dos
medidas de resposta de frequência. 16 canais da mesa e mais o estéreo Tape In. Os sinais
reproduzidos pelo software no computador podem ser
monitorados imediatamente na mesa, pressionando-se a
tecla com o símbolo do Firewire que existe em cada canal
CONECTANDO AO COMPUTADOR de entrada e no Tape In. Desta forma, a 16.4.2 opera
como uma poderosa interface de áudio, com 16 entradas
Para conectar a 16.4.2 ao computador, pode-se usar de microfone, todas com pré-amps XMAX, phantom
qualquer uma das duas portas Firewire localizadas no power e processamento de dinâmica. O ajuste de latência

60 | áudio música e tecnologia


pode ser efetuado na configuração do Universal Control e mixagem de áudio em multipistas, com recursos para
o driver proporciona atrasos bem baixos, adequados não sequenciamento MIDI, edição do material de áudio,
só para monitorar uma gravação, mas também para usar automação de mixagem, plug-ins de processamento
o computador como processador externo, em tempo real, e outras funcionalidades necessárias para produção
mandando um sinal da mesa via Firewire para um plug-in musical.
no computador e retornando para a mesa. Uma situação que está ficando comum em sistemas de
sonorização é o controle do console de fora da house mix,
Embora se comunique bidirecionalmente com o Virtual com o operador de áudio usando algum tipo de dispositivo
StudioLive, transferindo os estados de controles para móvel para ajustar detalhes da mixagem a partir de algum
este software e recebendo dele as alterações feitas ponto da plateia. Para auxiliar neste sentido, a PreSonus
em suas telas, a 16.4.2 não opera como “superfície de oferece o software StudioLive Remote para iPad, que pode
controle” de softwares de gravação e produção musical, ser obtido gratuitamente na Apple App Store. Uma vez
o que é uma pena. Espero que a PreSonus incorpore estabelecida uma conexão sem fio com um computador
esta funcionalidade no futuro, já que isto ampliaria (Mac ou PC) que esteja conectado a uma 16.4.2 e rodando
bastante as aplicações da mesa em estúdios. Virtual StudioLive, é possível usar um ou mais iPads para

SOFTWARES À DISPOSIÇÃO
Apesar de funcionar muito bem com qualquer
software de gravação que aceite dispositivos ASIO,
WDM ou AU, a StudioLive 16.4.2 também já vem com
dois softwares de áudio. Um deles, o Capture, é um
gravador multipistas desenvolvido especificamente
para ser usado com as mesas StudioLive, para
gravação ao vivo. Com versões para PC e Mac, ele
permite gravar até 34 pistas, inserir marcadores
em tempo real para indicar os pontos onde termina
uma música e começa outra e fazer edições básicas
no áudio, além de também exportar o material
gravado para arquivos em formato WAV e OpenTL.
Uma das aplicações sugeridas para o Capture é usá-
lo para reproduzir, através do console, gravações
multicanais feitas ao vivo,
de modo que a passagem de
som possa ser feita sem ter
os músicos no local (ele pode
importar arquivos WAV e AIFF).

O outro software fornecido é o


Studio One, na versão Artist,
também para PC e Mac. Este
é um programa de gravação e

StudioLive Remote e Studio


One: softwares fornecidos são
de grande utilidade

áudio música e tecnologia | 61


CAPA

visualizar e controlar todos os parâmetros do console. os canais controlam sempre as respectivas entradas.
Por outro lado, a mesa oferece recursos interessantes,
Também está disponível gratuitamente na App Store o como saída adicional em mono, alimentação phantom
aplicativo QMix, que funciona dentro do mesmo conceito individual e delays nos subgrupos. O conceito do Fat
do StudioLive Remote para iPad. O QMix permite Channel funciona muito bem, agilizando bastante a
que até seis músicos, a partir de seus aparelhos de operação, e a qualidade reconhecida dos prés XMAX
iPhone ou iPod Touch, controlem simultaneamente as valorizam significativamente o equipamento.
mixagens de monitor nos auxiliares da 16.4.2. Para isso
é necessário conectar os iPhones ou iPods em rede sem Uma das vantagens agregadas à mesa 16.4.2 é seu
fio com um computador (Mac ou PC) e habilitar neste o
funcionamento como interface de áudio, que a torna
controle remoto do QMix sobre o Virtual StudioLive, que
interessante não só como equipamento central de um
então controla o console conectado via Firewire.
estúdio, mas também abre mais campos no uso em
sonorização, com a possibilidade de gravação multica-
NO FINAL DAS CONTAS nal de espetáculos, debates etc. Pode-se questionar a
implementação da comunicação com computador via
Os grandes destaques da StudioLive são, sem dúvida, porta Firewire, que está ficando cada vez mais difícil
a funcionalidade e a facilidade de operação. Ter tudo
de ser encontrada nos novos computadores, mas pro-
à mão e poder atuar imediatamente em qualquer ca-
vavelmente não seria possível obter o mesmo desem-
nal é o que todo operador deseja, principalmente neste
penho se fosse usada comunicação via USB 2.0.
segmento de mesas compactas. O fato de não possuir
faders motorizados, embora possa dar mais trabalho na
No geral, acho que a PreSonus acertou bem com o con-
recuperação de cenas, não chega a ser propriamente
ceito funcional e prático adotado na StudioLive e tem
uma deficiência, já que, pelo fato de não haver layers,
grandes possibilidades no mercado crescente de conso-
les digitais de pequeno porte. A operação é fácil e intui-
tiva e a qualidade não deixa nada a desejar. Não é à toa

U R T I que a linha StudioLive já ganhou três vezes o prêmio

C MIPA (Musikmesse International Press Award). •

- Praticamente todos os controles aparecem no painel


- As teclas não acionadas ficam semi-iluminadas, fa-
cilitando a operação

RTI
- Phantom Power individual

C U
Não
- Compressor, gate e EQ de quatro bandas em todos
os canais (entradas, subs, aux e main)
- EQs gráficos na saída principal e nos seis auxiliares
- Não tem função de superfície de controle para
- Saída adicional em mono
software de gravação/mixagem
- Cascade via Firewire
- Ajuste limitado da frequência nas bandas do EQ
- Interface de áudio com 32 x 18 canais
do canal
- Atualização prática e eficiente do firmware
- Processadores de efeitos somente com reverb e delay
- Integração futura com Smaart
- Não possui entrada de áudio digital S/PDIF
- Alimentação de 90 a 240 V

62 | áudio música e tecnologia


CARACTERíSTICAS PRINCIPAIS
· 16 canais de entrada para mic/linha com pré-amps
e alimentação phantom
· 16 inserts/16 direct out
· 4 subgrupos
· 6 buses de auxiliares
· Saída estéreo e mono
· Latência dentro do console (Mic In – Main Out):
1,82 ms @ 48 kHz
· Faders de 100 mm
· Talkback
· Link estéreo de canais e subgrupos
· Entrada/saída estéreo 2-Track
· Saída estéreo para monitor (Control Room)
· Saída estéreo digital S/PDIF
· 2 processadores internos de efeitos
· Filtro high-pass, gate/expander, compressor e EQ 4
bandas em todos os canais
· Interface de áudio 32 x 18 canais via Firewire
· Alimentação: 90 a 240 VAC
· Consumo: 100 W
· Dimensões (LxPxA): 65 x 57 x 18 cm
· Peso: 23 kg

Miguel Ratton é editor técnico da AM&T

áudio música e tecnologia | 63


eVeNTo | Rodrigo Sabatinelli

AES Brasil Expo

ascom Riotur
COMO FOI A 16ª EDIÇÃO DO
PRINCIPAL EVENTO DE ÁUDIO
DA AMÉRICA LATINA

E
ntre os dias 8 e 10 de maio, as avenidas do Pavi- Embora a exposição de produtos venha ficando cada
lhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo, vez maior, o evento surgiu originalmente como uma
estiveram “decoradas” por sistemas de sonorização, convenção de especialistas, e por isto sempre conta
consoles de gravação e mixagem, microfones e uma infi- com palestras e workshops com grandes nomes da
nidade de assessórios voltados para a linha de áudio pro- indústria. Foi a chance, para muitos presentes, de
fissional. Era o debut da AES Brasil Expo num dos maiores aprender com quem faz, eliminar dúvidas, ouvir “cau-
espaços de convenções do país, algo mais que merecido sos” e estabelecer contatos profissionais.
para o evento que chegou à sua 16ª edição com o charme
e a organização que são suas marcas registradas. De acordo com a organização da AES Brasil, a edição

64 | áudio música e tecnologia


2012 MICROFONES E AFINS A CADA
“ESQUINA” DA FEIRA
Em uma feira tida como técnica, microfones estão sem-
pre em destaque. No estande da Equipo, por exemplo,
foi anunciada a chegada da série Waldman. “No ano pas-
sado, lançamos sistemas portáteis de sonorização, como
o Portability, e, com o sucesso das caixas, foi mais que
natural investir em outras áreas, como a microfones.
Nosso objetivo é, com o tempo, lançar toda a linha de
dinâmicos”, disse Everton Waldman, diretor da Equipo.

No espaço da Beyerdynamic, que, segundo Marcelo Maura-


no, passou por algumas transformações – “nos últimos dez
anos a empresa se voltou para o mercado de conference
e somente agora voltou a atuar com maior ‘agressividade’
nos segmentos de microfones e fones profissionais”, dis-
se ele –, modelos como os da TG Series, lançado no ano
passado, foram destaque, juntamente com os repaginados
fones DT 990, 770 e 880 e com o clássico DT 150.

Na Pride Music, como de costume, o público pôde conferir


alguns lançamentos da Shure. Entre inúmeros produtos,
estiveram em destaque dois sistemas sem fio, o Axient,
que tem como diferencial a capacidade de detectar inter-
ferências na rede e modificar, remotamente e em tempo
real, a sua frequência de operação, e o ULX-D, sistema com
processamento e transmissão de áudio digital, sincronismo
infra-vermelho e controle de ganho no próprio receptor.
maurício angelo/aeS Brasil

Por sua vez, a Habro Music levou para a feira, dentre ou-
tras novidades, os microfones emuladores Line 6. O des-
taque ficou por conta do modelo XD-V70, que, segundo
Ricardo Barbosa, diretor comercial da empresa, é capaz
de emular sete cápsulas mundialmente conhecidas, den-
tre elas as do Shure SM58, do Sennheiser E835 e do
ElectroVoice N/D 767. “Ele [o XD-V70] é um microfone
sem fio, de padrão polar cardioide, que, assim como os
2012 da feira bateu, pelo segundo ano consecutivo, o demais produtos da linha Line 6, emula sons de clássicos
recorde de público, com mais de 6.500 visitantes ao da indústria. É uma inovação no mercado, que chega
longo dos três dias. Além disso, o evento teve um con- para fazer a cabeça de vocalistas que desejam ter à mão
siderável aumento em seu tamanho físico, chegando uma maior variedade de sonoridades”, explicou.
a 7.000 m2, e no número de expositores, que, neste
ano, passou de 70. Com tanto sucesso acumulado, a No estande da Turbo Percussion, distribuidora dos produ-
AES já tem confirmada as datas de sua próxima edi- tos JTS, a novidade ficou por conta do MA-XU, um conver-
ção, que será realizada entre os dias 7 e 9 de maio de sor analógico-digital XLR-USB com phantom power para
2013, também no Expo Center Norte, em São Paulo. microfones condensadores e dinâmicos, que, segundo

áudio música e tecnologia | 65


CAPA

66 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 67
Evento

AM&T
AM&T

Microfones Shure PGX2DS expostos no estande Microfones Mojave dividiram as prateleiras com
da Pride: marca foi destaque novamente os Telefunken no espaço da Music Company

Nathan Romano, diretor comercial da empresa, “elimina da Clever, a atração foram os microfones Superlux.
a mesa de convergência e, dentre outras funções, permite
ao usuário monitorar o sinal de áudio por meio de fones e Durante a feira, diversas empresas anunciaram novas
controlar o ganho no próprio equipamento”. representações na linha de microfones. A AMI Music,
de Octávio Brito, por exemplo, mostrou uma série de
Já na Music Company, microfones Telefunken e Mojave produtos da VocoPro, marca que, desde o início do
roubaram a cena e dividiram prateleiras. Tradicionais, ano, o executivo passou a distribuir no Brasil. “Esta-
as respectivas fabricantes dos clássicos AK-47 MKII e mos ‘engatinhando’ neste trabalho e temos certeza de
MA-200 foram responsáveis por atrair um público exi- que será um sucesso”, disse ele, diante de packs de
gente ao estande da distribuidora, um dos mais badala- dois, quatro e oito microfones, como o UHF-8800.
dos da feira. Sergio Bueno, diretor da Music Company,
destacou que os modelos “são microfones que não saem
de moda, e que, por isso, despertam tanto interesse”. A ProShows, por sua vez, anunciou a parceria com a
Audio-Technica, sua mais nova “representada”. De
Na Sonotec Music & Sound, microfones Vokal e Karsect acordo com Roger Santos, do departamento comercial
dividiam as prateleiras. “Pela primeira, o destaque vai da empresa, a exclusividade na distribuição dos produ-
para os cardioides VM-560 e VM-530 e o dinâmico KLT- tos da fabricante no Brasil tem como objetivo alavancar
5. Já a segunda é lembrada pelo sistema KRU-161. A ainda mais as vendas de equipamentos de ponta, como
Vokal é uma marca que está chegando no mercado, en- o T4080, um microfone de fita e captação lateral com
quanto a Karsect já se firmou”, disse o gerente comer- padrão polar bidirecional. “Trata-se de um equipamento
cial Nenrod Pereira, que elogiou ainda os headphones robusto, com desempenho de longa duração e ganho
VH-80, VH-70 e VH-60, todos da Vokal. Já no estande elevado para uso com pré-amplificadores.”

68 | áudio música e tecnologia


AM&T
Roger Santos e Vladimir de Souza em frente ao display da Audio-Technica, nova marca representada pela ProShows

Na Quanta AV Pro, os microfones Sennheiser eram uti- Sennheiser MKH 800 Twin, que, segundo o especialista de
lizados em uma espécie de simulação de show ao vivo, produto Daniel Reis, é especial porque, em vez de padrão
ação praticamente inédita, que envolveu, ainda, ou- polar, conta com cápsulas frontal e traseira. “As cápsulas
tros fabricantes, como os de sistemas de sonorização são conectadas à mesa de som por meio de dois canais
(FZ Áudio), conexão (DSPro) e, claro, controle (Avid). separados. Fazendo os devidos ajustes no console, o mi-
Operador de PA da cantora Ivete Sangalo, Carlos “Ka- crofone funciona como um cardioide, supercardioide, omni
lunga” Branco destacou a importância da “associação” ou figura 8. Com ele, durante uma gravação de bateria, por
da empresa a outras marcas de grande porte, como a exemplo, você pode ter versos com um timbre, refrão com
fabricante alemã de microfones. “O mercado só tem a outro, tudo isso brincando com o padrão polar”, resumiu.
ganhar com esse tipo de ‘aliança’. E a Sennheiser tem
um histórico a seu favor, uma linha de produtos con- O estande ainda recebeu Robert Scovill, especialista sênior
solidada, que o público especializado utiliza há anos”, da Avid no mercado de produtos de som ao vivo e com tra-
disse. “Com essa ação, a Quanta tornou-se um agen- balhados realizados para nomes como Rush, Prince, Tom
te integrador, pois agora oferece soluções completas Petty, Alice Cooper e Def Leppard. Lá, além de falar ao pú-
para seus clientes. Dos consoles aos PAs”, completou blico, ele utilizou a dupla Venue Mix Rack/Pro Tools HD para
Nelson Alberti, coordenador de marketing da Quanta. mixar ao vivo o show de um trio, estando ligado ao novo
sistema remoto de controle Venue SC48. E como se trata-
Um dos produtos em destaque no estande foi o microfone va de um “silent show”, visitantes usavam headphones de

áudio música e tecnologia | 69


Evento

AM&T

Na sequência: Renato Severino, presidente da Staner; Samuel e Ruy Monteiro, da Studio R, e Homero Sette; Dominic
Harter, Antonio Pereira Neto e Julio Ferreira, executivos da Audio Premier

alta performance para escutar o trabalho do técnico. te conectar qualquer equipamento com interface digital
MADI à rede de áudio Ethernet da DSPro, e o Compact
A exemplo de Kalunga, Rafael Susin, da DSPro, empresa 64R, um gabinete de apenas uma unidade de rack [1RU]
fabricante de produtos como o famoso multicabo digital com capacidade para até 64 canais, sendo que cada um
da linha DSnake, usado com sucesso em grandes festivais de seus oito slots pode ser equipado com placas de en-
nacionais, como o Planeta Atlântida e o Festival de Verão tradas e saídas analógicas ou AES/EBU”, destacou Rafael.
Salvador, também falou em integração. “A parceria com a
Quanta, que foi intermediada por Kalunga e [Victor] Pelú-
cia, nos dá a oportunidade de divulgar alguns de nossos
SHOW DE CONSOLES DIGITAIS
produtos, como o MADI Bridge, um sistema que permi-
A Audio Systems chegou à AES com os modelos SD7,
SD8 e SD9, da DigiCo, empresa que, de acordo com An-
tonio Lorenzetti, diretor da empresa, em breve retomará
seu espaço no mercado. “A DigiCo é uma marca conso-
lidada nos segmentos de broadcast e de shows ao vivo,
mas que andou um pouco esquecida com a populariza-
ção de outras marcas. Nosso objetivo, portanto, é trazê-
-la de volta para a cena, desta vez com um marketing
mais agressivo e competitivo”, disse ele.

