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Técnicas de produção e gravação | Música de computador | Tecnologia de áudio | Mundo do vídeo | Análises detalhadas

A Revista de Áudio e Produção Musical mais Vendida no Mundo Edição Brasileira

Aniversário de 25 anos
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que mudaram a indústria da gravação

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Por Dentro da Música BR
Novembro 2010

Os segredos dos engenheiros de mixagem:


Beto Neves • Ivete Sangalo no Madison Exclusivo! Avid HD Omni
Square Garden - NY Pro Tools HD para Home Studio?
EDITORIAL

25 anos da SOS
É
difícil acreditar que a Sound On era o meio de gravação de áudio padrão e sempre estarão no foco do que fazemos:
Sound exista há 25 anos, e que ainda estávamos desfrutando dos prazeres a Sound On Sound é escrita por músicos e
eu tenha encontrado Ian Gilby de samplers e sintetizadores acessíveis, mas donos de estúdios, não por jornalistas, e ao
pela primeira vez um ano antes, quando cada vez mais poderosos. Sequenciadores longo dos anos construímos a melhor equipe
estávamos ambos trabalhando na revista de MIDI eram desajeitados, principalmente de colaboradores freelance do planeta.
Home & Studio. Também é inacreditável rodando em computadores domésticos com Nosso objetivo continua sendo cobrir o
que, no ano que vem, eu vou ter trabalhado pequena capacidade de processamento. Dê que é relevante para você como músico de
junto com Ian na SOS Publications durante uma olhada naquelas edições antigas e você estúdio, da maneira mais precisa e completa
20 destes 25 anos. Obviamente muita verá isso refletido no nosso conteúdo, mas, possível. E não, eu não quero prever como
coisa mudou desde então, assim, eu não conforme equipamentos e técnicas evoluíam, vai ser a aparência de um estúdio de
vou cansar você contando que tivemos de a revista também evoluía. De fato, existem gravação em outros 25 anos!
entalhar nossos primeiros gravadores na muitos exemplos de assuntos cobertos pela
Paul White
“Fomos os primeiros a ver que o computador se Editor Chefe
tornaria o meio padrão de gravação.”
madeira ou usar intestino de jaguatirica Sound On Sound evoluindo muito mais
carinhosamente coberto com ferrugem para rápido do que acontecia no mundo externo!
fita, mas o papel inconstante do computador Também fomos os primeiros a ver que o
no áudio merece uma menção. Ian e eu computador se tornaria o meio padrão de
estávamos entre os primeiros a ver o MIDI gravar e editar música, tanto em home studios
em ação, e a minha primeira reação foi que quanto em profissionais, embora nem todos
a sua facilidade de edição levaria muitas os fabricantes de hardware concordassem
pessoas a negligenciar sua capacidade de conosco na época.
execução. Entretanto, podíamos ver suas Hoje existe um computador no centro de
vantagens para composição, e até na época quase todos os estúdios; existem dúzias de
do Atari ST e Commodore 64, estávamos samplers e sintetizadores, software em uso
olhando à frente para a época em que os para todo instrumento de teclado, hardware
computadores ficariam rápidos o suficiente ‘real’ por aí; e o vídeo virou parte integral
e teriam armazenamento o suficiente para do pacote necessário para apresentar a
serem usados como gravadores de áudio sua música para o mundo. Tudo mudou e
multitrack rodando junto com tracks MIDI. continuará mudando, provavelmente em
Quando a Sound On Sound chegou ritmo acelerado, mas aqui na Sound On
pela primeira vez às bancas, a fita analógica Sound existem certas filosofias básicas que

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180 POR DENTRO DA


MÚSICA: CRAIG SILVEY 186 25 PRODUÇÕES QUE FIZERAM HISTÓRIA
As revoluções na tecnologia musical sempre estiveram de mãos dadas
com as mudanças na maneira como os álbuns soam. Para marcar o

DESTAQUE
nosso 25º aniversário, listamos as produções mais influentes que
surgiram durante a existência da SOS.

C A P A
NESTA EDIÇÃO

106 Marcos: amenizar nossa sensação de culpa! devemos usá-lo?

25 produtos que 112 Processando arquivos 147 O modelo das coisas por vir
mudaram a gravação de áudio estéreo Tecnologia de CD? Polifonia de oito
notas? As coisas estavam ficando
Muito mudou na gravação musical Como só dois monitores podem criar a
impressão de um palco sonoro completo, bastante animadoras em 1985.
desde a nossa primeira edição.
e o que você pode fazer para melhorar
Vamos dar uma olhada em alguns dos
esta impressão? Descubra no nosso guia
148 Labrinth
produtos importantes que apressaram O homem por trás do maior single do Reino
estas mudanças. detalhado...
Unido no ano – ‘Pass Out’ do Tinie Tempah –
120 Resgate da mix é o prodígio musical de 21 anos, Labrinth.
80 Por dentro da música BR: Com um pouco de trabalho pesado para
Beto Neves limpar efeitos indesejados que embolam e
153 Oval: Markus Popp
Madison Square Garden. A maior mascaram o som, tudo se tornou mais claro… sobre a gravação de Oh e O
produção de 2010 nos Estados Unidos. Um dos ‘espíritos’ mais ousados da música
Com esses dados, dá para imaginar que 126 Feliz aniversário, eletrônica, Markus Popp está de volta com um
a artista e a equipe de áudio são Sound On Sound! álbum que soa surpreendentemente... musical!
brasileiríssimas? Mas são, e a SOS conta Alguns dos amigos que fizemos ao Mas será que as aparências enganam?
todos os detalhes para você! longo dos anos compartilham seus votos
no nosso 25º aniversário! 156 Tracks Clássicos:
108 Estúdio SOS ‘Road To Nowhere’ do
Existem muitas mulheres que sofrem 142 Computação de 64 bits
com os home-studios dos maridos por Na teoria, sistema operacional de 64 Talking Heads’
aí, então quando uma enviou um SOS bits nos permite usar o tanto de Quando a primeira edição da SOS chegou
por iniciativa própria, simplesmente memória RAM que o nosso software às bancas em outubro de 1985, o Talking
tínhamos de ajudar, pelo menos para precisar. Então será que todos nós Heads já estava alcançando sua posição

WORKSHOPS VIDEO MEDIA


128 Ajuste ritmo e assinatura de 179 Novidades de vídeo
tempo no Reason. Trazemos para você as novidades do
mundo de vídeo.
130 Saiba tudo sobre automação de
efeitos instantâneos no Sonar. 182 Cinco melhores compras
Cinco melhores compras em três categorias diferentes.
132 Crie um som de baixo de dubstep
usando o sintetizador E2 do Logic. 184 Adobe CS5
O mais novo Creative Suite da Adobe vem em vários
134 Oferecemos algumas dicas para o ‘sabores’, incluindo o pacote Production Premium.
DJ com o Ableton Live. Vamos dar uma olhada nos componentes mais
importantes para produção de vídeo.
136 Recrie o player de loops Dr
OctoRex do Reason no Reaper.
138 Calibre e interprete medidores de
nível do Cubase.
140 Configure mixagens perfeitas de
retorno para músicos no Pro Tools.
TESTES
18 Avid HD Omni
Interface de áudio e controlador
de monitor para Pro Tools HD
26 Cytomic The Glue
Plug-in para controle de
dinâmicos
30 Mode Machines Xoxbox
Sintetizador analógico
36 Arturia Brass 2.0
Instrumentos modelados de 30 Como Fatboy Slim observa tão
metais sabiamente, todo mundo precisa de
um 303. Entretanto, com os originais
42 Slate Digital FGX se tornando cada vez mais escassos e
mais alta nas paradas do Reino Unido. Plug-in de masterização raros, o sonho de propriedade
universal do 303 estava começando a
161 Últimas notas 46 Burl B2 Bombers parecer improvável – até agora...
É ótimo ser valorizado – até certo ponto... Conversores A-D e D-A
162 Por dentro da música: 50 Roland V-Piano Evolution
Craig Silvey Piano modelado
As sessões de multitracks para o álbum 52 Lexicon LXP Native
mais novo do Arcade Fire cresceram em
proporções épicas. Mesmo assim, Craig Plug-in de reverb 18 A nova interface da Avid pode
Silvey o mixou em uma mesa vintage sem 54 Audio Technica AT4050ST parecer o caçula do conjunto HD,
nenhuma automação... mas existe muito mais nela do que
Microfone condensador estéreo aparenta...
177 Playback BR: 56 EastWest The Dark Side
Afiamos nossas penas e tiramos o pó
Biblioteca de samples
dos nossos pergaminhos para revisar
mais demos dos leitores. 60 Soundcraft Notepad 124FX
194 De volta... para o futuro Mixer analógico
A Sound On Sound tem pensando à 64 Schoeps VSR5
frente há 25 anos, então era hora de Pré-amplificador de microfone
darmos uma olhada nestes dias que não
voltam mais... 70 Manikin Electronic Memotron
Módulo de som do Mellotron
74 Roland TD20KX
Kit de bateria eletrônica
84 Miroslav Vitous 46 Será que conversores digitais
String Ensembles sempre devem ser ultra
transparentes? A Burl acha que eles
Biblioteca de samples devem oferecer um pouco de
88 DAV DI & Re-amp personalidade...
Caixa de Re-amping e DI
TODO MÊS 88 Olympus LS5
Gravador estéreo de mão
6 Novidades
104 Perguntas e respostas
89 Peavey Studio Pro M2
Microfone condensador
191 Apple Dicas
192 PC Dicas
89 Palmer Pocket Amp
Simulador de amplificador
90 Thermionic Culture
Ganhe Little Bustard
Samson Summing Mixer valvulado
175 Bibliotecas de samples
VR88 Bolder Sounds Crystal Glasses
no valor de Big Fish Audio Impressions: Jazz
R$ 3.000 Construction Kits
Page 68 Sonokinetic Tigris & Euphrates: Voices
Of The Ottoman Empire 90 Testamos o Summing Mixer
valvulado da Thermionic Culture.
Tonehammer Ambius
Vol. 1: Transmissions
N O VIDA DES
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Classe Veneziana
Mesas Midas Venice, agora com Firewire!

M
ixers analógicos da Venice, embora primeiramente
projetados para aplicações de som ao vivo, podem
com frequência ser vistos em estúdios, onde os
seus caminho de sinal de alta qualidade e opções de
direcionamento flexível encontraram a predileção de
vários engenheiros de gravação. Agora o seu
fabricante, a Midas, anunciou uma atualização
significativa para a série, levando os
consoles a se tornarem ainda mais
práticos para o estúdio do que antes.
A série F da Venice, como o original
conjunto Venice, compreende três mixers
de tamanhos e configurações de canais
diferentes. O Venice F16 tem oito canais de
linha/microfone em mono e quatro canais de linha/
microfone em estéreo, enquanto que o F24 aumenta o
total de canais mono para 16 e o F32 apresenta 24 canais mono.
Como antes, todos os mixers no conjunto têm seis buses auxiliares e
quatro subgrupos, mas as versões atualizadas também têm um bus
mono (além da saída em estéreo principal) e uma matriz 7x2 – uma frequências
seção de mixer separada com duas saídas, onde as entradas são selecionáveis
derivadas dos quatro subgrupos, saídas em estéreo e bus mono. para os shelves de
Agora o direcionamento é ainda mais flexível: os canais podem graves e agudos.
ser individualmente enviados para buses (mas um botão no strip Os pré-amplificadores
do canal permite a você fazer pan entre pares de buses ímpares/ de microfone nos novos
pares da maneira comum), todos as mandadas auxiliares podem modelos também foram atualizados e
ser mudadas individualmente entre operação pré e pós-fader e os aparentemente foram desenhados pelo Diretor de Desenvolvimento
auxiliares 1 e 2 podem ser mudados para enviar o sinal antes ou de Consoles da Midas, Alex Cooper, que está na empresa desde
depois da equalização. Outras áreas de melhoria incluem o uso 1985 e trabalhou em produtos respeitadíssimos, como o Midas
de faders de 100mm em todos os canais e buses, uma chave de Heritage e o compressor Klark Teknik DN540. Como esperado
inversão de polaridade e um pad de -20dB em cada canal, e uma da Midas, a fabricação mantém um padrão de primeira linha: as
seção de equalização revisada baseada na da mesa XL3 da Midas. Os estruturas são feitas de aço e todos os potenciômetros são presos
equalizadores nos canais em mono da série F da Venice apresentam individualmente por parafusos de metal e porcas no painel superior.
controles de Q variáveis para as duas bandas de frequência média e Assim os consoles da série F da Venice já estão repleto de
muitos recursos que você só encontraria em mesas com o dobro do
tamanho, mas uma pista para a sua nova vocação para o estúdio
pode ser encontrada no novo sufixo ‘F’: todos os mixers no conjunto
incorporam uma interface de áudio Firewire com 32 entradas e 32
saídas, que envia e retorna entre o mixer e o computador sendo
altamente configurável. Saídas diretas de canal podem ser enviadas
para a sua DAW para gravação multitrack, assim como os buses,
enquanto que mandadas auxiliares e efeitos de retorno podem ser
direcionados para e de processadores de plug-in software. O áudio
digital pode ser direcionado para a mesa para summing analógico e
equalização, ou você pode usar os efeitos da sua DAW como inserts
na mesa.
É claro, esta combinação de mixer analógico de alta qualidade
e interface de áudio multicanal se dá bem ao fazer gravações
multitrack, seja no estúdio ou de shows ao vivo. Você pode até fazer
passagens de som sem a banda estar presente, contanto que tenha
uma gravação da banda de um show anterior no seu computador.
Infelizmente, a série F da Venice era muito recente e não tinha o
preço confirmado até o fechamento desta edição, mas esperamos
descobri-lo em breve. Para mais informações, visite o site da Midas
ou da Teleponto, seu importador no Brasil, abaixo.
www.teleponto.com.br - www.midasconsoles.com

6 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
N OVIDADES
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Nouveau Nova
Sintetizador compacto Novation Ultranova

A
família Nova de sintetizadores da Novation acabou de ganhar um
novo membro, o Ultranova. Um design compacto, o Nova é um
sintetizador monotimbre com polifonia de 18 notas, suas vozes
geradas de uma das suas 36 formas de onda da wavetable, 20 formas de
onda digitais ou os tipos analógicos clássicos (incluindo quadrada, senoidal,
triangular, dente de serra, pulso e nove combinações de dente de serra/
pulso). Três osciladores podem ser invocados de uma vez, assim como
podem dois moduladores de ressonância, dois filtros, seis envelopes, ilimitado de patches, usando o software Patch Librarian, e os patches
três LFOs e um gerador de ruído. Um conjunto de efeitos também está podem ser nomeados e classificados de acordo com gênero e categoria,
disponível, incluindo distorção, chorus/phaser, delay, reverb, compressão facilitando a localização do som que você está procurando.
e equalização, e existem cinco slots de efeitos nos quais estes podem ser O Novation Ultranova deve estar disponível no final do ano e vai custar
carregados. As configurações de efeitos são salvas por patch e o Ultranova aproximadamente R$ 3.900.
vem com 300 patches de fábrica e espaço para mais 200 patches do usuário. Quanta Music (19) 3741-4644.
Já sobre o controle em tempo real, o Ultranova apresenta oito www.quanta.com.br - www.novationmusic.com
encoders giratórios sensíveis ao toque e que
podem receber diversas atribuíções, além de
um controle giratório que não é sensível ao
toque. Um recurso que a Novation chama
de Touch permite a você acionar envelopes,
LFOs, filtros e efeitos simplesmente tocando
em um dos encoders sensíveis ao toque
mencionados acima, enquanto que o knob,
que não é sensível, ao toque permite o
ajuste fino dos parâmetros. As notas são
inseridas através de um teclado Fatar de 37
notas com teclas de tamanho total, a curva
de pitch comum e rodas de modulação
(que são iluminadas em um agradável azul)
completando a coleção de elementos táteis.
Localizado na parte de cima do Ultranova
está uma entrada de microfone, para uso com
o microfone dinâmico gooseneck fornecido.
Esta permite a você usar o Ultranova como
um vocoder de 12 bandas, empregando sua
voz como o modulador do vocoder. Como
alternativa, qualquer sinal de nível de linha pode
ser usado no lugar, através das entradas de linha
estéreo na parte de trás do sintetizador.
O formato pequeno do Ultranova e
a inclusão de um microfone e vocoder o
colocam diretamente no mesmo grupo do
popular Microkorg da Korg e do Akai Miniak,
mas este recém-chegado da Novation supera
um pouco os seus concorrentes, porque ele
também pode atuar como uma interface USB
de áudio e de MIDI. Quando conectado via
USB, ele fornece aos computadores duas
entradas de linha de baixa latência e quatro
saídas de linha. As saídas de linha 1 e 2
são duplicadas na saída S/PDIF estéreo da
Novation e na sua saída de fones de ouvido.
A porta USB também permite a você
controlar o Ultranova a partir de um
computador, através do software Ultranova
Editor incluso, que roda como um plug-in
na sua DAW. Além disso, você pode usar
o computador para armazenar um número

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 7
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Neumann entra no
mercado de monitores
Lançamento dos monitores
nearfield KH120A e KH120D

A
Neumann esteve na recente feira IBC em Amsterdã
para anunciar os seus primeiros monitores de estúdio,
o KH120A e o KH120D. Os novos monitores pegam
suas duas primeiras iniciais do fabricante de monitores high-
end Klein+Hummel, que fazem parte do grupo Sennheiser (a
matriz da Neumann) desde 2005, e no qual os designs dos
KH120s são baseados.
O KH120A e o KH120D são basicamente o mesmo monitor,
a única diferença entre eles sendo que a versão ‘D’ apresenta
entradas digitais além das entradas XLR analógicas balanceadas. separados. A versão
Ambos são designs ativos e equipados com dois amplificadores não-digital, o KH120A,
Classe A/B de 80W, um para o tweeter de domo de seda de tem uma entrada XLR de
estrutura de titânio e um para o driver LF. O segundo tem 11cm 10kΩ, enquanto que a versão digital também permite o uso do
de diâmetro, enquanto que o primeiro mede 2,5cm e reside no conector XLR para inserir sinais AES3 em taxas de samples de até
que a Neumann chama de Mathematically Modelled Dispersion 192kHz (embora também exista um conector BNC coaxial, para
Waveguide, que foi projetado por computador para garantir conectar sinais AES-id).
máxima dispersão HF. Ambos os drivers têm seus próprios Outro recurso único à versão digital é a capacidade de
limitadores analógicos e circuito de proteção térmica. retardar o sinal, para compensar pelas diferenças do tempo de
O gabinete com dutos do KH120 é feito de alumínio e a chegada causadas pela disposição do monitor ou para manter a
Neumann afirma que ele tem ressonâncias mínimas e melhor sincronia ao trabalhar com imagem.
dissipação de calor em comparação com gabinetes feitos de Espera-se que tanto o KH120A quanto o KH120D estejam
outros materiais. As paredes do gabinete foram anguladas para disponíveis a partir deste mês na Inglaterra, com a versão
reduzir ondas perpendiculares internas e os dutos usam um analógica custando cerca de 650 Euros* por monitor e a versão
sistema patenteado para reduzir o delay de grupo. digital sendo um pouco mais cara.
Na parte de trás, existem três seletores de quatro ajustes Quanta AV-Pro (11) 3061-0404.
para configurar os níveis de frequências altas, médias-baixas e www.sennheiserusa.com
baixas, além de controles de nível de saída e ganho de entrada www.neumann-kh-line.com

Minimoog Voyager XL
Moog marca o 40º aniversário do Mini

E
ste ano marca o 40º aniversário do lançamento do
sintetizador Minimoog original e, para comemorar,
a Moog Music anunciou um novo instrumento
impressionante, semi modular, que aparentemente será todos os
vendido no começo do ano que vem. knobs sendo
O Minimoog Voyager XL é um monstro de aparência controláveis por
sexy que, de acordo com o seu fabricante, “começa com a MIDI e também capazes
essência de um Minimoog”, incluindo os seus osciladores e de produzir dados MIDI. O LFO
filtro clássicos. Complementando isso, está um painel de patch pode ser sincronizado por MIDI e o
bem equipado, que permite a você direcionar CVs (Control teclado de 61 notas, naturalmente, também
Voltages) entre os próprios destinos e fontes de modulação do produz dados de notas. Um controlador de fita,
sintetizador, ou para/de sintetizadores externos ou módulos passível de atribuições, segue ao longo da parte superior
do sintetizador. Existe um mixer de CV de quatro canais, para do teclado e, por fim, existe um touchpad, do mesmo tipo que
combinar sinais de modulação, um atenuador de CV de dois pode ser encontrado no original Voyager By Bob Moog. Ainda
canais, além de três mults de quatro vias, que permitem a você não temos previsão de lançamento no Brasil, mas para obter
direcionar fontes de CV únicas para várias destinos. A Moog mais informações, entre em contato com a Habro, importadora
Music quer destacar que, embora não haja nenhuma entrada da Moog no Brasil.
de CV dedicada para modular o espaçamento do filtro, a seção Habro Music (11) 2787-0300
Modulation Bus realmente permite a você usar a entrada Mod www.habro.com.br
2 para controlá-lo. O MIDI parece bem implementado, com www.moogmusic.com
! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

8 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
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Feeltune Rhizome
Computador, controlador e groovebox

A
Unity Audio acabou de nos mandar um press release
sobre um curioso produto novo da organização
francesa Feeltune. Chamado de Rhizome, este
equipamento incomum provavelmente é melhor descrito como
um cruzamento entre um computador, um controlador MIDI e
um groovebox de sampling.
Começaremos com a parte de computador: o Rhizome
roda o Windows XPE, uma versão do XP que foi alterada
especificamente para funcionar com o Rhizome. É uma boa
escolha de sistema operacional, já que muitos músicos de PC
ainda acham que o XP é o Microsoft OS mais confiável e mais
estável, e a sua maturidade significa que ele deve ser compatível
com a maioria dos instrumentos e efeitos VST. Ele tem um
processador Intel Core 2 Duo, com cada núcleo rodando um house, monitores de palco ou um gravador, por exemplo). Seis
pouco acima de 2GHz, além de 2GB de memória RAM e um das saídas aparecem em P10s de saída de linha, enquanto que
HD de 250GB, que deve ser abundante para rodar a maioria de as duas últimas são pretendidas para plugar um conjunto de
sintetizadores software e instrumentos baseados em samples. fones de ouvido. Existem também duas entradas e saídas MIDI,
Onde as especificações ficam um pouco menos então você pode usar o Rhizome para controlar sintetizadores
convencionais é com as telas embutidas: existem quatro externos, ou aumentar as capacidades de controle do Rhizome
no total, cada uma com uma resolução horizontal de 1440 com outro controlador MIDI (como um teclado ou controlador).
pixeis, e três delas com 128 pixeis de altura (a outra tendo Completando o total de I/O, estão quatro portas USB e duas
250 pixeis de altura). Os monitores ficam em cima de portas PS/2, para conectar controladores MIDI USB, dongles ou
fileiras de botões e encoders giratórios, a ideia sendo que um mouse e teclado.
a tela mostra a você qual parâmetro você está alterando, A respeito do software, o Rhizome apresenta um mixer virtual
e o codificador embaixo daquela parte da tela o altera. O de oito buses e 64 canais. Cada canal e bus tem um equalizador
monitor maior, que está em cima do aparelho, pode ser embutido, compressor e efeito de amplitude estéreo, e pode
visto mostrando um ritmo de piano em alguns vídeos de hospedar até três efeitos VST da sua escolha. O mixer tem três
demonstração (que podem ser vistos no site www.youtube. buses auxiliares e um bus master, e todo o direcionamento de
com/watch?v=oVSdjYUl30w&feature=player_embedded), e a bus é afirmado como sendo altamente flexível.
Feeltune diz que as notas podem ser inseridas usando uma Dois samplers são embutidos no Rhizome: o Drum Sampler,
das fileiras de botões, como um sequenciador de intervalos. simples, projetado para construir partes de ritmo, e o PGM
Um monitor externo pode ser conectado ao aparelho Sampler, que tem síntese mais complexa e opções de
para aquelas ocasiões onde uma maior imagem da tela é modulação para criar os seus próprios instrumentos. Ambos
necessário. Adicionalmente, quaisquer plug-ins hospedados têm recursos completos, e permitem a você gravar áudio
pelo Rhizome podem ter seus parâmetros ajustados a partir (através de duas entradas de linha), ajustar pontos de loop e
de outro computador, através de uma rede. corte e normalizar samples.
O Rhizome tem uma interface de áudio embutida, com duas Nenhum preço estava disponível até o fechamento desta
entradas e oito saídas. As duas entradas podem ser usadas edição. E se a abundância de recursos listados acima lhe deixar
para processar áudio ao vivo ou para sampling, enquanto um pouco confuso, não se preocupe: revisaremos o Rhizome na
que as oito saídas indicam que você pode enviar mixagens SOS assim que conseguirmos colocar nossas mãos em um!
diferentes para destinos diferentes (para o sistema front-of- www.unityaudio.co.ukwww.feeltune.com

KARMA Combis
A Karma Lab (www.karma-lab.com) designer adequados para uma grande variedade de Um dos programadores do Reincarnated é
de som baseada em New Jersey, acabou de estilos, incluindo jazz, new age, música ninguém menos do que Stephen Kay, que
lançar um novo conjunto de sons para os eletrônica e techno. ajudou a desenvolver o mecanismo KARMA, e
teclados de estação de trabalho M3 e M50 da Cada Combi é composto por quatro módulos que dá a sua primeira inicial, então você pode
Korg. O conjunto de sons, chamado KARMA e oito Scenes totalmente ter a certeza de que as estações de trabalho M3
Reincarnated, aparentemente leva o vocalizados. Os parâmetros de Scene foram e M50 da Korg serão usadas ao seu potencial
mecanismo de síntese KARMA (Kay mapeados para controle em tempo real, através máximo ao rodar estes sons. Com o preço de
Algorithmic Realtime Music Architecture) da de oito sliders, oito chaves, um joystick e, para US$32* (que é basicamente US$1 por Combi),
Korg ao “limite absoluto”, e compreende 32 quem usa os sons em um M3, os controladores o conjunto de sons Reincarnated pode ser
Combis que a Karma Lab afirma serem de pad XY e de fita. comprado no site da Karma Lab.

! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

10 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
N O VIDA DES
W W W . S O U N D O N S O U N D . C O M . B R

Sample Logic
Cinematic Guitars
A Sample Logic (www.samplelogic.com)
lançou um novo instrumento de guitarra software
baseado em samples chamado Cinematic
Guitars. Descrito pelo distribuidor no Reino
Unido, a Time + Space, como “totalmente
abrangente”, o Cinematic Guitars compreende
9GB de samples de mais de 1000 instrumentos,
em qualidade PCM de 24 bits e 44,1kHz. O
trabalho ‘físico’ ficou por conta do guitarrista
Steve Ouimette, que aparentemente trabalhou
nos populares jogos de console Guitar Hero.
Equipado com o mecanismo Kontakt Player da Native Instruments,
o Cinematic Guitars tem mais de 600 efeitos e parâmetros de
performance “explorando emoções e timbres infinitos”. Os sons de
guitarra (que incluem guitarras acústicas e elétricas dedilhadas,
palhetadas, arranhadas, batidas e até tocadas com arco) podem ser
sobrepostos com sons de sintetizador para criar texturas mais etéreas,
ou você pode usar alguns dos elementos mais percussivos para criar
Sabor de Neve partes musicais rítmicas ou melódicas. Mais de 100 multis “prontos”
(templates de preset incluindo vários instrumentos) são fornecidos, e a

no seu Lunchbox Sample Logic diz que eles são ideais para ser usados por quem compõe
música para filmes, TV, jogos de computadores e eletrônicos.

MP573 da Sound Skulptor Disponível agora, o Sample Logic Cinematic Guitars custa R$ 679. Para
mais informações, viste o site da Loop Music, www.loopmusic.com.br.

F
A organização francesa Sound Skulptor acabou de lançar
um pré-amplificador de microfone compatível com API
Lunchbox, o MP573. Como a maioria dos seus produtos
(incluindo o STS Stereo Tape Simulator, que a gente noticiou em
Super Bass Extreme
fevereiro), o MP573 está disponível tanto como um kit DIY quanto Armadilha de cantos da Vicoustic

A
em forma completa: a versão totalmente montada está pronta uso Vicoustic acabou de nos mandar um press release sobre
imediato, e a versão de kit vem com todos os componentes que o que pode ser o produto de nome mais animador
você precisa para construí-lo. que ouvimos no ano todo. O Super Bass Extreme não
Baseado no módulo de pré-amplificador 1073 clássico da Neve, é, como pode ser esperado, uma configuração de equalização
o MP573, como informado pela Sound Skulptor, tem um som exagerada em um hi-fi barato de consumidor. Ele é, na verdade,
“cheio, suave, detalhado e musical”, e pode fornecer até 70dB de uma armadilha de cantos, mas o seu fabricante português diz
ganho para fontes de nível de microfone. Fiel ao original, as fases que ele tem alguns elementos de construção interessantes que o
tanto de entrada quanto de saída empregam transformadores distanciam das muitas já disponíveis.
(modelos Carnhill St Ives, neste caso), em um design Classe A O painel frontal é de madeira e atrás dele estão uma membrana
single-ended. A impedância de entrada do MP573 pode ser e duas camadas de espuma, com outro painel na parte de trás. O
mudada, através de um jumper interno, entre 300Ω e 1200Ω, último é perfurado com buracos de 1mm, e isso aparentemente
permitindo a você igualar impedâncias de pré-amplificador e quer dizer que ele atua como um ressonador Helmholtz.
microfone, ou simplesmente dando a você duas opções distintas O conjunto todo é projetado para absorver frequências entre
de timbre. Uma entrada DI de FET (fieldeffect transistor, ou 60Hz e 125Hz, enquanto que o painel frontal atua como um
transistor de efeito campo) também está presente, e ela passa difusor de alta frequência. Já disponível na Inglaterra, o Super Bass
pelo transformador da entrada, dando a você a opção de conduzir Extreme vem com uma opção de cinco acabamentos diferentes e
a fase de entrada e adicionar um pouco de saturação aos sinais do pode ser comprado em pares por £511*, incluindo IVA.
nível de instrumento. www.vicoustic.com
Além dos controles de ganho (sendo
que um é escalonado em aumentos de
10dB e o outro é um potenciômetro
continuamente variável de ±10dB),
existem duas chaves no painel frontal, que
invertem a polaridade do sinal e aplicam
phantom power quando necessário.
Como sempre com os produtos da
Sound Skulptor, o preço é bastante
razoável: totalmente montado, o MP573
custa 568 Euro*, enquanto que na forma
de kit ele custa só 329 Euros*.
www.soundskulptor.com
! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

12 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
VOCÊ VAI SE SURPREENDER COM
A BEYERDYNAMIC

A PlayTech traz para o Brasil a marca alemã beyerdynamic, uma das maiores fabricantes de microfones do mundo.
A marca tem uma linha completa de produtos, que inclue kits para percussão, sistemas sem fio, in ear, microfones e fones,
com custo altamente competitivo aliado a uma qualidade surpreendente. Não deixe de considerá-los em seu próximo
investimento em microfones e fones de ouvido.
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N O VIDA DES
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Echoplex na sua DAW Lançamento do Ivory


Lançamento do plug-in de delay UAD2 II Grand Pianos
77GB of Bösendorfer, Steinway
EP34 and Yamaha samples

O A
arsenal de plug-ins de modelagem analógica da Universal Áudio para o seu sistema Synthogy, especialista em pianos software,
UAD2 DSP acabou de aumentar com o lançamento do EP34, uma recriação acabou de anunciar que o Ivory II Grand
software do aparelho de delay de fita Maestro Echoplex, bastante procurado. Pianos, o sucessor do seu aclamado pacote
A UA nos conta que o EP34 modela elementos das variações EP3 e EP4 do Ivory Grand Piano, já está disponível. Como o
Echoplex (ambos sendo designs solid-state), incluindo desafinação e vibração, original, o Ivory II Grand Pianos compreende sets de
clipping de entrada e a capacidade de auto-oscilar. Exatamente como o verdadeiro, samples de três instrumentos renomados: um piano
o tempo do delay não é configurado ajustando a velocidade da fita (como é o caso de cauda Bösendorfer 290 Imperial, um piano de
para alguns outros aparelhos de delay de fita), e sim variando a distância entre a cauda de concertos Steinway Model D de 2,7 metros
gravação e os cabeçotes de reprodução, os últimos sendo montados em uma barra e um piano de cauda Yamaha C7. No total, existem
de slide. O tempo do delay é continuamente variável entre 80 e 700ms e pode ser gritantes 77GB de samples, comparados com os ainda
configurado manualmente ou, ao rodar o plug-in no modo Sync, em valores entre significativos 30GB que o Ivory Grand Pianos continha,
uma nota semifusa e meio beat. e a Time + Space, distribuidora da Synthogy no Reino
O número de repetições e o seu volume também podem ser variados, e existe Unido, diz que estes samples adicionais incluem
um equalizador de duas bandas para moldar o timbre do delay. Usando o controle quase o dobro do número de camadas de velocity em
Recording Volume, você pode distorcer o material fonte, e este efeito pode ser comparação com o original.
usado sozinho como um overdrive, mesmo com os delays mutados. Mas a quantidade completa de samples não é a
Alguns controles no lado esquerdo do UI permitem outras mudanças de única coisa que melhorou: o Ivory II também apresenta
timbre: um controle Input Hi/Lo seleciona entre emulações da entrada de linha ou o que a Synthogy chama de ‘Sample Interpolation
microfone e pode ser usada para ‘saturar’ mais o sinal de entrada. Existe também Technology’, que aparentemente faz “transições ultra
um controle Tension Hi/Lo, que modela duas tensões de fita diferentes que podem suaves de nota e velocidade”. Também novo é um
ser conseguidas no original apertando ou soltando um parafuso. O efeito deste recurso chamado Sympathetic String Resonance:
controle fica aparente ao mover o slider de gravação-cabeçote em tempo real: com se uma nota é tocada enquanto outras estão sendo
uma configuração de tensão de fita alta, o tempo de delay (e mudança de picth) seguradas, as notas que são seguradas também
muda de maneira relativamente lenta, enquanto que na configuração de tensão soarão, exatamente como uma corda não-amortecida
baixa ele acontece mais rápido. vibraria em um piano real se outras partes do
Existe uma chave Wet On/Off que neutraliza a saída seca quando configurada em instrumento fossem estimuladas.
On, tornando o plug-in adequado para uso como um efeito de mandada. Enquanto Para atrair quem usa o Ivory Grand Pianos original,
isso, a chave Send On/Off desativa a entrada de sinal, para quando você quiser a Time + Space está oferecendo ofertas de atualização,
usar o EP34 como um plug-in gerador de som, o fazendo auto-oscilar. Deste modo, que diferem dependendo de quando você comprou
a Universal Audio diz que o plug-in pode ser usado como “um instrumento que a primeira versão: se foi depois de 1 de novembro
pode ser tocado manipulando os controles durante a oscilação caótica”, o que soa do ano passado, você terá o Ivory II Grand Pianos de
bastante divertido! Por fim, o knob Echo Pan auto-explicativo permite a você colocar graça! Se foi antes desta data, você pode atualizar para
os delays em qualquer lugar no campo estéreo. A carga DSP é bastante pesada, mas a versão mais nova por apenas R$ 199 – o que ainda
não consome tanto processamento quanto o plug-in Massive Passive da UA, com é uma economia significativa sobre o preço de R$
uma instância do EP34 precisando de cerca de um terço de um cartão UAD2 Solo 699 para quem compra o Ivory pela primeira vez. Para
para rodar. Entretanto, pelo que podemos dizer a partir do vídeo de demonstração mais informações sobre onde comprar o Ivory II Grand
no site da Universal Audio, este processamento está sendo bem usado: parece que Pianos ou como pedir sua cópia grátis ou mais barata,
o som do EP34 é tão autêntico quanto a sua aparência. Disponível para compra viste o site da Loop Music.
agora na loja online da Universal Audio, o plug-in EP34 custa US$199*. www.loopmusic.com.br
www.uaudio.com www.synthogy.com
! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

14 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
N O VIDA DES
W W W . S O U N D O N S O U N D . C O M . B R

Saturn Polycylindrical Diffusor o press release, ele faz isso “sem a mudança de
frequência muitas vezes encontrada em difusores

Será que ele incomoda a concorrência? mais complexos e mais caros”.


Feito de plástico ABS, os difusores estão

A
Sound Control Room é uma empresa residuais quadráticos comuns (ou Schroeder) disponíveis em preto ou branco, embora eles
Americana chefiada pelo engenheiro e quando colocado perto da posição de audição, possam ser pintados sem reduzir sua eficácia. Eles
perito em acústica Steven Klein, e eles como uma sala pequena pode precisar. também são surpreendentemente acessíveis e
acabaram de anunciar uma solução de difusão que Ao contrário de painéis absorvedores (do tipo custam só U$ 54,99* mais frete (o preço diminui
ele diz ser perfeitamente adequada para salas de que os nossos Paul e Hugh podem com frequência para compras múltiplas). Para mais informações,
controle pequenas. serem vistos enfeitando paredes no Estúdio SOS), visite o site da Sound Control Room.
Steven tem algumas ideias interessantes sobre na verdade os difusores são projetados para refletir www.soundcontrolroom.com
acústica, incluindo algumas opiniões controversas o som de volta à sala, embora de uma maneira mais
sobre armadilhas de graves de banda larga e sua aleatória e dispersa que ocorreria se as paredes
eficácia, ou a falta dela, em tratar salas pequenas fossem deixadas descobertas. A ideia é reduzir
(quem se interessa pelo assunto deve visitar o site ecos distintos (ou seja, som que sai da parede em
dele, que hospeda algumas matérias interessantes um ângulo igual ao que ele chega), mas sem abafar
sobre esta questão). Entretanto, uma olhada rápida o som de uma sala, como ele se comporta de
na sua lista de clientes e discografia indica que ele maneira mais parecida com uma sala grande.
tem muitos anos de experiência na área da acústica, A forma convexa do Polycylindrical Diffusor
e que as suas opiniões não devem ser descartadas. aparentemente significa que ele irradia novamente
O Saturn Polycylindrical Diffusor não é só um o som que o bate (e não é absorvido) de um
nome complicado, como também, de acordo com campo de 120º, comparado com apenas 20º para
o seu fabricante, é mais eficiente do que difusores uma superfície plana. Além disso, de acordo com

A Celemony especializada em está em desenvolvimento e será vendida em Retouch está ligado à estação de trabalho
manipulação de pitch, anunciou que o Melodyne breve, por R$ 575.. SADiE. A CEDAR nos pediu para destacar
Editor, o Melodyne Assistant e o Melodyne www.esi-audio.com que isso só se refere à licença individual
Essential foram atualizados para a versão 1.2. do Retouch, que não permite que ele seja
A atualização traz compatibilidade de 64 bits, Em setembro do ano passado, transferido para outra plataforma. O próprio
permitindo que o software rode em sistemas revisamos o Chameleon Labs TS1, um Retouch está disponível para Pro Tools, Pyramix
operacionais de 64 bits sem a necessidade microfone condensador valvulado de e nas próprias estações de trabalho de áudio
de um bridge de 32 bits. “Isso significa que o diafragma pequeno. Agora uma versão CEDAR Cambridge da CEDAR.
Melodyne é mais robusto e roda de maneira MkII foi anunciada, e a Chameleon Labs diz www.cedaraudio.com
mais suave durante a edição de projetos que ele apresenta uma eletrônica valvulada
extensos,” diz a Celemony. A atualização recém projetada. A fonte de energia, por A Try-Sound é uma nova empresa
também incorpora vários reparos de bugs. exemplo, tem um controle de voltagem para a oferecendo um serviço online interessante:
www.celemony.com a capacidade de testar instrumentos virtuais
antes de comprá-los, de graça e sem a
A ESI anunciou um novo teclado MIDI necessidade de um dongle USB. Isso parece
pequeno chamado Keycontrol 25 XT. Com ser bastante útil para quem quer testar
25 notas, o Keycontrol 25 XT apresenta teclas instrumentos virtuais de empresas que não
de tamanho real sensíveis à velocidade e é têm uma política de demos, por exemplo,
construído em um chassi de alumínio branco ou para quem não tem iLok e não quer
brilhante. Ele tem um pitch bend wheel e investir em um só para testar um plug-in.
slider de modulação, além de quatro encoders Só o que você precisa fazer é se registrar
giratórios infinitos que podem ser programados com a Try-Soun d (isso pode ser feito no
para enviar sua escolha de números CC. Botões site deles), escolher um slot de tempo de
de oitava no painel superior permitem a você válvula, que permite que o usuário enfraqueça 25 minutos e, durante este tempo, você
enviar dados de notas na variação total que o ou ‘sature’ a válvula para conseguir graus pode, através de um pequeno aplicativo,
MIDI permite, enquanto que uma entrada P10 variáveis de saturação. Como o original, o tocar qualquer um dos plug-ins listados no
na parte de trás deixa você conectar um pedal TSI MkII vem com uma cápsula cardioide e site. Todos os parâmetros de instrumentos
de sustentação. O teclado é equipado por USB omnidirecional, enquanto que uma cápsula podem ser alterados e você pode até
(então ele não precisa de uma fonte externa) e hipercardioide e uma de diafragma grande inserir notas do seu próprio teclado MIDI
é compatível com todas as versões de Windows (que podem ser alternada entre padrões omni (embora incorra um pouco de latência, a
(a partir do XP), além do OS X. Disponível e cardióide) estão disponíveis como opcionais. quantidade dela dependerá da sua conexão
agora, o Keycontrol 25 XT custa R$ 600 e vem www.chameleonlabs.com de Internet). Mas você ainda pode testar
com uma cópia do Cubase LE 5 e EZ Drummer instrumentos mesmo sem um teclado MIDI
Lite da Toontrack. A Um Instrumentos (www. A avaliação do Eric James do conectado, através do conjunto de presets
uminstrumentos.com.br), distribuidora da ESI no Samplitude Pro 11 (Sound On Sound de MIDI da Try-Sound.
Brasil, também diz que uma versão de 49 teclas outubro de 2010) afirmou que o CEDAR www.try-sound.com
! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

16 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
NOVID ADES BRA SIL
W W W . S O U N D O N S O U N D . C O M . B R

PHONIC & Euphonix V2


As versões atualizadas
EQUIPO
Como já anunciado na Expomusic, a Equipo está
das premiadas superfícies
de controle EUPHONIX já
trazendo os produtos Phonic. A novidade agora é
que seus principais produtos já estão disponíveis no
estão disponíveis no
mercado nacional, saiba mais: Brasil
MC MIX
O Euphonix MC MIX afirma colocar todo o
Fone de ouvido controle do seu software de gravação na ponta
dos seus dedos. A MC MIX pode ser usada em
Novo clássico B&W? qualquer tamanho de estúdio na hora de gravar,
A Som Maior, distribuidora exclusiva dos editar, mixar e masterizar suas criações musicais.
produtos Bowers & Wilkins (B&W) no Brasil, traz São 8 faders sensíveis ao toque e motorizados,
o primeiro modelo de fones de ouvido da 8 knobs rotativos também sensíveis ao toque e
marca, o P5 Mobile Hi-Fi Headphone. botões de acesso para você controlar a tela de
SUMMIT O P5 traz uma bagagem da B&W de quase mixagem, de edição e plug-ins.
Uma mesa de som digital com display cinco décadas de experiência em áudio, Compatível apenas com plataformas Apple.
colorido, fader motorizado, portas de buscando sempre máxima fidelidade, sendo
comunicação firewire/USB capaz de enviar que seus produtos têm sido sempre MC Control V2
até 16 canais para o software de gravação. destacados nos ambientes de mixagem e
Alguns destaques de sua ficha técnica são a masterização.
interface GUI integrada acessível por um display Agora, só o tempo irá dizer se o P5 se tornará um
touch-screen colorido, o EQ paramétrico de 4 clássico de estúdio, como a mundialmente
bandas, 2 processadores digitais de efeito estéreo, renomada Série 800 de caixas acústicas, usadas em
25 processadores dinâmicos e placa de expansão estúdios como o Abbey Road e Skywalker Sound. Um sistema com LCD touchscreen
FireWire & USB c/16-in, 16-out (Opcional). Já disponível no site da Som Maior, o P5 pode permite o controle de praticamente qualquer
ser adquirido por R$ 950. parâmetro de softwares de forma personalizada, ou
www.sommaior.com.br seja, você é quem define o que aparecerá na tela.
Além desse recurso, a superfície de controle ainda
traz 8 faders motorizados e sensíveis ao toque, 12
teclas de acesso rápido à várias funções, 8 knobs
rotativos e também sensíveis ao toque, roda de
Jog/Shuttle/Zoom e controles de transporte. Assim
como todas as demais superfícies da linha, sua
comunicação com o software é através da porta
de rede, permitindo velocidade e resolução 250
vezes maior que o tradicional MIDI, encontrado nos
concorrentes. O aclamado protocolo EuCON é o
sistema mais avançado de comunicação existente
ALESIS iO2 EXPRESS e todos os grandes softwares de gravação já são
A Alesis, tradicional marca de equipamentos para compatíveis com esta tecnologia proprietária de
gravação, apresenta a iO2 Express. A interface forma a prover a máxima integração possível. Além
de áudio oferece dois canais para captação de deste sistema, ainda é possível sincronizar através
AM 844 D USB áudio em 24-bit/48 kHz, phantom power de 48V e de HUI e Mackie Control, expandindo ainda mais a
Mesa de som com 8-canais Mic/Line, 4 canais Stereo entradas XLR para microfones, além de P10 para gama de softwares controláveis.
e 4-Group com Interface DFX & USB. Ela apresenta instrumentos e conexões MIDI IN/OUT. Com pré- Os dois equipamentos, distribuidos pela
uma interface estéreo de gravação USB para PC amplificadores exclusivos nos canais de entrada, Quanta, já estão disponíveis nas lojas credenciadas.
ou MAC, 8 canais mono p/ Mic/Line com Direct e conversores A/D e D/A de alta qualidade, www.quanta.com.br/music
Outs, EQ de 3 canais e compressor, 4 canais estéreo segundo a Alesis, a iO2 Express permite
(dois com entrada p/ Microfone), 10 Pré-amps monitoração por meio das saídas balanceadas ou
para microfone, 3 Bandas de EQ com varredura da saída de fones de ouvido. Por ser em formato COMPETITION de AGOSTO
de médios, corte de graves nos canais mono, desktop, a interface se acomoda muito bem em O vencedor do Competition de Agosto foi
Processador Multi-efeitos Digital 32/40-bit com 100 bancadas e mesas, facilitando o manuseio por Rafael Siqueira, um leitor, participante do
programas, tap-delay e tons de teste, 8 Sub-Grupos músicos e cantores. Para quem quer sair gravando, fórum e twitter da SOS!
com botões de controle Fades e L-R atribuíveis, a boa notícia é que o pacote vem com o software Ele levou o par de microfones Studio Pro CS1,
entre outras especificações. Steinberg Cubase LE. gentilmente cedidos pela Visom.
www.equipo.com.br www.habro.com.br/alesis

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 17
TESTE

Avid HD Omni
SAM INGLIS
Interface de áudio e controlador
A de monitor para Pro Tools HD
lguns meses atrás, a equipe
especializada de repórteres
investigativos da SOS foi
conduzida a um quarto escuro no quartel-
A nova interface da Avid pode parecer o caçula
general da Avid para um preview secreto da série HD, mas existe muito mais nela do que
de três novas interfaces de áudio. Não
exatamente um novo caso Watergate, mas aparenta...
uma grande novidade no nosso campo,
principalmente porque os front ends para a porém de alta qualidade, para mixagem, Omni só aparece no contexto de um setup
série HD permaneceram inalterados desde composição e overdubs ocasionais. Como HD maior, e talvez em um ambiente de
o seu lançamento em 2002. Uma das novas a primeira interface HD a incorporar composição de mídia ou pós-produção.
interfaces, a HD I/O (ver box) obviamente pré-amplificadores de instrumento e
substitui as interfaces anteriores, microfone, uma saída de fone de ouvido
Visão geral do Omni
oferecendo funcionalidade parecida e controle de monitor embutido, ele soou Com certeza, é verdade que, em um
mas com melhor qualidade de som. A como uma solução conveniente em um setup HD com um Omni como sua única
segunda, finalmente, traz o formato único equipamento que, apesar de não interface, você não vai ter muitas entradas
digital MADI ao mundo do Pro Tools, ser de nenhuma maneira um produto de e saídas. Isto não acontece por falta de
fornecendo até 64 canais de I/O digital. baixo custo, seria substancialmente mais conectores físicos. Com a combinação certa
Enquanto isso, a terceira representa uma acessível do que as opções HD anteriores, de cabos digitais, ópticos e analógicos,
aventura radical de qualquer produto para quem não precisa de várias entradas você pode organizar pelo menos 20 fontes
anterior na série HD e vai ser de particular ou saídas. Mas uma olhada secreta é uma de entrada mono diferentes ao mesmo
interesse aos leitores da SOS. coisa, e uso interativo de um produto é tempo – mas não importa qual combinação
Nossa primeira olhada no HD Omni outra. Conforme você investiga o Omni você escolher, o Omni não é capaz de
nos deixa com a impressão de que era mais a fundo, fica claro que ele está longe fornecer mais de oito canais de áudio ao
uma interface com foco justamente em de ser o glorioso Rack 003 que eu descrevi seu computador. Da mesma maneira, ele
quem precisava de um sistema pequeno, acima. De fato, muito da funcionalidade do fornece uma variedade impressionante

18 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
de conexões digitais e analógicas para (assim dificultando trazer a saída do CD
conduzir suas saídas ao mundo externo, player ao Pro Tools quando necessário) ou Avid HD Omni R$ 8.800
mas apresenta um máximo de 10 saídas ligar o seu computador e direcionar entradas
independentes para o Pro Tools, e isto e saídas pelo software. Então o Omni é PRÓS
contando a saída dedicada do fone de projetado para levar esta funcionalidade • Poderoso controlador de monitor estéreo e
surround que é muito bem integrado ao Pro
ouvido. Mas um novo recurso no Pro Tools ao domínio do HD, e possibilita rodar pelo Tools.
8.1 realmente possibilita ‘espelhar’ estes menos um modesto equipamento HD sem • Uma interface de gravação versátil que
paths da saída para várias saídas físicas, hardware adicional. Mas como vamos ver, ele oferece excelente qualidade de som.
como vamos ver. também tem um papel em sistemas maiores, • Incorpora prés de microfone e um
amplificador de fone de ouvido, podendo,
A Avid diz que o Omni é projetado para integrando vários recursos avançados no
portanto, eliminar a necessidade de outro
eliminar a necessidade de várias outras mundo do Pro Tools que antes seriam hardware em alguns estúdios.
peças caras de hardware no estúdio, e isto conduzidos fora dele. • Coleção abrangente de conectores
parece um caminho de desenvolvimento analógicos e digitais. Permite que outras
lógico. A não ser que você trabalhasse
Em casa na sala de controle ‘fontes’ sejam testadas sem passar pelo
Pro Tools.
só com sinais de nível de linha, nunca Uma diferença óbvia entre o Omni • Mudanças para a janela I/O Setup no Pro
usasse fones de ouvido e tivesse só um e as outras interfaces HD é que ele é Tools 8.1 vão beneficiar a maioria dos
único conjunto de monitores, as interfaces claramente projetado para viver na sala de usuários do HD.
HD anteriores exigiam um mixer – ou, no controle. Muitas funções, incluindo todos • A opção HEAT é ótima.
mínimo, alguns pré-amplificadores, um os controles de monitor, são acessadas no
CONTRAS
controlador de monitor e um amplificador painel frontal, então o usuário vai precisar • Apesar do grande número de conectores
de fone de ouvido – para completar sua tê-lo em fácil alcance o tempo todo físicos, o HD Omni só oferece oito entradas
funcionalidade. Isto, é claro, aumentava (embora exista um conector misterioso não e saídas independentes (além da saída Cue/
o custo e a complexidade do sistema, documentado chamado Remote na parte retorno).
• Sem talkback.
principalmente se você trabalhasse de trás, então talvez isso mude em algum
• Sem controle de usuário ou informações
em surround, além de possivelmente momento). Uma ventoinha de resfriamento publicadas sobre as convenções de nível usadas
apresentar novas possibilidades de queda zune quando ele é ligado, mas depois disso no downmix (5.1 para 2.0, por exemplo).
na qualidade do seu sinal. Outra questão eu não percebi o seu funcionamento: com • Complexo e possivelmente confuso para
com as interfaces HD anteriores, era que certeza o Omni é muito mais silencioso configurar, com as configurações divididas
entre as janelas Hardware Setup e I/O Setup.
você precisava ter o computador ligado e do que o HD I/O e não deve causar
configurado adequadamente para conseguir nenhuma poluição sonora quando alocado RESUMO
qualquer sinal delas. Então, por exemplo, em um rack de maneira adequada. Mas Muito mais do que só uma interface de
se você simplesmente quisesse ouvir ele realmente precisa estar conectado gravação multifuncional e compacta para o
Pro Tools HD, o HD Omni também é um
alguma coisa no CD player do estúdio, a um cartão HD no seu computador, ou
versátil controlador de monitor que vai achar
você tinha ou que passá-lo pelo sistema à porta de expansão em outra interface um papel em vários setups maiores.
de monitoramento do estúdio no Pro Tools HD, usando um cabo Digilink (com um

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 19
TESTE
AVID HD OMNI

adaptador mini Digilink). A Avid diz que um cabo de microfone no conector do dois pré-amplificadores, que é obviamente
a extensão máxima do cabo Digilink é a painel frontal automaticamente desativa o útil para gravação estéreo. Em um
mesma que com interfaces HD anteriores do painel traseiro, o que parece sensato. modo ‘não-linkado’, um aperto forte no
– 30m em 96kHz ou abaixo ou 15m em Os conectores do painel frontal também codificador giratório (e no sistema de
192kHz – então isso não deve ser nenhuma oferecem um modo de impedância alta avaliação, foi necessária alguma força) é
limitação. Um Omni pode ser unido a para conectar diretamente guitarras e necessário para fazer as configurações
outras interfaces HD como é o normal, coisas assim. Os pré-amplificadores são para o segundo pré-amplificador. O botão
mas você só pode tem um único Omni em configurados usando alguns botões e um Setup usado para fazer o Factory Reset
qualquer sistema. codificador giratório, com um display que também pode ser usado para ajustar
O Omni requer que o Pro Tools HD 8.1 informa de qual pré-amplificador você está a maioria das configurações no Omni,
seja instalado. Se você tem o 8.0, ele é um editando as configurações e a quantidade como fonte do clock, modo de limitação
download grátis no site da Avid, e também de ganho atualmente aplicada. Isto varia para os conversores A-D, etc. Mas de
apresenta algumas mudanças importantes de +10 a +65dB, mas um dos botões maneira inversa, diferentemente do Pré
à maneira com que o direcionamento da também liga um pad de -20dB. Os outros de oito canais existente da Avid, os pré-
saída é configurado – veja o box ‘Buses botões acionam o phantom power de amplificadores do Omni não podem ser
dobrados’ para obter detalhes. A instalação +48V e um filtro high-pass funcionando controlados e receber um recall no Pro
do software no sistema em avaliação, deu em 85Hz, respectivamente. Existe também Tools. É claro, isto não muito importante
certo, mas o meu primeiro dia de testes um botão que liga as configurações nos quando o aparelho estiver bem na sua
foi bem disperdiçado tentando fazer o
próprio Omni funcionar. Não importava o Buses dobrados: Mudanças para a janela I/O Setup no 8.1
que eu fazia, o Pro Tools travava durante a
De maneira superficial, o lançamento vinham, o que podia causar vários problemas,
fase de carregamento, apesar de funcionar atualmente só para o HD do Pro Tools 8.1 parece principalmente se o sistema de destino não tinha
bem com o HD I/O conectado no lugar bastante sem graça, o principal recurso de destaque o mesmo número de saídas. Agora, cada sistema
do Omni. No fim eu usei os botões do sendo suporte para a opção HEAT (ver box) e as mantém a sua própria coleção de paths de saída,
painel frontal para realizar um Factory novas interfaces. Mas, avaliando com profundidade, e só o que isso muda é como os Mapped Output
Reset no Omni. Este é um procedimento estão algumas alterações importantes na maneira Buses são, digamos, mapeados. Um Mapped
com o que o Pro Tools lida com intercâmbios de Output Bus também pode ser direcionado
descrito no manual, mas não como opção
Session entre sistemas, principalmente em relação para mais de uma saída física de uma vez, o
de localização de erros; no meu caso com a janela I/O Setup. Eu não tenho espaço para que, de novo, tem vantagens óbvias e, no caso
ele pareceu resolver e eu não tive mais entrar em detalhes, mas, basicamente, o 8.1 adiciona do HD Omni, permite que as oito saídas do
nenhum problema. um novo tipo de bus, chamado de Mapped Output Pro Tools sejam espelhadas para várias saídas
Bus, que fica entre os paths de saída no Pro Tools e físicas. Esperamos cobrir os novos recursos
As entradas e saídas saídas físicas em uma interface. em detalhes em um futuro workshop do Pro
Fisicamente, o Omni tem bastante coisa Isto implica em vários recursos novos. Antes, Tools. Enquanto isso, para saber mais, procure
quando você carregava uma Session criada um documento em PDF chamado IO_Setup_
no seu case de 1 unidade de rack. O
em outro sistema, todas as suas I/Os também Primer no site da Avid.
painel frontal arredondado parece ser
feito de plástico duro modelado e é
firme o suficiente, mas, embora eu esteja
sendo exigente, ele parecia um pouco
‘aquém’ neste quesito, na comparação
com os demais equipamentos no meu
rack de avaliação.
Existem oito conectores de entrada
analógica no Omni, mas os seis primeiros
compartilham um único path de entrada
estéreo no Pro Tools. As entradas que
aparecem no Pro Tools como Analogue
1/2 podem ser escolhidas, usando um
controle no painel frontal, dos conectores
combo do painel frontal, um par de XLRs
do painel traseiro ou outro par de P10s
balanceados, também no painel traseiro.
Os XLRs tanto na frente quanto atrás são
direcionados para pré-amplificadores de
O novo e melhorado I/O Setup, apresentando o Mapped Output Buses.
microfone controlados digitalmente: plugar

20 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
na entrada A e a entrada B não faz nada. acostumado a lidar com tudo que tenha
Em 88,2 ou 96kHz, o protocolo S/MUX 2 é a ver com direcionamento na janela I/O
empregado para passar quatro canais em Setup do Pro Tools. Para configurar o
cada conector, enquanto que em 176,4 Omni, é necessário começar no diálogo
ou 192kHz, cada porta óptica carrega Hardware Setup, que exibe mais duas abas
dois canais (para um total de quatro) dedicadas aos recursos de monitoramento
usando o protocolo S/MUX 4. Enquanto deste aparelho: Monitor e Mixer.
isso, no lado da saída, dois conectores Basicamente, a monitoração do Omni
O painel traseiro do HD Omni traz um
quantidade impressionante de conectores digitais D-Sub carregam oito canais cada de saída adiciona uma camada adicional de
e analógicos. analógica e digital de formato AES3. abstração entre o software do Pro Tools
Eles são complementados por duas e o mundo externo - o que, com o novo
frente, de qualquer maneira, e você só tiver portas ópticas, que operam como as suas Mapped Output Buses no Pro Tools 8.1,
alguns pré-amplificadores para trabalhar, contrapartes no lado da entrada (exceto apresenta duas camadas adicionais (veja
mas seria uma opção legal para garantir que a saída B espelha a saída A em taxas o box ‘Buses dobrados’). Ele funciona
que overdubs posteriores combinassem de samples básicas), além de um par de estabelecendo um path (path) de saída
com as gravações iniciais. Seguindo o saídas de linha analógicas em conectores virtual chamado Monitor, que sempre
pad, pré-amplificador e filtro, os sinais P10 e a saída do fone de ouvido do painel aparece como o primeiro path de saída na
direcionados aos dois primeiros canais frontal do Omni. Pelas minhas contas, isso janela I/O Setup. Mas ao contrário de paths
também podem ser enviados por um par totaliza 36 saídas físicas possíveis em taxas de saída convencionais, o direcionamento
de pontos de inserts analógicos, onde você de samples básicas, mas como com as do próprio path Monitor para as saídas
pode usar um equipamento externo para entradas, o número que pode ser tratado físicas do Omni é estabelecido no diálogo
aplicar qualquer processamento dinâmico de maneira independente é muito menor: Hardware Setup em vez de em I/O Setup,
ou de timbre que quiser. Existem também oito canais mono convencionais, além do e qualquer par de saídas físicas que seja
duas opções de limiter, projetados para path Cue estéreo dedicado, que só pode tratado pelo path Monitor é indisponível
minimizar as consequências audíveis de ser direcionado para os fones de ouvido. para outros paths de saída na janela I/O
‘velejar’ muito perto do vento ao configurar O painel frontal apresenta um banco de Setup. Qualquer coisa direcionada ao
níveis de entrada: Soft Clip, que se afirma oito medidores verticais de LED de cinco path Monitor, se torna sujeita ao controle
fornecer “4dB adicionais de headroom segmentos, que podem ser mudados de nível usando o segundo encoder
arredondando os 4dB do topo para o usando um botão do painel frontal para giratório do Omni e os botões associados.
ponto do clipe” e Curv, que é um limiter indicar os níveis de entrada ou saída. Também existe a opção, no Hardware
soft-knee. Vou falar mais sobre isso daqui Setup, de configurar a monitoração para
a pouco. As outras entradas são mais
Monitoramento? Mágico! um segundo ou alternativo (chamado
diretas. Outras fontes possíveis incluem o Na verdade, extrair qualquer som do Alt) set de monitores. Quaisquer saídas
segundo par de entradas analógicas, que Omni quer dizer se envolver com o seu físicas atribuídas a este path Alt são,
são P10s de nível de linha padrão; entradas controlador de monitor embutido, e eu como aquelas atribuídas ao path Monitor,
estéreo digitais S/PDIF e AES3; e um par demorei um pouco para fazer as coisas indisponíveis em I/O Setup, e na verdade a
de conectores ópticos Toslink chamados funcionarem, já que inicialmente o modelo única maneira de ouvir qualquer coisa pelo
de A e B. Estes últimos podem operar em teste abriu em uma configuração que path Alt é usar o botão do painel frontal
como canais S/PDIF em até 96kHz ou de alguma maneira impediu que qualquer dedicado, que muda a saída Monitor para
fornecer até oito canais de entrada digital sinal alcançasse as saídas 1/2. Não é fácil este path em vez do seu path principal.
de formato ADAT. Em taxas de samples entender a maneira como tudo funciona - Este, obviamente, deixa você verificar
padrão, todos os oito canais são carregados principalmente se, como eu, você estiver a sua mixagem em um segundo par de
monitores, silenciando automaticamente
os monitores principais quando você
fizer isso. Ele também possibilita alguma
funcionalidade inteligente de monitoração
surround. O path Monitor pode ser
configurado mono ou em qualquer um
dos formatos multicanais comuns, de
estéreo através de 2.1 e quad para 5.1
e 7.1; e sujeito à disponibilidade de
saídas físicas suficientes, o path Alt pode
também ser configurado mono ou em
um formato multicanal. Os dois podem
compartilhar saídas físicas, então, por
exemplo, ambos podem usar a mesma
saída física para o canal LFE direcionado
a um subwoofer, mas empregar saídas
diferentes para os monitores principais
esquerdo e direito. Alguns controladores
digitais de monitor, permitem a você
O Omni apresenta dois paths de monitor independentes. As configurações mostradas permitem a você usar o
path Alt como uma versão downmixed (5.1 para 2.0, por exemplo) do path de Monitor principal em surround. aplicar um delay nos canais individuais

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 21
TESTE
AVID HD OMNI

com o objetivo de alinhamento do tempo A maneira permanente


do monitor, mas isso não é possível aqui. Especificações do teste
Uma parte importante da funcionalidade Além de possibilitar esta funcionalidade
• PC Pentium 4 de 3.2GHz com 2GB de
da monitoração do Omni é a capacidade de controle do monitor, os recursos memória RAM, rodando Windows XP Service
de fazer o ‘fold down’ nas mixagens em embutidos de mixagem e direcionamento Pack 3, com HD Omni e cartão PCI HD Core.
surround (reduzir de 5.1 para 2.0). Isto do Omni têm outro objetivo: permitir a • Testado com Pro Tools HD 8.1cs1.
pode ser feito de várias maneiras. Talvez a você direcionar fontes de entrada da sua
mais rápida seja a capacidade de diminuir escolha diretamente para a saída Monitor,
um path Monitor multicanal para um path sem ter de passar pelo Pro Tools. Para do Mixer são armazenadas no Omni e
Alt com menos canais, ou vice-versa. Por isso, a barra Mixer da janela Hardware mantidas quando ele é ligado como um
exemplo, você pode ter um path Monitor Setup fornece faders, controles de pan e dispositivo autônomo. (Bom lembrar que
principal estéreo que diminui para um path botões de mudo e ligação estéreo para as fontes que estão sendo monitoradas
Alt mono para verificar a compatibilidade todo par de entrada física no Omni, além diretamente, em vez de pelo Pro Tools,
mono; ou você pode usar as seis primeiras de mais botões chamados Mon e HP que não aparecem nos meters do Omni
saídas físicas para criar um path Monitor direcionam entradas para o Monitor e quando elas são configuradas para o
5.1 e os dois restantes para criar um path buses do fone de ouvido. modo Output.) Como eu já mencionei,
Alt estéreo. Em qualquer caso, configurar Isto é conceitualmente parecido com os o conector do fone de ouvido tem a sua
o Control Room Fold-down para ‘Fold mixers de monitor fornecidos na maioria própria saída Cue estéreo dedicada na
Down between CR Paths’ deixa você usar das interfaces multicanais. Em um sistema janela I/O Setup, mas ela pode ser mudada
o botão Alt para mudar instantaneamente nativo, estes utilitários de mixagem de para capturar o seu sinal do path Monitor.
entre a mixagem multicanal completa e latência baixa são normalmente usados A primeira opção, é claro, permite a você
uma versão ‘reduzida’ 2.0. Se você não para configurar cue mixes (retorno) configurar um retorno para a saída do fone
precisar desta possibilidade de mudar com para músicos, como uma solução para de ouvido que é diferente daquela indo
o toque de um botão, você também pode evitar que eles ouçam os delays pelo para os seus monitores da sala de controle.
habilitar ou desabilitar este processo de monitoração através do path da gravação. E, por coincidência, a última também: os
fold down em qualquer um dos paths de Se necessário, o mixer de baixa latência botões Mon nos canais do mixer na página
monitor - por exemplo, mudando um path do Omni pode ser usado para a mesma Hardware Setup Mixer, alimentam as fontes
Monitor em surround para se reduzi-lo só função; a Avid destaca que ele pode no path Monitor depois que o sinal do
para os monitores Left e Right. A cereja ser útil em Sessions que usam bastante fone de ouvido tenha sido ‘retirado’ dele.
do bolo é que você pode especificar processamento nativo, com seus delays. Então, ativar o botão Mon em um canal, o
separadamente se a saída do fone de Em outras situações de gravação, é claro, envia só pelos seus monitores: para passá-
ouvido deve ser reduzida do path de o mixer do Pro Tools HD convencional lo pelos fones de ouvido, você precisa
monitor ativo ou se ela deve simplesmente ainda proporciona latência baixíssima, apertar o botão HP. Este é um arranjo
reproduzir os canais 1/2 daquele path: então existe pouco a ser ganho usando um com vantagens óbvias, mas seria útil se
Este tipo de funcionalidade é o motivo de mixer separado (e bastante básico) para elas fossem documentadas. Um ‘recurso’
bons controladores de monitor surround este retorno (cue mixes) de baixa latência. do Omni, mencionado superficialmente
autônomos serem tão caros, e vai ser um Mas o mixer do Omni tem outra função nos manuais, é que “Delay Compensation
dos pontos de destaque mais significativos valiosa: ele deixa você testar dispositivos não é suportado em saídas atribuídas do
do Omni. Mas existe um estraga-prazeres, conectados sem precisar direcioná-los a Monitor”. Isto pode gerar um pouco de
que é não ter nenhum controle pelo um canal passível de gravação em uma confusão, mas a Avid confirmou que ela se
usuário sobre o grau de atenuação de Session do Pro Tools. Então, por exemplo, refere só ao path hardware no Omni, não a
canais específicos durante a mixagem, você pode ter um CD player conectado plug-ins ou canais do mixer direcionados a
ou o seu direcionamento e, pior ainda, digitalmente para a entrada AES3 estéreo ele. Obviamente, se você escolher definir
a Avid me disse que eles não divulgam do Omni. Ativando aquele canal na página uma saída como uma saída Monitor, isso
os detalhes de como isso é feito. Isto Hardware Setup Mixer, você pode ouvir sugere que você não vai usá-la em um
adiciona um grau indesejável de incerteza, CDs no Omni mesmo quando a entrada papel onde a compensação por delays
e obviamente dificulta integrar o Omni AES3 não estiver atribuída no I/O Setup. do hardware seja crucial, então isso não
em um ambiente onde um determinado De fato, você nem precisa ligar o seu deve causar problemas na prática. Mais
padrão precisa ser aplicado. computador, já que as configurações uma desvantagem para alguns usuários,
vai ser a falta de previsão de qualquer
tipo de talkback dedicado. Isto parece
uma pena, porque a maior parte da
infra-estrutura para configurar alguma
coisa nesta linha está presente: a página
Mixer facilita direcionar um dos pré-
amplificadores de microfone para o path
do monitor, então seria preciso só mais
um ou dois botões para implementar
talkback básico.
O path Monitor definido
Da forma como
no Hardware Setup
aparece no I/O Setup o Omni foi
como uma saída. concebido, fosse

22 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
A página Hardware Setup inclui controles para o
mixer de baixa latência do Omni. situação onde o sinal de entrada está Existe, é claro, uma incrível indústria para
distorcendo totalmente nos picos, mas não o fornecimento de conversores substitutos
teria que criar um talkback através do acendendo as luzes vermelhas de saturação. para setups HD, e eu estava esperando
mixer do Pro Tools, o que é uma pena. Sim, com moderação ele pode deixar as trazer um das novas unidades para um
saturações acidentais menos desagradáveis, estúdio de masterização com um ambiente
Em ação mas ele também as deixa mais difíceis de controlado de audição, para fazer algumas
Bem, já falamos bastante do Omni como evitar! Em um sistema de 24 bits super claro comparações cegas com equipamentos
um controlador de monitor mas, como ele como este, eu prefiro deixar a limitação como o ADA 8XR da Prism Sound.
é como uma interface de gravação? Alguns do pico de fora e ser conservador ao Infelizmente, acabou sendo impossível
testes de gravação, feitos com os prés configurar os níveis: você sempre pode arranjar isso pelo pouco tempo que ficamos
de microfone foram animadores: eles são aplicar processamento dinâmico depois com as novas interfaces HD para nosso
silenciosos de uma maneira impressionante e vai ter a certeza de que o medidor está teste, mas vamos tentar organizar alguma
e apresentam um som cheio e nítido, dizendo a verdade. Com certeza eu ficaria coisa assim e voltar a esse assunto. Com
com bastante detalhe no agudo, além longe da recomendação na documentação certeza as novas interfaces tem um som
de grave agradável. Como prés de alta do Omni de que o modo Soft Clip, com tão bom que para buscar uma alternativa
qualidade para uso cotidiano, eles são bem sua variação eficaz de 4dB, “é útil... para que faça sentido do ponto de vista de
adequados e, neste papel, você não podia emular saturação de fita analógica”! A Avid sonoridade, você teria que seguir um
esperar ou querer algo muito na linha está fazendo um ótimo uso da qualidade processo de testes e comparações bem
do ‘vintage’. Seguindo este padrão, as do geral som nos novas unidades HD. O detalhados como este que comentei em
entradas de instrumentos mostraram todos Omni e o HD I/O compartilham uma nova uma sala de masterização.
os aspectos bons e ruins da minha coleção geração de conversores A-D e D-A, citados
de guitarras baratas. pela AVID para serem significativamente
Conclusões
Já para as opções de limiter analógico, melhores do que os das interfaces do HD As posições à série HD da Avid estão
eles funcionaram como descritos, e com original, e as especificações publicadas são bastante divididas. De um lado do
certeza soam melhor do que um eventual bastante impressionantes (embora menos debate, estão os defensores do software
clipping mas, pessoalmente, eu os achei detalhadas em alguns pontos). Aos meus nativo e padrões abertos, que censuram
mais perigosos do que úteis. Como o ouvidos, eles com certeza apresentam o Pro Tools como um sistema fechado,
limiter acontece na conversão A-D ou antes vantagens em termos de clareza, detalhe forçando usuários a escolher produtos
dela, nenhum dos meters no Omni, nem de transiente e imagens estéreo. De caros dentre poucas opções que podem
aqueles no Pro Tools, pode indicar quando maneira parecida, o amplificador do fone não ser adequados às suas necessidades.
a limitação está acontecendo. Só o que de ouvido soa ótimo, e adicionalmente, é Do outro, estão aqueles que apreciam a
eles mostram é que o sinal digitalizado claro, o Omni deixa você remover outros estabilidade, suporte técnico e integração
de entrada, limitado ou não, não está hardwares como controladores de monitor que tal sistema traz, sem mencionar
passando de 0dBFS. No modo Curv, em e mixers do path do monitor, o que, por si a disponibilidade de vários plug-ins
particular, é fácil demais acabar em uma só, pode apresentar um resultado melhor. excelentes únicos do HD. Eu desconfio que

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 23
TESTE
AVID HD OMNI

o HD Omni deve inflamar as diferenças podem ser perdoados por desejar que depois de se esforçar para entendê-lo,
entre os dois lados: ele é integrado ao configurar o Omni fosse uma tarefa um ele seja bastante poderoso, mas existe
Pro Tools em um nível que seria difícil, se pouco mais fácil.. As janelas Hardware uma ‘íngreme’ curva de aprendizado,
não impossível, com software nativo, mas Setup e I/O Setup ficaram cada vez mais para dizer o mínimo. O Omni é, como
ao mesmo tempo, se ele não fizer o que complexas e, com a flexibilidade dada esta complexidade sugere, um produto
você quer, não existe nenhuma alternativa pelos novos recursos de monitoração e muito mais profundo do que ele aparenta.
compatível ao HD. Mapped Output Buses, surge uma certa Na primeira vez que eu o pluguei,
Até os fãs mais fervorosos da Avid confusão. No fim da contas, é lógico que, esperei poder tratá-lo como um sistema

O HEAT está ligado (ou desligado – você decide)


Em 2004, eu revisei e fiquei bastante impressionado com o emulador
de saturação de fita Cranesong Phoenix. Se tivesse de levar um plug-in
de ‘calor analógico’ para uma ilha deserta, eu ainda escolheria o Phoenix:
ele é versátil, sutil, cai bem com quase todo material e quase nunca soa
‘rachado’ ou ‘embolado’. O Phoenix ainda está disponível como produto
autônomo, mas, em uma jogada interessante, Dave Hill, designer da
Cranesong, e a Avid agora se juntaram para incorporar um pouco da
mesma funcionalidade diretamente no mixer do Pro Tools HD.
Se os novos SOS Awards incluíssem uma categoria para sigla mais
elaborada, HEAT – que aparentemente quer dizer Harmonically
Enhanced Algorithm Tecnology (“tecnologia de algoritmo otimizado
harmonicamente”) teria chance. Ele é instalado a partir de um CD ou
download e autorizado para iLok como qualquer plug-in comum, ao que a
janela Pro Tools Mix cria um novo painel slide-out no lado direito. Abra-o
e você vai ser apresentado a alguns controles simples: diais Drive e Tone
escalonados, além de botões de bypass e on/off master. Uma nova HEAT
Mix View também está disponível, exibindo botões de bypass e pré-fade
por canal, além de uma barrinha que acende em laranja para indicar
que o HEAT está funcionando. Quando ligado, o HEAT é aplicado
a todos os tracks de áudio ativos na Session; até os bypassados ainda
usam recursos DSP, embora seja bastante econômico com os seus chips.
Ele não é aplicado a tracks master e não pode ser aplicado a entradas
auxiliares ou instrumentos virtuais, a não ser que você os direcione para
tracks de áudio e ative o monitoramento da entrada. Quando o controle
Drive estiver na posição de 12 horas, o HEAT não faz nada. Movê-lo
progressivamente para a esquerda insere artefatos de saturação de fita,
consistindo em sua maioria de distorção harmônica ímpar e compressão
de transientes. Movê-lo para a direita também faz isso, mas também
adiciona distorção harmônica par, típicos de outro circuito analógico. O
controle Tone faz o esperado, sendo neutro no meio, mas mais brilhante
na direita e mais ‘escuro’ na esquerda, mas ele não deve ser confundido
com nenhum tipo de equalização – se é que isso acontece, a ideia é mais
como uma pré-ênfase variável que pode ser usada para moldar os efeitos
audíveis da distorção. O HEAT é um processo não-linear, então faz mais
a sinais mais quentes, mas mesmo assim, os seus efeitos em qualquer
canal individual são normalmente bastante sutis, mesmo com o controle
Drive nos seus extremos. Mas, é claro, estes efeitos são acumulativos, e
quando aplicados em todos os track em uma mixagem, podem causar
uma transformação notável, adicionando um sentido de sonoridade e
abundância com as coisas pulando dos monitores em você. Eu fiquei
particularmente impressionando por como virar o controle Tone para a
direita pode adicionar vida e energia a uma mixagem sem deixá-la com vêm de ter um único controle global. Para qualquer pessoa mixando
um som ‘rasgado’ demais, nem reduzindo a qualidade. Eu nunca tinha rock e pop em um equipamento HD, o HEAT me parece ser muito
ouvido resultados parecidos ao aplicar um único plug-in ao bus master, até simples e talvez um passo em direção ao sonho de algumas pessoas de
o Phoenix; e embora talvez você possa conseguir algo semelhante usando um sistema digital que possa emular suas contrapartes analógicas em
um plug-in de saturação de fita em todos os canais, supondo que você todas as fases. Ele realmente é a coisa mais próxima que eu já ouvi para
tenha DSP livre o suficiente, você não tem os resultados imediatos que um botão ‘faça soar melhor’!

24 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
A maioria das funções do HD Omni pode ser
controlada no seu painel frontal, e muitas têm
botões dedicados. Dois displays de seis caracteres
apresentam o status dos níveis de saída do monitor e
prés de microfone.

O HD I/O
O novo HD I/O é planejado como um fornece oito canais de saída e o terceiro fornece de entrada e saída, mas o novo Mapped Output
substituto direto para as interfaces I/O 96 e oito canais cada um de I/O ADAT, AES3 e Buses permite que saídas do Pro Tools sejam
192 originais e tem uma seleção configurável formato TDIF digital. Seguindo a mesma espelhadas para mais de uma saída física.
parecida de entradas e saídas. O chassi ocupando linha, o próprio HD I/O está disponível em A principal vantagem do novo HD I/O é
2 unidades em um rack, tem uma pequena três configurações iniciais: configurado com 16 que os seus cartões analógicos compartilham
quantidade de I/O digitais fixas – S/PDIF entradas e saídas analógicas; com dois cartões os mesmos conversores A-D e D-A de alta
estéreo e AES3, além de entrada e saída ADAT digitais para 16 canais de I/O digital em cada qualidade do HD Omni, com as mesmas
de oito canais – além de quatro compartimentos formato, além de dois compartimentos de opções de limitação Curv e Soft Clip. Eles
nos quais, vários cartões opcionais de I/O expansão vazios; ou com oito entradas e saídas podem operar em até 192kHz. As novas
são instalados. Três cartões estão atualmente analógicas, além de um digital card e um único interfaces HD podem, é claro, co-existir com as
disponíveis: um fornece oito canais de entrada compartimento de expansão livre. Cada HD I/O suas contrapartes da primeira geração em um
analógica em um conector DB25, o segundo suporta um máximo de 16 canais independentes sistema maior.

LE turbinado, projetado para dar a surround e tipos de conexão I/O digital úteis para aqueles overdubs de última hora
compositores e engenheiros de mixagem que eles não precisam. (Quem não está e se integra ao mundo do HD bem mais
que trabalham principalmente ‘in the comprometido com o HD vai destacar que de perto do que qualquer controlador de
box’ um front e back end multifuncional uma solução nativa envolvendo, digamos, monitor surround convencional pode fazer,
para um equipamento HD pequeno. Mas o Nuendo da Steinberg e um Prism mas algumas informações detalhadas sobre
quanto mais eu o usei, mais ficou aparente Sound Orpheus pode discutivelmente os seus parâmetros de ‘fold down’ (5.1 para
que ele pode também exercer um papel oferecer níveis parecidos de qualidade 2.0) seriam bem-vindas. Mas no geral, o
vital em um setup muito mais sofisticado, com um preço menor do que um Omni HD Omni é um movimento bem-vindo da
graças aos seus recursos de monitoração com um cartão HD Core. Também é mais Avid, e que vai agradar quem já usa o HD
surround e a capacidade de integrar fontes fácil configurar um equipamento portátil e atrair novos consumidores ao rebanho.
de reprodução externas no ambiente de baseado em um notebook com interfaces Muito estudo e esforço foram usados para
monitoramento. Ele é adequado para o Firewire do que com um cartão do Pro Tools criar um produto que tem um papel a ser
nosso hipotético compositor e engenheiro HD e interface.) As possibilidades do Omni exercido em uma ampla variedade de
de mixagem? Se tal pessoa está convencida também são expressivas em ambientes de possíveis contextos e setups diferentes de
das vantagens do Pro Tools HD em geral, produção de mídia e outros estúdios que trabalho, e eu tenho certeza que ele tem
com certeza: ele soa ótimo, é mais barato já estão operando equipamentos HD, mas um futuro brilhante.
e mais conveniente do que as alternativas não precisam da funcionalidade completa
do HD, que envolveriam comprar um HD de uma controladora Icon com o seu $ HD Omni R$ 8.800; HEAT R$ 998; HD I/O
I/O, além de um mixer e/ou controlador de controlador de monitor XMON dedicado. 8x8x8 R$ 10.900 e 16x16 R$ 13.900.
monitor. Se existe um senão, é que as oito Em tal contexto, o Omni acaba com T Quanta Music (19) 3741-4644
entradas e saídas simultâneas podem não problemas de estúdio como a incapacidade E info@quanta.com.br
ser suficientes para tais usuários, e muitos de monitorar CD players e coisas assim, dá a W www.quanta.com.br/music
vão pagar por recursos de monitoração você alguns pré-amplificadores de microfone W www.avid.com

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 25
TESTE
CYTOMIC THE GLUE

Cytomic The Glue


Processador dinâmico para Mac e PC
A Cytomic se esforçou compressão, que limita a quantidade máxima
de compressão aplicada, independentemente
bastante para imitar das outras configurações.

o som do famoso O equalizador de side-chain é um


filtro moderado de 6dB/oitava com
compressor de bus uma frequência de corte que pode ser
configurada de zero a 2000Hz e pode ser
SSL, com sua singular aplicada ao sinal interno ou a um sinal
capacidade de ‘colar’ do side-chain externo. Quando você
aperta o botão do side-chain externo, o
as coisas. Como plug-in considera uma ou duas entradas
adicionais – dependendo se ele está
o seu plug-in se configurado para processamento mono
compara com ofertas ou estéreo – possibilitando o uso de
qualquer sinal para controlar o compressor.
já estabelecidas da Infelizmente, o padrão VST3 ainda não é

Waves e UA? suportado, então o sucesso de configurar


um side-chain externo, depende bastante
da DAW e sua capacidade de direcionar
FREDERICK NORÉN
o áudio de maneira flexível. Para pegar
picos transientes excedentes, existe um

A
Cytomic é uma empresa clipper de pico disponível com tempo zero
bastante nova, mas não carece de attack e release e com uma razão fixa
de experiência ao se tratar de infinita e knee médio. É basicamente um
fazer plug-ins. O CEO e fundador Andrew formador de onda (waveshaper) fixo que é
Simper começou fazendo plug-ins VST linear até -2dB, tem uma curva suave para
grátis sob o nome Vellocet no fim dos -0,5dB e depois é horizontal. O medidor de
anos 1990 e depois passou a desenvolver compressão mais alto exibe a profundidade
módulos de efeitos para os altamente da compressão ao estilo de nível de RMS,
aclamados instrumentos de bateria Guru e e clicar no display também mostra a
BFD2 da FXpansion, antes de trabalhar no quantidade de compressão de pico.
DC-CAM: Synth Squad da mesma empresa, para comparar e alterar a performance do
que recebeu uma avaliação animada na plug-in. Os dois compartilham basicamente
Em uso
edição de janeiro da Sound On Sound. as mesmas configurações, exceto que Durante o período de testes, eu usei o The
O The Glue é baseado no altamente existem configurações adicionais de attack Glue em vários instrumentos e canais de
aclamado compressor de bus SSL. A e release no plug-in, junto com um filtro de
esquemática do compressor de bus série side-chain high-pass, controle Dry/Wet e
E SSL foi usada para construir o modelo controle de Range de compressão. Cytomic The Glue US$ 99*
digital, mas em vez de modelar a não- O knob clássico de ratio de três ajustes
linearidade dos VCAs, um VCA ‘perfeito’ é posicionado no meio da interface, e na PRÓS
foi modelado, que faz o The Glue soar mais sua configuração de 2:1 é aplicada uma • Compressão de bus bastante convincente.
• Fornece ‘a cola’ em vários instrumentos.
como o moderno compressor série G SSL compressão soft-knee relativamente sutil. Em
• Bastante acessível.
XLogic. Durante o processo de criação, 4:1, a compressão fica mais óbvia e em 10:1 o
o aparelho hardware XLogic foi usado The Glue é basicamente um limitador de pico. CONTRAS
As configurações de attack variam de 0.01 a • Nenhum suporte para side-chain VST3.
Especificações do teste 30 milissegundos (a configuração mais rápida
RESUMO
não está presente no hardware original). Já
O The Glue é baseado no lendário
• Cytomic The Glue versão 1.0.16 (e versão alfa para as configurações de release, elas variam compressor de bus SSL e faz um trabalho
com oversampling).
de 0,1 a 1,2 segundos, com o clássico auto- extremamente bom em realizar compressão de
• PC com CPU Intel Core 2 Quad de 2,4GHz,
release na ponta do sentido horário. Ganho bus transparente. Em comparação com plug-
placa-mãe Asus P5B Deluxe com chip set Intel
ins parecidos, ele é mais transparente, mas
P965, 4GB de memória RAM DDR2, placa de make-up e threshold são representados
sem soar flat ou chato. É tipo um compressor
de som RME RayDat, rodando Windows 7 por dois controles, mas de maneira mais ‘mais de tudo’ e também tem um preço ótimo!
Ultimate de 64 bits. interessante, existe um controle de variação de

26 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
TESTE
CYTOMIC THE GLUE

grupos diferentes, com bastante sucesso. questão de encontrar a compressão certa O duelo
Um dos meus projetos de mixagem tinha e o equilíbrio entre os sons comprimidos e
quatro tracks de baixo diferentes em um não-comprimidos. Existem vários produtos no mercado
canal de grupo mono, e o The Glue me Durante o período de testes, minha – tanto digitais quanto analógicos
ajudou a igualar os níveis dos tons graves única queixa ocorreu ao pesquisar e – tentando imitar a performance do
diferentes sem apresentar nenhum artefato carregar presets, porque quando a tela de compressor de bus SSL clássico, então
de compressão. No mesmo projeto, eu presets estava aberta, a interface inteira eu resolvi alinhar alguns deles em um
pude apertar os dubs principais e coros da DAW, travava. duelo. Os combatentes digitais eram as
sem perder nenhum punch, o que foi duas versões do The Glue, o UAD 4k Buss
uma boa surpresa. Normalmente eu
A concorrência Compressor e o Waves SSL Compressor
recorreria a uma limitação mais suave para Durante o teste, eu não tive acesso ao – os dois últimos sendo usados por
igualar as coisas, mas isto exige muito aparelho hardware no qual o The Glue muitos profissionais da indústria. Só por
cuidado e ajustes para evitar perder um foi modelado, isto é, o compressor SSL diversão, eu também incluí dois dos

O The Glue foi modelado de maneira muito próxima ao querido compressor série G da SSL

Foto: Mike Cameron

pouco de impacto. O The Glue facilitou XLogic, mas Andrew foi gentil o suficiente meus próprios compressores analógicos:
isso por causa da sua capacidade de para me enviar algumas das suas próprias o ultra transparente TK Audio BC1 e um
lidar com transientes e ‘explosões de medições e gravações do hardware e compressor GSSL feito em casa baseado
energia’ prolongadas com transparência seu plug-in. Em comparação, primeiro na esquemática do SSL, mas com velhos
e clareza. Só um pouco de compressão eu os achei bastante parecidos no som, VCAs Dbx 202C. Estes dois aparelhos
de bus de bateria fez a bateria ‘fechar’ mas o The Glue careceu de um pouco de oferecem basicamente as mesmas
melhor, sem perder a batida do bumbo autenticidade e os transientes não tinham configurações do hardware SSL original.
ou o estalo da caixa, e eu pude mixar os um som tão suave. Andrew enfatizou O primeiro teste foi um loop de bateria,
pratos e chimbais mais altos na mixagem que o processamento não usava nenhum com bastante grave, já muito processado.
sem que eles tomassem o controle. Às oversampling, e consequentemente um Eu usei meu exército de clones do SSL
vezes eu só precisava de um toque suave aliasing de nível baixo estava presente, o para espremê-lo ainda mais em uma ratio
de compressão, e o controle de Range que adicionou uma aspereza moderada de 10:1, com tempos de attack de 3ms e
possibilitou isso, limitando a compressão aos transientes e prejudicou os detalhes release de 0.1s e um threshold configurado
para alguns decibéis. mais finos da fonte. Então eu perguntei para que o medidor indicasse cerca
Usando o controle de Mix, é possível se ele podia fazer uma versão do plug-in de 15dB de compressão. Apesar de as
misturar os sinais comprimidos e com oversampling e alguns dias depois diferenças serem pequenas, o Glue com
não-comprimidos, produzindo assim ela chegou por correio. Ao testar, eu achei oversampling pareceu um pouco mais vivo
compressão paralela – uma maneira que soava bastante como os clipes de em comparação com o sem oversampling.
muito eficaz de adicionar energia, sem som do hardware, à custa de emprego O plug-in UAD teve uma boa curva de
espremer os transientes. Eu o achei maior do CPU e cerca de 2ms de latência. release que fez a compressão pulsar
útil em baterias e guitarras acústicas Para analisar ainda mais as vantagens com a bateria e adicionou um pouco de
quando elas precisavam de um pouco de de usar oversampling ao aplicar frequência média, mas, ao mesmo tempo,
energia extra, mas, na verdade, ele é útil processamento dinâmico, eu fiz um duelo os chimbais foram um pouco suprimidos.
na maioria dos instrumentos: é só uma rápido entre as duas versões do The O plug-in Waves soou flat e granulado
Glue. Em comparação, o processamento em comparação com os outros plug-ins
Clipes de som online de oversampling manteve uma amplitude e careceu de um pouco de definição. O
estéreo melhor, mais transientes e BC1 exibiu a melhor amplitude estéreo
Eu gravei os resultados do meu duelo para uma profundidade um pouco maior na e definição e teve um som um pouco
dar aos leitores da SOS uma oportunidade
frequência média. Eu devo enfatizar mais suave do que o The Glue, enquanto
de comparar o The Glue com o UAD
4k Buss Compressor e o Waves SSL que as diferenças foram pequenas, que o GSSL teve um som bruto e
Compressor. Dois equipamentos analógicos e em algumas fontes eu preferi o pulsante próprio, o deixando ótimo para
equivalentes também estão inclusos no teste: processamento sem oversampling, por compressão de efeitos.
o TK Audio BC1 ultra transparente e um causa da coloração dos transientes. O O próximo teste foi com uma guitarra
compressor GSSL feito em casa e bastante oversampling estará disponível como acústica com dub estéreo. Desta vez eu
colorido com antigos VCAs Dbx. Os clipes
opção na futura atualização do The usei o auto-release para estreitar o som
de som podem ser encontrados no site da
SOS no endereço www.soundonsound.com/ Glue, e quando você estiver lendo esta sem espremê-lo demais. As configurações
sos/articles/nov10/theglueaudio.htm. matéria provavelmente ele já vai ter foram uma razão de 4:1, attack de 1ms,
sido implementado. auto-release e compressão máxima de

28 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
cerca de 6dB. A amplitude estéreo e definido, maior amplitude estéreo e som Alternativas
a definição foram um pouco melhores marginalmente mais aberto no refrão com Existem vários plug-ins que compartilham a
com o plug-in com oversampling, mas, o plug-in com oversampling. O UAD 4k mesma arquitetura e layout, incluindo o UAD
neste caso, a coloração dos transientes Buss Compressor adicionou um pouco 4k Buss Compressor, o Waves SSL Comp e
o SSL Duende Stereo Buss Compressor. Os
no plug-in sem oversampling de alguma de grave que empurrou a mixagem para três são mais caros que o The Glue e dois
maneira se adequou à guitarra acústica. O frente de maneira legal. O compressor deles precisam de hardware DSP.
plug-in UA também adicionou um pouco Waves soou ótimo no verso, mas perdeu
de coloração, deixando o som mais forte e um pouco de definição grave no refrão,
sustentado, o que eu também gostei. Mas, onde ele também adicionou um pouco de minha opinião, a compressão transparente
em comparação, o plug-in Waves soou granulação. Por causa da sua amplitude nunca vai sair de moda porque o que ela
flat e careceu de um pouco de definição estéreo e profundidade tridimensional, faz, basicamente, é exibir mais da música –
estéreo. O BC1 deixou a guitarra um o TK Audio BC1 soou ‘como um álbum’, sem adicionar artefatos de compressão. Em
pouco mais suave, sem perder nenhuma o que não me surpreendeu. A definição comparação com plug-ins parecidos, o The
definição ou amplitude estéreo, soando vívida dos coros o distanciou dos outros Glue soa mais aberto e tem uma amplitude
talvez um pouco mais comprimida em clipes de som. Por último, mas não menos estéreo mais definida – e com certeza ele
comparação com as outras. O GSSL deixou importante, o compressor GSSL soou fornece ‘a cola’ em vários instrumentos.
os transientes um pouco mais arenosos, colorido demais e perdeu tanto grave O que eu realmente gosto no The Glue
mas de uma maneira boa – à custa do quanto definição estéreo. é a configuração de auto-release, porque
grave e amplitude estéreo um pouco ela facilita a aplicação de compressão que
menos bem definidos.
Resumo apenas estreita o som de maneira muito
O terceiro teste foi uma mixagem Quando eu baixei o The Glue, eu não útil. Existe uma versão demo do plug-in
completa que foi comprimida em cada estava esperando nada extraordinário, mas disponível no site da Cytomic, em formatos
caso usando uma razão de 2:1, attack quanto mais eu o usei, mais eu percebi o VST, AU e RTAS. Vale a pena testar!
de 10ms, auto-release e cerca de 2dB quanto ele é versátil. Ele não só funcionou
de compressão. As duas versões do The de maneira impecável em funções de $ US$ 99*
Glue se acondicionaram muito bem na compressão de bus, como também W www.cytomic.com
mixagem, e as únicas diferenças foram conseguiu apertar baixo, guitarra acústica, ! * consulte o box ‘preços referenciais’ na pág. 3
um grave mais firme e um pouco mais bateria e vocais sem adicionar um ‘som’. Em

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TESTE

Mode Machines
Sintetizador
analógico Xoxbox
Como o Fatboy Slim observa tão sabiamente, todo mundo precisa de um 303.
Mas com os originais ficando cada vez mais escassos e caros, o sonho do
domínio universal do 303 estava começando a parecer improvável – até agora...
PAUL NAGLE servindo Xoxboxes em vários estilos e mais claro. Não é injusto supor que, como os
acabamentos. É um deles, profissionalmente botões são novos em folha, eles respondam

S
em ser confundido com o Xbox, o construído pela Mode Machines da de maneira mais confiável do que os dos
Ladyada Xoxbox (pronunciado ‘zocks Alemanha, que vai ser o nosso assunto hoje. originais antigos.
box’) apareceu pela primeira vez há Ou melhor, dois, já que foram entregues Além da cor dos LEDs e alguns botões,
cerca de cinco anos, inicialmente na forma tanto a versão de LED vermelho quanto a de não tinha diferença nenhuma entre os
de kit. A busca em clonar o TB303 não LED azul – sorte minha! modelos fornecidos, então eu me voltei
foi tratada de maneira leviana e envolveu à versão azul por causa do agradável
combinar componentes o mais próximo
Xox para mim conforto da cor que ele trouxe ao estúdio.
possível dos originais ou equivalentes O Mode Machines Xoxbox, de 20 x 28cm, é Normalmente eu acho LEDs azuis, brilhantes
modernos. Talvez o avanço mais significativo maior do que o diminuto Bassline prateado demais para uso confortável em longo prazo,
sobre ‘clones de racks’ anteriores tenha sido que ele se esforça para ser, embora o seu principalmente quando tem muitos juntos,
a incorporação daquele elemento vital, mas case plástico com detalhes em preto seja mas estes são agradavelmente brandos e
muitas vezes preterido, o sequenciador. surpreendentemente leve. Ele é recheado bastante encantadores quando o Xoxbox
Como nem todo mundo tem capacidade de LEDs (40 no total) e povoado com knobs está em pleno vapor.
ou tempo suficiente para concluir um projeto generosamente espaçados e botões de Estudando a ergonomia do painel, os
deste tipo, uma indústria informal nasceu clique – o convite para brincar não podia ser controles do sintetizador estão ao longo

30 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
do topo e botões relacionados ao sequenciador, incluindo o mini
teclado, se espalham pela metade de baixo. Uma fileira de LEDs
divide bem as seções, enquanto que diretamente acima dela, um
knob Function de 16 opções sintoniza o modo operacional desejado.
Um knob adjacente, também com 16 opções, seleciona Pattern
Banks, Tracks e outros parâmetros que requerem seleção numérica.
Tomando um lugar proeminente perto do knob Tune master, está
o seletor de forma de onda dente de serra/quadrada, uma opção
muito melhor do que alocá-lo na parte de trás, como acontecia com
o 303. Na verdade, a parte traseira do Xoxbox é bastante cheia.
Ele tem um set completo de portas MIDI, além de DIN Sync e USB
e saídas CV e Gate, ambas em P2s de 3,5mm. Em formato regular
P10, existe a saída de áudio principal, uma entrada e um conector
de fone de ouvido – deixando apenas espaço suficiente para o
adaptador de energia AC de 9V e chave de on/off. Tomara que
tenha sido um descuido temporário o adaptador fornecido para esta
avaliação ser no formato europeu.
Algumas entradas desta coleção de ‘entradas e saídas’
merecem explicação. Que uso possível, você pode perguntar, um
clone do TB303 pode ter para uma porta USB? Na verdade, esta
implementação USB específica difere da encontrada na maioria
dos sintetizadores e, como é meio coisa de nerd, vamos voltar a ela
mais tarde. Por agora, eu quero falar sobre a conectividade ‘normal’,
começando com a entrada do áudio. Esta não é uma entrada para o
filtro (como o FAT Freebass, por exemplo), e sim, fiel à sua herança
do 303, o sinal da entrada é unido ao próprio do Xoxbox. Você
pode achar que isto é geralmente sem graça – até o dia que você
ficar sem canais no mixer!
Em outra melhoria direta do 303, as saídas CV e Gate vão guiar
qualquer sintetizador analógico Oct/Volt. Se você não tiver nenhum
sintetizador assim, o sequenciador vai controlar com alegria o seu
equipamento MIDI. Por fim, quem tiver a sorte de ter guardado antigas
baterias eletrônicas da Roland agora pode se alegrar em sincronia DIN,
com o Xoxbox igualmente feliz, como master ou escravo.

Encanto do Xox
Não devem existir muitos (algum?) leitores da Sound On Sound que
não conheçam o ‘Transistorised Bass’ da Roland e a sua história.
Não exatamente um sucesso no seu lançamento, o TB303 era um
gravador lento que, de maneira atrasada, forneceu a espinha dorsal
de inúmeros clássicos de house, acid e techno. Periodicamente eu
me ‘esmurrava’ por não conseguir compreender sua versatilidade
quando eu tinha alguns na época – mas quem ia imaginar que
este sintetizador analógico de VCO único com o mais básico dos
envelopes e um sequenciador um pouco desajeitado ia se espalhar

Mode Machines Xoxbox US$ 499*


PRÓS
• Timbres convincentes do 303.
• Um sequenciador mais fácil de usar do que o original.
• Código aberto - você pode escolher a partir de uma seleção de sistemas
operacionais alternativos de sequenciador ou escrever o seu próprio.

CONTRAS
• Atualizar o firmware é complexo demais.

RESUMO
Um excelente clone do TB303, bem construído e soando como o
verdadeiro. Custando bem menos do que o esperado por um TB
autêntico, o Xoxbox oferece a experiência do 303 com MIDI adicional e o
dobro do armazenamento de Patterns.
TESTE
MODE MACHINES X0XB0X

ao 303, ainda haverá a reprodução e ele assume o controle


aqueles para os quais suavemente depois da conclusão do
só o verdadeiro, com primeiro. Este comportamento, além de uma
defeitos e tudo, vai transposição simples (através das teclas para
servir. Depois de cima e para baixo e mini teclado), acomoda
fuçar um pouco nos as necessidades de muitos usuários do 303
controles limitados para os seus sets ao vivo.
– corte, ressonância, O ritmo é configurado usando o tap
quantidade de tempo (através da tecla ‘Done’) ou um
O painel traseiro do Xoxbox. Da esquerda para a direita: entrada de fonte externa envelope e decay – eu ‘notched encoder’ com uma variação de
de 9V, saída de fone de ouvido, conectores P2 de saída CV e Gate, porta USB, saída me convenci de que 20-200bpm, cada notch agindo como um
principal, MIDI In, Out e Thru, entrada de audio e, por fim, uma porta DIN Sync quaisquer diferenças aumento de 1bpm. Como o Xoxbox vem
entre um Xoxbox e um com os seus bancos de padrões felizmente
pelo mundo da dança como uma doença? 303 verdadeiro não são mais significativas do vazios, devemos atentar a isso primeiro,
Claramente eu não estou sozinho: a Roland que as diferenças entre 303s autênticos. Ele virando o knob três cliques para a direita e
os abandonou depois de apenas dois anos de grita, chora, emite grave quente e profundo entrando em ‘Pattern Edit’.
produção em 1984. e jorra tonalidade ácida e seca com alegria.
Do ponto de vista sonoro, o Xoxbox não O que diferencia o Xoxbox da maioria
Edição de Pattern
precisa de nenhuma apresentação, porque dos outros clones do 303 controlados por Existem duas maneiras (na verdade três) de
se você já ouviu um TB303 ou um dos seus MIDI é o seu sequenciador. Aqui você pode começar a criar os patterns/padrões do 303. A
melhores clones, você já tem uma boa ideia ter esperado que o sequenciador do 303 primeira exige que o sequenciador seja parado
do que esperar. Embora a Ladyada, criadora tivesse sido copiado tão próximo quando e envolve depois apertar os botões Next e
do Xoxbox, afirme que impressionantes 99% os transistores, mas a Ladyada deu o passo Prev para navegar pelo pattern, tocando as
dos componentes escolhidos se equiparem incomum – e corajoso – de ‘melhorá-lo’. notas necessárias no teclado. Neste modo,
Eu digo ‘corajoso’ porque um componente a fileira de LEDs reflete a posição atual no
maciço do som do 303 se origina da maneira pattern. Graças às teclas Up e Down, você não
Bastante interessante que os seus padrões são formados, em precisa ficar restrito à extensão de oitava única
‘P: Que tipo de filtro está em um TB303?’ particular na maneira que os timbres vocais se do teclado, embora timbres vocais, pausas e
‘R: É de 18dB, não é?’ reúnem, mas também existe a aleatoridade slides devam ser empregados generosamente
Telas piscando, zombaria geral e voz estranha que ocorre quando as baterias ficam para dar vida à sua criação. De alguma
suave do Stephen Fry... Não. O filtro é ruins ou são temporariamente retiradas. maneira, por uso criterioso deste punhado
um filtro de -24dB/oitava construído Este desordenamento aleatório de memória de técnicas – além de bastante manipulação
de uma escada de diodo. Ele pode ser
muitas vezes produz padrões melhores do do sintetizador – o Xoxbox entrega grooves
considerado como quatro fases de -6B/
oitava conectadas uma depois da outra. que horas gastas labutando no sequenciador, válidos hoje à altura da fama do 303.
Mas a ação de cascata não é normalmente então é um alívio saber que algo parecido Um pattern pode ser de qualquer
perfeita. Ao contrário do filtro-escada do pode ser replicado no Xoxbox com um mero comprimento de um a 16 intervalos.
transistor, cada fase sucessiva da escada de aperto do botão. Isto também é ótimo, já que Quando ele não é comprido o bastante,
diodo carrega a anterior, produzindo um o aparelho novo não tem nenhuma bateria: aperte Done (no papel de ‘save’) e pronto.
arredondamento do slope inicial do filtro. a sua memória é um EEPROM interno que Para ouvir a criação em toda a sua glória,
Então o filtro tende a uma diminuição
armazena um máximo de 128 padrões (o aperte o botão Run.
de -24dB/oitava mas demora mais para
chegar lá do que outros designs. Isto dá dobro da capacidade do 303) e 64 tracks, que O segundo método de entrada de nota é
a impressão de um filtro de som mais são sequências de padrões. mais dinâmico e interativo. Desta vez, você
brilhante do que os filtros de quatro fases aperta Run no começo e, conforme o LED
comuns. Realmente, perto da frequência Func Soul Brother corre junto, as notas são inseridas através do
do corte, ele mostra mesmo uma Tudo começa no knob Function, um círculo teclado. Talvez você queira diminuir o ritmo
diminuição parecida com um filtro de três
aparentemente cheio de opções. Você para deixar isto mais controlável – ou talvez
fases e -18dB/oitava.
O que talvez seja mais estranho é que percebe muito rapidamente que os modos você esteja igualmente feliz em abraçar o
a Roland escolheu não usar diodos no comumente usados podem ser agrupados caos e ver o que acontece! Ao gravar notas
seus designs de escada, e sim transistores em padrões ou em relação aos tracks, depois desta maneira, você está livre para adicionar
cabeados como diodos. As antigas subgrupados no papel master ou escravo pausas, timbres vocais e transposições
escadas de diodo da Roland usavam cinco para MIDI ou DIN Sync. Com familiaridade, conforme trabalha. Naturalmente, todas as
fases, talvez para replicar mais de perto
qualquer complicação percebida desaparece notas são quantizadas exatamente à batida
a diminuição inicial de uma escada de
transistor de quatro fases – você pode – está tudo ali diante dos seus olhos. (este é um sequenciador de steps, afinal de
encontrar estes filtros no SH2000, System Eu devo apontar que embora o Xoxbox contas), então nada pode dar drasticamente
100 e outros. Mesmo assim, escadas de seja uma máquina interativa, toda mudança errado. Eu achei isto muito mais fácil do
diodo realmente soam diferentes das suas de função, pára a música. que o próprio sequenciador do 303, e tão
variações de transistores reais. Por fim, Com o knob em 12 horas, você encontra o divertido que eu queria que a técnica fosse
para uma leitura adicional, visite o site : ‘Pattern Syng Out’ escrito deliciosamente acessível durante qualquer um dos modos de
http//www.timstinchcombe.co.uk/synth/
errado. Neste modo, você escolhe um ‘pattern play’. Mas como o teclado é usado
diode_18_24/diode.html. Obrigado ao
Tony Allgood da Oakley Modulars pela padrão usando o controle Bank Select para seleção de patterns, isso não é possível.
resposta bastante interessante. e uma das oito teclas brancas do mini Existe uma última maneira de criar
teclado. Selecione outro padrão durante pattern, e é discutivelmente a mais

32 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
TESTE
MODE MACHINES X0XB0X

rápida e mais interessante de todas. Com selecione um dos


certeza exige o menor esforço! Com o modos ‘Track
pattern rodando, simplesmente aperte Play’ e aperte
‘Chain’. Quando você estiver em Pattern Run. Em um
Edit, isto é traduzido para ‘me dê um paralelo legal
pattern aleatório, por favor’. Se você não com Pattern
gostar dos resultados, aperte Chain de Play, selecionar
novo. E assim por diante. Logo eu tinha um track novo
uma coleção decente de material, tendo enquanto
suavizado os excessos mais extravagantes um já está
de aleatoridade com as técnicas de tocando sugere
edição já descritas. a reprodução
Caso você esteja acostumado com do próximo.
arranjos musicais elaborados, padrões Desta maneira,
do Xoxbox podem ser capturados em o Xoxbox
um sequenciador externo. Felizmente, pode lidar
todas as notas, slides e timbres vocais com estruturas
são transmitidos fielmente via porta Out preparadas
MIDI. O sequenciador interno é rápido e bastante
simples e, portanto, um bloco de notas complexas, deixando você livre para se O Xoxbox está disponível em duas versões:
com LEDs vermelhos e botões como esse ou
ideal para uso com outros módulos. concentrar em fazer o sintetizador ‘rugir’.
com botões e LEDs azuis. Fora isso, eles são
Como alternativa, o sintetizador analógico funcionalmente idênticos
interno pode ser tocado a partir de um
Funções adicionais
sequenciador ou controlador externo As funções restantes são bastante auto- atualizar o firmware do Xoxbox com sistemas
selecionando o modo ‘MIDI play’. explicativas e têm a ver com a maneira operacionais alternativos.
com que o Xoxbox se sincroniza a fontes O software Control não está disponível
Criando tracks externas ou atua como clock master para atualmente para Mac, e eu temo que ele
Tendo feito um pattern ou 20, talvez você operação Sync24 ou MIDI. Das opções também não vá ganhar nenhum prêmio
queira ir além do limite de 16 steps e menos usadas, ‘Random’ simplesmente cria por elegância, mas no momento é a única
encadear alguns juntos. Em qualquer um uma série infinita de notas aleatórias e a maneira de fazer backup dos seus patterns.
dos modos de pattern play, o botão de ‘MIDI Play’ já mencionada permite controle Existem instruções sobre como fazer
chain (cadeia) é usado para agrupar cadeias remoto do sintetizador do Xoxbox, o knob atualizações de firmware em um Mac, mas eu
temporárias de patterns. Eles têm loop do banco configurando o canal. Tem também estou com muito medo de testá-las. Vamos
contínuo, de maneira muito parecida com a ‘Keyboard’, onde o teclado minúsculo vira apenas dizer que existiam etapas demais para
função equivalente do TB303 – embora os um gerador básico de notas MIDI. o meu gosto, principalmente já que eu queria
patterns não precisem ser adjacentes uns aos Eu ainda não mencionei as três opções prosseguir e explorar o funcionamento do
outros para ser encadeados. de usuário, de A a C - mas existe um bom firmware alternativo na web.
Para uma estrutura formal tipo canção, motivo. Elas são fornecidas para todo mundo
você pode armazenar sequências de que quiser cavar fundo e adicionar seus
Firmware alternativo
patterns. Na terminologia do Xoxbox, elas próprios recursos; como padrão, elas não Como o Xoxbox tem código aberto,
são conhecidas como Tracks. Existem 64 fazem absolutamente nada. Isto deixa só existem vários sistemas operacionais
tracks no total, cada um com até 16 patterns. duas funções finais, ambas relacionadas ao alternativos para ele. Com certeza eu
Em Track Edit, as teclas Next e Prev computador, para as quais devemos voltar aconselho buscar o conhecimento de
são usadas para inserir patterns na ordem à porta USB. As funções são ‘Bootload’ quem já tem experiência com o Xoxbox,
necessária, um LED da fileira representando e ‘Computer Control’ e exigem que o porque claramente existem armadilhas
a posição de cada um no track. O mesmo seu computador tenha um driver USB para os descuidados (Descuidado é o meu
pattern pode ser apresentado várias vezes serial presente – um driver que os meus nome do meio). Eu optei por samplear o
e pode ser transposto em cada step, caso PCs, ambos rodando Windows XP, nem firmware ‘SokkOS’, porque ele tem várias
necessário. Quando o track estiver completo, conheciam. Eu entrei rapidinho no site da otimizações sobre o OS fornecido pela
Ladyada (www.ladyada.net) e localizei o Mode Machines. Além disso, ele vem com
Alternativas driver, junto com um editor padrão (chamado um manual mais abrangente.
Existiram vários clones do 303 ao longo Control) e os instalei. Depois se seguiu um A instalação foi uma questão de
dos anos, incluindo emulações software de
primeira classe como o Rebirth, mas pelo
período de ‘averiguação’ para determinar segundos, com o Xoxbox ganhando vários
pacote completo de hardware de sintetizador em qual porta o driver recém adicionado poderes novos. Entre eles está a seleção
interativo mais sequenciador, um Xoxbox residia. Esta informação é solicitada pelo de patterns, usando mudanças de patch
bem feito, aguenta uma briga. Muitas Control antes de poder se comunicar MIDI e um processo melhorado de ‘save’,
alternativas já estabelecidas, como o MAM
MB33, o SynTechno Teebee e o Analogue com sucesso com o Xoxbox. Eu preciso facilitando salvar patterns em outros
Solutions Trans-Bass-Xpress não são mais confessar que eu só consegui deixar tudo bancos. Este OS não insiste em parar
produzidas, então as opções não são tantas funcionando certinho graças à ajuda paciente quando você muda entre tocar e editar
como já foram um dia. Mas existem outros
dos usuários do fórum adafruit.com – mas patterns – uma de várias alterações que
Xoxboxes prontos a considerar, por exemplo
da Technology Transplant. depois de tudo pronto, o Control pôde (eu acho) deram uma vantagem sobre o
pegar e editar patterns, fazer backups ou firmware fornecido.

34 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
Rapidamente eu me voltei para uma adição preferida,
pessoalmente falando, do SokkOs, o ‘loop mode’. Este recurso,
relacionado à reprodução, inclui a tecla ‘Done’ e teclas para
configurar os pontos de começo e fim de um ‘mini loop’. Como
configurar este loop requer 16 botões, as 13 teclas de notas além
de reset, timbre vocal e slide (muitas vezes chamadas de teclas
RAS) são utilizadas. Se você escolher um começo de loop com o
número maior do que o final – digamos que você aperte o botão
sete e depois o botão dois – o padrão toca entre estes pontos, mas
de trás para frente. Em qualquer momento durante a performance,
você pode reiniciar um loop no primeiro passo ou restaurar o
comprimento do padrão original, tudo sem parar a música.
Outras otimizações de performance do SokkOS incluem pular
ou repetir intervalos durante a reprodução, ou dividir exatamente
pela metade o ritmo de um pattern ou adicionar até cinco níveis
de ritmo. Você pode acentuar temporariamente todas as notas
ou mudar globalmente em slides ou pausas – todos truques que
aumentam um sequenciador, que já tem ótimas condições de uso,
sem chatear você com complexidade desnecessária.
Que eu possa perceber, o único recurso que falta é suporte
para triplets. Aparentemente, existe um firmware por aí no espaço
cibernético que realmente inclui triplets, mas eu resisti à tentação
de procurá-lo para poder terminar esta avaliação. Não é preciso
dizer que, se os adicionais que eu mencionei não forem atraentes,
não existe nem necessidade de considerar atualizar o OS.

Conclusão
Eu admito ser um daqueles que fracassaram totalmente em ‘entender’
o TB303 na primeira vez – mas isso não importa muito: o interesse
neste sintetizador clássico permaneceu firme ao longo dos anos.
Quando ficou claro que a Roland não ia satisfazer a demanda, outros
assumiram o papel.
É fácil ver porque o Xoxbox é tão respeitado entre a comunidade
analógica, com apenas alguns puristas lamentando tamanhos
privilégios, como o ‘conserto’ do sequenciador. Para alguns, o
Xoxbox alcançou um status tipo Santo Graal de perfeição do 303
quando, na verdade, existem variações frequentemente amplas
entre 303s verdadeiros, principalmente conforme seus componentes
- nunca escolhas exatamente high-end, de qualquer maneira –
envelhecem. Então o conceito de um 303 absoluto é bastante
enganoso. O Xoxbox realmente mostra evidências de sua natureza
caseira, de maneira mais notável ao se tratar do software Control,
driver USB Serial e todo o processo de atualização do firmware. É
claro que você não precisa atualizar o firmware de jeito nenhum,
mas se você estiver se sentindo ousado, o alternativo SokkOS é um
vantajoso passo à frente, suas funções adicionais se misturando com
perfeição sem desorganizar a essência do instrumento.
A Mode Machines fez um trabalho respeitável; sua versão do
Xoxbox custa bem menos do que um TB303 de segunda mão
e soa tão autêntica quanto o esperado. O mais importante para
mim é o sequenciador, oferecendo o nível certo de interatividade
e um sistema aleatório que vale o seu peso em ouro. No modo
de edição pattern, a exibição clara de LEDs dançando durante
notas, timbres vocais e slides é deslumbrante – e eu gosto de
ficar deslumbrado. Portanto o Xoxbox é bastante recomendado
como uma solução perfeita para qualquer pessoa que ainda esteja
procurando um TB303 ou pensando em aposentar o original para a
segurança do estúdio.

$ US$ 499*.
W www.modemachines.com
! * consulte o box ‘preços referenciais’ na pág. 3
TESTE

Arturia Brass 2.0


ROBIN BIGWOOD
Instrumento modelado de metais
A
empresa francesa Arturia é bem
conhecida – e merecidamente –
A nova versão do instrumento Brass da Arturia
pelo seu conjunto de excelentes tenta criar saxofones, trompetes e trombones
sintetizadores virtuais. Mas, no meio
do seu conjunto de produtos, está um com som realista; será que ele consegue?
tipo diferente de instrumento virtual,
que usa técnicas de modelagem física e Brass 2.0 foi desenvolvido em conjunto de modelagem acústica são complicados,
acústica para gerar um conjunto de sons com pesquisadores no instituto IRCAM então como a Arturia se saiu com esta mais
de saxofone, trompete e trombone que em Paris, e reivindica todos os tipos de nova tentativa?
se estendem pelo espectro estilístico. O vantagens sobre os seus concorrentes
baseados em samples. Estas incluem níveis
Construções do Brass
Alternativas possivelmente maiores de expressividade, De acordo com a Arturia, para rodar o Brass
Não existem tantas bibliotecas de sons de principalmente para solos, e uma liberdade 2.0 você precisa de um PC com Windows
Brass dedicadas e, que eu saiba, nenhuma da natureza discutivelmente limitante e 2000, XP ou Vista, ou um Mac com OS 10.4
outra usa modelagem acústica, embora
trompete, trombone e sax sejam cobertos com
inflexível de bibliotecas de sons baseadas ou superior. Ele é um binário universal, dando
frequência em bibliotecas orquestrais com em frases ou padrões. Além disso, o Brass acesso tanto para usuários de PowerPC
propósitos genéricos. Chegando o mais perto 2.0 promete ser ‘amigo’ de todos que quanto de Intel. Para ambas as plataformas,
do Brass 2.0, estão conjuntos como o Chris
usam laptops: seu espaço de instalação é 512MB de memória RAM e um processador
Hein Horns Vol 1.5 (R$ 679) e Garritan Jazz
& Big Band (US$ 149*), que são bibliotecas comparativamente pequeno e não existe dual-core de 2GHz são requerimentos
desenvolvidas de vários gigabytes. absolutamente nenhuma dependência mínimos. A Arturia usa proteção anti-cópia
de transferir samples. Mas instrumentos da Syncrosoft, o que significa que você

36 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
O editor MIDI Preset é
exibido na área central da
janela principal, e deixa você
atribuir vários controladores
MIDI para parâmetros de
instrumentos

harmonização embutida
disponível para recriações
de ‘seções’ rápidas e
fáceis. No modo Riff, um
sequenciador embutido
aparece, e agora,
entradas MIDI acionam
frases sequenciadas,
sendo fornecidas
aproximadamente 150,
pode obter sua licença em um dongle USB da categorizadas por estilo
Syncrosoft se quiser, ou usar um método direto e totalmente editáveis. Embora Riffs
baseado em disco. O processo de autorização possam ser acionados perfeitamente
parece um pouco complicado, mas na verdade bem, apertando uma única tecla MIDI, o
é bastante fácil e bem descrito no manual, modo Riff também responde à entrada
e uma vantagem adicional da abordagem de acordes, analisando o que você toca e
Syncrosoft é que você pode trocar uma ‘dobrando’ a escala do Riff de acordo.
autorização baseada em disco por um dongle –
ou vice-versa – quando quiser.
Como funciona?
O Brass também está disponível como Antes de nos afundar em detalhes demais,
parte do pacote ‘One’ da Arturia, que consiste vamos ver o Brass 2.0 em uso. Sem nenhum
de um DVD custando 229 Euros* e contendo tempo de carregamento de samples, ele
oitos dos seus instrumentos software, como está pronto para começar assim que você
uma licença para usar por 15 dias. A ideia o inicia, com o modo Live como padrão,
é que, no final dos 15 dias, você escolha o pronto para ser tocado em tempo real. Aí a
seu instrumento preferido e atribua a licença operação básica é bastante intuitiva. Você
permanente única para ele. pode escolher presets de instrumentos,
O Brass 2.0 roda como um aplicativo descritivamente nomeados para os quatro
autônomo no Mac e Windows, e como slots de menus pop-up na esquerda da
plug-in VST, RTAS e Audio Units. Não
existe praticamente nenhuma diferença
entre as versões autônoma e plug-in, então Arturia Brass 2.0 US$ 249*
para os propósitos desta avaliação, eu me
concentrarei no plug-in. PRÓS
• Tem o potencial para soar verdadeiro e
A interface de usuário aparece em uma
autêntico.
janela de 900 x 640 pixels (embaixo de • Supera algumas limitações expressivas de
qualquer que seja a parafernália de barras de bibliotecas de multisamples.
títulos que o seu sequenciador hospedeiro • Bom equilíbrio entre urgência e
específico exiba) e, com vários modos profundidade de programação.
• Modo Riff e harmonização agilizam
alternativos e exibições de configuração, são
programar um som de ‘seção’.
necessários alguns cliques para descobrir
exatamente como ela é configurada. CONTRAS
Basicamente, o Brass 2.0 oferece até quatro • Com muita frequência, soa terrível!
‘slots’ de instrumento, que podem ser • A abordagem de modelagem devora a CPU.
• Muitas vezes é difícil, ou impossível,
ocupados por qualquer combinação de conseguir algumas técnicas de execução e
trompete, trombone e saxofone. No modo articulações comuns.
Live, você pode tocar seus instrumentos • Alguns recursos pouco implementados ou
modelados como faria com qualquer outro não documentados.
sintetizador ou sampler, embora exista RESUMO
Uma aventura corajosa do padrão de
Especificações do teste samples, o Brass 2.0 tem um potencial
fascinante, mas muitas vezes soa monótono
• Arturia Brass 2.0.5. e um pouco cru. Conseguir o melhor dele
• Apple MacBook 2.2GHz Core 2 Duo, 4GB requer um computador rápido e uma
RAM, OS 10.6.4. vontade de aprender as sutilezas da sua
• Presonus Studio One v1.5.2. abordagem de modelagem acústica.
TESTE
ARTURIA BRASS 2.0

janela e alterá-los nos slots de instrumentos.


Os parâmetros que aparecem ali diferem Configuração do instrumento
um pouco entre modelos de saxofone e Sliders de parâmetros de um instrumento não tonguing, enquanto que o inutilmente chamado
trompete/trombone, como mostra a imagem são a única maneira de influenciar o seu som ‘Number’ é na verdade, um controle de chorus,
principal. Como este é um instrumento no Brass 2.0. Tão importante quanto, mas um instantaneamente dobrando, triplicando
baseado em modelagem, você não vai pouco oculto na seção Configuration, está todo ou quadruplicando o seu arsenal sonoro,
encontrar Filter Cutoff e Resonance entre um conjunto adicional de opções. Para trompete ainda em um slot de instrumento geral. Um
e trombone, este é onde você acessa um de slider Humanisation varia a quantidade de
estes parâmetros, então eis um resumo do
cinco mudos diferentes: Dry, Bowl, Harmon aleatoriedade aplicada aos valores de parâmetros
que está disponível: (estranhamente chamado ‘Harmony’), Plunger de nota para nota, e alguns parâmetros
ATT (Attack): Controla a velocidade e e Wah-wah. Para o modelo de sax, existe uma Expert adicionais para o sax determinam a
qualidade com as quais uma nota ‘toca’. opção de bocais ‘clássicos’ e de jazz. Outras probabilidade de estridência, tempo de release
PRS (Pressure): Basicamente com que opções aqui também são muito importantes. do som e se você tem uma mudança guiada por
pressão o instrumento virtual é soprado. O menu pop-up Type convoca variações de embocadura ‘real’ ou tipo sintetizador no pitch
modelos de instrumentos que às vezes são quando você usa a roda de modulação do seu
Como com um instrumento real, pressões
radicalmente diferentes uns dos outros. O teclado controlador. Resumindo, existe bastante
baixas podem fazer com que uma nota attack controla características de respiração/ coisa para fuçar.
desafine ou nem toque.
PTCH (Pitch): Insere variação limitada de mouse, para ajustá-los. Mas você descobre um instrumento respondendo de maneira
pitch como um músico faria, ajustando rapidamente que, para a maioria dos presets, forte ao aftertouch, enquanto que outro
a embocadura no bocal. O Brass 2.0 os valores não só mudam na próxima vez que não responde em absoluto. Para escolher
imita de maneira bastante convincente você toca uma nota, como também muitas a variação do valor sobre qual modulação
o comportamento real, mudando vezes mudam de nota para nota – então, MIDI inserida vai ter efeito, você volta para
radicalmente o timbre ao mesmo tempo, na verdade, estes sliders atuam mais como a tela principal e ajusta as alças do pequeno
permitindo apenas mudanças limitadas de indicadores, do que controles convencionais. triângulo perto de cada parâmetro.
pitch que muitas vezes não são suaves, e Por isso, a questão é: como controlá-los? A Eu também mencionei automação. Ora,
possivelmente ‘abafando’ notas ressonantes. resposta curta para isso é: MIDI e automação. esta não é a automação da sua DAW (embora
NOIS (Noise): Adiciona ruído de palheta ou Hein? Eis a longa resposta... o Brass 2.0 responda a ela perfeitamente
respiração. Antes de tudo, o uso bem-sucedido bem), e sim um sistema embutido. Clique em
VIBR (Vibrato): Controla a profundidade do Brass 2.0 depende muito do controle um dos botõezinhos ‘A’ sobre um parâmetro
do vibrato. Como com o parâmetro Pitch, MIDI. Clique no rótulo MIDI Preset no de instrumento, e você abrirá uma tela de
o vibrato é aplicado de maneira autêntica, lado direito inferior da janela e você exibe edição dedicada, uma exibição tipo gráfico,
então valores altos no trompete, digamos, uma tela de configurações que oferece o mostrando o valor do parâmetro relativo
farão com que notas se ‘dividam’ para que são basicamente, direcionamentos da em um eixo e o tempo no outro. É uma
harmonia adjacente. modulação. As fontes da modulação são simples questão de usar as ferramentas de
V.FRQ (Vibrato Frequency): Controla a mensagens MIDI – velocidade da tecla, desenhar oferecidas e configurar algumas
frequência do vibrato. aftertouch, roda de modulação, curva outras opções, como se a sua forma se
GRWL (Growl): Só para o sax, ele dá ao de pitch, controle da respiração e outros transformasse em loops, para apresentar
som uma textura vocal com grunhido/ controladores contínuos – e as destinações um elemento dinâmico para valores de um
zunido adicionando uma qualidade rouca disponíveis, são os parâmetros que parâmetro. Provavelmente também vale notar
e interagindo de maneira complexa com a acabamos de ver. Para cada um, você pode que as mudanças de valor acontecem além
variação do pitch. ajustar uma ‘quantidade de conexão’ (ou seja, de qualquer modulação MIDI ou valor estático
MUTE (Mute): Só para trompete/trombone, com que força o parâmetro responde aos do parâmetro. Além disso, existe só o detalhe
ele controla a posição dos dois tipos de dados inseridos) e selecionar a partir de uma operacional, bem legal, do Brass 2.0 para
mudo dinâmico disponíveis (ver o box série de curvas, à sua escolha, várias relações comentarmos. Como eu mencionei, carregar
‘Configuração do Instrumento’). lineares ou não-lineares. Cada um dos quatro instrumentos é possível através de menus
Os valores para estes parâmetros são slots de instrumentos no Brass 2.0 tem o seu pop-up na coluna esquerda da janela do
mostrados por faders pequenos, e você próprio conjunto de direcionamentos de plug-in, e um conjunto de presets é fornecido,
pode clicar, ou clicar e arrastar com o seu controle MIDI, então é fácil, por exemplo, ter organizado por tipo de instrumento. No
modo Live, existe um menu pop-up para
recall de um de aproximadamente 25 presets
Controle MIDI de harmonização, que só fazem sentido
Uma coisa revelada no painel MIDI Preset para os knobs no seu teclado controlador, e quando você está usando vários instrumentos.
é que existem modos de controle dedicados removendo velocidade de teclas como uma Mas o Brass 2.0 também oferece um menu
para teclados MIDI, teclados com uma fonte de modulação, o Brass 2.0 quase nunca pop-up para ‘Kits’ – basicamente, ‘fotografias’
entrada de controle de respiração e para funciona. A velocity ainda está envolvida,
de plug-ins inteiros que chamam novamente
o controlador de sopro Akai EWI. Isso de alguma maneira. É o mesmo problema se
é ótimo, mas é um pouco preocupante você tentar conseguir aquelas articulações vários instrumentos e configurações de
que, se você não tem nenhum tipo de típicas de ‘pico de release e attack’ que são harmonização de uma só vez. Apesar das
entrada de respiração, você parece ter de parte crucial do estilo da seção de metais aparências, os Kits não parecem só chamar
brigar com o Brass 2.0 para conseguir um de jazz/funk. Mudar para o nível Expert novamente os presets pré-existentes (com
conjunto completo de controle expressivo. na janela de presets MIDI (um recurso não toda a possível confusão que pode acarretar
Por exemplo, se você tentar criar releases e documentado) ajuda um pouco, mas sem
assim que você começa a modificar presets
attacks de notas muito graduais, atribuindo saber exatamente o que isso está fazendo, é
parâmetros de attack, pressão e volume difícil adivinhar como proceder. individuais), mas na verdade, armazenar todos
as configurações de parâmetros de maneira

38 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
TESTE
ARTURIA BRASS 2.0

O modo Riff do Brass 2.0 oferece alteradas a qualquer momento, para ajustar
frases preparadas, categorizadas o resultado musical de maneira sutil ou
por estilo, acionadas por teclas drástica. Nenhuma mudança de articulação é
MIDI e todas capazes de serem
rudimentar aqui.
transpostas ou harmonizadas
novamente na hora. A entrada Muitas vezes, o modo Live também é
do seu teclado é praticamente recompensador, com alguns sons pronto para
dividida, como a imagem mostra, o uso, logo de cara. Qualquer número dos
com acionamento ocorrendo em presets de trompete demonstra as vantagens
um lado e execução opcional de da abordagem de modelagem acústica,
acorde para indicar a harmonia
principalmente no som crível de junções
no outro. É fácil editar os Riffs
de “fábrica”, ou fazer os seus
entre notas. Jogue um pouco da roda de
próprios desde o começo, e os modulação (mod wheel) e curva de pitch e,
dados de automação do parâmetro pelo menos para frases inteiras em vez de
do instrumento podem ser notas individuais, você pode rapidamente
inseridos diretamente no mini- criar partes que tenham bastante vida.
sequenciador, permitindo ótima Existem um ou dois saxes promissores:
profundidade de programação
‘Studio Sax’ é rouco e vivo, enquanto que
‘Silky Sax’ é encorpado e bastante perfeito
A harmonização interna facilita gerar seções de metais harmonicamente
ricas e duplicar oitavas tocando apenas notas únicas. Os presets são virtuais, que você poderia para ser tocado. Entre os trombones, o
fornecidos, ou você pode tocar os seus próprios em um editor dedicado usar de outra maneira para ‘Mellowbone’ é uma boa opção, com uma
tratar separadamente, variação legal pela frequência de pitch.
instrumentos diferentes. Entretanto, o Brass 2.o tem grandes
pontos negativos. Alguns presets
Polimento de simplesmente me parecem horríveis, soando
metal finos, ‘molhados’ e terrivelmente simples,
Quando se trata e eu não tenho muita certeza do motivo
da amplitude da deles estarem ali. Se estivesse me sentindo
expressividade musical, o muito cruel, eu diria que eles soam como
Saxophone se equipara a um fagote barato sendo tocado por uma
instrumentos como guitarra criança de 10 anos, gravado em uma mesa
e violino. Existem várias de cassete em mono. Talvez eles funcionem
maneiras surpreendentes ‘no contexto’ – mas só os céus sabe o que
com que um bom músico seria isso. Além disso, alguns são muito
pode controlar o attack, silenciosos, enquanto outros são muito mais
timbre, pitch e volume de altos do que o resto, e não existe nenhum
uma nota única, para não ritmo ou motivo para isso. O efeito chorus
dizer nada de uma frase é pronunciado demais, soando literalmente
independente. Entretanto, a relação entre musical inteira. O trompete desafinado em vez de adicionar espessura.
Kits e instrumentos fica um pouco confusa ou trombone não ficam muito atrás, e é por E já que estamos neste assunto, existem
às vezes, especificamente quando você vê isso, diz a Arturia, que soluções baseadas em alguns problemas causados pelo Brass 2.0
seus instrumentos salvos recentemente, samples, são fundamentalmente deficientes. aplicando seus modelos acústicos com
aparecendo no menu pop-up Kit. Isso faz Se elas são amarradas em gravações precisão inflexível. É possível vivenciar notas
sentido na prática... eu acho... Fora isso, o basicamente estáticas de notas únicas ou desafinadas perto dos extremos do pitch dos
gerenciamento de presets é bastante direto, frases inteiras, compositores e arranjadores instrumentos, por exemplo, ou se eles são
com botões dedicados para todas as funções só poderão atingir alguns resultados.
que você comumente precisa, e opções Não existem dúvidas de que o Brass
Os parâmetros da tela principal não são a única
para exportar (ou importar) arquivos de 2.0 oferece bastante flexibilidade – todas maneira de ajustar os seus modelos escolhidos de
harmonização, instrumentos e Kits individuais. estas opções de controle em tempo real instrumentos. Pelo menos tão importante é o que é
Gerenciar Riffs é tão fácil quanto, e o que é são um testemunho disso – mas será que oferecido no editor Configuration – como opções de
legal é que você pode importá-los e exportá- ele funciona em um ambiente de produção Mute e Humanisation, e o conteúdo do menu Type,
los como arquivos MIDI. de trabalho com uma busca por algo mais... mostrado aqui como ele aparece para o saxofone
Completando os aspectos básicos do real? A resposta direta é: sim, mas só às vezes,
Brass 2.0, todos os instrumentos podem de algumas maneiras, e com frustrações e
usar um recurso de espacialização opcional, dificuldades inesperadas ao longo do caminho.
praticamente um reverb de ambiência, Olhando primeiro no lado positivo,
que os coloca à esquerda ou à direita, na alguns presets de Riffs que são repletos de
frente ou atrás, em um ambiente acústico. curvas, rugidos e vibratos selvagens são
A interface é bastante básica, mas a impressionantes. Na combinação certa, você
espacialização ajuda a configurar palcos pode ser impelido a dizer que eles foram
sonoros convincentes, principalmente para tocados em instrumentos reais. E, é claro, a
seções de instrumentos, e é particularmente abordagem da modelagem acústica permite
útil já que o Brass 2.0 carece de várias saídas que todas estas coisas em tempo real sejam

40 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
enlouquecedora de capacidades bem
Variações do instrumento impressionantes com limitações frustrantes.
As variações do pitch para os instrumentos para regiões de barítono que são tão úteis para Se ele pode ser considerado, de qualquer
no Brass 2.0 são presets. O trompete desce gravação de filmes. O trombone se estende de maneira, ‘melhor’ do que seus ‘primos’
generosamente baixo, para um ‘E’ (Mi) tenor, e três oitavas de ‘C’ (Dó) tenor, e isso é um pouco baseados em samples depende bastante,
sobe para um emocionante ‘G’ (Sol) mais de três limitado em comparação com um trombone eu acho, de quanto você simpatiza com o
oitavas acima. O modelo do sax cobre variações tenor real, que geralmente pode diminuir pelo conceito básico de modelagem acústica.
de alto e tenor, mas infelizmente não diminui menos até uma sexta.
Pessoalmente, eu diria que ele ainda é um
trabalho em andamento, e eu desconfio
tocados com pouca pressão. E se você quiser um buffer de 512 samples. Os saxes, que resultados mais críveis poderiam ser
uma curva de pitch simples, tipo sintetizador, particularmente, têm ‘fome’ de CPU. Eu conseguidos mais rapidamente até com
pode esquecer. Os trombones farão slides, também vivenciei uma grande instabilidade, bibliotecas de samples bastante modestas,
como esperado, mas eles são difíceis de com o Brass 2.0 causando vários bugs principalmente para partes de escala de
controlar, e você sofrerá para chegar perto inesperados. O aplicativo autônomo foi pior seção ou de banda. Mas depende de cada
de um efeito fall-off de trompete bem neste aspecto, muitas vezes encerrando um: tente um solo ou até o sax melhor
grande. É em momentos como estes, quando eu entrava e saía de várias telas sampleado, e você vai percebê-lo como
quando você simplesmente precisa de um de configurações. Eu também notei que uma fraude ruim em segundos, então nada
efeito musical específico que está fora do a saída do áudio parava com frequência é perfeito. Pelo menos o Brass 2.0 é outra
repertório do Brass 2.0, que você vai preferir e inexplicavelmente, depois de 15 ou 20 opção no arsenal sonoro, e se você tiver
ter seguido o caminho de samples. minutos de uso. um PC ou Mac de boas especificações e
Em seguida, com o risco de esfregar sal estiver preparado para gastar um tempinho
na ferida, o Brass 2.0 pode ser um enorme
E... então? aprendendo como extrair os melhores sons
devorador de CPU. Durante o teste no No fim das contas, o Brass 2.0 é muito dele, ele pode provar ser capaz de uma
Presonus Studio One, que é um hospedeiro fácil de resumir. Como alguns outros forma única.
de instrumentos bastante eficiente, meu instrumentos de modelagem acústica, ele
$ US$ 249*
Mac Core 2 Duo de 2.2GHz não conseguiu está em desvantagem com bibliotecas
W www.arturia.com
lidar com os presets do Brass 2.0 que de samples, quando você avalia o ! * consulte o box ‘preços referenciais’ na pág. 3
usaram quatro instrumentos, mesmo usando realismo de notas únicas, e é uma mistura
TESTE

Slate Digital FGX


Processador de masterização para Mac e PC
A ideia de que uma
master digital alta
pode manter uma
dinâmica, parece
contraditória, mas
é exatamente o
que a Slate Digital
afirma para o seu
novo plug-in de
masterização.

SAM INGLIS

E
xistem algumas atividades, como
desentupir banheiros ou contar às
crianças que o gato morreu, que
todo mundo precisa fazer, apesar de um compressor convencional, embora autorizado para uma chave iLok e está
ninguém gostar muito. E para engenheiros existam várias abordagens para lidar com disponível em Mac e PC em todos os
de áudio, deixar a mixagem em um nível transientes. Tradicionalmente, se usaria formatos comuns de plug-in.
alto (volume) aparece no topo desta lista. um limitador de pico (em outras palavras,
Podemos reclamar sobre a perda daqueles um compressor com um attack e release
Um processo de duas fases
contrastes dinâmicos que nos esforçamos muito rápidos e uma configuração de O FGX é projetado como um processador
tanto para capturar em primeiro lugar. razão infinita); alguns engenheiros acham dinâmico completo de masterização,
Podemos protestar até ficar roxo, que mais adequado, aplicar outras formas então, a primeira fase de processamento
mixagens mais baixas podem na verdade de distorção de sinal como saturação que o seu sinal encontra, é um compressor
soar melhor na rádio. Mas no fim das de tipo de fita, ou simplesmente clipar convencional. Ele não é projetado como
contas, temos contas para pagar, e é raro a entrada de um conversor A-D, mas um dispositivo de ‘personalidade’, e sim
um cliente que fique satisfeito em ter a sempre existe uma troca entre qualidade desenhado para ser o mais transparente
sua master com metade do volume de do som e o grau pelo qual os transientes possível, e eu acho que poucas pessoas
lançamentos comerciais no mesmo gênero. podem ser atenuados. diriam que ele não alcançou o seu
Gostando ou não, precisamos deixar O principal ponto de destaque do objetivo. Não existe nenhuma surpresa no
nossa master com um nível alto; e, sendo processador de masterização FGX da Slate conjunto de parâmetros, mas um recurso,
este o caso, também podemos fazer isso Digital é uma nova abordagem para a que não está imediatamente aparente,
da maneira que cause o menor dano segunda parte do processo. Chamado de é a sua capacidade de agir como auto-
possível. Deixar uma mixagem mais alta Intelligent Transient Preservation, ou ITP, nivelador (auto-leveller): com tempos
envolve resolver contrastes dinâmicos afirma-se que ele deixa o usuário aumentar lentos de attack e release, ele não vai
‘macro’ ou de média a grande escala – o nível médio da mixagem – em outras afetar a dinâmica em uma estrofe ou
como o abismo no nível entre uma estrofe palavras, deixá-la mais alta – sem reduzir refrão, e sim equilibrar de maneira
silenciosa e um refrão pesado, ou entre o impacto e vivacidade de transientes invisível, níveis em uma escala de
uma batida de caixa alta e o espaço depois nela. O FGX foi desenvolvido junto com duração da canção.
dela – e suavizar a ‘micro dinâmica’, os Fabrice Gabriel, o homem por trás do Um toque legal é que quase tudo é
picos momentâneos que muitas vezes são excelente E2 Transienter da Eiosis, que configurável através de uma janela pop-up.
conhecidos como transientes. Os últimos claramente entende ‘um pouquinho’ Então se, por exemplo, você quiser maior
são normalmente resolvidos usando sobre processamento dinâmico! Ele é controle sobre a configuração Ratio e

42 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
quase nunca usar razões baixas de compressão, você pode girar
o dial de 1:1 para 5:1 ou 10:1 em vez do padrão 20:1. Talvez isto
seja uma boa hora para mencionar outro destaque consistente do
FGX: excelente medidor e bastante configurável. Você pode não
só mudar o medidor VU do compressor para mostrar entrada,
saída ou redução de ganho, por exemplo, como também pode
configurar separadamente o conjunto de valores e balística da
agulha em cada caso.
Embora seja legal, a maioria dos usuários vai ver a seção FG
Comp como uma entrada para o prato principal: o processador
FG Level. Como em um limitador de pico comum, o controle
principal é um simples controle de Gain. Mas ele é acompanhado
por algumas funções bem menos familiares, com uma das mais
valiosas sendo acessada por um botãozinho de apertar bem
perto do controle de Gain. O Constant Gain Monitoring, como
o nome sugere, iguala o nível da saída do FGX com o sinal seco,
permitindo comparações A/B precisas, então você pode ouvir
exatamente o que o processamento está fazendo para o seu
sinal. Ele nem sempre acerta igualar o nível, mas ainda é bastante
útil e quisera eu que todos os processadores de masterização
implementassem este recurso. A medição para o processador
FG Level é ainda mais abrangente do que para o compressor:
o enorme gráfico de barras e os VUs duplos são totalmente
configuráveis e você pode mudar entre três configurações de
medições armazenadas diferentes, com um simples clique. E
falando em medições, quando você ativa a seção FG Level,
provavelmente você vai ver o consumo da CPU de sua DAW
aumentar. Ele é um plug-in complexo que exige recursos
parrudos do computador para rodar: nenhum problema em uma
sessão normal de masterização, mas com certeza ele vai dificultar

Lampadinha
sua vida, se você tentar usá-lo no bus da mixagem.
O Slate Digital não é muito esclarecedor sobre exatamente
como a Intelligent Transient Preservation funciona, mas a
documentação sugere que ela de alguma maneira divide
transientes de acordo com a localização deles em uma amplitude
de frequência e customiza uma “curva de saturação” para se
adequar. O controle do usuário sobre o processo é conseguido
através de três diais chamados Lo Punch, Details e Dynamic Mix Master Music
Perception, além de um slider de ‘personalidade’, que configura
as características globais da saturação do transiente e vai de
‘Hard’ até ‘Soft’. Todos os quatro controles são bem nomeados.
O Lo Punch adiciona impacto para as batidas do bumbo e notas “Cara, quando fiquei sabendo que a
do baixo, o Details traz transientes mais agudos, como batidas
Sound on Sound viria para o Brasil com uma
da caixa e attacks de notas do violão, em foco, enquanto que
versão em português, matérias locais, reviews
e até resenhas, pensei comigo, agooooora sim!
Slate Digital FGX US$ 300*
PRÓS Isso quer dizer que além da Sound on Sound
• Capacidade notável de preservar e até realçar transientes na mixagem,
aumentando bastante o volume, se é isso que você quer.
ser super-respeitada mundo afora, agora ela
• Medição com flexibilidade de configuração e muito clara. também será mega-respeitada em PT-BR!!!!
• O monitoramento de ganho constante é muito útil para comparação
do sinal processado e original.
Muito bom!
CONTRAS
• Vai fazer o sua CPU suar.
• Não é adequado para todo material e nem faz um papel perfeito
Parabéns e seja muito bem vinda!”
quando empurrado ao limite.

RESUMO
O FGX da Slate Digital é um processador de masterização notável que
pode deixar masterizações de rock e pop bastante altas, sem alterar o
equilíbrio da mixagem ou perder definição do transiente.
TESTE
S L AT E D I G I TA L F G X

o Dynamic Perception parece projetado


para realçar ou suprimir transientes
independentemente do seu nível na
mixagem, e é particularmente útil para
exibir informações de transientes de nível
baixo sem mudar abertamente o equilíbrio
da mixagem como um todo.
Enquanto isso, o slider de Character
parece ter mais efeito nos transientes
mais altos – em outras palavras, os que
estão na verdade alcançando o threshold
e causando o começo da saturação do
pico. Normalmente o limitador de pico
convencional faz com que eles soem
manchados e fracos quando empurrados
longe demais. Por comparação, o FGX
faz uma trabalho notável de manter
impacto e punch em preenchimentos da
bateria e coisas assim.

O FGX na prática
Se você está acostumado com um limitador
convencional, o Slate FGX pode precisar
de um pouco de familiarização. Como com
limitadores, normalmente você descobre a A interface legal do FGX coloca só os parâmetros
distância a que pode levar o processo para desenterrei três mixagens brutas de um mais importantes na página principal: controles
um dado track empurrando o controle de projeto antigo que consistia de bateria do utilitário e configuração são acessados através
Gain para cima, até que artefatos audíveis de rock, baixo elétrico, violão e vocais, de janelas pop-up
desagradáveis fiquem aparentes, depois e as comparei com o FGX e o limitador
volte um pouco. Aí você pode adotar multibanda L3 da Waves. No primeiro, a Level do FGX simplesmente apresentou
uma abordagem parecida para os diais diferença foi espantosa. Onde abusar do distorção, enquanto que o L3 permitiu
Lo Punch, Details e Dynamic Perception. L3 alterou completamente o equilíbrio um aumento significativo de ganho
Mas a natureza destes artefatos que o FGX da mixagem, empurrando a caixa para com efeitos colaterais mínimos. (Com
produz quando empurrado longe demais, o fundo, puxando o reverb para frente e tais mixagens, alguém pode, é claro,
é muitas vezes bastante diferente do que fazendo coisas desagradáveis à guitarra usar a seção FG Comp para efeito
você obtém com outros processadores de acústica, o FGX mostrou uma capacidade semelhante!) No geral, eu também achei
masterização. Sobre algum material e com assustadora de continuar cada vez mais que o FGX funcionou muito melhor
algumas configurações, a primeira parte alto, sem causar nenhum efeito colateral quando existia um pouco de headroom
feia que você vai notar é uma aspereza em audível em absoluto. no material fonte logo de cara.
notas graves sustentadas, principalmente A segunda das três mixagens foi Nenhum engenheiro de masterização
de baixos. Em outras circunstâncias, os uma questão mais próxima, embora a espera que um processador cuide de
transientes de prato e bateria começam a capacidade do FGX de preservar e, na todo material diferente que passa pela
soar ‘de papel’ e um pouco separados do verdade realçar, o detalhe transiente porta do estúdio, e o FGX não vai mudar
resto da mixagem. entregou o ouro no final. A terceira isso. Porém os estilos de música para
A busca de volume é mais impiedosa mixagem era um caso de swings e baladas. os quais ele tem menos sucesso são,
em rock e metal, e é com este tipo de Com certeza o L3 roubou impacto e punch normalmente, aqueles onde o volume
material que o FGX é mais impressionante. dinâmico da mixagem, principalmente no não é tanto um problema. O FGX é
Ele tem uma capacidade incrível de grave, e quando os dois processadores projetado para quem masteriza rock, pop
preservar e até realçar transientes em foram usados em moderação, o FGX soou ou metal e precisa que fique o mais alto
uma mixagem densa, empurrando-a muito melhor. Mas quando empurrado possível. Todo mundo que faz isso deve
para o tipo de nível RMS que deixaria mais além, o L3 se comportou com muito testar este plug-in, porque ele realmente
outros processadores de masterização mais beleza – eu, na verdade, não me está um passo à frente da concorrência.
ofegantes. Em pelo menos metade dos entusiasmei em ouvir os resultados, mas Não é exagero demais dizer que ouvintes
tracks de teste que eu o coloquei, a eles foram mais agradáveis do que a do futuro, poderão ser capazes de
concorrência comeu poeira, e na maioria distorção áspera que o FGX começou determinar o momento que o FGX foi
dos outros, o FGX foi pelo menos tão bom a apresentar nos vocais e bumbos. Este lançado só de ouvir os CDs que foram
quanto os concorrentes. Por exemplo, eu padrão foi repetido em alguns tracks de feitos antes e depois!
teste que saíram do eixo rock/pop/metal:
Especificações do teste quando a mixagem era dominada por
$ US$ 300*
sons sustentados com bastante grave,
• Laptop Dell XPS 1710 com 4GB de memória W www.slatedigital.com
em vez de por bateria ou outras fontes ! * consulte o box ‘preços referenciais’ na pág. 3
RAM, rodando Windows XP Service Pack 2.
ricas em transientes, o processador FG

44 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
TESTE

Burl B2 Bombers

Conversores A-D e D-A


Será que conversores digitais sempre devem ser ultra transparentes?
A Burl acha que eles devem oferecer um pouco mais de personalidade...

HUGH ROBJOHNS nenhum capacitor no caminho do sinal. Ele jumper interno para configurar a carga de
também usa grandes transformadores impedância do clock e I/O digitais.

A
Burl Audio é uma pequena ‘BX1’ customizados para ajudar a criar a Os controles do painel frontal também
fabricante de áudio profissional, dinâmica e equilíbrio tonal pretendidos. são simples e diretos. No lado esquerdo,
com base em Santa Cruz, na Sendo um conversor de dois canais, o B2 um controle giratório de seis ajustes,
Califórnia, que nasceu das instalações foi projetado principalmente como um determina o nível de entrada, com opções
da Paradise Recording. Basicamente, os aparelho de mixdown e masterização, para configurar o nível de referência
produtos da empresa são projetados em embora ele também possa ser usado digital (ou margem de headroom) para
um estúdio de gravação comercial, por para gravação, é claro. O modelo do -12, -15, -18, -20, -22 e -24 dBFS. Um
engenheiros de gravação profissionais, teste não veio com um manual e também controle giratório adjacente, liga ou
usando circuito patenteado com não tem nenhum atualmente disponível desliga o modo AES3 de cabo duplo. Um
transformadores customizados. Os produtos no site da empresa. grande medidor de gráfico de barras de
iniciais foram os conversores B2 Bomber O painel traseiro deste equipamento de 30 segmentos domina o centro do painel
avaliados aqui, mas agora a linha de 1 unidade de rack, feito em aço, apresenta de controle do conversor, a variação da
produtos se estende aos pré-amplificadores a entrada de energia elétrica padrão medição se estendendo de -72 a 0dBFS,
de microfone formato Lunchbox API – e IEC, alimentando um sistema de energia com expansão de escala considerável nos
muito mais está sendo planejado. adaptável a qualquer parte do globo. limites mais altos (a metade da direita do
Duas saídas AES3 são fornecidas em XLRs, medidor cobre uma variação de 12dB,
Conversor B2 Bomber A-D com provisão para operação de cabo enquanto que a esquerda cobre 60dB). Isto
O design do B2 Bomber A-D coloca duplo/dual-wire (um modo operacional, é útil em um contexto de masterização,
uma ênfase considerável – e de maneira praticamente extinto, para acomodar onde o controle preciso dos níveis de pico
correta, em minha opinião – no design e taxas de samples ‘quádruplas’, mas é importante, mas menos útil em uma
qualidade do caminho do sinal analógico, empregado em alguns sistemas antigos situação de gravação ou mixagem, onde
já que este é o elemento essencial do Pro Tools), junto com uma saída S/ a margem de headroom comum significa
no link entre os mundos analógico e PDIF única em um conector fono RCA. Três que metade da escala está sub-utilizada.
digital e muitas vezes é onde qualidade conectores BNC fornecem uma entrada Mas, de maneira útil, o medidor mostra
e personalidade são perdidos em de word clock externo e saídas duplicadas níveis de pico do sinal como um LED único
conversores de baixo custo. O B2 emprega de clock. Por fim, um par de XLRs aceita variável sobre o bloco sólido de LEDs,
circuito discreto classe A, configurado em entradas analógicas balanceadas de nível representando os níveis médios (RMS).
uma topologia de feedback zero e sem de linha. Parece que existem ligações de Indicadores na seção de medição se

46 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
iluminam para exibir a taxa de samples e valor de 115dB, que é ótimo. O teste Alternativas
o status da ‘trava’ (lock) do clock externo. Windt Hummer não revelou nenhuma O conversor alternativo com som mais
Um pequeno botão preto, aplica um suscetibilidade de loops de terra e o nível próximo ao Bomber que eu consigo lembrar
reset nas luzes que indicam os picos. No de ruído é bastante silencioso e claro. é o encantador Universal Audio 2192, que eu
avaliei recentemente na SOS e que tem uma
lado direito do painel estão mais dois
controles giratórios. O primeiro seleciona
Conversor B2 Bomber D-A personalidade de áudio muito parecida. Mas eu
não me surpreendi em saber que Rich Williams,
o clock interno ou externo, enquanto que O aparelho de parceria do A-D é o homem por trás da Burl, também projetou
o segundo configura a taxa interna de construído de maneira muito parecida e o UA 2192 e descreve os seus conversores
B2, como não poderia ser diferente, como a
samples em todos os padrões entre 44,1 apresenta o mesmo padrão de controles
‘próxima geração’ de conversores
e 192kHz. Uma grande chave preta, liga do painel frontal e conectividade do painel
e desliga o equipamento e completa os traseiro, embora com funções diferentes. O
controles do painel frontal. A construção painel traseiro apresenta a mesma tomada outras posições dando aumentos de 2dB
interna é muito legal, com uma seção de energia elétrica IEC universal, um par no nível do pico. A numeração da escala
de fonte de energia universal OEM da de entradas AES3 em XLRs e uma entrada está indicando headroom acima de um
PowDec no lado direito e uma placa de S/PDIF em um conector fono RCA, um nível de referência nominal de +4dBu (por
circuito grande principal, cobrindo a trio de BNCs fornecendo entrada de word isso a posição de 8dB dando uma saída
maior parte do resto da área de baixo. O clock e saídas duplicadas, além de um par de pico de 8dB acima de +4dBu). A saída
lado digital do circuito usa componentes de XLRs macho para as saídas de nível de máxima deve ser de +22dBu, mas parece
somente de montagem superficial (surface- linha analógicas. existir um pouco de desalinhamento do
mount), enquanto que o lado analógico A construção interna é bastante atenuador na saída mais alta.
usa uma combinação de transistores parecida com a do A-D, com o mesmo O controle giratório adjacente
discretos convencionais e componentes de módulo fonte de energia universal PowDec seleciona a fonte da entrada, com opções
montagem superficial. A fase de entrada e uma grande PCB (placa de circuito para as duas entradas AES3, a entrada
parece ser um arranjo misto, empregando interno) principal. Entradas digitais são S/PDIF, ou os dois conectores AES
um par de amplificadores operacionais tratadas por transceptores AKM 4115, operando em modo dual-wire. A exibição
JFET duais, de ruído ultra baixo, modelo enquanto o conversor D-A é o chip do medidor é idêntica à do conversor
LSK389, junto com uma fase de ganho AKM 4399. As fases analógicas não têm
classe A de seis transistores, e a entrada transformador e empregam um dos
parece saturar de maneira ‘graciosa’, módulos de amplificadores operacionais Burl B2 Bombers
positiva e musicalmente atraente quando separados BOPA1 patenteados da Burl. US$ 2.500* cada
conduzida com níveis altos. Esta ponta do De novo, o circuito é todo classe A, sem
dispositivo também esquenta bastante, e nenhum capacitor no caminho do sinal, e PRÓS
• Conversores de som bastante analógico
uma boa ventilação do rack é desejável. esquenta bastante. Uma boa ventilação
com agudo suave, um ‘grande’ grave e
O conversor A-D é o familiar e bastante sobre o Bomber D-A parece essencial. personalidade musical.
usado, AKM 5394 e as saídas digitais são A construção interna é bastante • Ótima performance de variação dinâmica.
de transmissores Burr Brown DIT4192, por parecida com a do A-D, com o mesmo • A medição enfatiza os 12dB do topo, o que
transformadores de pulso. módulo fonte de energia universal PowDec é ótimo para aplicações de masterização.
• Controles de nível operacional simples.
Meus testes técnicos produziram e uma grande PCB (placa de circuito • Todas as taxas de samples padrão
valores que chegaram bem perto das interno) principal. Entradas digitais são suportadas, de 44,1 a 192kHz.
especificações publicadas. A resposta da tratadas por transceptores AKM 4115, • DAC pode ser usado, de maneira favorável,
frequência ficou, no geral, em ±0,1dB de enquanto o conversor D-A é o chip como o master clock do sistema.
abaixo de 20Hz a abaixo da metade de AKM 4399. As fases analógicas não têm CONTRAS
taxa de samples. Em 44,1kHz, o ponto transformador e empregam um dos • Opções do clock interno do DAC
de -3dB no grave foi 6Hz, subindo para módulos de amplificadores operacionais aumentam o risco de erro do usuário.
cerca de 10Hz para a taxa de samples de separados BOPA1 patenteados da Burl. • Com certeza é inadequado para aplicações
192kHz. O valor THD+N foi de -100dB, De novo, o circuito é todo classe A, sem que exigem conversores transparentes.
• Boa ventilação é necessária, já que os
ou 0,001%, para um nível de entrada nenhum capacitor no caminho do sinal, e
dois aparelhos esquentam de maneira
de +4dBu gerando -12dBFS e com uma esquenta bastante. Uma boa ventilação surpreendente.
disposição harmônica predominantemente sobre o Bomber D-A parece essencial. • A medição enfatiza os 12dB do topo, o que
não é tão bom para gravação.
“Minha impressão predominante sobre os RESUMO
conversores Bomber é que eles realmente soam Os conversores Burl B2 Bomber são
projetados para soar musicais acima de tudo
muito mais ‘analógicos’ do que a maioria.” e têm uma personalidade distintivamente
analógica que colore o som, mas de maneira
geralmente benéfica para muitas aplicações.
de ordem ímpar. De maneira interessante, Os controles do painel frontal começam
A mixagem parece se unir muito bem com
a resposta da fase continuou bastante com o familiar controle giratório de nível estes conversores e acaba soando mais suave,
linear, apesar da presença de um de saída, oferecendo opções de -18 a mais profunda e mais ampla do que qualquer
transformador de entrada – e sem -8dBu. Uma entrada digital de 0dBFS conversor de baixo custo pode conseguir. O
dúvida isto tem um efeito benéfico na gera +21,3dBu na saída analógica quando aparelho D-A perde alguns pontos por causa
das opções incomuns do clock, mas os riscos
personalidade do som. A medição da configurada para a posição de 18dB e são facilmente amenizados.
variação dinâmica AES17 forneceu um +12dBu quando na posição de 8dB, as

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 47
TESTE
BURL B2 BOMBERS

A-D, com a mesma visualização de pico/ livremente em 44,1kHz, a saída do


RMS, variação de escala, indicadores de conversor pode parecer satisfatória Resultados dos testes online
bloqueio (lock) e taxa de samples, além mesmo quando ligada acidentalmente ao Durante o andamento deste teste, Hugh
um botão de reset do pico. O próximo seu clock interno de 44,1kHz. Mas o áudio usou o Audio Precision Analyser para
fazer algumas medições de teste nos
controle girátorio é incomum, porque da fonte vai ser corrompido com cliques
conversores B2. Colocamos os resultados
determina a fonte clock. As opções regulares enquanto os dois clocks entram no site da SOS para todos verem, no
incluem cada uma das entradas digitais, e saem de sincronia, e a audibilidade endereço: www.soundonsound.com/sos/
como esperado, mas adiciona a esta e taxa destes cliques vai depender da nov10/articles/burlb2media.htm.
lista a entrada de clock externo e um natureza do material de áudio e o curso
gerador interno, cuja taxa de samples relativo dos clocks. Infelizmente, não
é determinada com o controle giratório existe nenhum aviso para este simples A, além das excelentes qualidades que
final, de qualquer uma das taxas padrão erro de usuário: nenhuma luz piscando estas tecnologias dão aos transientes. O
entre 44,1 e 192kHz. avisa sobre qualquer ‘escorregão’ lado digital das coisas é bem especificado
Este é um arranjo incomum e deve do clock e não tem nenhum muting e geralmente bem implementado, embora
ser usado com cuidado considerável, automático para clocks desemparelhados. seja difícil negligenciar os riscos de erro
já que configurações inadequadas vão O melhor caso é quando os clocks da de usuário devido às opções incomuns de
danificar bastante o sinal do áudio. A fonte e o interno são desemparelhados clock do conversor D-A.
ideia por trás do recurso, é permitir que (digamos, interno em 44,1kHz e fonte em Minha impressão predominante
o B2 DAC sirva como um master clock, 48kHz), já que isto vai produzir artefatos sobre os conversores Bomber é que eles
configurando-o para rodar no seu clock de aliasing bastante óbvios, mas se realmente soam muito mais ‘analógicos’
interno. As saídas do word-clock do os clocks de fonte e interno estiverem do que a maioria. Estamos falando da
painel traseiro podem ser usadas para correlacionados, o melhor caso seria notar inclusão intencional de alguns artefatos
distribuir este master clock a todos os cliques silenciosos, mas regulares... de distorção sutis e ‘legais’, mas também
outros dispositivos digitais no sistema Quando os arranjos do clock tem alguma coisa mais suave e de som
(ex: a DAW) que operam como ‘escravos’ estão configurados corretamente, mais natural no agudo, enquanto que o
do clock. Nesta configuração, a saída a performance realmente é ótima, grave é controlado de maneira bastante
digital do dispositivo escravo deve estar alcançando um valor de variação dinâmica firme, mas ainda assim muito ‘grande’,
sincronizada com o clock interno do AES17 de 114,5dB, com crosstalk e a frequência média dá a impressão de
DAC e a conversão de alta qualidade melhor do que 103dB e uma resposta de ser um pouco mais expansiva e dinâmica

As duas saídas de word clock do conversor B2 Bomber D-A demonstram que ele pode ser usado como um master clock do sistema

que vai resultar. A vantagem disto é que frequência flat em ±0,1dB de 10Hz até do que o esperado. Nenhuma destas
o chip conversor do DAC está rodando abaixo da metade da taxa de samples. De características sutis foi revelada nos meus
no seu próprio clock interno de cristal novo, existe uma tendência pronunciada testes de medição, mas elas adicionam a
– e bastante estável –, em vez de tentar em direção à distorção harmônica de um estilo muito legal de apresentação que
ficar escravo de um clock embutido ou ordem ímpar, principalmente quando se trata muito bem a natureza ‘estéril’ dos
externo e, como resultado, artefatos força bastante o conversor, mas tudo isto sistemas digitais ultra claros. Conversores
de instabilidade devem ser reduzidos faz parte da personalidade sonora do B2. primeiramente ‘musicais’ em vez de
consideravelmente e a qualidade do ‘transparentes’, eles têm um tipo de
áudio ampliada.
Ouvindo capacidade tipo fita para tratar transientes
Vários DACs comerciais empregam Os conversores Burl B2 Bomber são de maneira bastante agradável, e o poder
técnicas para rodar o conversor de um aparelhos atraentes, bem construídos e de fazer uma mixagem soar mais ‘unida’ de
clock interno estável separado do clock capazes de entregar excelente qualidade uma maneira que eu normalmente associo
embutido da fonte, mas pouquíssimos de som, mas com um acompanhamento a excelentes sistemas analógicos.
fazem isso atuando como o clock master substancial de personalidade analógica.
do sistema, apesar desta ser, na verdade, Realmente, é o design analógico que
uma solução bastante lógica e prática. distancia estes dispositivos, concedendo $ Conversor B2 A-D e conversor D-A US$
2.500* cada.
O lado negativo é o potencial para as sutis, mas muitas vezes bem-vindas,
W www.burlaudio.com
erro do usuário, que é um risco sério. Por colorações sonoras associadas com
! * consulte o box ‘preços referenciais’ na pág. 3
exemplo, com uma fonte trabalhando transformadores e circuito discretos classe

48 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
GREEN VOICE BOX PLATINUM COMPOUNDER ISA430 PRODUCER PACK THE LIQUID CHANNEL

É muito difícil conseguir ajustar o A Focusrite modelou as Como se pode esperar de uma ...a qualidade e variedade de
Voicebox para soar mal. (De fato, características igual as da linha unidade com este pedigree (...) preamps e compressores emulados
para ser cínico por um momento, high-end Red de compressores, esta é uma grande peça de no Liquid Channel é sublime.....
parte da razão da popularidade dos para um som mais suave e claro equipamento de estúdio e a O Liquid Channel é um produto
produtos Focusrite pode ser que os nas mixagens mais complexas. ilustração do por que o analógico fabuloso e único, posso vê-lo
produtores e engenheiros sabem Este parece ser o caso - você tem high end ainda é a escolha do sendo o padrão nas produções de
que é possível ter sons maravilhosos que usar muita compressão antes processamento sério. estúdio tal qual o Lexicon reverb
sem ter que ficar fazendo um que qualquer efeito ruim seja ou um processador Eventide.
Paul White - Novembro 1999
monte de ajustes no estúdio.) evidente.
Hugh Robjohns - Julho 2004
Paul White - Novembro 1996 Paul White - Maio 1999
TESTE

Roland V-Piano
Piano modelado Evolution
O luxuoso V-Piano da
processar o som de alguma maneira, não tem cruzada, em um conceito nota a nota. O
Roland evoluiu, graças mais nada que você possa fazer para mudar V-Piano permite exatamente este tipo de

a uma atualização de a natureza básica dos samples. A afinação


uníssona das cordas é inalterável, assim como
edição detalhada, capacitando o usuário a
criar sons de piano customizados com uma
software grátis... a ressonância da placa de som, aspereza dos individualidade singular. Queira você um
martelos, comprimento da placa de som, os piano de salão rejeitado e com manutenção
materiais com os quais o piano é construído ruim ou um imaculado piano de calda de
NICK MAGNUS e muitos outros fatores que definem a concerto, é possível projetá-lo com o V-Piano.
personalidade do instrumento. Por outro Os modelos de piano no V-Piano são

C
aso não tenha passado o último lado, a modelagem física permite que todos projetados como tipos Vintage ou Vanguard.
ano e meio extraindo dilítio em estes fatores definidores sejam alterados – e Os modelos Vintage representam os pianos
uma galáxia distante, você deve não só globalmente para o piano todo, e sim reconhecidamente reais de dois tipos, feitos
saber que o V-Piano é o piano de palco em muitos casos, como afinação uníssona,
digital carro-chefe da Roland (originalmente aspereza dos martelos e ressonância
revisado na edição de maio de 2009 da
Sound On Sound). Ele também é o primeiro
instrumento do tipo da empresa a gerar
sons de piano inteiramente por modelagem
física, um método que traz várias vantagens
ao recriar o som bastante complexo de um
piano acústico.

A história até agora


Embora a tecnologia moderna de sampling
tenha produzido alguns pianos virtuais e
digitais que soam extremamente bem, eles
são inerentemente limitados pela própria
natureza dos samples. Apesar de soarem
ótimos, basicamente os samples são só
imagens do instrumento sampleado. Fora

Atualização Roland
V-Piano Evolution
PRÓS
• Quatro modelos novos de piano aumentam
a paleta de sons do V-Piano.
• O modelo Vertical é uma adição
particularmente bem-vinda.

CONTRAS
• Modelos representando outros membros
da família de teclados seriam um
significativo passo à frente.
• O próprio V-Piano ainda é caro.

RESUMO
A primeira atualização do V-Piano adiciona
quatro novos modelos de piano à coleção
oferecida por este excelente instrumento.
Embora talvez não sejam radicalmente
diferentes dos modelos originais, eles são um
indicador promissor de coisas por vir.

50 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
de materiais padrão. Vintage 1 (o modelo vários arquivos que precisam ser copiados Alternativas
‘americano’) é o mais brilhante e mais na raiz de um drive USB. A instalação é um O software Pianoteq da Modartt continua
encorpado dos dois, enquanto que o Vintage processo de duas partes: primeiro, o V-Piano sendo a única alternativa de modelagem
2 é o modelo ‘europeu’ tendo um tom lê os arquivos do drive USB inserido na sua puramente física ao V-Piano, com um
programa de desenvolvimento contínuo
mais leve e mais harmonioso. Os modelos conexão traseira e depois uma segunda
comparável ao Evolution. O equivalente com
Vanguard são as criações ‘não reais’ da leitura é feita através do conector USB do base em samples mais próximo ao conceito
Roland, usando materiais não-convencionais painel frontal. O processo todo demora uns do Evolution é o Stage Piano da Nord, no
como cordas inteiras de prata, placas de som 15 minutos para ser concluído. O software qual o usuário tem acesso a uma biblioteca
crescente, que pode ser baixada, de pianos
de vidro, cordas triplas no instrumento todo e V-Piano Editor também precisa ser atualizado alternativos que podem ser instalados na seu
outras variações exóticas. para a versão 1.1 para ser compatível ao flash ROM para suplementar ou substituir os
Evolution. Eu esperava que tivesse algumas instalados originalmente. Em algum ponto
E o Darwin-ador é... mudanças ou acréscimos no software editor, entre eles, está o próprio mecanismo de
som de piano Supernatural da Roland, que é
Como Charles Darwin talvez tenha dito (mas mas parece que ele tem as mesmas funções um misto de sampling e modelagem, como
possivelmente não disse), ‘a diversidade da versão 1.0. Depois de instalado, o V-Piano encontrado no teclado RD700NX.
é o progresso’ – e para o progresso, as ganha quatro modelos novos, ocupando os
coisas precisam evoluir. Por isso a jogada da Presets 25 a 28. Fora isso, todas as funções
Conclusão
Roland em apresentar a primeira atualização do V-Piano continuam iguais.
do V-Piano, junto com um re-branding. Em termos de uso estritamente em estúdio,
Conheça o V-Piano Evolution. A atualização
Os modelos novos o V-Piano encara uma forte concorrência do
Evolution é um download grátis no site Vertical (Pianino): Este modelo tem uma software Pianoteq da Modartt, não só por causa
da Roland. O próprio instalador contém personalidade distinta com um tom da enorme diferença de preço, já que o preço
quente, uma sugestão de ambiência de de mercado do V-Piano é de aproximadamente
sala e uma qualidade sutil de afinação. R$ 15,999. Em termos de evolução, o Pianoteq
No seu estado padrão, ele soa como progrediu rapidamente, oferecendo muitos
um pianino bastante caro e com boa instrumentos modelados diferentes de teclado
manutenção – talvez um pouco perfeito (ou, de maneira mais precisa, instrumentos
demais. Mas ao usar o editor para baseados em formato de teclado com uma
desenhar uma curva de afinação escala cromática) como vibrafones, marimbas,
uníssona aleatória no teclado, teclados eletromecânicos e cravo.
geralmente aumentando Demorou um pouco para a Roland lançar
os vários parâmetros de a primeira atualização do V-Piano; mesmo
ressonância, diminuindo o assim, é encorajador ver que existe um
tempo de decay das cordas desenvolvimento ativo acontecendo. Fora os
e ajustando a cor do tom, é modelos de teclado, existem outras áreas que
possível criar um pianino antigo o V-Piano pode tratar no futuro – por exemplo,
‘básico’ crível, que talvez enfeite a sala os modelos do V-Piano são todos muito ‘secos’
de estar de muitas casas. e ‘próximos’ no quesito microfonação. As
V1 Impactance: Baseado no modelo posições variáveis do microfone virtual dariam
Vintage 1, esta variação tem martelos mais ainda mais controle tonal, além de aplicar um
pesados (o que aparentemente aumenta sentido de ambiência e perspectiva do ouvinte,
o peso percebido em 50 gramas virtuais), que nunca é tão eficaz usando só reverb.
para proporcionar um som de percussão Em termos de performance ao vivo, o
mais adequado para estilos como Latin, V-Piano ainda é a única opção para um piano
onde o piano precisa se sobressair na hardware fisicamente modelado – embora o
mixagem de maneira incisiva. seu preço de equipamento ‘high-end’ com
Triple Large: Um dos dois modelos certeza faça das alternativas sampleadas
‘Vanguard’ novos, ele combina cordas consideravelmente mais baratas, uma opção
triplas no conjunto todo com um corpo mais viável para muitas pessoas. É possível
de piano estendido extra-grande. Ele que a Roland esteja adotando uma postura
tem um tom mais dark e um pouco ‘puramente de piano’ para o V-Piano,
mais alto do que o modelo All Triple, produzindo modelos novos construídos neste
com um grave muito poderoso e uma conceito básico. Mesmo assim, acompanhar
sustentação excepcionalmente longa. sempre as mudanças da concorrência, pode ser
Metallic SB: Este modelo o único caminho para aumentar a quantidade
Vanguard é baseado no modelo de futuros compradores. Vamos esperar que o
All Silver e apresenta “uma próprio programa Evolution evolua, trazendo
nova placa de som virtual feita de uma diversidade ainda maior a este ótimo
placas de metal fino no meio de placas de instrumento musical.
madeira fina”, dando ainda mais detalhe
harmônico agudo ao tom já brilhante $ Atualização Grátis
do modelo Silver. Isto é especialmente T Roland (11)3087-7723
W www.roland.com.br
percebido na frequência grave.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 51
TESTE

Lexicon LXP
Duas da opções de tela de real-time em ação:
O plug-in Plate, à esquerda, está mostrando o
simples gráfico de frequência, enquanto que o
Chamber, à direita, apresenta a ‘waterfall’ 3D.

Native Reverb
entradas, em comparação com as mais de
900 do PCM Native Reverb. O LXP Native
Reverb ainda é autorizado por chave iLok
e suporta VST, RTAS e Audio Units em
Windows e Mac OS. Os quatro algoritmos
são, como os do pacote PCM, fornecidos
Plug-in de reverb para Mac e PC como plug-ins separados, o que é chato,
caso você queira testar reverbs diferentes.
O pacote PCM Native Reverb, carro-chefe da Lexicon, Em ação
é um sonho de consumo, mas também é caro. A A interface de usuário do LXP tem uma
aparência bem diferente da do PCM, mas
versão reduzida LXP Native Reverb, oferece uma reúne os mesmos princípios de design. Assim,
alternativa mais acessível, porém ainda poderosa. como exemplo, ainda existe uma Soft Row
de controles selecionáveis que exibe os seus
parâmetros mais usados, juntos para edição,
SAM INGLIS tivesse uma chave iLok, um ‘hospedeiro’ mas eles são apresentados como botões
de plug-ins adequado e £1174 no banco. em vez dos sliders do PCM, e existem só
Provavelmente, este último recurso seis em vez dos nove do PCM. Os controles

M
uitos dos fabricantes ainda seria um ponto complicado para da Soft Row são escolhidos de um total
estabelecidos de hardware muitos donos de Home Studios, então de 27 parâmetros cobrindo todas as fases
de processamento e efeitos a Lexicon seguiu com o lançamento do comuns de geração de reverb, de pré-delay
digitais foram cautelosos em deixar seus seu carro-chefe com pacote reduzido, a equilíbrio master dry/wet e incluindo os
algoritmos disponíveis no formato plug-in; mais acessível, avaliado aqui. O LXP parâmetros essenciais de modulação Spin
e mesmo quando seguiram nesta linha, Native Reverb apresenta quatro dos sete e Wander. É o suficiente para dar a você
muitas empresas, como a Eventide, ficaram algoritmos do seu irmão: você tem os controle genuíno sobre a forma do reverb,
com o protocolo high end TDM do Pro básicos Hall, Plate, Room e Chamber e sem se perder na edição e, é claro, você
Tools, em vez de criar plug-ins RTAS ou fica sem os Vintage Plate, Random Hall e sempre tem a opção de usar outros plug-ins
VST nativos. Então quando a Lexicon Concert Hall. Também faltam alguns outros como equalizadores e de-essers junto com
lançou o seu pacote PCM Native Reverb recursos, como os modos de tempo e estes. O visual apresenta uma exibição gráfica
no começo deste ano, ele representou uma contratempo, controle sobre tamanho da animada, que pode mostrar um gráfico estilo
grande mudança de política, que foi muito ‘cauda’ e a liberdade total para equalizar
bem recebida por donos de estúdios. Os reflexões iniciais e finais de maneira Especificações do teste
algoritmos clássicos de reverb que antes independente. A biblioteca de presets
• Laptop Dell Inspiron com CPU de 2GHz e 4GB
eram limitados aos hardwares, agora também é proporcionalmente menor,
de memória RAM, rodando Windows XP SP2.
estavam abertos para qualquer pessoa que hospedando modestas 200 e poucas

52 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
na maneira com que os reverbs de convolução você precise de plate e springs autenticamente
Lexicon LXP podem ser reais, mas tem uma sonoridade e retrôs. Do ponto de visa sonoro, é um enorme
espessura que não estamos acostumados a passo à frente dos reverbs que vem no pacote
Native Reverb US$ 660* ouvir no domínio do plug-in. Em uma ponta com as DAWs, e uma melhoria notável sobre
PRÓS da escala, você pode criar pequenas salas todos os outros reverbs nativos de não-
• Fácil de usar. ladrilhadas que proporcionam repetição convolução que eu já testei até hoje.
• Mantém o som essencial da Lexicon – o que brilhante com uma amplitude consistente; na Uma limitação é que, apesar de o LXP
significa que ele é ótimo!
outra, os saguões são incrivelmente generosos Native Reverb representar o produto ‘lite’
• Versátil o suficiente para praticamente todas
as tarefas de produção de rock e pop. e quentes. No meio, as câmaras são retrô de no conjunto da Lexicon, ele ainda é duas
maneira atraente, mas nem um pouco lo-fi. vezes mais caro do que as versões completas
CONTRAS
• Talvez menos útil fora da esfera de rock e pop.
• Pode ser uma versão menor, mas ainda é caro. “Para produção básica de rock e pop, o
RESUMO LXP vai cobrir todas as suas áreas, a não
O LXP Native Reverb fornece uma maneira
vantajosa de conseguir todo aquele som da ser que você precise de plates e springs
Lexicon que a maioria dos produtores de rock
e pop provavelmente vai precisar – se eles autenticamente retrôs.”
puderem se dar a esse luxo.