A Audio Premier teve em seu estande um importante lan-


çamento na linha de consoles: o GLD 80, da Allen & Heath
– um console digital que, apesar de bastante compacto,
chega a um total de 40 entradas e 26 saídas usando duas
unidades de rack remotas dSNAKE conectadas digitalmen-
AM&T

te ao console via cabo Cat5. “A mesa, que é voltada para o


mercado de igrejas e pequenas sonorizações, trabalha com

Robert Scovill e Carlos Kalunga durante encontro no estande da Quanta AV Pro,


onde o engenheiro falou para o público brasileiro e mixou o show de uma banda
70 | áudio música e tecnologia
AM&T

AM&T
box digital e vem com oito máquinas de efeito. Foi lançada No estande da Alto Professional, Roberto Sallaberry
na NAMM deste ano”, apontou o diretor Valdini “Jabá”. apresentou o console MasterLink 16 Live, lançamento
que também chega ao mercado no modelo de 24 ca-
Na Music Company, o destaque entre os consoles fi- nais. O equipamento é totalmente integrado ao iPad e
cou por conta do analógico ASP4816, versão compacta ao iPad 2 via dock 30 pinos, tem display touchscreen,
e remodelada da Audient ASP8024. De acordo com o entrada dedicada para microfones e equalizadores se-
diretor comercial Sergio Bueno, o equipamento, de- miparamétricos. “Ele ainda apresenta efeitos digitais
senhado pelo engenheiro David Dearden, tem alguns da Alesis e recursos exclusivos do Alto Professional
diferenciais, como o processamento interno de pré- Live Drive App, como o processamento e a gravação
-amplificadores classe A e equalizadores de quatro de mixagens em L/R”, acrescentou Sallaberry.
bandas, ambos fabricados pela Audient, além de dois
cue sends dedicados e quatro retornos estéreos. Distribuidor dos consoles SSL, a Music Mall levou para a
AES alguns modelos da fabricante que vão dar o que fa-

Na Yamaha, Carlos “Pardal” Ferrari falou muito sobre os


novos consoles da família CL, em especial sobre o CL3
AM&T

e o CL5, uma das grandes novidades esperadas para o


evento. O consultor de marketing lembrou que a empresa
ficou seis anos sem lançar uma mesa digital sequer e que
voltar ao mercado estava mais do que na hora. “Agora
estamos em dia. Lançamos produtos intermediários, que
ficam entre as já conhecidas M7CL e as PM5D. A CL5, por
exemplo, se comunica via RIO (Rack I/O) e tem 80 canais
de entrada, sendo 72 monos e oito estéreos, enquanto
que a CL3 só chega a 72 canais de entrada, sendo 64
monos e oito estéreos. Ambas dispõem de tecnologia de
rede via protocolo Dante”, detalhou. “Também lançamos a
01V96i, nova versão de um dos mixers digitais mais ven-
didos do Brasil, que permite ao usuário gravar 16 canais
de maneira independente, via USB”, completou.

A GLD 80, da Allen & Heath, foi uma das novidades da Audio Premier,
também representante dos sistemas de sonorização TurboSound
áudio música e tecnologia | 71
Evento

para estúdios que não pos-


suem consoles e trabalham
somente com computadores,
e a WS948, uma releitura do
WS900”, completou.

Na Libor, o destaque ficou


por conta de dois consoles
Soundcraft – o SI Compact,
novo modelo de 16 canais da
marca, que tem possibilidade
de se expandir para 32 canais
via MADI, e o Vi6, que tem po-
der de processamento de 96
canais de entrada, 32 faders
de input e oito faders para os
AM&T

masters de output, além do


compacto Vista 1, da Studer,
Pardal, da Yamaha, apresentou o CL5, console que detém a filosofia aplicada
“intermediário” que a empresa acaba de lançar em outros modelos conceitua-
dos da marca, como Vista 5, 7
lar. Com oito faders e contando com prés da linha Super e 9. “O diferencial do Vista 1, no entanto, está em seus
Analogue, a X-Desk mostrou ser uma boa opção para o DSPs”, disse José Luiz, consultor técnico da empresa.
pequeno produtor que deseja um som quente, como o
das grandes SSL, em suas produções caseiras. Conrado Na ProShows, a chegada dos modelos Pro3, Pro6, Pro2
Ruther, responsável pela demonstração dos produtos e Pro2C, da Midas, foi bastante comemorada. Contendo
no estande, destacou que a X-Desk, “irmã caçula da as mesmas características – 56 canais com prés Midas,
Matrix”, é um sucesso em todo o mundo no segmento sendo 48 no stage box e oito no console; 27 saídas,
de summing mixers. “Trouxemos outros produtos inte- sendo 16 no stage box e 11 no console, seis proces-
ressante, como a Nucleus, uma interface de áudio ideal sadores de efeitos internos e 29 GEK Klark Teknik –,
AM&T

AM&T

Da esquerda para a direita: MasterLink 16, novidade no estande da Alto, mesa que oferece integração com iPad, e Nucleus, inte
apresentada pela Music Mall e indicada para estúdios que não possuem consoles
72 | áudio música e tecnologia
MACKIE DL1608
Mesa que oferece controle via iPad causou sensação

Na Habro Music, o destaque foi, sem dúvida alguma, a nova Mackie DL1608. Pela
primeira vez exibida na América Latina, a mesa possui 16 pré-amplificadores Onyx
e conversores Cirrus Logic, de 16 bits. Seu grande diferencial, no entanto, está na
possibilidade de controle via iPad.

“Pelo iPad, é possível acionar parâmetros como equalização, reverb e delay, entre
outros. Como se não bastasse, o usuário tem, ainda, a possibilidade de introduzir
na mixagem o áudio de
qualquer App do seu

am&T
iPad e, se quiser, gra-
var a mix diretamente
no tablet”, explicou o
consultor técnico Ri-
cardo Barbosa.

Integrada ao iPad,
a Mackie DL1608
foi destaque no
estande da Habro

a Pro2 e a Pro2C mostraram-se diferentes somente no tamanho.


“Ambas têm a mesma configuração, mas a Pro2C é mais compacta”,
disse Roger Santos. A ProShows, que ocupou três estandes na AES,
aproveitou o evento para anunciar uma série de produtos da Behrin-
ger que estarão disponíveis no Brasil, como o console digital X32,
que tem como destaques as 32 entradas e 16 saídas
em unidades remotas (S16), conectadas digitalmente
ao console via protocolo AES50, e compatível com o
sistema de monitoração pessoal P-16, da Behringer.

LINES, CAIXAS AMPLIFICADAS E


AMPLIFICADORES NAS “VITRINES”
Na DB Tecnologia Acústica, o destaque foi o line array
AL1262. O sistema, de três vias, conta com um falante de
12”, dois de 6,5” e drivers processados internamente. “É
uma caixa robusta, que opera com 1100 watts RMS. Ou
seja, é totalmente voltada para shows de grande porte”,
observou Gerson Werner, diretor comercial da empresa.

Na Yamaha, o comentário era sobre a linha DXR, que tem

erface de áudio da SSL

áudio música e tecnologia | 73


Evento

AM&T

AM&T
SI Compact, da Soundcraft: modelo de 16 canais com possibilidade de expansão para 32 foi lançado na feira. Ao lado, a Mida
que, junto com outras da mesma fabricante, esteve em evidência no espaço da ProShows

as caixas DXR8, DXR10, DXR12 e DXR15, e a linha DSR, plificação própria é, segundo o diretor de marketing Sa-
que chegou à feira com dois únicos modelos, DXS12 e muel Monteiro, um de seus diferenciais. “Afinal de contas,
DXS15. Carlos Pardal destacou que a utilização de amplifi- isso garante um perfeito alinhamento ao sistema”, disse
cadores classe D nos equipamentos proporciona um maior ele, citando, entre os modelos da linha, o Sky Sound 700
rendimento para altos níveis de pressão sonora. “Além dis- Fly, o Sky Sound 2200 Fly e o Sky Sound 3000 Fly.
so, as caixas contam com um sistema inteligente de prote-
ção, fundamentado em níveis de sinais enviados”, afirmou. E por falar em amplificadores, na Etelj, muitas novida-
des na linha Slim, que tem modelos que vão de 1.250
Na Studio R, uma grande novidade. Mais conhecida por a 16.500 W de potência. Mas o destaque da empresa
fabricar potentes amplificadores, a empresa levou para ficou mesmo por conta dos amplificadores que ocupam
a feira algumas releituras de suas primeiras caixas mul- uma única unidade de rack. “São amplificadores classe
tiamplificadas, produtos que, há anos, não fabricavam. D, com fonte chaveada, de 1.000 e 1.600 W. Eles pesam
Dentre elas, estavam as caixas da linha Sky Sound, que, cerca de 3,8 kg, ou seja, bem menos do que os mode-
projetadas por Homero Sette, têm carcaças fabricadas los concorrentes, que chegam a pesar 15 kg”, comparou
em compensado naval e tanto podem ser usadas como Sergio Marqui, que demonstrava os produtos.
caixas fly ou monitores de chão, pois têm angulações que
permitem mobilidade. O fato de ser um produto com am- Já a Harman levou a linha de caixas amplificadas JS, cujo
projeto foi elaborado em conjunto com a JBL, e que ofe-
rece modelos com falantes de 8”, 10”, 12” e 15”, todas
com duas entradas de áudio com volume independente,
entrada USB para aparelho de MP3 e controles de graves e
agudos. No estande também estavam expostos amplifica-
dores de potência da Crown, incluindo o modelo iTech com
quatro canais de 3500 W cada (em 2 ohms) em apenas 13
kg. O amplificador contém um processador interno BSS
Omnidrive HD e possui conectividade através da tecnologia
de rede para integração com sistema de controle HiQnet.

Algumas das caixas da Studio R: equipamentos


AM&T

foram relançados depois de 12 anos


74 | áudio música e tecnologia
“DUELO” DE LINE ARRAYS
EM ÁREA EXTERNA
Se dentro do Pavilhão Amarelo os expositores
“economizaram” no volume, uma exigência da or-
ganização da AES Brasil, do lado de fora a história
foi diferente. Em uma extensa área do estaciona-
mento do Expo Center Norte, algumas empresas,
como as nacionais Staner, FZ Áudio e LS Áudio e

AM&T
as internacionais EAW, Qube, TurboSound, K-Array
e D.A.S., demonstravam a capacidade de seus line
arrays. Em apresentações individuais, de cerca de Sistemas de PA de oito marcas foram apresentados
30 minutos cada, representantes e fabricantes dos siste- no estacionamento do Expo Center Norte
mas executavam, a seu gosto, hits da black music e do
pop contemporâneo. Entretanto, houve quem optasse por
as Pro6, tais de 3.000 watts de potência”, informou o proprietário
blues e até mesmo heavy metal. Fábio Zacharias. “Para melhor uso dos sistemas, esta-
mos investindo pesado no desenvolvimento de softwa-
O engenheiro Anderson Pereira, que ao lado de Walter res, como o FZUE, que acaba de ganhar nova versão, e
Ullmann e Eduardo “KVG” Cintra coordenou as exibições, em firmwares para os DSPs. A parte eletro-acústica já
explicou que durante as manhãs e tardes as empresas se evoluiu bastante. Temos, agora, é que trabalhar em cima
revezavam e demonstravam os lines a seu gosto. Porém, da otimização desses lines”, completou ele.
ao fim de cada dia, representantes da AES promoviam um
comparativo mais real entre os sistemas, executando o A HPL demonstrou o sistema Qube QSA210, da FBT, for-
mesmo trecho de uma música em cada um deles, alterna- mado por caixas de duas vias, que contém falantes de
damente, respeitando o limite de 90 dB. Anderson contou neodímio de 10” e drivers de 1,7, da b&c. De acordo com
ainda que o comparativo deixou clara a similaridade de qua- o consultor técnico Selismar Oliveira, as caixas, de altas,
lidade dos sistemas, independentemente de suas origens, promovem uma cobertura de 150 graus e funcionam mui-
nacionais ou internacionais. “Alguns soavam melhor do que to bem juntamente aos subwoofers QS218, que possuem
os outros, mas a diferença entre eles não era altamente falantes de 18” e chegam a 100 dB de pressão sonora.
perceptível, como o que ocorria no passado, quando os sis-
temas ‘gringos’ eram muito melhores do que os 'nossos'." A Decomac levou para a feira elementos do sistema J,
um dos três produtos da linha profissional da alemã d&b,
A FZ Áudio exibiu seu FZJ015A, com caixas contendo marca que distribui com exclusividade no Brasil desde
dois falantes de 15”, quatro falantes de 8” e dois drivers. a Expomusic 2011. E para reforçar a aposta, o execu-
“É um sistema autoamplificado por amplificadores digi- tivo promoveu, paralelamente à AES, na noite do dia 8
de maio, uma demonstração somente para convidados,
num salão do Hotel Holliday In, próximo ao Expo Center
Norte. Na ocasião, foram demonstrados os lines J, V e Q.
As caixas da linha J foram apresentadas em dois mode-
los, J8 e J12. “Contando com dois falantes de 12”, um
falante de 10 e dois drivers cada, elas são diferentes so-
mente na abertura. Enquanto a J8 abre 80 graus, a J12
chega a 120”, disse Fernando Nanão, do departamento
técnico da Decomac, que também permanece firme na
comercialização dos sistemas D.A.S., como o Aero, de-
monstrado na área externa do espaço de exibições.
AM&T

No detalhe, alguns dos amplificadores da Etelj

áudio música e tecnologia | 75


Evento
AM&T

Sistemas FZ Áudio, FBT, D.A.S. e TurboSound: line arrays “falaram” e foram ouvidos no estacionamento do Expo Center Norte

A Audio Premier chegou à área externa com o seu Flashli- A Staner esteve presente com seu sistema ST1300 Pro,
ne, da TurboSound. De alta performance, o sistema vem com caixas compostas por dois falantes de 12”, dois dri-
disputando espaço no mercado com outros possantes. É vers de diafragma de titânio e conjunto magnético em
um PA para shows em grandes arenas, ou seja, espetá- neodímio. “O sistema opera em três vias e conta com
culos que reúnem mais de 200 mil pessoas. Costumamos processamento interno de sinal. Como complemento,
trabalhar com ele num pico de mais de 130 dB. É um sis- foram utilizados os subwoofers SB4001, uma revisão
tema muito potente”, disse Valdini “Jabá”, lembrando que simplificada da clássica SB4000”, disse José Martos,
a Audio Premier continua trabalhando com outras marcas
desenvolvedor de produtos da empresa.
de caixas, como a ElectroVoice, da qual destacou a linha
Live X, destinada a sonorizações de pequeno porte.
A LS Áudio apresentou o Slinpec 4612, com caixas com-
postas por dois falantes de 12”, quatro de 6,5 e dois
A ProShows não deixou por menos e também demons-
drivers com garganta de 36 mm. Acompanhando-o, es-
trou um line array potente – o clássico EAW –, composto,
tavam os subwoofers Slinpec 218, compostos de dois
na exibição, por caixas KF740. Os subwoofers foram os
falantes de 18”. “Este sistema é do tipo que opera com
SB1002. “A parceria com a fabricante internacional não
é novidade, foi anunciada durante a Expomusic 2011, o máximo de desempenho e o mínimo de fadiga. Foi

porém somente agora é que os produtos começaram a com este conceito que o desenvolvemos e é isso que

chegar em maior número no país”, disse Roger Santos. temos visto na estrada”, disse o diretor Lucas Sallet.