Por fim, existem outros plug-ins de reverb do Oxford Reverb da Sonnox, o Breverb
‘cascata’ 3D, uma leitura estilo FFT mais que soam de maneira mais convincente como da Overloud, o Variverb Pro da Magix e o
simples ou uma forma de onda variável. um plate real, do que o LXP Plate – o Plate Aether da 2CAudio, para citar só alguns dos
A Lexicon já lançou ofertas de custo mais 140 da Universal Audio me vem à cabeça – possíveis rivais. Com certeza a Lexicon vai
baixo antes, tanto no campo do hardware mas esta não é realmente a questão: muitas argumentar que o LXP é duas vezes melhor
quanto em coisas como o plug-in Pantheon vezes o algoritmo da Lexicon vai ser o mais que estes concorrentes, e eu não discordo
junto com algumas versões do Sonar da útil especialmente porque ele não tem os desta afirmação, mas a verdade é que US$
Cakewalk. Embora útil, muitas vezes eles mesmos defeitos sonoros do verdadeiro. 660 vai ser uma despesa que muitos donos de
foram severamente comprometidos em home studios simplesmente não podem gastar.
comparação com o hardware PCM de ‘força
Redução do tamanho Parece que, embora o som da Lexicon ainda
total’. Comparando, eu acho que o conjunto No geral, eu acho que a Lexicon fez um ótimo seja o padrão a ser batido, ele é destinado a
de recursos no LXP Native Reverb é muito trabalho em criar um produto reduzido que permanecer como um luxo que nem todos
bem construído, o deixando flexível o vai mesmo assim satisfazer as necessidades da podem se permitir.
suficiente para a maior parte da produção de maioria das pessoas. Qualquer um engajado
rock e pop sem sufocar o usuário novo com em design de som sério, trabalho de filme ou
parâmetros intermináveis. TV ou gravação clássica high-end, vai apreciar $ US$ 660*
T Selenium by Harman (51) 3479-4000
De maneira mais importante, com certeza os algoritmos adicionais e controles disponíveis
W www.selenium.com.br
o LXP Native Reverb possui ‘o’ som da no PCM Native Reverb completo, mas para W www.lexiconpro.com
Lexicon que nós, pobres usuários de plug-ins, produção básica de rock e pop, o LXP vai cobrir ! * consulte o box ‘preços referenciais’ na pág. 3
perdemos durante tantos anos. Ele não é real todas as suas necessidades, a não ser que

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w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 53
TESTE

Audio-Technica
AT4050 ST
Microfone condensador estéreo
Existe mais nesta variação do microfone carro-
chefe da Audio-Technica, do que a simples
adição de uma segunda cápsula...
HUGH ROBJOHNS Visão geral
O AT4050 ganhou um forte grupo de

A
série 4000 da Audio-Technica é a linha seguidores entusiasmados. Os seus
mais importante de microfones de três padrões polares comutáveis, alta
estúdio da empresa e existem duas capacidade SPL, saída sem transformador
novas adições a este conjunto, ambas sendo e personalidade de som cheio, porém
variações de designs existentes. O AT4047MP nítido, o tornaram um microfone confiável
é uma versão multipadrão comutável do e versátil, bastante popular, que dá bons
microfone 4047SV, cardióide fixo, que ganhou resultados a partir de uma grande variedade
uma forte reputação, predominantemente de fontes. A nova versão do AT4050 ST
como microfone de voz, embora ele funcione aumenta as virtudes do modelo original
bem em uma grande variedade de fontes adicionando uma segunda cápsula no
musicais; e o AT4050 ST é uma versão estéreo mesmo corpo, junto com os recursos para
do AT4050, carro-chefe da empresa. Em breve fornecer uma saída estéreo.
eu vou avaliar o AT4047 MP nestas páginas, O AT4050 ST permanece como um
mas primeiro eu resolvi dar uma olhada mais microfone capacitor de configuração side-
de perto no AT4050 ST. address, mas a cápsula original
de diafragma duplo virada
Audio-Technica para frente foi configurada
como um cardióide fixo,
AT4050 ST R$ 8.500 enquanto que uma segunda
PRÓS cápsula de diafragma duplo foi
• A conveniência do estéreo coincidente montada sobre ela virada para o
preciso de um único corpo de microfone lado, e é conectada para fornecer
de configuração side-address.
um padrão polar figura de oito no arranjo
• Saídas Mid/Side diretas e a escolha
de duas opções estéreo decodificadas Mid/Side padrão. O circuito interno faz
esquerda-direita. a decodificação matriz necessária para
produzir uma saída estéreo direita-esquerda
CONTRAS
convencional através de um conector XLR
• A ‘codificação’ colorida do cabo não é intuitiva.
• O modo estéreo de 90º tem um nível de ruído
de cinco pinos, e uma chave seleciona
um pouco mais alto do que outros modos. os ângulos estéreo permitidos de 90º ou
• O equilíbrio tonal é notavelmente fraco 127º, ou fornece saídas Mid/Side não-
com arranjos distantes. decodificadas diretamente. No modo de 90º,
RESUMO uma fonte 30º à direita do eixo do centro
Baseando-se no sucesso sonoro do do microfone vai aparecer cerca de um ¼
AT4050, a nova versão ST aumenta suas na direita do centro na imagem estéreo,
capacidades radicalmente, com modestos enquanto que mudar para o modo de 127º
comprometimentos de performance, vai reproduzir a mesma fonte mais perto,
para dar um palco sonoro estéreo
para ¾ na direita da imagem.
impressionantemente detalhado a partir
de um único corpo de microfone de O AT4050 ST tem um acabamento preto
configuração side-address. fosco e vem com o shockmount AT8449
e adaptador de suporte, uma proteção

54 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
contra poeira para o microfone e um case presença (pico) relativamente identificada,
para transporte revestido de espuma. Ele de cerca de 6dB, aumentando para cerca
também vem com um cabo de cinco metros de 12kHz antes de diminuir rapidamente.
terminando em dois XLRs de três pinos,
que são coloridos em cinza e vermelho
Em uso
para esquerda e direita (ou Mid e Side), Em uso, eu achei que o 4050 ST é um
respectivamente. As duas cápsulas são tipos microfone com um bom som, mas detectei
polarizados DC, precisando de 3,2mA de cada um grave um pouquinho ‘magro’ e uma
canal de uma fonte de phantom power padrão certa ‘fúria’ nos agudos. O motivo básico
– e os dois canais precisam receber energia. para o grave menos encorpado é que,
O microfone pesa 517g, o que é só como um microfone estéreo, ele costuma
sete gramas a mais do que a versão mono ser colocado muito mais longe da fonte

“O alinhamento de cápsula próxima proporciona


imagens estéreo extremamente precisas e o corpo
relativamente compacto facilita o posicionamento.”
padrão, e mede 193mm de comprimento do que acontece com um microfone mono
por 53mm no diâmetro máximo do corpo. focado, e o efeito de proximidade reduzido,
Ele é apenas 5mm mais comprido do combinado com as leis da acústica, significa
que a versão padrão. Chaves de slide, que ele tende a fornecer um som com
montadas em série ao redor da base do uma personalidade mais ‘magra’ do que
corpo, fornecem a mudança de modos, normalmente pode ser esperado. Embora
pad de 10dB e funções de redução de um pouco de equalização moderada
80Hz e 12dB/oitava. tipo shelf nos graves tenha corrigido o
A sensibilidade varia com o modo da problema, eu ainda preferia uma resposta
saída, de 7,9mV/Pa nominais no modo grave mais cheia no geral. A maior presença
estéreo de 90º para 8,9mV/Pa nos agudos, funciona para adicionar clareza
quando mudado para 127º e vivacidade na maioria dos casos, mas
também pode fazer fontes naturalmente
brilhantes soar um pouco estridentes em
algumas situações – e, sendo um microfone
estéreo, nem sempre é possível incliná-lo
para trás ou virá-lo um pouco para tentar
e 15,8mV/Pa para suavizar o som, como é possível fazer com A chavinha encaixada na parte de baixo do
ambas as saídas diretas microfones mono. É claro, se você procura AT4050 ST permite a você escolher entre as três
configurações estéreo diferentes do microfone.
Mid e Side. O ‘auto-ruído’ varia flexibilidade, vale a pena destacar que você
de maneira parecida, dependendo pode optar usá-lo como um microfone
do modo, de 24dB(A) para o estéreo de mono, e ele é muito eficiente neste papel as saídas Mid/Side, que permitem excelente
90º para 16dB(A) para o estéreo de 127º e – embora seja importante ressaltar que versatilidade na pós-produção, para ajuste
15/17dB(A) para as saídas Mid/Side diretas. o microfone precisa de fornecimento de fino de imagem e amplitude estéreo. Em
Portanto, a variação dinâmica é da ordem energia nos dois ‘lados’ para funcionar. Os um quarteto de cordas, eu o achei um
de 134dB para as saídas Mid/Side diretas, modos estéreo internamente organizados, pouco brilhante demais, mas a imagem foi
caindo para cerca de 124dB para as saídas funcionam conforme esperado e, embora impressionante.
estéreo de 90º. A resposta da frequência o modo de 90º aparentemente tenha mais
geral é bastante flat para fontes cerca de ruído na teoria, o fato de ele normalmente
Conclusões
30cm distantes, de 20Hz até cerca de 3kHz. ser usado com uma posição de fonte mais O AT4050 ST oferece excelente imagem
Acima disso está um relativo aumento de próxima (para manter uma imagem estéreo estéreo e é uma adição bem-vinda à
completa) costuma neutralizar o efeito. serie 4000 da Audio Technica. Embora
Alternativas Mas eu usei o microfone principalmente baseado no AT4050 original, o 4050 ST
A maioria dos grandes fabricantes de no seu modo Mid/Side direto, que deu tem características um pouco diferentes e
microfones tem um modelo estéreo Mid/Side
uma performance bastante respeitável. vai ser inevitavelmente usado de maneiras
em sua linha, mas muitos são planejados para
aplicações de broadcast em vez de música. O alinhamento de cápsula próxima, diferentes – então o 4050 original ainda
Modelos possivelmente comparáveis podem proporciona imagens estéreo extremamente tem um papel e vai, sem dúvida, manter
ser o C522MS e C426B da AKG, MC742 e precisas e o corpo, relativamente compacto, seus ‘discípulos’.
MC833 da Beyerdynamic, SM69fet e USM69i
da Neumann, MS2CL e DS60 da Pearl e VP88
facilita o posicionamento. Ele funcionou
da Shure. Alguns deles têm cápsulas Mid e particularmente bem como overhead de $ Aproximadamente R$ 8.500
Side fixas, enquanto que outros têm cápsulas bateria e em cima de percussões afinadas T AMI Music (11) 4702-0177
giratórias com padrões polares ajustáveis – E ami@amimusic.com.br
como vibrafones e xilofones. Sua natureza
que claramente permitem mais flexibilidade, W www.amimusic.com.br
mas são mais caros. compacta também o tornou útil para tracks
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de violão estéreo, particularmente ao usar

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 55
TESTE

EastWest
DAVE STEWART

E
mbora alguns teimosos ainda
lamentem o dia em que os sons

The Dark Side


metálicos limpos e ‘saudáveis’ do
rock & roll dos anos 1950 deram lugar ao
rugido ensurdecedor do conjunto Marshall
de 100 watts, a maioria de nós concorda
que distorção extrema pode ter um efeito
estimulante em instrumentos. Nós temos
curtido o barulho virtuoso de guitarras
maciçamente saturadas desde que o Biblioteca de samples
primeiro deus da guitarra dos anos 1960
pisou no seu pedal fuzz; baixos e órgãos
tinham fuzz parecido nos anos 1970 e, com
o tempo, baterias e vocais receberam o
mesmo tratamento, graças ao movimento
‘industrial’ influente e as ações que ele
gerou. Como consequência de tudo
isso, no rock e no pop, a distorção é um
sinônimo de Poder.
O The Dark Side da EastWest leva a
ideia à sua conclusão lógica. Praticamente
tudo nele é distorcido, bagunçado ou
bastante processado de alguma maneira,
ao ponto em que, se um dos seus
instrumentos soar normal, você vai achar
que tem alguma coisa errada. A biblioteca
foi co-produzida por Doug Rogers da
EastWest e David Fridmann, ex-baixista
da Mercury Rev e principal produtor do
rock alternativo nos EUA. Com uma lista
de créditos variando de Flaming Lips a
MGMT, o engenhoso Fridmann parece
ter o jeito do explorador sortudo de

EastWest
The Dark Side R$ 999 Distorção, sujeira, imundice e muita firmeza na
PRÓS nova biblioteca da EastWest. Com luvas de borracha
• Uma coleção totalmente agradável de
instrumentos bastante processados e à postos, vamos à procura do esplendor na sujeira.
efeitos feitos por um mestre da distorção.
• Estranho, no bom sentido. Gold Rush (“Em Busca do Ouro”) para os problemas do driver de iLok PACE que
• Baixos e baterias incrivelmente poderosos. encontrar metal precioso no lodo – muitos antes restringiam a operação do Mac de
• Reflete algumas tendências experimentais álbuns que ele produziu nos últimos 13 64 bits foram resolvidos antes de você ler
bem-vindas na produção moderna.
anos ganharam disco de platina, ouro esta matéria, deixando o Play, totalmente
CONTRAS ou prata nos EUA e no Reino Unido, um de 64 bits, tanto em plataformas Mac
• Muitos samples são distorcidos – não, recorde interessante para um músico quanto Windows. (Para mais informações
espere aí, isso é intencional! modesto e despretensioso que diz que a sobre o Play, acesse os sites www.
• Com esta biblioteca, você gasta metade sua principal intenção no estúdio é ajudar soundonsound.com/sos/mar08/articles/
do tempo imaginando se os seus alto-
falantes queimaram. os outros a alcançar seu objetivo. ewfabfourministryofrock.htm e http://www.
soundonsound.com/sos/sep10/articles/ewql
RESUMO Pronto para tocar? hollywood strings.htm.)
Se você acha que a sua música está limpa The Dark Side é formatado para o A biblioteca de 37,4GB demora algumas
demais, adicionar algum sample sombrio e
mecanismo de som Play, patenteado da horas para instalar. Notando a aparência
sujo desta biblioteca dá a ela um ‘fator sujeira’.
Imprevisível, peculiar e inspirador, o The Dark EastWest; versões de 32 e 64 bits dele assustadora tipo Jogos Mortais da interface
Side tem muito a oferecer a programadores, são incluídas com a biblioteca. Não existe de usuário, eu estava preocupado que
produtores, músicos e compositores nenhuma diferença no som entre as duas a autorização pudesse exigir soltar uma
experimentais (ou só intelectuais), e seus versões, mas a segunda pode acessar chavinha que alguma mente diabólica
baixos e baterias notavelmente pesados vão
ter um grande atrativo.
quantidades muito maiores de memória tinha implantado cirurgicamente atrás
RAM. De acordo com o chefe da EastWest, do meu globo ocular, mas na verdade é

56 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
TESTE
EASTWEST THE DARK SIDE

um procedimento online direto e indolor balada pop ou até um


que pede um número serial e depois contexto de jazz e o agudo
deposita uma licença na sua chave de eletrônico processado
segurança iLok (que você precisa comprar de ‘Underground’ pode
separadamente). Antes de testar, eu baixei encontrar um lar na dance
a versão 2.0.21 do Play, que funcionou music experimental.
sem nenhum problema para mim, tanto No kit, nomeado
autônomo quanto como plug-in VST. de maneira adequada
de ‘Demolition’, o
A sujeira e a fúria processamento rasgou
Seis meses antes da BP começar sua totalmente o bumbo
operação de limpeza no Golfo do México, e tom-tons, enquanto
os produtores estavam alegremente que de alguma maneira
jogando sujeira em cima de tudo no Tarbox deixando a caixa e chimbais
Road Studios do Dave Fridmann perto de soando apenas roucos.
Fredonia, NY. Os kits no The Dark Side Algumas caixas também
têm o tratamento completo e desinibido têm pitch baixo demais Alguns dos stomp boxes e processadores usados na gravação dos
de Fridmann: ‘Bone Crunch’ compreende para o meu gosto (é uma instrumentos do The Dark Side
uma das baterias mais pesadas que eu já coisa americana); você pode
ouvi, tom-tons que gemem com poder e aumentá-las um pouco (ou bastante) sintético do que o boom agressivo de
uma seleção de pratos de ataque abafados usando pitch-bend, que nesta biblioteca zumbido do ano passado.
para modulações rítmicas de staccato tem o padrão de uma oitava, em vez dos As guitarras do The Dark Side variam
capturado. ‘Verb Kit Morpher’ dá a você dois semitons padrão. Outro recurso útil de completamente destruídas a espectrais.
o som autêntico de um baterista de rock é o filtro embutido em todos os patches, O ‘Dirt Boy Guitar’ me levou de volta a
pesado fazendo a passagem de som em permitindo que o seu timbre seja suavizado experimentações juvenis inebriantes com
um auditório vazio, apresentando uma ou ‘turvado’, simplesmente empurrando a fuzz boxes de £15* – mas apesar de a sua
caixa realmente barulhenta e algumas roda da modulação (mod wheel). variação grave estendida ser bastante
batidas estrondosas de prato de ataque poderosa, o seu tom brutal e raivoso e
com bumbo. A combinação de ambiência
Eu tenho um fuzz box e vou attack dissonante não vão atrair todo
da sala, compressão pesada e (pouca) usá-lo mundo. Estridente de maneira parecida, o
distorção controlada faz esta bateria soar A distorção, marca registrada de Fridmann, ‘Organic Guitar’ oferece uma boa opção
enorme. é aplicada livremente aos baixos e de ‘glissando’ incorporando curvas de tons
O ‘Arena Kit’ cheio de reverb deve o seu guitarras da biblioteca. A turbulenta para cima. Você pode usar o ‘Distorted
som de estádio a um dos novos presetes batida de cone de alto-falante do Lead’ para criam refrões de guitarra tipo
de reverb de convolução da Acousticas, ‘Distorted Attack Bass’ lembra a época Brian May; um toque legal de programação
inclusos na biblioteca. Nem todos os kits antiga do punk no Reino Unido, mas o tem suas notas mais silenciosas mudando
são voltados para o rock: O ‘Dark Dirt’ (do seu extraordinário tom maníaco, deixa os para um vibrato pesado quando você tocar
qual o bumbo muda perfeitamente de sons do baixo daquela época parecerem mais alto. Em uma veia mais assustadora,
batidas secas e silenciosas para enormes, polidos em comparação. Se você estiver
estrondosas e de ambiente alto) pode procurando alguma coisa um pouco mais Alternativas
ser um bom ponto de partida para um em ordem, o ‘Slightly Dirty Bass’ mais Poucas bibliotecas competem com o conjunto
track de trip-hop, o kit relativamente restrito tem um conjunto de keyswitches do The Dark Side, se é que existe alguma.
limpo ‘Slamming’ funciona em uma que deixam você especificar em qual corda A maioria dos títulos oferecendo material
processado e distorcido são produtos
as notas vão ser tocadas, enquanto que baseados em loop visando diretamente a
o ‘Relatively Clean Bass’ tem a opção de
Exigência de sistema: slides de semitom curto para cima e para
pista de dança, e assim carecem do extremo
amplamente experimental. Os ‘kits de glitch’
eletrônicos no Konkrete da Soniccouture e
O The Dark Side roda em PC e Mac baixo para uma nota alvo (mas infelizmente
Transmission X da Sample Magic (o segundo
como instrumento de plug-in e autônomo nenhum slide de comprimento total). criado pelo veterano músico de sintetizador
e precisa de 40GB de espaço livre de De vez em quando, o processamento do Reino Unido, Ian Boddy) cobrem um
disco e uma chave de segurança iLok encobre completamente a fonte de território parecido com um pouco da sua
(disponível na EastWest). Você vai percussão processada, e os samples de
som original: ‘Fuzz Bass’ pode ser um
precisar de pelo menos 2GB de memória bateria estafados da empresa italiana
RAM, um processador de 2.1GHz ou sintetizador afinado em oitavas, e o MoreVoX alcançam o mesmo território
mais rápido e um HD de 7200rpm. Quem efeito Vocaloid de zumbido, ouvido em dos kits maciçamente distorcidos do Dave
tem PC precisa de um processador Intel ‘Radioactive’ também sugere que a fonte Fridmann. Embora lançamentos ‘cinemáticos’
contemporâneos como Morphestra, Dark
Core 2 Duo ou AMD Dual Core, uma original era um teclado, em vez de um
Skies e Deep Impact apresentem o tipo de
placa de som ASIO e Windows XP SP2, baixo. Embora existam vários timbres com texturas de design de som encontrado no
Vista ou Windows 7, enquanto quem boas possibilidades de uso nesta seção, eu The Dark Side, nenhuma biblioteca contém
tem Mac precisa de um processador uma coleção tão grande de instrumentos
senti falta do som de baixo de fuzz clássico
Intel Core 2 Duo com Mac OSX 10.5 processados. Portanto, não existe nenhuma
(Leopard) ou mais novo. Para ótima dos anos 1970, melhor exemplificado por alternativa real, mas os volumes Distorted
performance, a EastWest recomenda Hugh Hopper da Soft Machines; o ‘Bass Reality da Spectrasonics chega perto no
4GB de memória RAM e um processador Hemorrhage’ chega o mais perto, mas conceito e estilo geral.
de 2,66GHz (ou mais rápido). para os meus ouvidos o seu timbre é mais

58 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
o ‘Ghost Guitar’ lida com os restos
devastados do que pode uma vez ter sido The Dark Side: uma visão geral
uma guitarra voltando para nos assombrar, O The Dark Side divide seus instrumentos em Fridmann na sua entrevista na SOS de março
enquanto que o tom desincorporado e sete categorias: Drums, Basses, Guitars, Keys de 2010: “Todo equipamento que eu tenho,
eco de repetição galopante do ‘Guitars & Strings, Ethnic & Choirs, Misc & Perc e não importa o quanto ele possa ser legal e puro,
on Mars’ é ideal para uma versão cover Instruments With Effects (ou seja, versões eu descobri como estragá-lo.” A distorção
psicodélica de ‘Ghost Riders In The Sky’. com efeitos de instrumentos selecionados onipresente foi criada principalmente por
das outras categorias). O co-produtor Doug pedais de efeitos e outros periféricos, incluindo
Não é preciso dizer que a biblioteca
Rogers lembra que mais de 10 baterias um raro equipamento valvulado vintage que
não contém nenhuma opção de guitarra de diferentes foram usadas. Fridmann e Rogers colecionaram ao longo
fácil audição, e na minha opinião o Ministry O processamento usado nesta biblioteca dos anos. Plug-ins de software também foram
Of Rock da Quantum Leap é uma aposta dá um testemunho à afirmação do Dave usados em certos instrumentos.
melhor para sons de guitarra de metal
contemporâneos. Mas se você tiver uma der um ferro de solda ao seu irmão de 10 uma cítara decidida de uma dinâmica é
propensão a instrumentos processados anos e pedir que ele faça um serviço não- apresentada em versões distorcida e limpa.
fortes, de som estranho com uma atitude convencional no seu órgão vintage Farfisa. Aparentemente deslocado, mas muito bem-
de left-field de propósito, estas guitarras Uma seleção de sons antigamente vindo mesmo assim, um excelente patch
vão lhe deixar satisfeito. puros das bibliotecas de coral e orquestra de bateria de tabla oferece um grande
da EastWest/Quantum Leap agora foi menu de batidas claras tocadas de maneira
Investigação da cena do crime intencionalmente transformada em linda. Outros destaques de percussão
A coleção de sintetizadores, órgãos e paródias medonhas tipo Sr. Hyde de si incluem ‘Perc Sci-Fi’ (samples Hang-drum
pianos do Dave Fridmann também foi mesma: ‘Chorus Strings’ soa como um emprestados do Stormdrum 2 da Quantum
passada pelo espremedor sonoro Tarbox. coral de trilha sonora de um filme dos Leap) e ‘Timp Explosion’, que soa como
O iconoclasta barulhento e distorcido do anos 1930 ouvido em um rádio defeituoso, uma série de explosões atômicas.
‘Brain Damage’ me lembrou a perigosa enquanto que a qualidade tonal de A biblioteca é concluída com uma
execução de piano do Barry Andrews da ‘Granular’ sugere que o coral foi gravado grande seleção impressionante de timbres
e efeitos de design de som atmosférico:
alguns são misteriosos e bonitos,
outros são extraordinários, muitos são
completamente doidos e alguns têm
sobretons cômicos. Fãs do programa
Radiophonic Workshop vão curtir a coleção
de blipes indefinidos e tons eletrônicos,
remanescentes de barulhos de jogos de
computador antigos. Estes efeitos incluem
todo o espectro de áudio, de amáveis e
assustados sinos delicados superagudos
inversos, até estrondos sísmicos do que
soam como um distorcido motor de
cortador de grama gigante.

Conclusão
Distorção e processamento são uma parte
vital da produção moderna – hoje em
dia até a Britney distorce os seus vocais.
Com tantos pedais de distorção e plug-
ins no mercado, escolher o certo para o
serviço é um tiro no escuro para a maioria
de nós, então podemos ser grato a estes
produtores por fazer uma seleção em nosso
nome. As aplicações da The Dark Side
O navegador do Play dá uma útil visão geral das bibliotecas EastWest/Quantum Leap instaladas e os seus conteúdos
são extensas; embora ela possa assustar
XTC; o ‘Distorgan’ foca perversamente em um cilindro de cera em vez de no Pro quem tem uma disposição delicada, os
nos aspectos mais triviais do som da Tools. Tais timbres incomuns causam ideias ruídos estranhos, pesados, idiossincráticos,
Hammond, enquanto que o ‘gorjeio’ do e são divertidos de tocar; particularmente, gloriosamente embaralhados e loucos
órgão de teatro do ‘Bent Funeral Organ’ eu curti a qualidade orquestral sonhadora que ele contém, vão trazer um sorriso
soa como alguma coisa da Eraserhead. Um de ‘Dist Org String Thing’, mas eu queria levemente pervertido a muitos rostos.
leve alívio é fornecido por alguns acordes que ele fosse tocado em oitavas.
arpejados bastante suaves e notas únicas Estes patches foram completados por
tocadas em um equipamento chamado alguns instrumentos étnicos: um saltério $ R$ 999
Suzuki Omnichord, mas a desordem logo fortemente batido e um instrumento de T Loop Music.
W www.loopmusic.com.br
é retomada com o patch ‘Chaos’, que sopro shenai penetrante, têm a cirurgia
W www.soundsonline.com
soa como o que pode acontecer se você plástica de Fridmann, enquanto que

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 59
TESTE

Soundcraft Mixer Analógico


Notepad 124FX
Existe lugar para pequenos mixers analógicos no home studio
hoje em dia? Para falar a verdade, acreditamos que sim...
M AT T H O U G H T O N representar um ótimo custo-benefício - interfaces de áudio.
particularmente levando em consideração Junto com empresas como Mackie e

E
mbora hoje em dia seja os prés, equalizadores, um ‘mini’ patchbay Allen & Heath, faz tempo que a Soundcraft
perfeitamente possível trabalhar e recursos de controle de monitoração. é um dos líderes na fabricação de mixers
em um estúdio sem nenhum Aqueles com efeitos embutidos também de pequeno porte, adequados para uso
tipo de mesa de mixagem, e contar, facilitam mixagens de faixas simples com no palco e no home studio. O Notepad
basicamente, com uma interface de áudio reverb, delays ou outros efeitos, sem 124FX é um dos designs mais novos e mais
com prés e recursos de monitoramento ter de lidar com a questão da latência compactos, então, resolvemos ver que lugar
embutidos, um mixer pequeno ainda pode que prejudica a performance de tantas ele pode ter em um setup de home studio.

60 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
Visão geral
Como o nome sugere, o Notepad 124FX é um mixer de 12
entradas e quatro buses (ou seja, dual-estéreo) e inclui efeitos
digitais. Os primeiros quatro canais oferecem entradas de linha
e microfone em conectores separados (XLR para microfones,
P10 para entradas de linha) e um controle de ganho, com o qual
você pode aumentar o sinal de entrada entre cinco e 60dB. Você
também tem um equalizador de três bandas (quatro bandas se
você incluir o filtro high-pass de 100Hz comutável), com filtros
high (10kHz) e low shelf (80Hz) e um controle de médias, com Q
fixo de 1Hz entre eles. Cada banda oferece até 15dB de ganho
ou atenuação. Os três controles restantes, todos giratórios,
em cada um dos quatro canais, controlam o nível de mandada
dos efeitos, a posição de pan L-R e o nível da saída do canal.
Os outros oito canais de entrada são apresentados em pares

Luizinho
estéreo, com as entradas físicas vindo em forma de P10s duplos
em cada um dos quatro canais (nomeados 5-6, 7-8, 9-10 e 11-
12). Eles diferem dos quatro primeiros canais por não oferecem
equalização, só nível de mandada de efeitos, posição de pan e
controles do nível de saída, mas você realmente tem a opção
de mudar entre níveis de entrada ‘profissional’ de +4dBU e de

Mazzei
‘consumidor’ de -10dBv.
Completando o passeio pelas entradas e saídas, este mixer
também oferece uma saída dedicada de mandada de efeitos em
um P10, uma saída de fone de ouvido (de novo, em um P10), a
saída de mixagem principal através de dois P10s balanceados,
uma saída dedicada de monitor em estéreo de P10 e dois pares
de I/O phono não balanceados, para a saída de gravação em
estéreo e retorno de dois tracks. O último pode ser usado para
Produtor Musical e
conectar o mixer a um gravador de fita ou gravador digital
autônomo. Como mencionado antes, existem dois ‘buses’:
Engenheiro de Som
o primeiro é o bus estéreo principal, cujo nível de saída é
controlado por um longo fader. Acima do fader está um meter Um belo dia, durante o verão americano,
de LED estéreo, incluindo oito LEDs (quatro para cada canal). O
LED vermelho de cima indica que o nível do sinal está alto, mas
no ano de 1998, totalmente de forma
o quão alto, não está detalhado no simples manual. Outros dois despretensiosa, parado em um café na cidade
LEDs indicam que o equipamento está ligado e que o phantom
de New York, avistei uma revista que até
power de 48V está ativado, sendo este selecionável de forma
global para as quatro entradas de microfone apertando o botão então não conhecia. Peguei, folheei e me
acima dos LEDs. Perto dos LEDs está a seção de efeitos digitais apaixonei. Desde então, tenho acompanhado
on-board, que inclui uma telinha com dois controles giratórios e
um botão. O primeiro controle é usado para selecionar o efeito a evolução do mercado através dela, tirando
e se duplica como uma seletor de tap-tempo, o que é útil. (Eu muitas dúvidas relacionadas a equipamento e
a teria achado ainda mais útil se também tivesse uma entrada
dedicada de Footswitch para esta função, mas provavelmente produção de artistas que admiro.
isso ia aumentar o preço.) O segundo controle, determina
Hoje temos a sorte de ter ao nosso lado a
Soundcraft Notepad 124FX US$ 179* Sound on Sound Brasil, marcando uma nova
PRÓS fase do crescimento de informação ao mercado
• Compacto (desalinhado em relação a linha de baixo).
• Muito bom por este preço.
nacional, com o mesmo nível da sua irmã mais
• Conjunto útil de efeitos embutidos. velha, inglesa.
• Boas opções de direcionamento.

CONTRAS A Sound on Sound Brasil nasceu para ser um hit!


• Sem saídas diretas (direct outs).
• Uma interface de áudio embutida seria uma adição útil.

RESUMO
Com este preço, é difícil encontrar defeitos nesta mesinha legal, que
deve ganhar fãs no palco e no home studio.
TESTE
S O U N D C R A F T N OT E PA D 1 24 F X

A seção de efeitos, perto do fader master, Alternativas


tem um conjunto generoso de presets e
Agora existem muitos consoles analógicos
o botão ‘Program’ se duplica, de maneira pequenos para comparar, mas a melhor
bastante útil, como um botão de tap-tempo. concorrência vem de empresas como Mackie,
Allen & Health e Yamaha. Ainda mais
lo é simples: como ele é um mixer baratos são os aparelhos da Peavey, Edirol e
analógico autônomo (stand-alone), não Behringer, mas tenho ouvido que estes estão
existe nenhum driver de software ou em classes diferentes.
conexão USB para complicar as coisas.
Eu testei os prés gravando vocais, e eu não esperaria por isso - mas mesmo
um violão e uma parte básica de assim ele é um ‘hub’ útil em um setup
bateria. Os prés são, como a Soundcraft básico de home studio.
afirma, razoavelmente transparentes e
neutros em personalidade – o que, é
Faltou alguma coisa?
claro, é o que você quer de um mixer Você nunca vai conseguir tanto de um
de propósito geral como este. O ruído mixer com este preço, mas a Soundcraft
não pareceu ser um problema e eu não parece ter cortado as pontas mais
achei que os 60dB de ganho foram óbvias: eu não detectei uma quantidade
mais que suficiente durante os testes. enorme de vazamento entre canais, que
Alguém que use um microfone de fita é algo que costumava amaldiçoar designs
passivo mais antigo, pode sofrer aqui, mais antigos de formato pequeno que
mas se você tem dinheiro para comprar eu já usei; e eu não encontrei nenhum
um daqueles microfones, eu acho que problema com ruído audível ao usar os
você também tem orçamento para controles e seletores.
um pré-amplificador adequado. Eu As coisas que talvez você sinta falta são
sobrecarreguei de propósito os prés saídas diretas (direct outs) e uma interface
e o bus máster, e as características de de áudio embutida ou saídas digitais. Há
o nível dos efeitos enviados para a mix distorção parecem bastante suaves ao meus tantos consoles pequenos de baixo custo
principal e abaixo dele está um botão usado ouvidos. Obviamente, é possível apertar que vem agora com uma interface USB
para direcionar os efeitos para o canal ‘Mon’, bastante os prés para fazer as coisas soarem como padrão que é quase difícil pensar
do qual vou falar mais, daqui a pouco. desagradáveis – mas tudo parece seguir nelas como um adicional. Direct Outs
Os efeitos são os comuns: uma série de bem em circunstâncias normais. Resumindo, são talvez menos comuns em designs
reverbs e delays básicos, complementados o estranho pico de transiente, aqui e ali, pequenos, mas muito úteis, permitindo
pelo estranho efeito de modulação. Eu não vai arruinar completamente o seu a você direcionar os prés diretamente a
ainda não achei ninguém que use tais som. Os equalizadores ‘britânicos’, como uma interface de áudio. É claro, a adição
efeitos de modulação, mas os reverbs e a turma do marketing da Soundcraft os de alguns destes recursos aumentaria
delays são úteis o suficiente se você quiser descrevem, são perfeitamente adequados o preço e eles não seriam necessários
criar uma mix para o monitor com latência para formação básica do timbre , e as para todo mundo, então a sua omissão é
zero ao gravar (por exemplo) um cantor. frequências para os dois shelves e o Q para compreensível.
Mas existe um número impressionante de a banda de frequência média parecem
presets disponíveis – muito mais do que ter sido escolhidos de maneira sensata.
Conclusão
você encontra em, digamos, uma mesa A variação de frequência média (ou a O Notepad 124FX é um bom e versátil mixer
comparável da série ZED da Allen & Health falta dela) é obviamente uma restrição, pequeno, também capaz de servir como
- e isto é útil ao se tratar de selecionar o mas é compreensível em uma mesa controlador de monitoração. Ele realmente
delay ou reverb certo para um dado track. com este preço. De maneira importante, carece dos recursos da concorrência um
Se você não precisa de nada disso, existe ela realmente parece ser musicalmente pouco mais cara, como a séria ZED da Allen
uma versão mais barata do mixer sem os harmoniosa, sem nenhuma aspereza que & Heath, todos tendo uma interface de áudio
efeitos, conhecido simplesmente como o você tem com alguns designs mais baratos USB embutida, ou a série Mackie VLZ3, cujos
Notepad 124. O canal ‘Mon’ (que, é claro, dos concorrentes. Eu achei a seleção pré-amplificadores são muito mais legais,
significa ‘monitor’) aparece imediatamente +4/-10 útil nos canais de linha estéreo, mas não oferecem os efeitos – mas ele pode
abaixo da seção de efeitos. Acima do seu já que ela me permitiu plugar vários manter a cabeça erguida com orgulho. Se
controle giratório, estão dois botões que periféricos profissionais e não profissionais, elegância e simplicidade em um pacote
podem ser usados para direcionar o retorno sem a preocupação de problemas de acessível é o que você procura em um front-
de dois tracks para a mix do monitor e/ou a nível de linha. Por fim, eu tentei usar este end de uma DAW ou um setup pequeno de
mix principal. O próprio canal do monitor vai mixer no papel de um controlador da palco, você pode se dar bem comprando um
para a saída dos fones de ouvido e o par de minha monitoração. Mesmo com vários destes pequenos mixers.
P10s que compõem a saída dedicada ‘Mon’. controladores de monitoração dedicados
mais caros do que esta mesa, ela apresenta
Em teste uma boa performance neste papel, $ Notepad 124FX R$ 875; Notepad 124 (sem
No todo, resumindo, a funcionalidade facilitando o processo de mudar entre efeitos) ainda não disponível no Brasil.
T Selenium by Harman (51) 3479-4000
oferecida está bem dentro do padrão para fontes e monitores diferentes plugados nas
W www.selenium.com.br
este tipo de mixer - então o importante, é saídas de mix, monitor e/ou gravação. Ele W www.soundcraft.com
como usá-lo na prática. Plugá-lo e ligá- não vai ganhar nenhum prêmio neste papel,

62 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
RESULTADO DOS TESTES - Guitarist Magazine
Qualidade de Construção
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Som C. Borges - Distribuidor exclusivo para o Brasil
Custo benefício Av. Floriano Peixoto, 400, Centro | Manaus – AM – Brasil Revendedor
AVALIAÇÃO GUITARIST (92) 3622-7151 | www.cborges.com.br | Twitter: @cborgesimport Autorizado:
TESTE

Schoeps VSR5
A Schoeps faz alguns Pré-amplificador de microfone
dos microfones
vários equipamentos para instalação de som Visão geral
mais respeitados do em cinemas. Mas foi realmente quando Jörg
planeta, então quando Wuttke entrou na empresa em 1970, como O VSR5 é projetado para servir como um
um jovem graduado procurando experiência pré-amplificador de microfone de estúdio
eles lançam uma de trabalho, que a Schoeps começou a high-end de 2 canais. Ele apresenta
evoluir para a empresa que conhecemos uma ampla variação dinâmica, distorção
versão comercial do hoje. Infelizmente, o Dr. Küsters faleceu no extremamente baixa e excelente imunidade
pré-amplificador de ano seguinte, com Wuttke herdando seu à interferência de frequências de rádio –
cargo. Esta mudança levou diretamente ao que é uma coisa que a Schoeps também
microfone que eles lançamento da série de microfones Collette desenvolveu, com muita competência, nos

usam para testes, você em 1973 – um conjunto que continua forte


até hoje, quase 40 anos depois. A empresa
designs dos seus microfones.
Mas embora o VSR5 seja o primeiro
precisa levá-lo a sério... Schoeps ainda continua de posse da família, pré-amplificador de microfone para rack
com Ulrich Schoeps (filho do Dr. Karl) se da Schoeps, o design eletrônico do pré
envolvendo a partir 1980 e agora dirigindo a está longe de ser novo. Na verdade, ele é
HUGH ROBJOHNS
empresa, junto com Helmut Wittek. basicamente uma repaginação do já antigo
Embora a Schoeps seja bem conhecida design do pré de microfone de referência

A
Schoeps é um dos principais por fabricar um conjunto enorme de interno da empresa, que eles já usam há
fabricantes do mundo de microfones hardware para montagem e vários pads e muitos anos, nos testes e desenvolvimento
de diafragma pequeno de altíssima filtros de plug-in para suportar sua linha de todos os microfones Schoeps. Este
qualidade, que são muito respeitados para de microfones, foi só recentemente que é um design de pré-amplificador feito
aplicações de gravação de sons ao vivo eles se diversificaram para produzir outros sob medida, que a Schoeps apresenta
e estúdio. A empresa foi fundada pelo equipamentos eletrônicos e softwares. como um ‘amplificador Core SVM’, mas
Dr. Karl Schoeps em 1948 em Karlsruhe, Por exemplo, um surpreendentemente e o circuito, aparentemente, é ‘inspirado’
na Alemanha, com a intenção de estar versátil plug-in decodificador surround- pelo, agora considerado design clássico,
envolvida “em todas as formas de tecnologia sound Double-MS (grátis) foi lançado há de pré-amplificador integrado de uma
de áudio”. O Dr. Wilhelm Küsters – descrito alguns anos atrás e, neste ano, a empresa empresa chamada Valley People, datado
como um técnico notável – foi empregado lançou o seu primeiro pré-amplificador de do final dos anos 1970. O ‘TransAmp
como o primeiro funcionário da empresa microfone, o VSR5.
e trabalhou em vários produtos, incluindo
microfones valvulados, gravadores de fita e

64 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
LZ’ era um módulo de pré-amplificador (com uma impedância baixa de saída Alternativas
‘com potenciômetro’ valorizado pela de 50Ω), para que ao conduzir uma Existem vários pré-amplificadores excelentes
sua excepcional performance (na época) conexão não-balanceada, o nível do sinal de dois canais, bastante neutros e muito
de baixo ruído e usava uma topologia continue o mesmo de uma balanceada. respeitados no mercado – e eu fico sonhando
com todos eles diariamente. Eu sugiro
de feedback de corrente totalmente Tem também um pequeno seletor com comparar o VSR5 com equipamentos como
diferenciada em vez da abordagem de três opções, que pode ser usado para o AEA RPQ, Benchmark MPA1, Flamingo da
feedback de voltagem mais comum, então, juntar diretamente ou isolar totalmente Crane Song, 8302 da GML, Grace Design
podemos presumir que o Core SVM tem o áudio e o isolamento do chassis, caso M201 e o Millennia HV3C. Destes, o mais
difícil é escolher entre o M201 e o VSR5,
um design bastante parecido. necessário, mas a posição ‘Hi-Z’ padrão, principalmente por causa do preço parecido.
A rejeição à frequências de rádio (RF) fornece uma rede de filtro RC para manter
não é uma coisa discutida com frequência os dois unidos de maneira útil, evitando
ou até mesmo mencionada nas planilhas correntes de loops de terra audíveis. e seis botões iluminados. A precisão do
de especificação, mas é um aspecto cada O manual do VSR5 se esforça em avisar ganho é especificada como ±0,3dB por
vez mais importante do design de áudio para não usar cabos XLR no qual a cápsula intervalo, permitindo fácil combinação
profissional, simplesmente por conta da do conector esteja unida internamente estéreo sem a necessidade de um controle
enorme proliferação de telefones celulares ao pino 1, já que eles vão comprometer de trim contínuo separado. Todos os botões
e sistemas Wi-Fi, além do ruído geral de seriamente a performance de rejeição são permanentemente acesos em um nível
frequências de rádio, criadas por tantos de RF do pré-amplificador. Ele também opaco enquanto o pré-amplificador está
produtos digitais em quase toda parte. É explica o que é um loop de terra, como ligado – o que demora um pouco para
uma situação que também só pode piorar ele pode ocorrer e como evitá-lo, o que é acostumar – mas ficam muito mais brilhantes
no futuro, e com as grandes quantidades muito educativo. quando as funções relevantes são ativadas.
de ganho necessário de um pré- O painel frontal é bastante claro e Organizado horizontalmente no topo do
amplificador comum e a banda larga maior tipicamente germânico na sua ‘eficiência painel está um grande medidor de gráfico
agora esperada pelas pessoas, é crucial silenciosa’. Cada seção do pré-amplificador de barras de 20 LEDs, mostrando o nível
uma atenção cuidadosa a cada aspecto da é feita como um ‘módulo de plug-in’ de aço do sinal da saída, passando de -48 a +9dB
integridade eletromagnética. inoxidável escovado separado no painel em aumentos de 3dB e escalado como um
frontal cinza. Os controles operacionais são DIN PPM– que é o formato de medição
Construção e controles limitados a um enorme controle giratório de analógica predominante na Alemanha e em
O VSR5 ocupa 2 espaços de rack, ganho de 21 intervalos/steps (ajustando o grande parte da Europa continental. O zero
fabricado de uma maneira muito sólida, ganho em intervalos de 3dB de 0 a +60dB) nominal do medidor é calibrado de fábrica
que se estende 195mm para trás das para +6dBu (mas é ajustável internamente),
abas do rack e, com um peso de 4,7kg, é e o LED separado de ‘Clip’ é configurado
consideravelmente mais pesado do que Schoeps VSR5 de fábrica em +21dBu. Isto é cerca de 8dB
parece. Os dois canais do pré-amplificador US$ 3.359* antes que as saídas reduzam em +28,5dBu.
são claramente separados no painel frontal, Os LEDs de medição são verdes para a
e o mesmo acontece internamente. A PRÓS variação abaixo de -12dB, amarelos de -12
• Bastante limpo, preciso e neutro, mas nunca
fonte de energia montada entre os dois a -3dB e vermelhos para tudo acima disso.
frio ou duro.
canais do pré-amplificador, é um design • Extremamente silencioso e capaz de um Isto automaticamente encoraja o usuário a
linear, incorporando nada menos do que palco sonoro estéreo fenomenal. configurar o ganho para uma margem de
três transformadores toroidais e você • Feito de maneira excelente em todos os headroom pragmática (quisera eu que mais
pode selecionar para operação em 115 aspectos, com imunidade a frequências de rádio. esquemas de medição fossem tão óbvios!).
• Auto-muting ao ligar e mudando para
ou 230V. A ordem da fonte DC interna A balística da medição obedece a um
phantom.
pode acomodar variações de • Indicação quando phantom power está medidor de pico analógico de onda cheia
voltagem do fornecimento de ligado. (full wave), com a especificação padrão DIN
energia principal em até -20 e • Opções de filtro high-pass bem escolhidas. de um tempo de integração de 10ms e um
• Saídas duplas para cada canal.
+8%. O consumo de energia é decay de 0,5s por 20dB
• Excelente margem de headroom.
de modestos 10VA e a entrada Os três botões à esquerda do controle
do cabo de energia no painel CONTRAS de ganho ativam o phantom power,
traseiro, incorpora uma chave • Demora um pouco para acostumar com os invertem a polaridade do sinal e silenciam
on-off. Todos os fusíveis de botões permanentemente iluminados. Os a saída. Para evitar picos ou estrondos
60dB de ganho podem não ser suficientes
proteção são internos. audíveis quando o phantom power é ligado
para as situações mais desafiadoras.
Além da entrada para o cabo • É dolorosamente caro. ou desligado, a saída é automaticamente
de energia, o painel traseiro silenciada (através de relés selados) durante
apresenta um par de XLRs RESUMO cerca de 2,5 segundos, para permitir
fêmeas (com conectores banhados à ouro) Um fabricante de excepcionais microfones que os capacitores de bloqueio DC na
precisa de um pré-amplificador de microfones
colocados na direção das pontas externas entrada, carreguem ou descarreguem
excepcional para testar e desenvolver seus
para as entradas do microfone, com dois microfones – é por isso que a Schoeps criou completamente, com a iluminação
pares de XLRs machos (de novo, banhados à o VSR5. Testado e aprovado internamente vermelha do botão Mute indicando este
ouro) para dar saídas duplas separadamente como um pré-amplificador ‘com ganho’, status. O status do phantom power é
para cada canal. Todas as entradas e saídas esta versão ‘comercial’ eleva o benchmark lembrado quando o aparelho é desligado
de qualidade com excelência de engenharia
são eletronicamente equilibradas, as últimas tipicamente germânica. e vai ser reativado automaticamente,
usando um circuito variável servo-equilibrado caso necessário, na próxima vez que o

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 65
TESTE
SCHOEPS VSR5

aparelho for ligado. Um recurso singular mas para microfones com transformador diferente, mas mesmo assim é estranho.
do VSR5 é que se o phantom power acoplado, de fita e bobina móvel, pode ser O phantom power passou em todos os
for ativado, mas a corrente não estiver bastante benéfico. meus testes comuns, com uma voltagem
passando, o botão acende em amarelo A rejeição do modo comum com nominal de 47,1V e sem nenhum problema
brilhante, ficando verde só quando uma ganho máximo é bem acima de 80dB em entregar os 10mA máximos nos dois
corrente phantom power de mais de 1,7mA na banda do áudio, o que é excelente, canais ao mesmo tempo. De maneira nada
estiver sendo recebida: um recurso legal e e abaixo de 120dB para RFI até 1GHz. surpreendente, o VSR5 também passou
surpreendentemente útil! O status da chave A distorção é especificada de maneira fácil pelos testes Windt Hummer, então não
Mute também é lembrado e restabelecido bastante impressionante em menos de deve existir nenhum problema de loops de
quando a energia ocorre em ciclos, 0,0006% para 30dB de ganho, mas os terra neste pré.
enquanto a chave de polaridade do sinal meus testes de medição mostraram que
Mas...e o som?
Em termos de personalidade e qualidade
de som, o VSR5 é um pré de som
limpo e bastante silencioso, com uma
personalidade neutra e transparente,
principalmente nas configurações de ganho
de frequência média mais comumente
usadas de cerca de 30-40dB. Existe uma
grande margem de headroom, graças,
em parte, à boa balística e calibragem
O painel frontal de boa apresentação do VSR5, sugere a qualidade da engenharia dentro do case
de fábrica do medidor, com transientes
faz exatamente o esperado, a função sendo o valor varia um pouco com a frequência maravilhosamente limpos e abertos e um
dada por meio de relés selados em vez de (como esperado) e se torna audível para som sem nenhuma alusão de compressão
um circuito ativo. configurações de ganho mais altas e mais dinâmica ou aspereza, mesmo quando
Os três botões restantes à direita baixas – também como esperado. Mas empurrado ao extremo. O efeito de
do controle de ganho fornecem a performance continua extremamente proximidade, potencialmente assustador
vários modos de filtragem high-pass: boa, como os gráficos no nosso site nos microfones de fita AEA e Coles em
nenhuma, 40, 80 ou 120Hz, com slopes (www.soundonsound.com/sos/nov10/ amplificadores de guitarra e vocais, não
de 12dB/oitava. Os filtros não podem articles/schoepsVSR5media.htm) mostram causou absolutamente nenhum problema
ser combinados, e selecionar um, vai e, mesmo com a luz do clipe piscando de headroom, e embora o VSR5 não
automaticamente cancelar qualquer ‘alegremente’ e a saída ficando em +25dBu tenha melhorado a personalidade quente,
outro selecionado, o filtro ativo sendo (mais alta do que a maioria dos conversores inerente nesta técnica, ele também não
indicado pela iluminação branca do A-D pode lidar), a distorção só se tornou tirou nem adicionou nada desagradável.
botão correspondente. O modo do filtro audível em 0,005%. Eu medi um valor THD Eu prefiro bastante este tipo de pré-
selecionado também é lembrado quando de banda larga de menos de 0,0008% para amplificador neutro e limpo de maneira
o aparelho é desligado e restabelecido qualquer nível de saída abaixo de +18dBu, geral, já que eles são se encaixam
automaticamente quando ligado de o que é muito impressionante. muito bem para materiais de orquestra,
novo. Sem nenhum filtro selecionado, a O ruído de entrada equivalente também coro e jazz que eu curto gravar em
resposta é flat para 12Hz (-0,1dB). apresenta ‘louváveis’ -128dBu medidos com eventos externos. Existem diferenças de
Não existe nenhuma opção de seleção uma resposta flat, e excelentes -130,5dB personalidade muito sutis entre o VSR5
de pad, mas o nível de entrada máxima quando medidos com uma resposta e os meus próprios pré-amplificadores
é +25,4dBu (com o controle de ganho A-weighted. Os dois valores foram obtidos ultra limpos GML 8304 e AEA TRP, mas
configurado para zero), que deve acomodar usando um teste da Audio Precision todos eles são bastante autênticos, mesmo
a mais alta das entradas de microfone, de configurado com 60dB de ganho sintonizado quando trabalhando com microfones de
maneira bastante confortável. ao VSR5 e uma fonte de 200Ω. (A maioria fita. Também vale a pena notar que os três
dos fabricantes europeus trabalha com pré-amplificadores não têm transformador.
Performance uma fonte nominal de 200Ω, enquanto que A impedância de entrada mais alta do que
As especificações técnicas para o fabricantes americanos preferem uma fonte o normal do VSR5 é uma vantagem positiva
VSR5 são uma leitura impressionante de 150Ω , a segunda dando um valor EIN para microfones de fita passivos, e o pré-
e às vezes incomum. A impedância da cerca de 1dB mais baixo). amplificador Schoeps responde de maneira
entrada de microfone, por exemplo, A resposta da frequência do VSR5 parecida ao AEA TRP neste aspecto, mas
é surpreendentemente alta, em quase se estende entre 12Hz e 90kHz em uma o TRP realmente tem um fator ‘larger than
10Ω. Existe uma tendência crescente por janela de ±0,1dB e 2,5Hz para 400kHz com life’ (maior que o real) um pouco mais
impedâncias de entrada mais altas em uma janela de ±3dB, segundo a própria pronunciado do que o VSR5. Os filtros high-
pré-amplificadores de microfone: muitos empresa. O delay do grupo apresentado pass comutáveis são muito bem bolados,
designs da Rupert Neve clássicos usavam pelos filtros high-pass é moderado e para slopes e opções de frequência
entradas de mais de 5Ω, e agora muitos organizado, mas eu estou um pouco de retorno, permitindo que barulhos
pré-amplificadores têm pelo menos uma confuso sobre porque o filtro de 40Hz indesejados de LF sejam suavizados de
opção de impedância mais alta. Não faz deve ter uma forma diferente dos outros maneira firme, mas discreta.
uma diferença enorme para microfones filtros. Isto não é um problema de maneira Falando em gravação em eventos
capacitores modernos sem transformador, alguma, já que o som não é notavelmente externos, a meticulosa atenção da Schoeps

66 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
para imunidade à frequências de rádio torna o VSR5 uma escolha
excelente, tirando esta preocupação da longa lista de possíveis
armadilhas que podem infestar locais de gravação desconhecidos.
Embora o ganho máximo de 60dB do VSR5 possa ser questionado
como um pouco baixo para técnicas de microfonação distante em
microfones de fita, ele é perfeitamente adequado para aplicações
próximas de microfones de fita, e mais do que confortável ao
trabalhar com os próprios microfones capacitores da Schoeps
(e também da maioria dos outros fabricantes, é claro), que são
geralmente agraciados com níveis de saída bastante ‘saudáveis’, de
qualquer maneira.

“O som é tão suave o tempo


todo que tudo soa simplesmente
fantástico, configurando o ganho
ao máximo ou o diminuindo.”
A personalidade do som de muitos pré-amplificadores
muda com a configuração do ganho, a maioria tendo um som
mais suave na frequência de ganho médio. Como os gráficos
de medição no site da SOS mencionados antes mostram,
isto também é tecnicamente verdade para o VSR5, mas o
som é tão suave o tempo todo, que tudo soa simplesmente
fantástico, configurando o ganho ao máximo ou o diminuindo.
Contanto que o nível de saída seja sensato, a personalidade ù    úùøù     ù  
predominante continua a mesma: limpa, clara, neutra,
detalhada e sem pressão.
Com configurações e ganhos combinados nos dois pré-
OL@RO>JLPøRJøAFPQOF?RFALO
amplificadores, a imagem em estéreo foi perfeita e estável,
com palco sonoro profundo e imensamente amplo usando øJgOF@>ø >QFK>
ORTF e pares coincidentes e grande escala com pares
espaçados – todos, sem dúvida, graças à construção do
BJBUMBOFiK@F>B@LKQ>QLP@LJ@IFBKQBPK>P`OB>P
pré-amplificador completamente independente e fontes de
energia super especificadas com transformadores individuais.
ABRAFL—ø IRJFK>ecL—øOL>A@>PQŸøLKEB@B
Eu medi o crosstalk (vazamento) entre os canais aos 10kHz e ?BJLJBO@>ALŸ KQBOBPP>ALBJLCBOB@BOPLIRetBPø
ganho máximo com resultados superiores a -103 e melhor do MOL]øPPFLK>FPøBJøQB@KLILDF>øJRIQFJkAF>—øM>O>ø
que -113dB em ganho mínimo. De novo, estes são números BPQwAFLP—øøBøBSBKQLPø>LøSFSL—J>ABFKBOJ>KVŸ
são impressionantes.
KQcLSL@iQBJLMBO]I@BOQLM>O>KqP
Impressões duradouras
FPFQB>KLPP>M`DFK>“TTT’PLJJBO@>?IB’@LJ
Minha impressão geral do VSR5 é de uma performance
bastante reveladora, limpa e excelente. Não existe nada a BABPMBOQ>JLPLPBR
contestar e eu só posso elogiar. Embora limpo e neutro, o FKQBOBPPB—BKQOBBJ@LKQ>QL
VSR5 nunca soa frio ou duro, e ainda retrata uma enorme ø@>Q`ILDLøDBO>IøA>ø
personalidade ‘larger than life’ (maior que o real) através da
@LJ>O>’
>PJFKBR?>RBO“  ø ø@LJø
sólida e extensa região de graves que é uma assinatura de GKµPLJJBO@>?IB’@LJLR ‚ˆˆøM`DFK>PøBJø@FK@LøFAFLJ>P
bons pré-amplificadores high-end de microfones. O VSR5 não
QBI’¸‚‡…ˆ†€‚‡¦†
favorece ou mima microfones ruins. Se tiver um pouco de
aspereza ou ressonância leve, este pré-amplificador vai avisar ªLIF@FQ>JLP@LKQ>QL
você – sem enfatizar demais o problema. Ele só apresenta as
BJFKDIiP«
informações que você quer ouvir – e é isto que um excelente
pré deve fazer. Ganho com qualidade. Show!

$ US$ 3.359*
T Visom (21) 3323-3300
E paulo@visomdigital.com.br
W www.visomequipamentos.com
W www.schoeps.de
! * consulte o box ‘preços referenciais’ na pág. 3
FKCLµPLJJBO@>?IB’@LJøø”øøTTT’PLJJBO@>?IB’@LJ
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RJ?LIAQPQO>PPBö€ö¦ö„öö”öö…ƒ‚öQO>R?BKE>OAQöö”ööBOJ>KV
BI’ö¸‚‡öö…ˆ†€ö‚‡¦ˆöö”öö>Uö¸‚‡öö…ˆ†€ö‚‡¦
COMPETITION

Ganhe microfone
de fita Samson VR88
I
niciada praticamente no mesmo período O VR88 possui acabamento em folha
que a SOS, a Samson, fundada há de alumínio ondulado e fita suspensa com
26 anos, é uma companhia marcada intensa área de Neodímio que produz
pelo intuito inovador. No início, produzia resposta sonora natural, quente e suave em
apenas microfones e hoje oferece soluções todas as frequências. Este microfone combina
completas em áudio. a suavidade da clássica tecnologia de fita com
Atualmente tem mais de 300 produtos a versatilid ade da eletrônica envolvida nos
diferentes e está presente em mais de 100 mais avançados sistemas de amplificação de
países em todo o mundo! microfones condensadores.
Com o passar dos anos, a Samson
revolucionou o mercado dos microfones com
Ele opera com Phantom Power padrão
de 48-volts, o que permite uma saída alta,
Valor
o desenvolvimento de projetos arrojados
como a integração de filtros de redução de
compatível com qualquer pré-amplificador de
microfone. Ao contrário dos antigos microfones R$ 3.000
ruídos, microfones sem fio sintetizados com de fita, não há necessidade de se preocupar
frequências selecionáveis, o primeiro receiver com combinação de impedâncias, nem com a
“rack mount”, design e tecnologia acessível perda de sinal dos cabos mais longos.
para microfones UHF para as mais diversas O VR88 é capaz de suportar altos níveis
aplicações, além de outras inovações. de pressão sonora, sendo assim ideal
No Brasil, ela é distribuída pela Equipo, para a captação de vocais, instrumentos
uma empresa jovem, constituída por visão, acústicos e também vários amplificadores
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contribuir para o desenvolvimento do T 11. 2199-2999
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segmentos da produção musical. Para participar, basta escrever uma frase deste Competiton (veja no formulário). Todas as
e responder nosso Quiz!. Em seguida envie o informações devem ser preenchidas para garantir
A Equipo orgulha-se por ser uma empresa material pelo correio, para a redação da Sound sua participação.
focada em viabilizar o acesso dos músicos On Sound. A cada mês a Sound On Sound, com apoio de
e profissionais brasileiros a instrumentos Outra alternativa é acessar o nosso site (www. seus parceiros, realiza o Competition. Acompanhe
e equipamentos de alta qualidade e soundonsound.com.br) e preencher o cadastro e participe! Você pode ser o próximo premiado.
online. Não esqueça de colocar nome completo, As inscrições podem ser feitas até o dia 30 de
desempenho e, por isso, cede para os leitores
endereço e um número de telefone e código dezembro. Boa sorte!
da Sound On Sound, o microfone VR88.
PERGUNTAS

Código Competition: 11VR88SOS QUIZ! Microfone Samson VR88


Quantos produtos a Samson fabrica? O que você pretende expressar com o microfone VR88? Atenção
a. 26 Por favor, responda em até 30 palavras: 1. É permitida apenas uma
inscrição por pessoa.
b. 100 2. Funcionários e
.................................................................................................................................................................................................................................... colaboradores da revista
c. 200 SOS e da Equipo, inclusive
d. mais de 300 .................................................................................................................................................................................................................................... familiares próximos, não
poderão participar.
3. Não há alternativa para
....................................................................................................................................................................................................................................
recebimento do valor em
Qual o tipo do microfone VR88? dinheiro.
....................................................................................................................................................................................................................................
a. Valvulado 4. Os organizadores do
concurso se reservam
b. Fita o direito de alterar as
especificações do prêmio
c. Dinâmico oferecido.

d. Wireless Nome: ................................................................................................. Assinale este 5. A decisão do júri é


definitiva e nenhuma
box, caso deseje
Endereço: ............................................................................................ reclamação será devida.
receber 6. Nenhum outro tipo de
De que material é o acabamento do correspondência deve ser
............................................................................................................. informações e
microfone VR88? enviada com o formulário.
7. Certifique-se de preencher
promoções da
a. Aço escovado Telefone (horário comercial): ............................................................... seu número de telefone para
SOS o contato durante o dia em
b. Ferro pintado Email: .................................................................................................. seu formulário de inscrição.

c. Alumínio ondulado 8. O vencedor aceita


previamente disponibilizar
d. Ouro folheado Envie seu formulário com todos os campos preenchidos para: Samson VR88 - Novembro 2010 sua imagem e nome para
divulgação nos canais de
Sound On Sound Brasil | Caixa Postal 2025 | cep 13201-973 | Jundiaí | SP. comunicação da revista.

68 November 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m
TESTE

Manikin Electronic
Memotron para rack

GORDON REID
Módulo de som Mellotron
O
que você queria quando tinha 17
anos? Ah, aquilo. Claro. Mas o que Se você quer os sons Manikin Electronic
eu queria, o que eu queria muito,
muito (além de zig a zig ah, como as Spice do Mellotron em uma Memotron Rack
Girls) era um Mellotron que eu pudesse
unidade de rack, só US$ 1.399*
carregar por aí em uma mochila da Tesco.
PRÓS
Agora, três décadas depois, em um mundo existe uma opção: o • Uma emulação respeitável do Mellotron.
cheio de sintetizadores via software e
samples do Mellotron, ainda existe lugar Memotron Rack... • Bastante conveniente, claro.
• Dobra o número de tracks oferecidos pelo
para um módulo que não faz nada além de teclado Memotron.
recriar os sons de um instrumento que caiu Ao contrário da versão em teclado, não • Capaz de criar setups de multi-timbres
bastante flexíveis.
bastante em desuso, três décadas atrás? existe nenhum controle de contraste
• Uma fonte de energia adequada... Uh-hu!
Vamos descobrir. para a tela. Da mesma forma, não existe • Eu cheguei a comentar como ele é conveniente?
nenhum controle físico de timbre, nenhum
Apresentando o Rack controle físico de meia velocidade (half- CONTRAS
Ao contrário do teclado Memotron, speed) e também nenhum knob para • Embora simples de usar, um sistema de
edição um pouco complicado.
que apresenta um lindo acabamento mixar os sons, mas, como vamos ver, estas
• O Compact Flash está se transformando em
envernizado, o Rack tem pintura funções estão disponíveis através dos um meio de armazenamento ultrapassado.
eletrostática a pó. Ainda parece legal, MIDI Continuous Controllers.
mas este tipo de pintura é propenso a As entradas e saídas são simples. RESUMO
descascar, então exigirá cuidado para Existe um ‘buraco’ na parte de trás para Ninguém mais teve a coragem de colocar o
mítico ‘Mellotron digital’ em produção, mas a
continuar em perfeito estado. O hardware um cabo de energia principal (IEC) que Manikin Electronic agora o fez, com sucesso
de controle em si parece robusto, mas é passa por uma fonte de energia 110/240V em formatos tanto de rackmount quanto de
mínimo, incluindo um controle de volume, de 50/60Hz. Ótimo! Os outros ‘buracos’ teclado. O Rack vai ser bastante atraente
um knob para entrada de dados, um incluem duas saídas de áudio P10, além para músicos que queiram um meio direto e
simples de tocar sons do Mellotron, seja no
botão de escape, um grande botão de de MIDI In e Thru. Na frente, tem uma
palco ou no estúdio.
on/off e uma telinha de 4x20 caracteres. conexão para fones de ouvido estéreo e

70 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
(mas não do M-Tron
Pro) nele. Você faz Efeitos
isso as copiando
Como o teclado Memotron, o Rack
diretamente dos oferece 15 presets de efeitos. Infelizmente,
CDs originais para o você não pode fazer mais com eles do
cartão CF, o que soa que selecionar o efeito desejado da lista,
bastante direto, mas escolher se ele está on ou off e determinar
pode não ser, como a quantidade de sinal com efeito na saída.
Além disso, os efeitos são sempre estéreos
eu descobri. O meu
e centrados no campo estéreo, então eles
MacBook não tem um estragam qualquer panning dos tracks,
slot de CF, enquanto principalmente se você usou bastante pan
que o meu G4 mais neles para serem apresentados só na saída
antigo (e aposentado esquerda ou direita. Se você estivesse usando
faz tempo) só aceita o Memotron Rack no palco e precisasse de
cartões PCMCIA. um pouco de reverb ou delay para adicionar
ambiência, eles seriam adequados. Caso
Felizmente, eu tinha
contrário, eu iria ignorá-los.
um adaptador de
PCMCIA para CF
na parte de trás do e voicing, permitindo assim que usuários
meu Roland Fantom, evocassem setups completos em uma
então eu o peguei, operação única. Felizmente, este conceito
ressuscitei o G4 e foi implementado de forma ampliada no
transferi os arquivos Rack, mas o nome Frame foi abandonado
com sucesso. Para ser em nome do ‘Multi’, mais comum, o que
honesto, está na hora eu acho que foi bom.
da Manikin pensar Eu resolvi testar o Rack recriando meu
seriamente em uma Mellotron MkI (o que eu dei a troco de
memória USB. nada nos anos 1980 e que agora vale mais
O Memotron Rack do que um Porsche). Eu fiz isso carregando
oferece seis slots de o Combined Brass, órgão Hammond e
memória (chamados coral de oito vozes em tracks A, B e C,
‘tracks’) em vez dos e os ‘3 violinos’ do MkII, 15-Voice Choir
outro que recebe um cartão de memória três no teclado, e depois de carregar um e Church Organ em tracks D, E e F. Eu
Compact Flash (CF); sem ele, nada som em qualquer um deles, você pode configurei o canal MIDI de cada para
acontece. Isto porque, carecendo de customizá-lo selecionando o canal MIDI ‘1’, transpus a posição (não o pitch) do
qualquer forma de memória interna não- para o qual ele vai responder, sua posição primeiro grupo para uma oitava abaixo e
volátil, o Memotron Rack está vazio quando no teclado, a variação da nota para a qual transpus a posição do segundo grupo para
é ligado e você precisa carregar um ou ele vai responder, seu volume relativo, duas oitavas acima para que ficassem lado
mais conjuntos de samples antes que ele seus tempos de attack e release, seu pan, a lado em um teclado controlador de 76
faça um som. Mas, ao contrário do teclado, se ele responde a MIDI velocity e se ele é notas. Depois eu apliquei o pan para os
não tem nenhum drive de CD, então a sobreposto com outros sons ocupando as dois grupos bem para a esquerda e direita
única maneira de fazer isso é a partir de um mesmas teclas, ou se é mixado de maneira e configurei a função Mix (controlado por
cartão CF. Felizmente, a Manikin fornece semelhante a mover os cabeçotes da fita MIDI CC#1) para que eu pudesse mixar
um cartão de 4GB com o Rack, e além em um Mellotron. A escolha de seis tracks, os dois grupos conforme faria no antigo
de conter as coleções Vintage e Studio saídas duplas, panning e mixagem não monstro... se isso fosse possível. O Rack
da empresa, ele proporciona um espaço é por acaso; ela permite a você recriar só oferece três posições de mixagem (A,
amplo para bibliotecas adicionais. setups quase idênticos a um Mellotron MkI B e C) para os seis tracks, então você não
ou MkII, o tornando ideal para todos os pode usar este método para misturar, por
Em uso seus tributos ‘Watcher Of The Skies’. exemplo, tracks A e B enquanto ao mesmo
Eu cobri a operação do Memotron e a Quando eu revisei o teclado Memotron, tempo mistura os tracks E e F (Bom, isto
origem dos seus sons quando revisei o eu notei que era chato ter de carregar não é muito verdade. Você pode, mas aí
teclado na edição da SOS de setembro de os seus tracks individualmente e depois você bagunça as outras combinações).
2009, então não vou repetir tudo aqui. Mas configurar todos os parâmetros de Apesar desta inconveniência, os resultados
uma coisa precisa ser repetida: apesar de voicing toda vez que eu queria usá-lo. foram mágicos!
ser criada pela pessoa que forneceu muitos Na época, a Manikin Electronic prometia Agora era hora de experimentar com um
dos sons para o M-Ton Pro da GMedia, a que isso se tornaria uma coisa do passado pouco de controle MIDI. Como esperado,
biblioteca do Memotron não é a mesma e quando os ‘Frames’ (semelhante aos CC#7 controla o volume de quaisquer tracks
o Rack não é uma implementação hardware frames de fita física do Mellotron M400) no canal MIDI escolhido, e CC#74 (corte do
do software de sintetizador. Mesmo assim, é foram apresentados no OS versão 1.3. filtro), controla o seu tom, demonstrando
compatível com o formato de arquivo .CPT Eles incluíam as informações sobre quais que o filtro passivo de 12dB/oitava foi
mais antigo da GMedia, o que significa que sons eram carregados em quais tracks e mantido apesar da falta de um controle no
você pode carregar bibliotecas do M-Tron quais eram os seus parâmetros de MIDI painel frontal, enquanto que qualquer valor

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 71
TESTE
MANIKIN ELECTRONIC MEMOTRON RACK

além de zero em CC#12 muda os tracks não é uma operação que alguém vai aparelho bastante poderoso como o
naquele canal para metade da velocidade. precisar fazer com muita frequência e, Roland Fantom XR e Yamaha Motif Rack
A maioria dos teclados controladores usando o meu ‘MkI’ como template, XS custam pouco mais. A resposta, é
MIDI e estações de trabalho modernas eu programei setups subsequentes claro, é que você não pode justificar um
acomodarão isso com facilidade. muito mais rapidamente. Estes incluem instrumento especializado como o Rack
Tendo passado algumas semanas com todos os tipos de Mellotrons que jamais nos fundamentos de preço/performance,
o teclado Memotron, eu já estava adepto existiram, como um novo ‘GR Special’ assim como um EP200, um Pianet N, um
a programar o Rack, mas configurar manual triplo e outros com combinações Compact Duo ou qualquer outro de vários
o Multi, demorou uns 20 frustrantes estranhas de camadas, divisões e instrumentos que fazem pouco, mas mesmo

O painel traseiro do Memotron Rack é uma questão simples, apresentando só um par de saídas de áudio, I/O MIDI e a entrada do cabo de energia

minutos. Isto não foi uma consequência mixagens. Eu também experimentei assim fazem exatamente o que você quer.
da complexidade do que eu estava com a sensibilidade da velocity. Isso É claro, existe uma diferença enorme
tentando, e sim do sistema operacional só afeta o volume de cada nota, mas entre um Memotron Rack e os produtos
de ‘carregar som, encontrar parâmetro, eu achei uma otimização excelente, que eu acabei de mencionar; o Rack não
ajustar parâmetro, mudar som, encontrar embora historicamente imprecisa. é o original reverenciado, é uma cópia
parâmetros que mudaram com ele, ajustar Muitos anos atrás, eu escrevi um track digital, mas não é só uma cópia, é uma
parâmetros de novo...’. Eu desconfio pra um álbum tributo ao Mellotron e, que permite a você ampliar o paradigma
que podia ter conseguido o mesmo Nick Magnus (que foi o engenheiro e do Mellotron e criar conjuntos expressivos
em um editor baseado em computador produtor) selecionou samples de fitas e setups de multitimbres que eram sonhos
ou uma estação de trabalho decente ‘obscuras’ como pianos e guitarras que impossíveis quando os instrumentos
em um ou dois minutos. Felizmente, depois eu toquei com sensibilidade de originais eram produzidos. Ele não soa
velocity. Quando o CD foi lançado, os indistinguível de um Mellotron e, como
Alternativas puristas ou não reconheciam os sons o teclado Memotron, não recria a leve
Depende de como você olha para ele, do Melotron ou gritavam ‘falta’, mas eu sensibilidade à pressão do original,
existem muitas alternativas para o Memotron
adorei os resultados novos e expressivos nem apresenta aquela ‘queda’ do pitch
Rack ou, não existe nenhuma. Os patches
do Mellotron baseados em PCM em que podiam ser obtidos. O Rack alcança quando você toca um punhado de notas
modernas estações de trabalho, podem ter os mesmos resultados com uma fração simultaneamente, nem falha quando você
um uso bastante amplo, mas nenhum exibe minúscula do esforço. Excelente! Se toca rápido demais. Mas eu nunca vi estes
os ‘defeitos’ característicos do original e
poucos, se algum, ‘travam’ depois de oito
existe uma limitação no Rack, é que ele efeitos colaterais como vantagens. Mais
segundos. Se as suas necessidades são não pode carregar novos sons ou Multis propriamente, eles eram defeitos a serem
mais precisas, uma estação de trabalho usando comandos MIDI. De um ponto superados, então eu não lamento por eles
ou sampler moderno como um Roland
de vista da engenharia, isto faz bastante terem sumido. Em resumo, o Rack fornece
Fantom ou Korg OASYS vai hospedar os
samples e oferecer a polifonia que você sentido, mas é uma pena mesmo assim. uma emulação mais do que respeitável do
precisa para reproduzir uma biblioteca do Mellotron e poucos ouvintes vão notar a
Mellotron. Você também pode recorrer Conclusão diferença se você usar um, se é e que vão
aos sintetizadores software M-Tron Pro
Tocar o Memotron Rack parece tocar um notar. Mas os seus roadies e técnicos vão,
ou M-Tron da G-Media, que são legais no
estúdio, mas talvez menos convenientes no Mellotron? É claro que não. As modernas e as únicas pessoas que provavelmente
palco. Mas se você quiser um equipamento estruturas dos teclados, em nada se vão ficar irritadas são o contador e o
de rack simples, dedicado a não fazer nada parecem com as antigas estruturas, dono do centro de manutenção que vem
além de reproduzir sons autênticos do
então talvez você precisa se concentrar mantendo o seu Mellotron vivo. Se –
Mellotron, não existe nenhuma concorrência.
um pouco para tocar os sons da mesma como eu – você ainda curte a ideia de um
maneira que tocaria no original. Isso MkII que você possa carregar por aí em
importa? Bom, se sim, provavelmente o uma mochila da Tesco, os seus sonhos
Rack não é para você. foram atendidos.
Uma questão mais pertinente é
como um player de samples dedicado
$ US$ 1399*
de um aparelho pode exigir um preço
W www.manikin-electronic.com
de aproximadamente £950 quando ! * consulte o box ‘preços referenciais’ na pág. 3
sintetizadores de samples de um

72 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
TESTE

Roland TD20SX
Kit de bateria eletrônica
O TD20KX é o kit de bateria eletrônica carro-chefe da Roland – mas
como ele se compara com concorrentes do mesmo tamanho?
MARK GORDON tom-tom são, de novo, peças importantes através de anéis isolantes de borracha
da estrutura, e usam um sistema padrão de nos vários pontos onde o sistema se

A
o longo dos anos, a Roland se conector e esfera para permitir que os pads conecta. Pequenos clipes pretos de cabos
tornou quase sinônimo de produtos sejam facilmente posicionados exatamente encaixados em cada braço do tom-tom e
inovadores de percussão e bateria, onde você os quer. Isso funciona muito bem pedestal do prato, ajudam a manter tudo
desde baterias eletrônicas que viraram e dá ao sistema inteiro uma sensação legal e organizado, e os cabos
ícones como as CR78, TR808 e TR909 até bastante sólida – embora, em prateados ajudam a unir
o Octapad e SPDs. Depois de algumas minha opinião, o sistema de tudo. Esta é uma solução
incursões, inicialmente com menos sucesso, rack hexagonal(hex-rack) bastante elegante para
no mercado de kits de bateria eletrônica, o empregado no sistema os problemas óbvios de
ano de 1997 viu a apresentação do sistema Yamaha DTX pareça se cabeamento que um
V-Drum, que desde então entrou para este encaixar mais para um kit eletrônico sempre
grupo celebrados. kit neste nível e faixa de terá sobre um acústico,
O kit top no extenso conjunto V-Drum preço. mesmo tendo sido um
da Roland é o TD20KX, que com certeza O conjunto de cabos pouquinho apertado colocar
impressiona com os seus cinco V-pads que conecta os pads
apresentando ‘bases’ de armação ao módulo, se encaixa
intercambiáveis, novo V-Kick significativo e certinho dentro do rack
novos V-Hi-Hat e V-Cymbals prateados. A e pode ser acessado
geração do som fica por conta do poderoso
módulo TD20X.

O Hardware
Este é um kit de seis baterias composto
por dois tom-tons de rack de 10
polegadas, dois tom-tons de
rack de 12 polegdas e uma
caixa de 12 polegadas e
bumbo de 14 polegadas de
livre montagem. Três pratos
são fornecidos com o kit (dois de
ataque de 14 polegadas e um de
condução de 15 polegadas), e um par
de pratos de chimbal de 12 polegadas
completa o conjunto.
O kit vem com o novo rack de bateria
MDS25, uma estrutura bastante consistente,
construída a partir de um tubo cilíndrico
de cromo e montada com braçadeiras
de alumínio escovado. Cinco braçadeiras
parecidas são fornecidas para prender os
braços do prato e tom-tons ao rack. Quem
estiver contando perceberá que não são
braçadeiras suficientes para braços de três
pratos e quatro tom-tons. Isso é porque
dois dos braços dos pratos ou tom-tons
(dependendo de como você escolher
montar o kit) são montados diretamente
nas pernas do rack. Os próprios braços do

74 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
O pad de caixa PD25XS apresenta uma ‘pele’ desenvolvida em
cooperação com a Remo

todos estes cabos no tubo do rack! uma pele de bateria comum, mas produz
Como eu mencionei antes, o pouquíssimo ruído acústico. As peles com
pad de bumbo, chimbal e pad camadas múltiplas podem ser ‘afinadas’
de caixa são de livre montagem, para dar exatamente a tensão que você
o que eu pessoalmente gostei quer em cada bateria, exatamente como o
bastante, já que isso permite esperado em um kit acústico real. É claro,
bastante liberdade para configurar o virar as hastes de tensão na verdade não
kit exatamente como você faria em um muda o pitch da bateria, mas eu posso
conjunto acústico. Um único ponto aonde honestamente ver isso acontecendo em
fiquei um pouco desapontado, é que o um futuro não muito distante! Todos os
TD20KX não vem com um pedestal de pads, exceto a caixa, têm acionamento
chimbal ou caixa. Eu tenho vários pedestais de zona dupla, então podem ser batidos
que seriam perfeitos para o trabalho, mas na pele ou aro (ou ambos, dando um
eu fiquei surpreso por eles não terem sido verdadeiro rim shot).
incluídos em um kit top de linha. Entretanto, Embora eles, possivelmente, não sejam
a Roland diz que isto é porque os músicos os pads mais silenciosos no mercado, as
profissionais que TD20KX tem por foco, já peles são um grande prazer de tocar, e
têm seus próprios pedestais e preferências poder ajustar a tensão de cada bateria
por pedestais. individual, traz um grau enorme de
realismo ao tocar o kit. Outro recurso
Os pads
Os pads inclusos com o kit TD20KX são
novos V-Pads da Roland, e eu diria que Roland TD20SX
eles são o mais próximo possível de R$ 24.999
um híbrido. Eles são construídos quase PRÓS
exatamente como uma bateria acústica • Toca e parece com um kit verdadeiro.
com uma armação bastante rasa. A pele • Sons fantásticos.
fica na armação e é presa no lugar por • Capacidades incríveis de edição.
um aro/arco comum, completo com haste • Eu quero um!
de tensão. Os aros têm uma cobertura de CONTRAS
borracha preta para reduzir o ruído acústico • Copie os kits antes de editá-los, já que
quando você estiver tocando rim shots. todas as mudanças são finais!
Todos os pads usam as peles da Roland • Nenhum pedestal incluso de chimbal e caixa.
que fazem parte integral das suas baterias
RESUMO
eletrônicas há muitos anos. Desenvolvidas O TD20KX realmente obscurece os limites entre
com provavelmente o fabricante de peles baterias eletrônica e acústica. Ele toca de uma
de bateria mais famoso do mundo, a maneira linda, soa incrível e oferece um nível
Remo, as peles da Roland se comportam de edição que deve satisfazer até o engenheiro
de gravação ou baterista mais exigente.
quase exatamente da mesma maneira que

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 75
TESTE
ROLAND TD20SX

único dos pads é a capacidade de mudar


as armações da bateria. O TD20KX vem
com uma armação-base tipo alumínio
escovado, mas variações nas cores
vermelho e azul também estão disponíveis,
caso você queira mudar!
Aqui, vale a pena mencionar o bumbo:
ele foi ‘atualizado’ de um pad de 12
polegadas para 14 polegadas e com certeza
tem presença. Precisamos de praticamente
duas pessoas para tirá-lo da caixa! Este
peso, combinado com algumas pernas A parte de trás do TD20X é onde encontramos conexões para todas as entradas acionadoras e saídas
de áudio, além de I/O MIDI e a conexão do cabo de energia para a fonte interna
corpulentas, significa que você realmente
pode confiar nesta bateria, e ele parece tão
sólido quando um bumbo comum. a seleção comum de conectores P10. Na aumenta ainda mais a sensação profissional
O kit inteiro com certeza é atraente, e os parte de baixo do painel traseiro, estão do equipamento.
novos V-Cymbals somam a isso com a sua as entradas de pad para bumbo, caixa, os O painel frontal tem um monte de
cor prateada singular. Isso dá a aparência quatro tom-tons, pratos e chimbal. Quatro controles, faders e botões, mas eles são
de um prato acústico normal, e embora isto entradas ‘Aux’ adicionais são fornecidas agrupados em seções bem identificadas,
seja puramente visual, é um detalhe legal para conectar mais pads ao kit e, de facilitando bastante a navegação. Um
e se encaixa perfeitamente no visual do maneira atenciosa, o ‘molho’ de cabos inclui grande LCD exibe a bateria atualmente
kit. Os pratos apresentam duas zonas de quatro cabos adicionais para exatamente selecionada e parâmetros relevantes ao
acionamento – a ponta e o arco - e também este objetivo. Existe uma saída master Left / editar, e um display de LED com bastante
podem ser ‘abafados’ segurando a ponta. Right não balanceada e uma saída digital S/ brilho à esquerda, mostra o número do kit
O prato de condução adiciona uma terceira PDIF, junto com oito conectores direct out, atual. Cinco botões ‘macios’ de função sob
zona de acionamento com o sino. identificados para bumbo, caixa, chimbal o LCD, se correspondem com o que estiver
O chimbal compreende dois pratos, e prato de condução, com um par estéreo sendo exibido no LCD. Uma escala de
de novo prateados, e se encaixa em um para os tom-tons e outro para os pratos. LEDs mostra o nível do acionador/trigger
pedestal de chimbal comum, praticamente Por padrão, as baterias de cada kit são pré- em qualquer pad sendo batido, o que é
da mesma maneira que o seu equivalente atribuídas a estas saídas individuais, então particularmente útil ao configurar alguns
acústico. Os dois pratos são conectados é muito rápido passar individualmente dos parâmetros do acionador.
juntos por um pequeno cabo P10 para cada bateria para, digamos, uma mesa de Os oito faders têm funcionalidade dupla,
P10 para permitir que informações de mixagem ou interface de áudio, além da e mudam de função, através do botão
acionamento passem entre eles. mixagem estéreo da saída master. Fader à direita deles. No seu estado inicial,
É fornecido um conector de footswitch cada fader controla o volume de baterias
Trabalho cerebral que pode ser usado para alterar entre individuais – bumbo, caixa, chimbais, etc.
Como o coração do kit TD20KX está os kits, ou para começar e parar o Apertar o botão Fader muda os faders
o módulo TD20X. Fisicamente, ele é o sequenciador interno, e um P10 de Mix para controlar o nível das quatro entradas
mesmo que o seu antecessor, o TD20, In permite a você conectar um CD player Aux, sons de Percussion no sequenciador,
mas agora combina os recursos do TD20 ou fonte de áudio para tocar junto. As o sequenciador Backing e o Click. Embora
original com a placa de expansão TDW20, conexões do painel traseiro se completam exista um LED nas partes de cima e de
em um único aparelho. com um MIDI In e Out e conexão de cabo baixo do grupo de faders para mostrar em
O módulo é organizado de maneira de energia em vez de uma conexão para qual ‘modo’ você está, de vez em quando
lógica, com o painel traseiro apresentando uma fonte de energia externa, o que eu me peguei tentando ajustar o nível de

Fora da caixa
Como um sistema autônomo, TD20KX é MIDI e não diretamente também pelos pads, melhores que eu já ouvi, e as suas capacidades
um equipamento realmente incrível, e suas o que resultaria em acionamento duplo. Os abrangentes de edição, meio que anulam a
capacidades de sequenciamento interno exibem tons da bateria no TD20X são acessados via necessidade de programas como BFD. Tendo
muitas possibilidades interessantes. Mas, canais um a quatro (para criar partes de apoio dito isso, tais programas realmente oferecem uma
normalmente, a maioria das pessoas usará o no sequenciador interno). Gravar no Logic é dimensão adicional, com a opção de carregar os
TD20KX com algum tipo de DAW. No meu simples, com zonas acionadoras duplas de cada seus próprios kits customizados. O BDF inclui
caso, é o Logic em um Mac. pad de pele e aro tendo o seu próprio número de vários keymaps para diferentes dispositivos
Ao contrário do módulo cérebro Yamaha nota. Com acionadores mais complexos, como o de entrada, e o TD20 está incluído na lista
DTX900, TD20KX não tem uma conexão USB chimbal, o valor e número de MIDI Controller de presets, o que significa que todas as zonas
ou comunicação direta com o computador ou também são transmitidos. É claro, o grau ao acionadoras de pads são perfeitamente mapeadas
software de sequenciamento, ele simplesmente qual você pode editar uma parte MIDI supera aos kits do BFD. Todas as variações sutis no
se conecta através de conectores padrão MIDI a edição de áudio convencional, e depois que a chimbal são replicadas pelos kits do BFD, junto
In e Out. Como os pads estão acionando os sons parte da bateria foi editada, você pode gravar os com rim shots e dinâmica de pratos. O TD20KX
localmente, você precisa garantir que o MIDI tons da bateria como áudio através das saídas junto com BDF e Logic, com certeza, cobrem
Local esteja desligado no aparelho. Isto significa separadas do TD20X. todas os pontos fundamentais ao se tratar de criar
que os sons no TD20X só são acionados via Os sons de bateria no TD20X são alguns dos tracks de bateria.

76 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
TESTE
ROLAND TD20SX

uma bateria e percebi que eu estava no


modo errado e, portanto, os movimentos
do fader não estavam tendo nenhum efeito.
À direita do LCD, estão quatro botões
de cursor para navegação na tela. Uma
grande roda é fornecida para entrada de
dados, junto com dois botões ligeiramente
superdimensionados de ‘+’ e ‘-’, que são
ótimos para acionar (suavemente!) com a
ponta da sua baqueta para mudar entre os
kits ou parâmetros.
O grupo de botões ‘Drum Kit’ dá
acesso direto aos efeitos e funções de
edição de pads, enquanto que um útil
botão Kit, grande e iluminado, leva você
de volta à tela principal. Ele permite
a edição muito rápida e fácil dos kits
durante uma apresentação. Existem
também botões de transporte para
controlar o sequenciador interno, e um
botão Preview para que você possa editar
mesmo sem ter os pads conectados.
Todos os controles de volume
são agrupados juntos, com controles
individuais para saída Master, Headphones O módulo de som TD20X está no coração do setup e pode imitar praticamente qualquer tipo de kit, em
e Mix In. O próprio conector de fone qualquer ‘espaço’ que você quiser colocá-lo
de ouvido é localizado, de maneira
conveniente, na parte frontal do aparelho, chegar ao ponto cedo demais, eu preciso bateria começa a ‘ressoar’.
junto com um slot de cartão Compact dizer que o TD20KX é espetacular para Chimbais e pratos acústicos sempre
Flash para salvar e carregar configurações tocar. A combinação da sensação real de serão difíceis de replicar eletronicamente,
de memória do usuário. um bateria dos pads com ‘pele’ e o realismo mas o TD20KX faz um trabalho muito
dos kits nos presets é fantástica, tanto que respeitável, particularmente com o chimbal.
Tocando o kit depois de um tempo é fácil acreditar que Muita coisa é tocada no chimbal de um
Correndo o risco de ser estraga-prazeres e você está tocando um kit acústico bem kit, e muito disso são batidas repetidas,
microfonado, em vez de um conjunto de então um chimbal fraco vai destoar e
Alternativas pads eletrônicos. ficar muito longe, mas o TD20KX não
Como uma alternativa ao TD20KX,você pode
considerar o Roland TD20K ou TD12KX, ou o
Os kits presets cobrem um espectro decepciona. Chimbal fechado, modulações
Yamaha DTX950K. O TD20K é quase idêntico enorme de estilos e tipos de bateria, e, agudas e sons meio abertos e frouxos são
ao TD20KX e seria adequado para todos os quase sem exceção, soam fantásticos. O todos reproduzidos fielmente, com o som
músicos, exceto os mais exigentes. Ele usa um
primeiro kit apresentado quando você liga mudando de maneira completamente
sistema de rack um pouco diferente e inclui
o pad de bateria menor, de 12 polegadas, o TD20KX é o kit TD20X. De acordo com suave, de fechado para totalmente aberto,
enquanto que o modulo cérebro é o TD20 não o manual, este kit ‘Permite a você explorar conforme você move o pedal. Até a pressão
expandido (sem os recursos adicionais da placa as expressivas capacidades do V-Drums’... dos dois chimbais fechando com mais
de expansão TDW20), então alguns recursos
e ele não está errado. A dinâmica que força, vai apresentar mudanças pequenas
de edição e kits disponíveis no TD20KX, não
estão presentes. Embora os pads e pratos pode ser alcançada aqui é incrível, com na nuance do som, exatamente como um
sejam do mesmo tamanho e funcionem da até a nota fraca mais silenciosa, sendo chimbal acústico. Mudar gradualmente
mesma maneira, você não tem o luxo de pratos precisamente reproduzida. Conforme você entre o sino do prato de condução e
prateados ou a opção de mudar armações da
bate na caixa com mais força, o som se a ponta, produz um som igualmente
bateria. O TD12KX oferece uma economia
significativa, mas realmente usa um modulo abre, com um bonito sobretom ressonante. impressionante e, de novo, a dinâmica é
cérebro diferente, o TD12, e pads menores e Bater no aro e na pele juntos, produz um perfeitamente reproduzida. Os pratos de
mais leves. ótimo rimshot, que muda dependendo ataque, embora só zona dupla, fazem um
A oferta da Yamaha é o seu DTX950K, top
de linha, que tem um preço parecido. Ele é um
de exatamente onde você bateu na pele. ótimo trabalho, ao ponto em que até um
kit com som fantástico, e embora não ofereça O som da caixa até muda conforme você rufar de prato, pode ser executado de
o mesmo nível de edição de bateria que o kit passa do centro para a ponta da pele. Você maneira bastante convincente.
da Roland, ele realmente inclui vários recursos também pode tocar partes de cross-stick e Esta excelente capacidade de tocar e
únicos. O módulo DTX900 é o único módulo
de bateria de sampling no mercado, então até tocar com vassourinhas. seu realismo, são duplicados em todos
ele é a ferramenta perfeita para tocar os sons Os tom-tons e bumbo também são os kits que vem nos presets, com vários
de bateria do seu álbum ao vivo. No estúdio, impressionantes, brilhando para a vida exemplos acústicos dos kits de jazz e swing
o DTX950K também apresenta integração
quando você bate neles, e soando dos anos 1940 e 1950 até o rock de estádio
firme com o Cubase, dando a capacidade
de controlar muitos dos parâmetros do bastante naturais. Ao bater nos aros dos dos anos 1990 e, parece, tudo entre eles.
sequenciador, diretamente do kit. tom-tons, você tem um som bastante real A Roland também colocou os seus próprios
e, conforme você bate com mais força, a arquivos de baterias, na forma dos kits

78 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
TR808 e 909. Um pouco da impressionante bumbo é batido com força.
‘caixa de truques’ do TD20X se manifesta Você pode atribuir qualquer voz (voice) O sequenciador
na forma de melodias e loops que tocam a qualquer uma das zonas acionadoras em O sequenciador interno do cérebro fornece
quando você bate em um pad, e tom-tons um pad ou prato, e além de vozes simples, 150 presets e 100 padrões de usuário e é
que mudam o pitch quando você abre e também é possível atribuir uma sequência organizado em seis ‘partes’: Drum Kit Part,
fecha o chimbal, junto com vários sons interna para qualquer um dos pads. Eles Melody Part, Bass Part, partes Backing 1 e
processados e efeitos especiais. podem ser acionados batendo no pad, o Backing 2 e uma parte Percussion. Presets
de Padrões são fornecidos, que não podem
Os 100 kits presets possivelmente seriam que realmente abre algumas possibilidades.
ser gravados por cima e simplesmente estão
suficientes para qualquer um, mas na Uma paleta abrangente de efeitos ali como demonstrações do que o TD20X é
verdade isso é só uma pequena parte de o inclui compressão e equalização, que capaz. De maneira alternativa, eles podem
que o cérebro do TD20X pode fazer. estão disponíveis para cada pad individual, ser usados como ferramentas de prática
enquanto que Ambience e Multi Effects de acompanhamento. Ao reproduzir os
Sob a tampa do TD20X são aplicados ao kit como um todo. Um presets de sequências, você pode facilmente
silenciar qualquer uma das partes, usando
O TD20X é baseado do CMOS Variable Compressor Master e EQ adicionais
a função de soft keys, e ajustar o nível das
Drum Modeling Technology da Roland também podem ser aplicados à fase final partes de percussão, de apoio e baterias
e apresenta 920 sons e instrumentos de saída de qualquer kit. O compressor, individuais, usando os faders. Ativar o
diferentes, todos podendo ser editados equalizador e efeitos múltiplos são clique ou o botão de ritmo visual que pisca
à exaustão. praticamente os esperados da Roland, com e silenciar os tracks de bateria o tornam o
Selecionar um kit e apertar o botão a seleção normal de efeitos de modulação parceiro perfeito para praticar.
Um total de 62 instrumentos de apoio
‘Inst’ leva você para um mundo de de alta qualidade, delays e distorções,
está disponível se você quiser criar os seus
materiais de armação, tipos de pele e enquanto que as configurações de
próprios tracks de apoio, embora você
opções de amortecimento que fariam Ambience permitem a você editar tipo de precise conectar um teclado MIDI ao
qualquer baterista tecno babar. Aqui você sala, tamanho e forma, junto com material TD20KX para fazer isso. Eles cobrem um
pode editar kits existentes ou construir da parede e posição do microfone. Apertar conjunto amplo de sons e são legais para
do começo, quase qualquer kit que você o botão Mixer exibe um ótimo mixer virtual criar padrões de prática, loops e sequências
conseguir imaginar. É como se alguém lhe pequeno que usa os faders e simplifica o melódicas. Um número limitado de
funções de edição está disponível, mas
desse a chave da fábrica de baterias! ajuste do nível de mandada de cada bateria
se você quiser fazer alguma outra coisa,
Conforme você bate em um pad, para Ambience e Multi Effects. sem ser uma sequência relativamente
uma imagem da bateria virtual (ou prato) A única crítica que eu tenho é que simples, eu creio que você deveria usar um
aparece no LCD. Você pode navegar parece não existir um buffer de edição. computador e DAW.
pelos 920 instrumentos presets e atribuir Passando por alguns dos parâmetros

“Você pode editar kits existentes ou construir do preço realmente reflete isso. Por R$ 24.999,
ele realmente parece caro, mas como eu já
zero qualquer kit que conseguir imaginar. É como se disse antes, um bom kit acústico com um
alguém lhe desse a chave da fábrica de baterias!” conjunto de pratos, estrutura e microfones
também não sairá por muito menos do que
um para o pad ou apertar a soft key Edit de edição, eu fiz alegremente edições isso. De fato, depois que você inserir alguns
e começar a manipular a própria bateria. aleatórias aos kits presets, sem bumbos adicionais, caixas e percussão
Os materiais da caixa variam de madeira perceber que eu os estava alterando eletrônica e acústica para as necessidades
até latão e aço, e você pode mudar a permanentemente, sem ser perguntado se mais específicas que você pode ter, seria
profundidade da bateria de uma polegada eu queria ‘salvar’ ou ‘fazer mudanças’. A fácil exceder bastante esta quantia (Existem
até inacreditáveis 20 polegadas. solução simples é apenas copiar kits presets kits alternativos da Roland e Yamaha que
Os tom-tons variam de raso a fundo, nos espaços para o usuário antes de você custam um pouco menos e podem ser mais
assim como o bumbo, e você pode até começar a editá-los. adequados às suas necessidades.; veja o
escolher peles limpas, cobertas ou risca- box ‘Alternativas’).
de-giz. O amortecimento é na forma
Conclusão Some a capacidade de criar quase
de fita gaffer virtual, ‘doughnuts’ ou O V-Drums da Roland praticamente se qualquer kit dos sonhos e colocá-lo em
até um cobertor no bumbo, todos com tornou um padrão da indústria e, tendo praticamente qualquer espaço acústico
representações gráficas na tela (quando convivido com o TD20KX durante algumas e, de repente, eu consigo me sentir com
você afina uma bateria, uma chavinha de semanas, eu posso facilmente dizer o vontade de pegar o telefone para pedir um
bateria vira!). Os pratos têm flexibilidade motivo. Ele é a coisa mais próxima de tocar empréstimo ao banco. (Este colaborador
de edição parecida. Eu me diverti bastante um kit acústico que eu já experimentei, e e a Sound On Sound não incentivam,
criando um prato de condução de 40 não seria inadequado em quase nenhum de forma alguma, que você exceda suas
polegadas completo com rivets! Se isso tipo de sessão. A lista de bateristas condições financeiras, para adquirir um
não for suficiente, você pode até variar a bem respeitados usando o TD20KX no novo equipamento, independentemente de
posição do microfone para cada bateria estúdio e ao vivo inclui artistas como Karl quanto você o queira!
e prato. Existem alguns detalhes legais Brazil, Omar Hakin e Steve White, o que
que colaboram com o realismo dos kits confirma como ele é um equipamento
acústicos, como a capacidade de fazer a verdadeiramente profissional. $ R$ 24.999.
T Roland (11) 3087-7723.
caixa ‘zunir’ quando outras baterias são Este, é claro, é o topo absoluto do
W www.roland.com.br
batidas e os tom-tons ressoarem quando o conjunto do kit V-drum da Roland, e o

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 79
D E S TA Q U E

POR DENTRO DA

MÚSICA BR
Os segredos dos engenheiros de
mixagem: Beto Neves • Ivete Sangalo
no Madison Square Garden - NY
SIMONE POLL conta do Brasil e se alastra pelo mundo.
Considerada a cantora mais popular do

F
oi em março de 2010 que Alexandre Brasil na atualidade, é líder de vendas na
Lins me convidou para gravar e mixar, indústria fonográfica nacional, arrasta uma
me falando que só um brasileiro legião de fãs por onde passa, inclusive
poderia entender o som da nossa música, em terras internacionais. Como realização
com tanta percussão e instrumentos tão de um desejo pessoal, surgiu esse mega
particulares”, conta Beto Neves, engenheiro evento de NY, que teve um público de 14,5
de mixagem do 4o DVD de Ivete Sangalo, mil pessoas e, com certeza, tem tudo para Beto Neves na unidade móvel de áudio.
gravado, ao vivo e em uma só seção, no bater novos recordes de vendas quando o Em destaque acima: foto da capa do DVD
Madison Square Garden, em NY. CD, DVD e Blu-ray do show forem lançados.
Um projeto desse porte (veja o box Afinal, não é sem motivo que o DVD mais unidade de gravação baseada em uma
Fatos & números do show) poderia incluir vendido da Universal em todo o mundo, é mesa Neve: “O primeiro passo foi a escolha
qualquer outro grande engenheiro do o último lançamento da cantora, ‘Ao vivo no da unidade móvel de gravação. Decidimos,
mercado mundial, mas a escolha de toda Maracanã’ que já ultrapassou a marca de 604 Alexandre e eu, que a unidade de gravação
a equipe de áudio, feita pessoalmente mil cópias vendidas. seria com equipamentos analógicos, mas o
pelo produtor Alexandre Lins e Ivete, foi projeto seria gravado em formato digital.
por profissionais brasileiros, familiarizados
Analógico e digital Pesquisei muitas UM (Unidades Móveis) de
com a nossa sonoridade única. O convite Como um aficionado pelo som analógico áudio nos USA com consoles analógicas
realmente não foi por acaso, Beto Neves e quase um caçador de raridades e e equipamentos fantásticos e escolhemos
carrega em sua bagagem, além dos últimos equipamentos vintage, Beto escolheu a o Silver Truck da Remote Recording, um
discos da Ivete, artistas como caminhão de 12 metros, com um console
Carlinhos Brown, Claudinha Neve VR fabricada sob medida para o
Leite, Harmonia do Samba e caminhão, que foi todo montado pela
muitos outros. Para a master, Neve. Sou apaixonado por esse console
foi escolhido o engenheiro e ele foi decisivo para a escolha desta
Carlos Freitas, da Classic UM de áudio.”
Master, com um currículo tão
extenso que fica difícil contar
Gravação multimídia
tudo aqui, mas recentemente A escolha dos equipamentos para a
masterizou DVDs de Roberto gravação foi ainda mais desafiadora, após
Carlos, Roupa Nova, uma solicitação do Alexandre Lins, que tinha
Arnaldo Antunes, além de como preocupação, não apenas a captação
tantos outros CDs, que se pura do áudio, como também a não
destacaram por seu sucesso. poluição das imagens com equipamentos,
A Ivete dispensa pedestais, cabos e tudo mais. “Alexandre
apresentações. Com uma me pediu para termos o palco o mais limpo
Acima: Beto Neves e a mesa
trajetória de muitas conquistas, Neve VR, na UM. À direita: possível, sem pedestais de microfones, para
prêmios e sucesso, que tomou Visão externa da unidade móvel não ‘sujar’ o vídeo, e que ele não gostaria

80 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
de usar biombos de acrílico separando os irmão e pelo ‘arregassar das mangas’ do essencial para o sucesso do projeto.
instrumentos. Passei, então, a fazer vários produtor musical Alexandre Lins e Fábio No dia 1 de setembro fizemos um show
testes com microfones pequenos que Almeida, produtor executivo, começou aberto ao público, que serviu como um
não precisassem de pedestais e consegui uma grande empreitada em busca de grande ensaio para a gravação do DVD. Daí,
fazer grande parte da microfonação dos fornecedores para organização da infra- foi tudo desmontado e embarcado em 19
instrumentos usando microfones DPA 4099, estrutura, equipe e a própria concepção carretas rumo a Nova York onde teríamos 2
DPA 4061, Audio Technica ATM 3550, do show. Houve uma pausa por conta da dias para montar toda a estrutura e fazer o
Sennheiser E904, que são muito pequenos crise econômica, mas em agosto de 2009, o show para a gravação”, conta Beto Neves.
e não necessitam de pedestal. As exceções trabalho começou para valer.
foram apenas no bumbo da bateria que usei As questões de logística, distância
E vai rolar a festa...
um Electrovoice RE20 e um Beyerdynamic e burocracia do processo, foram uma Com tudo pronto para a gravação do
M88; na caixa da bateria que usei 3 Audix i5, dificuldade adicional à produção, mas tudo DVD ‘Multishow ao Vivo – Ivete Sangalo no
nos over heads da bateria, 2 Neumann U87, caminhou perfeitamente para a realização Madison Square Garden’ Beto conhece a UM
no Hi hat eu usei Shure SM81 e nos amps de do evento e, embora a maior parte dos escolhida a dedo: “No dia 3 de setembro,
guitarra que usei 2 Royer R121. profissionais tenha sido contratada nos véspera do show, fui ao encontro do meu
Para a captação da ambiência, foram EUA e Inglaterra, pela facilidade de apoio, amigo Carlos Freitas, que havia ido a Nova
usados 16 mics shotgun curtos, médios e logística e pelo seu grande know-how York para acompanhar a gravação do projeto
longos espalhados pela arena. Quanto ao no show business, uma grande equipe que mais tarde iria masterizar. Foi quando
não uso dos biombos de acrílico, fizemos de profissionais brasileiros (perto de 100 entramos pela primeira vez na Remote
uma disposição dos instrumentos no palco pessoas), mostrou o talento, carisma e brilho Recording. Fomos muito bem recebidos pelos
de forma que diminuíssem os problemas de como a equipe de áudio do evento. “No engenheiros Phill Gitomer e Sean McClintock,
vazamento dos instrumentos de percussão dia 25 de agosto de 2010 toda a equipe que fizeram todos os testes dos equipamentos
nas vozes e colocamos os amps de guitarra embarcou para a cidade de Worcester antes que eu assumisse o controle e tudo
atrás do palco pelo mesmo motivo.” nos USA, essa cidade fica a 30 minutos de funcionou perfeitamente. Nesse dia, pudemos
Boston e lá foi alugada uma Arena com passar o som dos instrumentos e preparar
Ouvindo de longe dimensões próximas às do Madison. Ficamos todos os detalhes de sincronia. Usamos como
Um detalhe importante da gravação, é por 6 dias montando toda a estrutura do plataforma de gravação 2 sistemas Pro Tools
que a arena do Madison fica no quinto show, palco, luz, som, com toda a equipe HD3 com 96 canais de I/O cada, sendo o
andar do edifício, o que naturalmente de produção, áudio, banda e a própria sistema principal com interfaces Apogee
apresentaria uma dificuldade a mais para Ivete. Nesse período podíamos ensaiar ADx16 e DAx16 e o sistema de backup com
‘conectar’ o caminhão (UM), ao show. durante o tempo necessário para preparar interfaces Digidesign 192. Para a sincronia dos
Um sinal transmitido por 400 metros de todos os detalhes, então pude fazer meus 2 sistemas, era usado um Apogee BigBen,
cabo, poderia gerar uma degradação últimos testes de microfonação e gravava que recebia um sinal de Black burst da UM
de sua qualidade. Para evitar isso, mais todos os ensaios através da mesa de PA de vídeo e convertia em word clock para
equipamentos e engenheiros foram em multitrack, depois ia para o hotel e duas Digidesign Sync I/O, uma em cada
necessários. “A solução do problema ouvia tudo para ver se a captação estava sistema, que também recebia um LTC da UM
foi dada pela própria equipe da Remote ficando como planejado. Toda a equipe de vídeo. No dia 4, dia do show, pudemos
Recording. Foram colocados 96 prés em ficou hospedada em um hotel a 50 metros fazer um ensaio geral com a banda, sem a
cima do palco, que eram transmitidos da arena onde fazíamos todas as refeições e Ivete, para ajustarmos detalhes do áudio
como sinal de linha para o caminhão, passávamos o dia trabalhando e interagindo e do vídeo. Usei, basicamente, a EQ e
onde eu podia equalizar tudo na Neve e muito. Tenho certeza de que esse período foi os dinâmicos da Neve, com exceção das
insertar o que quisesse antes de ir para
os gravadores. A Remote Recording
já havia trabalhado assim no DVD
do artista Michael Bublé, no próprio
Madison, por isso tinham certeza do
sucesso e não erraram. A equipe é
realmente extraordinária.
Os prés escolhidos para a gravação
foram 16 canais de prés API 212L para
vozes, baixo, guitarra, sopros, backs
e convidados, 48 canais de Millenia
HV-3 para instrumentos de percussão e
bateria e 32 canais de Aphex 1788 para
teclados e ambiência.”

Where it begins
A idealização do show começou em 2008,
com uma idéia de Ivete de fazer o show
em NY, animada após assistir um grande
espetáculo no Madison Square Garden.
Apoiada pelo empreendedorismo de seu Sessão final do Pro Tools para a master do DVD contendo as mixagens 2.0 e 5.1

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 81
D E S TA Q U E
POR DENTRO DA MÚSICA BR

vozes da Ivete e dos convidados, que usei separou as sessões por música e limpou os
compressores Urei 1176, no bumbo e nas vazamentos indesejáveis dos canais.
caixas que usei compressores Empirical Alguns dias depois da gravação, no dia
Labs Distressor, nos over heads foi um 12 de setembro, dei inicio às mixagens no
Urei 1178, no baixo, o Tubetech CL1B, estúdio Mina, de propriedade do produtor
nas guitarras um Tubetech LCA-2A e em Alexandre Lins, uma sala de mixagem
alguns instrumentos de percussão eu usei maravilhosa projetada pela WSDG, por
compressores Urei LA2A. Como não havia Renato Cipriano (saiba mais no box ‘O’
necessidade de transmissão do áudio, home studio).”
apenas para a unidade de vídeo, optei
por mixar o PGM sem nenhum efeito que Bumbo e baixo: equalizadores e
pudesse mascarar algum problema ou compressores analógicos Daking
ruído em algum canal. Às 20h15 começou “Essa música tem um estilo ‘samba
o show que teve duração de 2 horas e funk’, com as influências da percussão
40 minutos e transcorreu sem nenhum baiana e um belíssimo arranjo de metais.
problema. Todo o equipamento funcionou Nela eu utilizei, no bumbo e no baixo,
perfeitamente e, às 2h da manhã, voltamos equalizadores e compressores analógicos
andando para o hotel, com caixas de HD Daking, com o attack lento e o release
em uma mão, uma lata de cerveja na outra rápido, valorizando as baixas frequências
e o sentimento de dever cumprido.” desses instrumentos.”

A mixagem Caixa e bateria: EQ Chandler, Universal


‘Pensando em nós dois’ | Ivete Sangalo Audio 1176, Demeter, plug-ins API 55b Ajustes feitos por Beto Neves no plug-in API
e Seu Jorge (uma das músicas do DVD “Na caixa foi usado um EQ chandler e um para o surdo
gravado em NY). comp UA 1176. Utilizei ainda, a compressão
“De volta ao Brasil, o projeto foi para dos Demeter nos Over Hads da bateria, Vozes: API 550b, Urei 1176 black, plug-
as mãos do editor Kesser Jones que além do plug-in API 550b para EQ.” in REQ6 Waves, equalizador analógico
Harrison, Universal Audio 1176
“Na voz da Ivete eu utilizei um EQ
‘O’ Home Studio analógico API 550b e um comp analógico
Vamos mixar em NY, na sala x? – Bem, quanto um Apogge BigBen. Além disso, ainda tem uma Urei 1176 black, valorizando as médias
vamos ganhar com isso (em qualidade)? – Humm... superfície de controle Euphonix MC Control, um frequências da voz e com compressão
acho que uns 5%. – Então vamos fazer lá em casa! sistema de monitoração Dynaudio Air 6-5.1 e o muito rápida e forte, como um limiter,
A conversa foi mais ou menos assim, mas o fato é pacote de plug-ins Waves, Altiverb 6.3, Line6 e além de um plug-in REQ6 Waves para
que o DVD “Ivete Sangalo – Live at Madison Square Speakerphone. Um detalhe interessante dessa sala
correção de frequências específicas, com
Garden” foi sim editado em um home studio. Beto de mixagem é que ela fica dentro do apartamento
Neves: “Esse estúdio tem um conceito fantástico de do Alexandre Lins no 18º andar de um edifício, um Q bem fechado. Na voz do Seu Jorge,
intercecção do digital com o analógico. A plataforma onde conto constantemente com a companhia dos utilizei um equalizador analógico Harrison
usada é um Protools HD3 Accel na versão 8.1 seus dois filhos, Davi de 3 anos e meio e Gabriel e um compressor UA 1176.”
que tem 32 canais de saída analógica, convertidos de 2 anos, deixando o trabalho sempre leve. É,
por interfaces Apogee DAx16 e Digidesign 192, literalmente, um Home Studio, e que ‘Home Ambiência: plug-ins Altiverb 6, Lexicon
indo para um Summing Mixer SSL, onde são Studio’!!!”
LX480
insertados periféricos vintage analogamente em Lá também foram mixados, por Beto Neves,
seus canais. Depois, o resultado estéreo analógico vários outros projetos, como os DVDs da Banda Eva “Para simular a ambiência da arena
da mix é convertido novamente para digital por um “Veja alto, Ouça colorido” e “Lugar da Alegria”, o CD Madison Square Garden, utilizei 3 plug-
Apogge roseta 200 e gravado em um Masterlink de Netinho “Minha Praia” e o último DVD da Ivete, ins altiverb 6 a partir do preset Medium
na resolução de 96khz. Tudo isso sincronizado por “Pode Entrar”, todos esses indicados ao Grammy. Hall da Lexicon LX480, onde modifiquei
os parâmetros para ter o resultado mais
próximo da reverberação de quem assiste
um concerto nessa sala. Esses parâmetros
de reverberação foram utilizados em
todas as músicas, apenas com pequenos
ajustes nos tempos do pré delay. Como
eu já havia processado muito o som
durante a gravação, equalizando e
comprimindo todos os canais, na mix eu
apenas fiz pequenas correções, pois tudo
já soava muito bem.”
O trabalho foi árduo, mas a recompensa
certamente virá: “Durante 4 semanas mixei
as 21 faixas sozinho e com total autonomia,
durante uma média de 10 h por dia. Depois,
o Alexandre ouviu as mixagens e fez suas
No foto menor: Alexandre Linz dono do Home Studio
observações, que iam sendo atendidas na

82 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
escutou a master para garantir total
qualidade – “fiz muitas provas de O ‘som do Madison’
Masterização e ouvi em muitos lugares, Para recriar na mixagem a ambiência do
e enviava ao Beto por Digidelivery, que Madison, Beto Neves foi a uma loja de DVDs
junto com o Alexandre avaliava e fazia e comprou todos os shows que encontrou,
recalls na mixagem e me mandava de gravados nesta arena histórica! Ouviu durante
novo até chegarmos a um conceito horas e horas e, finalmente, encontrou o ‘som
do Madison’! Para ouvir o resultado, consulte
final de masterização. Foram 5 dias de
os arquivos de áudio antes e depois pelo
trabalho masterizando música a música link: http://www.soundonsound.com.br/
e como já havíamos feito muitos conteudo/2010/novembro/madison
testes de masterização, o conceito
já estava pronto e a Masterização foi compressor Variable MU da Manley com
bem mais tranquila. ataques e releases bem lentos para timbrar
Primeiro eu masterizei o CD e bem os graves e por último usei o limiter
Correções feitas na voz da Ivete com o plug-in
Renaissance Equalizer depois, utilizando exatamente o mesmo SLAM para criar meu ‘brickwall’.
set up, fiz o DVD.” Fiz ainda pequenos ajustes de
hora. Após as mixagens já aprovadas pelo equalização já no ambiente digital no TC
produtor, a Ivete veio, ouviu as mixagens 6000 e o CD gravei no Soundblade, da Sonic
e fez poucas observações, que foram Studios, e o DVD no próprio Pro Tools.”
atendidas também na hora. Depois das Mas isso não era tudo, ainda foi feita a
mixagens aprovadas pelo produtor e pela etapa de autoração do DVD: “Depois desse
artista, pude me dedicar a fazer o 5.1 e no processo de masterização do áudio, eu fiz
dia 28 de outubro embarcamos com todas as todo o sincronismo do áudio com vídeo e
mixagens rumo a Classic Master em SP, onde depois os encodes do Dolby 5.1.
o Carlos Freitas nos esperava para fazer Depois de autorado, fiz a checagem
um maravilhoso trabalho, mas aí já é outra final do áudio 2.0 e 5.1 do Show, dos
estória, que ele pode contar bem melhor.” extras e making Off.”

A Masterização Setup Manley montado na Classic Master por


Fatos & Números
Carlos Freitas para a masterização
“Quando o Alexandre Lins e o Beto Neves Gerais do Show
comentaram comigo pela primeira vez Masterização: Waves L2, Pultec EQP-
sobre o projeto ‘Ivete Sangalo no Madson 1A Mastering Version, Massive Passive, • Primeira artista brasileira a se apresentar
Square Garden’ eu já fiquei com uma Variable MU, Manley Mastering SLAM, no Madison Square Garden
impressão de que esse projeto seria algo TC 6000, Sonic Studio - Soundblade • Maior produção de show dos EUA em 2010
bem grande, e vi que com a masterização “Como o Beto e Alexandre queriam uma • 14500 pessoas
• 5000 brasileiros foram ao show
não seria diferente. sonoridade com bastante pressão, eu
• Patrocínio exclusivo da TAM
Lá em NY, durante a gravação do show, resolvi usar um limiter analógico também • 100% dos ingressos vendidos
eu ficava pensando o tempo todo que eu no áudio L/R do DVD. • 2 anos de planejamento e 6 meses de execução
teria que fazer algo a mais nesse projeto Tanto no CD, quanto no DVD, eu • 1000 pessoas envolvidas na produção
e foi assim que montei a minha estratégia primeiro apliquei um limiter Waves L2 • 17 Caminhões e 40 toneladas de
lá mesmo. A idéia seria masterizar o áudio no áudio mixado, ainda no Pro Tools. Eu equipamentos para a produção
2.0 tanto para o CD como para o DVD com gosto de fazer aproximadamente 20% da • 400 m2 de painéis de LED
• Maior palco no qual Ivete já se apresentou
bastante pressão!”, conta Carlos Freitas minha compressão ainda nesse estágio,
• 4 artistas convidados
(Classic Master). antes de deixar Pro Tools e partir para o • 5 figurinos
Todo o processo de masterização foi processamento analógico, pois consigo • Superprodução para gravação do DVD –
acompanhado por Beto Neves e Alexandre um ajuste bem mais lento e suave na 18 câmeras em HD
Lins, desde o fechamento do conceito de ‘muita compressão, pois já tenho transientes • Artistas e celebridades presentes ao show
pressão’ até a validação, música a música para bem controlados.
alinhamento do som que se procurava. Já no ambiente analógico, eu usei os Um trabalho exaustivo de uma equipe de
De maneira incansável, Carlos Freitas equalizadores Pultec EQP-1A Mastering primeira linha, certamente será um material
Version para de muito sucesso, confirmando os números
trabalhar os sub atingidos até aqui. Em breve os CDs, DVDs
graves e os agudos, e Blu-rays estarão nas lojas e você poderá
e o Massive Passive checar o resultado do cuidado e talento
para os médios. aplicados em todas as fases do projeto que
Em seguida, usei o você conheceu um pouco mais na SOS.
Se você não estiver aguentando mais sua
curiosidade, acesse o primeiro clipe oficial
Plug-in Altiverb e os disponível no site da Ivete: http://www.
ajustes de Beto para a ivetesangalo.com.br/acelerae, e se quiser
ambiência do Madison ver mais fotos dos plug-ins e equipamentos
Square Garden utilizados, acesse o site da SOS.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 83
TESTE

Miroslav Vitous
String Ensembles
Biblioteca de
samples
A marca Vitous tem
uma ótima reputação
no mundo dos
samples orquestrais.
Será que esta nova
biblioteca da marca
corresponde às
expectativas?
DAVID RICARD

O nome ‘Miroslav’ não é nada novo a


qualquer músico que use samples em
suas produções. Sua biblioteca original
de samples orquestrais, que eu tenho em
formato Akai, era a fonte para protótipos
orquestrais convincentes. Avance
aproximadamente uma década para o dia de hoje e a biblioteca original de Miroslav SE fosse tão densa que viesse em um HD
ainda é empregada por compositores e ou pelo menos em meia dúzia de discos.
produtores, por sua simplicidade e, o mais Bom, olha o que acontece: depois de ser
Miroslav Vitous importante, pelo seu ótimo som. transferida para o seu HD, a biblioteca tem
String Ensembles Com o mais novo lançamento de aproximadamente 6,5GB. Miroslav pode
R$ 2.142 Miroslav, a String Ensembles Composer’s ser mestre em conseguir o máximo de
Dream (para dar o nome completo), eu tamanhos de samples pequenos, mas, em
PRÓS não pude evitar esperar me surpreender. 2010, isto ainda é pouquinho, certo? Mas
• Cordas evocativas e de ótimo som.
O nome de Miroslav sozinho evoca tanta o Best Service Engine Player (vou falar mais
• Muito útil para escrever partes de cordas em
tempo real. integridade que esta nova biblioteca de sobre ele daqui a pouco) descomprime os
• Carregamento rápido e uso eficiente da cordas promete elevar o nível. Durante samples na hora, então na verdade você
CPU. o mês passado, eu testei os recursos está ganhando de 35 a 40 GB de dados.
• Necessidades de sistema relativamente da String Ensembles, a desafiando em Alguns compositores modernos podem
modestas.
comparação com os players top de achar que, a não ser que passem um dia
CONTRAS linha na área e a usando em produções alimentando seus computadores com discos
• Sem violinos secundários os opções divisíveis. profissionais. Será que as minhas e tendo de usar um HD novo para cada
• Sem tremolos. expectativas foram satisfeitas? Eu estou biblioteca, eles estão sendo passados para
• Sem looping de notas longas.
realmente surpreso? Continue lendo. trás, mas eu não tenho nenhum problema
RESUMO com o tamanho dos ‘sapatos’ da SE. Afinal
Porcas e parafusos de contas, esta é uma seção de cordas, não
A Miroslav Vitous String Ensembles é
uma biblioteca de cordas bastante útil e de A biblioteca String Ensembles (SE a uma orquestra inteira.
som excelente. Mas a falta de recursos que partir de agora) inteira vem em um único Basicamente, a Miroslav Vitous String
impressionam, pode impedir que ela acabe
DVD. À primeira vista, isto foi um pouco Ensembles contém dois conjuntos de
nas listas de desejos de alguns compositores.
desconcertante. Afinal de contas, pelo cordas: o Large Ensemble (24 violinos, 14
seu preço de varejo, eu esperava que a violas, 12 violoncelos e nove baixos) e o

84 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
de edição muito poderosos na sua seção
Necessidades de sistema: Pro Edit, além de opções flexíveis de Especificações do teste
direcionamento e mixagem. Sua interface • Apple Logic 9.1.1 (modo de 32 bits).
• Mac: PowerMac G4 ou Intel Mac de básica é parecida com a do Kontakt da NI, • Mac Dual Quad-Core Intel Xenon (2x2,8 GHz),
1GHz, 512MB de memória RAM, Mac 6GB de memória RAM, Mac OS 10.5.7.
o que o fez parecer ser familiar o suficiente
OS 10.4 ou superior, 6GB de espaço livre
para deixar o uso do Engine confortável logo
de HD, drive de DVD. Recomendado:
PowerMac G5 ou Intel Mac de 1,8GHz, de cara. Ele roda em modos tanto autônomo tons contêm a maioria das articulações
1GB de memória RAM. quanto de plug-in VST, RTAS e AU. básicas necessárias para composição de
• PC: Pentium/Athlon XP de 1,4GHz, Eu preciso admitir que fiquei um pouco cordas: legato, detache, up/down bow,
512MB de memória RAM, Windows confuso com esta biblioteca logo que ela vibrato, tremolo, sforzato, sul ponticello e etc.
XP/Vista, 6GB de espaço livre de HD, chegou. Por que uma biblioteca de cordas Embora a página Quick Edit do player do
drive de DVD.
ostentaria o subtítulo de ‘Composer’s Dream’? Engine forneça algumas opções para mudar
• Recomendado: Pentium IV/Athlon XP
de 3GHz, 1GB de memória RAM. Eu não passei muito tempo pensando nisso o pitch do reverb e variação dinâmica, eu
e me joguei nos patches. Grande erro. Existe achei que a articulação e dinâmica corretas
Chamber Ensemble (14 violinos, oito violas, um conceito por trás da SE e ele precisa ser estavam selecionadas, com necessidade de
cinco violoncelos e quatro baixos). Várias entendido. O manual, escrito pelo próprio pouquíssimas alterações.
articulações e abordagens são fornecidas Miroslav (para o bem ou para o mal), é uma
para cada grupo de instrumentos. leitura essencial, se você quiser compreender
Em uso
o potencial da biblioteca. A ideia básica é Colocar a SE em funcionamento foi bastante
Interface conhecida que os samples devem ser usados como simples. O layout familiar da interface e a
A instalação não apresentou nenhum performances, ao contrário de dados organização eficiente dos patches tornam a
problema, então em questão de minutos eu brutos manipulados para soar naturais. Esta String Ensembles uma biblioteca de samples
estava cara a cara com a interface. Como eu abordagem garante que o resultado final seja muito fácil de usar.
mencionei antes, a SE usa o plug-in de player o mais orgânico possível. Eu esperava que o som fosse
de samples Best Service’s Engine (equipado A outra filosofia por trás da SE, e um dos extraordinário e não me decepcionei. O
com Yellow Tools Technology) para fazer seus maiores pontos fortes, tem a ver com detalhe que foi capturado para dar o som
interface com a biblioteca. O Engine, embora a maneira com que ela deve ser tocada. mais natural às ‘performances’ é evidente. Por
não seja tão onipresente quanto alguns plug- Embora diversas articulações estejam outro lado, a falta de possibilidade de ajustes,
ins de player de samples, é um equipamento disponíveis como patches separados, os deixa o compositor um pouco abandonado
robusto de software que contém recursos patches básicos de mudanças grandes de às vezes. Por exemplo, os crescendos são
TESTE
MIROSLAV VITOUS STRING ENSEMBLES

Alternativas O ponto forte da SE está na sua


Atualmente não existe uma deficiência de abordagem, e não nos seus recursos. Por
bibliotecas de cordas profissionais no mercado. exemplo, muitos compositores que gostam
A Los Angeles Scoring Strings está atraindo de trabalhar da mesma maneira que eu –
mais comentários no momento, por causa do
começando um projeto com uma paleta
seu verdadeiro legato programável divisível
e ferramentas poderosas de ritmo. A VSL grande de sons mas com alguns patches
sempre é concorrente com as suas bibliotecas básicos com os quais realmente escrever –
de cordas, e a Hollywood Strings da EastWest vão ser atraídos pela SE. Aliás, eu acho que
também é um concorrente respeitável para o
este é o maior atrativo da String Ensemble.
seu orçamento de bibliotecas de cordas.
Poder ter violinos, violas, violoncelos e
baixos em um template de carregamento
fantásticos, mas não existe nenhuma maneira rápido e com baixo uso da CPU, com todas
de controlá-los, então você precisa ajustar a as articulações disponíveis em um patch
sua execução. cada, é uma vantagem excelente. Enquanto
Como o layout é tão simples, é fácil outras bibliotecas focam em conseguir
negligenciar o quanto existe nesta biblioteca. o som exatamente certo, na maioria dos
Por exemplo, eu nem cheguei perto das casos eles negligenciam a criação de
seções de Chamber até estar usando a patches com os quais é fácil escrever.
SE durante uma ou duas semanas. Outro Quando um compositor está construindo A seção Mixer do software Best Service Engine
grande erro meu. Os samples de Chamber um ‘protótipo’ orquestral, a fase da
são bastante evocativos, e talvez até mais orquestração é como uma microcirurgia. através de um método de trabalho intuitivo.
naturais do que as suas contrapartes maiores. Para esta aplicação, a String Ensembles Com certeza eu a recomendaria sobre outras
Eles também oferecem soluções para dividir não seria a minha primeira escolha de bibliotecas como ponto de partida para sua
suas seções. Eu usei a SE em uma faixa que biblioteca, mas onde ela realmente se composição de cordas e, como eu disse antes,
eu estava desenvolvendo para uma série de sobressai é ao levar você a este ponto. ela pode virar a minha principal ferramenta de
desenhos. A peça começou com uma melodia A String Ensembles é ótima para composição para cordas. Mas, em termos de
romântica de violino acompanhada por viola trabalhar. Depois que você aprende ‘custo benefício’, ela tem poucos recursos.
e violoncelo. A String Ensembles se manteve algumas mudanças de teclas, ela permite a Defeitos incluem o fato de que não existe
nesta seção, mas quando o ritmo dobrou e eu você escrever para cordas em tempo real. nenhum looping em notas longas e, embora,
precisei de um som explosivo rítmico e forte Mas uma coisa que eu queria ver é o nome com certeza isto foi uma escolha tomada
das cordas, a SE, apesar de não fracassar, não da articulação atual no Engine. Embora para ‘manter a autenticidade’, é um consolo
me deu o que eu precisava. Para ser justo, pareça ser evidente pelo som, nem sempre pequeno quando as notas no seu acorde
nenhuma biblioteca única faz tudo bem, então é, e eu acho que escrever com um manual estão terminando em tempos diferentes.
eu não vou usar isso contra a SE. aberto no meu colo é irritante! Atualmente existe uma tendência em direção
O reverb embutido à provisão de seções de cordas divisíveis no
fornecido com a String grupo atual de bibliotecas de cordas, que
Ensembles é muito podem ser muito ‘centralizadas em detalhes’
bom e, como tudo na para a SE, mas a falta de violinos secundários
SE, é muito simples parece uma omissão inadequada. Por
de empregar. Mas, fim, embora cordas solo seriam um toque
interessante, o próprio legal, eu posso compreender que elas não
Miroslav não se anima tenham sido incluídas em uma biblioteca de
muito com o reverb conjuntos de cordas. Mas a falta de tremolos
incluso e, de fato, afirma é um pouco decepcionante.
no manual que um Eu acho que a SE é um ótimo
Lexicon ou semelhante complemento para outras bibliotecas (que
é mais adequado para também são insuficientes em certas áreas)
a biblioteca. Ei, eu mas eu não a vejo como a única biblioteca
falei que este cara tem se você só puder comprar uma. Eu não
integridade. digo isto porque ela é fraca, e sim porque
eu acho que a maioria dos consumidores,
Veredicto depois de gastar mais de R$ 2.000 em uma
Primeiro me deixe biblioteca de samples, quer iniciá-la e ficar
dizer que a String deslumbrado. Não é isto que esta biblioteca
Ensembles é uma faz – pelo menos em um primeiro momento.
ferramenta fantástica Esta biblioteca é para criar música.
de composição que
adiciona ótimo realismo $ R$ 2.149
T Loop Music
A Pro Edit Section do E falecom@loopmusic.com.br
Engine fornece várias W www.loopmusic.com.br
possibilidades para W www.bigfishaudio.com
modelar sons

86 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
TESTE

Olympus LS5
Gravador estéreo portátil

O
LS10 da Olympus, lançado em 2008, foi a sua
primeira investida nos gravadores estéreo de bolso
do tipo que seria útil para os leitores da SOS.
Com excelente design e fabricação, combinados em uma
interface de usuário bem bolada e com boa qualidade de
som, ele foi um sucesso imediato e bem merecido.
Desde então, o LS10 foi substituído pelo LS11, que
incorpora várias melhorias menores, mas, de maneira
especial, um aumento na quantidade de armazenamento
interno de 2GB para 8GB. Enquanto isso, o mais novo
produto a entrar nesta linha é o LS5, mais acessível.
DAV Electronics DI + Re-amp Avaliar o LS5 me dá uma forte sensação de déja vu,
Caixa de DI e re-amping porque em quase todos aspectos ele é idêntico ao LS10 –
fora a adição de alguns recursos novos, que talvez façam

N
ão é legal quando um fabricante corta as frescuras e simplesmente dele o único produto de custo mais baixo na história a ser,
entrega algo que é robusto e faz silenciosamente o serviço, sem dúvida, melhor do que o original. O case, controles e
deixando você livre para focar em coisas mais importantes? A DAV microfones estéreo X/Y fixos, são exatamente os mesmos,
Electronics é uma empresa assim e, ao preparar seus produtos com base embora em uma cor um pouco diferente. Entretanto, ao
em projetos padronizados, eles conseguem manter os preços baixos e contrário do LS10, ele não vem como um case acolchoado
proporcionar eletrônicos de alta qualidade. como padrão. (A maioria dos compradores deve cotar esse
Eu já fiquei impressionado com os seus pré-amplificadores de microfone, opcional que é tão útil, sendo quase essencial.)
mas recentemente estive à caça de uma caixa de re-amping a preço O armazenamento do LS5 foi reduzido de novo para
acessível – então quando fiquei sabendo que eles tinham lançado uma nova, 2GB, o que ainda é mais generoso do que a maioria da
eu resolvi testá-la. Na verdade, eu decidi testar sua caixa combinada de concorrência, e pode ser ampliado por cartões SD (embora
re-amping e DI – embora eles realmente ofereçam uma caixa de re-amping eu nunca tenha sentido a necessidade com o LS10). Como
dedicada pelo mesmo preço. Não é impossível enviar uma saída de linha os seus irmãos, ele pode ser conectado a um computador via
de uma DAW ou pré-amplificador de microfone para um amplificador de USB para transferência de arquivos, mas, ao contrário do LS10
guitarra sem um recurso de re-amping dedicado: um pedal de guitarra com original, ele também pode ser usado como uma interface
um bypass isolado, ou um DI passivo em reverso, podem ser usados, por USB, permitindo a você gravar diretamente em um aplicativo
exemplo, mas embora passem pelo nível correto em um amplificador, eles de áudio no seu Mac ou PC. Mas este recurso é estritamente
não apresentam a mesma carga de captadores sonoros de uma guitarra ou de uma via – ele não aparece como uma opção de saída.
baixo – e é aí que entra o pacote de re-amp. O recurso novo mais importante, em minha opinião, é
O funcionalmente chamado DAV DI + Re-Amp inclui um transformador a capacidade de adicionar
no seu circuito de re-amping, para que ele apresente a carga certa para o pontos de referência
amplificador. Isso, por sua vez, significa menos ruído e uma resposta um para arquivos PCM,
pouco diferente do amplificador do que ao usar os aparelhos mencionados seja durante gravação
antes. O transformador inevitavelmente significa que uma caixa de re-amp ou reprodução, usando
dedicado como esta custa mais do que um DI passivo – então o preço deste o botão ‘Fn’. Apertá-
aparelho da DAV não é ruim, particularmente considerando o tamanho lo durante a gravação
relativamente pequeno do mercado comparado com o de caixas de DI. produz um clique audível,
Com estilo leve e despretensioso e uma caixa de project box de alumínio mas não desastroso –
preto, este aparelho fornece a entrada de re-amp e saída de DI, ambas você não iria querer
em conectores XLR balanceados padrão, em um lado. No outro, estão fazer isso durante um
conectores P10 para a entrada de instrumento de DI e a saída de re-amp. take, mas para demarcar
Além de um conjunto de bases parafusadas na parte inferior do aparelho, várias canções em uma
é só isso que o exterior oferece – então não deve ser nenhuma surpresa gravação ao vivo ele pode
eu ter achado o aparelho fácil de usar na prática. Como um aparelho de ser bastante útil. Outras
DI, ele soou legal, claro e transparente – o que eu espero da DAV – e adições úteis incluem a
tinha pouquíssimo ruído. Em tarefas de re-amping, bom, eu hesito em ser capacidade de mover,
repetitivo... mas ele soou claro e transparente, de novo com pouquíssimo copiar e dividir arquivos.
ruído. É claro, como esta caixa oferece recursos tanto de DI quanto de re- Existe pouca coisa para
amp no mesmo equipamento, você pode usar uma guitarra junto com o seu não gostar – e apesar de
pré-amplificador de microfone preferido ou processador externo, e passar ser muito mais barato do
o sinal resultante pelo seu amplificador de guitarra – que possivelmente dá que o LS10 original, o LS5,
ao guitarrista acesso a uma qualidade melhor de efeito e processamento. na verdade, o supera um
Realmente existe pouquíssimo mais a dizer: ele faz o que faz sem frescuras, e pouco. Agora, isso é que é
o faz muito bem. Matt Houghton progresso. Sam Inglis
$ £105*. $ £199.99*
W www.davelectronics.com W www.olympus.com
! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

88 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
Peavey Studio Pro M2 Pocket Amp da Palmer
Microfone condensador Pedal simulador de amplificador

O O
Studio Pro M2 da Peavey já Pocket Amp da Palmer visa eliminar a necessidade de
existe há alguns anos, mas, de um amplificador ou microfone ao tocar guitarra elétrica.
alguma maneira, não entrou Construído em um chassi compacto de alumínio corrugado,
no nosso radar, então eu achei que era ele simplesmente merece ser chamado de ‘tamanho de bolso’. Quatro
hora de testar um. Externamente, ele potenciômetros: Drive, Level, Treb e Bass, imitam aqueles que você
é um microfone de diafragma grande encontra em um amplificador. Abaixo deles estão quatro controles:
bastante convencional construído ao Amp (para selecionar o modelo), Mode (com configurações para Clean,
redor de uma cápsula de membrana Crunch e Heavy), Mic (três setups de microfones emulados disponíveis)
dupla, banhada a ouro, de uma e Gnd, uma chave de ground-lift (aterramento).
polegada e comutável entre padrões O footswitch solitário ‘Drive’, liga ou desliga a simulação do
omni, figura de oito e cardióide. Existe amplificador. No aparelho de teste, este footswitch estava bastante
uma chave low-cut, além de uma chave fraco e também muito inconsistente: ele funcionou na maioria das vezes,
(ou ‘pad’) de atenuação de -10dB no mas às vezes não fez nada, e outras mudava duas vezes com um aperto
corpo do microfone, que aumenta o – então eu não posso realmente recomendá-lo para usar no palco, a
SPL máximo, alcançando até 140dB. não ser que você fique satisfeito em deixá-lo sempre ligado. Mas esta é
A resposta da frequência da cápsula é a minha maior queixa, e no mundo mais tranquilo de um estúdio, com
citada como 30Hz a 20kHz – embora, certeza isso não chama a atenção.
como esteja ficando cada vez mais A entrada de guitarra é acompanhada por uma entrada P10
comum, não nos dizem de quantos dBs estéreo, projetada para iPods e coisas assim. As três saídas incluem um
é a resposta nestes dois pontos, então conector P10, uma saída de fone de ouvido P10 e um XLR. A primeira
sozinhos estes valores acabam não dizendo delas permite conexão para um amplificador; a segunda, um ensaio
muita coisa! Um case rígido de transporte e silencioso; e a terceira, a conexão para uma entrada de microfone. A
um pedestal estão inclusos, mas se quiser energia vem de uma bateria de 9V ou fonte de 9V.
um shockmount para o microfone você vai Sonoramente, esta caixa é ótima: a seleção de ‘modelos’ de
precisar pagar um adicional. amplificador cobre ‘Tweed’, ‘Brit’ e ‘US’, com cada um oferecendo
Olhar dentro do microfone revela um uma quantidade diferente de distorção. O Tweed varia de limpo para
circuito solid-state discreto e uma fase estrondo moderado, o Brit de estrondo para distorção de hard rock e
de saída de transformador, e tudo é bem o US dali até sons de ganho alto do heavy metal. Existe sobreposição
montado em duas placas principais de circuito impresso. De suficiente na quantidade de distorção oferecida pelos modelos que,
maneira bastante peculiar, embora certos engenheiros tenham depois que você escolhe o seu ponto de início, você pode aproximar
apoiado este microfone no site da Peavey e comentado sobre alguns sons oferecidos pelos outros modelos, simplesmente ajustando
o seu ruído baixo, não existe nenhuma especificação de ruídos as configurações de Drive e EQ.
disponível, e a única curva de resposta que eu consegui achar A chave Mode determina tanto a quantidade de distorção que
estava marcada na caixa no tamanho aproximado de um selo pode ser aplicada, quanto o equilíbrio tonal. A variação disponível nos
de postagem. Esta mostra uma resposta nominalmente flat, controles Treble e Bass é bem escolhida, com a exceção de que algum
mas com uma curva de presença chegando a cerca de 6dB a ruído fica aparente quando o Treble é configurado mais além do que
10kHz; como é invariavelmente o caso, a curva de presença cerca de duas horas. A chave Mic apresenta mais opções: ‘Classic’
muda de posição e forma dependendo de qual padrão lembra o som de um condensador cardióide em até alguns metros
você selecionar. O gráfico também sugere que a resposta longe do gabinete; ‘Centre’ soa muito como um SM57 quase tocando
da frequência citada é medida em pontos de -3dB, que é a a grade (completo com efeito de proximidade); e ‘Off X’ soa um pouco
maneira padrão de fazer isso. menos impetuoso.
Apesar do seu pico de presença, na verdade o M2 tem um Apesar do problema com o footswitch,
som muito quente que funciona bem com qualquer cantor, o Pocket Amp me impressionou: sua
cuja voz precise de peso. Parece que o seu único defeito é enorme variedade de tons de
ser propenso a capturar vibrações de frequência baixa através amplificador é bem-
do seu corpo, então é aconselhável usar um shockmount. A vinda e, apesar de
tonalidade continua muito parecida entre os padrões, com não responder
o padrão cardióide parecendo sofrer um pouco mais do da mesma
ruído do pedestal, por algum motivo. O microfone também maneira
funciona melhor do que a maioria dos modelos capacitores ao que um
capturar guitarra elétrica: quando eu o testei nesta aplicação, amplificador
o som ressoou brilhante e com punch, mas sem o agudo real, em uma
excessivamente granulado que alguns microfones capacitores mixagem
costumam enfatizar. Com este preço, o Studio Pro M2 encara pesada, ou
uma concorrência dura, mas ele deve ganhar muitos amigos para ensaiar, ele
por sua personalidade quente e a forma como se dá bem com faz o seu trabalho muito
uma guitarra. Paul White bem. Chris Korff
$ R$ 1.500 $ US$ 95*
W www.someco.com.br | www.peavey.com W www.palmer-germany.com
! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 89
TESTE

Thermionic Culture
Little Bustard
Summing Mixer valvulado
Venha conosco, conforme levamos o novo ‘pássaro’ da Thermionic para um voo teste...

HUGH ROBJOHNS de 2010), ou como um simples summing


mixer autônomo. Quando usado para Thermionic Culture
alimentar as entradas auxiliares do Fat
Little Bustard US$ 2.950*

A
maioria dos fabricantes Bastard de 12 canais, o Little Bustard
‘especializados’ de equipamentos aumenta o sistema para se tornar um PRÓS
de áudio valvulados de alta mixer valvulado de 28 canais. • Personalidade de som agradável, com controle.
qualidade parece ser americana, mas a • Muito bem construído por completo.
Thermionic Culture, fabricante britânica,
Visão geral • Especificações técnicas adequadas.

devolve muito bem este equilíbrio, com O Little Bustard é um summing mixer CONTRAS
todas as tipos de compressores valvulados, valvulado de 2 unidades de rack e se • Configuração de entrada não balanceada,
prés, processadores de distorção, estende cerca de 225mm atrás das alças do pode não ser adequada a todos os
equalizadores e summing mixers – muitos rack. O painel traseiro carrega uma entrada equipamentos D-A.
• Saídas não balanceadas podem criar problemas
tendo sido revisados na SOS ao longo com fusível para o cabo de energia elétrica, de loop de terra em alguns sistemas.
dos anos. O designer Vic Keary vem um seletor de voltagem de entrada de • Relativamente caro comparado com as
construindo equipamentos de áudio 230/115V, e uma abundância de conectores alternativas.
valvulados desde os anos 1950 e é um XLR – 16 fêmeas para as entradas e dois
RESUMO
mestre bem estabelecido do gênero. Você machos para as saídas. Entretanto, apesar
O Little Bustard foi projetado primeiramente
pode ler sobre a sua vida fascinante na das aparências, todas as entradas e saídas como uma unidade de expansão para o Fat
SOS de junho de 2004. não são balanceadas, com o pino três de Bustard, e continua sua filosofia no quesito
O Little Bustard, lançado no ano todo XLR sendo ligado diretamente ao personalidade do som. Mas ele também serve
passado, é a mais nova adição à família chassi terra (junto com o pino um). extremamente bem como um mixer independente
e, embora os recursos sejam limitados, ele
da Thermionic. Este mixer valvulado de 16 Vale a pena lembrar que nem todos entrega bons resultados quando se trata da tarefa
canais pode ser usado de duas maneiras: os dispositivos de saída balanceados essencial de mixar sinais no domínio analógico
para aumentar os recursos de entrada do gostam de ter um lado ligado diretamente com personalidade e um pouco de atitude.
Fat Bastard (revisado na SOS de janeiro aterrados. Os dispositivos de saída do

90 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
Alternativas
Por um preço parecido, o Neve 8816 é um mixer
de 2 unidades de rack com 16 canais (com um
pacote de fader opcional) que oferece uma
personalidade interessante para a mix, graças à
sua topologia clássica do transformador Neve.
Ele fornece controles de nível, pan, solo e cue
(retorno), todos com recall instantâneo, além
de uma útil seção de monitoramento e um
cartão A-D opcional. O Phoenix Audio Nicerizer
é outro mixer solid-state com 16 canais, com
circuito classe A, uma saída de transformador
e um controle de amplitude estéreo. Se você
estiver procurando um aparelho valvulado, o
console M1 Tubetracker da TL Audio emprega
um caminho de sinal misto para cuidar de oito
entradas, além de interface ADAT, e fornece
o conjunto completo de recursos de um
console. Por um preço um pouco mais alto, o
Cranesong Egret (voltando mais uma vez ao
tema de pássaros!) não só fornece oito canais
de mixagem em um equipamento que pode ser
montando em um rack, como também inclui os
conversores D-A e fornece pontos de inserção
para acomodar outro periférico analógico.

aqui, a interferência é muito improvável.


Entretanto, no mundo real, nem tudo é
projetado tão bem quanto deveria ser,
então a situação é bastante imprevisível.
Na maioria dos casos, eu tenho
certeza que o Little Bustard funcionará
extremamente bem, mas algumas saídas
D-A podem sofrer com ligações não
balanceadas, e algumas A-Ds podem
ser propensas a zunidos relacionados ao
aterramento. A experimentação é a única
maneira fácil de descobrir.
As 16 entradas de linha são
configuradas como seis pares estéreo
(entradas 1-12) e quatro entradas mono
transformador ficarão bem, assim como meu teste Windt Hummer sem nenhum com opção de pan (13-16). As seis
sistemas eletrônicos com balanceamento sinal de susceptibilidade de hum (zunido) entradas estéreo são mixadas em estéreo
servo ou saídas balanceadas por relacionado ao aterramento. direto para o mix bus com nível unity
impedância, mas sistemas de saída É interessante constatar que o gain (0), através de simples seletores
eletrônica simples, simétricos e dual- Fat Bustard também tem I/O não on-off com acabamentos na cor branca
active podem sofrer com distorção balanceadas, assim como vários outros estéreo. Não existe nenhum fader, nenhum
ou dispositivos de saídas queimados. produtos da Thermionic Culture, porque controle de balanço e nenhuma outra
Aparelhos com este tipo de circuito de o Sr. Keary acha que eles soam melhor opção de processamento. Entretanto,
saída geralmente preferem ter o lado
esquerdo frio desconectado em entradas
não balanceadas, então eles requerem
“Com material apropriado, o resultado foi
cabos não balanceados especiais em realmente ótimo, soando notavelmente mais
vez dos cabos padrão. Os manuais dos
fabricantes detalham os arranjos de cheio e mais detalhado do que uma mix ‘in-
fiação apropriados para operação não the-box’, mas sem ser óbvio demais.”
balanceada e devem ser consultados
antes da conexão ao Little Bustard. Dado
que o lado frio dos conectores de saída nesta configuração – e ele pode muito os quatro canais mono são cada um
também é conectado diretamente ao bem ter razão, não só porque isso equipados com um seletor de comutação
chassi terra, zunidos e zumbidos de loop reduz significativamente o número on-off (vermelho), um fader giratório
de terra também podem ser um problema de componentes e válvulas! Em uma (basicamente um atenuador, já que não
em algumas instalações. Entretanto, tais instalação bem feita com um arranjo existe nenhum ‘ganho à mão’ nesta fase)
problemas seriam culpa do equipamento sensato de aterramento, não deve existir e controles de pan giratórios separados.
conectado, em vez do próprio Little nenhum problema com loops de terra e, De uma maneira bastante útil, entretanto,
Bustard, que passou com facilidade pelo dados os sinais de nível alto sendo lidados os controles de pan podem ser ignorados

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 91
TESTE
T H E R M I O N I C C U LT U R E L I T T L E B U S T A R D

usando controles verdes individuais


para passar pelo sinal de entrada, de
maneira igual, para ambos os lados do
mix bus estéreo. Isso tem a vantagem de
evitar a atenuação de 6dB imposta pelo
potenciômetro de pan quando central,
apresentando 6dB adicionais de ganho ao
caminho do sinal do canal mono.
O estágio de ganho da mixagem é
conduzido por um par de tríodos duplos
estilo ECC83 de baixo ruído, neste caso
Sovtek 7025s (12AX7WA), enquanto
que o driver de saída emprega um par
de tríodos únicos PC86 (neste caso a
variação E86C). Um par de controles
de potenciômetro giratório de 31
posições, ajusta o nível de saída
de cada bus individualmente,
variando de -18 a +2dB.
Uma olhada dentro do Little Bustard revela a alta
A medição de saída é configurada como mais detalhados serão fornecidos pelo
qualidade e organização da construção interna.
um trio de LEDs para cada painel. Eles conversor A-D empregado para redigitalizar
são arranjados como os olhos brilhantes o sinal da mixagem. A construção interna
do logo do gráfico do Little Bustard no é muito legal e bem montada, com uma ‘gordos’: ele é um mixer direto, modesto e
lado direito do painel frontal. Níveis baixos fonte de energia linear acomodada em um simples - embora ele realmente apresente
do sinal de saída (acima de -22dBu) são seção escondida do case no lado esquerdo, alguns artefatos de distorção valvulados
indicados com LEDs amarelos em miniatura e a placa do circuito principal ocupando comuns, principalmente quando forçado
nos cantos dos olhos do Bustard. Conforme uma área modesta um pouco fora do centro bastante, o que é muito legal
o nível de saída aumenta acima de -4dBu, no lado direito. Vários cabos escondidos
os grandes olhos de LED de duas cores, carregam os sinais de entrada para os
Ouvindo
começam a piscar em verde, com vermelho seletores e atenuadores do painel frontal, Nitidamente, a intenção do design da
aparecendo para picos acima de +8dBu. e depois pela placa do circuito, que usa Thermionic é que o Bustard seja usado
Este arranjo é surpreendentemente eficaz, e componentes totalmente convencionais. para aquecer gravações digitais, aceitando
como o medidor é ligado diretamente pelos O Little Bustard não contempla o stems e tracks estéreo (balanceados
conectores da saída, isso refletirá quaisquer equalizador varislope, recurso de amplitude usando edição de track ou automação
problemas de carga de linha da saída. estéreo do equalizador elíptico e recurso de de fader da DAW) junto com tracks solo
Na prática, é claro, recursos de medição distorção ‘Attitude’ dos seus irmãos mais mono de uma interface multicanal ou

Especificações técnicas
Usando o sistema de testes Audio Precision
APx525, o ganho geral pelo Little Bustard, usando
entrada 1-2 estéreo e com os atenuadores de saída
na posição zero, apresentou uma perda de 4dB,
embora a combinação de canal estivesse em 0,1dB.
A variação dinâmica (usando o padrão de medição
AES17) foi de 89dB com uma entrada de +24dBu,
e uma razão mais dentro do convencional de sinal-
ruído de 90,7dB. O Crosstalk (vazamento entre
canais) apresentou modestos -52dB.
Comparando o valor THD+N com o gráfico
de nível da saída, a distorção e o ruído combinados,
permanecem abaixo de 66dBu para todos os níveis
de entrada até cerca de zero, depois aumentando
abruptamente conforme os circuitos valvulados
ficam cada vez mais não-lineares. Para sinais
abaixo de 0dBu, os produtos de distorção são de
nível baixo e bem balanceados, sem nenhuma
Em níveis de entrada moderadamente altos (+18dBu neste caso), a personalidade do Bustard é
coloração harmônica dominante, mas conforme o
bastante influenciada por distorção harmônica secundária.
nível do sinal aumenta, uma harmonia secundária
muito clara, fica evidente até aproximadamente sinais entre 0 e +18dBu. A resposta da frequência No geral, as especificações técnicas são muito
+18dBu. Em níveis altíssimos, a distorção fica está bem em 0,5dB de 20Hz até bem acima de boas para um produto deste tipo, embora o nível
balanceada de novo e muito mais alta em nível, 30kHz. Ela diminui rapidamente abaixo de 12Hz de ruído seja inevitavelmente mais alto do que um
então o Little Bustard claramente fornece a e a combinação do canal permanece em 0,1dB em dispositivo solid-state poderia aceitar, e vale a pena
melhor personalidade de calor ao trabalhar com todo o espectro de frequências. manter os picos do sinal abaixo de +20dBu.

92 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
conversor D-A. Eles podem ser mixados
juntos no domínio analógico com um
pouco de coloração valvulada clássica,
retornando para a interface ou conversor
A-D e redigitalizados para masterização.
Neste papel, o Little Bustard se sobressai,
entregando precisamente o que é esperado:
um aquecimento valvulado sutil com
distorção harmônica secundária progressiva O painel traseiro do Little Bustard. Apesar da presença de XLRs, as entradas não são balanceadas
e musicalmente atraente, conforme os níveis — porque o designer Vic Keary acredita que esta configuração soe melhor.
ficam mais quentes.
O Little Bustard é muito bem feito e os configuradas para níveis completos (0dBFS) a personalidade mais sutil, e consegui, mas
controles parecem sólidos e confiáveis de de nada mais do que +20dBu e idealmente isso também começou a deixar o nível de
usar. A operação é inteiramente intuitiva, +18dBu (o padrão europeu). ruído do Bustard mais óbvio em passagens
e embora todas as seis entradas estéreo Eu usei o Bustard para lidar com as muito silenciosas.
mixem em ganho de unidade (unity gain), saídas de várias sessões de microfones No geral, o Little Bustard faz exatamente o
na prática esta simplificação é bastante múltiplos capturados e editados no meu que você espera dele, e o faz muito bem.
prática e aceitável, dada a versatilidade de sistema SADiE LRX, cujo I/O analógico é Aparentemente, o preço é alto para uma
plataformas das DAWs. As especificações configurado para picos de +18dBu. Isso se equipamento com recursos tão limitados,
técnicas (ver box à esquerda) são boas para encaixou perfeitamente no Little Bustard: mas a ‘cultura termiônica’ que ele traz a
um dispositivo como este, embora exista em material apropriado, (gêneros de rock, uma mixagem (entendeu o trocadilho?), irá
muito mais na personalidade do som do pop e jazz, em particular), o resultado foi facilmente justificar sua presença!
que nos números! Embora o Little Bustard realmente ótimo, soando notavelmente
possa lidar com níveis acima de +20dBu, mais cheio e mais detalhado do que
eu achei que ele começou a soar cansado e uma mix ‘in-the-box’, mas sem ser óbvio $ Little Bustard US$ 2.950*;
sem graça, quando forçado demais. demais. Eu gosto que as minhas gravações $ Fat Bustard US$ 4.785*.
W www.thermionicculture.com
Consequentemente, eu recomendo orquestrais sejam limpas, então eu tentei
! * consulte o box ‘preços referenciais’ na pág. 3
associá-lo com conversores e interfaces reduzir os níveis para ver se eu podia deixar

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 93
D E S TA Q U E

25 Produtos que mudaram o mundo da gravação


Marcos

EQUIPE DA SOS Ableton Live (2001) Foundry. Mas era uma refinação com várias
Preço no lançamento: £ 219 ideias novas sobre como um programa assim

M
uito mudou na gravação de Revisão da SOS: Fevereiro de 2002 deve parecer, abrangendo os princípios do
música desde que a primeira bom design de interface, em vez de tentar
edição da Sound On Sound “Ele não vai substituir o seu sequenciador parecer um mixer ‘real’.
chegou às bancas, um quarto de século comum de MIDI + Áudio, mas pode ser Além disso, logo ficou aparente que a
atrás. Fabricantes e tecnologias apareceram uma ferramenta ideal para levar suas Ableton falava sério quando afirmava
e desapareceram no meio de uma série de criações do estúdio a uma audiência maior que o Live foi projetado para uso, bem...
revoluções – algumas previsíveis, outras nem e mais animada.” ao vivo. Com o seu foco no imediato, sua
tanto. Para marcar os 25 anos da Sound On Quando ele apareceu pela primeira vez em capacidade de sincronizar tudo e qualquer
Sound, vamos dar uma olhada em alguns 2001, a importância do Ableton Live não coisa para hospedar ritmo e sua estabilidade
produtos marcantes que apressaram estas foi imediatamente óbvia. Afinal de contas, inédita, o Live tornou a performance de
mudanças. Alguns ainda estão conosco e outros aplicativos para trabalhar com loops laptop, uma realidade para inúmeros
outros já não existem mais faz tempo, mas já estavam bem estabelecidos e, de muitas músicos. Sam Inglis
todos deixaram sua marca permanente no maneiras, o Live parecia uma refinação do W www.soundonsound.com/sos/feb02/
mundo da gravação de música. modelo desbravado pelo Acid Pro da Sonic articles/ableton.asp

94 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
pensando em formar uma pequeno, ou LRC, era fornecido com cada
banda chamada KLF no gravador para lidar com funções básicas
ano seguinte, o S900 era de transporte. Um recurso bem-vindo do
praticamente um maná vindo novo formato digital ADAT era que, ao
do céu. O sampling tinha, contrário da maioria de gravadores de fita
pela primeira vez, alcançado analógicos, ele podia produzir punch-ins e
um ponto onde era tanto punch-outs sem intervalo.
prático quanto acessível. Embora o gravador tivesse suas
Enquanto o papel histórico frustrações (alguém lembra do Error 7?),
do S900 como progenitor era um enorme avanço tecnológico e,
do S1000, S3000 e família é talvez de maneira mais importante, ele
nítido, ele continua popular deu ao mundo o formato de interconexão
hoje em dia com quem acha digital ADAT lightpipe, que se tornou uma
o seu descuido nobre por parte estabelecida do ambiente de áudio
fidelidade de áudio – ou digital. Paul White
‘personalidade’ – adorável.
David Glasper Antares Auto-Tune (1997)
Akai S900 (1986) Preço no lançamento: £529
Preço no lançamento: £1599 Alesis ADAT (1992) Revisão da SOS: Agosto1997
Revisão da SOS: julho 1986 Preço no lançamento: £3499
“Já para a qualidade do som geral, Revisão da SOS: Setembro 1992 “O Auto-Tune é um excelente
um bandwidth de samples de 16kHz é software que faz do polimento sério e
bastante respeitável e a Akai é capaz O gravador Alesis ADAT surgiu logo imperceptível, uma realidade!.”
de um som brilhante e cortante, caso depois do formato de fita DAT de dois Afirma-se que o Auto-Tune é o plug-in de
desejado.” tracks e tornou o multitrack digital melhor vendagem de todos os tempos, e
Era uma vez, não faz muito tempo, a caixa acessível em uma época em que a única sem dúvida o mais controverso. Ele não
bege onipresente encontrada em todo alternativa era hardware digital open foi o primeiro dispositivo que podia ajudar
estúdio não era um computador, e sim um reel, caríssimo. A gravação em HD estava a colocar vocais instáveis em um pitch
sampler – um sampler Akai. Agora parece no começo e os preços dos HDs ainda perfeito: engenheiros usavam Eventide
difícil lembrar como outrora eles eram eram proibitivamente caros, então a fita Harmonizers para fazer o mesmo durante
comuns, mas no estúdio dos anos 1990 e era a única opção viável. Anunciado em anos. Mas este ramo improvável da
começo dos anos 2000 a série S da Akai 1991 e lançado em 1992, o ADAT usava indústria da exploração de petróleo virou
era quase que totalmente onipresente. fita de vídeo barata como um meio para o que antes tinha sido uma arte bastante
gravações de 44,1kHz e 48kHz, adotando trabalhosa e prática em uma questão de
um formato digital patenteado para apertar alguns botões.
obter oito tracks em um cassete VHS com As consequências para a indústria
gravação de cerca de 40 minutos por fita. musical foram dramáticas. Seja abusado
Vários gravadores podiam ser conectados como efeito, como com a notória ‘Believe’
para criar gravações precisas de samples da Cher, ou usado para o seu propósito
de até 128 tracks e a Alesis até criou pretendido, como em quase todo
um controlador remoto com um estilo álbum country feito nos últimos cinco
bem profissional para ele – o BRC ou Big anos, o Auto-Tune se tornou uma das
Remote Control. Um controle remoto pouquíssimas ferramentas de produção
Ignorando o Akai S612 (ele não
tinha nem a cor certa), o sampler que
começou tudo isso foi o S900. Lançado
em 1986 pelo então atrativo preço de
£1599, o S900 apresentou uma lista
interessante de especificações: sampling
de 12 bits em taxas de até 40kHz (dando
uma bandwidth de áudio de cerca de
16kHz), multisampling de 32 vozes,
armazenamento moderno de disquete de
3,5 polegadas (uma pechincha em £45
por uma caixa com 10 na época da nossa
avaliação em 1986) e oito notas inteiras
de polifonia. Um tempo de sampling total
de 63,3 segundos era possível, mas só na
taxa mais baixa de 7,5kHz. Na mais alta,
você podia esperar só 11,75 segundos.
Entretanto, se você era um músico
de estúdio ávido por samples, ou talvez

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 95
D E S TA Q U E
25 PRODUTOS QUE MUDARAM A GRAVAÇÃO

da Celemony. Outros aplicativos como


Auto-Tune mostraram que o pitch e timing
das partes de áudio monofônico isolado
podiam ser alterados, mas a ideia de
manipular notas individuais em acordes,
ou isolar um instrumento na mixagem,
ainda parecia ficção científica quando
a tecnologia Direct Note Access da
Celemony foi anunciada em 2008.
A empresa demorou quase dois anos para
levar o DNA ao mercado mas, apesar
de algumas dificuldades iniciais, ficou
distintamente tipo Mac, imediatamente óbvio que as afirmações
e logo algum software da Celemony eram mais do que
musical a entrar na consciência popular. sério de sequenciador de música estava promoção exagerada. O Melodyne DNA
Algumas pessoas o vêem como parte disponível para ele, incluindo o Pro 24 pode realmente fazer o impossível! Sam Inglis
vital do kit de ferramentas do engenheiro, da Steinberg, depois evoluindo para o W www.soundonsound.com/sos/dec09/articles/
outras como anunciando a morte Cubase, e Creator e Notator da Emagic. melodynedna.htm
da civilização, mas ninguém pode negar Depois a série ST foi substituída pelos
sua importância. Sam Inglis computadores Atari TT e Falcon, mas
W www.soundonsound.com/sos/1997_articles/ vários músicos ainda fazem música nos
aug97/autotune.html seus velhos Atari ST1040s, e citam seu
timing MIDI sólido feito rocha, como um
Atari ST (1985) dos motivos principais.
Preço no lançamento £ Quaisquer que sejam seus pontos
749 (incluindo monitor fortes e fracos, o Atari ST foi sem
monocromático) dúvida o catalisador para a revolução
do sequenciamento MIDI, e aqueles
Pelos padrões de hoje, o computador sequenciadores antigos acabaram
Atari ST de 1985 – com o seu CPU evoluindo às DAWs que usamos hoje.
Motorola 68000 e 512 kilobytes de Sua combinação de gráficos claros,
memória RAM, ou um megabyte inteiro se GUI amigável ao usuário e portas MIDI
você comprasse a luxuosa versão 1040ST embutidas contribuíram bastante para
– parece ridiculamente rudimentar. A série empurrar a música de computador para o Digidesign
ST evoluiu um pouco durante os anos mundo. Paul White Pro Tools
1980, nem sempre para melhor, mas até o (1991)
modelo completamente expandido top de Celemony Melodyne Preço no lançamento £ 6.122
linha só podia suportar 4MB de memória, (versão estéreo)
DNA (2009)
e se você tivesse a sorte de poder Revisão da SOS: Janeiro de 1992
Preço no lançamento £ 299
comprar um HD externo, sua capacidade “Tentar fazer um modesto Mac tocar 16
Revisão da SOS: Dezembro de 2009
podia provavelmente ser medida em tracks de áudio no seu próprio bus SCSI é
dezenas de Megabytes, não Gigabytes. como enfiar duas dúzias de palhaços em
Embora o Atari suportasse um monitor um Fusca: pode ser divertido de olhar, mas
colorido, um monocromático era a você não ia querer fazê-lo. O segredo é
escolha preferida para música, já que uma usar um processador separado para lidar
resolução mais alta podia ser alcançada. com a entrada e saída do HD.”
O que distanciava o Atari da A DAW mais amplamente usada do
concorrência era a sua interface MIDI mundo, começou como um sistema de
integrada. O sistema operacional era edição de áudio estéreo chamado Sound
“Eu desafio qualquer engenheiro de Tools em 1989, rodando software Sound
áudio com pulso, a manter a linguagem Designer II. Mas foi dois anos depois que
classificada como ‘livre para todas as o sistema se desenvolveu ao Pro Tools,
idades’ na sua primeira resposta a o que com gravação multitrack completa e
o Melodyne Editor pode fazer com áudio sofisticada funcionalidade de mixagem
polifônico.” e processamento DSP. O sistema foi
A história da tecnologia musical rapidamente adotado na indústria de
demonstrou várias vezes que nunca música e pós-produção, em parte por
é seguro declarar qualquer coisa causa das suas capacidades, mas também
impossível. Mesmo assim, devem existir porque ele era consideravelmente mais
vários músicos por aí que ainda precisam barato do que as poucas alternativas
se beliscar toda vez que ligam a versão baseadas em hardware na época.
mais nova do revolucionário Melodyne O desenvolvimento contínuo

96 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
da Digidesign manteve o Pro Tools leve, eu estava convencido! Aí eles me outra fase na evolução deste processo.
atualizado, através de inovações como disseram que custava menos de US$1.000 Aproveitando o conhecimento da
o formato de plug-in TDM e marketing e eu disse que eles iam vender dezenas Sintefex, eles juntaram processamento
inteligente como a versão nativa ‘grátis’ de milhares. de convolução com circuito analógico
do sistema. O número de pessoas, como eu, inovador, capaz de imitar a resposta de
Existia uma época em que muitos que queriam samplear era limitado. A muitos designs de pré-amplificadores
usuários escolhiam rodar outro software, maioria das pessoas só queria chegar e bem conhecidos, para criar um canal de
como Logic, como um front end para escrever música com o seu sequenciador entrada de versatilidade incomparável.
o hardware da Digidesign, mas nos de computador; e é isso que o Proteus Sam Inglis
anos recentes a empresa fez do seu deixa você fazer, em um formato ‘vá a W www.soundonsound.com/sos/jul04/articles/
próprio software do Pro Tools uma qualquer lugar’. Responder em todos os focusriteliquid.htm
força formidável. Em sua forma atual, 16 canais MIDI é o padrão agora, mas o
o Pro Tools HD é um sistema bastante Proteus foi a primeira versão rack de um Fostex DMT8 (1995)
poderoso suportando formatos digitais aparelho a deixar você fazer isso – e quem Preço no lançamento £ 1.499
de até 24/192 e somas de tracks quase podia imaginar precisar de mais de 32 Revisão da SOS: Dezembro de 1995
ilimitadas, com MIDI e abrangente vozes? As vendas de samplers iam cair e
suporte SMPTE. Tem também um nunca se recuperariam direito, As vendas “Futuras gerações de estúdio digital
conjunto de versões LE e M-Powered de samplers afundariam e praticamente podem perfeitamente aparecer com mídia
acessíveis que visam usuários caseiros e jamais se recuperariam, porque o Proteus removível, que seria muito mais prática
semi-profissionais. Hugh Robjohns fazia o que as pessoas faziam com os para quem trabalha em projetos grandes,
samples para se ‘protegerem’. Embora os mas no momento não existe nada como o
Emu Proteus (1989) sets de sons de bateria, world e orquestra DMT8 nesta faixa de preço.”
Preço no lançamento £ 899 que seguiram em produtos subsequentes Para muitas pessoas, o Portastudio original
Revisão da SOS: Novembro de 1989 do Proteus fossem ótimos, eles não da Tascam e os seus rivais e derivados
capturaram bem a magia daquele foram os grandes ‘democratizadores’ do
“Se a ideia de samplers que não primeiro milagre sonoro em 1U de rack. processo de gravação, mas para a próxima
conseguem samplear parece horrorosa Paul Wiffen geração com certeza é o ‘Portastudio’
para você, simplesmente pense neles (desculpe, Tascam: eu quero dizer ‘aparelho
como sintetizadores que usaram sons
sampleados em vez de osciladores.”
Quando Marco Alpert me convidou
para a fábrica da Emu em Scott Valley
no começo de 1989 para ver e ouvir
(separadamente) o novo produto que eles
estavam lançando na NAMM na semana
seguinte, minha principal preocupação foi
que ele não sampleasse. Mas assim que Focusrite Liquid Channel de mixagem e gravação multitrack pessoal
eu ouvi o set de sons – na verdade não (2004) integrado) digital que mudou o mundo.
dentro do Proteus na época, e sim em Preço no lançamento £ 2.344 A Roland pode ter dominado o market
um Emulator III – eu percebi que este era Revisão da SOS: Julho de 2004 share com o seu VS880, a Yamaha pode
o futuro. Eu tinha trabalhado duro para “A questão crucial, é claro, é como o ter executado o conceito de maneira mais
colocar um monte de samples na memória Liquid Channel se compara aos aparelhos elegante no AW4416, mas a Fostex chegou
originais. Bom, aos meus ouvidos lá primeiro com o gravador/mixer de HD de
eu preciso dizer que ele se compara oito tracks DMT8.
extremamente bem, de fato.” O drive de 540MB do DMT8 permitia
O processamento de convolução para 12 minutos de gravação de 16 bits e oito
‘samplear’ filtros e espaços reverberantes tracks, então, backup e armazenamento
é intenso ao processador, mas
matematicamente muito simples. Assim,
ele está disponível faz um tempinho, Antes da nossa época
inicialmente como um processo offline em Uma das coisas que a equipe da SOS
aplicativos como Sound Forge e depois achou surpreendente ao criar esta lista foi
em tempo real, graças ao reverb de rack o número de produtos importantes que, na
pesquisa, acabaram sendo mais velhos do
DRE S777 da Sony.
que a SOS – muitas vezes, alguns anos. Isto
Mas o que a convolução convencional excluiu vários candidatos óbvios, entre eles
de um sampler para permitir que ele fosse não pode fazer é replicar processos não- o sintetizador DX7 e os monitores NS10
usado para composição de músicas, mas lineares como distorção e compressão. da Yamaha, o TEAC Portastudio original,
quando ouvi a quantidade e qualidade Caiu para uma empresa chamada Sintefex Pro 24 da Steinberg e software Creator da
dos sons que os gênios da Emu estavam entender como processos dinâmicos C-Lab, os gravadores de fita Fostex A8 e
R8, TB303 e TR909 da Roland, sampler
apertando na memória ROM do Proteus, podem ser emulados usando técnicas de
Mirage da Ensoniq e software Sound
eu percebi que não podia competir... e convolução mais avançadas, e o Liquid
Design da Digidesign.
quando vi como o case era pequeno e Channel da Focusrite representou ainda

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 97
D E S TA Q U E
25 PRODUTOS QUE MUDARAM A GRAVAÇÃO

anos até ser substituído pela série 8000


e ainda pode ser encontrado em muitos
estúdios até hoje. Hugh Robjohns

Korg M1 (1988)
Preço no lançamento £ 1.499
Revisão da SOS: Agosto de 1988

Embora não fosse estritamente o primeiro


instrumento do tipo, o teclado M1 da
Korg de 1988 realmente estabeleceu o
palco para as workstations de teclado de
hoje. Ele utilizou avanços no sampling
de áudio digital para superar as vendas
do seu rival, o Roland D50, com mais
de 250 mil unidades vendidas, o que
offline eram sempre uma questão urgente. limitarmos a modelos ativos nearfield, aparentemente ajudou a Korg a comprar
Uma conexão S/PDIF óptica a um gravador o envelope dourado só contém um – o as ações da Yamaha na companhia.
DAT permitia a você fazer o backup de um Genelec 1031A. Este ativo compacto de O M1 usava um ou dois osciladores
disco cheio em 48 minutos, ou metade em duas vias redefiniu a equação de custo- por patch, tirados de um total de 16
tempo real. O mixer era todo analógico e benefício quando foi apresentado em osciladores, então a polifonia podia ser
típico de multitrackers baseados em cassete 1991, estabeleceu um formato de monitor de oito a 16 vozes, dependendo dos
da época – quatro canais de linha/microfone que continua popular até hoje e abriu patches usados. O resto da cadeia do
(não-balanceados, portanto sem phantom nossos ouvidos para o que um pequeno sinal era vagamente baseado em design
power) com equalização de 2 bandas, monitor bem desenhado podia fazer. de sintetizador analógico, com filtros
quatro canais só de linha e mais oito canais Combinando amplificadores poderosos (mas sem ressonância) e envelopes,
de monitor que podiam ser usados como de crossover ativos com circuito de exceto que estes agora eram todos
entradas adicionais para fontes MIDI na proteção embutido, um gabinete dutado, criados digitalmente. Multiefeitos digitais
mixagem. As duas mandadas auxiliares bem construído e Directivity Control também estavam embutidos, incluindo
podiam passar pelos canais principais ou do Waveguide da Genelec, o 1031A era um os sempre úteis tratamentos de delay e
monitor. Não existia nenhuma necessidade produto formidável. Ele dava imagem modulação. A memória ROM de forma de
de perder um track para fazer o timecode precisa com dispersão excelente, e níveis onda interna era só de 4MB, minúscula
para sincronizar um sequenciador MIDI, de resolução top de linha que o tornaram para os padrões modernos, mas era
já que o gravador oferecia saídas MTC e a solução perfeita para monitoração de possível obter alguns sons extraordinários
MIDI Clock/Song Position Pointer. Edição referência near-field. deste instrumento, e muitos acabaram
básica de copiar e colar e funcionalidade Como resultado, o 1031A (e modelos em gravações importantes. O seu piano
de localização imediata o colocaram à menores na mesma série) rapidamente se era particularmente popular, mas também
frente de multitrackers analógicos em tornou um padrão em salas de controle existiam alguns sons respeitáveis de
facilidade de uso, mas só quatro tracks de broadcast, unidades móveis e home bateria, sons étnicos e sons de sintetizador
podiam ser gravados simultaneamente. studios e estúdios profissionais, e diversos abstrato, como o evocativo ‘Lore’.
Da perspectiva de 2010, o DMT8 parece engenheiros freelancers compraram Até oito programas podiam tocar como
um daqueles produtos pioneiros que são pares para servir como os seus próprios Combi através de zonas de velocity e tecla,
notáveis mais por dar dicas de coisas monitores de referência de fácil enquanto que um sequenciador MIDI
por vir do que pela realidade do que ele transporte. O 1031A reinou por quase 15 embutido fornecia até oito tracks, apesar de
realmente conseguiu oferecer. a polifonia modesta do instrumento querer
Dave Lockwood dizer que você precisava tomar cuidado
W www.soundonsound.com/sos/1995_articles/ com a maneira que o usava. O sequenciador
dec95/fostexdmt8.html podia até lidar com quantização e edição
rudimentar. Apesar do fato de ele oferecer
Genelec slots de expansão para cartões de memória,
não existia nenhuma opção de disquete
1031A (1991) para armazenamento, mas muitos produtos
Preço no de terceiros apareceram para suportar o
lançamento instrumento, um deles incluindo um drive
cerca de £ 2.500 de disquete.
por par Foi a combinação de instrumento e
sequenciador MIDI que fez do M1 o que
Existem vários ele era, e muitas das modernas workstations
bons indicados seguem um paradigma parecido, apesar
para o título de de serem, é claro, bem mais poderosas e
monitor clássico de podendo, normalmente, também gravar
estúdio mas, se nos áudio. Paul White

98 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
Line 6 Pod (1998) dobro, eu acho que ainda seria uma oferta aplicação em que os marcantes faders de
Preço no lançamento £ 299 atraente.” 60mm do 1604, com um dente central,
Revisão da SOS: Fevereiro de 1999 O diminuto CR1604 da Mackie não pareciam nada estranhos. O manual
estabeleceu um novo padrão para agradável, cheio de sugestões úteis,
mixers compactos em 1990. Dezesseis explicou engenhosamente por que um
canais, com equalização de três fader de 60mm com unidade no meio
bandas, passando por quatro saídas, ponto era melhor para a sua mixagem,
podem parecer não ser muito para ficar mas a explicação verdadeira é que Greg
empolgado, mas o 1604 era cheio de Mackie tinha uma garagem cheia de
truques espertos e design inteligente. sobras de faders de equalização gráfica
Primeiro tinha o formato físico – ele e queria usá-los. Eu comprei o modelo
podia ser montado em um rack, quando de teste da SOS e durante os últimos
a maioria dos mixers não podia, ou 12 anos, mais ou menos, ele residiu
podia ficar em um ângulo operacional no meu escritório na SOS, e apesar de
confortável em uma mesa, e você podia provavelmente eu nunca mais achar um
girar o ‘pod’ conector para formar uso para ele, é um objeto simplesmente
um compartimento de legal demais para eu até cogitar me
“O resultado final aqui é que, embora patches em livrar dele. Dave Lockwood
um engenheiro top com uma ótima sala cima do
ao vivo, um amplificador vintage e um Mark Of The
ou dois microfones bons possa conseguir Unicorn 828
um som melhor gravado, quem trabalha controlador. (2001)
em estúdios mais modestos seria, eu As chaves Preço no
acho, bastante impelido a avançar aos Mute do lançamento £
empreendimentos do Pod.” canal de entrada 795
Depois do músico, o fator mais importante na verdade Revisão da SOS: Julho
em sons de guitarra elétrica gravados não mutavam de 2001
normalmente é o amplificador. Porém em absoluto, e
quantos donos de home-studios podiam sim direcionavam o “O 828 é um daqueles produtos que
sonhar em ter um monte de Voxes, sinal para um par de ‘faz o que diz na lata’ que simplesmente
Marshalls e Fenders vintage para escolher? saída alternativa, com trabalha sem muito barulho.”
E até entre aqueles com a sorte de ter isso criando um bus Record Dez anos atrás, instalar uma interface de
um dos amplificadores clássicos, quantos dedicado, independente do bus estéreo, áudio Mac ou PC não era um trabalho
poderiam usá-los completamente sem permitindo que o último fosse usado para quem sofria dos nervos. Deixar o seu
incorrer uma visita da Saúde Ambiental? para monitoramento de retorno da fita. computador em pedaços para forçar um
Aparelhos multiefeitos digitais Só as primeiras seis entradas tinham frágil cartão PCI em um slot PCI teimoso
acessíveis existiam desde meados dos anos amplificadores de microfone e só os era só o começo: depois você era jogado
1980, é claro, mas eles não conseguiram primeiros oito canais tinham pontos de ao mundo do pesadelo da instalação de
eliminar o amplificador ou alto-falante da insert, duplicando como saídas diretas, driver, conflitos de IRQ e configurações
cadeia do sinal, nem a necessidade de um mas isso geralmente era suficiente do painel de controle. Enquanto isso,
microfone decente. O talento do Pod da quando a maioria dos setups de gravação usuários de laptop querendo uma
Line 6 era fornecer uma caixinha simples caseira era de oito tracks. Quatro interface multicanal tinham pouca escolha
de usar, porém capaz de simular cada parte knobs auxiliares direcionavam para seis a não ser investir em unidades de chassi
da cadeia de gravação, de pedais de efeito mandadas, com um pré/pós comutável, PCI externas caras e desajeitadas.
à resposta de um alto-falante microfonado. retornando através de quatro retornos O 828 da MOTU eliminou toda essa
Ele soava tão bom quanto o verdadeiro?
Retrospectivamente, não muito. Parecia
como tocar o verdadeiro? Na verdade
não; mas isso não vem ao caso. O Pod
apresentou uma paleta de sons de guitarra
reconhecíveis e de excelente uso para
milhões de pessoas que nunca tinham tido
acesso a eles antes. Sam Inglis auxiliares estéreo dedicados. chatice de uma só vez. Aproveitando o
W www.soundonsound.com/sos/feb99/articles/ Bom headroom, ruído baixo, então novo protocolo Firewire, ativamente
line6.321.htm equalização aceitável, construção promovido pela Apple em suas máquinas
toda de aço e conectores, controles e desktop e G4 PowerBooks, ele ofereceu
Mackie CR1604 (1991) potenciômetros de alta qualidade, tudo o mesmo poder e flexibilidade que um
Preço no lançamento £ 799 ajudou a contribuir à sensação de que a cartão PCI multicanal em um aparelho
Revisão da SOS: Dezembro de 1991 1604 era uma peça de nível ‘profissional’, (quase) plug and play, que era conectado
e seria visto em muitos racks de turnê, através de um único cabo. Sam Inglis
“É muito mixer pelo preço. Se ele só como um submixer de teclado, durante W www.soundonsound.com/sos/jul01/articles/
fosse tão bom pela metade, ou custasse o anos – o último, é claro, sendo uma motu828.asp

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 99
D E S TA Q U E
25 PRODUTOS QUE MUDARAM A GRAVAÇÃO

do som de bibliotecas de samples. básica (o destaque era o recurso Strip Silence


Sem transmissão de HD, não existiria da Opcode) e a E/S era estritamente limitada
nenhuma Vienna Symphonic Library, até a Digi desenvolver hardware multicanal,
nem DFH ou BFD e nenhuma Trilogy mas era claramente o futuro da produção
ou Stylus. O próprio Gigasampler musical e a Opcode chegou lá primeiro.
ficou para trás dos seus concorrentes Onde eles estão agora? Comprada pela
no primeiro ponto – integração com empresa de guitarras Gibson em 1998, a
outro software – e acabou sendo marca e a linha de produtos foram encerradas
descontinuado pela dona na época, a só um ano depois. Dave Lockwood
Tascam, em 2008, mas o seu legado
resiste nos incontáveis gigabytes de
dados de samples residindo em todos
os nossos HDs. Sam Inglis
W www.soundonsound.com/sos/dec98/
Nemesys Gigasampler (1998) articles/gigasample.143.htm
Preço no lançamento £ 599
Revisão da SOS (versão 1.5): Opcode Studio Vision (1990)
Dezembro de 1998 Preço no lançamento US$ 995
Revisão da SOS: Fevereiro de 1991
“Se você precisa do som multissampleado
supremo que só pode ser feito usando “É uma ideia simples e lógica – mas
samples extremamente longos, o também é revolucionária e, o melhor de
Gigasampler provavelmente é a única tudo, dá certo!”
maneira de fazê-lo.“ Propellerhead ReBirth
Agora parece difícil lembrar de uma época RB338 (1997)
em que estúdios ostentavam racks cheios Preço no lançamento £ 149
de samplers em hardware, amarrados Revisão da SOS: Agosto de 1997
em redes complexas de mixers de linha “Se você não tem um computador, ou
e cabos MIDI, e não existia nenhuma uma dupla TB303/TR808, na verdade
vantagem em comprar uma biblioteca você pode sair na frente comprando
de samples em qualquer formato além um computador novo e ReBirth, em
do Akai. Mas este ainda era o padrão há vez de pagar os preços exagerados
apenas uma década. Retrospectivamente, exigidos por um equipamento antigo
a ascensão do sampler software parecia com 15 ou 20 anos.”
inevitável, mas, nos anos 1990, era As origens da síntese de software são
uma visão compartilhada só por alguns Quem criou o primeiro aplicativo integrado surpreendentemente antigas, e a maioria
desenvolvedores perspicazes. de gravação de áudio e MIDI? Digidesign? dos candidatos plausíveis para o título
Samplers software ofereceram duas Steinberg? Emagic? Não, a Opcode, pioneira de “primeiro sintetizador software”
vantagens fundamentais sobre suas do sequenciamento de MIDI no Mac, tendo na verdade antecedem o lançamento
contrapartes hardware. A primeira, sua base em Palo Alto. Antes do Studio Vision da SOS. Mas não foi até 1997 que a
integração próxima com outros da Opcode de 1990, ou você sincronizava síntese de software se tornou uma
softwares de edição de áudio e MIDI, seu sequenciador para fita, via SMPTE, ou opção útil, prática e acessível para a
foi desbravada no começo dos anos acionava a reprodução de clipes de áudio produção musical cotidiana, e foram os
1990 pelo sistema SampleCell II da de samplers. É claro, é um passo curto para desenvolvedores suecos Propellerhead
Digidesign. A outra era liberdade das inserir notas acionadas por samples nos seus que abriram o caminho.
limitações impostas pela quantidade dados de sequência para ter o aplicativo A dance music estava no auge da sua
de memória RAM instalada em um chamando os clipes de áudio diretamente popularidade, e a devoção ao TB303
sistema, e o Gigasampler conseguiu – de fato, é exatamente o mesmo processo, Bassline da Roland era tanta, que os
seu status importante sendo o primeiro exceto que o aplicativo integrado pode originais hardware estavam rendendo
sampler a superar este obstáculo. Os facilmente incluir representações gráficas do montantes de quatro dígitos. Com timing
desenvolvedores da Nemesys perceberam áudio junto com o MIDI. perfeito, a Propellerhead ofereceu um
que, para o sistema reproduzir samples O Vision da Opcode, um dos principais programa que também podia emular dois
de maneira adequada, só a parte inicial programas de sequenciador de MIDI em TB303s e uma bateria eletrônica TR808.
de cada sample precisava ser carregada 1989, foi atualizado para Studio Vision o O ReBirth foi o primeiro instrumento
na memória RAM. Enquanto isso, o integrando com o hardware Sound Tools comercialmente importante que podia
resto podia ser transmitido diretamente da Digidesign – um controlador de HD e rodar nativamente em um Mac ou PC,
do HD, exatamente da mesma maneira acelerador de áudio baseado em cartão e embora descontinuado há um bom
que qualquer arquivo de áudio é Nubus. Sim, você leu certo; os computadores tempo, ele ainda é lembrado com
reproduzido em uma DAW. Agora um de 1990 precisavam de ajuda DSP só para carinho por uma geração sem recursos de
recurso padrão em todos os samplers processar áudio e passá-lo pelos drives. Você produtores de dance. Sam Inglis
software, isto possibilitou um avanço não podia fazer muita coisa com o áudio W www.soundonsound.com/sos/1997_articles/
espetacular no realismo e qualidade depois que ele estava lá, a não ser edição aug97/rebirthaug97.html

100 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


que gravadores DAT destinados para o
mercado caseiro eram às vezes impedidos de
gravar na taxa de samples de CD de 44,1kHz,
e também limitados pelo SCMS (Serial Copy
Management System) anti-pirataria. Dados
de não-áudio no fluxo de bits permitiam que
pontos de referência convenientes fossem
gravados e editados, mas a adoção para
Roland D50 (1987) consegui fazê-lo tocar repetidas vezes o entretenimento caseiro era praticamente
Preço no lançamento £ 1.445 mesmo pedaço de três segundos de fita. inexistente. Entretanto, o DAT foi um grande
Revisão da SOS: Maio e junho de 1987 Eu esperava um pouco de deterioração na sucesso nos mercados de home-studio
qualidade do som por causa do desgaste e profissional, substituindo rapidamente
“Com este preço, o D50 tem um notável custo- da fita, mas não – a 2000ª reprodução foi gravadores open-reel de dois tracks e ¼
benefício. Tente subtrair o custo de um reverb tão boa quanto a primeira (eu não ouvi polegada para masterização em estéreo
digital, eco digital, dois pedais de chorus, dois todas as vezes entre elas!)” durante os anos 90, até serem ultrapassados
polissintetizadores de oito notas, um sampler e De uma perspectiva de 2010, com pessoas pela adoção comum de sistemas de gravação
alguns equalizadores deste preço!” agora escolhendo fazer o bounce de suas baseados em HD. DAT, e particularmente
Ser diferente. Este é o segredo do sucesso. perfeitas mixagens em uma DAW através DAT timecode, duraram muito mais em
Quando tecladistas tinham curtido vários de um gravador de fita analógico de dois gravação de externas para filmes e TV, e só
anos de polissintetizadores analógicos tracks “pelo som”, parece estranho que está sendo substituído agora, mas no fim das
‘quase afinados’ suntuosos e onipresentes, existisse uma época em que mal podíamos contas a história vai julgar o formato como um
seguidos por FM brilhante, sensível, esperar para nos livrar destas porcarias. intervalo meramente curto entre a longa era
metalizada, perfeitamente microafinada, A sibilação da fita, ruído de modulação, da fita analógica e a sua sucessora suprema,
alguma coisa especial seria necessária para distorção, desafinação e oscilação da gravação digital para HD e, em breve,
chamar a atenção deles. O D50 da Roland fez gravação de fita analógica logo seria uma memória solid-state. Dave Lockwood
exatamente isso pegando attacks sampleados lembrança distante conforme o mundo de
e os misturando com sustentações dois tracks ficava digital, primeiro através de SSL AWS900 (2004)
sintetizadas, um compromisso tecnológico um sistema baseado em gravador de vídeo Preço no lançamento £ 58.163
que forneceu uma alternativa bem-sucedida e 1610 e o PCM F1 da Sony e depois, em Revisão da SOS: Novembro de 2005
atrativa para FM ou analógico. 1987, através do seu formato R-DAT. ‘DAT’,
A mistura inventiva do D50 de tecnologia como todo mundo o chamava (o R era de “Você pode realmente ver onde o dinheiro
antiga de ‘sample e síntese’ ticava todos Rotary-head, para diferenciá-lo dos formatos foi gasto neste console, e ele constitui
os campos: sons de sintetizadores de ‘S’-DAT ou Stationary-head Digital Audio um console
cordas abundantes e harmoniosos com as Tape sob desenvolvimento pelos seus rivais) high-end
características de instrumentos acústicos adaptava o sistema de cabeçote móvel usado
reais batidos ou dedilhados, mas com a por gravadores de vídeo para maximizar a
vantagem de controles de síntese familiares densidade dos dados em fita em câmera lenta
e possivelmente a maior invenção de (um pouco acima de 8mm/s). Gravadores DAT
sintetizador de todos os tempos: o som demo gravavam um sinal de 16 bits e dois canais
de fábrica ‘impressione seus amigos’ de em uma fita cassete de bitola estreita
nota única. Em 1987, levar um Roland D50 a (4mm), em várias taxas de samples, de
um estúdio e só segurar uma tecla tocando 48kHz a 32kHz. Fitas de até três horas de
‘Digital Native Dance’ era suficiente para tempo de execução eram possíveis na teoria,
garantir que nada mais fosse feito naquela mas estas eram horrivelmente fracas, e era
sessão de gravação. E isso teve resultados: boa prática ficar com 60 minutos ou menos,
ouça o álbum Bad do Michael Jackson, o para garantir evitar uma desgraça com o
tema de Star Trek: The Next Generation, o complicado mecanismo. verdadeiramente
álbum Revolutions do Jean Michel-Jarre, A política de direitos autorais cercando a profissional para o estúdio
‘Orinoco Flow’ da Enia e praticamente tudo possibilidade de ‘clonagem’ digital significou do mercado intermediário
mais do fim dos anos 1980 e começo dos ou pós produção. Inclua a integração
anos 1990, e o Roland D50 vai estar lá. perfeitamente executada de interface de
Martin Russ DAW e console e este deve ser o meu
produto do ano!”
Fomato Sony R DAT (1987) O auge do estúdio de gravação dos anos
Preço no lançamento 1980 foi dominado pelos consoles Neve e
aproximadamente £ 1.000 Solid State Logic – o segundo apresentando o
Revisão da SOS (do Sony DTC conceito de console em linha. Mas, conforme
1000ES): Outubro de 1987 o grande mercado de estúdio começou a
declinar 20 anos depois, a SSL resolveu não só
“Embora o Sony DTC 1000ES não tenha tratar as necessidades do próspero mercado
os recursos de programação que você de estúdios menores, como também abraçou
pode encontrar em um CD player, eu a DAW como a essência do estúdio moderno,