AM&T

Mais destaques da área externa: as caixas KF740, do line array EAW; o sistema
76 | áudio música e tecnologia
ST1300 Pro, da Staner; o Slinpec 4612, da LS Áudio; e o JH15, da K-Array
A Gobos do Brasil levou para a exibição o sistema xas como a Staner, a Studio R e a Antera são alguns
amplificado KH15, da K-array, com caixas de altas dos que utilizam os tais elementos. A ideia é que,
compostas por dois falantes de 8” e dois drivers aos poucos, outras montadoras também passem a
cada. O sistema, que contou, ainda, com subwoofers usá-los”, declarou o diretor Walter Silva.
KO70 compostos de dois falantes de 21”, tem, além
da sonoridade, outra importante característica – a Na Oversound, o desenvolvedor de produtos Emer-
leveza. “Particularmente, não conheço um line array son Righi apresentou a linha LA de falantes para
desse porte que tenha caixas tão leves. Cada ele- line array. “Dentre as novidades”, disse ele, “estão
mento pesa cerca de 12 kg, o que facilita bastante o subwoofer 1200, de 21 polegadas, o coaxial, de
as montagens”, disse o diretor Esteban Risso. 15 polegadas, e um segundo de 12 polegadas, este
voltado para caixas multiuso”. Na Eros, representada
ALTO-FALANTES PARA TODOS OS GOSTOS por Luiz Fernandes, o destaque ficou por conta de
dois novos produtos: “o E-12 Hammer, um falante de
Como falar em caixas sem falar em falantes? Na 5,2 watts RMS, e o E-15 Target Bass, de 4.500 wat-
Penn Elcon, o destaque absoluto ficou por conta dos ts”, disse Luiz. Já na B&C Speakers, administrada por
clássicos da Fane, empresa com mais de 50 anos de Vinicius Adamatti, as novidades foram o 18DBW100,
tradição que, por muito tempo, teve seus produtos um subwoofer de 18”, e o 12FW76, de 12”. “Uma par-
atrelados às caixas usadas por Pete Townshend, gui- ticularidade nestes produtos é que ambos são fabri-
tarrista do The Who. “No Brasil, fabricantes de cai- cados em ferrite e neodímio”, destacou Vinicius.

áudio música e tecnologia | 77


Evento

SISTEMAS DE SONORIZAÇÃO SLIM produto. Para a feira, trouxemos o sistema com-


pacto BLA, excelente para ambientes com muita
GANHAM FORÇA reverberação. Além dele, lançamos um subwoofer
biamplificado e processado, da linha BT, que deve,
Na Gobos do Brasil, de Esteban Risso, além do Lyzard
em breve, ser absorvida por empresas que alugam
KZ-10, potente sistema em miniatura (tem o tama-
equipamentos para eventos corporativos”, disse
nho de um telefone celular), chamaram a atenção do
Branco Souza, enquanto demonstrava o sistema.
público os sistemas slim Head Line KR, nos mode-
los 102, 202 e 402. Compostos de caixas satélites e
No estande da AMI Music, os sistemas verticais da
subwoofers, esses sistemas possuem dois canais de
Henkus-Reinz, como o ICL-R, novamente prenderam a
amplificação classe D e processador DSP, alojados na atenção do público presente. “Na Expomusic 2011 eles
parte posterior da caixa do sub, onde também ficam já fizeram sucesso”, lembrou Octávio Brito. “O engra-
as conexões. Os ajustes podem ser efetuados no pai- çado é que as pessoas parecem não acreditar que um
nel ou através de software específico em um compu- sistema tão compacto possa ter tanta pressão sonora.
tador conectado ao sistema via USB/RS485. Segundo O Jota Quest, por exemplo, utilizou um desse tipo em
Esteban, são equipamentos especialmente voltados um de seus shows. E o The Who, quando participou do
para o mercado corporativo, mas que também aten- Super Bowl, há dois anos, também”, completou.
dem a DJs, bandas de baile e pequenos teatros. “Seu
diferencial, porém, está na possibilidade de as caixas
serem usadas na horizontal ou na vertical”, disse, ga-
NOVIDADES TAMBÉM NAS LINHAS DE
rantindo a homogeneidade em ambas coberturas. MONITORES INDIVIDUAIS, INTERFACES
E GERENCIADORES DE ÁUDIO
Na B. Tech Áudio, mais novidades na linha de
caixas slim. “Os lines verticais viraram moda no Além das novidades nos segmentos de microfones,
Brasil. Hoje, boites e igrejas utilizam esse tipo de caixas acústicas e consoles digitais, uma incrível

AM&T

No detalhe, o Lyzard KZ-10: sistema em miniatura fez


sucesso no estande da Gobos do Brasil

78 | áudio música e tecnologia


miscelânea tecnológica tomou conta dos estandes que vai até 192 kHz/24 bits. Nesse novo bundle,
da AES 2012. Na Avid, o gerente da linha retail da as funcionalidades da interface são somadas aos
empresa para a América do Sul, Astor Silva, apre- avanços do Pro Tools 10, o que facilita o gerencia-
sentou o Pro Tools Express. Segundo ele, a nova mento de discos, trabalhando com discos de rede,
versão do software de gravação mais usado em maior delay compensations e outras inovações que
todo o mundo tem a flexibilidade de trabalhar com transformam o computador em um completo estú-
48 ou 96 kHz, de acordo com a interface utilizada, dio de gravação, aliados ao Artist Mix, que facilita a
e chega ao mercado acompanhada das interfaces operação e o controle do software.
Mbox e Mbox mini. Os aparelhos têm, ainda, cone-
xão USB, entradas pré-amplificadas e saídas para “A possibilidade de adquirir o software junto à in-
monitores, que conferem qualidade na captura de terface e o Artist Mix estabelece um novo padrão
áudio e flexibilidade na mixagem. “O programa de qualidade de áudio. O console é compacto e tem
ainda permite o upgrade para o Pro Tools 10, ex- diversas funções para controle de softwares de edi-
pandindo ainda mais as possibilidades”, disse. ção de áudio e vídeo, permitindo maior controle e
velocidade na mixagem. É um bundle que eleva as
Além do Pro Tools Express, outro bundle foi sendo produções a uma condição profissional”, disse As-
lançado pela empresa: o Mbox Pro com Pro Tools tor, lembrando que a AVID lançou outro produto tido
10 e Artist Mix. A interface Mbox Pro tem conexão como inovador: a série C da linha Fast Track (C400
firewire, quatro pré-amplificadores de microfo- e C600), que é uma solução integrada para usuários
nes, oito entradas e saídas, taxa de amostragem que desejam gravar músicas em computador.

áudio música e tecnologia | 79


Evento

AM&T
AM&T

Astor Silva (Avid), Robert Evans (Avid) e Luiz Helenio (IATEC); Benjamin Campos (Decomac) e Christian Stumpp (d&b

Na Audio Systems, por exemplo, o sistema de moni- Na Pentacústica, o assunto eram os distribuidores de
toração individual My Mix também esteve em desta- energia PS 1.4 e RMP 125. Desenvolvido em padrão
que. “Trata-se de um produto que vai além dos ou- rack de 19” com apenas uma unidade de altura, o
tros sistemas do mercado. Usando conexões de rede PS 1.4 tem capacidade de entrada de 20Arms, opera
em modo cascata, tem a possibilidade de se conectar em redes de 100Vac a 240Vac, 50 Hz ou 60 Hz. Já
quase que infinitamente. Como se não bastasse, ainda o RMP, que trabalha com conectores Cam-lock 150A
permite que cada músico grave, num cartão SD, de 16 para a entrada e IEC-60309 para a saída, tem como
canais, seu mix em estéreo”, disse Antonio Lorenzetti. diferencial uma chave reversora inteligente com
proteção anti-conexões equivocadas.
Na MBit, a sensação foi a linha de gerenciadores
de áudio da Symetrix, marca que distribui com ex- Na Libor, também foram lançados produtos T.C.
clusividade no Brasil. Para Mario Bittencourt, dire- Electronic, como o processador de efeitos System
tor da MBit, “dentre tantos itens, chamou a aten- 6000 MK II, que tem uma infinidade de rever-
ção do público o Jupiter 8, um gerenciador com bs para mixagem em som de cinema, tais como
oito entradas e oito saídas, que utiliza aplicativos ambiências de interior de automóveis, catedrais e
otimizados de mixagem e roteamento de endere- naves espaciais; o limiter e corretivo de loudness
ços públicos e de distribuição, sonorização e pro- DB2, dedicado a emissoras de rádio que utilizam
cessamento de sinais para fins especiais”. sinais analógicos, e o TM9, que monitora sinais por
respeitando as normais governamentais. Enquanto
Dentro da linha de produtos para estúdios no es- isso, no estande da Alto não poderiam faltar produ-
tande da ProShows estavam os prés e interfaces tos Numark. Da série de 30 lançamentos, dois fo-
de áudio da Focusrite, incluindo os modelos Saffire ram destaque: as plataformas para DJ 4Track e N4.
e Scarlett. Já a nova linha de interfaces multicanal
RedNet, que é conectada ao computador via Ether- Rogério Raso, diretor geral da Santo Angelo, se mos-
net (protocolo Dante), segundo a distribuidora, es- trou bastante satisfeito com o evento e destacou que
tará sendo comercializada no segundo semestre. AES Expo serviu para lembrar ao público de que sua

80 | áudio música e tecnologia


AM&T

audiotechnik) e Walter Silva (Penn Elcom)

empresa não é focada exclusivamente em conectores. minada região do espectro e do panorama estéreo
“Nossos pedestais, suportes e estantes para partituras e efetuar intervenções bem específicas, tais como
têm uma ótima aceitação do mercado por serem, de eliminar determinado instrumento, mudar a afinação
fato, produtos de excelente qualidade”, afirmou. da voz, além de funções para suprimir ruídos indese-
jáveis presentes na gravação. Outra novidade é que
Para os músicos, a Harman apresentou o sistema Digi- o driver REAC, que permite conectar os sistemas de
tech iStomp: um pedal de efeito para guitarra aparen- Digital Snake e os consoles V-Mixers ao computador
temente convencional, mas que pode ser totalmente para gravação multipistas, agora suporta a interfa-
reconfigurado para um dos 28 modelos de “e-pedals” a ce OctaCapture para monitoração. A empresa estava
partir do download, usando um aparelho iPhone, iPod expondo toda a sua linha de Digital Snakes, os con-
ou iPad, de dados disponíveis na Stomp Shop App. soles digitais M300, M380 e M480 e também os gra-
vadores digitais R-26 (portátil) e R-1000 (40 canais),
Na CV Áudio, que tem Ricardo Kawasaki na direção de
e contou com a participação do técnico de áudio Cotô
marketing, puderam ser conferidas novidades na linha
Guarino, que apresentou pequenas palestras sobre a
de suportes, como os Konig & Meyer para monitores de
operação dos consoles M300 e M480.
referência de estúdio e para fones de ouvido. “A AES é
uma feira voltada para o áudio profissional, e a música,
em si, está diretamente ligada a isso. Portanto, trouxe- DISSEMINANDO CONHECIMENTO
mos os pedestais da Konig, assim como apresentamos
os monitores de duas vias Genelec, os conectores Neu- E por falar em palestras, elas, junto com seminá-
trik e os direct boxes CountryMan”, destacou. rios e workshops, foram parte muito importante da
AES Brasil Expo 2012. Somando toda a programa-
A principal novidade no estande da Roland foi o R- ção de todas as salas e auditórios, foram mais de 30
-Mix, um software que oferece uma série de recursos sessões, que mobilizaram um grande e qualificado
de edição. Com o áudio sendo mostrado num gráfico público. Mais uma vez, o evento contou com os se-
em tempo real, é possível apontar para uma deter- minários promovidos pela SynAudCon e pela Meyer

áudio música e tecnologia | 81


Evento

AM&T
AM&T

Rogério Raso, diretor geral da Santo Angelo, e membros de sua equipe de desenvolvimento; Alexander Schek, Paulo Del Pic

Sound. No primeiro, o engenheiro Pat Brown tratou permite aumentar a eficiência na reprodução de bai-
sobre temas variados, como equalização, prevenção xas frequências usando um controle de realimenta-
de ruídos e sistemas de sonorização com linhas de ção com sensores de pressão nos alto-falantes.
70V. No segundo, o especialista Oscar Barrientos
apresentou tópicos fundamentais sobre line arrays e Para quem trabalha com medições eletroacústicas,
abordou os procedimentos necessários para se pro- foram realizados dois workshops bastante interes-
jetar arranjos curvilíneos em auditórios e ao ar livre. santes e concorridos: Pedro Lima, engenheiro e
representante técnico da AFMG, mostrou recursos
Joe Begin, da Audio Precision, mostrou detalhes sobre e novas funções do software EASERA SysTune, en-
a avaliação de parâmetros de amplificadores classe quanto Fernando Fortes, engenheiro e mestrando da
D, uma topologia cada vez mais usada atualmente, Unicamp, abordou o software Smaart.
e comparou os procedimentos e resultados das me-
dições desses parâmetros com os de amplificadores Também concorrido foi o painel sobre masterização
analógicos. Dan Dugan, projetista e proprietário da no século 21 com Carlos Freitas, do estúdio Classic
Dugan Sound Designs (USA), abordou os conceitos Master, que contou com um debate envolvendo Tor-
do automixer e apresentou as características princi- cuato Mariano (músico, ex-diretor artístico da grava-
pais dos dispositivos desenvolvidos por sua empresa. dora EMI e produtor de nomes como Flávio Venturini
e Hamilton de Holanda) e Beto Neves (engenheiro
A palestra de Tim Vear, engenheiro da Shure, foi so- de gravação e mixagem de artistas do quilate de
bre os sistemas de RF para microfones, abordando Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Gilberto Gil).
as características dos sistemas sem fio, destacando
as vantagens dos equipamentos atuais que usam Rodrigo Meirelles, supervisor executivo de sonorização
tecnologias digitais. O engenheiro italiano Mario Di na pós-produção da TV Globo e colaborador da AM&T,
Cola apresentou em sua palestra um processo que esteve à frente de uma interessante palestra sobre

82 | áudio música e tecnologia


AM&T

chia e Markus Warlitz, da Sennheiser; e Cotô Guarino, da Roland

áudio 5.1 para televisão. Dentre os temas abordados sua empresa, Steven adiantou que muitos itens têm
por Rodrigo, que ainda participou de um painel sobre sido criados com tecnologia coaxial, e que ela, que ga-
controle de loudness na TV junto com representantes rante maior eficiência dos equipamentos, se tornará
de outras emissoras, destaque para camadas sonoras, um ponto constante na linha de produtos da marca.
preenchimento de espaços, captação 5.1, correlação
entre fontes sonoras e bibliotecas de efeitos. O segmento de Acústica contou com cinco palestras.
Stelamaris Bertoli, física e professora da Unicamp,
O engenheiro Robert Scovill, entusiasta das tecnolo- apresentou orientações básicas que devem ser ob-
gias digitais de mixagem, falou, em sua palestra, sobre servadas na elaboração de projetos arquitetônicos
a evolução dos mixers, deixando claro que, na sua opi- para melhorar o desempenho acústico de ambientes.
nião, embora a qualidade do som mixado ao vivo seja Já a arquiteta Elcione Moraes, professora da UFPA,
importante, nada pode atrapalhar o fluxo de trabalho. falou sobre diretrizes na elaboração de projetos para
"Se operações são colocadas em risco só porque você salas de gravação, abordando questões sobre iso-
'tem' que trabalhar com analógico, não vale a pena. lamento e condicionamento acústico em diferentes
Eu não acho que temos que abrir mão da qualidade do tipos de aplicações. A palestra foi muito concorrida
som, mas se eu tiver que perder 10% dessa qualidade e, por ter sido realizada numa sala pequena, muitas
para mixar melhor, certamente farei isso”, destacou. pessoas não conseguiram assisti-la. Marcelo Porte-
la, do Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC,
Já Steven McCale, engenheiro de áudio da Clair Bro- explicou os mecanismos da audição e os diferentes
thers, ressaltou, em sua fala, que o futuro do áudio processos envolvidos na percepção do som. O enge-
está na ciência de materiais, e que a tendência é nheiro argentino Gustavo Basso falou sobre a restau-
que falantes fiquem cada vez mais leves e menores, ração do Teatro Colón, em Buenos Aires, e descreveu
com os amplificadores se tornando ainda mais pode- os procedimentos para preservação da sua acústica.
rosos e inteligentes. Sobre os próximos projetos de Bruno Fazenda, professor português com doutorado
Evento

AM&T

Oscar Barrientos em sua disputada palestra sobre arranjos curvilíneos

em Acústica na Universidade de Salford, apresentou ves em salas audição, abordando o uso de processos
um estudo sobre a qualidade de reprodução de gra- ativos para minimização de ondas estacionárias. •
AM&T

Rodrigo Meirelles em ação: colaborador da AM&T comandou palestra sobre áudio 5.1 para TV e participou de painel

Para conferir mais fotos e vídeos da AES Brasil Expo 2012, visite o site da Áudio Música & Tecnologia (www.musitec.com.br).