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 101


D E S TA Q U E
25 PRODUTOS QUE MUDARAM A GRAVAÇÃO

oferecendo um controlador de DAW e e edição da DAW pelo protocolo HUI. kit de desenvolvimento de software VST
console realmente integrados: o console No ano seguinte, o console também foi disponível para todo mundo que optasse
AWS900, lançado em meados de 2004. ampliado com Total Recall e funcionalidade por baixá-lo, disparando uma explosão de
O AWS 900 fornecia até 24 canais de automação de fader móvel ‘AWSomation’. desenvolvimento de plug-ins de terceiros
‘Super Analogue’, cada um com um pré- Custando aproximadamente £50.000, o e criando uma vibrante comunidade online
amplificador de microfone de alta qualidade, AWS900 não era bem um console de baixo de programadores de freeware e shareware.
equalizador paramétrico das séries E e custo, mas era o mais acessível da SSL e De recriações autênticas de processadores
G de quatro bandas e oito auxiliares. Os liderou o caminho para a integração de DAW/ vintage a efeitos novos e originais, os
consoles completos da empresa sempre console. Hugh Robjohns resultados tiveram um efeito profundo no
incluíam compressores por canal, mas o AWS W www.soundonsound.com/sos/nov05/articles/ mundo da música eletrônica. Sam Inglis
sobreviveu com dois processadores dinâmicos sslaws900.htm
em mono que poderiam ser atribuídos a Tascam MSR24 (1989)
diversos canais, junto com um compressor Kit de desenvolvimento Preço no lançamento: £ 8.395
de bus da série G. Entretanto, uma saída de software Steinberg VST Revisão da SOS: Janeiro de 1990
direta estava disponível em
(1997)
cada canal para fácil interface “A gravação de fita é uma ciência bem
Preço no lançamento:
de DAW, e pontos de insert desenvolvida e os limites do possível são
grátis
do canal cuidavam dos efeitos continuamente ampliados por fabricantes
periféricos. O único controle A longa história de inovação em todas as faixas de preço.”
de propósito duplo no channel da Steinberg produziu muitas Desde o momento que a Fostex lançou
strip era o fader motorizado, novidades. O lançamento o seu A8 de oitos tracks open-reel em
comutável entre o console do Cubase VST em 1996 1982, ela entrou em uma batalha na guerra
analógico e a camada de controle da DAW, representou a primeira alternativa nativa séria de multitracks de bitola estreita com a
mas um encoder atribuível pelo usuário e um ao padrão de plug-in TDM da Digidesign. arqui-rival Tascam. ¼ polegada e depois ½
monitor de oito caracteres eram dedicados às Quatro anos depois, a empresa começou polegada foram substituídos pelo 16 tracks
funções de canais correspondentes da DAW. o processo que iria revitalizar o mundo de de ½ polegada e depois 24 tracks de uma
Além dos recursos comuns de síntese e sampling, quando aumentaram o polegada, com o G24 da Fostex brigando
monitoramento e medição, a seção master seu protocolo de plug-ins para acomodar com o MSR24 da Tascam. O Fostex, como
incorporava controles de transporte instrumentos, além de processadores. sempre, oferecia mais alguns opcionais, mas
abrangentes e encoders dedicados, botões Mas o aspecto mais revolucionário o Tascam era melhor construído, em minha
e um monitor colorido para controlar os do protocolo VST era o seu conceito opinião, e como ele oferecia Dolby S como
parâmetros de plug-in, automação, mixagem aberto. A Steinberg escolheu deixar o uma alternativa à sua redução de ruído
Dbx original em 1991 (o Dolby S também
Menções honrosas aparecia no Fostex), ele também se tornou
Para surpresa de ninguém, o desafio de escolher pensado nisso antes. o gravador de som melhor.
os 25 produtos mais importantes dos últimos 25 Dez anos atrás, nenhum músico sério que A especificação nominal oferecia uma
anos provocou um debate exaltado no escritório podia comprar um Mac ia preferir comprar resposta de 40Hz a 20kHz (±3dB) em
da SOS. E, inevitavelmente, todos os membros uma máquina com Windows. Dois produtos 15ips, com menos de 0,8% de distorção
da equipe defendiam vários produtos que não que ajudaram a reabilitar o PC foram o AC1
e, com Dolby S empregado, uma razão de
entraram na lista final... da Carillon Audio, um computador em um
O RADAR da Otari (depois iZ case para rack, ultra silencioso especialmente
sinal para ruído de 93dB. Previsivelmente,
Technologies) foi o primeiro gravador de HD de projetado e a placa de som Soundblaster Live! da o crosstalk de canal adjacente era um
24 tracks. Mais recentemente, o R16 da Zoom Creative Labs. A distribuição de música mudou pouco menos extraordinária, mas mesmo
sugeriu uma nova direção para multitrackers, para sempre com o formato MP3 desenvolvido assim o MSR24S estava, de maneira
gravando em cartões SD e apresentando pela Fraunhofer Labs. clara, na mesma categoria que todos os
integração próxima à gravação de computador. Instrumentos importantes começando melhores gravadores de duas polegadas,
Em termos de efeitos e processamento, a com ‘K’ incluíram o Kawai K5 – o primeiro
deixando a gravação de 24 tracks não mais
Aphex finalmente deixou a sua marca registrada, sintetizador aditivo comercial – e o Kurzweil
o Aural Exciter, disponível para compra em K2000, considerados por muitas pessoas o unicamente território do profissional. A
1985, a Lexicon continuou dominando o padrão de ouro dos sintetizadores de estação conexão de áudio não-balanceado através
mundo do reverb com os seus equipamentos de trabalho. Enquanto isso, o ressurgimento do de phonos em -10dBV continuou como um
para rack da série PCM e a SPL inventou um interesse em sons analógicos nos anos 1990 nos lembrete irritante da herança de gravação
novo processador dinâmico com o seu Transient deu instrumentos modelados digitais como o caseira do gravador, e um cabeçote de
Designer. Enquanto isso, os Lunchboxes da série Clavia Nord Lead, Access Virus, Korg Prophecy
gravação/reprodução combinada deixou
500 da API forneciam uma alternativa nova e e Roland JP8000, além de designs analógicos
portátil para o tradicional rack de 19 polegadas. verdadeiros como o Novation BassStation. Para a organização um pouco chata, mas os
O preço de microfones de alta qualidade muitos, o B4 da Native Instruments foi o plug-in cartões de canais individuais e fonte de
diminuiu nos últimos 15 anos graças a dois que primeiro nos convenceu de que modelagem energia remota, falavam sobre um gravador
fatores: a explosão na fabricação chinesa baseada de instrumento software podia soar bem. que funcionaria durante anos por vir.
em familiares designs alemães, liderados pela Finalmente, os últimos anos geraram vários E aí vieram o ADAT e o próprio
Rode NTI e o trabalho contínuo da AKG para produtos que prometem ser bastante importantes
multitrack digital modular DA88 da Tascam,
melhorar designs de eletretos, que nos deu o nos anos futuros. Exemplos notáveis incluem
C1000 de enorme vendagem. Enquanto isso, o
e o mercado para multitrack analógico
microfones digitais da Neumann, controladores
excelente conjunto de shockmounts InVision da multitouch como o JazzMutant Lemur e a edição ‘semi-profissional’ praticamente morreu da
Rycote nos fez perguntar porque ninguém tinha espectral desbravada pelo ReTouch da CEDAR. noite para o dia. A ironia é que o ADAT na
verdade era um retrocesso em termos de

102 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


internos evitem deter – o Neve DSP – tenha aparecido em 1980,
ruído de fonte pela a tecnologia não ficou acessível e prática
mesma quantidade para o mercado do estúdio de projetos
do ganho interno de durante outros 15 anos. Mas a espera valeu
compensação. a pena, porque quando a Yamaha lançou
Um equalizador de a 02R original em 1995, ele literalmente
cinco bandas, ajuste revolucionou a indústria.
de amplitude em Custando aproximadamente £7000 no seu
estéreo e um recurso lançamento no Reino Unido, a 02R fornecia
de ‘calor analógico’ 24 entradas analógicas e 16 digitais, além
adicionam flexibilidade de dois efeitos em estéreo dos mecanismos
de configurações, mas de multiefeitos tipo SPX internos. A mesa de
é a presença de presets oito buses também oferecia 16 saídas digitais
e um Wizard pedindo diretas, através de um conjunto de cartões de
categorização de interface opcionais.
gêneros musicais que, A 02R incorporava faders móveis e
mais do que qualquer automação de mixagem embutida, além de
coisa, costumam causar memórias instantâneas para recall imediato
dúvidas entre os céticos. de configurações, e todo canal era equipado
“Como uma caixa com um equalizador totalmente paramétrico
digital multifuncional de quatro bandas, dinâmicos completos,
pode substituir a oito mandadas auxiliares e até delays para
qualidade de áudio. O Dolby S permitia habilidade e experiência de um engenheiro sincronia de periféricos. Como destaque,
que as gravações do MSR24 abrangessem de masterização?”, eles perguntam. a 02R apresentou a interface de usuário
tudo que era bom sobre a fita analógica – Bom, não pode; e vários usuários focada para o mercado de semi-profissional,
quente no grave, suave no agudo, claro no geraram resultados de masterização estabelecendo um paradigma operacional
meio e bastante tolerante aos transientes caseira horrorosamente superprocessada que persiste nas gerações seguintes do
e anomalias de nível. Ele compreende
uma tecnologia que foi abandonada
exatamente quando alcançava o seu auge.
Dave Lockwood

TC Electronic Finalizer (1996) com ele, ajudando a sujar mais ainda o console digital Yamaha. A 02R até curtiu uma
Preço no lançamento: £ 2.056 conceito de ‘caixa de masterização’ em plástica com um firmware na metade da vida,
Revisão da SOS: Dezembro de 1996 alguns anos. Mas usado com habilidade e a atualização V2 ampliando as capacidades
entendimento, o Finalizer sempre é capaz da mesa com funções de surround sound,
“Se você for bastante paciente (e de dar exatamente os resultados que você entre muitos outros recursos novos. Embora
tiver entendimento suficiente) para quer, seja uma mixagem de som polido, substituída em 2002 pela 02R96 e uma família
configurar cada seção do processador claro e pronto para CD ou uma master inteira de consoles relacionados, o DNA da
cuidadosamente, os resultados são exagerada ao máximo e obviamente 02R ainda vive. Hugh Robjohns
excelentes – mas nas mãos erradas, o clipada. Eu ainda tenho um, a versão W www.soundonsound.com/sos/1996_articles/
Finalizer pode destruir mais a sua música adequadamente chamada Express, que tem feb96/yamaha02r.html
do que um cassete chinês de segunda mão a melhor interface de resultados rápidos
em um 4 tracks desgastado!” já desenhada, mas como muitos antigos
Poucos produtos têm opiniões tão usuários hoje em dia, os meus presets
divididas quanto o inovador processador preferidos do Finalizer agora vivem em
de masterização digital Finalizer da TC forma de software. Dave Lockwood
Electronics, lançado em 1996. Eu já o W www.soundonsound.com/sos/1996_articles/
ouvi descrito como “o início do fim – o dec96/tcfinalizer.html
produto que começou a guerra do
volume”, mas, para mim, ele era uma Yamaha 02R (1995)
coleção incrivelmente útil de ferramentas Preço no lançamento: £ 7.049
de estúdio integradas. Durante um tempo, Revisão da SOS: Fevereiro de 1996
até eu substituir suas funções com software,
eu nunca mixava sem um. Basicamente, “Eu não posso dizer que a 02R é
o Finalizer é um limitador e compressor perfeita, mas o seu potencial é
multibanda digital, permitindo que o nível imenso e podemos agradecer a
médio de uma mixagem gravada seja Yamaha por dar ao mundo o seu
aumentado drasticamente antes que efeitos primeiro estúdio profissional
colaterais audíveis sejam gerados, enquanto praticamente sem cabos que é
que um expansor multibanda inteligente realmente acessível.”
integrado consegue que thresholds Embora o primeiro mixer de estúdio digital

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 103


Q
Perguntas &Respostas RESPOSTAS PARA SUAS PERGUNTAS E DÚVIDAS

P Quais são os melhores bastante impressionado, então eu imaginei especificamente vantajosos que eu
se vocês podiam me dar mais sugestões encontrei são os da Antress Modern
plug-ins freeware? de alguns para cada categoria básica de (http://antress.er webs.com), Bootsy
Atualmente existem vários plug-ins plug-in. Em particular, eu me interesso por (http://varietyofsound.wordpress.com),
freeware no mercado, então eu estou quaisquer opções‘confiáveis’ de freeware. GVST (www.gvst.co.uk), MDA (http://
perdido no meio das opções. Em um site Eu uso um PC, então VST é melhor. mda.smartelectronix.com) e Voxengo
que eu entrei tinha 670! Eu prefiro não Eoghan Brady por e-mail (www.voxengo.com), que cobrem muitas
atrasar minhas sessões procurando o delay áreas entre eles.
perfeito já que ficar só com um bom plug- Mike Senior, colaborador da SOS, Meu plano alternativo em freeware para
in e trabalhar com ele seria muito mais responde: Antes de tudo, é melhor só efeitos de flanger, phaser e chorus é a
produtivo. Eu já dei uma olhada em alguns baixar o pacote VST ReaPlugs, que é série Classic da Kjaerhus Audio e, apesar
mencionados no Resgate de Mix e fiquei uma grande parte do complemento do de eu não conseguir mais achar o site
plug-in do Reaper e enquanto escrevia esta matéria, ainda é
inclui tudo que você possível encontrar os plug-ins hospedados
procura, de uma em outros sites através do Google.
forma ou de outra. Leslie da MDA e Wow & Flutter da The
Eu já fiz mixagens Interruptor (www.interruptor.ch) são legais
inteiras só com para ‘desgaste’ de modulação geral e eu
plug-ins do Reaper, os uso bastante. Para efeitos de tremolo/
então eu posso chopper, tente o Cairo da Tweakbench
atestar sua eficácia. (www.tweakbench.com) ou o Autopan e
Outros conjuntos LFO Chopper da Oli Larkin (www.olilarkin.
co.uk). Ao se tratar de distorção/saturação,
Alguns bons existem várias coisas boas e eu admito
equalizadores VST ser meio colecionador neste aspecto.
freeware e donationware: Alguns dos meus preferidos são Ferric da
Cockos ReaEQ, Bootsy Bootsy, GClip e GRecti da GVST, Ferox da
Nasty CS, Antress
Jeroen Breebaart, Combo e Bandisto da
Modern Black Dragon e
DDMF LP10 MDA, Mokafix Noamp (www.mokafix.com),
Rubytube da Silverspike (www.silverspike.
com) e Tubeamp da Voxengo: tanta
sujeira, tão pouco tempo! Para efeitos
desgastados e granulados mais ultrajantes,
o Glitch da DBlues (http://illformed.org) é
uma boa aposta, assim como a ultrajante
série Darkware da Jack Dark (www.gersic.
com/plugins/hosted/darkware/darkware.
html) e Pudding e Sideslip da Tweakbench.
Os plug-ins de delay da The Interruptor
são bons, assim como o WatKat da GSi
(www.genuinesoundware.com), Maelcum
da Tweakbench e GDuckDelay da GVST.
Dito isto, eu costumo usar requisições
de delay básicas do ReaDelay na maior
parte do tempo. Smart Ambience é
uma ótima demo de reverb funcional,
mas o SIR da Christian Knufinke (www.
knufinke.de/sir/sir1.html) com impulsos
do Echo Chamber (www.memi.com/
echochamber/responses/index.html) é o
melhor para mim no departamento do
reverb freeware. Para ajuste de imagem
em estéreo e processamento M/S, meus
preferidos evidentes são MSED da
Voxengo e Stereo Tool da Flux (www.
fluxhome.com). O último tem uma das
melhores exibições de vectorscópio em
estéreo que eu já encontrei. Falando em
exibições, o Inspector da Roger Nichols
(www.rndigital.com) foi o meu plug-in
de análise de espectro e medição de
escolha por um bom tempo, mas o SPAN

104 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


da Voxengo também é bom. Mas hoje em
dia eu costumo usar o Schope payware
da Schwa para a maioria das coisas. E
falando na Schwa (www.stillwellaudio.com),
eles têm um ótimo plug-in de bitscópio
freeware chamado Bitter que pode ser útil
para localização digital de problemas. O
TT Dynamic Range Meter é ótimo se você
estiver interessado nas ‘guerras de volume’
da masterização; você pode obtê-lo de
graça, sob pedido, no site da Brainworx
(www.brainworx music.de).
Por fim, eis alguma miscelânea. Embora
eu ainda tenha que encontrar um pitch-
shifter freeware simples e decente, se
você estiver procurando correção de pitch
freeware, não procure além do GSnap da
GVST, que é bastante eficaz e já foi usado
em vários Resgates de Mix antes. Se você
for fã de otimização psicoacústica no estilo
da Aphex, também se certifique de usar o
Exciter da Stillwell Audio, um dos plug-
ins disponíveis no hospedeiro ReaJS do
ReaPlugs, que faz o mesmo tipo de coisa.
O som único de ‘Voodoo Child (Slight Return)
A
baterias para o meu novo álbum. Você
aconselharia gravar lá, ou será que a
acústica é predominante demais? Eu quero
uma gravação de som natural e limpo para
uma banda de folk, então eu achei que
talvez esta sala ofereça o tipo certo de
personalidade. Através do site da SOS

Hugh Robjohns, Editor Técnico da


SOS, responde: O fator limitador com
a maioria das gravações de bateria de
home studios é a combinação de um
espaço de som geralmente morto, com
pouca difusão de reflexos e uma falta
grave de altura, que impede que os
microfones overheads sejam colocados
em uma posição favorável. O que você
costuma ter é um reflexo precoce forte
(mas não difuso) do teto, que costuma
reduzir a qualidade do som capturado
– não só dos overheads, mas às vezes
também dos microfones próximos – e
não contribui de maneira legal ao som
da bateria. A única solução é deixar
o espaço de gravação o mais morto

P Qual é o efeito Jimi


Hendrix?
do Hendrix foi criado usando flanger no
track inteiro. Isto foi conseguido com dois
gravadores de fita carregando a mesma gravação,
possível e depois adicionar reverb
artificial para devolver um pouco de vida
ao som da bateria, mas muitas vezes a
com a velocidade de um ou ambos sendo
Eu estou tentando fazer algo psicodélico fonte ainda pode soar colorida e irreal.
completamente ajustada
com guitarras – tipo a canção ‘NY’ dos Muitas vezes um espaço reverberante
Doves – e eu acho que o mesmo efeito gravador alcançou e depois superou funciona bem com a bateria porque os
foi usado antes em ‘Voodoo Child (Slight do outro. Como você pode imaginar, o reflexos precoces difusos adicionam uma
Return)’ do Jimi Hendrix. Eu já tentei processo foi um pouco inexato, já que presença bem-vinda e dão uma boa ‘escala’
improvisar com a Leslie e efeitos de delay você tinha de alinhar os dois gravadores para a bateria sem dominar o som direto.
conseguidos com o Logic 9, mas não para que eles começassem ao mesmo Mas normalmente a gente está falando aqui
cheguei nem perto. Qual é aquele efeito? tempo, mas com certeza isso produziu um de um espaço reverberante de tamanho
Através do site da SOS som alucinógeno. modesto – uma escadaria, por exemplo –
Plug-ins de flanger podem processar para que os reflexos precoces sejam fortes
Paul White, Editor Chefe da SOS, mixagens tanto em mono quanto em e o tempo de reverb não seja excessivo.
responde: O som naquele álbum foi estéreo, mas a maioria costuma operar a Gravar em uma paróquia típica vai
quase que certamente produzido por partir de um LFO e assim pode soar comum dar a vantagem de um teto bem alto,
flanging no track todo. Você pode demais. Mas se você aplicar automação nos mas a maioria também tem acústica
chegar perto usando um plug-in de controles de profundidade e velocidade bastante intensa com tempos de reverb
flanger, embora o efeito original tenha para criar um efeito pseudo-aleatório, isso relativamente longos. Este tipo de
sido criado rodando dois gravadores pode adicionar uma sensação autêntica. A personalidade acústica funciona bem com
de fita carregando cópias da mesma maioria dos plug-ins de flanger também são alguns tipos de instrumentos e alguns
fita, e depois ajustando a velocidade limitados no tempo do delay mínimo que gêneros, mas não é uma personalidade
de um deles para que uma máquina eles podem aplicar, então não conseguem de som que eu associo geralmente com
avance primeiro e depois fique atrás da recriar o efeito ‘através do zero’ da fita onde música folk, que normalmente requer um
outra. Como os gravadores não estavam um gravador passa o outro, mas alguns tratamento mais íntimo. Mas nem tudo
perfeitamente em sincronia, os pequenos plug-ins mais avançados usam um delay está perdido, e as vantagens do espaço
delays causaram anulação de fase de adicional em um lado do caminho do sinal grande ainda podem ser usadas em seu
frequências específicas, e elas variavam para simular este efeito. benefício se você estiver preparado para
conforme o timing relativo entre os gastar tempo e esforço controlando a
dois delays variava. É isso que produz o
familiar som ‘whoo’.
A velocidade da fita foi ajustada
P Como eu gravo
baterias em uma
igreja?
acústica e experimentando a melhor
maneira de otimizar o setup.
A primeira coisa a fazer é identificar
usando o controle de velocidade em um um local de gravação adequado na
gravador ou atrasando um e depois o Eu tenho a oportunidade de gravar em igreja. Montar a bateria no meio da nave
outro gravador um pouco, arrastando a uma igreja de tamanho modesto com provavelmente não vai dar certo: você
mão no flange da bobina da fita. O efeito teto alto e uma acústica muito viva. Estou vai precisar de algum lugar mais fechado
mais impressionante ocorreu quando um pensando em usar esta sala para gravar para gerar alguns reflexos precoces fortes.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 105


Q
Perguntas &Respostas RESPOSTAS PARA SUAS PERGUNTAS E DÚVIDAS

Uma varanda de entrada ou uma sacristia técnicas alternativas.


podem proporcionar uma acústica mais Documente tudo
adequada, ou talvez na coxia entre os cuidadosamente com
assentos do coral. medições, fotos e o
Depois de encontrar algum lugar que que mais você precisar
produza o tipo certo de reflexos precoces, para poder recriar os
provavelmente você vai ter que suavizar setups depois. Depois
as longas caudas do reverb, e isso vai leve as gravações de
Fotos cortesia da Apple
depender do uso de tapetes e cortinas. volta ao seu estúdio,
Pendurar edredons grandes em suportes de faça experiências
iluminação alugados, vai fazer uma diferença equilibrando os
vantajosa se você testar a colocação deles microfones e ouça
ao redor da bateria, para ajudar a proteger criteriosamente para
os microfones overheads, em especial, ver o que funciona e o
dos piores reverbs longos. Lembre que que não funciona.
um microfone cardióide é mais sensível a Aí você pode voltar
sons na frente e dos lados, então coloque e experimentar mais O Mac Mini atualizado vem com um processador
o edredom (ou coisa assim) na frente e nos para melhorar ainda mais o setup ou, se de 2,4GHz, 2GB de memória RAM e HD de
lados destes microfones para tentar evitar você achar que um dos arranjos dá o som 320GB como padrão, o deixando perfeitamente
que sons refletidos sejam captados. que você quer, simplesmente volte e grave capaz de rodar um bom número de tracks
O final da frequência grave do reverb os tracks usando o melhor equipamento
vai ser o mais difícil de controlar – cortinas das suas gravações experimentais. de tais tarefas. É só uma questão de
e edredons não vão ajudar muito - então quantos tracks de áudio, instrumentos e
esteja preparado para usar filtro high-
pass nos microfones (principalmente nos
overheads) para reduzir qualquer tendência
P Eu posso usar um Mac
Mini para música?
efeitos você precisa que o computador
trate. Entre os fatores mais importantes
para considerar ao determinar tal
a estrondos e um som embolado! Eu sempre ouço pessoas dizendo que o tratamento são o tipo e velocidade do
A microfonação próxima vai obviamente Mac Pro é o Mac de escolha para músicos, processador, a quantidade de memória e
fornecer o melhor equilíbrio de som mas, como é um hobby, eu não posso gastar a velocidade do HD.
direto/reverberante, e você pode mixar tanto. Estou tentado por um Mac Mini, já Desde que o primeiro modelo Power PC
em um ou mais microfones de ‘ambiência’ que eu já tenho uma tela decente, mas estou foi apresentado (veja a revisão completa no
montados mais abaixo na igreja para preocupado que ele não seja capaz de lidar site www.soundonsound.com/sos/may05/
trazer uma qualidade mais reverberante com as exigências da gravação de áudio. articles/applemacmini.htm), o Mac Mini
com equilíbrio. Comprimir bastante os Quais são os prós e contras? se estabeleceu como um computador de
microfones de ‘ambiência’ e mixá-los em Petra Smith por e-mail estúdio básico, porém capaz. O conjunto
um nível baixo muitas vezes dá certo. atual apresenta processadores Intel Core 2
Julgar as sutilezas de uma situação de Mark Wherry, colaborador da SOS, Duo e o MacBook Pro de 2007 (que, com um
microfonação assim em fones de ouvido responde: Embora um computador high- processador de 2,4GHz, tinha capacidades
é bastante complicado, então a minha end como o Mac Pro costumasse ser de performance parecidas) nos dá um
abordagem seria fazer uma configuração essencial para rodar aplicativos de áudio esboço da performance que você pode
e gravação experimental: faça multitacks e música, hoje em dia é muito difícil esperar: usando o Logic Pro 7, ele foi capaz
de cada microfone e teste várias comprar um sistema que seja incapaz de rodar 150 instâncias do PlatinumVerb, 54
do Space Designers e 512 vozes do EXS24
(com o filtro ativado). O Mac Mini mais
simples hoje, também tem um processador
de 2,4GHz, então estes valores devem ser
aproximadamente comparáveis.
Quanto à memória, os 2GB fornecidos
no Mac Mini de entrada devem ser
suficientes para você começar. Mas você
vai se sentir muito mais confortável com
4GB, principalmente se quiser trabalhar
com instrumentos baseados em samples.
Vale a pena lembrar que 8GB é a
quantidade máxima de memória suportada
pelo Mac Mini.
Se você tiver a oportunidade de gravar a bateria em uma igreja, Em termos de armazenamento, o Mac
pode ser tentador simplesmente chegar e montá-la bem no meio Mini básico vem com um drive de 360GB.
da nave, para aproveitar a reverberação do espaço grande. Mas este Mas, talvez de maneira mais crucial, este
tipo de reverb natural pode ser difícil de controlar, e escolher um dos drive interno roda em 5400rpm – mais
espaços menores que uma igreja tem a oferecer, como uma varanda ou
lento que os usados na maioria dos outros
sacristia, pode perfeitamente produzir um som mais útil.
Macs –, o que vai limitar o número de

106 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


A
tracks de áudio que você pode reproduzir principalmente se você se vê rapidamente Alguns artistas comerciais disponibilizaram
simultaneamente. Como guia, você deve superando as capacidades do Mini. suas canções para download como multitracks
não processados, que são perfeitos para praticar
esperar poder tratar aproximadamente

P
sua mixagem. Este - ‘Hyperpower’ do Nine
50 a 60 tracks em mono de 16 bits em Onde eu posso Inch Nails – foi baixado originalmente para
44,1kHz. Mas é possível conectar um conseguir arquivos Garageband, mas é facilmente aberto para
drive mais rápido para áudio, graças não tratados para praticar trabalho no Logic
à porta FireWire 800 embutida do
Mac Mini – supondo que você já não
a minha mixagem? mixagem do Mike e, tomara, aprender uma
esteja planejando usar esta porta para ou duas coisas no processo.
uma interface de áudio, é claro, já que Eu estava imaginando, onde eu posso Já para outras fontes de gravações
dispositivos de encadeamento em série encontrar tracks não tratados para praticar de multitracks não processadas, eu estou
nem sempre são possíveis. minhas habilidades de mixagem? Eu já surpreso por você não ter tido mais sorte
Outro fator importante ao considerar procurei no Google e nos fóruns da SOS e com uma pesquisa no Google. Digite
o Mac Mini, e que inicialmente pode soar não deu muito certo. Idealmente, o tipo de os termos de pesquisa certos (“wavs
um pouco bizarro, é o preço. Embora o música com que eu quero praticar é blues, multitracks” ou “download multitracks”,
Mac Mini seja o Mac mais barato que a rock, punk ou metal. por exemplo) e várias fontes parecem
Apple vende, o preço inicial de R$ 2.699 Através do site da SOS surgir, incluindo alguns artistas comerciais,
pode ser enganoso em termos de valor, Matt Houghton, Editor de Testes da como Nine Inch Nails, que disponibilizou
apesar de, na teoria, custar bem menos SOS, responde: De maneira bastante material de graça (http://ninremixes.com/
do que o iMac mais barato. Se você já tem curiosa, para a matéria do Resgate de multitracks.php) e Peter Gabriel, que já
um monitor, teclado e mouse adequados, Mix nesta edição (página 82), tanto o fez competições onde ele disponibilizou
tudo bem. Mas se você considerar o custo artista quanto Mike Sênior gentilmente material para remixadores frustrados.
destes dispositivos necessários até para concordaram em disponibilizar o projeto Apesar de o Google ser bom, tentar um
o Mac Mini mais barato, a diferença de inteiro do Reaper para download. Então mecanismo de pesquisa diferente também
preço entre ele e o iMac low-end começa a você vai poder não só praticar a mixagem pode dar alguns resultados diferentes.
diminuir consideravelmente. nele (a versão completa do Reaper é grátis Por fim, é claro, sempre existem as
Em poucas palavras, o Mac Mini para baixar e testar por 30 dias, e é cross- opções possivelmente recompensadoras de
continua sendo uma máquina básica, platform, o que significa que todo mundo gravar um pouco do seu próprio material,
porém capaz, que fornece um bom ponto pode testar, a não ser que você seja um trabalhar com alguém para gravar o seu
de partida. Mas, de várias maneiras, o iMac dos poucos teimosos que continuam próprio material ou sair e ver alguns shows
mas simples, representa um valor melhor usando Atari ou Linux!), você também na esperança de encontrar uma boa banda
para quem tem um orçamento apertado, vai poder dar uma olhada por dentro da local e oferecer gravá-los de graça!

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 107


ESTÚDIO SOS
SEUS PROBLEMAS DE ESTÚDIO SOLUCIONADOS

ESTÚDIO
SEUS PROBLEMAS DE ESTÚDIO SOLUCIONADOS

Existem muitas mulheres que sofrem com os home-studios dos maridos por aí,
então quando uma enviou um SOS por iniciativa própria, simplesmente tínhamos
de ajudar, pelo menos para amenizar nossa sensação de culpa!

PAUL WHITE “Por favor ajudem! Recentemente meu “O responsável pela construção fez um
& HUGH ROBJOHNS marido transformou uma pequena edícula ótimo trabalho, porque não importa o
em nossa casa, feita de blocos em um volume que o meu marido toca, eu não

A
visita do Estúdio SOS deste estúdio de gravação, à custa de hipotecar escuto nada – mas, mesmo contando com
mês foi meio fora do padrão, já de novo a nossa casa por mais £5000. o maior isolamento de som possível, ele
que o pedido não veio do dono Não foi o meu marido que instalou o sempre chega reclamando da acústica. Ele
do home studio em questão, e sim da tratamento acústico lá, mas as paredes mudou a mesa para lugares diferentes da
sua esposa desesperada (palavra dela!), são totalmente revestidas com placas sala e ainda não conseguiu obter o som
Lyn Harvey. de espuma com bastante isolamento que ele precisa (seja lá qual for). Ele sempre
Muitos de nossos leitores vão se nas paredes e espaço até teto, além, é lê suas revistas e ouve podcasts da Sound
familiarizar com o cenário: o seu home claro de divisórias de gesso acartonado On Sound e agora ele está planejando
studio começa pequeno e você está cheio (drywall), e tem uma janelinha de blocos gastar outra fortuna para conseguir o
de boas intenções sobre como equipá- de vidro e uma porta de PVC. som que ele quer. “Ele lê a revista e as
lo com as necessidades básicas, mas a
aparelhagem começa a se multiplicar e
se arrasta para partes diferentes da casa;
você aprende que trabalhar cada vez
mais duro para fazer as coisas soarem
‘exatamente certas’, significa que a mesma
música, e até as mesmas seções de uma
música, devem ser tocadas várias vezes...
ao ponto de enlouquecer a sua alma
gêmea. Apesar de adorar o seu estúdio,
um pouco de reflexão faz você perceber
que, provavelmente ama verdadeiramente
a sua esposa um pouquinho mais – então
você se põe a trabalhar construindo um
anexo, transformando um porão ou coisa
assim, e fazendo o possível para manter a
aparelhagem e o som dentro dele... tudo
está ótimo, só que isso pode ser caro, e
você pode acabar em um espaço com o
qual não está satisfeito. Aí você começa a
planejar gastar mais dinheiro para fazê-lo
soar melhor! O e-mail bastante angustiado
da Lyn para a Sound On Sound, previu
claramente esta situação, então nós não Antes: Apesar das qualidade de isolamento de som do estúdio novo do Michael agradar sua parceira
podíamos simplesmente ignorá-lo: Lyn, não existia nenhum tratamento acústico e o som do local o estava deixando frustrado.

108 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


matérias do Estúdio SOS e depois me ‘reanimados’ com xícaras bem-vindas concreto e revestido com divisórias de
fala que ele precisa fazer isso, e conseguir de café e alguns biscoitos deliciosos gesso nos batentes com isolamento atrás,
aquilo – e começa a mencionar quantidades com gotas de chocolate, enquanto Lyn que criavam uma pequena armadilha de
assustadoras de dinheiro para mim. Ele está e Michael explicavam a situação mais a graves natural. A porta de entrada e uma
me deixando louca e eu estou esgotada. fundo. O estúdio original tinha sido tirado janelinha estavam localizadas à esquerda
Por favor, por favor ajudem: Eu tenho duas do quarto extra quando eles tiveram da posição de monitoramento do Michael,
crianças pequenas e gastar com roupa e o segundo filho, e tomaram a decisão e o seu sistema de gravação baseado no
comida para elas é mais importante que o de transferi-lo para uma construção Pro Tools LE e Digi 002, com um par de
hobby do meu marido!” transformada no quintal que, infelizmente, monitores Behringer Truth, foi montado
aconteceu de ser perfeitamente quadrada. em uma grande mesa para estúdio, com
Raízes do problema Esta edícula foi reformada para parecer uma TV de tela plana fixada na parede
Lyn mandou seu apelo sem contar para apropriada e arrumada, mas Michael acima dela. Michael já tinha encaixado
o marido, Michael, que não descobriu reclamou que a acústica era insatisfatória Auralex MoPads embaixo dos seus
nós estávamos chegando até um ou dois e que por isso ele estava achando difícil monitores, que estavam angulados um
dias antes de invadirmos a casa deles em criar boas mixagens. pouco para baixo para mirar os tweeters
South Wales. Ao chegar, depois de uma O novo quarto do estúdio foi na altura da cabeça, exatamente como
jornada longa e muito chuvosa, fomos construído com blocos sólidos de deviam estar. Um tapete fino cobria
o chão e a aparelhagem toda estava
montada de maneira ergonomicamente
sensata, com algumas prateleiras à direita
da cadeira de audição, e a janelinha
encaixada à esquerda. Nós medimos o
quarto e descobrimos que ele tinha 3,2 x
3,2m quadrados e 2,1m de altura. Testes
de audição usando o CD de teste da BBC
do Hugh confirmou nossa expectativa de
que existia um ponto nulo no centro exato
do quarto, onde o par grave de oitavas
simplesmente desaparecia. A monitoração
também pareceu surpreendentemente
pouco grave no geral, com imagem em
estéreo fraca e uma ‘vivacidade’ geral que
não era muito útil. Felizmente, a posição
normal de audição estava cerca de meio
metro para a frente da zona morta, e
a reposta grave estava razoavelmente
nivelada aqui, provavelmente por conta
de um pouco da armadilha de graves
acontecendo, como que por acaso,
nos revestimentos das paredes. Mas o
som geral estava bastante bagunçado
e colorido, por causa de reflexos das
paredes não tratadas

Festa da espuma
Enquanto esperava uma nova remessa de
espuma acústica da Auralex, nós reunimos
os materiais que estavam sobrando no nosso
almoxarifado e descobrimos havia um boa
quantidade de painéis da Auralex de 30cm
x 30cm em cor de vinho, quatro armadilhas
de baixo (bass traps) de cantos da Universal
Acoustics e um punhado de placas de
espuma de 30cm x 30cm da Universal
Acoustics em cinza. Felizmente isso acabou
sendo suficiente para as nossas necessidades
– então obrigado de novo a estas empresas
pela ajuda e apoio.
Nós começamos assentando as
armadilhas de graves (bass traps), colocando
Depois da visita do Estúdio SOS: Com espuma acústica da Auralex colocada ao redor dos ‘pontos de espelho’ e armadilha duas das armadilhas da Universal Acoustics
de graves posicionada na junção entre as paredes e o teto, o som na posição de mixagem melhorou muito. na parede da frente e duas na parede de

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 109


ESTÚDIO SOS
SEUS PROBLEMAS DE ESTÚDIO SOLUCIONADOS

Reação do leitor
Michael Harvey: “Eu conseguia mixagens estão soando completas sem mascarar outros
soando ótimas, apesar de um pouco leves no instrumentos e soam muito mais profissionais e
grave, no estúdio – mas toda vez que as ouvia comerciais: agora eu posso colocar instrumentos
em outros sistemas o grave ficava muito fraco. em um espaço 3D virtual e dar espaço para outros
Toda noite eu entrava em casa e reclamava das instrumentos na mixagem; eu posso adicionar
mixagens, pegava minha edição de confiança da mais corpo ou mais clique a um bumbo; e eu
SOS e falava para a Lyn que eu precisava desta consigo ouvir mais detalhes em uma parte de voz
ou daquela peça de equipamento para tentar e equalizar de maneira mais adequada. Ouvindo o
deixar o som melhor. material de referência pré-gravado, eu sinto como
“Eu sinceramente nunca pensei que a Lyn me se pudesse me mexer e pegar os instrumentos
ouvisse – achava que ela só acenava com a cabeça no palco. “Eu ainda não sei como agradecer a
e concordava nas horas certas – mas eu acho todos os envolvidos, mas meus agradecimentos
que ela podia ver a minha frustração, e que eu ia realmente vão para a minha parceira, Lyn, que
gastar outra fortuna em coisas que provavelmente sofre há tanto tempo por organizar isso e para
não iam funcionar e que a gente na verdade Paul e Hugh por sua compreensão, ajuda e
nem podia comprar! “Eu estou totalmente orientação. Agora eu adoro a minha sala e a Lyn
maravilhado e inspirado pelo que a Equipe da fica abandonada todas as noites – mas ela nem
SOS fez. Tudo que eu tinha lido no passado liga, já que isso significa que ela finalmente pode Depois de meses de frustração com o setup do seu
agora foi colocado em prática. Minhas mixagens assistir à novela em paz!” estúdio, Michael Harvey está sorrindo de novo!

trás. Não conseguimos colocá-las bem nos interessante – mas, aos nossos ouvidos, estéreo também estava muito mais estável,
cantos da sala, já que interferiam com a agora o agudo estava soando demais. com um ‘centro fantasma’ bastante sólido’.
abertura da porta em um lado, e tivemos Voltar o agudo para -2dB criou um som
de mudar a prateleira para o outro lado, mais natural, e ainda que a posição de
Dicas de mixagem
então elas acabaram espaçadas ao longo audição não voltasse para o centro da Tendo feito o que podíamos com
das paredes da frente e de trás nos limites sala, agora tinha grave adequado sem a acústica da sala, pedimos para o
do teto. Nós ainda achamos que o som picos ou ‘vales’ óbvios. Para lidar com Michael colocar alguma das suas próprias
geral estava com pouco grave, então as questões de imagem e a ‘vivacidade’ mixagens, para vermos se era possível
Hugh verificou as configurações na parte geral da sala, instalamos algumas ajudar com alguma coisa. Ele admitiu que
traseira dos monitores... e descobriu que placas da Auralex embaixo e em um às vezes tinha problemas em escolher o
os filtros high e low estavam configurados lado da janela, mas também sugerimos reverb certo para voz, e também notou
para -4dB, com a compensação do quarto que Michael fizesse um absorvedor que, desde que ajustamos o tratamento
como flat. Ele configurou todos para improvisado para apoiar no espaço da acústico, algumas das mixagens, agora
flat, depois repetimos nossos testes de janela durante uma mixagem crítica, soavam com pouco grave e agressivas
audição, que mostraram uma melhora já que a janela ficava bem na zona de quando comparadas com trabalhos
‘espelho’, onde ela podia refletir o som comerciais de referência.
de volta para a posição de monitoração. Nós primeiramente tratamos dos
À direita, instalamos placas abaixo problemas de timbre, experimentando
das prateleiras para cobrir o ponto de com um plug-in de equalização SSL
espelho do outro lado e isso precisou para tentar afinar uma mixagem estéreo
de muito ajuste, cortando as placas para existente de um track de ‘metal’ em que o
encaixar nas barras verticais de suporte Michael estava trabalhando. Nós achamos
da prateleira. Nós cortamos as placas que precisava de um pequeno aumento
de espuma usando uma faca elétrica de do grave na região de 90Hz, mas a
serra do pai do Michael e funcionou bem, frequência média também estava faltando
dando um acabamento limpo e legal. e foi ‘esquentada’ consideravelmente
Você só precisa tomar cuidado com a quando aplicamos um aumento amplo
maneira que segura a espuma para que os mas moderado de 300Hz. A aspereza
cortes não peguem os seus dedos! Mais também foi suavizada inserindo uma
painéis da Auralex foram acomodados redução em torno de 4kHz, mas todas
atrás dos monitores, se estendendo entre estas alterações só envolveram um ou
a mesa e as armadilhas de graves, o dois dB de ajuste. Mesmo assim, o efeito
que deixou as placas cinza da Universal foi bastante óbvio ao apertar o botão
Acoustics cobrir o ponto espelho do de bypass do equalizador. Também
teto acima dos joelhos do engenheiro. mostramos para o Michael como é fácil
O resultado visual ficou ótimo, e testes fazer a mixagem soar alta usando o limiter
Mais melhorias foram alcançadas depois de de audição confirmaram que agora a Waves L1 para aumentar o nível do pico
verificar os controles de equalização na parte de frequência média e o grave estavam muito em cerca de 0,5dB, com o threshold
trás dos monitores Behringer Truth do Michael e mais limpos, com bem menos acústica do ajustado para mostrar 3dB de redução
mudá-los para a configuração adequada para a sala.
quarto – e isto também teve o efeito de de ganho nos picos transientes. Com
fazer o grave soar mais firme. A imagem em música no estilo metal, esta quantidade

110 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


de limitação não tem nenhum efeito
colateral audível, mas faz a música soar
razoavelmente alta e mais comparável
com mixagens comercialmente
masterizadas. Depois o Michael colocou
alguns vocais solo femininos e nós
demonstramos que usar um plate reverb
brilhante curto (500 a 800ms) com cerca
de 90ms de pré-delay conseguiu dar ao
vocal uma sensação de profundidade
sem o reverb removendo e roubando a
música de todo o seu espaço. O nível
do reverb sempre precisa ser ajustado
no contexto do resto da mixagem, mas
um nível de partida de cerca de 20% wet
sempre parece perto da configuração
final para um reverb sintético. Como
Michael precisava gravar os vocais na
mesma sala, foi sorte termos trazido
junto um SE Reflexion Filter, gentilmente
fornecido pela Sonic Distribution. Estes
protetores mantêm os reflexos longe dos
lados e da parte de trás do microfone de
vocal, mas como sempre enfatizamos,
eles funcionam muito melhor se também
tiver um absorvedor atrás do cantor, para Paul White experimenta o sistema de modelagem de amplificador de guitarra Avid Eleven do Michael. Ele
evitar que os reflexos saltem da parede chegou à conclusão de que o sistema ofereceria um resultado melhor para o Michael do que microfonar um
atrás dele e assim cheguem na frente gabinete – o que ele normalmente prefere – neste espaço específico.
do microfone. O onipresente edredom
de poliéster dobrado funciona bem para modelagem de amplificador Eleven. Ao opção mais sensata do que microfonar
isso, mas uma chapa de espuma acústica contrário da maioria das interfaces de seu caixa de palco 4x12, já que ele
também faz bem o serviço. Hugh montou a áudio, o hardware Eleven foi projetado provavelmente precisaria estar bastante
estrutura de sustentação do reflexion filter para apresentar a carga certa para os alto para capturar o timbre que ele
SE da nossa maneira comum (ver o site captadores sonoros de uma guitarra, e procurava, e quando você considera
http://www.soundonsound.com/sos/may09/ isto permite que designers de software que os ouvidos de um adulto perdem
articles/qa0509_2.htm), para trazer o centro criem algumas emulações muito legais. extensão aguda na taxa de 1Hz por dia,
de gravidade mais perto do centro do O sistema proporcionou alguns tons de mesmo sem abuso, níveis razoáveis de
pedestal do microfone, já que seguir com as rock bastante críveis, do tipo com que volume são importantes! Com o estúdio
instruções de fábrica, pode causar tombos Michael gosta de trabalhar, mas também tratado, as dicas de mixagem dadas
inesperados (a não ser que você compre um é bastante impressionante ao lidar e um casamento salvo (esperamos),
dos pedestais de microfone pesados da SE). com sons de country e blues, que são nós agradecemos a Lyn e o Michael
áreas musicais que Michael começou a pelo almoço excelente e fornecimento
Paraíso Eleven? explorar recentemente. interminável de biscoitos de chocolate
Antes de irmos embora, o Michael nos Dado o tamanho modesto da sala do exóticos e depois pegamos o caminho
mostrou o seu software e hardware de Michael, usar este sistema pareceu uma para casa.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 111


TÉCNICA

Stereo Lab
Processando arquivos de áudio estéreo
HUGH ROBJOHNS Exatamente como o estéreo funciona, e como
você pode manipular um sinal de áudio estéreo
T
odo mundo está familiarizado
com som estéreo, mas, quando se para beneficiar a sua mixagem?
trata de mixar, existe mais aqui do
que simplesmente colocar um som em
um ponto entre dois monitores. Vários de Alan Blumlein e seus colegas da EMI no Blumlein na prática
processos podem ser aplicados a um sinal começo dos anos 1930. Blumlein percebeu
estéreo para reequilibrar uma imagem em que a reprodução do som usando vários Uma vantagem útil da abordagem de
estéreo, para fazer fontes mono parecerem monitores, inerentemente significa que os Blumlein é que ela é inerentemente
ser ouvidas em estéreo ou só para fazer dois ouvidos ouvem todos os monitores. compatível com mono: combinar os dois
alguma coisa soar mais impressionante em Consequentemente, tentar reproduzir canais resulta em uma mixagem mono
estéreo. Entretanto, para alguns processos diferenças de tempo de chegada, limpa, sem nenhuma coloração indesejada.
existem compensações: você alguma vez capturadas por microfones espaçados, Para funcionar corretamente, a relação
usou um ‘ampliador’ para panoramizar seria extremamente problemático: o física entre o ouvinte e os dois monitores
guitarras para fora dos monitores, só para espaçamento físico dos monitores relativo é fundamental, para que cada um deles
descobrir que não consegue ouvi-las em ao ouvinte adicionaria mais diferenças de fique nas pontas de um triângulo equilátero,
mono? Esta matéria explica como o estéreo tempo de chegada, comprometendo a normalmente com o comprimento de
funciona, explora o que você pode fazer precisão da imagem. cada lado entre dois e quatro metros,
para manipular arquivos estéreo e discute Blumlein viu que este aparente dependendo do tamanho dos monitores
as compensações. Eu vou começar com problema (ambos os ouvidos ouvindo os e da sala. A interação dos sinais dos dois
uma pequena história... dois monitores) podia ser usado como monitores chegando a cada ouvido resulta
vantagem, se apenas diferenças de na criação de um novo sinal composto,
‘Intensidade estéreo’ intensidade ou nível fossem retransmitidas que é idêntico na forma de onda, mas
As origens do áudio estereofônico dos dois monitores. Se o arranjo físico dos alterado no tempo. A mudança de tempo
reproduzido sobre dois canais podem monitores fosse controlado, as diferenças é em direção ao som mais alto e cria uma
ser atribuídas a Clément Ader e a Paris inerentes de tempo de chegada entre os diferença ‘falsa’ de tempo de chegada entre
Electrical Exhibition de 1881, mas a base monitores e ouvidos poderiam ser usadas os ouvidos, então o ouvinte interpreta as
real do estéreo de dois canais como o para enganar o sistema auditivo humano informações como vindo de uma fonte de
conhecemos hoje data do trabalho pioneiro para converter as diferenças de intensidade som em uma posição específica em algum
do sinal fonte em diferenças percebidas
de tempo de chegada – e assim criar uma
imagem estéreo crível e estável. Por este
motivo, o sistema estereofônico de Blumlein
foi originalmente referido como produzindo
‘intensidade estéreo’.

112 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


lugar em um ângulo de 60º na frente. filme Fantasia. O controle de pan é um controle de amplitude (width) permite
Se os dois monitores produzem sons dispositivo com uma entrada e duas saídas, que a amplitude da imagem de um sinal
igualmente altos, as combinações do sinal e varia o nível do sinal chegando a cada estéreo seja ampliada ou reduzida usando
em ambos os ouvidos são idênticas, então saída. Quando configurado para uma um simples processamento Mid/Side.
não existem nenhuma diferença aparente posição central, quantidades iguais do Conforme a amplitude é ajustada, sons
de tempo de chegada e a imagem do som sinal de entrada são passadas para cada centrais continuam no centro do palco
é percebida como estando diretamente na saída. Não existe nenhuma diferença de sonoro; são os extremos que são puxados
frente do ouvinte, como uma imagem de nível entre canal, então existe uma imagem ou empurrados para fora. O controle de
centro ‘fantasma’. Variar os níveis relativos dos de centro fantasma. Quando o controle é amplitude normalmente varia de ‘Narrow’
dois canais apresenta mudanças aparentes virado para um lado, aquela saída recebe (estreito) ou ‘Mono’ para ‘Wide’ (amplo)
de tempo, e compensa a posição da fonte uma quantidade constante de sinal de ou ‘Spread’ (espalhado), com a posição do
percebida em direção ao lado mais alto.
Embora a compensação necessária do nível
“Uma vantagem útil da abordagem de Blumlein é
exato para uma dada posição varie um pouco que ela é inerentemente compatível com mono.”
com intensidade de audição e as condições
de monitoramento, um valor de 12-16dB entrada, enquanto que o lado oposto centro sendo ‘Normal’ ou ‘Stereo’.
geralmente é suficiente para colocar um som recebe cada vez menos. A diferença de Se a amplitude estéreo for reduzida, um
de maneira firme sobre o lado mais alto. nível entre canais, cria a posição necessária controle de compensação pode ser usado
As diferenças de nível entre canais, da imagem estéreo dos monitores. para reposicionar a imagem mais limitada
necessárias para criar a ilusão de uma fonte Em canais estéreo, o controle de no palco de sonoro completo. Este controle
de som em algum lugar entre os monitores, pan normalmente é substituído por um altera os ganhos relativos dos dois canais,
podem ser criadas artificialmente usando controle de equilíbrio/balanço. Este diminuindo um, enquanto aumenta o outro,
um potenciômetro de pan, é claro, mas tipo de controle normalmente funciona exatamente como o controle de balanço.
informações espaciais reais também podem empurrando sons centrais para longe De fato, se a amplitude ficar inalterada (ou
ser capturadas ao gravar, usando um arranjo do centro do palco sonoro, enquanto ampliada), o controle de compensação se
de microfone coincidente. deixa as pontas da fase, firmemente nos comporta exatamente como um controle
Se em vez de ficar no vértice do monitores (embora seus níveis possam ser normal de balanço.
triângulo ideal de ouvinte-monitor, o alterados). Imagine os lados esquerdo e
ouvinte se mover para um lado, a imagem direito da imagem estéreo representados
Mid/Side
estéreo rapidamente cai para o monitor por faixas de borracha, cada uma presa ao A técnica Mid/Side (M/S) foi mais uma das
mais perto, porque o sinal do monitor mais seu respectivo monitor e unidas no centro. ideias revolucionárias de Blumlein. Em vez
próximo chega muito antes que o do mais Mover o controle de equilíbrio comprime de pensar na imagem estéreo como tendo
distante. As diferenças físicas resultantes uma banda de borracha enquanto estica a uma metade esquerda e uma metade direita,
do tempo de chegada, transbordam outra – e o lado esticado normalmente é a abordagem M/S basicamente a considera
completamente aquelas geradas pelas atenuado de maneira proporcional. Então, como sendo composta de elementos centrais
diferenças de nível entre canais dos sons quando o controle de balanço é virado e laterais. O sinal Mid é a soma mono de
que estão reproduzindo. para a esquerda ou direita extrema, o canal ambos, esquerdo e direito, e basicamente
mais silencioso pode ser enfraquecido descreve aqueles elementos presentes nos
É hora do Pan completamente, dando a impressão de que dois canais. O sinal Side é a diferença entre
Vamos seguir em frente para considerar o palco sonoro mudou completamente para os dois canais, e descreve aqueles elementos
as diferentes maneiras de controlar e um lado. Entretanto, isso normalmente não que contribuem com a amplitude estéreo.
manipular a imagem estéreo. O ponto é o caso, já que o canal remanescente é só Disso se segue que o equilíbrio entre
de partida óbvio é o controle de pan, metade do par estéreo, em vez de um sinal os sinais Mid e Side determina a amplitude
originalmente chamado de ‘controle mono panoramizado. estéreo. Se o sinal Side for removido
panorâmico’ e inventado em 1938 pelo Uma abordagem mais sofisticada é completamente, só o que permanece é a
departamento de som da Disney como fornecer dois controles imaginariamente soma mono – e o som resultante muitas
parte do seu trabalho pioneiro para o chamados de ‘Width’ e ‘Offset’. Um vezes pode não ser exatamente o esperado.

Esquerda: o melhor posicionamento de audição para som estéreo, com um triângulo equilátero entre os monitores e os ouvidos do ouvinte. Meio:
saindo de perto dos pontos do triângulo, a imagem estéreo é comprometida. Direita: sons de cada monitor chegam a cada ouvido em tempos
diferentes, e esta é a base do som estéreo

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 113


TÉCNICA
STEREO LAB

Por exemplo, se a gravação estéreo foi Mid = (left + right) –3dB manualmente em mixers físicos ou software.
capturada com microfones espaçados Side = (left – right) –3dB Para converter E/D para M/S, você
ou tem diferenças de timing entre canais precisa somar os dois canais juntos (que é
(como causado por um erro de azimute em Esquerda = (mid + side) –3dB exatamente o que um bus de mixagem faz)
um gravador de fita), o sinal mono pode Direirta = (mid – side) –3dB e subtraí-los. Para a subtração, só o que é
muito bem soar fraco em comparação necessário é virar a polaridade de um canal
com a versão estéreo. Esse é um problema As atenuações de 3dB são opcionais: e depois mixá-los juntos de novo: se os
surpreendentemente comum com alguns elas estão inclusas para que um processo dois canais estiverem carregando o mesmo
samples e loops e volta à nossa velha completo de ida e volta (digamos E/D para material, não existirá nenhuma saída
amiga, a compatibilidade mono! M/S para E/D) não resulte em um aumento (porque não existe nenhuma diferença),
Aumentar o nível do sinal Side relativo no nível do sinal. Muitos sistemas de matriz e se eles estiverem carregando coisas
ao Mid aumenta a importância dos não aplicam a atenuação como parte da diferentes, existirá uma saída.
elementos de diferença na imagem estéreo, conversão, então o nível geral pode precisar A primeira coisa a fazer é direcionar os
dando o efeito de uma imagem mais ampla: ser reduzido manualmente, depois de várias canais de entrada da matriz para um par
elementos com pan em direção às pontas, passagens pela matriz. de buses (digamos 47 e 48). Direcione a
ficam mais dominantes. entrada esquerda igualmente para ambos
O som estéreo pode ser capturado e
Criando uma matriz M/S os buses e duplique a entrada direita,
transmitido no formato esquerdo/direito manualmente com a versão original indo para o bus 47
(usado em sistemas convencionais como A maioria das DAWs inclui um plug-in e a duplicada para o bus 48. Este canal
consoles de mixagem e CD players), ou em de conversão M/S, mas vários plug-ins duplicado também requer uma inversão
formato M/S (que é usado para broadcasts de terceiros podem fazer o serviço – de polaridade. Então, o bus 47 recebe as
de rádios FM e está efetivamente na como o Voxengo MSED freeware (www. entradas esquerda e direita (E+D = Mid),
essência de álbuns de vinil estéreo). É voxengo.com/group/freevst) - e periféricos enquanto que o bus 48 recebe a entrada
simples converter entre os dois formatos equivalentes também estão disponíveis. esquerda e uma entrada direita com
usando uma ‘matriz de amplitude de fase’. Usar uma matriz de conversão dedicada polaridade invertida (E-D = Side).
O mesmo processo é usado para criar M/S é a maneira mais fácil de converter Obviamente, os dois canais da direita
de E/D ou E/D de M/S, e as equações entre os formatos, mas as matrizes devem ter níveis de sinal perfeitamente
necessárias são: são extremamente simples de criar combinados, e o ganho geral deve igualar

Lei do pan estéreo


Existem várias ‘leis’ diferentes de controle de Panoramizar um sinal
pan no uso comum que determinam a relação o aumenta ou o atenua
entre a rotação do controle e a diferença de maneira absoluta, e
do nível entre canais, geralmente seguindo várias leis de pan foram
uma relação de seno/co-seno. Um aspecto desenvolvidas para
importante da lei de aplicação do pan, é o evitar o problemas que
nível genuíno da saída de cada canal quando isso cria
o controle de pan está na posição central, e
opções comuns são 3, 4,5 ou 6dB de atenuação. Existem vantagens
Por que as opções diferentes? Em sistemas e desvantagens em
onde a compatibilidade mono é crucialmente cada abordagem,
importante – como em ambientes de mas o aspecto
broadcast – faz sentido garantir que o nível importante é que,
do sinal de uma fonte não varie conforme ele quando panoramizado
é panoramizado pela fase do som. Quando centralmente, o nível
panoramizado centralmente, o sinal de entrada de ambas as saídas é adequada para a sua aplicação, não é muito
é obviamente enviado para ambos os canais reduzido em relação ao nível, quando aplicado o prático reconfigurar consoles de mixagem
de saída, e quando somado para mono, estes pan completamente para um lado. analógicos para leis de pan diferentes. Então
dois canais são somados juntos. Somar dois Como vimos, para compatibilidade mono uma opção básica tem sido bastante usada
sinais eletricamente idênticos, resulta em um ideal, 6dB de atenuação são exigidos para durante várias décadas, fornecendo 4,5dB de
aumento de 6dB em nível, então, para manter fontes com pan ao centro. Entretanto, ao atenuação para fontes centrais. Para alguém
um nível de sinal mono derivado constante ouvir em monitores estéreo, suas saídas ouvindo em mono, aplicar um pan em uma
independentemente da posição de pan, o ponto combinam acusticamente, não eletricamente, fonte através do palco sonoro usando esta lei
central do controle de pan precisa atenuar e isto sugere que uma quantidade de de básica, resultará em um ‘inchaço’, quase
ambas as saídas em 6dB relativos às posições atenuação diferente é exigida. Ao reproduzir imperceptível, de 1,5dB ao redor da posição
extremas das pontas. Isto é chamado de lei da o mesmo sinal de ambos os monitores, o central. Um ouvinte estéreo ouviria uma
voltagem constante. nível percebido aumenta só cerca de 3dB diminuição marginal de maneira semelhante
Alguns sistemas conseguem esta variação em comparação com o mesmo sinal de só no nível pelo centro. Na prática, estes ‘erros’ de
de nível passando o sinal da entrada inalterado um monitor. Então, para manter um nível nível de pan normalmente são insignificantes e
quando completamente panoramizado para um percebido constante, conforme o controle de poucos ouvintes casuais os percebem. Mesmo
lado ou outro, mas o atenua progressivamente pan é girado, a atenuação da posição central assim, realmente vale a pena estar ciente
conforme a pan se aproxima do centro. Outros precisa ser de só 3dB, em vez de 6dB. Isto é sobre o efeito de leis diferentes de pan, já que
aumentam o ganho do sinal conforme a entrada chamado de lei da energia constante. elas realmente afetam o bom equilíbrio de
é panoramizada em direção às pontas, e alguns Embora várias DAWs modernas permitam elementos panoramizados em uma mixagem
usam uma combinação de ambas as técnicas. que o usuário escolha a leis de pan mais quando ouvidos em mono e estéreo.

114 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Plug ins como o MSED elementos no centro da imagem e aqueles
freeware da Voxengo executam predominantemente nas pontas externas.
o processamento de matriz Entretanto, sempre deve ser lembrado
M/S para você, mas como você
que qualquer processo que muda os
pode ver no diagrama, também
é relativamente fácil configurar níveis relativos dos sinais Mid e Side
o processo de conversão usando também mudará a amplitude da imagem
uma DAW ou uma mesa para aqueles sinais processados. Só isso
já pode ser um recurso útil: você pode
ampliar uma imagem estéreo para criar
um ‘buraco’ no centro, no qual colocar
outra fonte. Por exemplo, se um violão
o do canal esquerdo através dos buses. for gravado com um par de microfones
Portanto, dependendo da configuração coincidentes estéreo, isto costumará dar
específica do mixer, pode ser necessário este tipo de processamento Mid/Side. uma imagem estéreo com muito foco no
afinar os ganhos do caminho do sinal para O sinal estéreo original é convertido centro. Ampliando intencionalmente esta
igualar os níveis adequadamente. Muitas para o formato M/S, o nível do sinal fonte estéreo para criar um ‘buraco’, você
vezes, onde um controle de pan precisa Side é ampliado ou atenuado conforme pode ‘encaixar’ um vocal na mixagem sem
ser usado como parte do direcionamento apropriado e o resultado é então convertido maltratar demais as partes do violão. É
do sinal, a atenuação embutida (ou de volta ao formato E/D. Ajustar o sinal Side preciso tomar cuidado para não empurrar
ganho) do controle de pan quando relativo ao Mid permite que a amplitude da muito o sinal do violão, o que causaria
completamente panoramizado para um imagem percebida seja reduzida (até mono, problemas de compatibilidade mono, mas
lado, ou no centro, bagunçará um pouco se necessário) ou expandida. O perigo, essa pode ser uma técnica útil.
os níveis. Então, tendo configurado o neste último caso, é que um ‘buraco’ Um processamento M/S como esse,
direcionamento para cima, vale a pena pode aparecer no centro da imagem, se tornou uma técnica muito importante
verificar e ajustar o nível das entradas deixando o som inteiro bastante desfocado no final dos anos 1950 e 1960, quando
através dos buses com um tom de e desagradável. Em termos gerais, o nível álbuns de vinil estéreo se tornaram algo
alinhamento de referência ou similar. do sinal Side não deve exceder o do sinal comum, e seguindo o trabalho de Holger
Exatamente os mesmos arranjos de Mid: quando os dois são exatamente iguais, Lauridsen, um engenheiro com a Danish
direcionamento são usados para converter a imagem estéreo ocupa completamente State Radio nos anos 1950. O elemento
de volta de M/S para E/D. O sinal Mid passa a amplitude inteira entre os monitores. Mid de um track estéreo determina o
por ambos os buses, esquerdo e direito, Qualquer aumento no nível do sinal Side a desvio horizontal ou lateral da ‘pegada’
enquanto que o sinal Side é duplicado com partir daqui, empurra o som para fora dos do disco, enquanto que o Side determina
uma inversão de polaridade ao passar pelo monitores – o que inicialmente pode soar o desvio vertical. Muito sinal Side pode
bus direito. Mas neste caso, poder ajustar o impressionante, mas causará problemas de causar diversos problemas de gravação –
nível do sinal Side, muitas vezes é útil para compatibilidade de fase e mono. incluindo matar a pegada de um projeto!
variar a amplitude estéreo geral – e para Embora isso possa ter se tornado
isso é necessário ligar os dois faders de
Processando Mid/Side amplamente adotado, devido às limitações
canal Side para que os elementos +S e –S, O formato M/S é bastante útil para físicas do vinil, ele ainda é relevante hoje
se juntem adequadamente. processamento de sinal, porque ele em dia. Forçando as frequências baixas
Como mencionado acima, um controle permite que tratamentos sejam aplicados para o centro, você garante que a sua maior
de amplitude estéreo emprega exatamente de maneira separada e diferente àqueles energia é distribuída igualmente entre os
TÉCNICA
STEREO LAB

na mixagem, comprimir o canal Mid


independentemente do canal Side muitas
vezes pode ajudar a reequilibrar as coisas
sem perturbar a bateria, guitarras e cantores
de apoio espaçados mais amplamente.
Mas muitas vezes, neste tipo de
aplicação, ajuda usar uma abordagem
multibanda – usando a equalização para
restringir a parte do espectro sobre a qual o
processador dinâmico tem efeito. De novo,
o Brainworx BX dynEQ permite este tipo de
abordagem, assim como um novo modelo
O processamento M/S pode ser usado para simular um som estéreo, usando o direcionamento no diagrama. chamado BX Shredspread, que é otimizado
A polaridade do sinal com comb filter no canal esquerdo é oposta à do direito, então o sinal ‘simulado’ para lidar com guitarras. Outra aplicação
desaparece em mono, mas a fonte original garante compatibilidade mono combinando equalização e dinâmica é o
processamento de sibilação em um vocal
dois monitores. Então o processamento a imagem ficará mais ampla, mas também sem afetar o brilho e clareza das partes
‘lateral e vertical’ (ou ‘lat e vert’) tem sido continuará precisa e bastante focada. de teclado e guitarra ou pratos de ataque
uma tecnologia essencial de masterização Entretanto, se o sinal estéreo foi espaçados mais amplamente.
há pelo menos meio século, e sobrevive capturado usando microfones espaçados, Alguns dos plug-ins de processamento
até hoje com funções como o processo aumentar o sinal Side pode acabar M/S mais sofisticados também permitem
‘fabricação de mono’ da Brainworx, incluso desfocando a imagem, mais do que o um pouco de manipulação da relação de
em muitos dos seus plug-ins de M/S. posicionamento de microfones espaçados fase entre os sinais Mid e Side. Isto afeta
Outra aplicação simples para naturalmente fazem – resultando em uma como eles se combinam novamente ao
ajustar o equilíbrio de sinais Mid e Side imagem estéreo mais ampla, mas bem converter de volta para E/D estéreo, e
pode ser para ajudar a suavizar uma menos definida. Na prática, é improvável tem o efeito de alterar a profundidade
gravação estéreo reverberante demais. que isso seja um problema, e as percebida da imagem estéreo, basicamente
A reverberação capturada em um sinal vantagens percebidas da amplitude maior, permitindo que fontes centrais sejam
estéreo normalmente é incoerente entre provavelmente excedem uma imagem puxadas para frente ou empurradas para
os dois canais, e assim costuma existir menos precisa. trás em relação às fontes da ponta. De
principalmente no canal Side. Reduzir Aplicar um pouco de corte de frequência novo, o Portico Stereo Field Editor inclui
o nível do sinal Side pode reduzir a graves ao sinal Side, tem o efeito de este tipo de recurso.
quantidade aparente de reverberação limitar o grave, o deixando muito mais
audível a um grau aceitável. Com uso fácil de cortar como um álbum de vinil, e
Simulando estéreo com M/S
sensato de equalização no canal Side, muitas vezes o fazendo soar mais firme e Uma necessidade comum é criar um efeito
muitas vezes é possível controlar os também com mais punch. Por outro lado, estéreo a partir de uma fonte mono, e
elementos de reverberação mais óbvios aumentar as frequências grave no sinal existem várias maneiras diferentes de
sem também comprimir o sinal desejado lateral o fará soar muito mais espaçoso e conseguir isso, cada uma com diversos prós
de volta para mono. Diversos plug-ins natural – embora seja uma boa ideia limitar e contras. Uma solução bastante eficaz e
estão disponíveis para realizar este tipo o aumento para não mais do que 6dB totalmente compatível com mono é tratar
de processamento com graus maiores ou com um equalizador shelf, tendo aumento a fonte mono como o elemento Mid de um
menores de sofisticação, como os vários máximo até 250Hz (revertendo abaixo de sinal estéreo Mid/Side, criar um sinal Side
falso para ir com ele e depois decodificá-los
“Aplicar um pouco de corte nas frequências graves juntos para formar um sinal estéreo normal
de esquerda-direita.Isso é basicamente o
ao sinal Side tem o efeito de limitar o grave.” que a maioria dos otimizadores estéreo
oferecidos pela Brainworx, e também 600Hz). Mais uma vez, Blumlein chegou realmente faz – embora possivelmente com
existem alguns periféricos, como o Rupert aqui primeiro, com um processo que ele mais alguma perfumaria...
Neve Designs Portico 5014 Stereo Field chamou de ‘Shuffling’ que, efetivamente, Para entender como esta ideia
Editor, que faz praticamente a mesma coisa. converte pequenas diferenças de fase de funciona, considere um cantor na frente
De fato, o uso de equalização no sinal frequência grave entre canais em diferenças de um posicionamento de microfones
Side é fundamental para a força da técnica úteis de nível que aumentam a extensão M/S colocado em uma sala. O microfone
como um formato de processamento. estéreo. Esta técnica funciona muito bem Mid virado para frente irá capturar o som
Por exemplo, um ou dois pequenos com arranjos de microfones coincidentes direto do cantor (nossa fonte mono) e
incrementos em uma oitava acima simples, e também vale a pena testá-la. provavelmente, algumas poucas coisas
(aumento acima de 8-16kHz) geralmente Você também pode usar o domínio M/S mais. O microfone Side virado para o
adiciona amplitude aos agudos, fazendo para processar a dinâmica de uma mixagem, lado não irá capturar nenhum som direto
a mixagem soar um pouco mais espaçosa, aproveitando o formato para afetar sons do cantor em absoluto, mas irá capturar
aérea e aberta. Se a fonte estéreo sendo centrais independentemente de sons os reflexos das paredes das salas. Se
processada, foi capturada com microfones espeçados mais amplamente. Por exemplo, tomarmos uma visualização simplista aqui,
coincidentes, ou através do uso dos se os vocais principais (que são normalmente a principal diferença entre os sons diretos
controles de pan com fontes de multitracks, centrais) estiverem um pouco altos demais e refletidos é a latência entre eles – o

116 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


som refletido demora mais para chegar determina como o sinal é dividido (ele audição, facilmente enganado, interpreta
à parede e voltar ao microfone do que o determina a frequência mais baixa afetada) isso como uma expansão estéreo confusa;
caminho direto do som. e o nível do sinal Side determina o quão não existe nenhuma informação de
Consequentemente, para criar um amplamente eles estão espaçados. O imagem real, é claro, mas é um truque
sinal Side falso para a fonte mono, só o processo depende da criação de um par surpreendentemente eficaz.
que é inicialmente necessário é retardar de comb filters, intercalados nos canais Um efeito colateral indesejado desta
a fonte mono: qualquer coisa entre sete esquerdo e direito. A matriz que converte abordagem é que o canal esquerdo acabará
e 70ms dará certo. Quanto maior for o M/S para E/D, adiciona e subtrai os sinais com bastante grave (por causa dos sinais
delay, maior a ‘sala’ parecerá (porque Mid e Side, e se você combinar um sinal Mid e Side falso somados), enquanto que
demora mais para que o som direto com uma versão retardada dele mesmo, o o canal direito não terá nenhum (porque
chegue às paredes e volte), embora o resultado é um comb filter. eles são subtraídos). Sendo que o motivo
quão convincente o efeito será depende Na verdade, o delay apresenta é que o delay usado para criar o ‘S’ falso
um pouco da natureza do material. Um uma mudança de fase que varia com a normalmente é curto demais para produzir
delay de 70ms pode produzir um efeito frequência. Em frequências mais graves, muita mudança de pitch em frequências
crível com uma gravação orquestral mono, onde o comprimento de onda é longo, o baixas, então sinais de frequência baixa
mas soará totalmente não convincente delay impõe pequena mudança de fase, costumam combinar mais ou menos dentro e
para um solo de violão. Como com todo então as frequências baixas irão adicionar, fora de fase nos dois lados respectivamente,
processamento M/S, o nível da amplitude de maneira construtiva, no canal esquerdo fazendo o estéreo parecer assimétrico.
estéreo geral relativa ao Mid determina (M+S) e cancelarão no canal direito (M-S). A maneira de resolver este problema é
a impressão da amplitude estéreo geral, (Na verdade isso é um pequeno problema; usar aquela ideia do mono que já vimos:
então é um caso de experimentar com voltaremos a ele daqui a pouco...). Subindo aplicar um filtro high-pass ao sinal Side falso
o tempo de delay e o nível do sinal Side o espectro, em algumas frequências o significa que não pode existir nenhuma
para chegar a um equilíbrio convincente delay criará uma mudança de fase onde as amplitude estéreo em frequência grave – e
e satisfatório. Na prática, quanto mais versões original e retardada se adicionam, e todo o grave agora é travado ao centro.
espectralmente complexo for o som fonte, outras onde elas se cancelam. O resultado Um filtro high-pass em cerca de 100Hz
melhor este efeito funciona. A grande é uma série de notches (um tipo de ‘vale’) normalmente funciona bem.
vantagem, em muitos casos, com este profundos que parecem um pouco como
processo é que somar os canais esquerdo- dentes de um pente; por isso o nome filtro
Simulando estéreo com
direito para mono, remove completamente de pente (comb filter). reverb e delay
o componente Side (falso), deixando só a Conforme os sinais Mid e Side falso são Uma técnica alternativa, mas igualmente
fonte mono original – por isso, com uma adicionados para criar a saída esquerda útil, de estéreo simulado é através do uso
compatibilidade mono perfeita. e subtraídos para criar a direita, os dois de reverb. Esta ideia é baseada no fato de
Mas como este processo estéreo comb filters resultantes trabalham em que a maioria dos instrumentos musicais
simulado consegue criar uma impressão polaridade oposta entre eles: onde um tem é pequena demais para criar muito senso
de estéreo? O que ele faz efetivamente é notches, o outro tem picos. Isto significa de tamanho para um ouvinte posicionado
‘cortar’ o som original em componentes que algumas frequências aparecerão a alguns metros de distância (com exceção
espectrais limitados, e depois espalhá- só no canal esquerdo, enquanto outras de pianos de cauda e órgãos de tubos!).
los no palco sonoro. O tempo de delay aparecerão só no direito. Nosso sentido de O que cria o sentido de expansão estéreo

Exemplos reais
Existe bastante material lançado comercialmente Muitos outros instrumentos também mudam a Nirvana: ‘Smells Like Teen Spirit’ do álbum
no qual você pode ouvir processos interessantes personalidade de maneira prejudicial, incluindo Nevermind.
de manipulação estéreo trabalhando, ou onde a algumas linhas de vocal e percussão. A mixagem do
reprodução mono e estéreo afeta a timbre, devido Andy Wallace para
à anulação de fase quando somada para mono. Eu Eurythmics: ‘Ball and Chain’, do álbum Be esta canção pode
fiz alguns comentários nos exemplos abaixo. Yourself Tonight. ser impressionante,
No meio do track deste álbum, existe uma mas se comparar o
Madonna: ‘Vogue’, do álbum Immaculate sequência onde o assunto principal começa a track em estéreo e
Conception. Este álbum contém em sua maioria os girar em um movimento circular ao redor do mono, você notará
tracks de sucesso da Madonna remixados usando ouvinte. É um efeito bastante poderoso em que o timbre das
um sistema de processamento chamado Archer fones de ouvido, e na verdade continua bastante partes de guitarra
Q Sound (agora chamado QSound Labs), que, eficiente em monitores estéreo. Entretanto, muda de maneira
afirma-se, apresenta um palco sonoro 3D através de quando ouvido em mono, o volume do track significativa, com uma atenuação óbvia das
sistemas de replay estéreo. Ele com certeza produz diminui a zero, repetidas vezes. O motivo é que o frequências harmônicas mais altas, quando
um som estéreo impressionantemente grande e efeito giratório é conseguido com uma combinação ouvidas em mono.
amplo, mas geralmente coordenada Em todos estes exemplos, a versão mono
é menos satisfatório (ou de auto-pan é perfeitamente aceitável, mas a qualidade
até desagradável) em e inversões de ou personalidade do som, com certeza, é
mono. ‘Vogue’ tem pads polaridade – a comprometida em comparação com o estéreo
de teclado enormes desde segunda sendo original. Eles fornecem boas ilustrações de
o começo, cuja tonalidade responsável pelas como o engenheiro, produtor ou artista trabalho
muda significativamente anulações de nível o equilíbrio entre chamar a atenção na versão
e não para melhor quando a pan passa estéreo e manter um equilíbrio aceitável de
quando ouvida em mono. pelo centro! mixagem mono.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 117


TÉCNICA
STEREO LAB

nestes casos são os reflexos da sala – e é


basicamente isso que processadores de Pulsando em estéreo: Unindo processadores dinâmicos
reverb são projetados para gerar. Ao usar dois processadores dinâmicos, como para o lado direito, já que elas seriam mais
Se você configurar um patch de limitadores ou compressores, para processar altas no canal direito do que no canal esquerdo
reverb de sala pequena, que tem reflexos um sinal normal estéreo de esquerda-direita, comprimido. Como o compressor do canal
precoces muito fortes e nenhuma (ou normalmente é fundamental que a redução de esquerdo esvaziou a redução de ganho, a imagem
mínima) cauda de reverb, você descobrirá ganho seja aplicada de maneira idêntica para voltaria em direção ao centro. Nitidamente, este
ambos os canais. Na prática, isso é conseguido tipo de mudança de imagem normalmente é
que ele irá criar um efeito estéreo bastante
com um controle de ‘stereo link’, que garante que bastante indesejável, por isso a necessidade de
convincente para uma fonte mono. De as voltagens de controle geradas pelos dois side- fazer o link entre os compressores ao processar
maneira ideal, você deve configurá-lo para chains sejam aplicadas igualmente em ambos os estéreo esquerdo-direito.
que não haja nenhuma cauda de reverb canais. Dependendo do design dos aparelhos, um Entretanto, ao usar dinâmica para
em absoluto (a maioria dos processadores canal pode fornecer controle completo de todos processamento Mid/Side, o objetivo é
de reverb aceita este ajuste). De maneira os parâmetros (threshold, ratio, attack, release, intencionalmente processar os canais Mid e
etc.) para ambos os aparelhos, mas, de maneira Side de maneira independente, especificamente
importante, a compatibilidade mono ainda
mais comum, cada aparelho deve ser ajustado para conseguir um efeito de reequilíbrio.
deve ser boa, embora provavelmente para configurações idênticas, para que ambos os Então o recurso de ‘stereo link’ não é usado ao
existam alguns restos dos reflexos artificiais side-chains funcionem da mesma maneira. processar sinais Mid/Side – e se o canal Mid
da sala mixados com a fonte mono original Ligar os dois canais, modifica o nível for comprimido, sem o mínimo de compressão
(normalmente, nem todos os reflexos de geral do sinal estéreo na maneira adequada correspondente do canal Side, o sinal estéreo
sala se anulam quando somados para e a imagem estéreo não é afetada. Se os dois esquerdo-direito convertido novamente,
compressores não estivessem ligados, um parecerá ‘respirar’ para dentro e para fora:
mono). O equilíbrio do nível entre o som
som alto no lado esquerdo extremo, digamos, a amplitude estéreo deve variar conforme
seco e os reflexos de reverb determinará a
acionaria o compressor do canal esquerdo para o processamento é aplicado. Felizmente, a
perspectiva do som (a que distância a fonte reduzir o ganho, enquanto que o compressor do maioria das pessoas é insensível a este tipo de
parece estar), enquanto que a composição canal direito não reagiria em absoluto. Como variação de imagem e só percebe a dinâmica
dos reflexos precoces determinará o quão resultado, fontes centrais (que devem ter nível alterada, que terá o efeito de reequilibrar os
grande ou pequena a sala parece ser – e igual em ambos os canais) pareceriam passar sons de centro e pontas.
assim a amplitude estéreo percebida. A
maioria dos aparelhos de reverb permite Medindo Ele pode tomar a forma de um medidor
que a natureza dos reflexos precoces analógico convencional com uma agulha
seja alterada até certo ponto, e a Ao alterar a amplitude estéreo de um sinal, oscilante, mas hoje em dia é mais comum
experimentação é a solução para criar um é muito fácil cair na armadilha de fazer um gráfico de barras de LED. Normalmente,
efeito em que se pode acreditar. as coisas soarem impressionantes, mas a região de 0 a +1 é colorida em verde e de
Delays curtos também podem ser completamente incompatíveis em mono. O 0 a -1 em vermelho. Se os canais esquerdo
usados para criar um efeito estéreo problema pode variar de coloração moderada e direito forem exatamente os mesmos
simulado, seja copiando e deslocando ou até efeitos de phasing sutis e traduções (ou seja, uma fonte mono central), os
tracks em uma DAW ou usando delays ruins de equilíbrio até omitir instrumentos dois canais são completamente coerentes
de periférico ou processadores ADT completamente. Portanto, verificar – não existe nenhuma diferença de fase
(Automatic Double Tracking). A técnica continuamente a compatibilidade mono é um – e o medidor mostrará +1. Conforme
funciona aplicando o pan na versão ótimo choque de realidade: simplesmente o nível de incoerência entre os canais
original e retardada de forma ampla aperte o botão mono na seção de monitoração aumenta, o medidor moverá para a
através da imagem, usando tempos de do seu mixer ou DAW regularmente conforme marca zero. Um arranjo de microfone
delay de qualquer coisa entre cinco e o progresso da mixagem e processamento coincidente capturando uma orquestra,
15ms (existe um espaço considerável para M/S, e ouça, procurando qualquer coisa que costumará produzir um sinal estéreo
experimentações). Entretanto, quando não soe correta! quase completamente incoerente, e
a mixagem estéreo é reduzida para Também ajuda bastante ter um medidor o medidor ficará perto do zero. Na
mono, a combinação dos sinais, original de fase adequado monitorando a saída verdade, uma leitura zero indica uma
e retardado, produz um efeito de comb esquerda-direita, e existem dois tipos imagem estéreo ‘perfeita’.
filter muitas vezes colorindo o som do básicos: um medidor de fase simples Se os dois canais tiverem componentes
instrumento de maneira inadequada. e um display Lissajous, ambos estando significativos fora de fase, o medidor
Reduzir o nível da versão retardada ou usar disponíveis em forma de periféricos ou moverá para a zona vermelha em direção
vários delays, minimiza este problema, mas plug-in. O mais simples é o medidor de fase ao -1, chegando a esta marca quando os
enfraquece a impressão estéreo. básico, que tem uma escala de -1 a 0 a +1. canais esquerdo e direito forem idênticos,
mas de polaridade oposta. Pequenos
‘desencontros’ bem abaixo da marca zero
raramente são um problema, mas desvios
mais sérios em direção a -1 ou períodos
prolongados abaixo da marca zero,
indicam possíveis problemas mais graves
de fase e questões de compatibilidade
Estes exemplos, usando o ST Tool freeware da Flux, mostram o que acontece no medidor de fase quando você
mono. O objetivo é deixar o medidor de
amplia demais as coisas: quando limitado (esquerda) o medidor de fase vai em direção ao +1; ao preencher a
fase do som estéreo (neste caso com o controle de amplitude no 0), a leitura está em torno do 0; e ao ampliar
fase perto do zero quando a amplitude
para pan, fora dos monitores (direita), o medidor entra em um campo negativo – uma indicação de que você estéreo máxima for desejada, sem chegar
perderá frequências ao ouvir em mono à zona vermelha!

118 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


que, quando ambos os canais estiverem Pode soar complicado, e inicialmente a
carregando o mesmo material, esta linha exibição pode ser extremamente hipnótica,
fina seja vertical – agora basicamente mas, conforme a experiência aumenta
apontando para o centro da imagem. e você aprende a interpretar a exibição,
Se só o canal esquerdo tiver um sinal, ela rapidamente se torna uma ferramenta
a linha se inclina 45º para a esquerda, inestimável que fornece uma quantidade
enquanto que se só o canal direito estiver imensa de informações sobre o sinal estéreo.
ativo, ela se inclina 45º para a direita. O Eu conto com este tipo de exibição ao gravar
comprimento da linha indica a amplitude e mixar e agora ficaria perdido sem ela, assim
do sinal, é claro, mas normalmente ele é como tentar mixar sem medidores de níveis
ajustado para crescer simetricamente para básicos! Na verdade, se eu tivesse de optar,
fora do centro da exibição. eu escolheria o Goniometer em vez dos
O medidor de ‘bola de barbante’ é conhecido como Ao aplicar o pan em uma fonte mono, gráficos de barras a qualquer momento!
Goniometer.
este tipo de exibição realmente deixa Com este tipo de medição, pads de
a posição genuína na imagem estéreo teclados ou guitarras processadas demais
A forma alternativa – e para mim a bastante clara, e esta é grande parte da são instantaneamente óbvios como uma bola
mais útil e informativa – de medição é a sua força. Eu a acho particularmente útil ao de barbante horizontalmente achatada, e
exibição Lissajous, ou ‘Goniometer’. Esta tentar otimizar o ângulo de gravação estéreo fontes que são recebem pan fora de centro
é a exibição de ‘bola de barbante’ que é de um par de microfones coincidentes, são óbvias conforme a elipse se inclina em
incluída em muitas DAWs como uma opção, para garantir que as fontes de som ocupem direção a um lado ou outro. Efeitos sutis
e é basicamente um medidor de gráfico de a amplitude da imagem necessária, por que podem não ser imediatamente audíveis
barras bidimensional. Imagine que o canal exemplo. Conforme a amplitude estéreo muitas vezes se sobressaem de maneira
direito é mostrado como um gráfico de barra da fonte aumenta do mono, a linha fina se nítida no medidor Lissajous, e você pode
horizontal e o canal esquerdo é mostrado enche em uma elipse vertical de barbante então voltar e alterar a fonte do problema ou
como um gráfico de barra vertical – e a enrolado até, eventualmente, ficar circular, ajustar o processamento para corrigi-lo.
própria exibição é composta por um ponto conforme a amplitude chega ao nível mais
na área entre os dois gráficos de barra, amplo possível enquanto ainda mantém
Conclusão
acompanhando o movimento de ambos. Se compatibilidade mono. Isto é similar à marca Existem várias técnicas úteis que
os dois canais estiverem exibindo a mesma zero do medidor de fase. Se a incoerência permitem a você obter o melhor som
coisa (uma fonte mono central), uma linha de canal aumenta, a bola circular se achata de um track estéreo, seja ele um
diagonal fina será produzida, enquanto em uma elipse horizontal, e quando os instrumento individual ou uma mixagem
que, se os dois canais estiverem carregando dois canais estiverem carregando o mesmo completa. Mas, lembre-se que muitas
sinais diferentes, um padrão complexo será material, mas em polaridades opostas, vezes existem compensações - e embora
traçado, que muitas vezes lembra uma bola a exibição mostrará uma linha horizontal seja sua escolha, como engenheiro, de
de barbante enrolado. fina. Então, de maneira bastante nítida, quais decisões tomar, e qual equilíbrio
Para deixar esta exibição Lissajous básica o objetivo ao mixar ou processar sinais é fazer entre aperfeiçoamento estéreo e
um pouco mais significativa em aplicações manter a imagem de exibição em algum compatibilidade mono, sempre vale a pena
de áudio, a exibição normalmente é girada ponto entre um círculo e uma linha vertical – estar ciente sobre estas compensações
no sentido anti-horário em 45º, para mas nunca achatada horizontalmente! conforme avança em sua mixagem!