Colaboraram: Marcio Teixeira e Miguel Ratton

84 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 85
SoNoRIzaÇão | Rodrigo Sabatinelli

LOLLAPALOOZA
BRASIL
SUCESSO OPERACIONAL NA EDIÇÃO NACIONAL DE UM DOS

J
ockey Club, São Paulo, sábado, 7 de abril de que, por dois dias, passou pela capital paulista, reali-
2012. Por volta das quatro da tarde, o grupo O zando o sonho de roqueiros de todo o país.
Rappa subia ao palco e tocava para um público
que, horas mais tarde, se tornaria uma multidão. Era Por falar em Jane’s Addiction, eles também se apre-
a abertura do Lollapalooza Brasil, versão nacional de sentaram no festival, ao lado de outros grandes
um dos maiores festivais de rock do mundo, criado e nomes do rock mundial, dentre eles Foo Fighters,
dirigido por Perry Farell, vocalista do Jane’s Addiction, TV On The Radio, Arctic Monkeys e Joan Jett. Para

86 | áudio música e tecnologia


cambria Harky
ponibilizou para os palcos sistemas de PA de
diversas marcas, como d&b, Vertec e V-Dosc
e consoles digitais Profile, da Avid.

GABISOM DISPONIBILIZA ARSENAL


“PESADO” PARA PALCOS
O palco Cidade Jardim contou um sistema
d&b series J, formado por quatro colunas,
cada uma com 18 elementos, acompanhados
de quatro colunas com dez J-Sub cada no fly.
No chão, por lado, foram usados mais nove
subs B-2. A cada 80 metros de distância do
palco, duas torres de delay contendo 12 ele-
mentos Kudo cada faziam o complemento da
área. “Montamos também um PA Kudo com
12 elementos para sonorizar a tenda VIP, que
estava localizada um pouco fora do eixo de
cobertura do PA principal”, disse Peter.

O palco Butantã contou com um PA V-Dosc,


com duas colunas de 15 elementos cada, e
duas colunas auxiliares com seis elementos
cada. No chão, foram montados 12 SB218,
da L-Acoustics, por lado. De acordo com Pe-
ter, na área deste palco não foram montados
delays para uma maior cobertura, “pois a
proposta do local era manter o som contido
num raio de, aproximadamente, 120 metros
do PA, para que não interferisse na progra-
mação dos demais palcos”, explicou.

O palco Alternativo utilizou um PA Vertec com


12 elementos por lado, também sem delay,

MAIORES FESTIVAIS DO MUNDO para que não invadisse o palco Cidade Jardim,
enquanto a Tenda Eletrônica teve 12 Vertec
por lado no PA, com 18 SB1000 EAW por lado.
“Montamos um delay dentro da tenda de modo
que ele [o delay] distribuísse o som, para que
comportar tantas atrações – 42 nomes, ao todo –, pudéssemos manter a pressão sonora sem au-
foram necessários quatro palcos, chamados de Cida- mentar o PA excessivamente, de modo que ele
de Jardim, Butantã, Alternativo e Tenda Eletrônica. não incomodasse os outros palcos”, disse.

A sonorização dos ambientes, que operavam al- “A organização do festival sequenciou as


ternadamente ao longo do dia e da noite, ficou a apresentações de forma que o som inter-
cargo da gigante Gabisom. A empresa, represen- ferisse o mínimo possível as apresentações
tada na ocasião pelo engenheiro Peter Racy, dis- em palcos adjacentes. Da nossa parte, pro-

áudio música e tecnologia | 87


Sonorização

AM&T

A Profile, da Avid, foi a mesa destinada aos operadores de PA dos artistas do festival

jetamos os sistemas de modo a conter o som de equipamento confiável. O cara do Foo Fighters
cada espaço num raio limitado para que não hou- também trouxe a dele, provavelmente pelo mesmo
vesse conflito entre as apresentações”, completou. motivo, mas, na verdade, muitas bandas viajam
com seus consoles, entre outros equipamentos”,

FOO FIGHTERS E O RAPPA LEVAM disse Ricardo Vidal, operador de PA da banda ca-
rioca. “Eles [os profissionais da equipe técnica dos
CONSOLES AO FESTIVAL Foo Fighters] iam trazer uma XL8, mas acabaram
optando por outra”, completou.
Todos os artistas usaram os consoles disponi-
bilizados pela produção do evento, exceto o Foo
Fighters, que trouxe para o Brasil sua DigiCo AUDIO BIZZ CUIDA DA LOGíSTICA
D-5 Live, e O Rappa, que tem viajado com uma TÉCNICA DO EVENTO
Soundcraft Series Five, locada pela Audio Com-
pany, empresa de Volta Redonda, Rio de Janeiro. A empresa de coordenação técnica de eventos,
Audio Bizz, que pertence ao engenheiro Andreas
“Desde que a banda voltou para a estrada, estou Schmidt, operador de PA do cantor Toquinho, foi
usando essa Series Five. Faço questão de levá-la a responsável pela logística de equipamentos de
para todos os cantos, pois é uma mesa na qual todo o Lollapalooza. Assistente de Andreas, o tam-
confio demais. E como o show d’O Rappa é to- bém engenheiro Victor “Pelúcia” creditou à pré-
talmente ‘pilotado’, é preciso estar diante de um -produção do evento o fato de tudo ter dado certo,

88 | áudio música e tecnologia


am&T

Torres de delay foram dispostas para uma


melhor cobertura da área sonorizada
tecnicamente falando, nos mais de 40 shows
em um único final de semana.

“Trabalhamos muito nos dois dias de festi-


val, mas todo o planejamento anterior a ele
foi determinante pro seu sucesso. Havia uma
programação com horários que deveriam ser
respeitados, e os respeitamos. Não houve um
atraso sequer na programação. Na verdade,
a única mudança no cronograma ocorreu por
solicitação da direção do festival. No dia 8, do-
mingo, o show do Racionais só começou depois
que o Jane’s Addiction saiu do seu palco”, disse
Pelúcia, que considera o “patrão” um dos me-
lhores diretores técnicos do país.

Andreas, inclusive, foi, segundo Pelúcia, o res-


ponsável direto pela escolha dos equipamentos

áudio música e tecnologia | 89


Sonorização

não poderíamos errar. Andreas,


então, escolheu o que conside-
rou de melhor para o evento, e
acho que acertou em cheio”, de-
talhou Victor. “Ele definiu o pla-
nejamento e nós executamos”,
concluiu.

TRANSMISSÃO SEM
DERRAPAGENS
Transmissão ao vivo de mega-
festivais realizados no Brasil é
algo que, até hoje, divide opini-
ões. Há quem diga que, apesar
dos avanços tecnológicos, algu-
mas emissoras locais de TV ain-
AM&T

da cometem certos “pecados”.


E, claro, há quem as defenda.

Um dos sistemas de PA disponibilizados pela Gabisom: empresa


paulista cedeu PAs de marcas como d&b, Vertec e V-Dosc

que foram disponibilizados pela Gabisom. “Trocas de


e-mails com as equipes das bandas levaram a Au-
dio Bizz aos setups utilizados nos palcos do festival.
Era um festival ‘para gringo ver’, algo do tamanho
de um Rock in Rio, sem exageros, e sabíamos que
AM&T

AM&T

Na sequência, o console e alguns dos periféricos utilizados pelos


Foo Fighters: grupo levou seu setup para o Lollapalooza Brasil
90 | áudio música e tecnologia
am&T

Ricardo Vidal, operador de PA d’O Rappa, e a Soundcraft


Series Five: mesa está na estrada com a banda desde o
fim de 2011, quando o grupo voltou aos palcos
am&T

Andreas Schimidt, proprietário da Audio Bizz,


coordenou toda a logística técnica do Lollapalooza
áudio música e tecnologia | 91
AM&T
Sonorização

Victor “Pelúcia” foi assistente de Andreas no festival. Para ele, coordenador técnico está entre os melhores do país

No entanto, a transmissão do Lollapalooza, feita agudos estiveram “no lugar”, dialogando harmo-
com exclusividade pelo canal Multishow, não “der- niosamente, e tornaram a mixagem prazerosa aos
rapou” e fez com que shows vigorosos, como o ouvidos dos espectadores. Outros festivais realiza-
dos Foo Fighters e o do grupo Manchester Orches- dos recentemente no Brasil, como o Rock in Rio e
tra, por exemplo, chegassem à televisão com uma o SWU, já haviam demonstrado a evolução no que
mixagem para lá de interessante. Nela, graves e diz respeito ao som na TV. •

92 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 93
Técnicas de Estúdio | Alexandre Cegalla

Automação (Parte II)


Aproveitando os recursos de controle
para experimentar novas sonoridades
No mês passado, abordamos a automação de volu- originalmente na versão “vocal sem fuzz” (escute/
me e a de pan, que são consideradas técnicas mais baixe em http://tinyurl.com/vocalsemfuzz). Como não
básicas e comuns durante a mixagem. Nesta edi- foi possível regravar a passagem (o vocalista mora na
ção, falaremos sobre automação de mandadas de Alemanha e nos mandou a gravação pela internet),
auxiliares, controle de bypass de inserts e parâme- resolvemos deixar a voz mais expressiva no refrão,
tros de efeitos, como distorção, equalização e de- usando um plug-in de fuzz – tipo de distorção com
lay. Ao aplicar esta técnica em situações diferentes, timbre mais fechado e bem sujo – no insert do canal
veremos como a produção se torna mais dinâmica do vocal. Alternamos, então, uma frase cantada sem
e, de certa forma, menos repetitiva, uma vez que fuzz com a seguinte, cantada com este efeito, através
cada mudança de parâmetro no meio do andamento da automação do bypass do insert onde ele estava. O
sempre pode surpreender o ouvinte. resultado pode ser escutado no arquivo “vocal fuzz”
(http://tinyurl.com/vocalfuzz).
A ideia básica é a de que tudo o que você ajusta nos
efeitos ou níveis de mandadas pode ser modificado Sem a distorção, o vocal fica um pouco repetitivo pelo
ao longo da música. Obviamente, fica mais fácil au- fato de o vocalista cantar rapidamente. Usando esse
tomatizar num DAW, onde as ferramentas de edição efeito, demos destaque a determinadas palavras de
permitem um controle total e é possível fazer as modi- maior impacto na letra, e passamos uma ideia de “se-
ficações mais detalhadamente do que automatizando paração”, por assim dizer, entre uma frase e outra.
manualmente numa mesa de som. Por essa
razão, vamos focar na automação em progra-
mas no computador. O software a ser utilizado
nos exemplos é o Logic, mas os princípios va-
lem para todos os outros DAWs.

TORNANDO O VOCAL
MAIS INTERESSANTE

No exemplo 1, temos um vocal de rock que


soa bem nos versos, mas carece de mais po-
tência na hora do refrão. Confira como era

Exemplo 1 – Ligando e desligando


o efeito de fuzz na pista do vocal

94 | áudio música e tecnologia


VARIAÇÃO DE FREQUÊNCIAS

Muitas vezes usada para fins corretivos –


particularmente no caso de guitarras –, a
equalização também pode ser empregada
para fins criativos, como veremos no exem-
plo 2. Nesta demonstração, utilizamos uma
automação de filtro de low-pass na guitarra
com distorção, criando um efeito semelhante
ao que se produz com sintetizadores e ba-
teria na música eletrônica. Primeiro, porém,
tivemos que editar o riff de guitarra para que
ela se encaixasse perfeitamente na levada da
introdução da música. Veja na imagem como
as pistas da guitarra da direita e da esquerda Exemplo 2b – Criando um crescendo no som da guitarra
ficaram “picotadas”. usando automação no volume e na equalização

Depois disso, pusemos um equalizador no insert do abruptamente, de -6 dB para -34 dB, e depois voltar
canal auxiliar onde está o bus de guitarras e aciona- a aumentá-lo, dessa vez aos poucos, conforme a gui-
mos o low-pass na hora em que inicia esse trecho. tarra volta a ficar mais aguda.
Observe na imagem que ele começa em 7.5 kHz e
desce gradualmente até 1.9 kHz, quando, então, co- Por uma questão de praticidade, escolhemos realizar
meça a subir de novo até 6.9 kHz. Depois disso, ele a automação no auxiliar onde está o bus de guitarras,
vai a 20 kHz, que é uma frequência tão alta (muitos porque, ao fazê-la nesse canal, afetamos todas as pis-
de nós nem conseguimos escutar nessa altura) que tas de guitarra (no caso dessa música, são duas pistas,
nem se percebe que o low-pass está ligado. uma para cada lado). Se tivéssemos feito a automação
nas pistas de áudio com as guitarras, teríamos que rea-
O resultado pode ser escutado na versão “guitarra eq” lizar a operação duas vezes, uma em cada canal.
(http://tinyurl.com/guitarraeq). Repare como essa
subida nas frequências agudas cria uma sensação de CONTROLE DE GRAVES
crescendo na guitarra e na música, preparando para
quando entra o vocal e a bateria. Uma segunda auto- Às vezes, temos de controlar o excesso de graves pro-
mação que fizemos nesse trecho foi reduzir o volume duzidos pelo baixo em certas pas-
sagens de uma música. No exemplo
3, este instrumento parece “saltar”
nos graves durante os compassos
três e sete e precisa ser controlado.
Confira na versão “baixo sem eq”
(http://tinyurl.com/baixosemeq).
Esse problema se torna pior se a
sua sala técnica não tiver um bom
tratamento acústico, pois ondas
estacionárias em determinadas fre-
quências podem lhe atrapalhar bas-
tante com os graves. Dependendo
da situação, não é o caso de se
abaixar o volume do instrumento,

Exemplo 2a – Ajustando gradualmente a equalização da guitarra


áudio música e tecnologia | 95
Técnicas de Estúdio

AUTOMATIZANDO MANDADAS
PARA EFEITOS

Mandadas para auxiliares também podem ser automa-


tizadas, como podemos ver no exemplo 4. Neste caso,
temos uma guitarra cujo nível da mandada para um
auxiliar com o reverb é aumentado sempre no final do
segundo, quarto, sexto e oitavo compassos. Como po-
demos ver na imagem, na maior parte do tempo a man-
dada para o reverb é bem pouca: -12 dB. Mas, no final
dos compassos pares, o nível dela sobe repentinamente
para +5.3 dB. Ao começar o compasso seguinte, o ní-
vel de mandada vai descendo mais progressivamente,
até retornar a -2 dB. O objetivo é fazer a guitarra soar
como um sintetizador com ataque rápido e release longo
Exemplo 3 – Equalizando o baixo apenas em um trecho da música quando toca as notas finais em cada compasso par. A
sonoridade lembra também um pouco à do guitarrista
mas de filtrar as frequências que geram o excesso de
The Edge, do U2. Escute o resultado na versão “guitar-
graves, como iremos demonstrar neste exemplo.
ra_reverb” (http://tinyurl.com/guitarrareverb).

Se isso ocorrer durante a música toda, basta equalizar


Estes foram alguns exemplos de como podemos deixar
o baixo e pronto. Mas se acontecer apenas num trecho,
uma música mais dinâmica e interessante variando os
como no caso desta música, temos, então, duas opções:
parâmetros de efeitos, quando eles devem ou não ser
a primeira é usar um compressor multibandas, que con-
acionados, através do controle de bypass, e o quanto
trola o nível do sinal apenas na faixa de frequência esco-
de um canal queremos mandar para um auxiliar com
lhida (enquanto um compressor comum reduziria o nível
efeitos. Como foi dito anteriormente, a priori, qualquer
em todo o espectro sonoro). Toda vez que o baixo ou
parâmetro de um efeito ou nível de sinal pode ser modi-
qualquer outro instrumento passar o threshold (cujo valor
ficado ao longo da música por meio da automação. Tudo
nós ajustamos), o sinal será reduzido em uma dada quan-
depende também do que a música pede e da estética
tidade de decibéis apenas naquela faixa de frequência.
sonora do artista. A funcionalidade e a capacidade de
edição nos mínimos detalhes que nos são oferecidas pe-
A segunda opção, para quem não possui um compressor
los DAWs atualmente acabam se tornando um grande
multibandas, é automatizar um equalizador, reduzindo a
estímulo para experimentarmos variações nos efeitos e
frequência que está incomodando apenas no trecho da
no processamento da mixagem.
música em que isto acontece. E é exatamente o que fi-
zemos na versão “baixo eq” (http://tinyurl.com/
baixoeq), onde atenuamos 7 dB na frequência
de 164 Hz (com um Q razoavelmente amplo, de
0.33) nos compassos 3 e 7 (por causa do zoom,
a figura mostra apenas o compasso 3). Após es-
cutar essa versão, perceba como o baixo agora
parece se assentar mais na mixagem, mantendo
seu destaque, mas sem se sobrepor aos outros
instrumentos nesses dois compassos.

Exemplo 4 – Usando a automação para alterar


dinamicamente a sonoridade da guitarra

Alexandre P. Cegalla atua como engenheiro de som há mais de dez anos e já produziu artistas no Brasil e no exterior. Atualmente, é proprietário
do Studio Bunker, em Curitiba (www.studiobunker.com.br).
áudio música e tecnologia | 97
aRTe eLeTRÔNIca | edson Borth

Sidechain na música eletrônica


Utilizando a aplicação de forma fácil, rápida e a um custo baixo

A
maioria das pessoas que trabalha com produção musical e também bastante presente no som progressivo do Kaska-
e de áudio nos dias de hoje acaba encontrando no cami- de, bem nítido no remix de Paul Walker para I Feel Like, para
nho problemas e situações muito parecidas. Umas delas citar, rapidamente, dois exemplos. Nestas composições, ou-
é a complicada escolha da ferramenta certa para executar as vimos nitidamente esse efeito nos sintetizadores que fazem
mais variadas tarefas, como, por exemplo, a aplicação de um a cama harmônica e que pulsam no BPM da música, como se
efeito em um dos canais do seu track através de algum plug- houvesse uma automação de volume nesses instrumentos,
-in ou a escolha de um sintetizador virtual para chegar a um fazendo com que os mesmos fiquem mais fracos nos tempos
timbre específico para uma linha melódica de um bass ou al- em que o bumbo toca e mais fortes nos contratempos.
guma harmonia com um pad. E o que muitas vezes acontece
é que saímos desesperados atrás desses efeitos em diversos AO TRABALHO
sites. Encontramos uma variedade enorme de marcas, sendo
alguns gratuitos, outros pagos, e acabamos esquecendo que, Ao abrimos o Ableton, ele inicia com dois canais, um de
quando compramos um software, muitas dessas ferramentas áudio e um de MIDI. O primeiro passo é criarmos um
já estão ali prontas para serem usadas e geralmente com a canal de bumbo, e esse é o software mais rápido que co-
qualidade tão boa quanto a de um plug-in caro. nheço para se fazer isso. É só acessar, no lado esquerdo
da tela principal, o File Browser 1/samples/waveforms/
Hoje vou falar sobre uma dessas ferramentas, o compres- drums/kick e escolher dentro desta pasta uma amostra
sor – mais especificamente a respeito de uma das mais de bumbo que você gosta (estas são as que já vêm com
interessantes aplicações desse processador na música o Ableton, mas você pode também escolher uma amostra
eletrônica, que é o sidechain (não confundir com a com- sua). Com o canal MIDI selecionado, clique na amostra
pressão paralela, que é outra técnica muito usada em mi- de bumbo e arraste-a para a parte de baixo da tela, onde
xagens), também bastante usado em outros vários estilos lê-se “Drop MIDI Effects, Audio Effects, Instruments or
musicais. Como estou falando de música eletrônica, optei Samples Here”, e pronto! Você já tem seu canal de bum-
por demonstrar esse processo no Ableton Live por dois mo- bo, que vai ser tocado por um instrumento virtual que
tivos: primeiro, pela rapidez e a facilidade com que se faz se chama “Simpler”, nativo do Ableton. Agora, você cria
isso nele; segundo, porque acabou sendo um dos softwares um clip MIDI dando um duplo clique no primeiro clip slot
mais utilizados entre os produtores deste estilo musical por deste canal MIDI e escreve no gráfico de piano-roll, que
todo o mundo. Logicamente, essa técnica também pode ser aparece na parte de baixo da tela, na linha da nota C3
aplicada em outros programas, como Logic, Pro Tools etc., (dó 3), quatro notas nos tempos 1, 1.2, 1.3 e 1.4, res-
mas em nenhum deles com tanta agilidade. pectivamente, como pode ser visto na figura 1.

O efeito que queremos é aquele que faz com que o track Você tem agora um canal de bumbo tocando. Vamos, en-
tenha um balanço pulsante, igual ao que ouvimos na clássica tão, inserir outro canal MIDI no projeto e colocar um instru-
One More Time, do Daft Punk, lançada como single em 2000, mento virtual que vai reproduzir a nossa cama harmônica,

98 | áudio música e tecnologia


ARTE ELETRÔNICA

Figura 1

sobre a qual queremos aplicar o efeito de sidechain, o que


também é muito fácil. Vou dar um exemplo que vai, de
uma só vez, criar um canal MIDI e inserir um instrumento
virtual que irá, inclusive, tocar uma cama harmônica com
um acorde específico. É só seguir os seguintes passos: vá Figura 3
em File Browser 1/Clips/Construction Kits/Santoors Gold/
perior esquerdo, ao lado do nome do Compressor, como
Pad/Pad Chorus e, neste Pad Chorus, dê um duplo clique.
na figura 4. Desta maneira, aparecem os parâmetros do
sidechain no compressor, como na figura 5.
É isso aí: você já tem os dois elementos necessários para que
possamos aplicar o nosso sidechain – o canal do kick (bumbo)
Com o sidechain podendo ser visualizado no plug-in, clicamos
e o canal do pad. O instrumento que foi criado ao dar o duplo
onde está escrito “Sidechain” para ligá-lo, e, logo abaixo, onde
clique foi o Instrument Rack do próprio Ableton, e o preset
lemos “Audio From”, selecionamos o canal 2-Kick-606, pois
usado foi automaticamente o Pad Maxellini, como na figura 2.
assim estamos “dizendo” ao compressor que quem vai acio-
ná-lo agora é o canal do bumbo, e não mais o canal do pad.
A cama harmônica toca um acorde de ré menor que já
Isto significa que, cada vez que o bumbo tocar, o compressor
veio programado ao criarmos este instrumento com o
do pad será acionado, e como a função principal do compres-
timbre de pad, como vemos na figura 3.
sor é controlar a dinâmica dos elementos em uma música, o
volume do pad vai baixar com o tocar de cada bumbo.
Agora vamos inserir um compressor no canal do pad, que
vai ser a peça-chave para termos o efeito desejado. É só
Para finalizar, só temos que ajustar alguns parâmetros do
clicar no canal chamado 3 Pad-Maxellini. No nosso exem-
compressor: o threshold, o attack, o release e o ratio. As
plo, temos o número 3 na frente, pois ele é o terceiro canal
funções de cada um são as seguintes: o threshold e o ratio
do projeto, sendo o primeiro um canal de áudio, que está
indicarão com que intensidade o pad vai baixar de volume
vazio, e o segundo o canal do nosso 2 Kick-606, ok? Feito
cada vez que o bumbo tocar; o attack dirá se o compressor
isso, é só achar onde está nosso compressor no Ableton,
vai ser acionado imediatamente ou se vai esperar alguns mi-
cujo atalho é Live Device Browser/Audio Effects/Compres-
lissegundos antes de fazê-lo; o release será regulado para
sor, e dar um duplo clique no compressor. Se você olhar
que o efeito de pulsação se adapte ao BPM da música. O BPM
na base dessa tela, perceberá que já existe o compressor
do projeto provavelmente estará em 120, como originalmen-
inserido no canal do pad. É simples e rápido assim!
te está quando abrimos um projeto novo no Ableton. Deixe-o
assim e programe o threshold em -34.5 dB, o attack em 5.30
Neste momento, só precisamos regular os parâmetros do
compressor e já poderemos ouvir o efeito desejado. Pri-
meiro, vamos habilitar o sidechain no botão Sidechain To-
ggle – aquela setinha apontando para baixo no canto su-

Figura 2 Figura 4 – Sem o sidechain à vista


100 | áudio música e tecnologia
Figura 5 – Com o sidechain à vista

ms (milissegundos), o release em 83.0 ms e o ratio em 5.00.

Agora é só ouvir o efeito da pulsação do pad cada vez que o bum-


bo é tocado. Você pode ligar e desligar o compressor no botão
amarelo, no canto superior esquerdo do mesmo, para perceber
melhor o efeito. Observe que conforme você muda o BPM do seu
track, você também terá que alterar os valores dos parâmetros
do compressor, principalmente os do attack e do release, para
que as pulsações se adaptem melhor ao novo andamento. As fi-
guras 6 e 7 mostram a diferença com e sem o efeito do sidechain
em ondas sonoras renderizadas, o que nos ajuda a compreender
como o compressor afeta o som do pad quando está agindo.

Fácil e barato! Assim, você pode ter na sua música o mesmo


efeito pulsante que fez história em vários hits, e tudo o que
é necessário para tal está dentro de um mesmo software.
Tente fazer o mesmo teste em vários instrumentos, princi-
palmente na bass line. Você verá que seus tracks não serão
mais os mesmos depois dessas experiências.

Boa sorte!

Figura 6 – Sem o sidechain Figura 7 – Com o sidechain

Edson Borth é músico profissional desde 1989 e fundou grupos paranaenses importantes, como Gypsy
Dream e Nega Fulô. Produtor de áudio desde 1995, é formado em Produção Sonora pela UFPR, com espe-
cialização em mixagem e masterização pelo IATEC. É professor de Produção Musical na Yellow (Curitiba).

áudio música e tecnologia | 101


Áudio e Acústica | Omid Bürgin

Layout de Estúdios
OMiD Academia de Áudio/Ivan Silva

Aprenda a distribuir os ambientes principais do seu estúdio

O
lá! Neste mês vamos começar a falar sobre o seu estúdio. Se for um usuário dele, sendo músi-
como projetar o layout do seu estúdio. É um co, técnico ou produtor, você terá uma noção muito
momento muito importante dentro de um melhor sobre o que precisa fazer em seu projeto e
projeto de acústica e studio design, pois é neste sobre como deve soar o produto final.
momento que você deve decidir o que realmente
precisa, baseando-se em suas necessidades de Temos muitos clientes aqui no Brasil e ganhamos certa
produção musical. É a hora de sonhar com a forma fama por termos feito muitos projetos de alta qualida-
com que a produção de sua banda será gravada, de. Acredito que nossos projetos acústicos têm dado
mixada e masterizada. Você deve pensar em todas tão certo porque o resultado dos projetos está mais
as possibilidades de trabalho, imaginando desde musical, e essa musicalidade é devida ao fato de eu
uma banda pequena até um pequeno conjunto or- ter trabalhado durante décadas em estúdios, como
questral. É agora o momento em que você constrói técnico ou produtor. Sendo assim, quem trabalha em
os alicerces de todo o seu projeto. Vamos lá! estúdios tem, já de saída, uma vantagem significativa.

A IMPORTÂNCIA DE ENTENDER Já encontrei muitos engenheiros acústicos de nome


O PROJETO trabalhando juntos em projetos ou em eventos de
profissionais do ramo. Posso citar alguns que admi-
Lembro-me de um comercial de xampu exibido na ro muito pelo conhecimento vasto de acústica e por
TV quando eu morava nos Estados Unidos. Passava terem publicado extensivamente sobre o assunto.
uma pessoa bastante cabeluda com o produto na O que me surpreendeu muito foi que os projetos
mão, falando “eu não sou apenas o dono desta em- de estúdios não eram tão bons. Levei algum tempo
presa de xampu, mas também o maior usuário do para entender o porquê disto. Os projetos eram im-
seu produto”. Nunca mais me esqueci disso. É bem pecáveis, lindos, pareciam exemplos-modelos, mas
parecido com o que acontece quando você constrói faltava o ingrediente essencial: a musicalidade!