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 119


R E S G AT E D E M I X A G E M

RESGATE DE MIXAGEM
NOSSO ESPECIALISTA TRANSFORMA OS SEUS TRACKS
dificultou atacar isso com qualquer tipo de
Com um pouco de trabalho árduo para conter processamento de seleção de frequência.
sujeiras e efeitos indesejados que mascaram o Outra questão foi que a parte tinha sido
gravada com efeitos de delay, e ecos dos
áudio, tudo fica claro... graves estavam bagunçando a mixagem. De
novo, eu optei por evitar os problemas de
MIKE SENIOR ostensivamente configurado para 890Hz, o processamento complicados simplesmente
Q foi tão moderado que a curva só alcançou reprogramando a parte do baixo do Axel

A
xel Ermes faz PA para bandas como propriamente -8dB em cerca de 7kHz e de ouvido e, depois, usando aqueles dados
Die Krupps e Project Pitchfork. ainda estava 3dB abaixo em 400Hz. MIDI para acionar uma parte do sintetizador
Embora já seja um engenheiro de Mas o atraso do tempo da frequência do contrabaixo junto, usando meu patch
mixagem estabelecido no mundo do ao grave estava imune a estas medições (na comum de onda triangular com filtro low-
vivo, recentemente ele entrou em contato verdade eu não conheço nenhum plug-in pass do Reasyhtn do Reaper.
com a SOS porque achou que as produções normal que atinja este tipo de coisa), então Mas eu não substituí completamente
do seu próprio estúdio não estavam eu optei por usar um sample de bumbo a parte original, porque tinha muita
competindo bem o suficiente com material para preencher o começo do attack do informação de timbre na frequência média
comercial. Sua principal preocupação era baixo ausente. O sample em questão foi que era importante para a personalidade
que as partes individuais nem sempre eram um one-shot da excelente biblioteca de da canção: pelo contrário, eu usei filtro
fáceis de distinguir e existia uma sujeira samples Breakbeat Jazz da Equipped Music, high-pass nela em 90Hz, para deixar o
geral no som. Este é um problema muito e embora ele fosse mais comprido do que sintetizador do contrabaixo assumir o
frequente com projetos do Resgate de eu precisava na sua forma bruta, foi fácil controle no grave. Configurar todos os
Mixagem, mas pode ser complicado de encurtá-lo com um fade out precoce para valores de velocity da nota da parte nova
solucionar, porque normalmente não existe que ele simplesmente plugasse o pré- ao máximo a deixou bastante consistente
uma única mudança abrangente que vai delay de frequência grave da outra bateria, do ponto de vista do nível, mas eu também
resolvê-lo – muitas vezes é necessária uma deixando o som composto parecer muito usei uma instância do W1 Limiter do George
combinação de várias alterações. Então, na mais coerente e no tempo. Yohng para ‘pregá-la’ completamente na
coluna deste mês, eu quero ilustrar várias O maior problema com a linha do parede, para que eu pudesse contar com
estratégias diferentes que realmente podem sintetizador de baixo principal era que ela mantendo uma posição de confiança
ajudar a melhorar a clareza da mixagem. o grave estava muito inconsistente e a no equilíbrio geral. Depois que eu livrei
ampla região do pitch daquela parte a parte do baixo original do Axel de suas
Definindo bumbo e baixo
Uma das áreas de maior problema com
a mixagem original foi o grave do baixo, Resgatado deste mês
onde eu comecei o meu remix. Examinando O track deste mês é da banda Girls Under Axel Ermes assumiu o seu papel, e Lars
primeiro o bumbo sem processamento Glass, que citam uma mistura eclética de Baumgardt e o vocalista Volker Zacharias
(no meu sistema de mixagem Cockos influências de música eletrônica, pós- produziram as guitarras. Esta canção
punk e gótica incluindo Sisters Of Mercy, específica, ‘We Feel Alright’ (que começou
Reaper), ficou imediatamente claro que a
Red Lorry Yellow Lorry, Bauhaus, Danse como uma homenagem à canção ‘Bitch’ de
sua explosão de energia grave (centralizada Society, Front 242 e Portion Control. 1993 da Apoptygma Berzerk), foi gravada
ao redor de 55Hz) parecia estar chegando Seguindo a saída do produtor e tecladista usando Apple Logic 8 e mixada em uma
significativamente depois do transiente do da banda no ano passado, o leitor da SOS mesa Mackie de 8-Bus.
attack do sample, mas aí se arrastava por
um bom tempo depois de cada batida. Com
isso, a batida sempre parecia um pouco
lenta e carente de ‘vigor’, sem importar
o quão alto o fader fosse configurado na
mixagem, e também existia um precioso
espacinho deixado para o sintetizador de
baixo principal se encaixar. A filtragem high-
pass em 57Hz ajudou um pouco, reduzindo
o comprimento aparente de cada batida
(da maneira como os cortes de graves
fazem com frequência) e eu também cortei
8dB nos agudos para recuar o transiente,
que estava fazendo meus ouvidos doerem!
Embora o shelf do Cockos ReaEQ, fosse

120 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


obrigações na região dos graves, eu
concentrei meus esforços em acentuar a
sua personalidade na mixagem. Depois de
um pouco de experimentações, eu acabei
usando o otimizador de baixo NastyLF da
Bootsy para isto, aplicando um aumento
pesado de grave com 12dB de saturação
para engrossar o tom médio-baixo e depois
aumentando 8dB em 2,4kHz com um
amplo filtro de pico ReaEQ para adicionar
um pouco de pegada. (Mas uma camada
de sintetizador sequenciada mais aguda A região de áudio em amarelo aqui é o sample do bumbo principal, e você pode ver como o começo da
informação da frequência grave com comprimento maior de onda está atrasado em comparação com o
que aparece durante os refrões fez o tom
começo da batida da bateria. Isto fez a bateria soar fora do tempo. A solução do Mike foi adicionar um
geral do baixo nestes pontos parecer um sample extra de bumbo (região de áudio em verde) para reforçar o attack da frequência grave. Note como
pouco abrasivo demais, então eu precisei isso foi encurtado com um fade-out para evitar conflitos com a energia grave existente.
cortar aquela parte alguns decibéis acima
de 3,5kHz para compensar.) Um toque final individuais em qualquer sistema moderno de mais firme, mudando o timing relativo de
foi mudar as partes do baixo 8ms antes, já DAW, e em música ‘metronômica’ como esta, cada instrumento componente ou ajustando
que isso parecia bloquear o ritmo do baixo você pode facilmente copiar e colar seções durações de pedaços individuais. Estas duas
sequenciado mais de perto com o novo editadas para reconstruir a parte inteira a estratégias foram usadas nesta mixagem,
som solidificado do bumbo. partir daquela única sessão. Além disso, as mas isto foi só o começo.
vantagens daquele pouquinho de trabalho Outra coisa importante que este
Dissecação do loop chato podem ser enormes e estão disponíveis processo me permitiu fazer, foi equilibrar
Depois que a principal fonte de influência mesmo se você estiver trabalhando em um e processar individualmente instrumentos
do ritmo estava funcionando, eu comecei a sistema de mixagem de nível de entrada diferentes no loop. Então, por exemplo,
adicionar as várias partes programadas de comparativamente. eu queria pouquíssimo grave de batidas
ritmo. Uma simples batida da caixa durante os Para começar, depois que você tiver do bumbo interno de qualquer loop (eu
refrões deu pouco trabalho: uma diminuição todas as batidas sobrepostas, é fácil ajustar já tinha bastante energia nas oitavas mais
moderada do grave abaixo de 1kHz e um a programação de um dado loop se ele graves!), mas outros elementos podiam
pouco de edição do áudio para encurtar o entrar em conflito com outros elementos manter mais da sua variação de frequência
seu final de sustentação. Neste último caso, do track de ritmo, e isto é uma coisa que natural. No caso dos persistentes chimbais
além de ajudar na mix, também enfatizou eu me pego fazendo o tempo todo. Talvez não convencionais, eu pude suavizar um
melhor o ritmo geral. Três loops sampleados um dos chimbais abertos esteja fazendo transiente muito agressivo com um pouco de
eram mais complexos de se tratar, e em um compasso parecer atrasado, então eu clipping fraco (do GClip da GVST) e ampliá-
todos estes casos eu resolvi seguir minha posso substituí-lo com um chimbal fechado lo com o plug-in Classic Chorus da Kjaerhus
abordagem normal e ‘cortá-los’ em pedaços de outro lugar no loop. Talvez o groove de Audio, tudo sem afetar as partes de caixa
para ‘multiplicação’ em vários tracks. Isto um loop esteja entrando em conflito com e bumbo do loop. Eu também abaixei um
não é tão chato quanto pode parecer de o de outras partes da programação, e por tom do pitch daquele sample de chimbal,
início, porque até um loop bem comprido isso reduzindo o ‘bounce’ do groove, ou para dar a ele um timbre mais suave que
normalmente não leva mais do que 10 tomando muito espaço na mixagem; nestes pareceu funcionar melhor com o track. Uma
minutos para ser cortado em suas batidas casos você pode conseguir um encaixe das vantagens de trabalhar em áudio em

Uma parte do sintetizador do contrabaixo


foi adicionada para deixar o grave da linha de
baixo mais confiável. Para manter esta parte
absolutamente consistente em termos de nível,
todas as velocities das notas acionadoras foram
configuradas para o máximo e, depois, a saída do
sintetizador foi limitada usando o limitador W1 da
George Yohng.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 121


R E S G AT E D E M I X A G E M

eu queria, mas eu não consegui equalizar


o problema sem perder elementos legais
de sustentação em outros instrumentos.
Eu podia ter dividido a distorção para os
tracks de pedaços individuais, mas primeiro
eu tentei o compressor multibanda do
Reaper, o ReaXcomp, para ver se ele podia
dar uma solução mais rápida - que ele deu
(deu ou tirou um pouco de modelagem de
equalização adicional). Eu usei limitação rápida
de frequências altas e hard-knee e depois
configurei cuidadosamente o threshold da
banda mais aguda para acionar primeiramente
naqueles chimbais que incomodavam. O
Exercer controle suficiente sobre os instrumentos componentes individuais em loop da bateria pode ser
último elemento da programação de ritmo
difícil na mixagem, a não ser que você gaste um tempinho cortando o loop e alocando os pedaços para
tracks diferentes, como Mike fez com os três loops no remix deste mês. foi um único track pequeno de pratos, que
tinha bastante attack desnecessário e um final
‘fatias’ é que você pode mudar o pitch de deu pouco trabalho em dois dos três loops, bastante inexpressivo, então eu o ‘malhei’
regiões individuais sem se preocupar com mas o segundo, que estava sendo usado com 25dB de compressão 8:1 do ReaComp
a mudança de ritmo se o processamento para definir as seções do refrão, parecia do Reaper para virar a mesa, fazendo o
ajustar a velocidade de reprodução do um pouco inexpressivo: havia alguns ducking do transiente de attack e aumentando
áudio, e muitas vezes esta flexibilidade transientes excessivamente agressivos (que a sustentação. Mas um tempo de attack
pode abrir a porta para mudanças que soam a gente não precisava, dada a energia do rápido o suficiente para pegar o transiente
melhor. A principal coisa para tomar cuidado bumbo principal), mas fora isso tudo soava inicial também fez com que o compressor
ao trabalhar com ‘fatias’ é onde instrumentos bastante suave e fraco. Você aumentava apresentasse um pouco de distorção,
no loop se sobrepõem ou tocam juntos. gradualmente para tentar ouvi-lo e acabava então eu soltei isso um pouco e compensei
Então, por exemplo, se às vezes chimbais se matando com os picos enquanto usando o controle Pre-comp do plug-in.
abertos coincidem com batidas do bumbo, bagunçava todo o resto na mixagem. Eu Este parâmetro adiciona ‘lookahead’ (olhar à
você não pode simplesmente remover o tratei os transientes muito rapidamente frente) ao compressor, para que ele comece
agudo do bumbo sem afetar excessivamente usando o Jesusonic Transient Controller do efetivamente a responder antes, e sintonizado
o chimbal. Minha solução comum é substituir Reaper e depois misturei o loop inteiro no em 4ms, o Pre-comp fez o trabalho muito
o composto bumbo/chimbal usando uma Bandisto da MDA, para dar um pouco mais bem, considerando o meu tempo de attack
combinação de batidas só de bumbo e de personalidade a ele. escolhido de 2,5ms. Eu também adicionei
só de chimbal copiadas de outro lugar no Distorcer um loop mixado pode trazer ping-pong delay a este prato, para tentar
loop. Este truquezinho me tira de quase lucros ou prejuízo, e neste caso isso dar a ele ainda mais sustentação, mas na
todo aperto. O processamento por pedaços enfatizou o chimbal do loop mais do que verdade este foi o único efeito de mandada
de delay/reverb que eu adicionei a qualquer
uma das partes de ritmo – outro fator que
funcionou em meu favor em termos de
manter a clareza da mixagem.

Depois que a batida não convencional do chimbal


principal foi cortada do seu loop, ela podia ser
processada de várias maneiras para deixar o seu timbre
mais atraente: mudança de pitch offline da própria
região do áudio para suavizar o timbre; clipping fraco
para arredondar os transientes; e efeito chorus para
adicionar um pouco de amplitude estéreo.

122 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


só suavizou o timbre ainda mais, então eu
compensei isso de duas maneiras. Primeiro
eu adicionei uma distorção paralela do
NoAmp da Mokafix, removendo tudo
abaixo de 600Hz do retorno do efeito.
Normalmente eu me pego usando algum
tipo de ajuste de fase para alcançar o
melhor equilíbrio entre a distorção e os
tracks não-processados, mas neste caso o
timbre pareceu bom sem nenhum ajuste.
A segunda tática que eu usei para dar
um pouco mais de pegada e presença
às guitarras foi sobrepor uma parte de
colcheia de ‘som explosivo’ simples do
Big Bad Guitars da Nine Volt Audio, uma
biblioteca de loops REX de rock pesado.
Esta biblioteca é ótima para sobreposições
de mixagem deste tipo, porque ela dá a
você partes simples de ritmo para todo
grau da escala, então não demorou nem
dois segundos para criar uma linha que
Aqui você pode ver algumas maneiras em que os combinasse com as harmonias da canção.
sons da guitarra foram melhorados para o remix: as
Como Axel tinha gravado as guitarras com
partes originais (regiões em laranja) foram bastante
editadas para mudança de pitch e timing na página os seus efeitos de delay, uma vantagem
do arranjo; algumas camadas extras de guitarras adicional de fazer isso foi que secou
foram adicionadas da biblioteca Big Bad Guitars da efetivamente o som da guitarra um pouco,
Nine Volt Audio (regiões em verde) para engrossar aparentemente trazendo os instrumentos
e secar o som; e distorção paralela foi adicionada do mais à frente. Para dar um pouco mais
plug-in NoAmp freeware da Mokafix.
de ímpeto rítmico para a parte, eu resolvi
encurtar a parte de colcheia para deixar
Distorção da guitarra e limpezas do filtro brechas entre as notas e depois sobrepor
do sintetizador não costumam responder em uma parte de semínima mais sustentada.
muito bem às mudanças de pitch de Embora ainda não fosse particularmente
qualquer tipo, mas eu achei que os leves sensacional (ou soasse natural) ouvi-la
efeitos colaterais de ‘suavização’ das sozinha, isso foi muito eficaz para adicionar
Melhorias da mistura pequenas mudanças de pitch necessárias, corpo e movimento ao som principal do
foram um preço razoável a pagar pela Axel. A afinação ajustada já ajudou bastante
Um dos maiores problemas que Axel transparência que alcançamos com uma a mistura, mas existiam pontos adicionais
tinha criado para si mesmo ao gravar foi mixagem com afinação melhor. As guitarras a ser corrigidos através de pontuais cortes
que ele não confirmou de que as partes já soavam bastante fracas, porque (em de grave adicionais em todas as partes
de sintetizador e guitarra estivessem comum com muitas produções em estúdios melódicas e harmônicas sustentadas. O Big
adequadamente afinadas. O problema pequenos) o amplificador tinha sido forçado, Bad Guitar precisou de bastante diminuição
com afinação é que não é só uma questão no quesito saturação, um pouco demais de grave, por exemplo, para evitar bagunçar
musical, também é uma questão da durante a gravação e a mudança de pitch a mixagem, enquanto que os sons de
mixagem, porque afeta a maneira com que
a produção inteira se mistura. Eu escolhi Se tudo mais falhar: Substitua!
usar ajustes estáticos de pitch offline para
Quando você está mixando partes acionadas também é mais brilhante. Talvez a equalização
o trabalho corretivo necessário, porque por MIDI, há momentos em que é melhor também pudesse reequilibrar um dos acordes
eles costumam produzir menos artefatos apenas reprogranar a parte desde o começo de duas notas, mas qualquer configuração
indesejados com áudio polifônico. do que teimar em usar uma performance que resolvesse isso, não teria funcionado para
No caso das guitarras, acordes diferentes inadequada, usando processamento de plug-ins os outros acordes, porque o equilíbrio entre
se misturaram melhor com mudanças de reconstrução. Foi a parte do piano nesta as notas estava sempre mudando. Grandes
diferentes, então eu passei por uma parte de mixagem que se encaixou nesta categoria. ‘remendos’ poderiam ter apresentado um
Embora a parte fosse basicamente bastante resultado aceitável, como também processos
cada vez, mudando fragmentos individuais
direta, a formação da velocity dos dados MIDI poderosos de seleção da frequência como
de ouvido. Os sintetizadores costumavam ser estava um pouco duvidosa – as notas erradas equalização dinâmica, mas isso seria como usar
mais estáveis, mas eu realmente aproveitei na frase sempre pareciam estar enfatizadas uma marreta para abrir nozes. Em vez disso,
a oportunidade para mudar o fim de uma e os acordes ocasionais de duas notas não eu recriei a parte usando o ótimo pequeno
das notas longas de pad de sintetizador mantinham nenhum equilíbrio consistente. instrumento virtual Truepianos da 4Front,
para um pitch mais coerente em algumas Embora a compressão pudesse organizar a sendo depois muito fácil reequilibrar o track
desigualdade do nível, a desigualdade tonal a partir dos dados MIDI – e ele também me
ocasiões, porque caso contrário o seu final
não podia ser solucionada desta maneira – uma permitiu escolher um timbre de piano mais
longo de decay parecia enfraquecer uma das nota ‘dura’ de piano não é só mais alta; ela brilhante que se sobressaiu melhor na mixagem.
mudanças de harmonia.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 123


R E S G AT E D E M I X A G E M

A parte do piano original É claro que


apresentava tantos problemas
vão existir
Projeto completo online!
de mixagem que acabou sendo
mais fácil simplesmente
tantas maneiras A gente colocou arquivos de áudio e o
reprogramar a parte usando o de fazer isso projeto completo do Reaper no site da SOS
Truepianos da 4Front, com as quanto existem no endereço www.soundonsound.com/
configurações mostradas aqui.
sos/nov10/articles/mixrescuemedia.htm
engenheiros,
para ajudar você a aprender mais sobre a
mas nesta abordagem do Mike para esta mixagem.
mixagem eu fiz uso específico deste conceito
piano e coro precisaram ser ‘moles’ abaixo com as partes de voz. Todos os vocais do track nesta mixagem.) Como o Reaper
de cerca de 1kHz para evitar que soassem tinham compressão pesada para que eu deixa você direcionar facilmente o áudio na
subjetivamente lânguidos no contexto do pudesse criar o máximo de personalidade sua janela de efeitos, eu também aproveitei
arranjo completo. Um pad de máquina de de performance possível, e para isso eu a oportunidade de ter configurações de
cordas (que você pode ouvir trabalhando apliquei a compressão do Blockfish freeware modulação da ressonância separadas para
sutilmente durante os refrões) foi ‘filtrado’ da Digital Fishphones, com uma emulação os fluxos de áudio esquerdo e direito, então
em cerca de 700Hz e depois comprimido de VCA assertiva e configurações de tempo isso deu um pouco de amplitude estéreo.
para exibir impulsos ressonantes, e serve rápido. Eu também empreguei o modo Mais amplitude foi conseguida,
como uma ilustração normal de onde a Complex, que coloca duas fases de redução alinhando o retorno modulado pela
ordem do plug-in é importante. Eu apliquei de ganho em série, uma configuração que ressonância através da emulação da caixa
o equalizador antes do compressor, costuma conseguir compressão pesada, giratória Leslie no instrumento virtual
porque queria igualar as frequências altas de maneira mais musical. Para os versos, Organized Trio da GSI. Acomodar este efeito
e médias que foram deixadas depois da eu adicionei um efeito de mandada de na mixagem exigiu um pouco da aplicação
filtragem. Se eu tivesse equalizado depois modulador de ressonância – com certeza de filtros high-pass e low-pass de maneira
da compressão, o processamento dinâmico não é exatamente a primeira escolha de mais enérgica, tanto antes quanto depois da
teria sido confundido pela considerável todo mundo para vocais principais, mas modulação da ressonância, para afunilar a
informação de frequência mais grave no recentemente eu descobri que ele pode harmonia adicionada do efeito exatamente
arquivo de áudio bruto, e por isso não adicionar um ótimo ‘rugido’ ao vocal onde eu queria. A modulação da ressonância
teria funcionado de maneira tão eficaz. para alguns estilos, obviamente sem também deu uma mão durante as seções
Eu já demonstrei em vários Resgates de transformar o seu vocalista em um mutante do refrão, onde o plug-in MB MooRiMo
Mixagem (mais recentemente nas edições extraterrestre! Eu usei o absurdamente da Martin Blankenburg fez as honras. Ele
da SOS de maio de 2010 e dezembro de simples plug-in RingMod da MDA e ajustei tem um modo embutido de modulação em
2009) como correções de timing podem a configuração da frequência a gosto. estéreo (a configuração do controle ‘Wid’)
ajudar com a mistura, então já que estava Lembre que a modulação da ressonância e de novo eu ‘massageei’ a frequência
inspirado para corrigir, eu também apliquei de qualquer parte com ajuste de pitch, da modulação até encontrar harmonias
minhas ferramentas de edição de áudio em pode apresentar sobretons dissonantes, e que pareciam funcionar com o tom do
algumas discrepâncias de timing. Na maior alterações sutis à frequência da modulação vocal. Outro track no qual eu apliquei
parte esta foi uma questão de embaralhar podem fazer muito para adaptá-los à sua processamento especial para propósitos de
um pouco as seções das partes de guitarras, mixagem. (Dito isto, em partes foram as desmascaramento, foi a linha do piano, que
principalmente para o solo de guitarra. dissonâncias que ajudaram a tirar o vocal lutava para sobreviver na mixagem, mesmo

Truques de desmascaramento
Outra estratégia importante para
aumentar a clareza na mixagem envolve
reduzir os efeitos de mascaramento. O
mascaramento é um efeito psicológico pelo
qual todo instrumento tem o potencial de
ocultar aspectos importantes
de outros instrumentos,
deixando-os menos audíveis
em um dado nível do fader.
Quanto mais tracks você
tiver na sua mixagem, mais
eles se ocultam entre si, e
fica mais difícil ouvir tudo
claramente. Existem várias
técnicas anti-mascaramento,
mas para instrumentos
principais, é útil pensar em
termos de dar a cada um,
algum tipo de marca sonora
Alguns dos efeitos freeware que o Mike usou para ‘combater’ o
única, porque isso costuma mascaramento das linhas de piano e vocal principal: o efeito da caixa
fazê-los se sobressair melhor giratória no instrumento virtual Organized Trio da GSI; modulador de
na mixagem. ressonância MooRiMo da Martin Blankenburg; e o Timeverb da GSI.

124 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Reações com o remix
Axel Ermes: “Eu já ouvi a sua mixagem várias vezes e ainda
estou impressionado, assim como os outros dois caras. Está
absolutamente do jeito que eu gosto: tudo muito mais claro e
limpo. Os vocais estão mais ‘na cara’ do que antes (sem estar altos
demais) e agora você pode realmente ouvir a diferença entre o
bumbo e o baixo! A pulsação do side-chain das guitarras também
está bastante eficaz. Normalmente eu tenho muita preguiça de
conectar todos os sinais na maneira correta para conseguir isso,
mas aqui eu aprendi a minha lição. Já para os sons gerais - ótimo!
Eu estou muito ansioso em incluí-los na nossa versão ao vivo de
oito tracks da canção. Obrigado pelo seu trabalho!”

depois de eu ter substituído o track bruto com uma parte MIDI


mais adequada (ver o box ‘Se tudo mais falhar: substitua!’).
Dois efeitos de mandada deram sua própria personalidade
ao track: o primeiro foi um reverb longo de som artificial do
plug-in TimeVerb freeware da GSI, que adicionou um pouco
de ‘força’ de frequência média alta e coloriu a sustentação do
instrumento. O segundo foi um delay de pingue-pongue de
nota 3/16 que alongou a sustentação e adicionou amplidão em
estéreo. Um truque final de desmascaramento ‘muito antigo’
que eu apliquei foi fazer o ducking de algumas partes de
apoio em resposta às baterias principais. Isto não só reduz
a quantidade pela qual os sons da bateria são mascarados,
os deixando parecer mais claros e mais altos no equilíbrio,
como também pode imitar os efeitos do esquema de
‘compressão’ da segurança interna do ouvido, criando assim
uma maior ilusão psicológica de energia. Existem várias
maneiras para conseguir este tipo de ducking, mas eu escolhi
usar compressores inseridos nas partes de apoio relevantes,
chaveados através dos seus side-chains dos tracks de bateria.

Aditivos artificiais
Conforme a mixagem começou a se reunir, eu me peguei
procurando por um detalhe um pouco mais interno no
track, além de ‘fluxo e refluxo’ acentuado entre seções. Para
lidar com isso, eu acionei alguns botões de mudo aqui e ali
para ajustar o arranjo e também adicionei várias partes de
sintetizador de textura (do Evolve da Heavyocity) e samples
de efeitos de sons (do Elektrolytic da Zero G), da mesmíssima
maneira que eu descrevi no Resgate de Mixagem da SOS de
julho de 2010. Depois que um primeiro esboço chegou até
o Axel, ele também voltou com a sugestão de encurtarmos
a seção do final para amarrar ainda mais as coisas, o que foi
uma boa ideia. Mas, ‘aditivos artificiais’ e reestruturação de
canção, realmente só fazem uma diferença efetiva, depois que
os problemas de clareza da mixagem forem tratados, então
não faz sentido perder tempo com isso se os seus sons ainda
estiverem ‘afundados na lama’.
Se você for um dos muitos que gravam em casa e
que se acham amaldiçoados com mixagens com um som
confuso, tomara que a coluna deste mês tenha dado
exemplos reais de algumas das reparações mais comuns:
seleção/combinação cuidadosa de sons de bumbo e
baixo; ‘desconstrução’ de loops de samples em pedaços;
correção de afinação/timing; e aplicação de tratamentos
de desmascaramento para linhas principais e outras partes
do refrão. Até mesmo um destes fatores pode fazer uma
diferença notável; melhore todos eles e você pode realmente
transformar uma mixagem.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 125


Feliz Aniversário
“Eu não perco nenhuma edição
da Sound On Sound. Não tem “A Sound On Sound sempre
nenhuma revista que eu espero foi minha revista e eu sempre
tão ansiosamente chegar quanto a me empolguei em testar
SOS! É a melhor maneira para eu me equipamentos novos com
manter atualizado com os produtos
novos. Eu já aprendi bastante lendo
base nas suas avaliações.
todos os segredos dos engenheiros e Que venham mais 25 anos!”
produtores. Obrigado, SOS!” Chris Lord-Alge, engenheiro de mixagem
Greg Kurstin, compositor, músico e e ganhador do Grammy Award (Green
produtor, indicado para o Grammy (Lily Day, U2, Celine Dion, James Brown).
Allen, Pink, Britney Spears, Donna Summer).
“Sou leitor da Sound
On Sound há mais “A Sound On Sound é a melhor fonte
tempo do que para engenheiros de mixagem,
posso me lembrar. produtores, etc., PONTO FINAL!!!
A quantidade É claro, hoje em dia você pode
de informações entrar na internet e conseguir um
esclarecedoras, monte de informações, mas não é
a inteligência da maravilhoso ter tudo que você pode
escrita, a linda querer nas pontas dos seus dedos em
qualidade de uma revista?? Os testes de produtos de informações sobre produtos de áudio
impressão e as são excepcionais e as matérias são e técnicas de gravação. Pessoalmente,
histórias atraentes muito criteriosas. Em ‘Por dentro da eu curtia as entrevistas com engenheiros
aclamados que eu já respeitava e admirava.
a deixam tão útil música: Segredos dos Engenheiros de
Anos depois, me encontrar sendo
quanto as ferramentas de áudio que ela Mixagem’, eu posso ver como alguns entrevistado na revista foi uma emoção
cobre. Eu sou um enorme fã.” colegas trabalham e me inspirar com completa.”
Jacquire King, engenheiro de mixagem, algumas técnicas deles. Eu também Kevin Churko, compositor, engenheiro de
produtor e ganhador do Grammy Award curto ‘Tracks Clássicos’, onde posso mixagem e produtor (Ozzy Osbourne, Bryan
(Kings of Leon, Norah Jones, Tom Waits, ler sobre o processo de criação de Adams, Slash, Shania Twain).
Modest Mouse). algumas canções clássicas.”
Manny Marroquin, Engenheiro de
“Além das entrevistas mixagem, ganhador do Grammy Award “Eu adoro a abrangência da Sound On
excelentes e matérias (Usher, Kanye West, Alicia Keys, Shakira). Sound. Desde o iniciante sonhador em
de gravação e PS. “Eu também adoro a revista; eu a leio um pequeno quarto, até o produtor
mixagem fascinantes todo mês!” — Erik Madrid, assistente de milionário de super estrelas, todos eles
e aprofundadas, eu mixagem do Manny Marroquin. estão na SOS. Parabéns, principalmente
sempre posso contar para Paul e Hugh, pelos 25 anos
com a Sound On “Quero parabenizar a Sound on de placas de espuma, chás e filtros
Sound para obter Sound pelo seu 25º aniversário. Reflexion!”
testes completos e Revistas como a SOS significaram Guy Sigsworth, compositor, músico,
imparciais sobre os muito para mim desde que eu era produtor (Seal, Björk, Madonna,
mais novos equipamentos de áudio um garoto querendo aprender Alanis Morissette).
profissional. E eles usam todas as tudo sobre a indústria musical. Eu
minhas fontes preferidas!” lia de ponta a ponta sobre como “A Sound On Sound tem sido uma fonte
Bob Clearmountain, engenheiro de produtores famosos faziam sua incrível de inspiração para mim ao longo dos
mixagem, produtor e ganhador do Grammy música, conseguia dicas e truques anos... Poder ler relatos em primeira mão
Award (Bruce Springsteen, The Rolling e, é claro, ficava atualizado sobre os de como mestres da produção e mixagem
Stones, Paul McCartney, INXS). fizeram seus sucessos foi inestimável, assim
equipamentos mais novos. A Sound
como ter todas as dicas técnicas e testes
On Sound é uma revista realmente de equipamentos. Eu não conseguiria viver
incrível e pode inspirar e sem ela. Um brinde para outros 25 anos de
“Como profissional, motivar futuros músicos.” sucesso... Feliz aniversário!
eu admiro a Sound Mikkel Eriksen, equipe de Fraser T Smith, compositor, músico,
produção e composição de engenheiro de mixagem e produtor (Tinchy
On Sound como Stargate, ganhador do Grammy Strider, Craig David, James Morrison,
uma das fontes mais Award (Rihanna, Ne-Yo, Béyonce, Nelly Furtado).
confiáveis e críveis Mary J Blige).
de inspiração e “Eu recebo a SOS todo mês – é a única revista
“Como canadense morando na técnica que eu leio. Eu gosto muito das
informação.” Suíça há alguns anos, a Sound matérias históricas: vocês sempre escolhem
Jack Joseph Puig, engenheiro On Sound se tornou a minha apresentar um artista interessante, que não
de mixagem, produtor e janela para o mundo do áudio
ganhador do Grammy Award seja uma escolha óbvia demais.”
profissional europeu. Eu leio
(Rolling Stones, U2, Mary J toda edição de ponta a ponta. Yann Tiersen, artista e compositor de filmes
Blige, Black Eyed Peas). Ela sempre teve uma fartura (trilha sonora de Amelie).

126 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Sound On Sound!
“Neste mundo louco e em rápido indústria em documentar e
passar know-how de estúdio
desenvolvimento da gravação e
que tem sido reunido ao longo
“A Sound On Sound
tecnologia musical, a Sound On é informativa do
de muitas décadas.”
Sound é um farol que se destaca,
guiando o caminho tanto para
Peter Mokran, produtor, começo ao fim e eu
engenheiro de mixagem sempre a leio. Eu
profissionais estabelecidos quanto (Quincy Jones, Janet Jackson,
para qualquer pessoa ansiosa por Flaming Lips, Natalie Cole). sempre aprendo algo
começar na área. É a revista que lendo as entrevistas e
separa os homens dos meninos, eu confio nos testes de
sendo consistentemente informativa, “Minhas matérias preferidas
singularmente imparcial e certa na da SOS são sobre como o equipamentos novos.
vanguarda: minha fonte pessoal de pessoal antigo fez álbuns de Eu anseio todo mês
informações nº1.” som tão fantástico com um pela próxima edição.”
Jochem van der Saag, arranjador, ímã enferrujado, algumas Cenzo Townshend, mixador, ganhador do Best Mix
engenheiro de mixagem, produtor (Seal, fitas e uma imaginação fértil. Engineer for 2009 and 2010 Awards da Producer
Michael Bublé, Whitney Houston, Andrea A produção e a engenharia Guild (U2, Editors, New Order, Franz Ferdinand).
Bocelli). às vezes são feitas para
parecerem místicas, mas a SOS despe ensinando e oferecendo informações
isso e mostra a você que é na verdade atualizadas. Eu leio toda edição com
uma questão de simplesmente tentar interesse e ela me mantém atualizado
capturar um sentimento da melhor com os mais novos desenvolvimentos.
maneira.” Parabéns por uma ótima revista e a
Phil Thornalley, compositor e produtor, equipe excelente de pessoas que a traz
indicado ao Grammy Award (Natalie até nós todos os meses. Um brinde para
Imbruglia, Pixie Lott, The Cure). os próximos 25 anos!”
Eric Persing, Designer de Som, fundador
“Eu posso dizer sinceramente que da Spectrasonics.
os testes da Sound On Sound sobre
“Eu descobri a revista Sound On Sound um certo monitor há alguns anos “A Sound On Sound é o meu salva-vida para
quando morava em NY em 1992. Eu era me inspirou a passar um tempão tecnologia musical. Todo mês eu compro
fã das entrevistas de engenheiros. Hoje a procurando este equipamento e, e devoro as informações dadas. Sem ela,
SOS ainda é a minha referência a respeito eu ainda estaria usando os sintetizadores
como conseqüência, os meus hábitos
de novidades de tecnologia musical e ferramentas de gravação que eu usava
profissional e equipamentos.” de audição progrediram para sempre. quando apareci na capa da primeira edição.
Sound On Sound: ignore-a ao seu risco!” Não porque eu estivesse tentando ser
Veronica Ferraro, engenheira de
mixagem, indicada ao Grammy (David Rich Costey, engenheiro de mixagem, ‘maneiro’, mas simplesmente porque sem ela
Guetta, Rihanna, Wyclef Jean). produtor, ganhador do Grammy Award (Fiona talvez eu nunca tivesse ido adiante.”
Apple, Muse, Foo Fighters, Arctic Monkeys). Midge Ure, artista (Slik, Ultravox, Live Aid).

“Um dos elementos mais divertidos da “Com a velocidade da mudança “A revista Sound On Sound irrompeu no
mixagem é nunca saber tudo que há para acontecendo no mundo da produção cenário como uma publicação inteligente e
saber. Eu sempre aprendo algo novo musical, é bom saber que revistas colorida que abordava o assunto com nova
quando leio a Sound On Sound! Ela me como a Sound On Sound existem energia e entusiasmo. E, o mais importante
mantém informada e eu adoro ler sobre para mim, de uma maneira que falava tanto
para nos manter completamente
como outros engenheiros trabalham. No para o músico quanto para o técnico. Era
mundo digital de mudanças diárias, a atualizados sobre novos softwares, exatamente o que eu precisava e eu virei fã.
Sound On Sound é a melhor maneira para tecnologias e técnicas de produção. (E não só porque
ficar atualizado. Seu material editorial e O editorial estelar e a extensão o nome da revista
textos são os melhores que você pode da cobertura são incomparáveis. foi emprestado do
conseguir. Parabéns pelos 25 anos de Parabéns pelos 25 anos incríveis!” título do álbum
sucesso. Eu espero ansiosamente por Milan Kovacev, Diretor de Marketing da minha própria
meus próximos 25 anos de edições.” Interativo da Berkleemusic. banda ‘Red Noise’!)
Dave Pensado, engenheiro de mixagem, Depois de todos
ganhador do Grammy Award (Christina “A revista Sound On Sound irrompeu estes anos, a
Aguilera, Maria Carey, Black Eyed Peas, revista Sound On
no cenário como uma publicação
Sound continua
Foto: Martin Bostock

Elton John). inteligente e colorida que abordava me ensinando


o assunto com nova energia e e oferecendo
“Eu adoro a Sound On Sound e acho entusiasmo. E, o mais importante informações
que ela presta um serviço inestimável à para mim, de uma maneira que atualizadas. Eu
falava tanto para o músico quanto leio toda edição com interesse e ela me
para o técnico. Era exatamente o mantém atualizado com os mais novos
que eu precisava e eu virei fã. (E desenvolvimentos. Parabéns por uma ótima
não só porque o nome da revista foi revista e a equipe excelente de pessoas que
a traz até nós todos os meses. Um brinde
emprestado do título do álbum da
para os próximos 25 anos!”
minha própria banda ‘Red Noise’!)
Depois de todos estes anos, a revista Bill Nelson, artista, produtor (Be-Bop
Deluxe, Red Noise).
Sound On Sound continua me

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 127


TÉCNICA / REASON

Hora de mudar
Nós te mostramos os caminhos mais rápidos para flexibilização
de ritmos e a nova barra de transporte do Reason 5
ROBIN BIGWOOD Agora, algumas coisas são evidentes uma nova otimização crucial: no menu
por sua ausência. Um botão antes chamado Options você vai encontrar um item do menu

À
s vezes pareceu uma longa espera ‘Automation As Perf Ctrl’ – que sempre gerava chamado ‘Number of Precount Bars’ e no
mas, enquanto você estiver lendo confusão – desapareceu. Isto permitia a você seu submenu você pode escolher qualquer
esta matéria, cópias do Reason 5 e escolher como o Reason e o Record gravavam um dos quatro números. Agora, se ao menos
Record 1.5 já devem ter ‘voado’ da Suécia por dados de automação ou mensagens do existisse uma verdadeira opção ‘pre-roll’...
várias semanas. Vamos começar a mergulhar controlador MIDI além de pitch-bend,
nos grandes recursos novos nos próximos modulação, pedal de sustentação, aftertouch,
Flexibilidade de ritmo
meses; neste mês, vamos dar uma olhada controle de respiração e expressão. Quando Como muitos sequenciadores, uma nova
em alguns aspectos das seções reprojetadas o botão estava apagado, os dados do Song padrão no Reason e Record pode atrair
de transporte e explicar como você pode controlador eram gravados em clipes em quem não tem muita criatividade para a rotina
conseguir assinatura de tempo (time seções dedicadas do controlador, facilitando musical que é um ritmo fixo de 120bpm, mas
signature) e ritmo flexível (flexible tempo) em a edição. Com o botão aceso e o recurso não precisa ser assim. Mudar o ritmo é muito
qualquer versão recente dos aplicativos. ativado, os dados eram integrados no clipe fácil: clique e arraste verticalmente no campo
da nota do track, o que facilitava manter do ritmo no painel de transporte, clique
Mudança pequena as duas coisas juntas, notas e dados do nos seus ‘spinners’ (as setinhas para cima e
Nas novas versões, a Propellerhead aproveitou controlador, se você tivesse que fazer para baixo à direita – elas vão ajustar o ritmo
a oportunidade para harmonizar o visual muita duplicação ou edição de clipes. O de maneira bastante precisa se você clicar
primeiro no campo do número
depois do lugar decimal) ou
simplesmente clique duas vezes
no campo e digite um valor
numericamente.
Além disso, o Reason e
o Record não têm nenhum
problema com ritmo flexível,
e algumas mudanças,
acelerações e diminuições
de ritmo combinam com
A evolução do transporte: Aqui você pode comparar os compassos de transporte dos antigos Reason 4 e
vários estilos musicais. Você pode até
Record versão 1 com os novos Reason 5 e Record versão 1.5, o segundo apresentando painéis de controle
que melhoram a clareza e a simplicidade de tudo encontrado nas versões anteriores. mesmo manipular sutilmente estilos
aparentemente rígidos como dance music,
e a operação das seções de transporte do recurso não desapareceu, mas agora ele é para apresentar mudanças sutis de energia
Reason e do Record, e isto significa algumas encontrado no menu Options, chamado (de entre seções da música. Os seus ouvintes
mudanças pequenas para quem usa os dois maneira muito mais útil) ‘Record Automation vão gostar mesmo sem saber disso, e você
aplicativos. É claro que os botões principais into Note Clip’. Aparentemente também pode enlouquecer os DJ’s...
de transporte ainda estão ali, junto com está faltando a seção Automation Override, O ritmo automatizado, que é realmente
a posição familiar de reprodução e outras cujo indicador acendia toda vez que você do que a gente está falando, é fácil de
exibições, controles de clique e indicadores ajustava um knob automatizado ou slider em conseguir e feito com o track Transport do
de performance, mas todos eles foram tempo real, para mostrar que a sua ligação sequenciador, que é onipresente em qualquer
repaginados para realmente melhorar a sua com os dados de automação tinha sido sequência. O primeiro passo é dar uma
clareza visual. O velho botão Quantise During temporariamente rompida. Na verdade, seção de ritmo a ele e o que o usuário pode
Rec foi substituído com um chamado ‘Q REC’ ela ainda está lá: um sinal azul vibrante de fazer para isso é clicar segurando a tecla Alt
e o botão Regroove Mixer é melhor integrado ‘Automation Overrride’ acende no painel no campo do ritmo no transporte. Rápido,
e não é mais nomeado. As imagens acima de ‘LED’ no lado esquerdo, e clicar nele estiloso, mas não exatamente óbvio! Se
mostram isto de maneira muito fácil e também é o equivalente de clicar no antigo botão você esquecer este truque, é só clicar com o
exibem algumas adições interessantes. ‘Reset’, restaurando a ligação entre o valor botão direito no track de transporte, escolher
Primeiro, tem o grande botão ‘Blocks’ (que do parâmetro e os dados da automação. Parameter Automation e ativar o Tempo na
tem a ver com um recurso que vamos ver em Os controles de Click do Reason 5 e lista do parâmetro antes de clicar em OK.
detalhes no mês que vem) e um botão Tap de Record 1.5 são mais simples do que nunca: No Reason 5 e no Record 1.5, você também
ritmo em que você só precisa clicar algumas só uma chave simples de on e off, uma opção pode selecionar o track Transport e escolher
vezes para sequenciar o ritmo pelo toque, em de contagem ‘pré-conta’ e um controle de Tempo no menu pop-up de Track Parameter
vez de maneira numérica. nível. Mas para quem usa o Reason, existe Automation perto do botão ‘Lanes +’.

128 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Agora o ritmo da sua sequência está
automatizado. O Reason/Record inseriu um
valor de ritmo ‘estático’ no track, e você vai
perceber que o campo de ritmo do transporte,
tem a borda ‘I’m automated’ verde. Agora é
só uma questão de adicionar suas desejadas
mudanças à seção Tempo do track Transport.
Existem algumas maneiras de fazer isso, com
algumas armadilhas operacionais estranhas
espreitando os imprudentes, então eis uma
abordagem legal e simples.

Fazendo assim...
O sequenciador do Reason 5, mostrando um clipe de ritmo no track Transport, no Edit Mode. Note o
Comece no Arrange Mode. Selecione a
valor estático de 116bpm que o Reason vai reverter para um dos lados do clipe
ferramenta lápis (pencil tool) e escolha a
configuração Snap adequada: com um certa de ritmo deve ocorrer e depois clique e aparece no topo da seção Sequencer.
frequência, você vai querer escolher ‘Bar’ arraste na seção Tempo do track Transport O evento de ritmo único que você acabou
aqui, para restringir, de maneira precisa, uma para criar um clipe vazio para a região. de escrever, afeta o clipe inteiro. Então, se
mudança de ritmo único para os limites do Depois, mude para o modo Edit (Shift- você só quiser deixar a região inteira coberta
compasso de um verso ou refrão. Valores Tab é um bom atalho) e no seu clipe vazio pelo clipe um pouco mais rápida ou mais
menores do que ‘1/4’ (uma batida única) são clique uma vez com a ferramenta lápis onde lenta, está, como dizem, tudo certo. Mas, e
bons se você precisar criar uma aceleração ou a primeira mudança de ritmo deve ocorrer. uma aceleração ou diminuição da velocidade?
diminuição da velocidade para uma região Você não vai saber exatamente qual ritmo Fácil – apenas clique, de novo, mais no fim
mais curta, talvez começando no meio de um vai inserir, mas clique mesmo assim, porque do clipe para escrever outro evento de ritmo.
compasso. Desça (e, se necessário, dê zoom) imediatamente você pode digitar um Supondo que os ritmos sejam diferentes,
até o local na sua sequência onde a mudança valor preciso para ele no campo Value que você vai ver a rampa a entre eles – e aí está
a sua mudança de ritmo suave. E, é claro, a
Mudanças de assinatura de tempo (time-signature) automação do ritmo funciona como qualquer
outra, por exemplo, para você poder
As mudanças de assinatura de tempo automáticas track. Clicar com o lápis em um clipe de Time
adicionar mais eventos à rampa clicando com
são muito parecidas com as mudanças de ritmo. Signature de um compasso e mudá-lo para 5/4
Clique segurando a tecla Alt no campo Time é feito facilmente e a régua de tempo vai parecer a ferramenta lápis e selecionar ou ajustar os
Signature do transporte para criar a seção Time certa. Mas na verdade o Reason/Record não vai existentes com a ferramenta seta.
Signature do track Transport. Clique e arraste inserir a batida adicional e você vai acabar com a Duas coisas para tomar cuidado aqui.
na seção com a ferramenta lápis para criar um sua sequência soando exatamente como sempre Primeiro de tudo, o Reason/Record vai
clipe no Arrange ou Edit Mode. Aqui, um valor soou, mas agora com todos os dados seguindo
Snap de ‘Bar’ é bastante recomendado, para evitar o compasso 5/4 uma batida antes. A solução é
o desastre matemático que é uma assinatura de mudar os dados agora colocados incorretamente
tempo começando na metade de um compasso. ao longo de uma batida, o que você pode fazer
Depois, com a ferramenta lápis, clique no selecionando e arrastando. Mas o mais preciso,
menu pop-up no canto esquerdo superior do é colocar os locadores esquerdo e direito (muitas

O mesmo clipe, mas com eventos de ritmo


adicionados e rampas (ramps) entre eles, que
neste caso vão gerar uma aceleração gradual

reverter o ritmo para um ‘valor estático’


O track Transport em tempo real, com tracks vezes usados para especificar limites de loops) fora de quaisquer clipes. Isto foi escolhido
de Time Signature e Tempo. Estou sentindo para que eles possam cercar exatamente a
lá no começo, quando você criou pela
a chegada de um rock progressivo batida cinco do seu novo compasso 5/4. Depois
simplesmente escolha ‘Insert Bars Between primeira vez a seção Tempo. Ele é mostrado
clipe, no qual você pode escolher entre várias Locators’ no menu Edit. Pronto! na seção Tempo, no Edit Mode, como um
assinaturas de tempo comuns. Quem gosta de Este comando e o seu ‘lado negro da força’, indicador na exibição da escala do ritmo, e
rock progressivo pode escolher ‘Other...’ para Remove Bars Between Locators são, em minha você é livre para ajustá-lo caso necessário.
chamar uma caixa de diálogo e obter assinaturas opinião, bastante úteis, porém nomeados de Em segundo lugar, se você quiser criar
mais incomuns. maneira muito inadequada. Eles não inserem ou
vários clipes de ritmo separados por toda
Mudar a assinatura de tempo quando você removem absolutamente nenhum compasso, e
tem dados de sequenciador existentes, pode só abrem ou fecham espaço – mas muito disso a canção, tome cuidado ao tentar isso no
levar a algumas dificuldades inesperadas. você incluiu com os locadores (locators). Eles Edit Mode. Se você não for cuidadoso, vai
Digamos, por exemplo, que você fez a sua Song não focam em sua assinatura de tempo e podem acabar só estendendo outro clipe, se um
inteira em 4/4, mas quer colocar um compasso ser facilmente usados para mudar dados para for selecionado. Muitas vezes é mais fácil
5/4 na metade para fazer um daqueles ‘breaks’ frente ou para trás de uma nota de semicolcheia desenhar os clipes no Arrange Mode e
rítmicos peculiares que podem fazer muito (como uma ferramenta útil de edição) como por
adicionar os eventos de ritmo no Edit Mode,
para afrouxar a sensação controlada de um um compasso verdadeiro.
como descrito acima.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 129


TÉCNICA / SONAR

Faça acontecer!
CRAIG ANDERTON

B
em-vindos à centésima coluna do
Sonar. Eu quero agradecer Paul
White e Dave Lockwood da SOS por
me pedirem para escrevê-la originalmente,
Debbie Poyser por editar a coluna (e sempre
Transforme sua música com
proporcionar um bem-vindo teste de automação instantânea de efeitos.
‘consistência’) durante a maior parte de sua
existência e Nell McLeod, meu atual editor. causa de todos aqueles anos de apertar coloque o tempo Now onde você quer
É claro, eu também quero agradecer a footswitches para colocar e tirar efeitos. o ajuste pontual e depois clique no
Cakewalk por continuar criando coisas novas Existe um certa magia em se ter um efeito botão Snapshot da barra de ferramentas
sobre as quais escrever, mas, acima de tudo, que ‘aparece’ em alguns momentos. Automation (o ícone de câmera).
eu quero agradecer a vocês, leitores, pelo Mas a automação pontual ‘nativa’ do • Recomece a reprodução, e quando
seu apoio. E com boatos de uma atualização Sonar nem sempre funciona da maneira chegar à seção onde você quer outro
do Sonar em breve, com certeza, vamos ter que você quer. Por exemplo, se você instantâneo, ajuste o parâmetro Gain
muito sobre o que discutir no futuro! ativar o botão Write de automação de para conseguir o som desejado. (Se
Já para esta edição, vamos dar uma um efeito, o Sonar vai criar envelopes você não conseguir fazer isso, porque
olhada em técnicas de automação ‘pontual’ para todos os parâmetros automatizáveis o valor Gain fica voltando ao valor
(snapshot automation) para efeitos: um tipo dos efeitos, que pode ser um monte de que está com automação, desligue
diferente de abordagem para automação envelopes. Geralmente, as alterações Automation Read no próprio efeito.)
que pode ser bastante eficaz. pontuais que eu preciso, têm a ver com • Depois de encontrar a configuração
um ou dois parâmetros, então aqui vai Gain desejada, pare a reprodução e
Automação de efeitos a dica de como simplificar a automação depois coloque o tempo Now onde
A automação dos efeitos pode criar pontual. Como exemplo, vamos você quer que o instantâneo ocorra.
mixagens que vão além de simples programar a automação do parâmetro Clique no botão Snapshot.
mudanças de nível de mandada, pan e Gain do Sonitus EQ para banda 3. (Note • Repita os passos cinco a oito até
fader. Por exemplo, em vez de aumentar que este equalizador é inserido no adicionar todos os ajustes pontuais
o nível para fazer um solo de guitarra se compartimento de efeitos (effects Bin) e (vamos chamar de snapshots, daqui para
sobressair, tente aumentar um pouco o não é o equalizador por canal visível no frente, ok?) desejados.
ganho da equalização em torno de 3-4kHz, Console view – (Visão do Console). • Quando você tiver acabado e quiser
o que adiciona um ‘agudo’ ao som - ou reproduzir a automação, ative o botão
talvez aumente o drive de distorção. Eu • Se a barra de ferramentas Automation Automation Read do efeito (o seu fundo
particularmente gosto de usar automação não estiver visível, chame-a indo para muda de branco para verde limão).
pontual com efeitos, possivelmente por View / Toolbars e ticando Automation.
• Supondo que o equalizador já tenha Quando você estiver passando em um
sido inserido no compartimento arquivo e configurando estes snapshots,
de efeitos do track, clique com o às vezes não é conveniente que, ao parar,
botão direito no rótulo Equalizer do o tempo Now rebobine para o marcador
compartimento de efeitos e clique em Now atual, em vez de simplesmente ficar
Write Enable Parameter. onde você parou; provavelmente você vai
• Tique o parâmetro que você quer querer que o marcador Now continue perto
automatizar – neste caso, Gain 3 – e de onde você vai adicionar o snapshot. Ao
depois clique em OK. O fundo do fazer a automação instantânea, você pode
botão Write de automação do efeito portanto, seguir para Options / Global e
de equalização muda de branco para tirar o tique de ‘On Stop, Rewind to Now
cinza/azul, para indicar que alguns, mas Marker’ (a terceira caixa de ticar, de baixo
não todos, parâmetros são ativados para cima, no Sonar 8.5).
para automação (vermelho indica que
todos os parâmetros são ativados para
Parâmetros múltiplos
automação). Isto automaticamente ativa Esta técnica envolve a visualização
o botão Master Automation Record do console e deixa você configurar
na barra de ferramentas, que não snapshots para quatro parâmetros
queremos, já que depois, vamos ajustar diferentes. Para começar, ative o
o(s) parâmetro(s) em tempo real para botão de visualização de efeitos do
achar a(s) configuração(ões) desejada(s), console (na barra de ferramentas na
e não queremos gravar estes ajustes esquerda do console). Isto mostra os
como automação, então mude o compartimentos de efeitos. Depois
Clicar com o botão direito no botão FX botão Automation Record da barra de clique com o botão direito neste botão
(circulado em vermelho) exibe os controles
ferramentas para Off. e escolha Show Assignable Controls.
atribuíveis do slider. Neste exemplo, o quarto
slider está sendo atribuído a um parâmetro Gain • Configure o parâmetro Gain 3 do Quatro sliders aparecem abaixo do
para a banda 3 do equalizador equalizador para o valor desejado, compartimento de efeitos.

130 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


• Clique com o botão direito em um • Clique com o botão direito na
slider. Sob Reassign Control, selecione caixa que diz FX e escolha um
o parâmetro que você quer que ele efeito como você normalmente
controle. escolheria um efeito de track.
• Faça a mesma coisa para os três sliders • Configure o seu simulador de
restantes, se você quiser controlar amplificador para o som que você
quatro parâmetros. quer para este clipe, antes do
• Clique com o botão direito em cada slider ponto aonde o som muda.
e selecione Automation Write Enable. • Clique com o botão direito no
Isto ativa para a automação só estes clipe na direita do ponto de
parâmetros selecionados no efeito. divisão e escolha um simulador
• Siga os mesmos passos básicos dados de amplificador, como você fez Um clipe foi dividido no começo da medida quatro, onde o efeito
vai mudar. Um efeito já foi escolhido para a segunda parte do
antes, para automação instantânea no passo cinco.
clipe, como mostrado pela caixinha de efeitos no canto superior
básica. Lembre de desativar o botão • Configure este simulador de esquerdo. Atualmente, um efeito está sendo escolhido para a
Master Automation Record da barra de amplificador para o som que você primeira parte do clipe
ferramentas ao ajustar os sliders para quer na segunda parte do clipe.
conseguir o som desejado, antes de
escrever um instantâneo. Uma desvantagem para esta abordagem • Crie dois snapshots como descrito antes,
é que cada instância do plug-in aumenta a para definir pontos de começo e fim.
Uma vantagem enorme de sliders que carga do CPU; o efeito precisa ser sempre • O envelope entre os pontos de
podem receber atribuições, é que você ativado, para que não exista nenhuma começo e fim consiste de uma linha
pode trazer parâmetros de qualquer lugar lacuna onde a reprodução alcança o pontilhada que vai horizontalmente
em um efeito, até mesmo se eles estiverem novo efeito. Com efeitos que ‘drenam’ o começando do ponto de início,
em páginas diferentes ou, ‘ocultos’ (por processamento da CPU, isto pode ser um depois pula para cima ou para baixo
exemplo, parâmetros ‘especializados’ do problema, mas com efeitos relativamente verticalmente para o ponto de fim.
Guitar Rig, que só são visíveis se você simples, como delay, provavelmente você Passe o mouse sobre a parte horizontal
‘exibir’ o amplificador). É claro, você nem vai notar qualquer ‘sofrimento’ da da linha até você ver um rótulo
também pode usar estes sliders para CPU. nomeando o parâmetro do envelope.
automação tradicional da DAW, onde você Uma vantagem importante desta
ativa Automation Record e move o slider abordagem, é que alguns parâmetros –
para ‘escrever’ os dados de automação. muitas vezes os que envolvem cálculos
intensos, como o tempo de reverb – não
Mudanças radicais lidam com mudanças de automação de
Digamos que você queira algumas uma maneira tranquila e podem falhar.
mudanças bastante radicais em um efeito. Como você tem uma instância separada
Você pode ativar a automação de vários do efeito, a mudança do parâmetro já está
parâmetros, depois seguir os mesmos bloqueada e carregada.
procedimentos básicos descritos acima.
Mas existe outro método que não envolve
Mudanças ao longo do
envelopes, e sim usa o compartimento tempo
(bin) de efeitos do clipe. Embora eu goste de instantâneos,
Por exemplo, imagine que você tenha mudanças suaves também podem
um simulador de amplificador configurado ser muito eficazes com efeitos. Como
Uma curva lenta (slow curve) está sendo criada
para um som muito legal e queira não exemplo, imagine que você tenha
entre dois instantâneos para aumentar o Drive no
só mudar um parâmetro, como também uma parte de guitarra base distorcida VintageWarmer da PSP
trocar para um som de amplificador e queira aumentar a intensidade do
completamente diferente, talvez até com fim de um verso em uma seção de • Clique com o botão direito e você
efeitos diferentes. Veja como: solo. Uma opção é aumentar o nível vai ver várias opções relacionadas a
ao longo do tempo, mas o som pode envelopes. Você tem quatro opções
• Não insira o efeito no compartimento ser mais interessante – e mais intenso para a curva entre os dois pontos:
de efeitos do track, já que no lugar – se você aumentar a quantidade do Jump (a curva atual), Linear, Fast Curve
a gente vai usar compartimentos de drive de distorção ao longo do tempo, (a curva muda rapidamente primeiro,
efeitos do clipe. em vez de só brincar com o nível. É depois diminui) e Slow Curve (a curva
• Selecione o clipe, depois coloque o claro, você pode fazer isso gravando começa lentamente primeiro, depois
cursor Now sobre o clipe no ponto onde os movimentos de um controlador muda rapidamente).
você quer que o snapshot ocorra. hardware ou desenhando em uma curva • Escolha a curva desejada e o Sonar
• Digite ‘S’ para dividir o clipe. de automação, mas às vezes é mais vai criá-la.
• Clique com o botão direito no clipe fácil, e até mais eficaz, configurar um
na esquerda do ponto de divisão, ponto de começo e um ponto de fim Eu acho que Slow Curve pode dar efeitos
depois selecione Open Clip Effects com automação tipo snapshot, depois bastante dramáticos ao aumentar o drive de
Bin. O compartimento de efeitos do pedir ao Sonar que crie uma mudança distorção, mas você está livre para fazer seus
clipe é exibido. suave entre eles. Para fazer isso: testes – e isso não é o mais importante?

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 131


TÉCNICA / LOGIC

Segredos profundos
GEOFF SMITH
Crie um som de baixo de dubstep usando
o sintetizador ES2 e efeitos do Logic.
O
s mecanismos de sintetizadores
(synth engines), que são
Mistura de filtros Os controles dos filtros duplos
praticamente sinônimos de
do ES2
dubstep, provavelmente são o Albino de
Rob Papen e o Massive (e sua biblioteca diferentes e ouvindo o efeito que elas têm
Massive Threat) da Native Instruments. Mas no oscilador 1.
Controles Controles
para quem não tem condições de gastar do filtro 1 do filtro 2 • Depois de ouvir as diversas ondas e
com nenhum deles, o ES2 do Logic pode modificar seus efeitos, escolha ‘bell5’.
fazer um ótimo trabalho em conseguir • Configure o pitch comum do oscilador 2
aqueles sons clássicos de dubstep com uma para -12 e o pitch comum do oscilador 1
ajudinha de alguns plug-ins criteriosamente para -24.
escolhidos. Esta matéria vai focar em • Agora toque algumas notas no seu
Mude o filtro entre séries e
construir o som do baixo básico e familiar configurações paralelas teclado entre C2 e C3. Você deve ouvir
do dubstep. Talvez seja útil você visitar o uma onda de zumbido de som forte.
site www.soundonsound.com/sos/jun07/ Depois de ter o seu patch padrão, os
articles/logictech_0607.htm para aprender os passos seguintes vão fazer você começar a Agora temos os blocos de construção para
fundamentos básicos do ES2. ‘brincadeira’: o nosso som de baixo.
Você vai precisar criar um novo track
de instrumento e chamar uma instância • Vá à seção do oscilador no ES2.
do ES2, mas o ES2 não tem um patch • Perto de cada oscilador tem um botão
Agite!
padrão adequado, então primeiro você numerado que liga ou desliga o oscilador. A próxima parte em criar aquele som clássico
precisa criar um segurando a tecla Option Clique nos botões perto dos osciladores 1 do baixo é modular o corte do filtro com
e clicando em cada parâmetro no ES2 para e 2 para ligá-los. um LFO sincronizado com o ritmo. O ES2
reconfigurá-lo para o seu valor padrão. • Vá ao mixer do oscilador, que é o triângulo tem dois filtros que podem ser usados em
Depois você deve salvar esta configuração à direita do oscilador 2, e arraste o séries ou configurações paralelas. Configure
do plug-in como o seu padrão do ES2 (um quadrado até ter uma união de uma os filtros em série e mova o controle Filter
patch padrão está incluído nos arquivos grande parte do oscilador 1 com um Blend totalmente para a direita. Na seção
que acompanham o Logic). pouco do 2. do filtro 2, configure o tipo para 24dB, o
corte para máximo e controles de FM e
Fundamentos Vamos usar as capacidades de síntese de Res (ressonância) para zero. Agora, vamos
Depois de ter o seu patch padrão, os FM básicas do ES2 para gerar uma onda de modular aquele filtro...
passos seguintes vão fazer você começar bastante zumbido, perfeita para criar linhas de
a ‘brincadeira’: baixo de dubstep. No ES2, a FM é alcançada • Vá para a matriz da modulação e, na
modulando a frequência do oscilador1 com a primeira célula, configure o alvo para
saída do oscilador 2. Cutoff 2 e a Source para LFO 2.
• Configure o slider de intensidade da
• Vá para o knob de seleção de onda do modulação para o máximo.
oscilador 1. O conjunto de controle entre • Desça até a seção do LFO 2 e arraste o
o Sine (11 horas) e o símbolo de FM slider de taxa para abaixo da metade.
(cinco horas) determina a intensidade da Agora a taxa se transforma em divisões
modulação da FM, onde 11 horas é o musicais sincronizadas com o ritmo do
mínimo e cinco horas o máximo. projeto. Escolha ‘1/8th note’.
• Configure o oscilador 1 para três • No centro superior do ES2, clique no
horas para dar um efeito de FM bem botão perto de Mono para que o patch
pronunciado. Você pode alterar isto seja monofônico.
depois. A saída do oscilador 2 vai modular • Vá para a configuração de release do Env
o oscilador 1 e, dependendo da forma de 3 e o configure para um valor de 570ms
onda escolhida no oscilador 2, vai afetar o para que as notas toquem por um tempo
O triângulo à direita do oscilador é o mixer do som resultante do oscilador 1.
oscilador. Você pode juntar os osciladores ativos
em quantidades diferentes, dependendo de onde
• Configure a onda do oscilador 2 para o Download do projeto!
Sine (seis horas) e depois clique segurando
o quadradinho é colocado. Nesta instância, Se você quiser baixar os channel strips
a tecla Ctrl na mesma posição. Isto criados nesta matéria, visite o site www.
queremos arrastar o quadrado até ter uma mistura
de uma parte grande do oscilador 1 com um pouco exibe um menu de 100 Digiwaves para soundonsound.com/sos/nov10/articles/
do oscilador 2 você experimentar, testando as ondas logictechmedia.htm.

132 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Na matriz da modulação, configure o alvo para
Cutoff 2 e a Source para LFO 2. O slider de taxa
no LFO 2 foi configurado para um pouco abaixo
da metade. Você deve experimentar com todos os
valores do LFO 2

uma configuração de drive médio.


• Agora configure o controle de blend para
o meio, para que você ouça quantidades
iguais de filtro band-pass e low-pass
combinados.
depois que você soltá-las. vezes, a distorção paralela é uma opção • Volte para a célula um da matriz da
• Toque algumas notas no seu teclado entre muito melhor em sons de baixo, já que ela modulação e mude o Target para Cut 1+2,
C2 e C3 e ouça o filtro sendo modulado. deixa você adicionar sutilmente conteúdo para que agora o LFO 2 module ambos os
• Teste com valores diferentes do LFO 2. harmônico sem enfraquecer a área do baixo. filtros simultaneamente.
• Agora toque algumas notas entre C2 e
Que entre o dragão • Arraste o pedal de distorção Double C3 e ouça, mexendo o controle de Blend
Agora, vamos aplicar alguns toques finais Dragon e o pedal de modulação Vibe para do filtro para cima e para baixo para que
na seção de Effects. Para enriquecer o som a pedaleira do navegador. ele enfraqueça entre os filtros. Este pode
do seu patch, aumente o controle do Sine • Arraste o pedal divisor (splitter pedal) ser um ótimo parâmetro para automatizar!
Level para uma hora. Isto adiciona uma para a pedaleira e o solte à esquerda do (Veja o exemplo 2 no projeto que
onda senoidal na frequência do oscilador 1. Double Dragon. O Logic cria um mixer à acompanha o Logic.)
direita. • Depois de encontrar uma mistura de
• Suba até a seção de distorção e a • Altere os efeitos de distorção e modulação configurações de filtro que funcione,
configure para Soft. e use o pedal do mixer para misturar o salve-a como um Channel Strip Setting.
• Vire o controle de Distortion só um pouco som com efeitos, com o som do
para cima, para engrossar o patch, e baixo original.
configure o controle de Tone para o meio
do seu movimento. Agora vamos ‘engrossar’ a parte do
• O ES2 tem uma opção de efeitos de baixo com o plug-in Stereo Delay
Chorus, Flanger e Phaser. Experimente do Logic no slot de insert dois.
adicionar o efeito Phaser. Delays curtos oferecem uma ótima
• Depois de ter resolvido suas configurações maneira de engrossar uma parte do
finais, salve o seu patch básico como baixo sem empurrá-lo para trás da
WOB1. mixagem da maneira que o reverb
faz com frequência.
Agora vamos compensar os efeitos internos
bastante básicos do ES2 usando os plug-ins • Chame o plug-in Bitcrusher
do Logic para melhorar o som do patch. do Logic e o solte no slot de
Vá para o channel strip e, no primeiro insert três. Vamos usar isto
slot de insert, escolha Amp e Pedals / para adicionar um pouco de O plug-in Bitcrusher pode produzir alguns efeitos ótimos de distorção
e clipping, dando um timbre mais agressivo aos sons do baixo
Pedalboard. O efeito de insert Pedalboard agressividade e agudo, graças a
oferece ótimas oportunidades para cadeias um pouco de clipping, com critério, claro. Mais uma vez, duplique o track.
de efeitos paralelos, que são perfeitos • Chame um plug-in de equalização para • Para gerar algumas variações no seu
para adicionar um pouco de distorção e reduzir um pouco do grave e adicionar patch, volte para o oscilador 2 e, tocando
modulação suaves ao nosso patch. Muitas um pouco do agudo (veja o exemplo 1 no um riff de baixo, navegue pelos 100
projeto que acompanha o Logic para o Digiwaves.
channel strip já concluído).
• Agora salve isto como um Channel Strip Você vai descobrir que mudar a onda do
chamado WOB1. modulador pode ter um efeito dramático no
som do seu patch, dando algumas variações
Variações legais no timbre que você pode querer salvar.
Agora vamos voltar para o ES2 e produzir Varie também a quantidade de modulação de
algumas variações; você vai precisar copiar FM; geralmente você vai descobrir que sons
o channel strip existente para um track novo mais brilhantes e com mais zumbido exigem
indo ao menu Track e selecionando New mais FM, enquanto que sons mais suaves e
With Duplicate Setting. mais encorpados são criados com menos.
Existem muito mais coisas que podem
• No ES2, ajuste o filtro para uma ser conseguidas com o ES2 e a suite
configuração Parallel. extraordinária de plug-ins do Logic que
• Torne o Filter 1 um filtro band-pass esta matéria mal dá conta, então, realmente
Os efeitos embutidos do ES2 vão nos ajudar a e dê a ele um corte de médios, uma continue experimentando. No meio tempo,
começar a engrossar o som do nosso baixo de dubstep quantidade pequena de ressonância e curta os seus novos baixos de dubstep!

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 133


TÉCNICAS / AO VIVO

O DJ ao vivo
Os DJ’s podem aproveitar bastante o
Ableton Live. Vamos explicar como.
SIMON LANGFORD com). Depois de determinar
o tom de um track, pode
ser bastante útil renomear

N
a nossa primeira matéria sobre o arquivo para incluir estas
as técnicas de DJ com o Ableton informações; por exemplo, ‘A
Live (na edição de julho da SOS), (Lá) menor: Banda Legal: Ótimo
cobrimos o básico sobre montar um set Track.MP3’. Se você colocar
de DJ bastante parecido com o setup o tom no começo do nome do
tradicional de ‘dois discos e um mixer’ arquivo, isso também ajudará você
no Ableton Live. Mas só fazer isso seria ao procurar tracks, já que todos os
uma grave sub-utilização dos recursos tracks no mesmo tom serão agrupados
disponíveis a você como um DJ! O Live juntos quando você organizar a pasta
é capaz de muito mais, então desta vez alfabeticamente. Este é um exemplo da Camelot Wheel, que pode
daremos uma olhada em algumas coisas Para nos ajudar a entender quais tons ajudar você a encontrar tons harmonicamente
compatíveis, de maneira rápida e fácil, para
que o Live pode fazer que seriam difíceis, são relacionados, um sujeito muito gentil
propósitos de mixagem harmônica
se não impossíveis, com um setup de DJ com o nome de Mark Davis inventou uma
mais tradicional. coisa chamada Camelot Wheel (nomeada
por causa da mesa redonda da mitologia maiores relativos dos três primeiros).
Mixagem harmônica arturiana: ver imagem acima). O princípio Agora, tudo isso é possível com um
O princípio por trás da mixagem da Camelot Wheel é bastante simples. setup convencional de ‘discos e mixer’,
harmônica é simples: se você tocar Cada setor da roda tem um tom interno mas você provavelmente não pode mudar
canções que estejam nos mesmos tons e externo: as seções interna e externa o tom de uma canção. No Live, você pode
ou harmonicamente relacionados, as são simplesmente tons maiores e os tons realmente transpor as canções (dentro do
suas mixagens vão soar muito mais menores relativos, e cada setor contém razoável, é claro). Se você estiver tocando
suaves. Se você tiver formação clássica, um par de tons, um para cada nota de C uma canção que esteja em G (Sol) maior
tons relacionados vão ser uma segunda (Dó) a B (Si). (Veja o box ‘Relativos bem- e a próxima canção que você realmente
natureza para você, mas, mesmo se tiver vindos’ para mais informações sobre tons quer tocar estiver em E (Mi) maior, isso
um conhecimento limitado sobre teoria musicais em geral.) pode ser um problema com discos
musical, você não precisará passar horas Usando esta roda e o simples fato normais, mas com o Live você pode
estudando para poder começar a usar de que quaisquer seções adjacentes simplesmente transpor o próximo track
esta ideia. dela devem produzir uma mixagem de para dois semitons abaixo, para mudar o
Para começar, você precisa saber o som suave, podemos começar a montar tom para D (Ré) maior, e pronto!
tom de cada track. Para resolver isso, você mixagens com facilidade comparativa. Se,
pode usar os seus ouvidos e conhecimento por exemplo, estivermos tocando uma
Remixando ao vivo
musical ou (possivelmente de maneira canção que esteja em E (Mi) menor, uma Na minha última matéria sobre DJs, eu
mais rápida e fácil) usar um programa olhada rápida na roda nos mostraria que mencionei bem rapidamente a prática de
como o Mixed In Key (www.mixedinkey. devemos escolher uma canção que esteja configurar um loop no fim de cada track
em E (Mi) menor para atuar como um tipo de ‘rede de
(obviamente!), B (Si) segurança’, evitando que tracks acabem
menor, A (Lá) menor, antes de você ter mixado o próximo
G (Sol) maior, D track. Mas o DJ criativo pode levar esta
(Ré) maior ou A (Lá) ideia mais além... muito mais além. Como
maior (os três últimos você sabe, em cada track no Live existem
sendo os tons vários ‘slots’. Na última matéria, demos
uma olhada em como inserir canções em
Se você souber o tom dois destes slots, cada um funcionando
de uma canção que quer como um disco tradicional. Desta vez,
tocar, você pode usar a vamos usar um track separado para cada
opção Transpose na caixa canção. Isto resultará em uma sessão mais
Clip Properties para complexa no Live e exigirá um pouco mais
mudar o som, dentro
de planejamento, mas os resultados podem
do razoável, para deixar
a mixagem harmônica ser espetaculares. Está disposto? Então
muito mais fácil vamos lá!

134 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Comece criando um novo track de introdução, verso um, refrão um,
áudio (Ctrl/Apple-T) e carregando uma verso dois, refrão dois, pausa, refrão Relativos bem-vindos
canção ao primeiro slot. Supondo que três, final, etc. Se você tentar quebrar Para quem ainda não sabe, todo tom
ela esteja corretamente mapeada pela toda canção que tocar desta maneira, musical tem outro ‘tom relativo’. Eles
batida e alinhada para pontos de partida, você tem uma ideia do que cada são tons relativos menores se você está
podemos rapidamente configurar um botão no seu controlador representa atualmente usando um tom maior, ou tons
loop no final desta canção (a rede de simplesmente sabendo o seu número. relativos maiores se você está atualmente
usando um tom menor. Isto é muito fácil
segurança, de novo) e aí este clipe se Depois de acostumar com este setup,
de entender se você olhar o tom de C (Dó)
torna a canção inteira, que podemos você pode facilmente criar uma sessão maior e seu tom relativo menor de A (Lá)
tocar conforme tocaríamos normalmente do Live com, literalmente, centenas de menor. Examinando as notas que compõem
uma canção. Mas se depois fizermos canções pré-cortadas e editadas, prontas o C (Dó) maior em um teclado de piano,
um ‘copiar e colar’ em um slot vazio, para usar (não existe nenhum limite para podemos ver que a sequência vai de C,
podemos começar a usar a criatividade... o número de tracks de áudio que você D, E, F, G, A, B, C (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol,
Lá, Si, Dó). Embora a escala comece em
No segundo clipe, configure pontos pode ter no Live 8). Depois, quando você
uma nota diferente, as notas usadas são,
diferentes de começo e/ou fim. estiver tocando o seu set, simplesmente na verdade, as mesmas. Então qualquer
Basicamente, vamos cortar seções fora da mova para o track que quer tocar a seguir, canção que esteja em A (Lá) menor vai
canção principal como clipes diferentes: o atribua ao lado relevante do crossfader usar as mesmas notas em uma canção em C
por exemplo, podemos começar pegando (A ou B - veja a matéria sobre DJ na edição (Dó) maior e vice-versa. Este princípio se
a seção da introdução, depois fazer de julho para mais informações sobre aplica a todo tom maior e todo tom menor.
A diferença entre A (Lá) menor e C (Dó)
outra cópia do clipe da canção inteira isso), certifique-se de ter o track correto
maior é puramente uma ‘sensação’. Uma
mas desta vez configurar os pontos de selecionado e pronto!
canção em um tom menor vai parecer mais
começo e fim para usar só o primeiro Esta técnica realmente abre as melancólica que uma em um tom maior,
verso. Um terceiro clipe pode usar só o possibilidades criativas para os seus sets, mas do ponto de vista de um DJ, as duas se
primeiro refrão (talvez com aquela seção porque você pode estender tracks ou misturariam muito facilmente.
inteira configurada para loop). Um quarto reeditá-los literalmente conforme toca,
clipe pode então usar o segundo verso, em resposta às reações da plateia. Como tocando. Também existem envelopes do
e assim por diante. No fim, vamos ter exemplo, esta técnica torna uma brincadeira clipe que podem ser usados para dar
um conjunto de clipes (além do clipe da de criança repetir um refrão enquanto a uma manipulação mais controlada do
‘canção inteira’) que, quando tocados plateia estiver gostando dele. Por outro áudio (veja a matéria de workshop do
em sequência, se juntam para formar lado, se a plateia parecer não reagir muito Live na edição da Sound On Sound de
a canção inteira de novo, mas que, bem a uma canção, você pode fazer uma fevereiro de 2009 para mais detalhes).
como são clipes separados, podem ser edição ao vivo dela, pulando uma seção, Existe também a possibilidade de
reordenados, transformados em loops e para que a canção problemática acabe mais configurar uma biblioteca inteira dos
misturados entre si. cedo e você não tenha que mixar em cima seus próprios loops de percussão ou
de uma seção dela. bateria, ou até partes musicais (como
Tornando o controle dados MIDI ou áudio), que depois você
Tudo isto pode ser feito usando só
Só a ponta do iceberg pode usar para sobrepor nas canções
um mouse, mas agora existem vários Mais uma vez, eu acho que mal ‘arranhei que estiver tocando.
controladores USB projetados para usar a superfície’ do que é realmente possível O Live 8 realmente representa um
com o Live que têm uma matriz de botões para o DJ criativo com o Ableton Live. admirável mundo novo para o DJ moderno,
que podem ser usados para acionar clipes Nem esbarramos nos vários plug-ins de então lembre de se divertir, experimentar,
em tracks individuais no Live. Um deles, efeitos do Live que podem ser usados usar a criatividade e ver onde o Live 8 pode
o Akai APC40, tem uma matriz de oito para reordenar, distorcer, dar efeito levar você e a sua plateia da próxima vez
fileiras de cinco botões. Isto permite a e modificar as canções que você está que você tocar!
você começar os primeiros cinco clipes
em cada um de oito tracks. Se tiver mais
de cinco clipes em um track, você usa
os botões do Bank
Select para mover os Aqui você pode ver
clipes para cima ou várias cópias diferentes
para baixo e para a da mesma canção
esquerda ou direita carregadas uma
embaixo da outra em
nos tracks.
um canal de áudio.
Para poder usar Cada cópia pode ter
esta abordagem de posições de loops
maneira mais eficaz, diferentes de começo
faz sentido se cada e fim armazenadas, e
canção for cortada cada seção pode então
em clipes de ser acionada como você
quiser, para permitir
maneira consistente.
remixagem ao vivo,
Por exemplo; mudando a ordem de
canção inteira, execução das seções

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 135


TÉCNICA / REAPER

Voe mais alto


MALCOLM JACOBSON

S
e você usa loops como parte
do seu processo de produção,
provavelmente já ouviu falar
do player de loops Dr OctoRex, agora
disponível na versão mais nova do Reason
A cópia do Dr OctoRex loop player do
da Propellerhead. Uma atualização do
player Dr Rex clássico, o Dr OctoRex tem
Reason com o Takes and Items do Reaper.
um conjunto de recursos poderosos para
trabalhar com loops, incluindo acesso áudio pré-gravados – por exemplo, loops – Items/envelopes/markers’ na barra Project
a vários slots de loop, a capacidade de com cada Item contendo qualquer número Settings embaixo do menu File para ‘Beats
processar ‘pedaços’ individuais no modo de Takes. Os Items podem ser divididos (position, lenght, rate)’.
Slice Edit e a capacidade de convocar (conforme necessário) e cada Take em um Você precisará criar uma seleção que
qualquer um dos loops carregados de uma Item pode ser processado por qualquer um combine com o comprimento dos loops
seção de Pattern/Loop no sequenciador. dos efeitos internos ou externos (hardware) com os quais você trabalha. Esta deve
Embora quem usa o Reaper com uma disponíveis ao sistema do seu Reaper. Os ter o comprimento do seu maior loop. Se
licença do Reason 5 possa ter acesso a arranjos podem ser construídos selecionando você carregar um loop de dois compassos
todos os recursos do Dr Octo Rex via Takes em uma lista drop-down. em um Item de oito compassos, o Reaper
ReWire, você pode ficar surpreso em saber Embora cada Item possa conter vários automaticamente aumenta o loop de dois
que o Reaper já oferece muitas funções Takes, os Takes não podem passar dos compassos para se encaixar no comprimento
parecidas para produção de loops, pelo limites do Item. Ajustar os limites do Item – de oito compassos. Mas se você carregar
sistema Items e Takes. por fades, splitting ou looping – afeta todos um loop de oito compassos em um Item
O sistema Item/Take do Reaper fornece os Takes no Item. de dois compassos, o Reaper aumenta a
uma ferramenta rápida e poderosa para Para usar o sistema Take para produção de velocidade de reprodução do loop para que
produção baseada em loops. Nesta loops, você pode imaginar cada Item como o todo o áudio original toque no novo limite
matéria, vamos mostrar a você como equivalente de um Dr OctoRex Loop Player e de dois compassos. Vá para View / Media
carregar os seus loops em Items, chamá-los cada Take em um Item como um Loop Slot. Explorer para selecionar todos os loops que
na timeline e emular alguns dos grandes você quiser agrupar para reprodução: por
recursos do Dr OctoRex.
Loop e carregamento exemplo, um conjunto de loops de Bass ou
O primeiro passo é criar uma biblioteca de Drums que talvez funcionem bem juntos
Tire vantagens Items contendo seus loops preferidos. Eles como parte de um arranjo.
O sistema Take do Reaper está ligado a se tornam os blocos de construção que
Items de mídia. Projetado originalmente você usa ao criar arranjos. Para carregar o • Clique com o botão direito em um dos
para gravação de overdubs, o sistema Take seu primeiro conjunto de loops, crie um loops selecionados e escolha ‘Insert at
também pode ser usado com arquivos de projeto novo e configure ‘Timebase for time selection (stretch/loop to fit)’. Os
loops selecionados vão ser adicionados
à playlist como track separados, com
extensões ou loops automáticos para
caber na seleção do tempo.
• Selecione todos os Items, depois clique
com o botão direito no Item de cima
e vá para ‘Take / Implode Items across
tracks into Takes’. Os Items selecionados
são movidos para o track selecionado,
com cada loop se tornando um Take (ou
slot) separado em um Item novo.
• Dê ao track um nome que reflita o
conteúdo dos loops no Item, como ‘Up-
tempo Drums’ (“bateria ritmada”).
• Clique com o botão direito no Track
Control Panel e selecione ‘Save tracks as
track template’.
• Na janela ‘Save track template’, digite
um nome de arquivo descritivo para o
template e selecione a opção ‘Include
track Items in template’, depois clique
em Save. Isto cria um template de track
que pode ser usado em qualquer projeto
Você só pode trabalhar com vários Takes contidos
futuro para carregar o Item e os loops
em um Item único. Usar este sistema de maneira
associados.
criativa pode apresentar possibilidades reais para
trabalho baseado em loops • Repita este processo para cada grupo

136 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


de loops que você quiser usar na sua
biblioteca.
É importante notar que, embora os Track
Templates carreguem os Items e os loops, os
templates em si são só um arquivo de texto
que referencia a localização da mídia original.
Mudar a localização da mídia original vai
danificar seus templates. Se você carregar um
template e o Reaper não conseguir localizar
o arquivo original, ele vai pedir que você
procure arquivo(s) associado(s).
Como com qualquer biblioteca, vale a
pena passar um tempo organizando onde
e como você vai armazenar seus arquivos
fonte, antes de começar criar links com eles.

Fazendo loops
Você pode criar arranjos interessantes mudando o loop ativo conforme você passa pela música.
Depois de criar os seus grupos de
loops (templates de tracks), você pode quiser clicando com o mouse. Uma boa efeitos a um loop, clique com o botão
começar a se divertir esboçando arranjos dica é usar os Markers para navegar direito no Take e selecione ‘Take / Show
rapidamente. Templates salvos podem ser rapidamente pelo arranjo ao criar os FX chain for active Take’. Qualquer um dos
carregados em qualquer projeto novo ou seus pedaços. efeitos internos ou externos acessíveis ao
existente. Para começar a construir uma • Repita este processo para o resto do seu sistema, pode ser aplicado ao Take.
nova música, faça o seguinte: arranjo. Você pode mudar o arranjo Para editar o envelope em um loop, clique
a qualquer momento, selecionando com o botão direito no Take e selecione
• Crie um projeto novo. qualquer um dos outros Takes nos Items. ‘Take / Take volume envelope’, ‘Take pan
• Selecione: Track / Insert Track from envelope’ ou ‘Take mute envelope’.
template / Open template.
Modo Slice Edit De maneira parecida, você pode editar
• Selecione o primeiro template de grupo Adicione uma variação ao seu arranjo o áudio em cada Item sem afetar nenhuma
de loops que você quiser usar e clique utilizando o poder de processamento de outra parte. Quer mover o loop do baixo
em Open. O Item, com todos os loops Item e Take. Cada Take no Item do Reaper um pouco antes para uma instância?
incluídos, é inserido no seu projeto, pode ter sua própria cadeia de efeitos, Simplesmente segure a tecla Alt e arraste a
pronto para ser usado. volume, pan e envelope mudo (mute). waveform para mover o offset de início do
• Repita este processo para cada grupo de Eles podem ser aplicados em uma divisão loop para frente ou para trás no Item.
loops que você quiser usar no projeto. de cada vez e também podem ser salvos Precisa criar uma linha de baixo
como parte do template original ou novo. melódica, mas só tem um loop de nota
Com os grupos de loops importados para Você pode adicionar um efeito para uma única? Mude o pitch, selecionando o Take,
um projeto, você pode começar a usar instância do loop no arranjo sem afetar depois aperte F2 e ajuste o valor de ‘Pitch
o poder do recurso Take do Reaper para nenhuma outra instância (Items). adjust (semitones)’ para cima ou para baixo
construir arranjos rapidamente. Para adicionar uma cadeia de conforme necessário.
Para estender os loops ao longo da
duração da sua música, arraste o lado direito
do Item para o fim da canção. Agora você
tem acesso a qualquer um dos loops no
Item, em qualquer ponto na canção. Se os
loops originais não combinarem com o ritmo
do novo projeto, segure a tecla Alt e arraste
para mudar a velocidade da reprodução de
cada loop no Item, para combinar com o
novo ritmo. Para criar arranjos mudando o
loop ativo, siga estes passos:

• Selecione o Item e depois clique na


primeira parte do arranjo onde você
quer alterar.
• Digite ‘S’ para dividir o Item neste ponto.
• Selecione o Take que contém o loop
que você quer reproduzir no menu que
aparece ao clicar no botão direito do
mouse ou, se tiver a opção ‘Show all
Takes in lanes (when room)’ ativada,
você pode selecionar o loop que Takes individuais podem ser alterados usando efeitos e envelopes

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 137


TÉCNICA / CUBASE

Medição prática
Saber como interpretar e agir nos
medidores de nível do Cubase pode
ajudar você a fazer melhores mixagens.
M AT T H O U G H T O N medidores, mas O Cubase permite mudar a
é bastante fácil aparência e o comportamento

T
odo pacote de DAW digno do nome adicionar plug- dos seus medidores
inclui medidores de pico digitais, seja ins de terceiros mixer analógico, você monitora as entradas
em um mixer, em canais individuais ou para fazer o trabalho (eu vou apresentar do canal, para garantir que o sinal não
em ambos – mas com que frequência você algumas opções daqui a pouco). está clipando ao entrar, e configura cada
realmente os usa para algo além de uma Você também precisa saber de onde processador para que o sinal esteja perto
exibição de luzes verdes e vermelhas? Prestar qualquer medidor está tomando a sua leitura: do ganho de unidade (unity gain). Desta
mais atenção aos seus medidores (meters) – e é na entrada do canal, antes de todos os slots maneira, você pode fazer o patch para
olhar mais além de simplesmente onde eles de insert, depois dos inserts, ou depois do dentro e para fora sem afetar o nível, e ouvir
‘clipam’ – pode levar a mixagens melhores. fader? Isso faz uma diferença enorme! (ou ver nos medidores do grupo) se você
Quando eu digo ‘clipam’, o Cubase Uma última coisa a dizer sobre medidores está ‘fritando’ demais as coisas: você não
na verdade não clipa o sinal durante o de pico em geral, é que eles são uma vai realmente precisar de medição do canal
processamento: o seu mecanismo de 32 ou ferramenta bastante cega e nem sempre pós-fader. Mas o medidor do bus estéreo é
64 bits pode acomodar níveis muito mais vão dizer a você se o sinal vai clipar. É configurado para pós-fader, para que você
altos. Mas quando você faz o bounce de perfeitamente possível existir um material possa ver o que acontece fora da mesa.
qualquer processamento para arquivos de que não registre clipping em um medidor É uma abordagem sensata para seguir no
24 bits (ou talvez 16 bits), ou quando o sinal de pico convencional, mas que vai distorcer Cubase, mas eu realmente acho as coisas um
passa por quaisquer fases de conversão ao passar pelo conversor D-A, já que pouco diferentes em qualquer outra DAW
A-D ou D-A (se você estiver usando efeitos o conversor ‘desenha’ o pico da curva moderna. Para começar, provavelmente você
externos, por exemplo), o arquivo de representada pelo sinal do áudio digital. não consegue ver todos os seus medidores
áudio não pode armazenar todas aquelas Nesta matéria, eu vou falar sobre algumas de bus e canal de uma vez – então faz
informações – e você vai acabar com estratégias para obter o máximo possível dos sentido exibir os níveis do canal pós-panner
clipping. É isto que eu tenho em mente medidores de nível embutidos do Cubase ou pós-fader ao mixar. Desta maneira, você
quando falo sobre clipping nesta matéria. e vou recomendar alguns plug-ins grátis, ou sabe que não está fritando demais as coisas
No Cubase 5, os medidores de nível do baratos, que podem ajudar você a tampar as com processamento antes de o sinal ir ao
canal são medidores de pico digitais: eles lacunas onde o Cubase não for suficiente. fader, ou do fader para o bus. No master
mostram a você a que proximidade os picos bus, grupo ou canais de efeitos, eu também
mais altos de cada track estão do clipping, e
Os medidores embutidos quero saber se o sinal está clipando ao
se eles clipam, existe um indicador de ‘LED Por padrão, os medidores do Cubase entrar, e muitas vezes vou contar com um
virtual’ na parte de baixo do medidor que vai são configurados para mostrar o nível medidor dedicado no último insert no bus
permanecer vermelho – uma indicação de que de entrada em cada canal. Isto pode ser estéreo para monitorar o nível da saída.
você deve recuar um pouco as coisas. Eles são mudado clicando com o botão direito em
ajustáveis até certo ponto, como eu vou explicar qualquer fader, no momento em que você
Cor e calibragem
na sequência, e configurá-los para saber o que for apresentado à opção de configurar todos Todos os medidores de nível do Cubase
eles estão dizendo a você é importante. os medidores como pré ou pós-fader, ou são apresentados como colunas de plasma
Mas de qualquer modo que você os pós-pan. Não existe nenhuma opção para virtual, com quatro cores diferentes e um LED
calibre, tais medidores dizem pouquíssimo fazer isto individualmente para cada medidor; de clipe virtual dedicado. Se você for para
sobre o ‘volume’ das coisas. Até o transiente tal opção poderia rapidamente ficar confusa, Cubase/Preferences/Appearance/Meters
inaudível mais curto pode clipar sem você mas seria legal poder mudar o master e (Mac) ou File/Preferences/Appearance/Meters
realmente perceber e pode ser que o nível canais de grupo de maneira independente, (PC), você vai encontrar a opção para mudar
médio seja na verdade, bastante baixo. Em para que você pudesse monitorar entradas qualquer uma das quatro cores e mover o
outras palavras, você pode ter dois canais, do canal e saídas do bus, ou vice-versa. A ponto de mudança das cores (níveis).
ambos com a mesma leitura de medição, opção pré-fader exibe o nível da entrada Isso não é só uma opção estética. Por
mas um muito mais alto do que o outro; antes de qualquer processamento; a opção exemplo, se você deixar os ‘pontos de
ou um sinal só alcançando -20dBFS e o pós-pan exibe o nível do sinal depois dos retorno’ espaçados, a transição entre cores
outro alcançando 0dBFS, mas o de -20 na inserts e ‘controle’ de pan, e a pós-fader exibe é bastante gradual, ficando mais vermelha
verdade soando mais alto! Para monitorar o exatamente o esperado. Cada configuração (usando o esquema de cores padrão)
volume, você precisa de um tipo diferente de tem suas utilizações em fases diferentes nos conforme o sinal fica mais quente. Se, ao
medidor que funcione em níveis médios - um processos de gravação e mixagem. contrário, os colocar próximos, em pares,
medidor PPM ou VU. O Cubase não inclui tais De maneira convencional, com um você tem uma indicação muito mais clara de

138 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Quem precisa ver vermelho, a real (a não ser que usado como um efeito
não ser que esteja chegando ao intencional) vai ‘doer’ aos seus ouvidos.
clipping? Mudando as cores e Se os seus plug-ins não incluem os
calibragem dos medidores do
medidores necessários, tente inserir o
Cubase como mostrado na tela
anterior, eu posso facilmente ver Compressor do Cubase com o threshold
quando um sinal alcança -18dBFS, configurado para o máximo (para que ele
além de quando ele clipa não interfira no áudio) e use o seu medidor:
simplesmente o arraste no seu projeto para o
O Cubase carece de qualquer medição tipo VU
quando um certo nível (não slot de insert adequado quando você quiser ou PPM, e o plug-in Vintage Meter freeware da
pico) está sendo alcançado. verificar os níveis. Audioware pode preencher esta lacuna.
Está longe do convencional,
mas eu acho esta última
Ferramentas de terceiros para esteja tentando fazer qualquer masterização
abordagem útil, porque eu medição (metering) ou ‘finalizando’; nesta fase, normalmente,
posso calibrar as coisas para Como eu mencionei, a medição de pico não você não faz isso, já que precisa de ouvidos
facilmente configurar tracks de é a única forma existente. Algumas formas de ‘descansados’ para estas tarefas.
bateria individuais para pico medição de nível médio, como um medidor Mesmo assim, às vezes, você pode achar
não maior do que -12dB pós-fader, sem ter PPM ou VU, vão dar a você uma indicação que a sua mixagem está com clipping na fase
de olhar os valores numéricos em cada track. muito melhor do volume relativo de sinais de entrada do bus, e o Cubase dá a você
Desta maneira, eu posso ficar mais confiante diferentes, porque não estão medindo os algumas opções para lidar com isso. Primeiro,
de estar deixando headroom suficiente no bus transientes em escala total. Então, contanto você pode reduzir o nível de todos os canais
da bateria, sem ter de rolar ao longo de um que você deixe headroom suficiente para passando pelo bus – mas, qualquer que seja a
mixer cheio e olhar o próprio bus. estes transientes, a medição média é uma maneira que você escolher para isso, será uma
ferramenta de mixagem muito mais útil. O perda de tempo depois que você começar a
Medidores via Plug in: preste Vintage Meter freeware (multi plataforma) da usar automação ou processamento sensível
atenção! PSP Audioware (www.pspaudioware.com/ ao threshold em grupos ou canais de efeitos.
Cada canal no Cubase tem um controle de plugins/tools_and_meters/psp_vintagemeter) Como alternativa, você pode usar o controle de
ganho de entrada, um fader de nível e seis pode ser configurado praticamente da corte de entrada no topo do bus para atenuar
inserts pré-fader e dois pós-fader. Existem mesma maneira que um medidor analógico. o sinal antes de qualquer processamento. Dado
mais oportunidades que eu me importo de Ao se tratar de distorção entre samples, a o processamento de ponto variável (floating-
contar para empurrar sinais ao clipping. Então, SSL oferece outro medidor freeware chamado point processing), esta é uma abordagem
com a medição disponível diretamente no X-ISM (www.solid state logic.com/music/x perfeitamente aceitável – mas desnecessária
Cubase apenas em três pontos na cadeia, vale ism/index.asp), que simula o processo feito se você acertar os níveis em primeiro lugar! Por
a pena olhar mais de perto na estrutura de por um conversor D-A e avisa quando o sinal fim, você pode usar o ganho de entrada do
ganho nas suas cadeias de plug-in. analógico recriado passa de 0dBFS, apesar de primeiro plug-in de insert no bus para atenuar
A abordagem de ganho de unidade o medidor de pico digital dizer a você que o o sinal, o que é basicamente a mesma coisa.
(unity-gain), discutida antes, é uma boa prática sinal permaneceu no limite. Além disso, não esqueça do conselho que eu
a ser utilizada, mas não é a única maneira de Existem muitas ofertas comerciais que já passei sobre monitorar os níveis de entrada e
trabalhar. Alguns fabricantes oferecem um você pode conferir, se sentir necessidade, saída dos seus plug-ins de insert, porque isto se
medidor de entrada e saída como padrão de empresas como RNDigital e Waves, por aplica tanto para os seus plug-ins no master bus,
nos seus plug-ins, e eles podem ajudar você exemplo, mas também vale a pena dar uma quanto para quaisquer outros.
a conseguir um resultado mais nítido e mais olhada no conjunto de outros plug-ins que
satisfatório do seu processamento: o resultado você já tem: alguns deles incluem opções de
Mas está tão silencioso!
final é que você realmente não deve estar medição bastante sofisticadas. Por exemplo, eu Se você está acostumado a rodar tudo
‘clipando’ em nenhuma fase, porque enquanto uso o Precision Limiter da Universal Audio para muito ‘quente’ e começar a trabalhar
o equipamento analógico pode distorcer de medição com a mesma frequência que o uso da maneira que eu descrevi, você pode
maneira musicalmente agradável, e também para a sua função pretendida como um limitador. achar que as coisas parecem ficar bastante
os plug-ins de modelagem analógica podem silenciosas – e assim menos ‘impressionante’
imitar este comportamento, o clipping digital
O Master Bus Estéreo do que o normal. A solução é aumentar os
A estratégia de ganho que eu descrevi é seus amplificadores ou monitores, não os
Clicar com o
parecida com a que você usaria em um faders do Cubase! Você pode ter os níveis de
botão direito
em um medidor console analógico, e se trabalhar desta volta durante o processo de masterização e,
exibe opções maneira, deve descobrir que tem bastante como resultado, uma mixagem melhor.
para selecionar o headroom no canal master, o que significa Os medidores só podem ajudar você até
ponto na cadeia que você pode fazer o bounce da sua certo ponto, e realmente não existe nenhum
do sinal, do qual mixagem, ou qualquer parte do seu projeto, substituto a usar os seus ouvidos – mas
os medidores
sem medo de clipping. Você terá bastante os medidores no Cubase estão ali por um
tomam suas
espaço para processar a mixagem inteira motivo e vale a pena entender o que eles e
leituras
durante a masterização. Para trabalhar desta quaisquer outros medidores estão dizendo
maneira, você deve visar um nível médio a você: eles não só podem ajudá-lo a evitar
de algo na ordem de -18dBFS na fase de o som indesejado de clipping digital, como
entrada no bus master e praticamente o também podem realmente ajudá-lo a criar
mesmo na fase de saída – a não ser que você uma mixagem melhor de qualquer track.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 139


TÉCNICA / PRO TOOLS

Fazendo mixagens de monitor


MIKE THORNTON
Como qualquer mixer ‘físico’, o mixer

U do Pro Tools pode ser usado para dar


ma parte vital de qualquer sessão de
gravação é garantir que os músicos
possam ouvir a si próprios e uns aos músicos, exatamente o que eles
aos outros, junto com quaisquer tracks pré-
gravados que eles estejam acompanhando. querem na sua sessão...
Normalmente isto envolve configurar
uma ou mais ‘mixagens de monitor’ Como em qualquer mixer,
para deixar os músicos ouvirem o as mixagens de monitor são
configuradas no Pro Tools
que eles precisam.
usando mandadas auxiliares.
A maioria dos consoles de Aqui eu estou configurando duas
mixagem, fornece várias mandadas mixagens de monitor, uma para
auxiliares de cada canal, que podem os músicos e uma para o regente
ser usadas para configurar mixagens
de monitor e mandadas de efeitos. nomes sensatos.
O mixer do Pro Tools não é diferente Se você clicar em uma
neste aspecto – exceto que, sendo mandada atribuída (como
um mixer software, existe um pouco ‘Studio cans’ na primeira
mais de flexibilidade do que muitos tela), uma janela Send
mixers de hardware proporcionam. ‘flutuante’ será aberta. Você Direcionar mandadas para buses em vez de
Agora o Pro Tools oferece até pode colocar esta janela em diretamente para saídas, permite muito mais
10 mandadas diferentes por canal, qualquer lugar na sua tela. flexibilidade ao configurar mixagens de monitor.
Note a importância de nomear buses e saídas
que você pode configurar da Na parte de cima você tem
maneira que se adequar às suas as informações relevantes de entrada auxiliar de qualquer mixagem
necessidades. Elas são agrupadas sobre direcionamento e de monitor: caso contrário, quando você
em dois conjuntos de cinco: atribuição, seguidas por cinco isolar um track na mixagem principal, ele
Mandadas A a E e Mandadas F a J. botõezinhos. Nem todos vai silenciar o track de entrada auxiliar
Para vê-las, ative-as em Mix Window eles são importantes para configurado como um track de volume master
Views no menu View. criar mixagens de monitor: da mixagem de monitor, e aí os músicos não
Para criar uma mandada, clique talvez o mais importante vão ouvir nada! Para isolar um track com
na área selecionada na fileira da seja o Pre, a seleção de segurança (solo-safe), clique segurando a
mandada escolhida, aí você pode pré-pós convencional que a tecla Ctrl (Windows) ou a tecla Command
escolher para onde ela é direcionada. maioria dos mixers tem em (Mac) no(s) botão(ões) solo em questão.
Você pode escolher uma saída como mandadas auxiliares. Quando
destino, mas eu sempre seleciono este botão está aceso, o aux
Mandadas múltiplas
um bus: isto significa que eu também é alimentado antes (pré) do Quando um músico pede “um pouco mais de
posso criar um track de Auxiliary fader do canal. Isto permite teclados” ou “um pouco menos de bateria”,
Input para atuar como volume master para criar uma mixagem usando os faders principais, você pode clicar na atribuição apropriada
aquela específica mixagem de monitor. Eu tendo a certeza de que isto não vai afetar as para que a janela Send apareça, fazer o ajuste,
configuro a entrada deste track para ser o bus mixagens de monitor. Este é o modo normal fechar a janela de mandada e continuar
e envio sua saída para uma saída da minha para mixagens de monitor. trabalhando. Mas isto pode ser um pouco
interface do Pro Tools, que passa pelos meus FMP é a sigla para Follow Main Pan e lento e existem duas maneiras possíveis de
amplificadores de fones de ouvido. permite ligar os controles de pan para que a trabalho que podem agilizar este processo.
Vale muito a pena nomear tudo, incluindo mandada auxiliar espelhe as configurações de As janelas de mandadas têm um botão de
tracks auxiliares, buses e saídas. Você pode pan dos controles de pan do canal principal. Target exatamente como janelas de plug-
renomear um track clicando duas vezes no Depois de ativar este recurso, você vai ver ins, então é possível abrir mais de uma ao
nome do track na janela Edit ou Mix e dando que os controles de pan na janela flutuante mesmo tempo. Depois de abrir a primeira,
um nome sensato. Para as saídas e buses, Send ficam apagados. clique no botão Target para que ele não fique
você precisa usar a opção I/O no menu Setup. É crucial ativar o Solo Safe em tracks mais aceso em vermelho. Agora você pode
Para renomear um bus, selecione a barra Bus
e depois clique duas vezes no nome do bus Automação e mixagens de monitor
na coluna do nome. De maneira parecida,
Todos os níveis de mandada, pans, mutes e etc., é para isso. Muitos dos meus clientes preferem tocar
para renomear uma saída, selecione a barra
claro, podem ser automatizados, mas eu costumo um ralentando no fim de uma canção de maneira
Output e clique duas vezes no nome da saída. evitar isto, já que quando a automação é ativada natural, em vez de seguir um clique programado.
Fazer isto vai significar que, quando você você não pode ajustar o nível simplesmente Para possibilitar isso, eu uso automação para
começar a selecionar buses para os quais movendo o fader – se você tentar, ele simplesmente silenciar o track de Click no ponto adequado, para
enviar, eles vão aparecer nos menus com vai voltar para a posição salva. Existe uma exceção que todos possam sentir o ralentando juntos.