102 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 103
Áudio e Acústica

Como podemos usar esta informação? Quando ana- modar todas as suas necessidades musicais.
lisei os projetos em questão, percebi que eles esta-
vam calculados de baixo para cima, ou seja, através Então, quais são os passos de uma produção musical?
de cálculos e fórmulas o projetista montou o projeto Confira no final desta página.
final, deixando tudo da maneira descrita acima. Mas
não soava! Faltou aquele ingrediente. Esta abordagem Cada etapa requer um espaço de trabalho diferen-
se chama bottom-up: trabalhar de baixo pra cima. te. A pré-produção é um dos momentos em que
O que eu proponho é fazer exatamente o contrário: você poderia trabalhar em qualquer lugar, normal-
começar com o sonhar com o que você quer, tentar mente com uma estação de trabalho. É comum
imaginar, visualizar e ouvir o espaço projetado, traçar que isso seja feito na futura técnica, que você pre-
as ideias grandes primeiro e, só depois de você definir cisa para monitorar a sua gravação ou para, de-
o que quer, partir para os detalhes. Esta abordagem pois, fazer a mixagem ou masterização.
se chama top-down: você começa com a ideia geral
e então trabalha em direção aos detalhes. É essa a A fase de captação já é um pouco mais complexa.
nossa abordagem, que, junto com a experiência de ser Ela se divide em seção rítmica, cobertura e overdub.
usuário de estúdios, eu garanto que dá muito certo.
O que é a seção rítmica em uma gravação? A seção rít-
mica, ou “cozinha”, no Brasil, é a parte nuclear, rítmica,
OS PASSOS DE UMA
da banda: a bateria, o baixo, as guitarras e teclados
PRODUÇÃO MUSICAL
rítmicos. A captação da seção rítmica é caracterizada
por seu feel ou groove, e, por isso, é feita toda jun-
Primeiramente é necessário perguntar-se o que
ta, não sendo, recomendável, por exemplo, separar o
acontece dentro de um estúdio de gravação. Isto
baixo da bateria. Isso é tão importante porque esta
vai ajudar muito a ter clareza do que você realmen-
parte da música tem nuances em tempo e interações
te precisa e vai garantir que o futuro projeto atinja
musicais entre os músicos que, mesmo sutis, fazem
suas necessidades. Precisamos ter certeza de que o
grande diferença. Se a bateria for captada primeiro e
estúdio que estamos projetando está acomodando
o baixo depois, a música vai soar estéril e sem alma.
as diversas possibilidades de produção. A partir dis-
to, definimos os objetivos básicos do projeto, mas
Para poder manter esta integridade, você precisa
também garantimos que este projeto poderá aco-
ter um layout em que consiga acomodar a bateria,

104 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 105
Áudio e Acústica

o baixo, as guitarras e os teclados. Assim, em vez o tecladista, o guitarrista, o baixista e o vocalista se


de gravá-los separadamente em tempo, você de- encontram todos na técnica, se ouvindo através de
veria separá-los em espaço. Para isto você precisa fones de ouvido. Somente os seus amplificadores
ter várias salas, que podem ser pequenas, como se encontram em lugares diferentes. Este “estar
as salas de isolação de bateria ou de voz, ou até junto” é muito importante para o feel ou groove,
armários de captação para acomodar o amplificador porque cria uma sensação de unidade e a emoção
de baixo ou de guitarra. Estas salas são chamadas musical está sendo valorizada. Nesta parte, você
de “isos” (pronuncia-se “aisos”). Além disto, você pode imaginar sua banda em seu melhor momento,
precisa de um espaço separado para monitorar gravando de cor ou, no máximo, usando partituras
tudo, que é a técnica de monitoração. Em relação de referência, como se fosse uma performance ao
ao espaço, esta é a parte mais difícil de seu projeto. vivo na casa noturna onde costuma se apresentar.
É neste momento que você precisa de um estúdio
completo, mas podemos ser bastante flexíveis em Vale mencionar que os técnicos chegavam a exage-
como separamos acusticamente os vários músicos. rar no passado ao separar acusticamente os dife-
rentes instrumentos da seção rítmica, pois sabemos
Na gravação da seção rítmica, o baterista poderia que um pequeno grau de vazamento é saudável e
ficar no meio da sala de captação, as torres de am- ajuda na criação de palco sonoro da sua produção
plificadores de guitarras sendo posicionadas no iso musical. O baixo vazando para os microfones de
de bateria, o amplificador do baixista no soundlock, overhead da bateria é um exemplo clássico de como
o tecladista na técnica, gravando com som direto, e você pode criar uma sonoridade de baixo maior.
o vocalista na própria técnica, gravando a voz guia.
A voz guia é o vocalista cantando junto com a ban- Se fizer este setup na sua casa, o baterista poderia fi-
da para passar a emoção e o andamento correto a car dentro da sala de estar, as torres de amplificadores
eles. Esta guia será substituída no final, na fase do de guitarras sendo posicionadas no banheiro, o ampli-
overdub. O que é interessante nesta proposta é que ficador do baixista no armário do seu quarto, o tecla-

A seção rítmica num estúdio-apartamento

106 | áudio música e tecnologia


dista no seu quarto, onde você montou a sua técnica sendo que as técnicas de mixagem e masterização de-
(veja em “aprenda na prática”), junto com o vocalista, vem ser diferentes, já que possuem necessidades dife-
que grava a voz guia. Não pense que a sua casa ou rentes. De qualquer forma, a masterização deveria ser
apartamento é acusticamente inferior! Ao contrário: feita em uma sala técnica que não seja a de mixagem,
as nossas casas ou apartamentos têm, às vezes, mais porque o técnico de masterização muitas vezes preci-
possibilidades acústicas do que um estúdio de grava- sa resolver problemas que o outro técnico não ouviu
ção. O único porém é a questão do isolamento, mas ou, por questões acústicas, ouviu errado na mixagem.
falaremos sobre isso em um futuro artigo.
AS SALAS PRINCIPAIS DE UM

'' Nossas casas têm, às vezes, mais


possibilidades acústicas do que
ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO

um estúdio de gravação. O único As salas sobre as quais falamos até agora foram as
técnicas: técnica de monitoração, técnica de mixa-
porém é a questão do isolamento
'' gem e técnica de masterização. Temos a sala de
captação, que, de preferência, deveria ser gran-
A cobertura é a parte em que você capta os instrumen- de para a cobertura e, se possível, ajustável para
tos adicionais, como percussão, cordas etc. Eles serão vários conjuntos musicais. Precisaríamos de salas
gravados em cima da seção rítmica, dando um certo pequenas, de isolamento, para bateria ou baixo
brilho à música, como cobertura a um bolo. Para captar e até um armário isolante de captação para aco-
a cobertura, o ideal seria uma sala grande, com sonori- modar o amplificador de baixo ou guitarra para a
dade bastante homogênea. Sendo assim, a dinâmica é gravação simultânea da seção rítmica. Mas exis-
bem diferente da conferida na seção rítmica. O tipo de tem outras duas salas muito importantes para um
música também muda: muitas vezes são músicos len- projeto de estúdio de gravação, que não mencio-
do partituras completas, que foram elaboradas por um namos ainda: o soundlock e a sala de máquinas.
arranjador. As nuances da performance já foram esta-
belecidas na captação da banda e tudo que está sendo O soundlock é uma espécie de antecâmara, parecida
captado daí para frente segue a música já estabelecida. com uma sala de revelação, que impede a entrada
de luz. No estúdio de gravação, a antecâmara fica
O overdub é uma seção de gravação que requer ain- entre a técnica e o estúdio, com acesso aos dois, bem
da menos salas, já que pode ser feito na própria sala como ao exterior do estúdio. Desta forma, se alguém
técnica ou em uma pequena sala para vocais, normal- quiser entrar no estúdio, o som não vai vazar pra a
mente localizada bem próxima à técnica. Em muitos técnica, por exemplo. A sala de máquinas existe para
lugares há um estúdio focado na captação e outro na acomodar equipamentos que fazem ruídos dentro do
mixagem. Nos grande estúdios, há técnicas para mo- estúdio, como amplificadores ou computadores que
nitoração com grandes salas de captação, técnicas de possuem ventoinhas ou coolers. Ambas as salas têm
mixagem com um iso que são usadas para a realização um alto poder de absorção e podem ser usadas como
de overdubs. É melhor levar esta parte para um estú- pequenas salas de isolamento, para gravar os ampli-
dio focado em mixagem, liberando o estúdio principal ficadores de guitarra ou baixo.
para a próxima gravação, o que é comercialmente mais
interessante para você, pois a sessão de overdubs é, Então por onde começamos o nosso projeto de
muitas vezes, a mais demorada! É aqui que o vocalista layout? Se você tem um espaço limitado, qual das
vai substituir sua voz guia pela versão vocal final. salas é imprescindível? Qual é a mais importante?
A técnica, a sala de captação ou um dos isos? Se
Uma vez tudo captado, começa o processo de mixa- você respondeu a técnica, acertou. É que, em uma
gem, que requer apenas uma sala técnica de mixa- sala técnica, você pode não só mixar ou masterizar,
gem. O mesmo se aplica à masterização, que deveria mas também gravar. Em futuros artigos, veremos
acontecer com outro técnico e em outra sala técnica, que a técnica é acusticamente muito mais exigente

áudio música e tecnologia | 107


Áudio e Acústica

do que uma sala de captação. Com esta premissa, 70 m3, especialmente em relação às frequências
podemos concluir que é possível transformar uma graves. Isso poderia ser, por exemplo: largura = 4
técnica em uma sala de captação ou até em uma m, comprimento = 5 m e altura = 3,5 m. Ou seja,
sala de isolamento sem ter muitos problemas. Ao
para quem quer montar um estúdio em casa, so-
contrário, tentar mixar ou masterizar dentro de
mente a técnica já ocupa bastante espaço. Procure
uma sala de captação fica muito mais difícil.
medir um espaço de 5 x 4 para ter uma ideia da

Se seu espaço for um pouco maior, seria melhor grandeza. A reação inicial é de querer aproveitar
subdividi-lo em dois, para garantir uma técnica e os espaços existentes fazendo várias salas, mas se
seguir o critério de tamanho mínimo para uma téc-
nica, você vai acabar se decidindo por fazer uma

'' É possível transformar uma técnica


em uma sala de captação ou de
sala boa, em vez de duas ou três salas pequenas e
acusticamente inferiores.
isolamento sem ter muitos problemas
'' Neste artigo vimos quais salas são necessárias no
layout do seu estúdio e para que serve cada uma de-
uma sala de captação? Na maioria das vezes é me-
lhor ter um espaço grande, que possa servir tanto las. No nosso próximo encontro, falaremos, passo a

para técnica quanto para captação, do que ter duas passo, sobre como organizar a sua produção musical

salas pequenas para captação. A BBC estabeleceu e como isto se reflete na sala de captação, continu-
que uma boa técnica deveria ter não menos que ando o que começamos aqui. Vejo você por lá!

108 | áudio música e tecnologia


APRENDA NA PRÁTICA
Montando sua sala técnica

Sabia que fazer uma pequena interferência no seu espaço de trabalho pode gerar resultados muito
melhores do que você pode imaginar? Os primeiros ajustes descritos aqui têm um custo-beneficio
melhor do que aquele associado a ajustes finais em um projeto audiófilo caro.

Veja um passo a passo do que é necessário fazer para arrumar a sua sala técnica (qualquer lugar onde
você tenha seu computador e suas caixas de som).

1. Escolha sempre a maior possível da sua casa. Quanto maior, menos problemas para montar uma
técnica. Lembre-se de que o parâmetro é ter mais do que 70 m3, se possível. Procure uma sala que seja
simétrica.

2. Uma vez escolhida a sala, trace um eixo simétrico no chão, usando alguma fita adesiva. É nesta
linha que você deve montar sua cadeira e o computador e medir as distâncias para as caixas.

3. As caixas devem estar a, no mínimo, 30 cm de distância da parede para minimizar problemas com as
frequências graves. Elas deverão formar um triângulo equilateral entre os seus tweeters e os ouvidos do
técnico (sendo que um ponto é o tweeter da caixa direita, o segundo ponto é o tweeter da caixa esquer-
da e o terceiro é o sweet spot, onde estão os ouvidos do técnico).

4. Aumente a distância entre o sweet spot – um ponto mais distante,


até duas vezes a distância entre os tweeters da caixa. Trace no chão a
área resultante. Esta área é onde você deve sentar-se. Você não deve
ficar bem no ponto médio entre a parede da frente e a de trás, mas,
sim, ficar um pouco antes ou depois disso. Alguns projetistas usam a
proporção 1/3:2/3 como referência.

5. Uma vez feito isso, comece a ouvir o som e verifique sua qua-
lidade sonora. Se precisar, você poderá fazer uma calibragem fina
(ajustes necessários até que se chegue a um resultado sonoro
satisfatório) usando os conceitos anteriormente abordados.

Verifique a diferença olhando o desenho de um quarto de estudan-


te que foi adaptado para poder melhorar a qualidade sonora. Como
você pode perceber, as mudanças são simples e não foram difíceis,
mas o resultado foi espetacular! Depois de feito, percebeu como a
qualidade sonora em sua sala melhorou?

Posicionamento dentro da técnica

Omid Bürgin é compositor, projetista acústico e produtor musical. Fundou a Academia de Áudio (www.academiadeaudio.com.br), que oferece cursos
de áudio, produção, composição e music business e dispõe de estúdios para gravação, mixagem e masterização. E-mail: omid@omid.com.br.

áudio música e tecnologia | 109


múSIco Na ReaL | Fernando moura

Trocando
Fernando moura

os cabos do
estúdio
Sacudindo a poeira das conexões e substituindo o oxidado pelo cheiro de novo

O
s leitores que acompanham essa coluna talvez se anos, mas, como muitos músicos da minha geração, prefe-
lembrem que, em nosso último encontro, devido ao ri investir na produção musical e vou caminhando entre os
carnaval, tirei umas férias, reciclei meus gostos musi- trabalhos autorais, populares e o mundo das trilhas sonoras.
cais, recuperei um velho companheiro de trabalho, o lendá-
rio Prophet 5, e ouvi muitos músicos interessantes saindo Dentro desse quadro, já há algum tempo é essencial con-
pelos bueiros do subway nova-iorquino. tar com um home estúdio que funcione bem e seja capaz
de me servir de ferramenta para fazer demos rápidas e
Depois dessa formatação de cabeça (no bom sentido, lei- de boa qualidade e também versões definitivas para pro-
tor!), volto para meu lugar de trabalho, que ficou parado duções com orçamentos menos generosos do que os dos
duas semanas e é só barulho de sujeira nos contatos, ruí- meus colegas do cinema americano.
dos indesejados, instrumentos que funcionam de um lado
só, monitores com interferências... Um certo desânimo co- Ao se pensar num home estúdio com esse perfil, vemos logo
meça a se instalar em minha mente: será que eu largo isso um computador possante agregado a uma placa de áudio
tudo de lado e vou estudar piano seriamente? de mais de um par de I/Os e especificações para gravar
em até 192 kHz, um sequencer de áudio e MIDI escolhido
“Muito tarde para tentar uma vida de Michel Petrucciani ou entre os três ou quatro que “todo mundo usa”, cascatas de
McCoy Tiner, meu camarada”, me sopra uma voz de razão plug-ins e, até onde o dinheiro permite, muitos periféricos
dentro de mim. Essa opção poderia ter sido feita há uns 20 de pedigree: compressores, limiters, equalizadores, efeitos

110 | áudio música e tecnologia


múSIco Na ReaL

analógicos e clássicos. Bons microfones, boa monitoração, Pai Fábio de Aruanda, do alto de sua experiência de déca-
se possível mais de um tipo de caixas, um outro teclado das de gravação, opina:
vintage para tirar uma onda e estamos no negócio, certo?
“Se os cabos estão lá conectados e você nunca mexe, é pro-
Mas e quando você ouve em outros estúdios o som que você vável que estejam cumprindo o seu papel. Muita atenção
grava em seus domínios, fica sempre tudo bem mesmo? E essa aqui, porque o cabo, quando envelhece, vai se oxidar...” “Ca-
ruideira que estou ouvindo agora porque fiquei duas semanas bos que você manuseia muito podem acabar tendo a blin-
sem ligar o estúdio, será que não está sendo gravada? Você dagem comprometida. O mesmo quanto aos plugues.” “Uma
acredita que algum hum/noise eliminator Tabajara sempre re- coisa a se considerar é a qualidade dos cabos em si, inde-
solve tudo e elimina os ruídos indesejáveis aos seus arranjos? pendentemente da idade.” “O que talvez melhore sua vida
no quesito humming é o comprimento dos cabos. Quanto
Sejamos honestos, leitor: você já pensou em dar uma geral menores, melhor. Se puder dimensioná-los de acordo com
nos cabos que usa em seu local de trabalho? as necessidades de seu espaço de trabalho, melhora muito.”

Será que alguns deles não seriam de uma outra época da Parece que os poderes de Pai Fábio de Aruanda o levaram
sua vida, quando você fazia shows com setups enormes, a ter uma visão bem próxima da realidade do meu home
complicados, que depois foram encolhendo e os cabos fo- studio e central de produção, de onde crio e produzo música
ram sendo recolocados em seu estúdio particular, que veio para as mais diferentes utilizações e localidades pelo mundo
crescendo na direção inversa, com um número cada vez afora. Veja as foto de abertura deste texto, leitor: a balbúr-
maior de outputs precisando falar? dia de tamanhos inadequados e cabos trançando uns nos ou-
tros é tão aterradora quanto comum a quase todos os home
Entre esses combalidos e velhos companheiros de música, studios que conheço, independentemente da quantidade de
será que alguns não se enquadram naquela categoria “vou dinheiro investida em hardware, software e instrumentos.
quebrando um galho com esse aí e depois compro outro
melhor”? Será que alguns deles não foram soldados por A oxidação dos cabos das fotos é evidente. Aí estão ve-
algum roadie a dez minutos do show começar numa praia lhos companheiros de mais de 20 anos que depois de mui-
lotada de gente, areia, cerveja e vento e agora estão conec- tos shows agora repousam tranquilos no ar-condicionado
tando áudio outputs da sua caríssima interface de áudio? de Botafogo, descarregando suas bactérias sob forma de
humming com um espasmo ou outro de interferência em
Pois é, leitor: talvez esteja na hora de sacrificar a vaidade minhas criações musicais. Marcas são inevitáveis depois de
de ter o mais possante computador do bairro e profissiona- anos atendendo a intermináveis trabalhos de Hércules de
lizar as conexões de seu estúdio. Tempo de decidir se você um frila que resolve muitas situações em que não se sabe

prefere uma reputação de qualidade sonora ou de exibição o valor de um bom cabo para um bom som, mas sempre se

de equipamentos para seu estúdio. fica impressionado com um monitor grande para o software
que está sendo usado no mesmo estúdio.

É TUDO A MESMA COISA?

Não, absolutamente. Como em tudo


nessa vida, bons cabos são uma
combinação de componentes de boa
qualidade com a técnica adequada
de construção e fabricação desses
produtos. Quanto melhor for a blin-
Fernando moura

dagem, menos interferência, e a qua-


lidade do metal também faz muita
diferença na transmissão.

Após anos na batalha, os cabos oxidados finalmente são aposentados


112 | áudio música e tecnologia
Fernando moura
Pacotão recebido: após análise da lista,
Santo Angelo me mandou os cabos novos

Substituir os cabos mais prejudicados, deixando outros que


aparentemente estão em melhor estado, me pareceu uma
solução meia-boca e que acabaria dando quase o mesmo
trabalho que começar tudo do zero e fazer direito. Munido
do mesmo espírito de decisão que me fez largar o tabagismo
depois de décadas, elaborei uma tabela das conexões do
meu estúdio (veja a tabela no final do texto) para entender
o tamanho da encrenca em que estava me metendo.

O resultado foi bem preocupante: estamos falando de 75


cabos, entre bananas, canons, RCAs e mini-jacks em todas
as combinações possíveis para conectar mais de 30 anos de
teclados distribuídos em 16 instrumentos diferentes, oito
efeitos de hardware, 16 canais de placas de áudio e pro-
cessadores. Na tabela, especifico o tipo de conexão e o ta-
manho do cabo dentro do critério pequeno/médio e grande
pertinente ao espaço 4 por 4 onde o estúdio está instalado.

Como meu estúdio foi sendo montado ao longo de uma car-


reira profissional, e não como um presente de Natal, nunca
tive uma preferência específica por esse ou aquele fabricante
de cabos, tendo, inclusive, que confessar que uma grande
maioria foi comprada em viagens ao exterior e, depois de al-
gum uso na estrada, os cabos iam sendo absorvidos pelas
minhas necessidades no estúdio. Pelo medo de que algum
deles me derrubasse num show ao vivo, sempre escolhi boas
marcas e componentes confiáveis, pelo menos a um “exame
de bico”: aquele em que o vendedor da loja te mostra duas ou

áudio música e tecnologia | 113


múSIco Na ReaL

três opções, você pergunta o preço, estira o beiço na direção de 75 cabos velhos do meu estúdio por cabos de qualidade
do que tiver o preço intermediário e manda embrulhar meia uniforme e pedigree Santo Angelo dimensionados correta-
dúzia para viagem em qualquer língua que o cara entenda. mente através de uma lista de mais de 30 anos de equipa-
mentos colocados num ambiente 4 por 4.
Há um bom tempo, pelas indicações do meu parceiro João
Castilho e pelas recomendações do maior senso prático do Tirar todos os cabos de uma vez e colocar um a um foi uma
mundo real da música, o carioca Paulinho Carvalho, do Eco- opção descartada na primeira volta. Como a lista que serviu
Som Studios, que é onde uma infinidade de gente famosa de base ao meu pedido estava na ordem que os instrumen-
manda fazer seus cabos, ouvia falar no nome Santo Angelo tos são ligados nas mesas Zed, da Allen & Heath, que uso
como uma firma qualificada na parte técnica, com boa expe- no meu estúdio, resolvemos ir substituindo os cabos canal
riência no mercado e antenada com as demandas do meio por canal. Depois de duas horas de trabalho organizado,
ambiente. Verifiquei o site dos caras (www.santoangelo.com. começou o grande momento, e, testados um a um, os ca-
br) e não tive dúvidas: pergunta daqui, aperta dali, troca de bos falaram sem problemas. Não pude resistir e aumentei
e-mails e consegui a atenção e o apoio do Rogério Raso, o volume do monitor a níveis perigosos para a saúde para
que delegou à sua filha Helena o atendimento ao meu caso comparar a quantidade de ruído que já estava acostumado
e logo a lista dos cabos estava sendo analisada pelo Daniel a ouvir nesse exagero de nível (quem nunca fez uma tolice
Lima Bernardes, da área de desenvolvimento e marketing dessas não está qualificado para ler essas colunas!). Sur-
da empresa, que menos de uma semana depois de algumas presa total: o ruído não aparecia mais no som e nem nos
trocas de e-mails mandou para o meu estúdio o maravilhoso VUs do monitor do software de gravação! Sensacional.
pacotão de cabos que você pode conferir aí na foto.
Passei a um teste prático e regravei com os novos cabos uma
A MÃO E A MASSA trilha que tinha terminado dois dias antes, e que, portanto, foi
finalizada com os cabos antigos e com um nível de hum de dé-
Dizem que o ser humano resiste às mudanças com todas cadas. Vi, com surpresa, uma possibilidade de ganho de 6 dB!
as suas forças, e não sou exceção: ao abrir o pacote para
conferir os cabos enviados pela Santo Angelo e planejar a re- O que houve? Abri a mesma música e gravei com os mes-
tirada dos cabos usados, não posso negar que meu coração mos níveis que tinha feito há dias, passando pelos mes-
se apertou. Menos por alguma espécie de sentimentalismo e mos caminhos de áudio, e obtive um pico de -10 dB, ao
muito mais por aquela dúvida indisfarçável: será que vai va- contrário do sistema antigo, em que o valor do pico ficava
ler a pena? O estúdio vai voltar a falar? E, melhor: vou ouvir por volta de 3/3,5 dB.
o resultado ou vai ficar só na teoria e no visual mais limpo?
Meus leitores mais qualificados tecnicamente pensaram:
Esperei um fim de semana sem urgências incontroláveis “isso não tem rigor científico algum!”. Concordo com vo-
do mundo dos frilas e marquei num sábado de manhã com cês, mas ao ouvir o som de uma versão e de outra nos
um velho camarada para procedermos à aventura da troca links a seguir, o leitor poderá tirar suas próprias conclu-
Fernando moura

Sai a oxidação e entra o cheiro de novo: será que o som melhora mesmo?

114 | áudio música e tecnologia


Fernando moura

Mesas antes e depois da troca dos cabos:


quanta diferença, hein? E o som “cresceu”

sões, além de fazer um rápido tour pelo meu estúdio ao


som de King’s Cross, com participação especial de João
Castilho no violão, além desse escriba ao piano acústi-
co. Confira em: http://tinyurl.com/kingscross1 (antes) e
http://tinyurl.com/kingscross2 (depois).

A firmeza dos graves livres dos humming de décadas é


maior e ajuda a definir os médios com mais clareza e me-
nos lama nessa faixa de 200 a 500 Hz. Os agudos também
ficam menos cortantes, menos frios e deixam de ser tão
denunciadoramente digitais. E o nível maior de som limpo
dá muito mais possibilidades de compressão para o som as-
sim chamado “competitivo”, um default no mundo real das
trilhas sonoras. Pessoalmente, acho a “loudness war“ uma
disputa adolescente, em que “meu som é mais alto que
o seu” pode significar algo como “o meu negócio é maior
que o seu”, o que nada tem a ver com qualidade de som. É
preciso que o leitor que grava e manda para o mundo real
suas criações de um home studio esteja consciente de que
um som potente e bem explicado sempre impressiona e
acrescenta ao seu trabalho musical e de gravação.

Para chegar lá, além, claro, da parte artística, a parte técnica


não pode ser confiada apenas a plug-ins de última geração e
aos itens de boutique analógica que seu poder de compra lhe
possibilitou até aqui. Uma boa faxina e dimensionamento cor-
reto de cabos de uma empresa cuidadosa e qualificada pode
mudar para melhor muita coisa no som do seu estúdio caseiro.
múSIco Na ReaL

Um bate-bola com Daniel Bernardes


Especialista da Santo Angelo fala sobre a importância de um cabeamento de qualidade

Daniel Lima Bernardes tem 29 anos, é formado em Engenharia Elétrica e responde pela área de Engenha-
ria e Desenvolvimento de Produtos da empresa Santo Angelo. Ele administrou e executou com perfeição
a minha lista de mais de 70 cabos, enviando o material dentro do prazo que combinamos e cumprindo
todas as especificações dos diferentes tipos de cabos pedidos para o meu home estúdio.

Foi difícil para os músicos entenderem que tocando ao vivo é sempre melhor evitar ligar
seus adorados instrumentos com cabos de baixa qualidade. O risco de parar o som na hora
daquele solo tão importante para o show é real e toda uma produção pode ir para o brejo
por esse desleixo. Como vocês esperam convencer o dono do home estúdio da importância
de um cabeamento adequado?

Daniel Bernardes: Quem já passou por isso geralmente investe um dinheiro enorme em marcas famosas de
cabos importados porque não quer passar novamente por aquilo. No entanto, antes que você gaste muito di-
nheiro ou passe pelo problema, vale analisar a relação custo-beneficio. A própria Santo Angelo tem uma linha
de cabos e conectores que não vai fazer feio quando você plugá-los no seu computador de ultima geração ou
naquele amplificador valvulado inglês que você adora.

Considerando o evidente crescimento do número de usuários de home studios, sejam eles profis-
sionais ou diletantes, a Santo Angelo conta com alguma estratégia específica para esse segmento?

DB: Foi pensando no segmento de home studio que nossa empresa tem desenvolvido as mídias sociais
e participado ativamente da feira AES Brasil, na qual vem expondo, além de sua linha de cabos e conec-
tores, itens como pedestais e acessórios de microfones, suportes
para instrumentos musicais e subsnakes que eliminam aquela “ma-
carronada” de cabos entre os equipamentos do home.

A Santo Angelo é uma empresa engajada na responsabilidade


coletiva quanto ao meio ambiente, o que nessa área técnica
não costuma ser usual. Em que medida esse tipo de posicio-
namento traz benefícios aos usuários dos produtos de vocês?

DB: Todos os produtos citados trazem ao usuário uma garantia


que poucas empresas no mundo podem oferecer: o cuidado com
o meio ambiente. Recebemos a certificação ISO 14001:2004 e
9001:2008 e adotamos procedimentos que utilizam os recursos
naturais de maneira ambientalmente correta. Assim, ao adqui-
rir desde um simples plug P10 [1/4” Phone Plug] Santo Angelo
até um sofisticado cabo RJ45 Digital, o dono de um home stu-
dio está contribuindo de maneira sustentável na preservação do
meio ambiente para as próximas gerações.
Daniel Bernardes, da Santo Angelo:
cabos com responsabilidade ambiental

116 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 117
múSIco Na ReaL

Tabela de Cabos
CABOS CONEXÃO TIPO DE CABO

1e2 S90 LR/Mesa A Line In 1 e 2 banana/banana – 2 m - mono/mono

3e4 S7601/ 2/Mesa ALine In 3/ 4 banana/banana – 1 m - mono/mono

5e6 S760 3/4/Mesa A Line in 5/ 6 banana/banana – 2 m - mono/mono

7 Audio Card In 1/ Mesa A Direct Out 7 banana/banana – 2 m - mono/mono

8 Audio Card In 2/ Mesa A Direct Out 7 banana/banana – 2 m - mono/mono

9 MiniMoog Out/Mesa A Line In 8 banana/banana – 3 m - mono/mono

MoogerFooger Out L e R/Mesa A Line


10 e 11 banana/banana – 3 m - mono/mono
in 9 e 10

Proteus2 XR Main Outs LeR/ Mesa A


12 e 13 banana/banana – 3 m - mono/mono
Line in 11 e 12

14 S760 Out 5/Mesa A Line in 13 banana/banana – 3 m - mono/mono

Prophet 5 Audio Out/Mesa A Linte in


15 banana/banana – 4 m - mono/mono
14

NordLead Out B/Mesa A Line In 15 e


16 e 17 banana/banana – 4 m - mono/mono
16

NordLead Out A/Mesa A Line In 25 e


18 e 19 banana/banana - mono/mono
26

20 e 21 SPX 90 Outs LR/ ST1 Return Mesa A banana/banana – 2 m - mono/mono

Oberheim Xpander Main Outs/ ST4 in


22 e 23 banana/banana – 3 m - mono/mono
Mesa A

Roger Linn Adrenalinn Outs LR/ ST3


24 e 25 RCA/banana – 2 m - mono/mono
in Mesa A

26 Aux 1 Mesa A/ Lexicon MPX 200 In banana/banana – 2 m - mono/mono

27 Aux 2 Mesa A/Roger Linn Adrenalinn banana/banana – 1 m - mono/mono

28 Aux 3 Mesa A/Lexicon Reflex banana/banana - mono/mono – 1 m

Aux 4 Mesa A/Boss SX 700 Studio


29 banana/banana – 2 m - mono/mono
EFX

30 Aux 5 Mesa A/Mooger Fooger Line In banana/banana – 3 m - mono/mono

31 Aux 6 Mesa A/ In SPX 90 banana/banana – 3 m - mono/mono

banana st/2 banana mono – 2 m -


Out Lexicon MPX 200 L e R/Group 1 e
32 e 33 stereo/ 2 monos; está ligado como
2 Mesa A
st/st parcialmente

banana st/2 banana mono – 2 m -


Out Lexicon Reflex Le R/ Group 3 e 4
34 e 35 stereo/ 2 monos; está ligado como
Mesa A
st/st a parcialmente
CABOS CONEXÃO TIPO DE CABO

Out L e R Boss SX-700/ 2 track in 2 banana/2 RCA – 32 m - monos/


36 e 37
Mesa A RCA

38 e 39 2 trk out Mesa A/ ST RTN Mesa B 2 RCA/ 2 RCA – 1 m - mono/mono

canon/banana – 2 m - 2 canon/2
40 e 41 Audio Card 1e2/ line in 17 e 18 Mesa A
banana ST

Audio Card 3 e 4/line in 19 e 20


42 e 43 banana/banana – 2 m - mono/mono
Mesa A

Audio Card 5 e 6/line in 21 e 22


44 e 45 banana/banana – 2 m - mono/mono
Mesa A

Audio Card 7 e 8/line in 23 e 24


46 e 47 banana/banana – 2 m - mono/mono
Mesa A

Novation A Station L e R/Line in 1 e


48 e 49 banana/banana – 1 m - mono/mono
2 Mesa B

50 e 51 Access Virus L e R/Line 3 e 4 Mesa B banana/banana – 1 m - mono/mono

52 e 53 Korg Triton L e R/ Line in 5 e 6 Mesa B banana/banana – 1 m - mono/mono

54 e 55 Korg Radias L e R/St 1 In Mesa B banana/banana – 2 m - mono/mono

Waldorf Blofeld Out L e R/ ST 2 in


56 e 57 banana/banana – 2 m - mono/mono
Mesa B

Prophet 08 Man Outs L e R ST 3 in


58 e 59 banana/banana – 2 m - mono/mono
Mesa B

Virus Snow Main Outs L e R/ ST 4 in


60 e 61 banana/banana – 2 m - mono/mono
Mesa B

Rec Out L e R Mesa B/Input L e R


62 e 63 RCA/Canon – 2 m - 2 canon/2 RCA
Neve 8803

Outputs L e R Neve 8803/ Input L e


64 e 65 Canon/Canon – 2 m - 2 canons
R Empirical Labs Fatso

Outputs L e R Empirical Labs Fatso/


66 e 67 Canon/Canon – 2 m - 2 canons
Inputs L e R Apogee Audio Interface

Main Outs L e R Mesa 2/ Genelec Canon/Canon – 1 m/3 m - tama-


68 e 69
1030A nhos diferentes

Mini Plug stereo/


70 e 71 Pro Tools MBOX / 2 trk rtn Mesa B
2 RCA – 3 m - stereo/2 monos

Obs.: Mesa “A” é uma Allen & Heath ZED 428; Mesa “B” é uma Allen & Heath ZED 14 e “Audio Card” é RME Fireface UFX.