140 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Mandadas usadas para mixagem mandada. Mas em boa parte do tempo você aviso, segurar a tecla Alt (Windows) ou Option
de monitor, normalmente seriam não precisa de mais do que duas mixagens (Mac) vai ignorá-lo e, é claro, você sempre
configuradas para o modo pré-fader de monitor, e você pode ter dois conjuntos pode desfazer este processo se perceber que
de mandadas exibidos nesta visualização cometeu um erro.
abrir outra janela de Send e a colocando um deles em uma mandada no
primeira vai continuar aberta grupo de F a J e o configurando para a Send
Mantenha a simplicidade
(mas normalmente a segunda View adequada. Se você não precisa acessar Eu sou um forte defensor de manter as
vai abrir em cima da anterior, uma Send View diferente no mesmo bloco de mixagens de monitor simples e resistir a
então você terá de mudá-la de cinco, clique segurando a tecla Command/ pedidos dos músicos de “um pouco disto”
lugar). Outra maneira de abrir Ctrl na letrinha e um menu pop-down vai e “um pouco mais daquilo”. Invariavelmente
várias janelas de Send é clicar aparecer, permitindo que você selecione sua você vai acabar com uma mixagem onde
apertando a tecla Shift em vez visualização desejada. os músicos não conseguem mais ouvir o
de simplesmente clicar nas que eles precisam ouvir e o sinal do fone de
mandadas relevantes. Assim
Copiando e movendo ouvido fica cada vez mais alto e começa a
você terá um bloco de janelas mandadas causar problemas de vazamento. Tente limitar
de Send, dando acesso direto a Para ajudar você a configurar rapidamente uma mixagem de monitor às partes essenciais
todos os controles relacionados uma mixagem de monitor, é fácil mover ou que os músicos precisam ouvir para tocar.
a mandadas, diretamente. copiar mandadas por toda parte. Para mover Normalmente isto significa um pouco de
Tudo bem se você só tiver uma atribuição para uma fileira diferente, bateria ou percussão para timing, teclados e
algumas mandadas ativas, mas digamos de ‘A’ para ‘C’, simplesmente clique baixo básicos ou guitarra para afinação e não
se você precisar de acesso no nome da mandada e a arraste para a muito mais, a não ser que exista uma parte
direto a um número grande de localização desejada. De maneira parecida, específica que eles precisem.
janelas de Send, elas podem se você quiser copiar uma atribuição de Ao gravar os vocais, muitas vezes me
encher a sua tela rapidamente. mandada para outro track, clique e arraste pedem para aumentar ou diminuir o volume
Uma maneira melhor, principalmente se o nome da mandada segurando a tecla do ‘track’ – ou seja, de tudo menos do
o espaço da tela for escasso, é ativar o Alt (Windows) ou Option (Mac). Mover ou vocalista. Isto pode ser complicado, já que
modo Sends View em alguma das janelas copiar uma mandada mantém todo o seu normalmente não existe um fader único para
principais. Se você clicar segurando a tecla direcionamento, configurações de nível/pan/ este ajuste. Então eu preciso empurrar a
Command (Mac) ou a tecla Ctrl (Windows) no mute, automação e formato de saída. mandada de todos os tracks um pouco para
pequeno diamante à esquerda do nome de Se precisar liberar recursos do mixer e cima ou para baixo – exceto o track de vocal,
atribuição/assignment (tome cuidado – clicar DSP, você pode desativar uma mandada em é claro – ou aumentar um pouco o master
no nome no lugar do diamante irá silenciar a um canal único ou em todos os canais. Para da mandada e diminuir o nível do vocal na
mandada!), você vai ver que todos os tracks desativar uma mandada individual, clique mesma quantidade, nenhuma delas sendo
exibirão botões, medidores, pans e faders no nome da mandada segurando Ctrl + soluções particularmente ideais. O que eu
em miniatura para aquela mandada. Quando Start (Windows) ou Command + Ctrl (Mac). faço é criar uma submixagem do ‘track’ na
estou gravando, eu deixo minha Sends View Se você quiser desativar uma mandada em mixagem de monitor do fone de ouvido
neste modo, já que eu consigo ir diretamente todos os canais, simplesmente adicione a
Uma maneira fácil
a qualquer controle relacionado à mandada tecla Alt/Option.
de configurar uma
e fazer a alteração adequada de maneira Apenas no Pro Tools HD, você pode copiar mixagem de monitor
muito rápida. O único ponto negativo é que várias configurações e automação do track inicial em um
agora os controles para uma mandada única principal para uma mandada selecionada, equipamento do Pro
ocupam o espaço que antes era tomado permitindo copiar facilmente a mixagem Tools HD, é copiar
por todos os cinco botões de atribuição de ‘bruta’ dos faders para as mandadas como os níveis de fader de
todos os tracks para
ponto de partida para uma mixagem de
uma mandada
Latência e mixagem de monitor monitor. Para isso, escolha a opção Copy to
Qualquer mixagem de monitor que você configurar Send em Automation no menu Edit. Aí uma para que eu possa fazer o ajuste apropriado
no mixer do Pro Tools está, é claro, sujeito à latência caixa de diálogo Copy to Send será aberta, com um fader. Eu mudo o direcionamento
de entrada-saída do sistema. Provavelmente isto na qual você pode decidir quais parâmetros da mandada para todos os tracks na sessão,
não será um problema em sistemas HD, que têm quer copiar e se você quer que a automação exceto qualquer um relacionado aos
latência baixíssima, mas se estiver usando um se mova com eles. vocais para um novo conjunto de buses,
equipamento M-Powered ou LE talvez você precise Note que quando você clicar em OK, uma e o nomeio de ‘track to cans’ (“track para
testar tamanhos de buffer para reduzir a latência
caixa de aviso vai aparecer se você estiver possibilidades”). Depois eu crio um track
a uma quantidade aceitável. Note que se você usar
o recurso Low Latency Monitoring do Pro Tools prestes a sobrescrever qualquer automação. de entrada auxiliar, o nomeio de ‘track to
LE, quaisquer tracks ativos de gravação que estão Se você não quiser ser perturbado com este cans’ e configuro sua entrada para captar o
configurados para Low Latency Monitoring vão bus que eu acabei de criar. Aí a saída deste
automaticamente ter todas as mandadas ignoradas, Para evitar ter várias track, por sua vez, é direcionada ao bus do
então ele não pode ser usado para configurar janelas de Sends abertas, fone de ouvido normal. Eu deixo todos os
mixagens de monitor separadas de maneira as seções Mandadas A-E
tracks relacionados aos vocais diretamente
independente da mixagem principal. Por outro lado, e F-J da janela Mixer
se usar os recursos de monitoramento de latência direcionados para este bus, então agora
podem ser configuradas
baixa no hardware M-Audio, você vai precisar para exibir controles quando o vocalista pedir um pouco mais de
configurar suas mixagens de monitor no software do em miniatura para uma track, eu tenho um fader único que exibe só
painel de controle em vez de no Pro Tools. Sam Inglis mandada específica as partes instrumentais.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 141


D E S TA Q U E

O futuro de 64 bits
Será que agora os músicos
ROBIN VINCENT

A devem mudar para um Sistema


tecnologia de computador parece
estar em contínua transição.
Exatamente quando achamos que
tínhamos entendido tudo, mais alguma
Operacional de 64 bits?
coisa aparece e nos atrai em direção a
uma nova terra prometida de estupefação
Na teoria, sistemas operacionais de 64 bits nos
e maravilha. Algumas tecnologias novas, permitem usar quanta memória RAM o nosso
como processamento de núcleos múltiplos,
entregam as promessas e excedem nossas
software precisar. Então, será que nós não
expectativas. Algumas, como o Windows deveríamos atualizar nossos sistemas?
Vista, são mais como a história de “A Roupa
Nova do Imperador”. O atual incentivo Do lado OS, a Microsoft lançou o de 64 bits. Como o Vista, o Windows 7
oferecido é o sistema operacional (OS) Windows XP Professional x64 Edition vinha no ano passado com versões tanto de
de 64 bits. Já que tanto Mac quanto PC em 2005 para aproveitar o hardware 32 quanto de 64 bits.
oferecem plataformas de 64 bits estáveis de 64 bits, mas pouquíssimos drivers Os números recentes de vendas (do
e compatíveis, chegou a hora de buscar e hardware estavam disponíveis e segundo trimestre de 2010) indicam
considerar as promessas. Nesta matéria, aplicativos compatíveis eram praticamente que cerca de metade das instalações do
daremos uma olhada nas vantagens do inexistentes. Não existia nenhum modo de Windows 7 em uso é de 64 bits, e isso vem
ambiente de 64 bits e faremos alguns testes emulação de 32 bits, então se não fosse aumentando o tempo todo. As vendas dos
para mostrar o que isso pode significar para um aplicativo totalmente codificado de 64 sistemas operacionais Windows de 64 bits
softwares de produção de áudio. Também bits, ele não rodava. Aproximadamente na agora ultrapassam as dos de 32 bits por
daremos uma olhada em como conseguir mesma época, a Apple ofereceu acesso cerca de quatro para um. O consumidor é
a transição, unindo aplicativos de 32 e 64 de linha de comando para processamento bastante desligado à resolução do seu OS,
bits, e perguntar aos fabricantes sobre os de 64 bits através do OS 10.4 ‘Tiger’, mas ou a revolução nele: pesquise em qualquer
desafios envolvidos. na verdade ninguém percebeu. O primeiro um dos grandes conjuntos de PC, como os
Aproveitar totalmente um ambiente sinal de um OS de 64 bits, possível de da Dell ou HP, e você encontrará a versão
de 64 bits quer dizer rodar aplicativos ser trabalhado, veio com o lançamento de 64 bits do Windows 7 instalada como
nativos de 64 bits em um processador do Vista em 2006, que vinha com versões padrão. Para a maioria dos usuários, a
de 64 bits em um OS de 64 bits. Do tanto em 32 quanto em 64 bits no pacote mudança para um ambiente de 64 bits é
lado hardware, processadores de 64 bits de varejo. Ele triunfou sobre a versão XP sem sentido e desinteressante. Parece que
existem há décadas, mas demorou até pela sua capacidade de rodar aplicativos é só em alguns mercados especializados
a AMD apresentar o Opteron e Athlon de 32 bits no ambiente de 64 bits. O Mac que existe qualquer debate ou problemas –
em 2003 para que eles chegassem aos OS X alcançou a briga em 2007 com o 10.5 e, infelizmente, o áudio digital é um deles.
computadores. A Intel seguiu o exemplo ‘Leopard’ e, em 2009, o OS 10.6 ‘Snow
um ano depois e, desde então, toda a Leopard’ apresentou o núcleo de 64 bits
Vantagens dos 64 bits
arquitetura desktop é mais ou menos da Apple como padrão, com todos os Qualquer teste de opinião de usuários
compatível com 64 bits. aplicativos inclusos migrados para nativos ou fabricantes de software de áudio

142 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


complexidade, um teste foi criado para
O seu Software está pronto para 64 bits? medir e comparar o tempo levado para a
Software de produção musical Compatível com 64 bits? Nativo de 64 bits?
mixdown de um grande projeto de áudio
e de alta definição, cheio de efeitos.
Ableton Live 8.1 Sim Não
No Cubase 64 no Windows de 64 bits,
Apple Logic Sim Sim
Avid Pro Tools 8.04 Sim Não demorou cinco minutos e 24 segundos;
Cakewalk Sonar 8.5 Sim Sim no Cubase 32 no Windows de 64 bits
Cockos Reaper 3 Sim Sim demorou cinco minutos e 39 segundos,
Image Line FL Studio Sim Não e no Cubase 32 no Windows de 32 bits
Magix Samplitude Sim Não demorou cinco minutos e 41 segundos.
Presonus Studio One Sim Sim Não demonstra exatamente o poder
Propellerhead Reason 5 Sim Não incrível dos aplicativos nativos de 64
Propellerhead Record 1.5 Sim Não
bits, mas talvez seja uma indicação, pelo
SSL Soundscape 6 Sim Não
menos, de que existem alguns ganhos
Steinberg Cubase 5 Sim Sim
Steinberg Nuendo 5 Sim Sim além do acesso à memória RAM.
O acesso à memória é mais útil na área
Uma seleção de plugins com 64 bits? Compatível com 64 bits? Nativo de 64 bits? da reprodução de samples, ou melhor, no
Antares Auto-Tune Sim Não uso de samples em instrumentos virtuais
Arturia V Collection Sim Não multi-articulados e complexos. Quando o
Celemony Melodyne Sim Não Gigasampler demonstrou sua capacidade de
EastWest Composers Collection Sim Sim transmitir gigabytes de dados de samples
Fxpansion BFD2 Sim Não de um HD através do Windows 98, a era
IK Multimedia Total Bundle Sim Não dos samplers hardware chegou bruscamente
Native Instruments Komplete 7 Sim Sim ao fim e a era do sampler software teve
Spectrasonics Product Line Sim Sim
início. Quando ele foi lançado em 1998,
SSL Duende Não Não
TC Electronic Powercore Sim Não as especificações recomendadas eram só
Toontrack EZDrummer Sim Sim insignificantes 128MB de memória RAM,
Universal Audio UAD Sim Não porém ele era capaz de extrair 64 notas
VSL Vienna range Sim Sim de polifonia de um instrumento de piano
Waves range Sim Não de 1GB. Depois que o poder do sampler
software foi entendido, os tamanhos dos
samples aumentaram drasticamente,
revela que a principal vantagem do OS muito maior, ou a capacidade de rodar mas, de maneira mais importante, as
de 64 bits é a capacidade de acessar mais instâncias de efeitos e instrumentos demandas do usuário também. Quando o
mais memória RAM. É difícil mencionar de software. A Adobe, que recentemente Gigastudio foi descontinuado em 2008, os
quaisquer outros fatores que fazem lançou versões de 64 bits do Photoshop, fóruns estavam cheios de gente tentando
realmente a diferença. Diferenças Premier e After Effects com o CS5, foi espremer mais alguns megabytes dos seus
como registros de endereços mais citada como dizendo que, em algumas pacotes do Windows XP de 32 bits, com
amplos, arquitetura mais rápida de bus circunstâncias, com projetos complexos manipulação inteligente do gerenciamento
e chamadas de funções, e uma melhor e grandes, o Photoshop foi visto rodar da memória, para carregar aquele trompete
escalabilidade, são coisas complicadas 15 vezes mais rápido em um OS de 64 completamente articulado, para que a ‘vida’
de medir no campo do áudio, mas, na bits, mas é tudo um pouco vago. Em pudesse continuar.
balança, não parecem gerar polifonia uma tentativa de refletir este tipo de É aqui que encontramos a maior

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 143


D E S TA Q U E
O FUTURO DE 64 BITS

Um bom foco de testes para acesso à memória:


o Trilian da Spectrasonics apresenta um
instrumento Acoustic Bass de 2,3GB

demanda para um ambiente de produção


de 64 bits: no setor de instrumentos
orquestrais e no carregamento de
bibliotecas maciças de samples. Isso
também pode dar uma pista do motivo de
muitos músicos, que lidam principalmente
com instrumentos eletrônicos ou gravação
ao vivo, talvez estejam confusos sobre o
motivo de tanta agitação. A última coisa
que vai acabar com alguém que estiver
compondo no Propellerhead Reason é
a memória. De maneira parecida, gravar
mixagem e processar áudio multitrack no
Pro Tools é muito mais pesado no CPU
do que jamais vai ser na memória. Tanto
a Propellerhead quanto a Digidesign
vêm executando ambientes de produção
bem-sucedidos na plataforma de 32
bits por muitos anos e, sendo sistemas
patenteados, não estão sujeitos a alguns
dos excessos dos fabricantes de plug-ins excelente em mostrar as limitações do OS Sonar e Live são capazes de carregar
VST terceiros. Entretanto, conforme as de 32 bits e as possibilidades do OS de 64 um único instrumento de baixo vertical
vantagens de 64 bits ficam mais aparentes, bits. O Trilian vem em ambas as versões de completo. Carregar um segundo empacaria
os usuários pressionarão por maior 32 e 64 bits. A máquina do teste é um Core em cerca de 1,5GB e apareceria uma
compatibilidade, e nossos amigos de 32 i5 750 com 8GB de memória RAM DDR3, mensagem dizendo que estamos tentando
bits precisam tomar cuidado para não dual booting em Windows 7 Professional carregar um instrumento que excedeu o
serem deixados para trás. de 32 bits e 64 bits. Os ‘hospedeiros’ do que estava disponível para ele. O primeiro
teste são Cubase e Sonar, ambos com instrumento ainda poderia ser tocado, mas
Carregando nossas memórias versões de 32 bits e 64 bits, e Ableton Live, isso era o máximo que poderia ser feito.
Para obter algumas comparações rápidas só de 32 bits. Com o Windows XP, existia uma ‘3GB
entre ambientes, estamos usando o Trilian O Trilian tem alguns baixos verticais Switch’ muito comentada, que podia
Total Bass Module da Spectrasonics, que acústicos enormes, com ser ativada por uma
tem um monte de baixos acústicos e tamanhos de mais simples edição no
elétricos enormes que devoram a memória de 2GB, cada um arquivo ‘boot.
no café da manhã. Você pode rodar com algumas
dúzias de instrumentos de baixo reais e articulações As versões atuais
do Windows
sintetizados no Trilian sem nunca alcançar diferentes
e Mac OS são
o máximo da memória, mas se você abusar que carregam completamente
dele da maneira certa, ele faz um trabalho conjuntos nativas de 64 bits
de samples
Outros Bits diferentes. Estes
são carregados ini’. Isso forçava
É importante não confundir sistemas
nos primeiros quatro o Windows a alocar
operacionais, aplicativos ou processamentos
de 64 bits com profundidade de bits em um slots disponíveis. Eles 3GB de memória para um
contexto de áudio: carregam parcialmente na memória RAM aplicativo, permitindo carregar mais alguns
• Profundidade de bits de áudio (Audio bit e parcialmente no disco pronto para instrumentos. Às vezes, isso interferia na
depth): 16 bits ou 24 bits têm a ver com a streaming, e assim normalmente tomam maneira com que o Windows organizava
resolução de arquivos de áudio. cerca de 1GB da memória. Os outros os recursos para o hardware, e podiam
• Profundidade de bits de processamento
quatro são baixos elétricos, com tamanho ocorrer incompatibilidades com cartões
de áudio (Audio processing bit depth):
aplicativos de DAW normalmente superior a 1GB cada, carregando cerca de de DSP e vídeos, mas quando funcionava,
processam áudio em uma resolução mais 600-700MB na memória RAM. era uma ótima maneira de aumentar a
alta do que a dos próprios arquivos. Por performance do sistema. Com o Windows
exemplo, o Ableton Live tem um bus de Em um OS de 32 bits Vista, o arquivo boot.ini sumiu e esta
mixagem de 64 bits, embora o próprio No Windows de 32 bits, um aplicativo alternativa foi movida para algum lugar
Live seja um aplicativo de 32 bits e pode ter no máximo 2GB, independente menos acessível, embora, no Windows
funcione com arquivos de 16 ou 24 bits.
de quanta memória RAM esteja fisicamente 7, o comando ‘bcdedit’ possa ser usado
Como com arquivos de áudio, a resolução
do processamento de áudio não tem a ver instalada. Um OS de 32 bits só pode tratar para ligar a chave de 3GB digitando a
com o sistema operacional. um máximo de 4GB por processo. Cubase, seguinte frase em uma janela Command

144 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


executada por um Administrador: bcdedit. um Trilian completo com oito instrumentos
exe /set IncreaseUserVa 3072. Após a – quase 7GB de samples carregados Chegando no limite
reinicialização, outro baixo inteiro de 2GB à memória RAM – e todos tocaram Na versão 1.2 do seu mecanismo de 64
pode ser carregado, e desta vez ele parou perfeitamente. As coisas começaram a ficar baybacks plonfuse STEAM, a Spectrasonics
no terceiro quando alcançou 2,7GB no arriscadas ao carregar uma segunda instância apresentou uma nova opção de endereçamento
total. É uma boa dica. do Trilian, com a reprodução começando de memória na versão Mac, chamada de
a falhar conforme o limite da memória Sample File Server. Isto permite que o
Hospedeiro de 32 bits, OS de RAM física total estava sendo alcançado.
Omnisphere e Trilian da Spectrasonics
64 bits acessem memória fora do aplicativo
Deve ser notado que, quando a polifonia hospedeiro, então ao rodar em um aplicativo
Como um OS de 64 bits pode acessar foi aumentada e mais notas foram tocadas, de 32 bits, eles são ilimitados pelas restrições
mais de 4GB de memória RAM, não a CPU estremecia com a intensidade de da memória de 32 bits.
faz sentido para o Windows limitar ter de lidar com tantos dados. Isso sugere
artificialmente a quantidade de memória que a CPU, provavelmente, ainda é um
RAM que um aplicativo pode usar. Na fator quando se trata de performance e que as empresas de software mexam seus
teoria, isso significa que um aplicativo reprodução de samples. pauzinhos e criem versões adequadas
de 32 bits rodando em um OS de 64 de 64 bits. A Waves e a Universal Audio
bits deve poder acessar 4GB totais
Ligando aqueles bits são dois dos ‘culpados’ pelos 32 bits que
de memória RAM (supondo que mais Um fator importante que impede que as incendeiam fóruns com histórias agitadas
memória RAM esteja pessoas mudem para de desgraças com a ligação de bits. Com
um OS de 64 bits é que a versão 5.1 do Cubase, muitos usuários
64bit_04 O primeiro
microprocessador de 64 bits foi
existe muita confusão do UAD tiveram problemas em obter
criado pela MIPS Technologies sobre o que vai funcionar performance estável do VST Bridge da
ou não no ambiente de Steinberg. Com a versão 5.5, isso está
disponível para rodar 64 bits. Em particular, muito melhor, enquanto que para muitos
o sistema). Este com mesmo quando o seu outros a solução está com uma ligação de
certeza parece ser o caso. hospedeiro escolhido bits de terceiros, chamada jBridge, criada
Cubase, Sonar e Live estiver disponível em por João Fernandes. A motivação do João
podem carregar quatro uma versão de 64 bits, foi querer continuar usando plug-ins de
instrumentos, totalizando muitos plug-ins não 32 bits, tanto grátis quanto comerciais,
cerca de 3,7GB. Ao estão. Vista, Windows 7 que provavelmente nunca chegariam
carregar o instrumento número cinco, e Snow Leopard permitem que o código na versão de 64 bits. Na composição e
todos eles deram pau com o temido de 32 bits seja rodado em suas versões de atualização do jBridge, ele teve de superar
Microsoft C++ Run Time Error. Então é 64 bits, embora com um overhead menor, alguns problemas enormes relacionados
preciso um pouco de cuidado, além de então, a princípio, isso não deve ser um à compatibilidade e questões peculiares
salvar com frequência, mas o teste mostra obstáculo para mudar para um OS de 64 como a maneira com que o hospedeiro
que até rodar um aplicativo de 32 bits em bits. Entretanto, rodar plug-ins de 32 bits exibe a interface gráfica de usuário.
um modo emulado em um OS de 64 bits em um hospedeiro de 64 bits ou junto Plug-ins baseados em hardware são
dá uma performance muito melhor do que com plug-ins de 64 bits é uma questão particularmente complicados, o que
rodá-lo em um OS de 32 bits. um pouco diferente, exigindo um software pode dar uma pista do motivo de nem a
de ligação inteligente. Universal Audio, SSL, TC Electronic nem a
Hospedeiro de 64 bits, OS de As versões de 64 bits, tanto do Cubase Digidesign terem criado versões completas
64 bits quanto do Sonar, vêm com a sua própria de 64 bits por enquanto (mas, até o
Como esperado, finalmente conseguimos tecnologia de ‘ligação de bits’. Não é fechamento desta edição, todos, exceto o
quebrar a barreira dos 4GB em um sistema perfeita, mas se esforça para proporcionar SSL Duende, instalam e rodam em um OS
completamente de 64 bits. Carregamos compatibilidade enquanto esperamos de 64 bits). Então, para a próxima fase do
nosso teste, abandonamos a versão de 64
bits do Trilian e carregamos a versão de 32
bits no Cubase e Sonar de 64 bits.
O BitBridge do Sonar e o VSTBridge
do Cubase carregam como um processo
próprio junto com o hospedeiro. O
VSTBridge conseguiu carregar, de forma
decepcionante, um único instrumento
de cerca de 1GB. Quando o Trilian foi
configurado para memória ilimitada,
carregar um segundo instrumento
causava um erro de tempo de execução
e dava pau. No Sonar, o BitBridge

O VSTBridge da Steinberg nos permitindo


carregar um decepcionante valor de 1,5GB de
instrumentos do Trilian

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 145


D E S TA Q U E
O FUTURO DE 64 BITS

conseguiu carregar ‘alegremente’ quatro


instrumentos, usando 3,5GB de memória
RAM, e empacou no quinto. Trocar o
VSTBrige pelo jBridge no Cubase o deixou
capaz de igualar a performance do Sonar
em carregar quatro instrumentos. É como
se o VSTBridge fosse artificialmente
limitado aos 2GB de um OS de 32 bits.

Plug-in de 64 bits, hospedeiro


de 32 bits
É um fato pouco conhecido e raramente
compreendido que o jBridge também
trabalha de trás para frente. Ele pode não só
ligar plug-ins de 32 bits em um hospedeiro
de 64 bits, como também pode ligar plug-ins
de 64 bits em um hospedeiro de 32 bits.
Pode não ficar imediatamente claro o que
isso significa, mas, por exemplo, o Ableton
Live, um aplicativo de 32 bits no nosso OS
de 64 bits, pode usar o jBridge para rodar
a versão de 64 bits do Trilian. Nos nossos
testes aqui, ele igualou a performance do
O freeware jBridge quebrando a barreira de 4GB
Sonar e Cubase de 64 bits, carregando relativamente pequenas, para quem no Ableton Live de 32 bits
todos os oito instrumentos. Mas indo mais a mudança para 64 bits é um enorme
além, ele apresenta uma alternativa para empreendimento – particularmente onde, de 64 bits, embora certamente com
tentar ligar todos aqueles plug-ins Waves e como no caso de softwares como Live ou emulação completa de 32 bits. Alguns
UAD a um hospedeiro de 64 bits para que Reason, existam pouquíssimas vantagens desenvolvedores, como a Spectrasonics,
você possa usar um peculiar instrumento para a maioria de seus usuários. Em termos saúdam a mudança, já que ela permite que
de 64 bits: ao contrário, você pode usar os de programação, não é simplesmente produtos como o Trilian realmente brilhem
plug-ins de 32 bits de maneira nativa em um uma questão de recompilar usando um e demonstrem por que mais memória RAM
hospedeiro de 32 bits e ligar aquele peculiar compilador de 64 bits; é mais parecido com é uma coisa boa. Nem a Ableton nem a
instrumento de 64 bits. uma recomposição completa. Por exemplo, Propellerhead seriam impelidas em sugerir
a Propellerhead usa um API chamado de qualquer tipo de cronograma para uma
Compatibilidade Carbon Human Interface versão de 64 bits do Live,
É um trabalho pesado ter de manter a Toolbox para criar as Reason ou Rewire, mas com
compatibilidade usando softwares de janelas, botões e menus no certeza isso está no radar
‘ligação’. Muitas das críticas que a Steinberg Reason, mas ele não está delas (João Fernandes,
e a Cakewalk recebem sobre ligação de bits disponível no Mac OS X de famoso por seu jBridge,
(bit-bridging) são sobre os próprios plug- 64 bits, então traduzir esta sugeriu que poderia dar
ins, em vez da tecnologia de ligação. Seria interface de usuário para uma olhada no Rewire).
muito melhor que todos os hospedeiros e um OS de 64 bits não é um Recentemente, a Avid lançou
plug-ins passem para o nativo de 64 bits, empreendimento pequeno. a versão 8.04 do Pro Tools,
para que todos os usuários tenham um Depois existe um monte de que traz suporte oficial para
ambiente de gravação mais compatível outras funcionalidades de a plataforma de 64 bits do
e estável, sem toda esta perda de tempo terceiros que fazem parte Windows 7, o tornando
Nenhum sinal de um Rewire de
com ligações. Também pode ser dito que do software e também o último dos grandes
64 bits... por enquanto!
a facilidade da emulação de 32 bits no precisam ser reescritas. Em aplicativos de música a fazer
OS de 64 bits e a inteligência da ligação alguns aspectos, estamos em um notável o salto para o ambiente de 64 bits (embora
de bits permitiram que empresas sem local de conflitos, onde temos o ambiente o próprio aplicativo ainda seja de 32 bits).
versões de 64 bits, ‘batessem o pé’. Por atual de 32 bits entrando em conflito com Empurrar-nos para um ambiente nativo
outro lado, estamos falando de aplicativos o futuro de 64 bits que está por vir, mas completamente de 64 bits, provavelmente
complexos, construídos por empresas entre o caos e a confusão, na verdade tudo aconteceria por conta ‘daquele’ plug-in
funciona – quase. único de 64 bits arrasador que ninguém
Limites de memória RAM consegue viver sem. Enquanto isso, seja
Futuro o seu hospedeiro de 32 ou 64 bits, o
no Windows 7 Não existe nenhuma dúvida de que acesso a pelo menos 4GB de memória
• Starter: 8GB. estamos a caminho de um futuro de RAM, a ligação de bits dos plug-ins em
• Home Basic: 8GB. 64 bits. O hardware já é compatível, uma direção ou outra, o realismo sempre
• Home Premium: 16GB.
existem pouquíssimos problemas além crescente de bibliotecas de samples e o
• Professional: 192GB.
• Enterprise: 192GB. das indústrias criativas e existem boatos potencial para ganhos de performance, são
• Ultimate: 192GB. de que o futuro Windows 8 seja só vantagens que valem a pena ter.

146 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


O modelo das coisas por vir
Edição nº 1 , Novidades - Novembro de 1985

A
novidade quente na Edição 1 era uma ajuda de sampling. Alguém falou
que a Aphex estava lançando em direitos autorais? Não, é 1985 e por
uma versão mais acessível do enquanto ninguém foi processado.
processador de geração harmônica O mercado de monitores de tamanho
patenteado, na forma do Aphex Type C. pequeno a médio, dominado em 1985 pela
Nossa declaração em negrito, virando uma Tannoy, JBL e Yamaha, é representado por...
imagem formada de maneira inconveniente Wellard Research, com o seu Middle Monitor.
em 90º para caber em uma coluna única, Ter amplificadores de energia embutidos em
podia estar à frente do seu tempo... Mais 1985 realmente os marca como O Modelo
além na história, existe uma referência ao das Coisas Por Vir, mas fora o fato de que
novo “limitador inteligente de 3 bandas, Midge Ure, da capa da SOS, tinha um par,
incorporando um Transient Enhancement eu não consigo achar mais nada para dizer a
Circuit que na verdade aumenta a sua vocês sobre eles. Alguém por aí com certeza sampling acessível foi um
percepção de transientes enquanto conhece ‘The Wellard Story’... assunto importante de 1985.
mantém limitação de pico absoluto” da “The Bokse Company Limited” (a gente A história final das novidades é dada sobre
Aphex. Parece metade dos software que não pode chamar só de Bokse?) tem o teclado de sampling Prophet 2000 da
a gente viu nos últimos anos, mas este, é duas colunas inteiras cheias de produtos: Sequential: polifonia de 8 notas, até 16
claro, era hardware. US8 Universal Synchroniser, Timecode samples de sons diferentes espalhados
O mais novo CD player da Sony ganha Controller, ATS3 Active Timecode pelo teclado, uma seção de sintetizador
uma chamada– “a Sony encara o mercado Splitter, MPS7 MIDI Patch Selector e MIDI mais tradicional com formadores de onda
do CD com bastante sucesso este ano” – Humanizer. E eu me lembro de realmente integrados, filtros e etc., um arpejador e
mas ganha um ponto de vista da Sound achar alguns deles empolgantes. uma banda larga de áudio de 20kHz dando
On Sound com uma dica sobre como usar Fora todo o movimento de três segundos de tempo de sampling. Está
os ponto de índice programáveis como sequenciamento de MIDI e timecode, o bem, provavelmente você não percebeu –
TRÊS SEGUNDOS de tempo de sampling.
Sim, era isso que você conseguia
com os 256k integrados de
memória RAM. Precisa de
mais? Simplesmente diminua
a banda larga do áudio para
8kHz e você consegue mais
oito segundos para tocar! Não
é a Vienna Symphonic Library,
mas para colocar em algum tipo
de perspectiva, 256k era oito
vezes a memória encontrada em
computadores que ajudaram a
fazer as primeiras edições da SOS.
Por fim, existem o que só pode
ser descrito como as três formas
coloridas no canto da página.
Elas só podem ser descritas
assim porque é isso que elas
são. Dizem que o seu verdadeiro
significado se perdeu ao longo
do tempo, mas que se você
olhar fixamente para elas bem
de perto, por tempo suficiente,
as cores vão começar a dançar
na frente dos seus olhos e você
vai começar a se sentir enjoado.
Então não faça isso, está bem?

Dave Lockwood
Editor/Diretor Editorial

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 147


E N T R E V I S TA

Produtor e compositor
O homem por trás do maior single do Reino Unido
no ano – ‘Pass Out’ do Tinie Tempah – é o prodígio
musical de 21 anos, Labrinth.
Labrinth também está prestes a ganhar vieram da igreja.
PATRICK STURROCK
popularidade própria com o futuro “Quando eu estava crescendo em
lançamento do seu single de estreia como Hackney, a minha família era muito

T
endo por base um estúdio no artista solo, ‘Let The Sunshine’. religiosa. Ouvíamos bastante gospel e não
bairro de Wood Green em Londres, podíamos ouvir música secular. Ouvíamos
Labrinth durante o último ano, cujo
Uma Formação Religiosa vários artistas ótimos, tipo Kim Burrell, Kirk
nome verdadeiro é Timothy McKenzie, Nascido em Hackney, Labrinth vem de uma Franklin e coisas assim. O gospel tem várias
escreveu e produziu tracks para a nata grande e talentosa família musical. Seu influências diferentes: funk, soul, blues
do cenário de urban e pop do Reino irmão Josh toca bateria para Natasha e e jazz. Crescer com isso foi uma grande
Unido, incluindo Tinie Tempah, Professor Daniel Bedingfield, e sua irmã Sherelle fez influência – não era como se estivéssemos
Green, Pixie Lott, JLS, Ms Dynamite, sessões de voz para Guy Chambers. Como estudando o evangelho, e sim como se
Bluey Robinson, Master Shortie, Tinchy tantos músicos talentosos antes dele, as estivéssemos inspirando um ao outro.
Stryder, Ellie Goulding e muitos outros. primeiras influências musicais de Labrinth Meu irmão tocava baixo e eu o observava

148 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


e queria fazer o que ele fazia, seja se ele trazem muda tudo. Conhecemos algumas pessoas e algumas
estivesse fazendo slap bass ou o que fosse “Depois que eu conheci o meu vezes fomos explorados por pessoas que
- não era competitivo, mas você queria ser empresário, Marc Williams, ele me abriu viam dinheiro na minha família em vez de
como os seus pares. a outras influências, já que ele estava música. Minha mãe viu isso acontecer e
“Era tipo uma grande amizade, com em todo aquele mundo de house, drum queria aprender um pouco sobre a indústria
nove irmãos cantando, harmonizando e & bass, jungle e sampling, mas eu acho musical para saber o que estávamos
se desenvolvendo – não era como estudar que o gospel ajudou a criar meu mundo falando. Ela foi a um curso que Marc estava
música na escola, era tipo amor puro. Foi acústico terreno. dando. Minha mãe simplesmente foi pela
assim que eu fiquei bom em harmonias, intuição e, quando ela o conheceu, gostou
aprendendo
Escapando dos tubarões muito dele e pensou ‘Este é o cara para
para a próxima Quando entrou na adolescência, Labrinth cuidar do meu filho.’
reunião da desenvolveu um interesse em outras formas Impressionado por uma fita demo
igreja. Muito de música, particularmente hip-hop. Ele do material do Labrinth, Williams deu
cedo, por começou a fazer rap e escolheu um nome a Labrinth um molho de chaves do seu
causa da artístico para si mesmo, Labrinth. “Quando estúdio de gravação, onde ele passou
igreja, eu sabia eu estava escrevendo raps, encontrei a maior parte dos cinco anos seguintes.
sobre soprano, a palavra ‘labyrinth’ no dicionário. Eu Ele quase não ia para casa, preferindo
contralto, pensei no ditado ‘a vida é um labirinto’ e dormir no sofá do estúdio, trabalhando
tenor, baixo e achei que esta seria uma boa maneira de compulsivamente como um professor louco
quais partes expressar isso. Então é a minha maneira de até de madrugada.
cantavam, sem dizer ‘vida’.” “Marc tem sido mais do que um
ser totalmente Quando tinha 15 anos, era óbvio que empresário,” ele diz. “Ele me apresentou a
ensinado na Labrinth queria seguir uma carreira na um monte de estilos e música, me fazendo
teoria – era música, e sua mãe se incumbiu de procurar pensar sobre como criar novos sons no
só alguém um empresário e mentor que pudesse estúdio, como o estúdio funciona e para
falando guiá-lo através das águas infestadas de que usar coisas como compressores. As
‘Contraltos, cadê vocês?’ Era aprender de tubarões da indústria musical. A pessoa mães estão sempre certas – elas dizem
ouvido e só entender. que ela escolheu foi o escritor/produtor quais namoradas você deve ter, elas
“Depois eu estudei teoria musical Marc Williams, que desfrutou do sucesso também são boas em escolher amigos.”
durante quatro anos e tentei analisá-la. Era nas paradas nos anos 1990 com Three
fascinante para mim como as progressões Amigos and A Hippy, A Homeboy and A
Pass Out
de acordes funcionam, mas um monte de Funky Dread, e estava dando um curso O marco para Labrinth veio em 2009,
músicos da igreja não sabe teoria – eles só sobre a indústria musical quando a mãe de quando ele assinou um contrato com a EMI,
tocam de ouvido e seus padrões são da Labrinth o conheceu. que organizou projetos com Tinie Tempah,
memória. Antes, eu só ia com o que soa “Eu conheci Marc através de um projeto gerando os sucessos ‘Pass Out’ e ‘Frisky’.
bem; agora eu posso pensar ‘Eu quero que ele estava ensinando uns cinco anos “A EMI achou que eu tinha alguma
uma quinta menor ou flat? Aumentada? atrás. Minha mãe tinha nove filhos e coisa diferente, me contratou como
Diminuída? Saber as cores que estas opções todos estavam interessados em música. escritor/produtor e começou a jogar um
Fotos: Laurie Fletcher

Labrinth pode chamar uma seleção de teclados digitais e analógicos, incluindo (esquerda, de cima) Roland JP8000, JX3P e JD800 e (direita) Korg Microkorg,
Clavia Nord Lead 2 e Korg Trinity

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 149


E N T R E V I S TA
LABRINTH

monte de artistas diferentes com quem eu estúdio. Embora não fosse certa para Bluey, som do Super Nintendo antigo e expressar
deveria trabalhar. Eu passei cerca de um eu sabia que tinha alguma energia. aquela vibe de jogo. Eu também usei a
ano aprendendo como a indústria musical “Depois do sucesso do Tinchy Stryder, onda senoidal padrão do Logic EXS24 para
funciona com um escritor trabalhando com os selos estavam procurando rappers e criar o som da introdução, e na balada isso
briefings. No fim de 2009, eu conheci Tinie assinaram com Tinie Tempah. Eu entrei no soa excelente. Na bateria eu gosto de um
Tempah e escrevi ‘Pass Out’. Foi o meu MySpace dele e o achei ótimo, mas não pouco de distorção para ter aquele som
começo de tentar fazer a minha própria gostei muito do seu estilo grime. Uma coisa cheio e esmagador para manter aquela vibe
coisa e simplesmente tentar ser eu mesmo. que eu olhei foi o seu ritmo, e percebi que de 8 bits. Na seção de reggae, eu queria
Foi estranho vê-lo chegar ao 1º lugar – eu ele é ótimo em se encaixar em um beat. um pouco daquela maneira antiga de fazer
já vi pessoas perseguindo sucessos durante Quando veio ao estúdio, ele disse que isso, e a toquei em uma Fender Precision
10 anos, e isso acontecer no meu primeiro queria tentar algo um pouco diferente, um com uma das configurações do Amplitube.
lançamento foi radical. Aconteceu porque pouco mais peculiar do que ele tinha feito “Seguindo da ideia do reggae, eu queria
eu disse que queria ser eu mesmo. antes. Foi quando eu toquei ‘Pass Out’. uma vibe de jungle com a bateria no final.
“Antes de conhecer Tinie Tempah, tinha Ele disse ‘Isso é perfeito!’ e saiu da sala. Eu O bumbo era do Ultrabeat no Logic (eu
um briefing do que a empresa queria – era achei que ele só tinha ido ao banheiro, mas gosto dos seus subs limpos) e também
um pouco de ‘Bonkers’ do Dizzie Rascal e ele voltou com uma vibe e estilo todo novo. usei um bumbo de hip-hop que eu mesmo
um pouco de ‘Rolex’ do Wiley. Eu pensei Foi um momento incrível, eu sabia que fiz, que tem uma batida legal, ele tem
‘Apesar de serem tracks importantes, isso alguma coisa especial tinha acontecido. um pouco de vibe do J Dilla. Aí eu tinha
não é explorar o hip-hop’, então eu resolvi Enquanto ele estava fazendo seus versos, um tipo de caixa firme, tipo Dre, que eu
fazer uma coisa própria e coloquei Tinie eu adicionei esta introdução louca. Eu coloquei no topo para conseguir um pouco
atrás de um som totalmente diferente. acabei colocando também uma seção daquela sensação de hip-hop antigo.
“Pass Out” foi originalmente escrita de reggae e transformei a canção em um “Quando Michael Jackson fazia um
quando eu estava escrevendo tracks para banger louco, cara”. track, ele tinha um pouco de soul, um
o álbum do Bluey Robinson. Eu estava “A canção toda tinha uma nota grave e pouco de funk e um pouco de rock. Isso
procurando algo um pouco mais ritmado do uma terça acima dela, quase tipo trance. fazia o pessoal do rock dizer ‘Agora
que eu já tinha criado para ele. Eu disse a O som do sintetizador eu posso apreciar um
ele ‘Vamos só fazer experiências hoje, não era um [Korg] Polysix pouco de soul.’ Eu acho
procurar um estilo já definido, só algo que e eu sobrepus em um que ‘Pass Out’ ajudou
tenha uma vibe.’ Daí eu escrevi ‘Pass Out’, som de 8 bits tipo um monte de pessoas
mas não era perfeita para Bluey, era só algo Nintendo em cima. Eu que eu conheço, que não
que eu e ele usamos para uma só queria usar aquele necessariamente curtiam
pequena batalha de dança no som porque adoro o drum & bass, a aceitá-lo
porque era uma mistura
com outros elementos que
elas curtiam - o mesmo
com a seção de reggae.”

Negócios de Frisky
‘Pass Out’ foi direto para o
1º lugar nas paradas de singles do Reino
Unido em abril de 2010. Para seguir este
single, Labrinth rascunhou o track que
viraria ‘Frisky’ no seu laptop Apple G4.
“Com ‘Frisky’, a gente buscou uma vibe
parecida com ‘Pass Out’, mas desta vez eu
só usei um baixo do meu Roland JX3P, um
teclado antigo dos anos 1980. Eu usei o
JX3P para a melodia, também, e o sobrepus
com um som do Rob Papen Blue VSTi.
“A voz americana dizendo ‘Frisky’ no
refrão sou eu. Eu tenho este pequeno
personagem que eu criei que me lembra
os álbuns do Parliament quando eles
costumavam colocar pequenos sons vocais
estranhos. Eu inventei este cara, o chamei
de Christopher Frisk – ele está lentamente
criando uma identidade e eu o coloquei em
várias canções que fiz recentemente – ele
está no álbum do Professor Green e em

O setup do Labrinth é baseado em torno de um


Apple Mac G5 rodando Logic

150 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


alguns dos meus tracks solo. Ele está em poderia ter feito. Eles me trouxeram
um monte de coisa – ele está começando a este grande playground onde
a ficar um pouco arrogante agora que existem tantos brinquedos para
virou uma diva! A voz de ‘Frisky’ é só eu brincar e tanta experiência para
tentando ser um apresentador dos anos assimilar – é como se os meus amigos
1940. É estranho, eu quase fui processado tivessem crescido um pouco.”
por isso – uma empresa achou que eu tinha Outro atrativo do contrato da
roubado a voz do Christopher Frisk de Syco foi que eles concordaram em
um CD de samples e tentaram nos pegar fundar o próprio selo do Labrinth, a
por isso. Então eu enviei para eles uma Oddchild. “Oddchild era uma ideia
mensagem de Christopher Frisk dizendo que tanto eu quanto meu empresário
‘Como eu posso roubar minha própria voz?’ tínhamos. Resolvemos criar um selo
Foi bastante engraçado, mas sim, eu sou para criar novos talentos e orientá-
criativo com a minha voz. Eu gosto de testar los. A Syco nos deu controle criativo
coisas novas com ela. – eles opinam, mas a última palavra é
“’Frisky’ e ‘Pass Out’ eram sobre garotos minha. Isso é porque eles acreditam
jovens, urbanos e loucos na balada do em mim e já viram o trabalho que eu
Reino Unido. Tem um pouco de dubstep, posso entregar.
drum & bass, hip-hop e R&B. Eu chamo o “Os artistas que estamos Boa parte do áudio gravado no estúdio do Labrinth passa pelo
meu som de gráfico musical. Sou eu tirando desenvolvendo para o selo no Avalon VT737SP (em cima) ou do Neve Portico 5032 (centro)
fotos do que eu vejo ao meu redor. A momento são Henrietta Bond, uma e no conversor Apogee Rosetta. Outro periférico inclui dois
música é o som da sua vida – os sons que artista de urban pop; minha irmã delays do Roland SDE2000, reverb do Lexicon PCM80, BBE
eu uso são o que eu vivencio ao meu redor. Sherelle, porque eu acho que ela é 422A Sonic Maximizer, MXR Digital Time Delay, Control
Synthesis Deep Bass Nine e gate do Drawmer DS201
“Eu tenho mais um álbum um talento incrível; e um produtor
saindo com Tinie Tempah chamado aspirante, Raffi. É isso que eu adoro
‘Wonderman’ – é diferente dos outros nesta organização: não temos medo. nada – só o vocal e um riff de trance – e
dois tracks, mais grandes beats tipo A maioria dos produtores ficaria um pouco depois muda para bateria, baixo e tudo
Kanye West/Jay-Z e tem Ellie Goulding nervosa de ter outro produtor tomar seu mais, então ela continua aumentando sem
no refrão. Vai ser um sucesso.” lugar, mas eu adoro a ideia de criar talentos mudar a progressão. A única hora que
– Raffi é um bad boy, ele é sinistro.” os acordes mudam no meu novo single
Syco é na ponte, mas às vezes os acordes não
‘Frisky’ seguiu ‘Pass Out’ nas paradas do
Sunshine são tão importantes quanto os vocais e a
Reino Unido, alcançando o 2º lugar, e em Em ambos os singles do Tinie Tempah, mensagem na canção.
junho de 2010 Labrinth estava no centro Labrinth brilhou nos vocais principais Muitas vezes com as produções do
de uma guerra de lances entre todas as nos refrões – um fato que não passou Labrinth, são as coisas que ele escolhe
grandes gravadoras. Bem no último minuto, despercebido pelos selos que o estavam deixar de fora tanto quanto a escolha de
a empresa Syco, do Simon Cowell, apareceu perseguindo para assinar com ele. Ele foi sons que marcam o seu estilo sonoro.
com o lance ganhador. Labrinth é o primeiro convencido a sair do estúdio para encarar Chimbais e outros pratos são notáveis por
artista que o selo assinou fora ganhadores o seu próprio álbum solo. O primeiro single sua ausência em ‘Let The Sunshine’.
de shows de talentos e, além disso, a união deste álbum é um hino sensível e refletivo, “Eu gosto de mover minhas batidas,
de manda-chuva do X-Factor com produtor mas alegre, chamado ‘Let The Sunshine’. mas, principalmente com chimbais
de urban underground parece improvável. “Eu era um artista antes de produzir. Eu programados, isso mostra demais onde
Então o que os levou a fechar o acordo? costumava fazer rap e cantar, e cheguei na tudo está se encaixando, e mostra o ritmo
“Existia uma ironia em assinar com produção porque eu precisava de algum um pouco demais. Se você os deixa de fora,
a Syco, que está muito longe do meu apoio para os meus raps. As gravadoras isso meio que deixa a batida parecer um
background e o background da minha que estavam apostando em mim como pouco mais aberta. Eu gosto de chimbais se
família e dos meus amigos em soul e produtor ouviram todos os tracks em que estiver fazendo um track de house ou algum
gospel, mas Simon tem uma ótima cabeça eu tinha cantado para vender para outros tipo de canção indie, mas para outros estilo
para negócios. Ele não tem medo de ir artistas e os adoraram e acharam que eu eu não os uso com frequência.”
contra o que todo mundo está fazendo. seria o artista perfeito para cantá-los. Foi Para manter o momentum do track, Marc
Esta é uma grande jogada para a Syco quase como se eu tivesse esquecido do Williams adicionou alguns toques extras à
assim como é para nós. Eu pensei ‘Qual meu lado artista enquanto eu produzia, mas mixagem sobrepondo ruído branco com
é o objetivo de estar com um selo que já quem melhor para executar a música do gate e filtro usando o sintetizador ES2 do
tem artistas parecidos comigo? Eu gosto que a pessoa que a criou? Eu tenho uma Logic. A linha principal do sintetizador
da ideia de estar em um selo onde eu me abordagem um pouco diferente para os é uma camada de três sintetizadores: o
sobressaio dos outros artistas. Eu já estive meus tracks solo do que para os tracks que JX3P, o ruído branco do ES2 e um Nord
nos bastidores dos testes para o X-factor, eu escrevo para outras pessoas. Quando eu Lead. A linha de baixo minimalista é um
mas não estamos realmente envolvidos estou trabalhando com outras pessoas, é Fender Precision verdadeiro, distorcido e
naquele processo. Eu não vou virar um como se eu fosse um alfaiate e eu estivesse sobreposto com um lead do Nord.
jurado – não sou o próximo Simon. vestindo os tracks com suas emoções em Existe uma sensação transatlântica para
“A Syco me ajudou bastante – eles vez das minhas. ‘Let The Sunshine’ e Labrinth é claro sobre o
trouxeram muito mais do que eu mesmo “‘Let The Sunshine’ começa com quase que ele queria pegar de ambas as culturas.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 151


E N T R E V I S TA
LABRINTH

“Eu adoro a atitude britânica ao som. É em um track de street-beat, onde eu


corajosa – aos olhos de alguns produtores produzo tracks para o underground para
americanos que parecem relaxados, mas mostrar aos fãs que não se trata só de
eu vejo como um caráter e adoro manter mudar elementos, mas que você também
aquele caráter terreno que temos.” ama a música. Eles são downloads grátis só
Para a mixagem final de ‘Let The para eles entrarem no meu mundo. Eu vou
Sunshine’, Labrinth foi a um dos maiores fazer um monte de sons grátis diferentes,
engenheiros de mixagem de R&B e pop do tipo indie, street-beat, só para as pessoas
mundo, Serban Ghenea, para a ascensão, curtirem, cara. Eu acho que é muito
energia e detalhe de uma mixagem importante fazer isso.”
americana top. “Ter Serb mixando uma Quando Labrinth trabalha com outros
das minhas gravações foi uma coisa ótima, artistas, ele sempre o faz no seu estúdio, e
e eu pude ver como ele é um gênio – ele os deixa cantando ao seu lado, na sala de Muitas vezes, Labrinth faz contribuições vocais
vale todos aqueles Grammys. Alguns controle em um microfone Brauner Valvet. às suas próprias produções e o seu microfone
engenheiros que têm bastante sucesso Ele passa por um Avalon VT737 ou o seu escolhido é o Brauner Valvet
perdem o ímpeto para manter a qualidade pré-amplificador Neve Portico em um
e trabalham por presets porque podem Apogee Rosetta A-D, depois em um Apple “Quando eu começo uma batida, ela
fazê-lo dormindo. É como se trabalhassem G5 rodando Logic. pode começar de qualquer coisa – talvez
no McDonalds: eles simplesmente “Eu não gosto de trabalhar com artistas uma pequena melodia de linha de baixo
embrulham o hambúrguer, colocam a fora do estúdio, enviando para eles que eu tenho na minha cabeça. Com
salada e entregam. Eu fiquei maravilhado apenas um track concluído. Eu acho que sintetizadores, na maior parte do tempo
com a maneira com que Serb abordou a é importante tê-los com você no estúdio eu uso presets, mas eu os sobreponho
mixagem e exibiu a sensação e significado para ter uma vibe. Acho que a vibe é tudo. bastante com outros sintetizadores e sons
da canção.” Com ‘Frisky’, eu a escrevi uma noite no e os distorço, ou adiciono coisas como
meu laptop e depois a enviei para o Tinie chorus e flanger, então eu não os chamo
Projetos atuais com um rascunho pequeno de um verso, necessariamente de presets. Eu gosto
Apesar da pesada carga de trabalho de mas ele não quis escrever os versos fora de um pouco dos meus Albinos [VST
dirigir um selo e desenvolver seu trabalho do estúdio porque sabia que depois eu ia Instrument da Rob Papen], Minimoogs,
solo, Labrinth ainda encontra tempo para querer começar a mudar as coisas. Quando MS20 – eu gosto de teclados vintage
escrever para outros artistas e produzi-los. eu encontro um artista pela primeira vez, antigos. Às vezes eu uso sintetizadores
O sucesso trouxe uma liberdade recém normalmente eu tenho pelo menos uma periféricos como o Nord Lead ou Jupiter
descoberta neste trabalho. seleção de loops de oito compassos que e faço o bounce deles em áudio e os
“Quando as gravadoras costumavam me eles podem ouvir e ver se querem trabalhar processo mais um pouco, ou uso só os
enviar artistas, eles vinham com um briefing nela. ‘Pass Out’ foi tocada como um loop sintetizadores que vêm com o Logic. Tudo
para soar como alguma coisa que já existe, de oito compassos para o Tinie Tempah depende do que eu estou tentando criar.
mas agora é tipo ‘Lab, simplesmente faça e a gente criou a partir dali. Com ‘Firsky’ “Para os efeitos de distorção e
o que você quiser.’ Agora eles confiam em também. Normalmente é uma ideia de oito modulação, eu gosto dos plug-ins obtidos
mim por causa do sucesso dos álbuns que compassos ou três ideias de oito compassos pelo cartão UAD. Para equalização e
eu lancei. Eu costumava escrever canções com drops diferentes. compressão, eu gosto de algumas coisas
com artistas específicos em mente, mas “Normalmente eu estou trabalhando em da SSL. Simplesmente depende – um
agora eu acho que é melhor simplesmente cerca de três canções ao mesmo tempo, monte de coisa que eu uso é mais para
colocar o seu coração para fora. mas eu vou tentar chegar até o fim, porque caráter do que qualquer outra coisa. Eu
“No momento, eu estou trabalhando a inspiração pode acabar. Quando está deixo a modelagem final do som para os
com Ms Dynamite e um novo artista tocando uma canção repetidas vezes, você engenheiros de mixagem.”
aspirante, Devlin. Eu também gravei pode perder a animação original do que
recentemente com Devlin e Tynchy Stryder inspirou você em primeiro lugar.
Seja lembrado
O futuro parece promissor para Labrinth, com
artistas de todo o mundo ávidos por conseguir
Caminhos do country sua produção e habilidades de composição.
Apesar da sua associação com a última tradicional. ‘Let The Sunshine’ foi escrita Mas por isso tudo, ele está determinado em
tecnologia da música eletrônica, Labrinth está como uma canção country tradicional e depois perseguir uma visão individual.
prestes a redescobrir o seu “mundo acústico criada em um estilo contemporâneo. É isso “Se trata da animação da imaginação.
terreno”. Em uma mudança de característica que eu quero fazer em Nashville, aprender
É isso que um artista faz quando coloca
incomum, ele está prestes a embarcar em uma mais sobre composição tradicional – chegar à
série de colaborações com compositores e sua essência, só um violão e vocal e ainda criar um quadro na parede – ele o coloca
artistas country em Nashville. uma canção bonita. Eu quero ir e trabalhar para a felicidade de alguém, a tristeza
“Estou tendo ótimas reações aos meus com alguns dos grandes de lá. Com a maioria de alguém, até para alguém dizer ‘Isso
tracks dos EUA – eles acham que são das minhas canções – até ‘Pass Out’ – eu é uma porcaria...’ Tanto faz, está lá para
extraordinários. Acham que eu criei aquela faço um teste acústico para ver como está tocar suas emoções. Se você pegar todas
mistura entre urban music americana e caminhando. Meu empresário mencionou esta as ideias emprestadas, as pessoas vão
inglesa. Depois que o meu primeiro single abordagem country para um dos selos com
simplesmente passar por ele dizendo ‘Eu
for lançado, eu vou para Nashville. Eu acho que estávamos conversando, e eles sugeriram a
que Nashville vai me dar aquela canção ideia de uma viagem para Nashville.” já vi isso antes.’ Você quer ser lembrado,
cara. Bastante.”

152 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


E N T R E V I S TA

Oval
Markus Popp: Gravando Oh e O
Um dos espíritos mais ousados da
música eletrônica, Markus Popp está
de volta em um álbum com som
surpreendentemente... musical. Mas
será que as aparências enganam?
SAM INGLIS

M
arkus Pop, também conhecido
como Oval, pode ser um
entrevistado frustrante, no
mínimo porque muitas vezes
ele responde as perguntas com mais
perguntas.
“Será que eu realmente toco
instrumentos neste novo álbum?”
E aí, toca?
“Sim e não.”
Hmmm.
“Estes instrumentos são virtuais ou reais?
De novo, sim e não.”
Bom, obrigado.
O novo álbum em questão é o primeiro
do Oval em nove anos, um CD duplo
intitulado simplesmente O. Acompanhado
por um EP separado chamado Oh, ele foi
criado como uma aventura inesperada Foto: Constantin Falk

do homem que nos deu a ‘glitch music’ e eu fiz antes, e fazer isso em todos os níveis: com uma abordagem totalmente nova foi
passou anos ensinando aos computadores técnica, musical e organizacionalmente. Eu fácil – pelo menos na teoria. Tanta coisa
novas maneiras de gerar som. Ninguém queria trazer de volta a parte ‘música’ – em mudou ao meu redor durante a minha
vai confundi-lo com S Club 7, mas sem minha opinião, muitas vezes ausente – em parada, que a lista de ferramentas para
dúvida ele é muito mais acessível do que ‘música eletrônica’. Eu queria tocar coisas, testar em 2010 foi praticamente escrita
a maior parte da obra anterior do Popp. estava impaciente por assumir o controle sozinha. É claro que o que fazer com estas
Ele apresenta até alguma coisa que soa – por exemplo, estabelecendo riffs como novas ferramentas era o grande desafio.
notavelmente como um homem sentado o novo bloco de construção principal, “Em primeiro lugar, eu queria um tipo de
atrás de uma bateria e a tocando com substituindo o loop. Este elemento sozinho música divertida, convidativa, ‘só escute’ que
as baquetas, enquanto que a maioria do adicionou muito mais presença e controle, apenas ‘é’ sem esforço, e que de maneira
conteúdo musical seja tocada em algo que mas também várias decisões sem precedentes convincente renderiza distinções obsoletas
pode ou não ser uma guitarra. (Imagine e novas responsabilidades. Ser baseado em como programado versus tocado ou acústico
Derek Bailey tocando em um sampler loops, como na época antiga do Oval, foi, por versus eletrônico. Sem músicos contratados,
quebrado.) No fim das contas, é tudo definição, muito estático e inflexível. sem banda ao vivo – apenas eu, pronto para
inesperadamente quente e humano. O “Efetivamente, quase nada dos meus começar do zero e ir mais além.”
próprio Popp o descreve como um “álbum antigos truques, ferramentas e técnicas
de estreia do Oval tudo de novo”, o passou para o meu novo setup. Além disso, É real ou é oval?
resultado de uma tentativa consciente de tudo mais ao meu redor ter mudado de Tendo sugerido que este “novo começo”
reinventar sua música. maneira tão drástica ao longo dos anos com reflete uma mudança radical de método,
“O passo mais importante em direção certeza ajudou. Seria um enorme exercício imediatamente depois, Popp enfraquece
a este objetivo foi uma ‘aventura radical’ de engenharia reversa fazer outro álbum esta sugestão, enfatizando que a maneira
– fazer tudo de maneira o mais diferente Systemisch, Ovalcommers ou até So com com que a música chega ao ouvinte pode
possível em comparação com as coisas que as ferramentas atuais. Mas começar do zero ser enganosa. “Uma chuva, uma explosão,

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 153


E N T R E V I S TA
OVAL: RECORDING OH AND O

uma revoada de pássaros ao longe, fez isso de uma perspectiva ‘externa’.


animais, até atores humanos: praticamente Assim o novo álbum o obrigou a
qualquer item como parte de uma cena de desenvolver algumas habilidades
filme hoje pode ser percebido – contanto convencionais no estúdio que, até então,
que a iluminação, fotografia e animação nunca foram necessárias.
estejam perfeitas – como simplesmente “Ir além, significou passar de
‘estando lá’, estes itens sempre fazendo ‘coordenador musical’ para ‘compositor’
parte da filmagem original ou simplesmente e gravar minhas próprias improvisações.
adicionados digitalmente na pós-produção. Existe esta vasta história de produção
Quem sabe, até certo ponto, este novo som musical, que antes, eu mal tinha entrado
do Oval possa ser nada mais do que uma em contato. Não faz mais do que alguns
trompe l’oeil, uma ilusão acústica – embora meses que eu finalmente entendi o que
bastante convincente – até certo ponto, um compressor realmente faz. Depois que
onde você não insiste mais nas qualidades eu compreendi os aspectos técnicos, as
aparentemente específicas da estética coisas ficaram muito rápidas a partir dali. A capa do EP Oh mostra a divertida instalação
do Céleste Boursier-Mougenot no Barbican,
‘original’ ou estilo de tocar. Então porque Os tracks são basicamente gravados ao
onde um soundscape é criado por revoadas de
ainda ceder ao velho impulso de investigar vivo (é claro, em multitrack). Ainda assim, pássaros zebras à vontade
o eterno ‘Como ele fez isso?’” isso não diz nada sobre qual direção
Lá vai ele com as perguntas de novo. musical exata tomar a partir daí – esta
Ceder ao velho impulso pelo menos parte demorou ainda mais. tentar datar os tracks do Oval, a partir do
rende mais algumas informações sobre “Na prática, a produção do O foi bem hardware utilizado na sua criação, você
a criação do O. Enquanto que projetos do tipo ‘mão na massa’ para conseguir sempre vai precisar adicionar vários anos
anteriores do Oval tenham incluído juntar sempre o melhor take possível. Você à data de criação estimada, porque eu
milhares de minúsculos fragmentos de sabe... aquela gravação para a qual vale nunca, até hoje, tive ou me importei com
som ou criar programas de computador a pena ensaiar um dia inteiro, aquela que a tecnologia de ponta. Por exemplo, o
que facilitassem a geração do som, este pode capturar e transmitir sofisticação Systemisch, basicamente, acabou como
realmente conta com algo um pouco mais além de toda a tecnologia envolvida. esta gloriosa gravação em mono, porque
parecido com a execução convencional de Desta vez, para mim foi crucial gerar estas eu simplesmente não podia comprar um
instrumentos musicais. frases, fazê-las acontecer exatamente desta sampler estéreo caro na época.”
“Enquanto meus tracks de meados maneira com as minhas próprias mãos, Mas por outro lado, muitas vezes
dos anos 1990 eram comprometidos com fazê-las parecer fáceis, de uma forma parece que Popp considera que qualquer
música em um nível bastante básico e mágica – considerando que a interrupção discussão sobre suas ferramentas seja uma
simples (porém eficaz), agora estes novos de música e tecnologia musical de uma distração indesejada. “Mencionar isto na
lançamentos podem desafiar com confiança eterna ‘perspectiva externa’ como na biografia de lançamento foi só um marco
a música no seu próprio campo - algo época do Systemisch [o álbum de 1994 do para esclarecer: ‘Isto é só uma caixa preta.
que eu queria já faz muito tempo, mas Oval que foi o pioneiro da ‘glitch music’] Nenhuma tecnologia de arma secreta foi
simplesmente não me sentia preparado. só leva você até certo ponto. usada na criação deste álbum’”.
Ao longo dos anos, eu sentia cada vez mais “Aliás, ter acesso manual em tempo real Pelo menos a gente pode saber mais
que precisava fazer parte de um diálogo ao processo não significa necessariamente sobre a fonte dos timbres, estilo guitarra
– basicamente, porque a música sempre que eu estava trabalhando mais rápido. que dominam o álbum? Com má vontade,
foi uma parte importante da minha vida Todas as frases e temas foram acionados um pouco: “Se você insiste absolutamente
e eu queria finalmente criar um esquema como você ouve, não são montagens. em ter uma imagem mental de alguém
melhor de reembolso do que dissecação Mas ainda assim, existiam várias opções envolvido em certa atividade enquanto
ou negação. Mas isto não significa que para conseguir aquela atmosfera divertida estiver ouvindo estes tracks, me imagine
aquela época ‘crítica’ já ficou para trás e orgânica que eu procurava. No fim, eu no meio de vários instrumentos, tanto
- os meus tracks são tão ‘meta’ quanto resolvi capturar estes riffs na hora, como virtuais quanto reais, além de muitos mais
antes. Só que desta vez, eu facilitei chegar fotografar Polaroids – à custa de ter de controladores em tempo real de todos os
às partes de ‘música’. gravar tudo de novo caso um take falhasse tipos, ensaiando – e pensando bastante em
“Basicamente, eu queria fazer parte ou desse errado.”
de um diálogo, o que só consigo fazer
acontecer por meios musicais, aonde
Uma experiência
estabeleço uma comunicação com a reconfortante
música através da música. É exatamente
por isso que eu desenvolvi um conjunto de O press release para O, menciona que
habilidades musicais: para falar a língua. ele foi totalmente gravado em um PC
Sem a necessidade de nenhum cartão de barato, sem plug-ins de terceiros. Por
sócio do clube de debate do Oval: ‘só um lado, isto parece ser importante para
ouvir’ é tudo que eu peço desta vez.” Popp: “Eu acho que continua importante
para a minha música, até hoje, que eu
De volta ao básico sempre possa ser criativo com recursos
Embora Popp crie álbuns há modestos. O Oval sempre foi uma questão
aproximadamente 15 anos, ele sempre de orçamento baixo. Se você resolver

154 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


como mudar o Oval de
uma experiência radical
para uma reconfortante,
sem sacrificar nenhuma
das minhas realizações
passadas e sem ser
desastroso ao escrever as
canções.”
Popp é muito
mais direto quando
perguntado sobre os
tracks de bateria que
aparecem no álbum. “O
que você ouve sou eu
tocando, programando
e acionando baterias
‘reais’, minhas próprias
baterias ‘reais’
sampleadas, além
de controladores (de
bateria) em tempo real
junto com vários kits
customizados de BFD
II, Superior Drummer e
Addictive Drums.
“Durante anos, eu
queria muito adicionar
um elemento rítmico nos
meus tracks além dos
conhecidos e inevitáveis
[dados os métodos de trabalho do Popp] Embora o seu novo álbum represente uma aventura radical de métodos anteriores, Popp continuou
trabalhando em paralelo no seu software de criação musical. A versão mais nova é conhecida como
clicks e pops. Mas eu não gosto da estética
OvalDNA; este diagrama explica a interface de usuário
de baterias eletrônicas – sons de bateria
sintéticos são legais, mas basicamente possivelmente, por todos os motivos exatamente oposto. Existiam duas diferenças
limitantes e, além disso, eu não gosto de errados. Por causa da maneira que eu fundamentais: primeira, eu mesmo estou
padrões – nem queria depender de loops trabalhei com as gravações de guitarra do no controle de todas as partes melódicas,
(inflexíveis demais). Pelo contrário, eu Eriko na época, eu resolvi fazer exatamente e segunda, não existia nenhum pós-
queria baterias mais expressivas que podem o contrário com as partes melódicas processamento DSP adicional para complicar
‘conduzir’ como um instrumento, no mesmo para Oh e O. So aconteceu bem no demais as coisas. Aquelas partes que você
nível de todos os outros elementos de um auge da minha fase ‘hi-tech’, quando era ouve no O, são literalmente o resultado
track. Eu ouvi bastante música, aprendi tudo questão de não deixar nada não- de ensaiar aquelas frases até elas estarem
como uma bateria verdadeira realmente processado. Eu joguei um equipamento ‘exatamente certas’. Depois de gravadas, eu
funciona e depois decidi o que ‘entender Kyma totalmente carregado, SoundMaker acabava aquele clipe de vez. Eu meio que
como tocar bateria’ pode fazer para a minha com aqueles excelentes pacotes de plug-ins já sabia que este era o melhor conceito: o
própria música. Para Oh e O, na maior parte espectrais terceiros e o Spark XL da TC sonho vitalício de ‘tocar em cada arquivo
do tempo, eu acabei com baterias que Electronics nas canções suaves do Eriko, de som, só uma vez.’ Simplesmente levou
evoluíam ao longo do track, quase fluindo cada aplicativo rodando vários módulos o tempo de eu estar pronto para conseguir
junto com os outros instrumentos em vez de customizados e cadeias de efeitos. No fim fazer isso. Bom, isso e estar bom o suficiente
ditar partes ou batidas pré-definidas. Meu das contas, eu acabei demorando uma para considerá-lo um lançamento.”
setup de bateria atual com certeza vai me eternidade,s processando todas as partes E talvez isso seja a coisa mais
manter ocupado por algum tempo.” de guitarra (e partes de vocal, de baixo e impressionante sobre O e Oh: que Markus
de efeitos), criando infinitas repetições de Popp tenha se tornado um músico tão
Tocando em cada arquivo uma gravação original bonita, já definida. E bom, mesmo não tendo sido um músico a
uma vez como eu não estava trabalhando em uma vida inteira. “Não se engane,” ele conclui,
De uma maneira distorcida, a criação do grade de sons para o software Ovalprocess “estes tracks são acessíveis, mas eles são
álbum O viu Markus Popp obedecendo [o inovador programa de criação musical bastante 2010, capazes de surpreender
a uma das suas mais antigas regras de que forma a base das instalações de arte do qualquer pessoa em quase qualquer nível.
gravação: acertar as coisas na fonte. “Eu Popp], e sim para o lançamento de um CD Oh e O podem não ter um ‘momento
insisti demais em não empregar nenhum comum, só algumas destas muitas variações divisor de águas’ escrito na testa – mas este
tipo de pós-processamento. Aqui, o de um arquivo de som podiam na verdade novo material tem o potencial para deixar
projeto So com o compositor Eriko Toyoda virar uma canção e entrar no álbum. você um tempão em uma disputa bastante
foi bastante instrutivo, embora, muito “Para O, eu peguei o caminho intensa para ver quem não pisca.”

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 155


TRACKS CLÁSSICOS

Tracks
CLÁSSICOS
Talking Heads ‘Road To Nowhere’
consumismo excessivo de meados dos
Quando a primeira edição da SOS chegou às bancas em anos 1980. O track de encerramento no
outubro de 1985, o Talking Heads já estava alcançando sua álbum Little Creatures que também gerou
o single de sucesso ‘And She Was’, ‘Road
posição mais alta nas paradas no Reino Unido. A canção To Nowhere’ na verdade chegou ao 6º
lugar na parada britânica e, embora não
era ‘Road To Nowhere’. O engenheiro Eric Thorngren tenha alcançado o Top 50 na Billboard
conta a história da sua gravação. Hot 100, ele representou a apoteose de
uma antiga banda da escola de artes cuja
say what we’ve seen.” (“Bom, sabemos produção, muitas vezes experimental,
RICHARD BUSKIN
para onde vamos Mas não sabemos onde incluía uma mistura eclética de punk, pop,
estivemos E sabemos o que estamos funk, world music e a vanguarda. O álbum

O
track começa com um conjunto sabendo Mas não podemos dizer o que já anterior do grupo, Speaking In Tongues
vocal a capella apoiado por um vimos.”) (1983) consistia de composições conjuntas
coro angelical antes de prosseguir Não existem muitos artistas que surgindo basicamente de jam sessions
para uma melodia animada enfeitada por conseguem embelezar de maneira do quarteto do cantor/guitarrista David
acordeom que não corresponde à letra convincente um assunto deprimente Byrne, baterista Chris Frantz, baixista
triste sobre as nossas vidas sem propósito e com um arranjo musical eminentemente Tina Weymouth e tecladista/guitarrista
sem sentido: dançante, feliz e cativante. Mas o Talking Jerry Harrison, gravados juntos com nada
Heads conseguiu isso com ‘Road To menos do que 10 cantores no back vocal
“Well, we know where we’re goin’ But Nowhere’, um sucesso do Top 10 do e músicos. Mas Little Creatures viu Byrne
we don’t know where we’ve been And Reino Unido que condenou alegremente retomar sua posição como líder da banda
we know what we’re knowin’ But we can’t o reinado yuppie predominante e o e compositor principal, em um álbum

156 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


estúdio, portanto algumas canções ficavam
um pouco diferentes da demo.”
Talking Heads. Da esquerda para a
direita: Jerry Harrison, David Byrne,
Chris Frantz and Tina Weymouth.
Eric Thorngren
Um nova-iorquino nativo que começou
a cantar e tocar guitarra durante a
adolescência, Thorngren fundou uma
banda chamada Bulldog com dois ex-
membros do grupo de soul de olhos
azuis The Rascals – o guitarrista Gene
Cornish e o baterista Dino Danelli –
em 1972, e foi a gravação de alguns
álbuns neste formato que despertou seu
interesse em engenharia.
“Quando estava no estúdio, eu notei Artista: Talking Heads
que o cara mais são, normalmente era
Track: ‘Road To Nowhere’
o engenheiro,” ele observa. “Naquele
momento, eu achei que gostaria de entrar
Selo: Sire
com o mesmo pessoal e usar minhas mãos Lançamento: 1985
para trabalhar não só na minha carreira, Produtor: Talking Heads
como também na das outras pessoas.” Engenheiro: Eric ‘ET’
Consequentemente, no meio da década, Thorngren
Thorngren usava um gravador TEAC de
Estúdio: Sigma Sound
quatro tracks, além de um mixer pequeno,
para gravar as demos de colegas músicos,
e depois garantiu um emprego na All
Platinum Records em Englewood, New do Legend, Thorngren voou para New
Jersey. Mais tarde renomeada como York, onde ele mixou a canção ‘Once in a
Sugar Hill Records, ela o envolveu em Lifetime’ em uma SSL no Sigma Sound, e
projetos do começo dos anos 1980 com depois pediram que ele fizesse o mesmo
artistas de rap como Grandmaster Flash, no álbum inteiro. Isto aconteceu não só no
Photo: Michael Ochs Archives/Getty Images

Grandmaster Melle Mel, a Sugarhill Gang, Sigma, como também no Soundworks e no


Crash Crew e Funky Four Plus One. Uma Right Track. Naquela época, o Sigma era o
tarefa em 1984 na Inglaterra de mixar o estúdio preferido do Talking Heads, e ET
único álbum de estúdio do par ex-Squeeze se achou de volta ali quando pediram para
de Chris Difford e Glenn Tilbrook, resultou ele gravar o próximo álbum da banda, Little
no empresário deles, Shep Gordon, Creatures.
apresentando Thorngren ao Chris Blackwell
da Island Records, que então o deu a
Setup do Sigma Sound
pop ainda mais favorável às rádios, que tarefa de selecionar e mixar os tracks Fundado em 1968 por Joe Tarsia, a
utilizou outros músicos só para enfeitar o para a coletânea de sucessos Legend do instalação original do Sigma na Filadélfia
quarteto principal. Depois de surgir com Bob Marley & the Wailers. Ele ainda é o abrigava os Studios 1, 2 e 3, enquanto que
o título provisório de Wild Infancy quando álbum de reggae de maior vendagem de a filial de New York, inaugurada no final
os ensaios começaram em fevereiro de todos os tempos. Foi tudo uma questão dos anos 1970 e apresentando algumas
1985, o nome do álbum mudou para In de networking. Enquanto Thorngren salas com SSL, teve início com o Studio 4
Defence Of Television na época em que o trabalhava no Legend no Compass Point equipado com uma MCI.
Talking Heads estava pronto para começar nas Bahamas, ele encontrou Chris Frantz “Eu estava familiarizado com o console
a gravar no Sigma Sound Studios, em e Tina Weymouth, marido e mulher, que MCI porque eu tinha trabalhado com uma
New York, no fim daquele mesmo mês. tinham fundado o conjunto de new wave [da Série] 500 e uma 600 na Sugar Hill,”
Sentado atrás do console MCI no Studio 4 dance/rap Tom Tom Club como projeto Thorngren explica. “O do Sigma era uma
estava o engenheiro Eric ‘ET’ Thorngren, paralelo ao Talking Heads. Os dois estavam 500 de 28 canais com automação Allison
que tinha acabado de mixar um álbum familiarizados com o trabalho de Thorngren Research, e foi isso que usamos com uma
ao vivo do Talking Heads e que, em Little na Sugar Hill Records, e como não estavam Studer A800 de 24 tracks.” Enquanto Tina
Creatures, também ajudou os membros do satisfeitos com a mixagem do álbum ao Weymouth tocava o seu baixo com DI na
grupo em seus esforços combinados como vivo Stop Making Sense do Talking Heads sala de controle, ouvindo os Yamaha NS10s
produtores. “Eles ensaiaram bastante,” recentemente concluído - a trilha sonora em que Eric Thorngren fez a maior parte
Thorngren diz. “Chris e Tina tinham um para o bastante aclamado documentário da monitoração, a bateria do Chris Frantz
apartamento no Queens, em Long Island, musical do diretor Jonathan Demme, estava no lado direito da área ao vivo, Jerry
e todos eles tocavam o material lá para financiado parcialmente pela Palm Pictures Harrison ficava em uma cabine perto com
que, quando chegassem no Sigma, eles do Chris Blackwell - eles perguntaram a o seu Hammond, Emulator e DX7 e David
praticamente soubessem os arranjos. Mas o Thorngren se ele queria tentar melhorá-lo. Byrne ficava em uma cabine à esquerda.
Talking Heads gostava de experimentos no Autorizado por Blackwell a tirar uma folga Ali, tocando um Fender Strat – gravado

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 157


TRACKS CLÁSSICOS
GRAVANDO ‘ROAD TO NOWHERE’

direto, além de por um amplificador Laney


GH120 que foi microfonado com um Shure
SM57 centralizado no monitor em uma
cabine adjacente menor - Byrne cantou em
um Neumann U87. Este passava pelo pré
de microfone do console e um Universal
Audio LA2A indo para fita. “Para a bateria,
eu usei [Neumann U] 87s como overheads,
um KM84 no chimbal, [Sennheiser] 421s
nos tom-tons e 57s nas partes de cima e de
baixo da caixa,” Thorngren recorda. “Eu
sempre usei 57s na caixa, e naquela época
eu até usava um 57 no bumbo. Durante a
minha época na Sugar Hill, eu aprendi que
o 57 apresentava ‘pontas’ bem consistentes
à batida, então eu o usava no bumbo e
fazia uma coisa singular com ele – eu dividia
o pré do microfone e enviava um lado por
um 1176, com um attack lento e um release
o mais rápido possível. Depois eu passava
por um equalizador Orban e aumentava,
tipo, 80Hz, e do Orban, que adicionava
muito ruído, eu passava pela cadeia de
áudio de um gate de ruído Kepex II. Ao
mesmo tempo, pegando a outra saída
do pré do microfone, eu a enviava para a
entrada principal do Kepex.”

Gravando
Thorngren passou um dia configurando
tudo antes das sessões de gravação
começarem na manhã seguinte no Sigma
Sound. Aí, depois que os membros
da banda passassem por um número
específico que estava sendo considerado David Byrne, New York, 1985.
para gravação, ele fazia quaisquer ajustes Foto: Benno Friedman//Time Life Pictures/Getty Images

necessários à microfonação, além do setup depois que ET e Jerry Harrison remixaram depois eu mudava a mesa e gravava alguns
da bateria e vários amplificadores. todos os álbuns do Talking Heads em 5.1 tracks para True Stories no outro lado do
“Podíamos mudar muito rapidamente para o box set Brick. “Quando eu voltei e vidro, antes de voltar para a mixagem do
para ideias diferentes,” ele diz. “Eu tinha escutei tudo aquilo, eu percebi que David Little Creatures enquanto eles ensaiavam
um setup de Hammond e Leslie para o Jerry provavelmente é um dos melhores músicos mais alguns tracks. Como eu descobri
enquanto o seu Emulator e DX7 passavam de guitarra base que já existiram,” ele diz. depois, quando fizemos um track do True
por DI e então, depois que gravávamos “Isso me deixou louco. “Eu sempre soube Stories depois deles ensaiarem e resolverem
uma canção específica, estávamos prontos que o timing dele era ótimo, mas ouvi-lo como montar a canção, os vocais do David
para o overdub de certas partes.” Estas, tocar era desconcertante. Ele é um talento eram os que usávamos. Eles eram ótimos.
por coincidência, não incluíam os vocais incrível.” Enfatizando este ponto, está o Ele montava o track como uma coisa sólida
principais do David Byrne, que eram fato de que, enquanto trabalhava no Little e dava muito certo. “Passávamos quatro
mantidos das suas performances guias. “Ele Creatures, Byrne estava simultaneamente ou cinco horas em uma canção e nunca
era ótimo”, Thorngren afirma. “Ele não fazendo o mesmo para o álbum seguinte compilávamos de takes múltiplos,” diz
estava se esforçando, só estava fazendo a do Talking Heads, True Stories, que serviria Thorngren. “Usávamos um take completo
canção, mas ele tinha tanta personalidade como um tipo de trilha sonora para o filme sem cortar entre versões diferentes. Sabe,
nas performances enquanto gravávamos de mesmo nome que ele escreveu, dirigiu e tudo depende do baterista, e Chris tinha
que era tipo, ‘nossa, como você vai fazer estrelou. (Algumas das canções na verdade um timing inacreditável. De fato, a banda
melhor do que isso?’ Isso criou um tipo foram executadas por atores no filme.) inteira era bastante firme e extremamente
de enigma, porque o som da palheta da Consequentemente, quando Eric Thorngren boa na época, então eu não tinha nenhum
guitarra dele estava no microfone [de voz] e mudou para o Studio 5 do Sigma Sound, problema com afinação ou coisa assim.
isso acrescentava algo ao som da guitarra. muito maior e equipado com uma SSL, para O único desafio que eu encarei foi com
Mas se quiséssemos consertar uma linha, a mixagem do Little Creatures, os membros os gravadores de fita e a fita. “Depois de
ele tinha de entrar e dedilhar a guitarra da banda muitas vezes ficavam na sala de gravar alguma coisa com o A800, eu fazia
enquanto cantava ou então ia aparecer controle, ensaiando algumas das canções um slave em outro gravador de 24 tracks
um buraco.” A estima de Thorngren pelos para True Stories. “Eu passava por uma ou e depois fazia os overdubs sem arrastar a
talentos de Byrne só aumentou em 2004 duas mixagens,” Thorngreen lembra, “e bateria pelas cabeças o tempo todo. Bom,

158 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


o estúdio trouxe um Otari de 24 tracks, na mão esquerda do Jimmy Macdonnell,
mas quando eu fazia o bounce das coisas e o grave, e um 87 na mão direita, o Intervalo do coral
ouvia o Otari para ter certeza de que estava agudo,” Thorngren lembra. “Mesmo ele Como ‘Road To Nowhere’, com o seu ritmo
tudo certo, o baixo soava como se tivesse não tocando muitos acordes com a mão de caixa marchante e acordeom onipresente,
cabelo nele. Eu estava ficando louco. Na esquerda, só a dispersão da mão direita e era diferente de qualquer outra canção no
época, eu acho que estávamos usando a diferença do tempo a exibiam um pouco. álbum Little Creatures, Eric Thorngren
[fita Ampex] 456, então eu mudei de fita e “Andrew Cader tocou o washboard com realmente sentiu que talvez ela fosse mais
adequada à configuração texana do True
o fuzz ainda estava lá, mas aí eu consegui colheres, ele era inacreditável, e eu testei
Stories. Porém, enquanto a demo da canção
que trouxessem outro A800 e o fuzz alguns microfones naquilo antes de acabar era construída na mesma cadência do álbum
desapareceu. Todo mundo estava confuso com um [Electrovoice] RE20. Com um concluído, ela não tinha nem o acordeom
com o motivo disso estar acontecendo, microfone condensador, ele soou bastante nem a introdução a capella, e assim foi um
mas nunca descobrimos. Talvez fosse a estridente e ardido no topo, e não existia dos tracks que mudaram bastante desde a
configuração da fita.” nenhum microfone de fita naquela época. fase da demo.
De acordo com as notas no encarte da
Então eu usei o microfone dinâmico e
Mais washboard! ele funcionou muito bem. “Gravamos a
compilação Once In A Lifetime do Talking
Heads, foi Byrne que sugeriu adicionar a
Só um pouco mais de uma semana foi maior parte do álbum em um pouco mais introdução do coral, porque ele achou que
gasto gravando os tracks básicos do álbum, de uma semana, e depois, para os vocais ‘Road To Nowhere’ estava muito simples
antes que a maioria dos overdubs fosse de apoio (backs), eu entrei em contato e chata. De acordo com Thorngren, foi
então feita na SSL no Studio 5 do Sigma. com a Lani Groves, uma cantora bastante ele quem deu a sugestão. Em todo caso,
foi o segundo quem criou a introdução
Entre as adições mais notáveis para ‘Road popular que eu conhecia fazia muitos anos,
citada duplicando as harmonias de Frantz,
To Nowhere’ estava o acordeom sugerido e quando eu disse a ela a configuração
Harrison e Weymouth e as misturando
por Jerry Harrison, que tocou uma parte procurávamos, ela montou a coisa toda. com as contribuições de alguns cantores de
guia no DX7 antes do Jimmy Macdonnell, Eles fizeram gospel real, e a mistura jingles de New York que ele conhecia.
do conjunto de Cajun Loup Garou substituí- daquilo com o Talking Heads realmente
lo com o instrumento real. Harrison também levou a canção a outro patamar. Eu estava começo de uma canção e isso podia
adicionou uma parte do Hammond, o líder simplesmente perplexo.” Enquanto isso, se desenvolver até chegarmos no fim,
da banda do Saturday Night Live, Lenny Thorngren geralmente gravava tudo o então para que forçar? Além disso, para
Pickett, entrou com um pouco de sax e mais naturalmente possível, para que a mixar conforme eu trabalhava, eu rodava
ele foi ampliado pelas contribuições dos mixagem pudesse ser levada para qualquer automação enquanto gravava, e naquela
cantores de back vocal Erin Dickens, Diva direção que ele quisesse. “Naquela época, época eu achava que isso era assustador
Gray, Lani Groves, Gordon Grody e Kurt tendo acabado de vir do R&B e fazendo demais. Agora, com o Pro Tools, é muito
Yahijian; o percursionista Steve Scale; e toda aquela coisa de rap na Sugar Hill, eu mais fácil, mas na mesa as coisas ficavam
o tocador de washboard (tábua de lavar) queria gravações bem claras e economizava lentas e se você dava punch de repente,
Andrew Cader. bastante para a mixagem,” ele diz. “Afinal às vezes ela ‘reclamava’. Às vezes, com os
“Para o acordeom, eu usei um FET 47 de contas, podíamos ter uma ideia no tracks SMPTE, a automação aumentava
muito, os faders ficavam muitos
abertos – era uma loucura. “No
Uma das salas no Sigma Sound, em New York
fim, eu tinha um plano para o
tipo de ambiência e efeitos que
eu queria para o álbum todo, e
eu tinha tudo configurado para
poder ter tudo à disposição muito
rapidamente. Aí, se quiséssemos
algumas coisas únicas, tipo um
delay de palma ou um som de
bateria anormal, fazíamos alguns
patches alternativos. Na época, eles
tinham linhas de delay da Delta
Labs, e quando estava na Sugar Hill
eu tinha trabalhado em uma sala
Westlake onde um monte de coisa
era direto. Bom, eu queria adicionar
um pouco de reflexao da parede,
então eu configurava alguns delays
de 30 ou 45 milissegundos, fazia
pan e enviava um pouco os vocais
e partes que precisavam de um
pouco de espaço, ao contrário
de só ser um ponto pequeno.
“Junto com o LA2A que eu usava
nos vocais para um pouco de
compressão, eu também usava um

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 159


TRACKS CLÁSSICOS
GRAVANDO ‘ROAD TO NOWHERE’

Lexicon 224L ou EMT 250


para reverb, um Marshall Eric Thorngren (esquerda) no estúdio
com David Byrne e Jerry Harrison
Time Modulator para
choruses, um [Roland]
Dimension D para o baixo
e era basicamente isso.”
De acordo com Thorngren,
ele e os membros do
Talking Heads normalmente
estavam de acordo
quando ele começava a
mixagem, então eles o
deixavam sozinho com os
seus aparelhos até que
ele estivesse pronto para
chamá-los para ouvir. “Ao
se tratar da mixagem,
eu não sou tão rápido
quanto muitas pessoas,”
ele admite. “Normalmente
eu gasto de um dia e
meio a dois dias em cada
track, e no caso do Little
Creatures isso funcionou
perfeitamente bem para
eles ensaiarem o material
para o True Stories.”