Fernando moura é flamenguista, músico, compositor, arranjador e produtor


musical, além de ex-fumante. Visite www.myspace.com/fernandomoura.
áudio música e tecnologia | 119
SoNaR | Luciano alves

CONFIGURAÇÕES
DO PREFERENCES
DO SONAR X1 PARTE 8
INTRODUÇÃO mercado, como Tascam US 428, CM Labs Motor Mix, VS
700 e Mackie Control XT, entre outras.
Na AM&T 242 iniciei a análise dos itens do Menu/Preferences
do Sonar X1 Producer. Já estudamos o Audio/Devices, o Dri- Se o seu periférico não constar na lista fornecida, você
ver Settings, o Playback and Recording, o Configuration File, pode conseguir o arquivo XML correspondente no site
o Sync and Caching, o MIDI/Devices e o MIDI/Instruments. do fabricante do aparelho e importá-lo para a lista de
Estudaremos agora o Preferences/MIDI/Control Surfaces. superfícies do Sonar. Por outro lado, o usuário pode,
ainda, iniciar as instruções de controle ACT do zero, edi-
Para que você tenha acesso a todos os itens desta aná- tando cada campo do criador de Presets.
lise, clique no botão Advanced ao entrar no Preferences
do Sonar. Este botão é localizado na parte inferior es- A comunicação entre os botões de uma superfície de con-
querda da janela do Preferences. trole e os recursos do software hospedeiro é feita através
de System Exclusive Messages (mensagens exclusivas do
PREFERENCES/MIDI/CONTROL SURFACES sistema), que faz parte das especificações de MIDI quase
que integralmente desde sua criação, em 1983. Portanto, o
Esta seção permite habilitar e configurar uma ou mais su- acoplamento de um periférico do tipo superfície de controle
perfícies de controle que podem ser acopladas aos infindá- ou controlador de teclado com botões ao Sonar é feito atra-
veis recursos do Sonar (Play, Stop, Rec, Synths Virtuais, vés das portas MIDI In e Out da interface de MIDI ou USB/
Efeitos, Mixer etc.). As superfícies de controle são hardwa- MIDI. Esta é uma das áreas mais interessantes e instigantes
res externos que contêm botões, faders e sliders deslizantes do universo da tecnologia MIDI e encontra-se detalhada de
os quais, após configurados, passam a atuar diretamente forma aprofundada no livro Fazendo Música no Computador.
nos controles do Sonar, substituindo consideravelmente a
utilização do mouse e do teclado do computador. Para aque- Gradativamente, as pequenas superfícies de controle es-
les que estão acostumados a trabalhar com faders e botões tão sendo substituídas pelo iPad, que pode atuar direta-
(físicos), a superfície de controle é indispensável.

A inserção da superfície de controle pode ser


realizada simplesmente adicionando-se o Pre-
set correspondente ao modelo adquirido. Isto
porque a Cakewalk fornece, juntamente com o
Sonar, diversos arquivos de configurações pré-
-estabelecidas contendo as instruções de ACT
(Active Controller Technology) de diversas mar-
cas de superfícies de controle disponíveis no

A janela do Preferences/MIDI/
Control Surfaces do Sonar X1

120 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 121
SoNaR

mente com o Sonar em diversos estágios através do apli- dente ao modelo da sua nova superfície de controle, caso não
cativo AC-7 Core, dispensando, inclusive, a utilização de esteja incluída na lista fornecida com o Sonar. Normalmente,
cabos. Neste caso, a comunicação é feita através de rede os sites dos fabricantes de superfícies fornecem arquivos e
ou internet. Um exemplo de controlador do Sonar para instruções de como acoplar seu produto aos principais se-
iPad é o Neyrink V-Control Pro, que possibilita controlar quenciadores do mercado. Por exemplo, no site da Behrin-
o Console (mixer) sem utilizar o mouse ou o teclado do ger há um arquivo ZIP e instruções para acoplar a superfície
computador. Passemos, então, ao detalhamento dos bo- BCF 2000 ao Sonar. Se você não conseguir o arquivo XML
tões e campos da seção Control Surfaces. ou mais detalhes, deverá produzir o XML através do criador
de Presets de Superfícies. Para tal, clique no botão Add New
ADD NEW CONTROLLER/SURFACE BUTTON Controller (adicionar novo controlador) e escolha Cakewalk
Generic Surface. Repare que um novo Strip (faixa colori-
Este botão, que está localizado na extrema direita da ja- da) é lançado à esquerda da pista de MIDI correspondente
nela Control Surfaces, é usado para adicionar uma nova no Track View. Clique nesta faixa com o botão esquerdo do
superfície de controle (ou mesmo um teclado com diver- mouse e associe os botões da sua superfície aos respecti-
sos botões de controle configuráveis) à lista de controla- vos controles do Sonar. Você pode, inclusive, utilizar o botão
dores acoplados ao Sonar. Ao clicar neste botão abre-se Learn (aprender), como se faz comumente em um teclado
a janela Controller/Surfaces Settings (configurações do controlador que possui botões. Em seguida, salve o arquivo.
controlador ou superfície), com três opções:
Para visualizar os arquivos XML das superfícies, bus-
1. Controller/Surface (controlador ou superfície de con- que-os nesta localização: Documents and Settings/User
trole) – Clicando neste botão, é mostrada a lista de con- (nome do usuário)/Application Data (dados de aplicati-
troladores e superfícies disponíveis que podem ser adi- vos)/Cakewalk/ACT Data.
cionados ao sistema. Lembre-se que novos periféricos
podem ser adicionados via Import ACT Data ou mesmo CONNECTED CONTROLLERS/SURFACES LIST
criando-se um novo preset do zero.
Esta é a lista dos controladores ou superfícies de controle
2. Input Port (porta de entrada) – Use este campo para instaladas e ativas. A lista apresenta os seguintes itens:
determinar qual porta de MIDI a superfície utilizará para
enviar informações (mensagens) de controle para o So- 1. Controller/Surface Column (coluna dos controladores
nar. As portas de MIDI disponíveis dependem da interfa- e superfícies) – Esta coluna mostra o nome dos contro-
ce de MIDI que estiver instalada no computador.

3. Output Port (porta de saída) – Para selecionar qual


porta de saída a superfície utilizará para receber men-
sagens de controle vindas do Sonar.

DELETE BUTTON

Este botão é posicionado à esquerda do Add New Con-


troller. Possui um xis em vermelho e serve para eliminar
uma superfície da lista.

IMPORT ACT DATA

Clicando neste botão abre-se o Windows Explorer, no qual


você poderá procurar e importar o arquivo XML correspon-

A janela para Controller/Surfaces Settings,


onde é possível selecionar o preset de um
periférico controlador externo
122 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 123
sonar

ladores/superfícies que foram inseridos através do botão REFRESH FREQUENCY


Insert e que encontram-se habilitados para o projeto. (MILLISECONDS)
2. In Port and Out Port Columns (coluna da porta de Este campo permite regular a frequência da renovação
entrada e de saída) – Esta coluna mostra os nomes dos (em milisegundos) da comunicação entre o Sonar e a
drivers de MIDI que permitirão a comunicação dos pe- superfície de controle instalada. Se o periférico ou o
riféricos controladores com o Sonar. Para escolher um Sonar estiverem travando constantemente, aumente o
driver diferente, basta clicar na seta à direita e à es- número de milisegundos do Refresh Frequency (entre
querda do nome do driver. 50 e 5.000) para que a comunicação fique mais rela-
xada. Se a sua superfície de controle não trabalha de
3. ACT Column (coluna do Active Controller Technology) forma bidirecional, aumente consideravelmente o valor
– Possui um check box para ativar ou desativar a atua- para que a comunicação tenha maior fluência.
ção do ACT de cada superfície instalada.
A variável Refresh Frequency, que pode ser modificada
4. WAI Column (coluna WAI [Where Am I]) – O WAI é nesta seção, encontra-se, também, no arquivo editável
representado por uma coluna vertical colorida que é adicio- Cakewalk.ini com o nome CtrlSurfaceRefreshMS. Este
nada ao lado da pista do Sonar. Sempre que uma superfície arquivo, que se encontra no diretório onde o Sonar foi
é ativada através do check box ACT, uma coluna é lançada instalado, pode ser editado através de qualquer softwa-
na pista do Sonar na qual a superfície está acoplada. Este re de texto, incluindo o simplificado Notepad.
check box é denominado WAI (Where Am I - onde estou)
justamente porque a linha vertical permite localizar facil- WAI DISPLAY
mente onde a superfície está acoplada. Caso você deseje
esconder a faixa lateral, desative este check box. Estes check boxes mostram ou escondem a faixa do
WAI no Track View e do Console View. Portanto, é per-
5. WAI Color Column (cor do WAI) – Clique na seta à di- feitamente possível trabalhar na área de gravação vi-
reita para mudar a cor da faixa vertical representativa da sualizando as faixas do WAI, enquanto que na área do
superfície de controle nas pistas do Sonar. mixer as mesmas não são mostradas.

As faixas coloridas do WAI à esquerda das pistas do Sonar

124 | áudio música e tecnologia


CONTROL STRIPS VISIBLE IN Se você necessita agilizar o seu trabalho diário de grava-
ção e de automação no Sonar, considere adicionar uma
superfície de controle ao seu sistema. Este periférico agi-
O Sonar permite que as superfícies habilitadas mostrem
liza imensamente as tarefas comuns em um estúdio. Os
as faixas do WAI em todas as pistas do projeto ou ape-
preços variam bastante e você certamente encontrará
nas nas que estão habilitadas para visualização (no Track
uma opção que esteja dentro de suas possibilidades eco-
View ou no Console View). As opções são as seguintes:
nômicas. Por outro lado, considere a introdução do iPad
no seu setup, pois o mesmo já possui aplicativos para
1. Track View (área das pistas) – A superfície de controle é
controlar o Sonar X1 Producer. O iPad proporciona uma
associada às faixas que estão visíveis na área das pistas.
sensação singular na forma de se gravar, mixar e pilotar
os synth virtuais no Sonar, inclusive estando afastado do
2. Console View (mixer) – A superfície é associada às fai- equipamento. Isso tudo wireless!
xas visíveis na área do mixer.
No próximo mês, mais Preferences do Sonar X1.
3. All Strips (todas as faixas) – A superfície mostra todas
as faixas em todas as pistas do projeto. Boas gravações e sequenciamentos.

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lugar da verdade | Enrico De Paoli

Como se aprende Engenharia de Música


(ou qualquer outra coisa)
É
muito comum eu receber emails questionando os passos biente. Vamos a mais uma analogia: qual é melhor curso de
pra se tornar um engenheiro de música. Claro, pra ser inglês? O melhor jeito de aprender um idioma é se cercar
médico, advogado, arquiteto ou outras profissões mais dele e também das situações, da cultura. Claro, é importan-
“conhecidas”, os caminhos são mais claros. Basta terminar o te aulas de gramática, vocabulário, concordâncias e regras
colégio, fazer um vestibular e entrar numa faculdade, se for- gerais, mas você aprende mesmo é falando.
mar e pronto! Bem, talvez seja justamente este o problema
de tanto profissional mal qualificado em todas as áreas. Não Então, e se você não for para os EUA estudar áudio? Como
se aprende tudo na escola. Ninguém sai de nenhuma facul- aprender? Sim, cursos são importantes, afinal, você não quer
dade pronto pra atuar. Você pode estudar Hotelaria na Su- aprender a falar português sem saber escrever corretamen-
íça, Gastronomia na França, Engenharia na Alemanha, De- te as palavras ou conjugar direito os verbos. Pra isso existe
sign na Itália ou Medicina nos Estados Unidos. Não importa: a escola, os métodos, os livros. Mas vamos nos cercar da
a escola, por melhor que seja, simplesmente te mostra o cultura do áudio. Revistas, fóruns, feiras. Ah... a AES (Audio
que você vai ter que aprender ao longo da vida. Engineering Society), que acabou de acontecer em São Pau-
lo. Que evento sensacional! Está do tamanho das grandes
Ué… como assim? Você vai pra fora do Brasil se especializar feiras de áudio do mundo! Você vai aprender áudio visitando
em algo e sai de lá sem saber? Pois é… Experimente tentar a feira? Completamente, não, mas vai conhecer mais gente.
aprender uma coisa que você nem sabe o que é! Vamos a Mais empresas e equipamentos. Estará próximo do mercado.
uma analogia: você olha uma televisão e sabe que aquele
aparelho recebe sinais de áudio e vídeo transmitidos por Me lembro que quando fui estudar áudio na Califórnia, em
emissoras, ou seja, você sabe pra que aquilo serve! Ótimo! 1991, comprei uma revista Mix e não entendi nada do que
Basta entender mais ou menos o controle remoto, onde liga, se falava nela! Artigos sobre compressores, equalizadores,
onde aumenta, e algumas funções básicas. Agora, imagine gravadores, fitas, mesas. Era tudo tão mais complexo do
olhar para um equipamento que você nunca viu antes. Tente que o universo dos teclados e sintetizadores ao qual eu es-
usá-lo, mas como vai operar um equipamento sem saber tava acostumado! E é engraçado como, aos poucos, tudo
pra que ele serve? Ou não vai, ou aprendê-lo será bem mais vai caindo em seu devido lugar. As coisas começam a ser
complicado. O mesmo acontece na vida profissional. A esco- desmistificadas e tudo isso, um belo dia, passa a fazer parte
la te mostra com o que você vai se deparar ao longo da vida. do nosso vocabulário e de nossas vidas.
Aí, sim, estas experiências é que vão te ensinar a ser bom.
Conclusão: vale a pena estudar fora? Sim, mas não somente
Mas os estrangeiros sabem mais música do que os brasi- pela escola ou pelos equipamentos que ela tem, mas pelo
leiros? Uhmm, creio que não. Mas alguns povos tendem a ambiente. Pelos colegas que você vai fazer. Pela experiência
ter mais método para as coisas do que outros. Americanos intensa como um todo. Se você não for, tem escolas no Bra-
têm muito método. Muita organização. Alguns brasileiros sil? Claro. Escolas, treinamentos particulares, livros, revistas,
tendem a chamá-los de “bitolados”. Ok, talvez não saibam fóruns, feiras, estágios. Bem, este último não é o mais fácil
tanto “sair do trilho”, mas é inquestionável que os resulta- de se conseguir, mas, conhecendo as pessoas certas nas ou-
dos deles têm acabamentos surpreendentes. E, na área de tras opções, você logo, logo estará trabalhando lado a lado
ensino, método é fundamental. Talvez os americanos não com pessoas que já estiveram onde você está hoje, e você fi-
saibam mais música do que nós, mas sabem ensinar. Mas o nalmente verá o que há além do horizonte que te limita hoje.
que o professor ensina também não é tudo: talvez a maior
vantagem de estar em uma escola de música seja o am- Boa viagem!

Enrico De Paoli é engenheiro de música e produtor de discos. Produz, mixa e masteriza projetos para
dentro e fora do Brasil em seu Incrível Mundo Studio. Além disso, oferece treinamentos particulares e
palestras. Mais informações em www.EnricoDePaoli.com.
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