Fim do caminho
Jack Skinner masterizou
Little Creatures no Sterling
Sound, graças ao Eric
Thorngren tê-lo trazido
ao projeto, como ele fazia com todos os as letras caracteristicamente sarcásticas Você pode ouví-lo sorrindo e ele parece
trabalhos na época. do David Byrne. E embora, com certeza, não se importar muito se seguirmos ou
“Eu tinha uma harmonia com o Jack, teria vendido muito mais se a banda não.” “David Byrne era um ótimo letrista,
e ele também me deixava brincar com tivesse apoiado o álbum com uma turnê ele dizia coisas que simplesmente me
o material,” Thorngren lembra. “Não na época em que Byrne focava a maior arrebatavam,” diz Eric Thorngren, cuja
se esqueça, existiam vários problemas parte da sua energia no projeto do True lista de créditos de mixagem, engenharia
singulares naquela época porque você Stories, pelo menos ele aproveitou os e produção incluem Eurythmics, Grace
tinha de colocar o álbum inteiro em uma vídeos promocionais surreais e peculiares Jones, Robert Palmer, Public Image Ltd,
gravação de 12 polegadas, e é claro que que David iniciou, como o para ‘Road To Debbie Harry, Cyndi Lauper, Violent
todo mundo queria encerrar com a sua Nowhere’, que ele dirigiu com Stephen Femmes e, mais recentemente, Kenny
maior canção no groove de pior som no Johnson e que ganhou uma indicação Wayne Shepherd e 2AM Club, além das
disco.” Neste caso, aquela canção era de ‘Melhor Vídeo do Ano’ no MTV Video trilhas sonoras dos filmes Mais Estranho
‘Road To Nowhere’... “Você tinha de fazer Music Awards de 1986. “Little Creatures Que A Ficção (Stranger Than Fiction),
todo tipo de coisa para manipulá-la para é o som do David Byrne se apaixonando 30 Dias De Noite (30 Days Of Night) e
que a última canção pudesse ter um pouco pela normalidade,” opinou Rob Aventuras no Novo Ártico (Arctic Tale),
de energia,” Thorngren continua, “mas Tannenbaum na sua avaliação da Rolling e também trabalhou em um jogo para o
você não queria que o álbum fosse suave Stone. “Embora seja um álbum modesto e Xbox 360. “Ao mesmo tempo, a banda era
demais. Era sempre como um jogo, então encantador, quem iguala criatividade com tão firme, eu não tinha nenhuma maneira
eu ficava na masterização para garantir complexidade vai com certeza colocá-lo de corrigir nada, exceto para o punch.
que tinha conseguido o melhor possível.” de lado como uma onda antiga. Mas com Ainda assim, uma coisa que caracteriza
Com certeza ele conseguiu isso em Little o resto do mundo pop ainda chegando o álbum inteiro é o seu gigantesco som
Creatures, que chegou no 20º lugar da perto do brilhante Remain In Light, o do bumbo. Ouvindo agora, eu consigo
Billboard 200 e no 10º lugar na parada que pode ser mais subversivo do que um escutar minha influência vindo dos álbuns
do Reino Unido, enquanto que os críticos álbum alegre e limpo? Esta parece ser de dance que eu gravei, onde o bumbo
Pazz & Jop da Village Voice o escolheram a mensagem de ‘Road To Nowhere’, o realmente tinha de estar lá. E sabe de
como melhor álbum de 1985. Focando single astucioso e furtivo que encerra o uma coisa? Deu certo na época e dá
justamente nos quatro músicos principais, álbum. Byrne admite que está perdido, certo agora!” Obrigado ao Ritch Esra do
ele temperou com sucesso o seu abraço mas perambula com alegria em direção Music Business Registry por sua ajuda em
autoconsciente do mainstream pop com ao nada porque ele tem companhia. conseguir esta entrevista.

160 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


D E S TA Q U E

Últimas
Notas
Bastidores da música de TV
É ótimo ser valorizado – até certo ponto...
PAUL FARRER rádio, e na maioria das semanas algum
fanático de mão peluda ligava pedindo

P
essoas que colecionam coisas cópias dos jingles mais novos para “colocar
sempre me confundem um pouco. na coleção”. Na época eu achava isso
Sempre me pareceu uma obsessão tão perturbador quanto acho hoje – só
meio assustadora, quando a necessidade que agora que a minha música tem sido
de completar uma coleção pode ser mais tocada globalmente, a profundidade, programa é exibido há mais de uma década.
importante do que os objetos em si. Uma distância e variedade de esquisitices que Nem preciso dizer que os cantos mais
coceira que você curte não poder coçar. chegam ao meu e-mail é um dos aspectos obscuros da Internet não ajudaram a abafar
Um fetiche. mais inquietantes e, às vezes, bastante o entusiasmo e a rivalidade entre nerds
Para algumas pessoas, são gibis raros; assustadores da minha carreira. destas pessoas. E se você estiver buscando
para outras, bules de porcelana ou borboletas uma carreira como compositor de TV,
mortas. E só de vez em quando, é a música
Olhos no prêmio talvez valha a pena gastar um tempo para
‘Traffic and Travel’ do pacote de jingles de Você não pode entrar numa loja e comprar considerar as chances de que um dia você
Natal da Kidderminster FM de 1992. música comissionada, então você tem que ir também possa ser o receptor de e-mails
Um dos meus primeiríssimos empregos atrás do coitado que a escreveu e implorar desesperados de mãos suadas suplicando
foi trabalhar para uma empresa que por cópias. Aos olhos do colecionador, isso por (e eu cito) “TODAS as partes finais
produzia música para estações locais de preenche o objetivo de ter alguma coisa do Krypton Factor, bases de tensão e
que você precisa ‘caçar’, efeitos de som - NÃO SÓ OS TÍTULOS E
onde provavelmente só CRÉDITOS FINAIS!!!” Será que alguém
o mais corajoso e mais pode legitimamente chamar o remetente
valente vai conseguir ficar deste e-mail, de amante de música? O
satisfeito. Aparentemente, que será que ele considera ser um passeio
se você hackear o jogo de romântico? Eu me arrepio só de pensar.
Playstation do The Weakest
Link, você consegue ripar
O elo mais fraco
os arquivos de música dele, Uma vez eu fui ameaçado de morte
mas por algum motivo eles por um racista enlouquecido na
nunca incluíram a música Albânia que era fanático pelo John
das duas últimas rodadas Lennon e odiava o Eminem. Pelo que
como parte do jogo. eu pude entender, ele odiou o fato
Adivinhe quais tracks os de que John Lennon e Eminem eram,
colecionadores sempre me em algum momento, ganhadores
falam que são sua parte de um BMI Composer Award. De
“preferida” do pacote, que alguma maneira ele descobriu que
os deixariam eternamente eu também tinha recebido o mesmo
agradecidos, se eu “enviasse prêmio e, aparentemente incapaz de
a eles como um arquivo achar um e-mail correto para o “The
em alta definição? De Liverpudlian”, ele resolveu me contar
preferência WAV, mas MP3 isso. “Você está brincando com fogo, se
também serve”? Eu recebi entende o que eu quero dizer”, ele me
18 e-mails deste tipo só nas avisou em um e-mail tenebroso e raivoso
últimas 12 semanas. E o com péssima pontuação.
Pelo menos, dizer que ia me matar,
não o impediu de me pedir algumas das
“Me envie a versão editada
minhas músicas tema. Então eu enviei
do track base, sim? É o que
vamos ver!” algumas para ele.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 161


D E S TA Q U E

POR DENTRO DA

MÚSICA
PAUL TINGEN
Segredos dos Engenheiros de
Mixagem: Craig Silvey - Arcade Fire
O
engenheiro e produtor Craig Silvey é
conhecido por mixar singles, como o
mega sucesso ‘Rise’ da Gabrielle em
2000, mas o seu forte é trabalhar em álbuns
Apesar das limitações auto-impostas, as sessões
completos. Sua discografia inclui nomes como multitracks para o álbum mais novo do Arcade
REM, Santana, Ray Davies, Nine Inch Nails,
Linda Ronstadt, Aaron Neville, Pearl Jam, the Fire cresceram em proporções épicas. Mesmo
Coral, Portishead, the Magic Numbers e New assim, Craig Silvey o mixou em uma mesa
Young Pony Club, além de artistas clássicos
como the Kronos Quartet e John Adams. vintage sem nenhuma automação...
O destaque mais recente é The Suburbs
do Arcade Fire, um álbum que alcançou o e dos EUA, enquanto que o single britânico um estúdio no leste de Londres chamado The
primeiro lugar nas paradas dos EUA, Reino ‘We Used To Wait’ só conseguiu um mísero Garden, pertencente ao Matt Johnson, da
Unido e na terra natal da banda, Canadá, 75º lugar. Resumindo, o Arcade Fire é aquela banda The The, que está abarrotado com a
além de críticas empolgadas no mundo todo. coisa antiga e cada vez mais rara: Foco no aparelhagem antiga e vintage de Silvey, que
Embora os três álbuns da banda, Funeral álbum como um todo. ele colecionou ao longo de duas décadas.
(2004), Neon Bible (2007) e agora The O orgulho do local é o seu Neve 8026 de 40
Suburbs, tiveram sucesso crescente, os seus
Alucinado pelo analógico entradas, carregado com módulos 1084 e
singles continuam quase nem aparecendo nas “Eu não suporto o som de MP3s”, declara 1076. Tem também um sidecar Neve BCM10,
paradas. O primeiro single, e track título, do Silvey, com alguma veemência, e ele não é um Studer A80 de 24 tracks e uma abundância
novo álbum, alcançou o 94º lugar no Canadá fã do áudio digital no geral, nem mesmo no de periféricos, incluindo equalizadores da
e nem apareceu nas paradas do Reino Unido conceito HD. Atualmente, ele trabalha em Helios, John Hardy e Calrec, compressores

162 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


deve. Eu prefiro gravar em fita analógica, mixagem do inglês-americano para Third
quando eu tenho tempo e orçamento. do Portishead em 2008, um álbum bastante

Foto: Lucy Williams


Recentemente, eu fiz isso pela primeira vez admirado por músicos, incluindo os membros
em aproximadamente nove meses, e eu tinha do Arcade Fire. Imediatamente depois de
esquecido como soa ótimo. Mas hoje em dia concluir o trabalho em Third, Silvey e Geoff
todo mundo quer poder fazer vários takes Barrow, do Portishead, co-produziram o
e edições, e se você faz 50 takes, você não segundo álbum do The Horrors, Primary
pode manter todos eles quando trabalha em Colours (2009), que também teve um forte
analógico. Então rapidamente você acaba impacto entre músicos. O Arcade Fire
no mundo do Pro Tools. Geralmente eu o trabalhava no que se tornaria o The Suburbs
uso como um ‘glorioso’ gravador de fita. desde o começo de 2009, junto com Lawson
Contanto que você mantenha os faders do e o co-produtor Markus Dravs e, depois de
seu Pro Tools em zero e não faça nenhum um trabalho de vários meses, sentiram que
summing dentro, ele soa bem.” precisavam de ouvidos revigorados para uma
Silvey atribui o amor pela tecnologia melhor avaliação do que eles tinham feito até
‘The Suburbs’
analógica à sua época de formação como aqui e para montar o projeto inteiro.
Escrita por: Arcade Fire
Produtor: Arcade Fire and Markus Dravs engenheiro. Nascido há 41 anos na Bay Area, Silvey: “Quando eles me enviaram
na Califórnia, ele aprendeu a tocar trompete ‘The Suburbs’, quase não tinha nenhuma
e piano na pré-adolescência. Quando instrução, além de ‘não faça isso’ e ‘não
adolescente, ele descobriu o rock & roll e faça aquilo’ a partir de uma perspectiva
ficou fascinado por gravação e produção. técnica. Eles simplesmente queriam ver o
Ao deixar o ensino médio, ele trabalhou em que eu faria neste projeto. A sessão estava
estúdios locais e também fez um estágio muito bem organizada e nomeada, e tudo
com George Massenburg, que alguns anos tinha seu lugar. Os tracks tinham sido
depois deu ao jovem um emprego no estúdio meticulosamente gravados e limpos: eles
de gravação Skywalker Sound, do George podiam ter me dado os multitracks de 24
Lucas. Silvey rapidamente subiu de cargo tracks. Não tinha nada daquela bagunça que
e se tornou engenheiro chefe lá de 1992 a às vezes eu encontro em algumas sessões
95, período em que trabalhou com vários do Pro Tools, com direcionamento louco,
produtores ótimos, entre eles Massemburg, níveis inconsistentes, dúzias de plug-ins que
Phil Ramone e Walter Afanasieff. De acordo me forçam a decidir quais são úteis e quais
com Silvey, isso significa que grande parte da não são, e etc. Então, mixar ‘The Suburbs’
sua educação veio do “pessoal que aprendeu foi relativamente tranquilo. Eles tinham
nos anos 1960 e 1970”. Ele se tornou planejado que eu mixaria o álbum inteiro
um “louco obsessivo por equipamentos” à distância, no The Garden, mas depois
autodeclarado e, depois de deixar o resolveram que queriam todo mundo junto.
Skywalker, colocou a extensa coleção de Então, eu tinha acabado de configurar meu
Craig Silvey no estúdio The Garden equipamentos que ele tinha reunido, em um estúdio e encontrado o conforto desejado,
estúdio em São Francisco que ele chamou de e aí, em fevereiro deste ano, eu fui para
como o Thermionic Culture Phoenix, Universal Toast e que funcionou até 2002. Entretanto, Montreal, onde passei três meses mixando
Audio 1176 e Urei LA4A, pré-amplificadores no fim dos anos 1990, Silvey se apaixonou o resto do álbum, e também ajustando a
de microfone da Telefunken (V76, V72), por uma britânica e pela música britânica minha mixagem do ‘The Suburbs’.
Summit e Tube-Tech, um grupo inteiro (“parecia existir mais criatividade entre bandas “Eu fiz tudo isso em um lugar chamado
de microfones vintage e os seus queridos e músicos britânicos”) e mudou para Londres Studio Frisson, que também tinha um
monitores Mastering Labs, os lendários ML10s. (“agora eu sou um tipo de híbrido estranho: console Neve, um 8034-8014, com um
Adequadamente, o local é anunciado pela meio americano, meio britânico”). Durante direcionamento customizado interessante.
Miloco, promotora do estúdio, como um muitos dos seus anos em Londres, Silvey Como eu, o dono dele também é obcecado
“paraíso de gravação vintage”. trabalhou no Konk Studios do Ray Davies, por equipamentos. De muitas maneiras, o
“Sim, eu sou alucinado pelo analógico”, mas desde 2009 The Garden é o seu home Frisson é uma cópia idêntica do The Garden;
admite Silvey. “Existe uma vantagem studio, e ele o abarrotou com a aparelhagem sua mentalidade e a minha mentalidade
sonora definida que você pode ouvir quase colecionada ao longo dos anos. são muito parecidas. A banda tinha gravado
imediatamente quando segue esta linha. Aos bastante no Frisson, mas também tinha
meus ouvidos, a diferença entre fazer minhas
Jogos de fliperama (Arcade) gravado em suas casas e no seu estúdio em
mixagens no Pro Tools e depois levá-las para Aparentemente, o Arcade Fire e Silvey são uma igreja de vila a uma hora de Montreal. A
a mesa é astronômica. O summing é muito almas semelhantes no seu amor por métodos maioria dos tracks de apoio (backing tracks)
diferente. A respeito do método digital, todos de gravação antigos e analógicos. O primeiro foram gravados em uma [Otari] MTR90 de 24
nós somos controladores e, quanto mais contato entre os dois lados foi feito em tracks, eu acho, muitas vezes em uma mesa
controle nos é dado, mais ficamos obcecados dezembro de 2009, quando o engenheiro valvulada incrível chamada McCurdy AU300,
por ele. As ferramentas digitais são ótimas, Mark Lawson enviou um arquivo do Pro Tools que era do Frisson e que a banda alugou e
mas a solução é só usá-las quando você 96/24 do ‘The Suburbs’ do outro lado do depois comprou. Eles queriam gravar o álbum
precisa delas, em vez de o tempo todo. Só Atlântico, com o pedido para Silvey tentar em um gravador de fita com todo mundo
porque você pode, não quer dizer que você mixá-lo. A ligação foi feita por causa da na sala, então, por exemplo, o pessoal está

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 163


D E S TA Q U E
POR DENTRO DA MÚSICA • CR AIG SILVEY

Uma captura composta de tela, mostrando a Session inteira do Pro Tools para o ‘The Suburbs’

164 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


batendo palmas ao vivo nos microfones
overheads com a bateria tocando. Eles não
queriam que os elementos sonoros ficassem
precisos e controlados demais, eles queriam
algo um pouco ‘selvagem’. É como ouvir
álbuns do Sly Stone e coisas assim, onde você
realmente pode sentir que eles se divertiram
durante a gravação.”

Perspectiva
De acordo com Silvey, o uso do gravador de
fita única e a mesa McCurdy fizeram parte
de várias restrições que a banda e a equipe
de produção impuseram à sua maneira de
trabalhar. Apesar disso, os multitracks para
The Suburbs muitas vezes continham mais The Garden usa uma mesa vintage Neve 8026
de 60 tracks para cada canção, com a visão
geral do que foi gravado e, portanto, às vezes Aí eu fiz uma mixagem preliminar de cada de periféricos no Pro Tools. Um sinal saía
correndo o risco de ser perdido. canção, porque eles precisavam ouvir os do Pro Tools para um compressor, voltava
Silvey: “Era o terceiro álbum deles, e dado tracks de alguma maneira, para decidir onde para o Pro Tools e depois vinha de novo
o sucesso dos dois primeiros, agora eles algumas coisas que eles tinham gravado em outro conjunto de saídas, que podia
tinham o tempo e as condições financeiras deviam ficar, ou se talvez elas não eram receber automação no Pro Tools. Eu também
para tentar qualquer coisa. Eles precisavam necessárias, no final das contas. Com certeza apliquei um pouco de automação de níveis
fazer isso, mas também sabiam que podia havia o objetivo de tentar achar espaço na no Pro Tools – usando uma Pro Control, eu
ser a receita para um desastre. Este foi o mixagem para tudo que foi gravado. Eu não não suporto fazer mudanças olhando para
principal motivo de colocar limitações na só mixei na Neve no Frisson, como também uma tela de computador – mas no geral era
maneira como eles gravavam, e aí, o resto do na McCurdy, e às vezes eu também tinha mínimo, então a maioria da mixagem era uma
tempo, eles resolviam como contornar estas um sidecar Neve BCM10 e uma Quad Eight ‘performance ao vivo’ na mesa. Eu acho que,
limitações. Também foi por isso, por exemplo, rolando! Todas foram reparadas e usadas de se eu posso configurar um bom equilíbrio
que mixamos no Frisson, e não no estúdio maneiras diferentes. geral sem reverter para automação, ou sem
da Celione Dion em Montreal, que tem uma Mark Lawson estava no espaço ao vivo precisar mover os faders, isso significa que a
SSL de 96 entradas que, de várias maneiras, do estúdio e podia ajudar quando fosse mixagem já está em um bom lugar, porque as
teria sido muito mais fácil, já que a Neve necessário. Em um momento, tínhamos seis coisas não estão ficando umas em cima das
do Frisson não tem automação adequada. engenheiros trabalhando em uma mixagem! outras. Isso realmente vem da velha maneira
Trabalhar no estúdio da Celine Dion nos daria Como não havia automação, eu fiz stems de pensar na mixagem. Eu tento fazer minhas
mais opções, mas não precisávamos delas, da bateria, baixo, guitarras e etc. para cada mixagens o mais amplo, profundo e alto
precisávamos de restrições. canção depois de cada primeira passada possível, realmente colocar as coisas em 3D,
“Existiam vários motivos para muitas da mix. Em alguns casos, eu acabei com 30 sem ficar nada em cima das outras coisas.
das Sessions acabarem ficando tão stems por canção. A banda queria ter a opção “A respeito do meu método de mixagem,
enormes. Existem sete músicos na banda, de fazer um recall de cada canção depois eu mixo em ondas. Na primeira vez, eu passo
e todo mundo é bastante talentoso e toca da minha passagem da mixagem inicial, e é depressa por uma mixagem, tentando obter
instrumentos diferentes, e as coisas foram impossível fazer um recall completo em uma um ‘sentido’ do que está ali e uma direção
gravadas de várias maneiras diferentes, muitas Neve antiga. A segunda mixagem consistia para a canção. Aí eu começo na bateria,
vezes simultaneamente e, com frequência, de talvez 80-90% de stems da primeira mas, de novo, eu não demoro muito nela. Eu
eles usavam vários microfones para gravar mixagem e o resto foi refeito. Para a maioria posso deixá-la em 50% de onde eu a quero, e
cada parte. Foi difícil manter uma visão geral das canções, minhas mixagens originais aí rapidamente passo para o baixo, depois as
de tudo que foi gravado, e Mark Lawson tinha eram muito próximas, e a segunda mixagem guitarras e o teclado, e depois o vocal, e etc.
milhares de planilhas sobre o que era feito, normalmente era uma questão de ajuste de Aí eu ouço tudo e faço alterações individuais.
quando, por quem e por que. Muitas Sessions níveis, em vez de mudanças mais radicais.” Depois eu volto à bateria isoladamente, o
eram tão elaboradas que ele precisava de o ‘The Suburbs’ limpa, bem gravada e bem baixo isoladamente e etc., e eu posso repetir
dois ou três dias de preparação para cada organizada, Silvey conseguiu seguir direto este processo duas ou três vezes, e a partir
canção que eu ia mixar, para compilar tudo e para a mixagem da canção no seu Neve 8026 deste ponto eu só ouço a mixagem completa.
carregar em um arquivo do Pro Tools. Apesar de 40 entradas. A Session consistia de 50 Obviamente, eu prefiro usar periféricos, mas
de todos serem talentosos, incluindo Mark e tracks únicos, assim, as restrições de entrada existem dois plug-ins que eu não consigo
Markus e os outros engenheiros envolvidos, na Neve indicavam a necessidade de um viver sem: o Massenburg Designworks EQ
depois de se envolverem nisso durante tanto pouco de organização prévia. e o Altiverb [Audio Ease]. Você pode ver o
tempo, quando eles me abordaram eu acho Silvey: “Eu precisei fazer alguns grupos Massenburg na Session do ‘The Suburbs’
que realmente queriam alguém com uma no Pro Tools. Mas a Neve também tinha uma como MD3 e MD5 em vários tracks. Eu o uso
perspectiva ‘de fora’. seção de monitor de 24 canais, que eu usei para afinar frequências específicas, enquanto
“Além de mixar, meu papel era conectar para retornos de efeitos e quaisquer tracks que um periférico ou o equalizador da mesa
todo o material que eles tinham. Eu ajudei a que vazassem. Eu também usei um sidecar Neve, servem para suavizar e colorir o som. O
resolver quais coisas eram ou não necessárias. Neve BCM10. E também várias inserções ‘662’ e ‘632’ em Aux 1 e Aux 2 são Altiverb,

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 165


D E S TA Q U E
POR DENTRO DA MÚSICA • CR AIG SILVEY

um sendo um spring reverb, o outro Cello


Echo Chamber 2, e o [Line 6] Echo Farm é um
pré-delay para a câmara de ecos Cello, que
foi o meu principal reverb para esta canção.
O pré-delay é meio mixado, então um pouco
dos sinais vai direto para o Altiverb e um
pouco para o delay. Eu sou fã do Altiverb.
Quando eu o ouvi pela primeira vez, pensei
‘meu Deus, isso soa exatamente como algo
real.’ Ele é brilhante.”
O som do Arcade Fire costuma ser
inundado por reverb, embora menos no
The Suburbs do que nos seus dois álbuns
anteriores, e os vocais do cantor Win Butler são
mixados relativamente baixos. Juntas, estas
qualidades significam que as gravações do
Arcade Fire costumam ser altas na atmosfera/
clima, mas baixas na definição. Silvey explica:
“O reverb tem a ver com a maneira com que
Esta imagem, mostrando parte da Session para ‘We Used To Wait’, ilustra como as coisas mudaram até o
eles gravam as coisas. Muitas das guitarras fim das sessões de mixagem em Montrea
têm bastante spring reverb de amplificador
nelas, por exemplo, e eles também costumam envio a um compressor, geralmente o GML de baixo, DI, amplificador e reamplificador. O
usar muitos microfones de sala. Além disso, 8900, que é um compressor inacreditável reamplificador já estava lá, mas eu não usei.
suas harmonias de blocos se encaixam bem em baterias, ele realmente permite que Eu achei que este track tinha ecos de ‘Till The
em algo ‘grande’ e com reverb, então existe elas respirem, enquanto também fazem o Morning Comes’ do Neil Young, e eu tomei
uma força gravitacional óbvia em direção a groove pulsar. Não é a peça mais intuitiva isso como um pouco de inspiração no meu
usar reverb. Eu também descobri quando da bateria, mas depois que você aprende trabalho. Eu coloquei um LA2A no baixo, para
estava mixando, que o reverb me ajudou a usá-lo, é bastante controlável. Eu tenho ter certeza de que o baixo captado não se
a separar as coisas. Win é muito específico um atalho de bateria comprimido e um estendesse demais, além de um slap delay
sobre a maneira que ele quer que o seu vocal limpo voltado para a mesa, e normalmente do Roland 501 e um pouco de distorção
principal soe. Ele gosta de ter um slap echo passo todas as baterias pelos dois paths para algum ruído, então ele não soou limpo
nele, e não gosta de outras coisas. Sua voz embora coisas como pratos, podem demais. Provavelmente eu usei o space
sendo mixada bem lá atrás também é, na passar só pelo path limpo se eles soarem echo do Roland 501 para o slap e também o
maioria das vezes, intencional. Ele está ciente dissonantes demais pelo compressor. Só se Thermionic Culture Vulture para a distorção.
do fato de que o Arcade Fire é uma banda, e eu achar que o bumbo ou a caixa precisa Mais abaixo na tela, tem um track de piano,
não ele na frente de uma banda. Em bandas, de compressão diferente ou adicional para que foi o centro da canção. É um take estéreo
é fácil o foco ficar só no cantor, mas Win mais punch, eu os passo individualmente que eu passei pelos dois 1176s, e usei um
realmente não quer que seja assim, então por um compressor, como o Dbx 160X. Mas pouco de equalização da mesa. Eu achei que
talvez seja uma coisa subconsciente gostar dos acho que eu não usei o Dbx neste track. o piano precisava ficar seco, então ele não
seus vocais empurrados um pouco para trás. Eu realmente mixei um pouco de spring tem reverb.”
Pessoalmente, eu também gosto que os vocais reverb da Altiverb nas caixas, com o spring
se assentem um pouco mais como parte de mono só na esquerda, para fazê-la soar Guitarras: Universal Audio 1176, Neve
um track com som poderoso, em vez de eles mais rígida. Eu também usei um pouco de EQ, Ursa Major Space Station, Helios EQ,
serem expansivos e com o foco todo neles.” equalização da mesa, mas não muito. As Lexicon Super Prime Time, Ibanez AD202.
palmas também teriam sido tratadas com as “A guitarra de náilon é outro track central,
Bateria: GML 8900, Audio Ease Altiverb, baterias. Elas não são tão claras neste track que tinha compressão bastante pesada com
Neve EQ. como normalmente são com o Arcade Fire, um 1176, além da equalização da mesa.
“Existem 13 tracks de bateria e você elas são só uma textura.” Para fazê-la se sobressair um pouco mais, eu
pode ver que existem duas baterias. Os também usei um Ursa Major Space Station,
tracks em laranja são do Jeremy [Gara] Teclado e baixo: Urei LA4 e LA2A, Roland em um programa de reflexos precoces (early
e os em rosa da Régine [Chassange]. RE501, Thermionic Culture Vulture, reflections). Quando você não coloca muito
Com frequência, eles têm duas baterias Universal Audio 1176, Neve EQ. feedback, não soa como reverb ou delay,
em uma canção, com um baterista “Sob os tracks de bateria, estão quatro tracks mas realmente meio que o faz se destacar.
segurando o groove e o outro, neste caso de sintetizador, que na verdade são quatro A respeito das outras guitarras, existem
a Régine, tocando modulações rítmicas e partes: um [Analogue Solutions] Vostok, um dois sets de guitarras, chamados ‘A’ e ‘B’,
preenchimentos. A progressão da canção [Korg] MS20 e um sintetizador tocado por enquanto que ‘R’ é de Richard [Reed Parry],
foi muito eficiente com ela tocando bateria. Will Butler que também foi reamplificado. só para identificar quem tocou. Estes nomes
É uma canção bastante longa, mas você Todas tiveram seus momentos quando são dados por Mark Lawson. As guitarras
não percebe. Muito disso vem da Régine apareceram mais à frente. Eu não fiz nada ‘A’ e ‘B’ são a mesma parte, tocada duas
aumentando a canção um pouco de cada especial nelas, talvez um pouco de reverb e vezes, e depois cada uma gravada em quatro
vez, sem você perceber ou focar nisso. o MS20 tinha um LA4 nele porque ele era um tracks diferentes: DI, dois amplificadores e
Normalmente eu agrupo as baterias e as pouco dinâmico demais. Existem três tracks um microfone de sala. Eu desliguei os tracks

166 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


vocal de apoio para os refrões. Eu usei um
‘We Used To Wait’: Mixando em Montreal Distressor nos vocais e a versão Tube Tech do
Como Craig Silvey explica na matéria principal, Young, e que os refrões tivessem uma explosão Pultec EQP1A. Eu tiro o máximo possível de
o track título foi a única canção do The Suburbs tipo Depeche Mode, e tentar conseguir estas grave e adiciono o máximo de ar, tentando
que foi mixada quase que completamente em mudanças em um mundo não-automatizado não deixar os vocais finos demais ou acabar
Londres. O resto foi mixado por ele no Studio não foi fácil. Foi preciso bastante fé e visão para gerando muita sibilância. Às vezes, o Win
Frisson em Montreal, em uma mesa Neve 8034- conseguir dar certo.” canta de maneira bastante silenciosa e, se
8014, às vezes com a ajuda de um sidecar Neve As imagens para ‘We Used To Wait’
aplicar compressão demais, você obtém
e uma mesa McCurdy. Para dar algum insight também foram incrivelmente diferentes,
sobre os procedimentos em Montreal, Silvey muito mais complexas e menos transparentes bastante ruído de boca e sibilação. Mas
fala um pouco sobre a sua mixagem do segundo do que as para o ‘The Suburbs’. O código eu não sou fã de de-essers, já que eles
single do álbum, só para o Reino Unido, ‘We de cores é muito menos claro, por exemplo, sempre parecem desfazer o que eu fiz com o
Used To Wait’. embora muitos tracks estejam cinza e, com equalizador, então normalmente eu encontro
“Aquele track foi um grande desafio para a mais de 30 tracks de bateria em azul e roxo, é os sons de ‘s’ no Pro Tools e os corto,
mixagem, porque eram três canções em uma. difícil ver o que está acontecendo. “Quando
reduzindo um pouco no volume no ponto
Existiam algumas canções como aquela, ‘Ready recebemos este track, tínhamos feito dois
To Start’ era outra. ‘We Used To Wait’ tinha três terços da mixagem do álbum,” explica Silvey, em eles ocorrem, algo tão rápido que você
baterias, cada uma com um som diferente, e elas “e só estávamos tentando sobreviver, e eu não nem vai perceber. É a única hora em que eu
não eram nitidamente separadas; pelo contrário, tinha tempo de adicionar toda a nomenclatura faço automação com um mouse. Isso parece
elas brigavam entre si, então uma bateria podia e ajuste de cores. Os tracks acinzentados foram funcionar melhor do que de-essing. Além
fazer metade de um refrão e uma segunda, a silenciados, é claro, em muitos casos porque disso, existe o slap delay do Roland 501 e
outra metade daquele refrão. Dadas as limitações nós não tínhamos canais suficientes nas mesas
dois delays curtos de um AMS com um pouco
do cenário da mixagem – mesas com entradas para reproduzir tudo. Também existem muitos
de mudança de pitch, um para cima e um
limitadas e nenhuma automação – tínhamos de mais plug-ins neste track. Por exemplo, existem
gravar stems e mixar em seções. Foi o método vários limitadores [Waves] L2. As baterias nos para baixo, que engrossou os vocais, como
antigo, onde você mixa o verso, depois o refrão, refrões tinham estes gated rooms e a sala em um duplicador. Foi explicado para mim como
depois o próximo verso, e assim por diante, e que elas tinham sido gravadas não tinha o som sendo este o delay de bateria do Phil Collins,
finalmente edita tudo junto. Um desafio a mais mais ‘explosivo’, então o L2 ajudou a deixar as mas ele cai muito bem nos vocais. Você
foi que a banda queria que os versos fossem coisas super altas. Ele foi seguido por um gate pode ver que eu estava adicionando mais
bastante orgânicos, como no estilo do Neil que foi acionado pela caixa.”
501 e diminuindo o AMS nos refrões. Todos
estes foram tratamentos no vocal principal.
de sala, porque achei que eles não eram com brilho, que eu também usei nas cordas. No backing vocal, eu só tinha um pouco de
necessários, e depois balanceei os outros Por fim, existem seis tracks de guitarra Ebow, reverb e delay estéreo, com pan.
três tracks internamente no Pro Tools. Eu com overdub para fechar um acorde e criar
passei o bus da guitarra ‘A’ para track ‘Master um grande som. Eles chegaram em um fader
Mixagem
1’ e ‘B’ para ‘Master 2’, e eles vão para a na mesa, no qual eu usei um delay Ibanez “Na parte de baixo da tela, você pode ver o
mesa e são enviados aos meus módulos do AD202, com o sinal original panoramizado primeiro dos meus stems, que foram usados
equalizador Helios e compressores 1176. As para um lado e o delay para o outro, para para alterar a mixagem mais tarde, em
guitarras também foram bem gravadas e não fazer a guitarra soar como se estivesse bem Montreal. Existem provavelmente 15 stems
precisaram de muito tratamento, só tinham para a esquerda e direita, mas também no total. A mixagem estéreo passou por um
que aparecer um pouco mais, e os módulos percebida no meio, sem ela estar realmente compressor SSL e um equalizador GML, e
do Helios são ótimos para isso. Você pode no meio. O AD202 é um delay analógico depois por um conversor A-D Lavry de volta
puxar bem os 2k com 15dB neles e a guitarra com um pouco de modulação bastante ao Pro Tools. Como estávamos fazendo stems
soará como em um álbum do Led Zeppelin! interessante. A qualidade sonora do AD202 é para uma possível segunda mixagem, mixar
As guitarras já tinham bastante spring bastante lo-fi; não tem nenhum agudo, então em fita não era muito prático. A ideia era ter
reverb nelas, mas eu adicionei um Lexicon você não ouve como um delay.” a personalidade de uma gravação analógica
Super Prime Time para um pouco mais Cordas: Thermionic Culture Phoenix, Lexicon bastante física, então, junto com o George
de espaço, além de dois delays. O que é Super Prime Time, Roland RE501. Marino, o engenheiro de masterização, nós
ótimo sobre o Prime Time é que você pode “Eu criei uma mix interna para as cordas no tivemos a ideia de gravar todas as mixagens
colocar uma modulação super rápida nele, Pro Tools e não usei os microfones de sala. Eu em vinil e depois passar direto para CD. De
por exemplo, uma velocidade de 100x, que enviei esta mix para o meu sidecar BCM10, fato, cada canção tinha o seu próprio acetato
deixa a modulação tão rápida que você não onde elas eram submixadas antes de ir para o de 45rpm e 12 polegadas, então era possível
pode ouvi-la, mas adiciona um lindo som meu compressor Thermionic Culture Phoenix, colocar todas as informações de frequência
Photo: Rama
com um ajuste mínimo. Depois de passarem neles, enquanto que o acetato só era tocado
pelo Phoenix, elas voltaram para o Pro Tools, uma vez, direto de volta ao computador,
Com sete membros tocando
vários instrumentos diferentes
pelo Aux 3, para que eu pudesse aplicar a então o CD é baseado na gravação de vinil da
e, às vezes, até obscuros, não automação, e no seu retorno eu coloquei melhor qualidade possível na masterização.
é surpreendente que o Arcade um pouco daquele shimmer do Prime Time. Obviamente, isso não foi barato – usamos um
Fire seja uma banda desafiadora Eu também passei as cordas pelo Roland monte de acetato! Mas também masterizamos
para gravar e mixar
501 Chorus Echo, oscilando um pouco a o ‘The Suburbs’ digitalmente, exatamente
velocidade da fita para fazer as cordas soarem como você faria para um CD, e quando
como se fossem de um filme antigo.” comparamos o arquivo que tinha passado
Vocais: Empirical Labs Distressor, Tube-Tech pelo acetato com o arquivo só do Pro Tools, a
EQP1A, Roland RE501, delay AMS. diferença foi enorme. Todo mundo ficou tipo
“Tinha um track de vocal e um track de ‘meu Deus, isso é incrível!’ e então resolvemos
masterizar o álbum inteiro assim.”

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 167


D E S TA Q U E
25 PRODUÇÕES INFLUENTES

Marcos

25 Produções que fizeram história


EQUIPE DA SOS As revoluções na tecnologia musical sempre

P
ergunte amanhã e, provavelmente, estiveram de mãos dadas com as mudanças na
vamos fazer uma lista
completamente diferente. Durante maneira como os álbuns soam. Para marcar o nosso
a nossa leitura desta matéria, surgiu 25º aniversário, nós listamos as produções mais
um desconforto aqui e ali sobre suas
omissões mais gritantes (nada do Nine influentes que surgiram durante a existência da SOS.
Inch Nails? Nenhuma música de filme?),
suas tendências – para música britânica,
em especial – e talvez suas inclusões com música reggae e dancehall e todos foi usado como apoio pela maioria dos
sem merecimento. É claro que não existe os gêneros derivados dela (incluindo vocalistas influentes de reggae e ainda
nenhuma maneira científica para que você grime, dubstep e jungle) vai reconhecer pode ser ouvido hoje, de forma sampleada
possa medir a influência de uma produção, imediatamente a linha de baixo simples de ou retrabalhada, em gêneros incluindo hip-
nem definir os milhões de álbuns, CDs e quatro notas e bateria eletrônica um pouco hop, garage e drum & bass. Chris Korff
downloads digitais que foram lançados deficiente. Estes dois pontos, graças a um
ao longo do último quarto de século para Casio MT40, que agora apresentam preços Moving
um grupo pequeno. Mas o propósito de de segunda mão totalmente exagerados Hearts
listas como esta é provocar discussão, não para um teclado tão primitivo, basicamente The
encerrar o assunto – então, em toda sua por conta desta música. Realmente, a Storm
glória subjetiva e distorcida, eis um resumo música em si, vem praticamente de um dos (1985)
da Sound On Sound das 25 produções que seus presets.
tiveram a maior influência na maneira como O álbum
a música foi produzida durante a existência de 1985
desta revista... totalmente
instrumental
King Jammy & Wayne Smith The Storm,
‘Sleng Teng’ do Moving Hearts, definiu o som que
Provavelmente nem a Casio pensou que o MT40
Photo: David Corlo / Redferns

(1985) passou a dominar o mundo como a trilha


fosse ‘tudo aquilo’
sonora de Riverdance. Com instrumentos
Talvez você não Apesar da prática, na Jamaica, de cortar de folk como gaitas de fole, apito,
conheça este tracks instrumentais para MCs cantarem bodhrán e bouzouki junto com saxofone,
instrumental pelo em cima já existir há bastante tempo antes guitarra elétrica, baixo, bateria, percussão
seu nome correto, do seu lançamento, ‘Sleng Teng’ foi o e teclado, o Moving Hearts criou uma
mas qualquer pessoa primeiro track, ou ‘riddim’, a ser produzido fusão perfeita de jazz, rock, funk e música
que seja familiar totalmente de maneira eletrônica. Assim, tradicional irlandesa que refletiu sua
ele pode ser considerado o precursor confiança musical crescente.
King Jammy. para dancehall e ragga modernos. Ele já The Storm foi produzido pelo líder da

168 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


banda, Donal Lunny, cuja produção ágil como o grupo vocal Ladysmith Black
e leve apresentou uma combinação de Mambazo e o astro do baixo, sem trastes,
instrumento tradicional e elétrico sobre Baghiti Khumalo. Graceland ganhou o
pads de teclado e expansivas linhas Grammy de 1986 por Álbum do Ano, com
de baixo. Guiado por guitarra acústica, a canção título ganhando a Gravação do
bodhrán, bouzouki, percussão e bateria, Ano em 1987, e ultrapassou os 14 milhões
a produção levou a música irlandesa de cópias vendidas no mundo todo. Pode
tradicional ao palco central, como se esse não ser a colaboração típica de world-
sempre tivesse sido o seu lugar. music, mas é sem dúvida uma das mais
No Eurovision 1994, a orquestra de bem-sucedidas. Dave Lockwood
Riverdance (com participação de vários
ex-pupilos do Moving Hearts) levou o som Nobuo Uematsu
singularmente irlandês desbravado em The Final Fantasy (1987)
Storm para uma audiência mundial, e o
resto é história. Bob Thomas Em 1987 eu escrevi um jogo de
e o rock foram literalmente derrubadas. computador, que chegou às lojas nos
Run-DMC & Aerosmith A MTV foi conquistada, a carreira do recém obsoletos BBC Micro e Acorn
‘Walk This Way’ (1986) Aerosmith foi reiniciada e, até os mais Electron. O destaque sonoro era uma
teimosos e relutantes que se vestiam de interpretação quase reconhecível de uma
Nos anos 1970 e começo dos anos sarja, tiveram de admitir que as coisas canção que o meu amigo Allan tinha escrito
1980, o rock ganhou fãs estranhamente seriam bem diferentes dali em diante. para a nossa banda da sexta série. Só ela
conservadores. Homens em jaquetas Sam Inglis levou semanas para programar, e o meu
de sarja se contorciam cuidadosamente ‘Eu’ de 16 anos tinha muito orgulho dela,
em guitarras acústicas e proferiam com Paul Simon então eu a toquei repetidas vezes durante
gratidão que “nenhum sintetizador foi Graceland (1986) os aproximadamente oito minutos que o
usado na criação deste álbum”. Em tais jogo demorou a carregar da fita.
clemências, a primeira mistura de rap e O sucesso de crítica e vendas do bem No mesmo ano, a Squaresoft lançou o
eclético Graceland, lançado em 1986, primeiro da
surgiu meio que de surpresa. A vitalidade série Final
criativa do Paul Simon parecia ter se Fantasy para
esgotado ao longos dos anos anteriores, o Nintendo
e o mercado de música mainstream Entertainment
de meados dos anos 1980 nos EUA System.
mostrava pouco sinal de estar aberto a Final Fantasy
‘sabores’ radicalmente diferentes. Mas tinha uma
Graceland foi quase que universalmente trilha musical
Run DMC e Aerosmith se enfrentam em um dos
aplaudido. De alguma maneira, o contexto adequada, Faz tempo que os japoneses
melhores vídeos de rock de todos os tempos
exuberante e otimista criado por seus explorando levam a música para jogos
colaboradores negros sul-africanos vários gêneros mais a sério do que nós,
fizeram as performances vocais brandas e humores, bárbaros ocidentais. Este
e lacônicas do Simon soar recentes e arranjados com álbum de 1989 apresenta a
música dos primeiros dois
contemporâneas e levou sua composição um ouvido de
títulos do Final Fantasy,
a um novo território. compositor e arranjados para orquestra
Além de ressuscitar a carreira de Simon, tocados em sinfônica completa.
o sucesso de Graceland ajudou a criar instrumentos
novas audiências para alguns dos artistas, de fácil reconhecimento. De repente, não
parecia mais ridículo se referir a video
rock foi saudada com crepitante ultraje. games como tendo uma “trilha sonora”.
Bateria eletrônica? Homens negros Em dois anos, a obra do Uematsu estaria
gritando? Era um crime contra a música. disponível para os seus conterrâneos como
Para superar esta resistência, ‘Walk This um CD de áudio, não só em sua forma
Way’ precisava ser bom, e era. Jam-Master original, como também arranjados para
Jay e o produtor Rick Rubin insistiram orquestra sinfônica. Não é de se admirar
em regravar a canção inteira, em vez de que muitos japoneses nos considerem
usar um sample e, de alguma maneira, bárbaros ocidentais. Sam Inglis
convenceram Steve Tyler e Joe Perry do
Aerosmith a colaborar. O track final foi The KLF
uma fusão perfeita, destilando as partes O produtor Roy Halee: “Agora Baghiti [Khumalo] ‘What Time Is Love?’
é mundialmente famoso, mas na época ele era só um
cativantes do original em uma base para
garoto do Soweto. Ele tocava um baixo Washburn
(all versions) (1988)
o rap enérgico do Run-DMC. Igualmente
sem traste, afinado – gravado com uma combinação
útil para o seu sucesso, foi um vídeo de DI e amplificador, capturado por um microfone Brincadeiras circunstanciais de arte de lado,
memorável no qual as paredes entre o rap dinâmico – e tudo muito certo. Ele era inacreditável.” o KLF trouxe uma inteligência e imaginação

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 169


D E S TA Q U E
25 PRODUÇÕES INFLUENTES

O KLF:

Photo: Steve Double / Retna UK


novas técnicas
pioneiras na
guitarra.

ao cenário da
dance music do
fim dos anos
1980 e começos
dos anos 1990
que raramente tinham sido vistas em
qualquer gênero. Em todos os tempos.
Começando com 1987: What The
Fuck Is Going On?, um álbum sampleado
de forma tão liberal, que depois eles
foram obrigados a deletar pelo Abba, A qualidade sombria da música do Metallica sempre
Messrs Drummond e Cauty (sob diversos foi temperada pela sua imagem pública alegre.
pseudônimos) tiveram um single no 1º
lugar das paradas; publicaram um livro minutos) e o fato de quase não ter sido
Future Sound Of London (e amigo): “A gente
sobre como ter um single de sucesso; tocado nelas.
trabalha junto mas não trabalha necessariamente
inventaram a house music ambiente; Em se tratando da produção, ...And ao mesmo tempo. Tem os altos e baixos e depois o
criaram a expressão ‘trance music’ (existe Justice For All era ambicioso e moderno, cansaço, e quando eu estou cansado Brian está forte,
um debate feroz sobre isto entre pessoas com técnicas de equalização agressivas e vice-versa. É assim que boas duplas colaboram.”
que se importam com esta discussão); sendo usadas para fazer o baixo, as
criaram uma house music genuinamente guitarras e os bumbos funcionarem bem uma batida de bateria, e o Primal Scream
maravilhosa e progressiva; e se tornaram juntos, até mesmo durante as passagens estava de volta aos ‘negócios’.
a banda com maior vendagem de singles mais rápidas. Álbuns de trash anteriores O Single, ‘Loaded’, estabeleceu uma
no mundo em 1991. Isto, é claro, foi antes costumavam carecer de separação, mas aliança não oficial entre os cenários
de eles deixarem a indústria musical em Justice desbravou o som do bumbo de indie e dance, e determinou um padrão
um ataque de críticas (em 1992, e depois ‘curva do sorriso’ que permitiu que todos para álbuns de elementos diferentes
deletarem todo o seu catálogo. os elementos individuais fossem ouvidos que raramente foi igualado. Neste meio
Que a gente saiba, eles continuam claramente, uma técnica que depois foi tempo, o Primal Scream gostou tanto
sendo o único grupo de todos os tempos a aperfeiçoada por bandas como Pantera, da abordagem do Weatherall que a
ter queimado um homem de vime de 18m Machine Head e Fear Factory. Chris Korff adotaram durante boa parte do resto
de altura em uma coletiva de imprensa. do seu LP Screamadelica original, assim
David Glasper Primal economizando um tempo valioso para o
Scream ‘lazer’ de usar drogas. David Glasper
Metallica ‘Loaded’
...And Justice (1990) The Future Sound Of
For All (1988) London
No final dos ‘Papua New Guinea’ (1991)
...And Justice For anos 1980, o
All (1988) Primal Scream, Garry Cobain e Brian Dougans são
O thrash metal eterno pioneiros. Tanto que, na verdade, é quase
nunca teve a perdedor difícil não imaginá-los carregando um
intenção de indie e ocasional tributo ao MC5, teve caminhão coberto com equipamentos
ser popular. uma epifania. Na verdade, quando eu de áudio e vídeo e partindo para o
Praticamente digo ‘epifania’, eu quero dizer que eles desconhecido. Deixando as metáforas
tudo nele, das complicadas mudanças de foram para a balada, onde descobriram exageradas de lado por um momento, é
assinatura de tempo, aos sons abrasivos que gostavam das drogas e da música. justo dizer que tudo que eles fizeram, do
de guitarra, parecia planejado para Eles também conheceram um homem Stakker Humanoid de 1988 em diante foi,
deixar a música inacessível, mas isso gentil chamado Andy Weatherall que de maneira singular, eles mesmos e, muitas
não impediu que os valentes do gênero, concordou em salvar sua carreira. vezes, extraordinariamente progressivo.
Metallica, chegassem ao top 10 das O filantropo Weatherall pegou uma Sem querer pintá-los como caipiras da
paradas de álbuns dos EUA e do Reino canção pouco conhecida do segundo tecnologia mascadores de peiote (cacto
Unido com o seu LP de trash metal, ...And álbum da banda e, escavando além da medicinal), o FSOL criou o seu próprio
Justice For All. sua superfície de imitação dos Stones, espaço no cenário dance dos anos 1990,
O single de sucesso do álbum, ‘One’, descobriu um single de sucesso. Só o abraçando áudio e vídeo em medida quase
também se deu bem nas paradas, apesar que ele precisou fazer foi retrabalhar igual. Sua contribuição para a música
da sua mensagem macabra, complexidade completamente o track até o ponto onde eletrônica moderna foi enorme. Com a
musical e duração distintamente ele quase não podia ser reconhecido, licença poética para as minhas metáforas,
desfavorável às rádios (mais de sete retirando o vocal principal e adicionando só me resta louvar o seu track superlativo

170 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


de proto-jungle ‘Papua New Guinea’. Dre, não só por causa da própria Death no processo teve um papel importante
Dezenove anos depois de ser lançado, ele Row Records do Dre como a força principal em formar o som do vocal pop feminino
continua sendo uma gravação muito bonita no rap da costa ocidental. Sonoramente, os contemporâneo – o que talvez não seria
e surpreendente. David Glasper seus grooves influenciados por jazz e linhas o caso se não fosse pelo seu trabalho em
principais de sintetizador popularizaram Debut. Matt Houghton
Nirvana o som G-funk (sem Warren G com certeza
Nevermind (1991) nunca existiria o Regulated), embora suas Oasis
letras desafiassem a ideia antiquada de que (What’s The Story) Morning
chamar as mulheres de ‘hos’ (prostitutas) Glory? (1995)
ou ‘bitches’ (vagabundas) era de alguma
maneira grosseiro ou inaceitável. Como todos nós sabemos, o Blur ganhou a
Realmente, o estilo de carregar armas e batalha inicial na Batttle of Britpop, mas o
fumar maconha retratado em The Chronic Oasis ganhou a guerra; ter o seu segundo
era tão popular que um video game (Grand álbum logo era obrigatório em um mundo
Theft Auto III: San Andreas) permitindo às civilizado. Sua gravação foi mais notável
crianças a oportunidade de vivenciar isso pela briga entre irmãos do que pela
por si mesmas foi lançado a seu respeito. experimentação no estúdio, mas na fase
Chris Korff de masterização, o produtor Owen Morris
Produtor
Butch Vig: Björk
“[Kurt Cobain]
não sabia que
Debut (1993)
diabos ele
estava tentando Algumas músicas podem ser facilmente
dizer, mas classificadas, mas não a da Björk. Com
com certeza Debut, que ela co-produziu com Nellee
ele tentava Hooper, ela esculpiu um gênero para si
desabafar.” mesma. O álbum inclui material de down-
tempo ‘estupidamente’ lindo como ‘Venus
As A Boy’, além de tracks de alta energia
Nevermind foi um dos ótimos pontos e alegres como ‘Big Time Sensuality’, que
decisivos no rock, tirando Dangerous do aludia aos estilos dance/eletrônico que
Michael Jackson do topo da Billboard e ela misturou com outros estilos no seu
devolvendo a atitude punk ao palco central projeto seguinte. Embora a artista tenha
depois de anos de glam metal. O single supostamente dito que estava longe do
principal, ‘Smells Like Teen Spirit’, sacou seu melhor material, você pode claramente apresentou uma nova arma devastadora.
um daqueles riffs clássicos ‘quase simples ouvir as bases do seu som aqui – e ele Como o engenheiro de masterização Barry
demais para ser verdade’, combinando ainda tem um som bem atual. Grint recorda, Morris mixou direto para um
com uma dinâmica realmente explosiva e gravador DAT com um limitador de pico
bastante auto-aversão indulgente. E, é claro, embutido. “Vê como os três LEDs de cima
também foi a primeira exposição de todo só acendem às vezes?” ele disse a Grint.
mundo à surpreendente voz do Kurt Cobain. “Quando você tiver terminado, eu os quero
Mas apesar de toda a destruição acesso o tempo TODO!”
raivosa do equipamento no palco, um Na época antes do Finalizers, isto exigia
fator importante no sucesso do álbum bastante desenvoltura. Eventualmente Grint
foi, sem dúvida, os tratamentos refinados conseguiu o volume necessário passando
que ele recebeu nas mãos do engenheiro tracks repetidas vezes pelo compressor na
de mixagem Andy Wallace – samples mesa do Abbey Road, antes de aplicar os
de bumbos, efeitos de chorus tipo REM, toques finais com um processador digital
ambiência adicional e impulsos sutis dos Junger. Quando a master por fim chegou
pratos, só para mencionar algumas coisas. aos EUA, ela quase foi rejeitada. “Eles
Mike Senior diziam ‘Isso parece uma onda quadrada.
Este cara sabe o que está fazendo?’ ri
Dr Dre Grint. “Duas semanas depois, todos eles
The Chronic Debut também parece ter uma faziam isso.” Quinze anos depois, ainda o
(1992) influência clara na carreira do Hooper. fazem. Apesar de protestos de audiófilos
Ele já tinha alcançado enorme sucesso e engenheiros de masterização da mesma
Poucos álbuns com Soul II Soul e Massive Attack mas, maneira, poucos selos de grande porte
de hip hop tendo trabalhado com um prodigioso foram valentes o suficiente para lançar
podem afirmar talento feminino, ele passou a trabalhar álbuns que não pareçam uma faixa de
ter um efeito com muitos mais: ele teve sucessos com pedra quando carregados no Wavelab. Mas
tão profundo na Sinead O’Connor, Madonna, Gwen Stefani nem todos eles ganharam quatro discos
cultura popular quanto The Chronic do Dr e Tina Turner, para citar alguns nomes, e de platina só no Reino Unido e venderam

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D E S TA Q U E
25 PRODUÇÕES INFLUENTES

mais milhões de cópias no mundo todo. nas paradas hoje em dia, mas o gênero graças aos seus dois primeiros álbuns,
Como Allan McGee, chefão da Creation ainda tem muitos adeptos e o seu legado Experience e Music For The Jilted
Records, disse a Barry Grint depois: “Você em outras produções continuou forte por Generation. Mas foi com o seu terceiro
masterizou aquilo? Você é um gênio!” uma década e meia desde que o Goldie LP que eles conseguiram exportar seu
Sam Inglis irrompeu no cenário. Matt Houghton estilo, bastante britânico, de dance music
para os EUA.
Goldie DJ Shadow
Timeless Endtroducing... (1996)
(1995)
Em 1996, Josh Davis, também conhecido
Timeless do como DJ Shadow, se arrastou com os olhos
Goldie pode embaçados para fora das lojas de álbuns
não ter sido o de segunda mão da Califórnia, abraçando
primeiro álbum
de drum &
bass a aparecer
em cena, mas, tendo alcançado o 7º
lugar nas paradas de álbuns do Reino
Unido e conhecido o sucesso também
The Prodigy.
no outro lado do Atlântico, ele foi um
dos primeiros a levar o gênero para Enquanto o material anterior do Prodigy
as frentes de sucesso mundial. Junto tinha claramente sido escrito com os
com lançamentos do LTJ Bukem, este cenários de raves e festas livres (e suas
álbum definiu o caminho para o sucesso drogas que as acompanhavam) em mente,
comercial para um monte de artistas de The Fat Of The Land tinha uma sensação
jungle e drum & bass como Photek e Roni muito mais parecida com um álbum de
Size, ganhador do prêmio Mercury. rock, que, junto com o status tipo Bez
de outrora do ‘frontman’ Keith Flint, é
suficiente para explicar o seu atrativo
um álbum que reinventou o sampler de maior. Provavelmente é justo dizer que
forma tão profunda, que parece até que todo resultado da mistura de rock e dance
de alguma maneira ele tinha conseguido music da última década, tem uma dívida
transformar uma roda em um helicóptero. de gratidão ao The Fat Of The Land, assim
O álbum, Endtroducing..., fez coisas que como o responsável da programação
nem Roger Linn sabia que era possível musical da BBC. Chris Korff
fazer com um Akai MPC60, e inventou o
hip-hop instrumental no processo: uma Aphex Twin
bênção para quem queria ouvir hip-hop Come To
sem ter de ouvir homens gritando sobre Daddy EP
crimes. Amado por produtores de dramas (1997)

Photo: Richard Double / Retna UK


Produtor Rob Playford: “A gente achou que da BBC e o tipo de pessoa que serve
seria ótimo se ele [o single ‘Timeless’] fosse cocaína nas festas, Endtroducing... foi O sábio barbudo
um track bastante comprido; eu sugeri que a feito quase que totalmente por samples Richard D James,
gente o fizesse chegar até o limite de 40 minutos da vasta coleção de álbuns de Davis (que de Cornwall,
para um single. Aí eu percebi que no Notator,
afirmou ter passado a marca de 60 mil em passou os anos
nosso sequenciador, no ritmo que a gente estava
usando, o comprimento máximo era de 32 2007) e criou uma legião de imitadores; por 1990 inventando
minutos! Eu fiquei arrasado!” exemplo, os Avalanches, que simplesmente novos gêneros de Richard D James,
adicionaram mais barulhos de cavalo à música eletrônica também conhecido
como Aphex Twin
Do ponto de vista sonoro, o álbum pode formula e instantaneamente tinham um durante o seu
não ter sido inoportuno: ele ainda é uma álbum de sucesso. David Glasper sono – às vezes, de maneira literal –
audição recompensadora, mas alguns dos antes de se aposentar para uma vida
samples e breakbeats, foram praticamente The Prodigy dócil de loucura mental. Eu gosto de
nascidos da tecnologia da época. Mas The Fat Of The Land (1997) imaginá-lo dando cambalhotas em uma
o casamento de elementos mais leves encantadora pastagem verde com um
do gênero emergente – os ritmos de Na época 303 tunado em casa...
breakbeat complexos que mudavam que The Fat Começando com o irritantemente
sutilmente em quase todo compasso, o Of The Land precoce Selected Ambient Works 85-92,
time-stretching, filtragem e etc. – com foi lançado, James passou a lançar uma quantidade
componentes melódicos e de acordes o Prodigy já desconcertante de álbuns sob um
de jazz mais tradicionais, era inegável e tinha vários número igualmente desconcertante de
agradavelmente novos. Poucos tracks seguidores no pseudônimos – tipo um Frank Zappa
‘puros’ de drum & bass parecem entrar Reino Unido, techno, exceto que a sua música, ao

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contrário da do Frank, é geralmente muito com arranjos caracteristicamente criados Manu Chao
boa. É muito difícil descrever música do Mutt para fazer um pacote suave e Clandestino
como a do James sem ser presunçoso, facilmente digestível que juntou quatro (1998)
então eu nem vou tentar. Acompanhe um Grammy Awards nos dois anos seguintes,
pouquinho o meu raciocínio: o EP Come incluindo Melhor Canção Country e Melhor O compositor
To Daddy de 1997 talvez resuma melhor o Performance Feminina de Country, com a poliglota Manu
idioma do Aphex, variando como ele faz maioria dos tracks no álbum também tendo Chao não
do cruelmente brutal para o singularmente sucesso como singles. Dave Lockwood esperava que
sublime através de breakbeats modificados, o seu primeiro
experimentos de delay e samples da Daft Punk álbum solo fosse um grande sucesso.
mãe dele. (Ah, foi mal). Mas ele também Homework (1997) Mas desde o seu lançamento em 1998,
passou no teste de qualquer banda Clandestino chegou a vender mais de
ótima – inspirou milhares e milhares de O Daft Punk alega que em 1999 seu cinco milhões de cópias no mundo todo
adolescentes com espinhas pulando nos sampler explodiu e foi aí que eles e lançou Chao da sua carreira musical
seus quartos a fazer o mesmo. Ou pelo perceberam que eram robôs. (Uma coisa para um (relutante) papel como garoto-
menos tentar. parecida aconteceu com o meu amigo propaganda do ativismo político.
Ele também espalhou boatos de que o Matt, mas ele só se queimou bastante.) A qualidade singular do álbum – sons
Richard D James tem um submarino. Deus Seria legal pensar que este acidente sampleados ‘encontrados’, ritmos de
o abençoe. David Glasper apressou a mudança do Daft Punk de Latin e reggae e um estilo de guitarra
house music francês para a extravagância de um dedo – é dada através de valores
Shania Twain disco pop de sintetizador que fez o seu de produção lo-fi; o álbum foi gravado,
nome, mas infelizmente isto começou predominantemente, em um gravador
alguns anos antes, com o álbum Homework portátil de oito tracks enquanto Chao
de 1997, que não foi, pelo que a gente viajava pelo mundo. Indiscutivelmente,
saiba, o resultado de nenhum tipo de esta abordagem levou a mensagem da
catástrofe no estúdio. música do Manu de uma maneira que
Desde então, sua influência foi muito produções mais caras talvez tenham
grande. Realmente, se alguém estivesse perdido: as canções usam pessoas locais
procurando quem culpar pelos inúmeros que não são músicos em partes musicais e
revivals de pop de sintetizador da última faladas, o álbum é salpicado com samples
década, o Daft Punk e especificamente muitas vezes reutilizados da vida local
tracks como ‘All Around The World’ e mídia local e um dos aspectos mais
seriam um bom ponto de partida. É atraentes da gravação é a sua abordagem
difícil vê-los como sendo outra coisa boa o suficiente. Basicamente, o álbum
além de diretamente responsáveis por representa o começo do progresso
artistas de electroclash como Felix da improvável do Chao em se tornar um dos
Housecat, Goldfrapp, LCD Soundsystem artistas mais populares do mundo que não
e, eventualmente, artistas irritantes das fala Inglês. Nell McLeod
Come On Over (1997)
paradas, como Lady Gaga e Kanye West.
Para muitas pessoas, Come On Over é o Além disso, eles são franceses e são robôs. Britney Spears
álbum que realmente marca o começo do Em minha opinião, eu não consigo ver ‘Baby One More Time’ (1998)
gênero atual de mistura entre country e como alguém pode não gostar de uma
pop. É claro que isso não é estritamente banda de robôs franceses. David Glasper Esta canção não só lançou Britney Spears
correto, mas você não pode discutir com ao estrelato, como também garantiu o
“o álbum de maior vendagem de todos lugar do produtor Max Martin na lista
os tempos de um artista feminino” por ‘A’ do pop, onde ele continua até hoje.
fazer uma marca na consciência pública. Foi um ótimo momento de transição,
O produtor de rock Robert John ‘Mutt’ repaginando elementos do hip-hop em um
Lange – AC/DC, Foreigner, Def Leppard et formato ‘chiclete’ que de alguma maneira
al – co-escreve todos os tracks com a então agradou tanto os pré-adolescentes quanto
esposa Shania e organiza as guitarras do seus pais. Foi também um alerta para
peso pesado do country Dan Huff e o astro músicos de overdubs ‘felizes’, mostrando
de sessões de Nashville Brent Mason para como era possível soar grande na
um ótimo efeito, mas tudo mais em Come rádio se você
On Over é puramente feito para agradar as economizasse
rádios. Até as rabecas são tão fortemente com os seus
sobrepostas que poderiam ter saído de recursos de
um sampler, e não existe uma única base arranjo: uma
de guitarra acústica para ser ouvida. batida, um baixo
Vocais polidos e macios derivados do som e alguns vocais
nasal do Tennessee (de maneira bastante que podiam
lógica para uma canadense), combinados surpreender as

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D E S TA Q U E
25 PRODUÇÕES INFLUENTES

pessoas praticamente por conta própria. 2 Many Dizzee Rascal: “Eu sempre gostei da
Mas a simplicidade foi só um aspecto do selva. Quando as pessoas mudaram
DJs para o estilo garagem, eu achei tudo

Ecclestone
atrativo – a batida alta, firme e seca, refrão As Heard
de piano distorcido e vocais de apoio soando muito bonzinho e não é
On Radio muito a minha praia.”

hard
bastante texturizados (com participação Soulwax Pt

ic
to:R
do próprio Max Martin) eram um sopro 2 (2002)

Pho
de ar fresco e tinham uma personalidade A popularidade repentina
única que garantia o reconhecimento Imagine a do gênero que surgiu depois
instantâneo do ouvinte. Até ouvir repetidas decepção do de Boy In Da Corner
vezes não tira o brilho da parte do baixo grupo indie também teve um efeito
Soulwax, também conhecido
soberbamente atenuada, uso inteligente belga Soulwax como 2 Many Dj’s. cultural profundo, além
da harmonia (particularmente em termos quando a de musical, no Reino Unido,
de ritmo e valor das mudanças de acorde) sua banda foi criando suas próprias tradições, como
e quedas de arranjos perfeitamente totalmente enfurecer os colegas usuários do transporte
considerados no começo do segundo ofuscada por público tocando música de código postal
verso e refrões do final. Mike Senior um CD de gritado do seu celular ou fingir um sotaque
coletânea que caribenho apesar de ser nascido e criado
Cher eles tinham em Berkshire. Chris Korff
‘Believe’ (1998) feito no seu
tempo livre. O CD, As Heard On Radio Amy Winehouse
‘Believe’, Soulwax Pt 2, fez muito para lançar o Back To Black (2006)
single de 1998 gênero mash-up – indiscutivelmente mais
da Cher, foi do que qualquer outro lançamento – e Você deve ter notado que os últimos 10 anos
a primeira em 2002 era completamente impossível são de alguma maneira pouco representados
gravação ir a uma festa sem escutá-lo. O bootleg nesta lista e o consenso geral no escritório
de sucesso do Richard X de ‘Freak Like Me’ da Adina da SOS é que, embora possa ter aparecido
comercial a Howards e ‘Are Friends Electric’ do muita boa música nova e inovadora feita
apresentar Tubeway Army deram aos Sugababes seu nesta época, ela ainda não teve a chance
os efeitos primeiro sucesso no topo das paradas e, de de ficar influente. Ou, por outro lado, que
colaterais da O Digitech Talker, como repente, os fóruns da SOS foram inundados a última década não foi muito boa. Então
modificação de ‘não usado’ para produzir com pessoas perguntando como extrair os é adequado que uma das poucas inclusões
tons do software o ‘efeito Cher’ vocais de um track. Desde então, mash-ups dos anos 2000 seja basicamente um pastiche
de correção de viraram um gênero das paradas e deixaram bastante talentoso de soul music de uma
pitch Auto-Tune da Antares usado como os advogados de direitos autorais em toda época musicalmente mais rica.
um efeito criativo intencional, criando parte bastante felizes. E tudo por causa de Back To Black não só garantiu fama
o termo ‘efeito Cher’. Apesar de ser uma banda indie belga. David Glasper internacional para Winehouse, como
basicamente um track de mistura de pop também despertou uma nova tendência
e dance totalmente imperceptível, ele se Dizzee Rascal retrô por soul e R&B no estilo Motown,
tornou um dos singles de maior vendagem Boy In Da Corner (2003) uma popularidade que desde então foi
de todos os tempos. Ao longo da década aproveitada por artistas como Duffy, Adele,
seguinte o efeito foi repetidamente usado Se você achava que grime music tratava Gabriella Cilmi e, mais recentemente, Plan
em R&B e pop contemporâneo, e até só de pessoas gritando códigos postais B. O produtor do álbum, Mark Ronson, até
mesmo os efeitos colaterais mais sutis sobre batidas de bateria brutalmente lançou um álbum de covers tocados em um
do seu uso ‘adequado’ – uma coloração programadas como um bando de carteiros estilo parecido, chamado Version, no qual
artificial e curta em torno de transições loucos, bom, provavelmente você estava ele empregou muitos membros dos Dap
rápidas de pitch – são evidentes demais certo. Mas até o ganhador do prêmio Kings, que também tocaram em Back To
para o ouvido treinado em muitas Mercury de 2003, Boy In Da Corner, esse Black e acompanharam Amy Winehouse na
gravações de todos os gêneros. estilo distintamente britânico era bastante sua turnê nos EUA. Chris Korff
Como parte interessante, quando a confinado a estações de rádios piratas.
Sound On Sound cobriu ‘Believe’ no nossa Musicalmente, a abordagem do Dizzee
matéria regular de músicas, em fevereiro ao gênero era bastante comum: as partes
de 1999, os produtores nos influenciaram, de ritmo muito sincopadas devem boa
com sucesso, a publicar um artigo que parte do seu som às baterias eletrônicas
atribuía o efeito, supostamente a um de orçamento apertado usadas, enquanto
pedal vocoder Digitech Talker, ajudando que as linhas de baixo de sintetizador
a aumentar a confusão a respeito das pegaram muita coisa emprestada do
origens do efeito. Raramente na história da garage e dancehall. Mas foi sua entrega
produção da música popular uma inovação imediatamente reconhecível que o Produtor Mark Ronson: “Na verdade eu
de tão pouco valor artístico pode ter um distanciou dos seus contemporâneos, não uso nenhum MIDI, porque prefiro
legado tão duradouro [mas leia sobre o enquanto suas letras resumiam grandes tocar. Eu acho que é o suficiente ter a bateria
programada, e depois disso eu prefiro ter
Oasis para ter um exemplo ainda mais valores britânicos como patriarcalismo e
todo mundo tocando ao vivo.”
óbvio – Ed]. Dave Lockwood orgulho cívico.

174 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


TESTE

BIBLIOTECAS DE SAMPLES
seis pastas. A Crystal Hits/Soft ainda mais sons singulares. sax ou clarinete.
Bolder Sounds Hits oferece ótima delicadeza Eu já usei vários superlativos Embora cada kit de construção
e variedade, com o realismo nesta avaliação, porque eu acho apresente um loop de bateria
Crystal Glasses adicionado dos samples de que ela os merece, além da nossa pré-mixado, um recurso novo
Volume 2 round-robin, e foram obtidas em classificação mais alta, de cinco da biblioteca é a inclusão das
Kontakt 3+, EXS24
variações maravilhosas, como estrelas. Se ao menos todas as partes de bateria multitrack. Elas
A Crystal Glasses Volume 2 é o Multis formada de instâncias bibliotecas oferecessem tantos incluem loops separados para
meu tipo preferido de biblioteca múltiplas, onde os vários músicos sons novos e tanto potencial chimbal, bumbo, caixa, tom-
de samples: que começa com podem ter seu timing relativo e criativo... Martin Walker tons, overheads e microfones de
sons gravados afinação ajustados na seção US$ 49* para download sala. Assim você pode remixar
de uma maneira Humanize. www.boldersounds.com a bateria ou criar divisões para
linda com uma As próximas são adicionar mais variedade à
sensação real, Singing Crystals, execução, o que é um acréscimo
e depois tira a empregando a técnica Big Fish Audio muito útil.
última gota de clássica de ‘dedo Impressions: Jazz Então, voltando às minhas
criatividade deles, molhado na borda Construction Kits fantasias com o George Clooney.
usando uma do copo’ para criar WAV/Apple Loops DVD-ROM Desde a primeira vez que eu
programação 5 um maravilhoso tom comecei a experimentar estes
inteligente. Dennis sustentado. Mais uma vez, Impressions: Jazz Construction loops, só o que eu conseguia
Burns apresentou os tons existem várias opções Kits da Big Fish Audio faz pensar era como eles poderiam
suaves, tipo sino de copos de camadas múltiplas exatamente o que diz no nome, ser bem adequados para
de cristal, alguns anos atrás em alternadas por teclas, mas oferecendo apenas modestos uma comédia romântica
formato mono de 16 bits, e eles Dennis não parou por aqui, 2GB de conteúdo de 24 bits sofisticada com o Sr. Clooney
também eram ótimos, mas o também oferecendo exemplos organizados em 62 kits no papel principal
seu último lançamento está em com ricos cristais afinados em de construção, com (mais provavelmente
outra categoria. intervalos, envelopes pulsados e mais 1,66GB de loops atuando como um
O Volume 2 apresenta seis combinações de ambos que são de bateria multitrack ladrão internacional de
conjuntos diferentes de 10 copos remanescentes dos acordes de adicionais. O que não joias que se apaixona
de cristal capturados com a apitos à vapor. A pasta Bowed é dito no nome (ou pela inteligente,
delicadeza adicional de 24 bits Crystals oferece ainda mais melhor, na caixa do porém azarada, crupiê
estéreo, junto com variações de variações, mas desta vez com o DVD) é que ouvir os de cassino). A leveza
round-robin e várias articulações. attack mais agressivo oferecido loops pode fazer você cintilante, provocante, de
No total, existem 49 instrumentos por um arco de violoncelo. fantasiar com o George ritmo rápido do ‘Sophistication’
do Kontakt que acessam os Depois que alcançamos o Clooney (mas talvez seja 5 (e seus kits relacionados)
modestos 480MB de dados de movimento panorâmico dos só eu?). Eu vou voltar a são ótimos para aqueles
samples. Os 60 copos foram pads na pasta Granular Crystals, isso daqui a pouco... momentos de ‘dirigir pela
mapeados no teclado em várias começamos a forçar os limites Embora o conteúdo cidade iluminada pelo Sol no
combinações: instrumentos usando técnicas de síntese musical seja organizado conversível caro’, o ‘Lemonade’
de duas oitavas para o purista granular, mas estes instrumentos em 62 pastas de kits de de ritmo médio é adequado
que prefere ouvir os copos em cintilantes continuam bastante construção, estes 62 kits, na para a montagem do ‘primeiro
suas alturas originais, e versões musicais e soam como vidro. verdade, são agrupados em encontro’, com o casal feliz, rindo
‘esticadas’ de quatro oitavas para A pasta Crystal Morphs 12 composições relacionadas à durante o jantar, e o ‘Steaming’
quem gosta de um pouco de apresenta uma coleção de música, identificadas pelo uso funciona bem conforme o nosso
distorção da realidade. multi-instrumentos com de uma letra nos nomes das herói executa rapidamente um
A interface de usuário camadas granulares ou de pastas. Por exemplo, cinco kits assalto preciso.
customizada e o scripting da canto que você pode cruzar são agrupados sob os nomes de Eu espero que isso não soe
versão do Kontakt oferecem uma usando o mod wheel (controle pastas com um ‘A’, todos eles leviano demais – com certeza
grande quantidade de ajustes nas físico de modulação). Aqui as foram originalmente gravados não é a intenção – porque ele
suas cinco páginas, com controle possibilidades de movimento em 120bpm no tom de C (Dó) e é um jazz lindo com bastante
por teclas ou pelo painel sobre são simplesmente enormes, podem facilmente ser juntados personalidade, na maioria direto
várias camadas de cristal, além de mudando entre timbres e oitavas para criar as seções diferentes ao ponto, mas com o toque
um envelope de release e attack saltitantes, com algumas texturas de uma composição musical ocasional de uma influência de
totalmente variável, vários modos impressionantemente originais completa. Em cada kit individual, Latin, blues ou funk. Embora
de suavização e sustentação, tipo gongo e sino tibetano. normalmente existem cinco ou eu tenha certeza de que esta
equalização paramétrica de A última pasta é a Crystal seis loops apresentando bateria, biblioteca vai atrair músicos de
três bandas, amplitude e pan, Combos, onde tudo aparece baixo, guitarra base, piano e um jazz que querem um pouco de
além da opção de vários reverbs em confecções sobrepostas ou dois instrumentos solo, que apoio legal para tocar em cima,
algorítmicos e de convolução. complexas de batidas, sinos, podem ser a guitarra, piano, um eu imagino que um alvo mais
A biblioteca é dividida em pads granulares e de canto e improviso vocal, trombone, flauta, óbvio seja compositores de mídia
! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

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TESTE
BIBLIOTECAS DE SAMPLES

querendo um caminho fácil para preferidas para eu mesmo esticar Esta é a primeira de uma nova misturadas dos pads da Para-
algumas faixas de jazz sofisticadas os samples. série de bibliotecas para o orchestral e os zumbidos mais
e totalmente convincentes. Além dos próprios samples, Tonehammer, e embora já sombrios e mais dissonantes da
Impressions: Jazz Construction existe um reverb de convolução existam várias coleções de pads, Transmusical, e me perdi nos
Kits é tão legal quanto o próprio embutido que, de novo, é uma bordões e ambiências disponíveis, movimentos internos lentos,
Sr. Clooney. John Walden adição bem-vinda, e é útil no meus ouvidos imediatamente porém complexos, das ofertas
R$ 199 que as respostas do impulso ‘coçaram’ quando eu percebi que da Re-choral.
www.loopmusic.com.br inclusas parecem ser sampleadas esta contava com gravações de Depois de entrar nas
www.bigfishaudio.com de locações onde você mais instrumentos e em campo, em vez profundezas mais misteriosas
provavelmente ouviria vocais de sintetizadores. Afinal de contas, da pasta Horror, se vire sozinho:
deste tipo: uma mesquita, por sons capturados do mundo real quem tem problemas de nervos
Sonokinetic exemplo. É um toque legal, mas, quase sempre proporcionam mais não deve ouvi-la com fones de
Tigris & Euphrates: mais uma vez, ao usar os samples, singularidade e charme. Eu não ouvido no escuro! O som do canal
Voices Of The muitas vezes eu me peguei me decepcionei. raiz Drill-o-phone não é tão sinistro
Ottoman Empire desligando o reverb e aplicando Esta biblioteca apresenta quando a sua origem sugere, mas
Kontakt 4.1 um pouco de reverb de 288 instrumentos do Kontatk eu particularmente me interessei
um dos meus plug-ins tirados de 2,5GB de samples
Atualmente existem ‘velhos e fiéis’. de 24 bits e 44,1kHz, divididos
relativamente poucas Na verdade em três pastas cobrindo Tuned 5
coleções de samples 4 esta é uma coleção Instruments, Melodic Ambiences
lançadas focadas de complicada de se e Horror Ambiences. Todos os
maneira específica nos avaliar, porque não instrumentos são oferecidos
vocais, e ainda menos tem uma variedade em diversas variações com
que lidam com vocais enorme de samples controle de filtragem da roda de pelas gravações paranormais dos
do Oriente Médio com que trabalhar. Sim, modulação, sobreposição cruzada instrumentos de EVP (fenômenos
na mesma profundidade que tecnicamente existem mais de ou crescendo e com versões de voz eletrônica), os mecanismos
esta biblioteca da Sonokinetic. 2750, mas quando você leva em adicionais Solo (camada única), sombrios da Industry, os zumbidos
Realmente, com um tamanho consideração os 12 tons diferentes Lite (pouca memória RAM) e Soft perturbadores de enxames de
de mais de 3GB, existe bastante em que eles são apresentados, de fala mais lenta. Alguns sons abelhas reais da Death Valley e as
coisa para brincar... então, foi isso o número de frases vocais também estão disponíveis como misturas de humano/máquina da
que eu fiz! separadas é proporcionalmente pulsações curtas ou golpes, ou Panorganic.
Os samples em si são reduzido. Do ponto de vista são tratados com várias respostas Eu achei os vários instrumentos
agrupados em pastas de sonoro, tudo é excelente, e customizadas de impulso de de ‘pulsação’ mais eficazes depois
Male, Female e ‘Specials’, e o preço também é bastante reverb de convolução, incluindo que eu aumentei os seus tempos
tem também presets e multis razoável. Mas eu realmente tenho halls, bunkers e um conjunto de decay do envelope em cerca
do Kontakt 4. Para ambos os as minhas queixas, a maior sendo evocativo de frases vocais do de um segundo, quando eles
conjuntos de samples, existem que eu acho que muitos samples ‘Watervox’ que adicionam ficaram perfeitos para loops de
mais grupos de Chants, Makam são bastante reconhecíveis e ressonâncias humanas e percussão sequenciados, mas
e SFX, com os grupos Chants com certeza vão aparecer em peculiaridade. esta é a minha única e pequenas
e Makam sendo ainda mais vários filmes em breve. Assim, a O conteúdo da pasta Tuned reclamação sobre uma coleção
subdivididos por tom musical. singularidade da coleção, embora é derivado de instrumentos extremamente inspiradora.
Nos patches do Kontakt estão sendo um ponto de destaque, acústicos reais, e eu adorei No geral, a paleta sonora da
mudanças por teclas que também pode ser um obstáculo. a mistura variável de órgão Ambius 1: Transmissions, com
rapidamente permitem a você Mas eu honestamente espero e metais da Pangubus, os certeza, fica mais no lado sombrio,
escolher notas fundamentais (root mesmo que, nas mãos certas - zumbidos metálicos mais com coros 2001 apocalípticos,
notes) diferentes e que vão alterar aquelas de alguém que esteja sombrios da Protus e os sinos sinos dobrados e arranhados,
os samples tocados. Tem também preparado para experimentar dobrados da Clusterbells. Estes zumbidos tipo didge (instrumento
um punhado de patches com um pouco com os samples fonte sons relativamente limpos para indiano), pianos infinitamente
vários ruídos de fundo e efeitos de - esta á uma adição valiosa à usar como leads e pads tem sustentados e estranhas misturas
sons, para atmosfera adicionada. biblioteca de sons de qualquer ótima flexibilidade de uso, de sons existentes. Ela deve ser
As primeiras impressões foram pessoa trabalhando em filmes, principalmente quando você bastante atraente para quem está
que eles com certeza invocavam TV ou jogos, e até daquelas altera a mod wheel em tempo envolvido com trilhas sonoras de
imagens de dunas de areia e lojas que trabalham com música mais real para afinar a mixagem da TV/filmes/jogos, música ambiente,
barulhentas. Tudo bem até aqui! esotérica. Simon Langford camada ou o filtering. IDM e eletrônica. Mas, para mim,
Alguns pacthes têm time- Download 79.90 Euros* A pasta Melodic combina o seu ponto forte é soar orgânica
stretching mapeado à pitch bend www.sonokinetic.net elementos vocais e orquestrais em vez de sintética e conseguir
wheel e podem esticar 40% para para produzir soundscapes proporcionar um conjunto de
cima ou para baixo. A qualidade mais longos e envolventes, sons genuinamente novo. Eu mal
deste stretching é aceitável para
Tonehammer que soam estranhamente posso esperar pela Ambius 2!
a maioria dos usos, mas para Ambius Vol. 1: familiares, porém um pouco Martin Walker
produção séria eu prefiro usar Transmissions perturbadores. Eu curti muito Download US$ 79*
uma das minhas ferramentas Kontakt 3/4 as texturas longas, ricas e www.tonehammer.com

176 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


MÚSICA DOS LEITORES BRASILEIROS

Playback BR
Avaliação da Música dos Leitores Brasileiros
Envie seu CD para avaliação dos engenheiros da SOS - Caixa Postal 2025 - CEP 13201-973 - Jundiaí - SP

Com toda sua virtuosidade e Porém sinto que em algumas


bom gosto, Primata certamente vozes, nas pausas do
conquistará os ouvidos mais instrumental, o compressor
exigentes e os consumidores de segurou demais a voz, dando a
música de forma geral. impressão de uma automação
Luizinho Mazzei de volume mal feita.
W www.ricardoprimata.com.br Mas nada ofusca o talento e
competência musical.
Sucesso no underground
internacional (se assim podemos
chamar), Nitromind realizou
Ricardo Primata tours pela Europa, Estados
Espelho da Alma Unidos e América do Sul e
Primata é guitarrista, baiano, e atualmente viaja pelo Brasil,
como todo bom baiano, não realizando shows em diversas
nasce, estreia! cidades. Luizinho Mazzei
Ricardo Vignini. O cd Espelho da Alma,
W www.myspace.com/nitrominds
Na Zoada do Arame dentro do universo instrumental,
Imagine você numa Maria é um sucesso! Lançado
Nitrommind
Fumaça viajando pelo interior mundialmente, o artista já se Kill Emo All
de Minas, passando por todos apresentou em diversas cidades Kill Emo All é o novo álbum do
aqueles campos e montanhas. do Brasil e Estados Unidos, trio do ABC Paulista, Nitromind.
Pois é exatamente isso que você mostrando que baiano também Com quase 20 anos de estrada,
sente ao ouvir o álbum Na faz rock e também faz música decidiram gravar um disco
Zoada do Arame do Ricardo instrumental de bom gosto. dedicado a covers, dos mais
Vignini. Caraca que trampo! Produzido em parceria com variados; como Agente Orange,
O trampo desse “violêro outro competente artista baiano, Nuclear Assault, The Police, Ratos
caipira” é simplesmente demais! Jera Cravo, um dos mais de Porão entre outros; o disco
renomados produtores de rock da conta com a participação especial
Um misto de bom gosto, técnica
(com bom senso) e violas, Bahia, ESPELHO DA ALMA, mostra de Rodrigo, da banda capixaba Tio R
muitas violas, na verdade viola toda naturalidade de timbres, ricos Dead Fish na faixa News From O Lado Bom Das Coisas
pra caramba! Lap Steel, e especiais em sua captação, The Front (Bad Religion), o trio O trabalho do Tio R, creio eu que
Cabacítara, Viola Caipira e por sendo utilizado pouquíssimo mescla o punk dos anos 80, com seja mais um registro de suas idéias
aí vai. Ao todo foram nove processamento durante sua o hardcore dos anos 90. do que um cd pra valer mesmo. A
violas usadas na gravação deste mixagem, valorizando assim a Apesar da excelente escolha no gravação, a mix e a masterização
cd, e que ainda conta com característica de cada instrumento. repertório, a sonoridade deixou um não estão aquela porrada. É muito
vários convidados. Confesso A mistura de estilos é a parte alta pouco a desejar, pois sinto falta de claro que o Tio R não teve
que não conhecia o trabalho do do disco: navegando pelo baião, baixa frequência de bateria e baixo aqueeeeeeele orçamento, mas o
Ricardo, mas a partir do xote, fusion, rock, sem perder a e algumas guitarras faltam que importa mesmo é que ele
primeiro play fiquei fã. Eu ouvi originalidade e identidade. “punch”. O disco merecia “mais”! deve estar contente com o seu
tanto no meu carro quanto no Geralmente discos Algumas (poucas) variações trabalho, espero e, se estiver, bom
meu estúdio, tanto nas minhas instrumentais são cansativos de andamento, são superadas pra ele! Eu particularmente sinto
Genelecs quanto nas minhas para uma audição longa, mas pela energia e pulsação do trio. falta, principalmente por causa do
guerreiras Auratones, em todo confesso que pude escutar de A mixagem foi feita de forma estilo, de uma pressão sabe!
lugar soou super bem. forma confortável, não tendo conservadora demais. As Bumbão, baixão!
Com uma mix bem aqueles solos irritantes e guitarras poderiam ser mais Mas eu tenho certeza que no
equilibrada, uma master num distorções sujas. exploradas no campo estéreo, próximo, tomando esse por
bom volume e com uma As músicas contam uma como foi feito com a bateria. aprendizado o Tio R virá com algo...
compressão na medida certa, “história”, fazendo com que os Os reverbs foram utilizados mais... digamos... melhor lapidado.
com certeza esse é um trabalho instrumentos complementem as de forma perfeita. Curtos e Mas como eu disse, serve
que leva o selo lamp’s guitarras de forma homogênea, discretos, não atropelando as para o registro de uma época,
recommended ;-) Lampadinha deixando as músicas respirarem notas das guitarras e dando um de umas idéias. Lampadinha
W www.ricardovignini.com.br de forma leve e agradável. “up” nas vozes. W tiorbanda@gmail.com

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 177


VIDEOMEDIA
179 Novidades de vídeo
Trazemos para você as novidades do mundo de vídeo.

197 Cinco melhores


compras
Cinco melhores compras em três categorias diferentes.

198 Adobe CS5


O mais novo Creative Suíte da Adobe vem em vários ‘sabores’,
incluindo o pacote Production Premium. Vamos dar uma olhada nos
componentes mais importantes para produção de vídeo.

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m / November 2010 178


V Í D E O N E W S
W W W . S O U N D O N S O U N D . C O M / N E W S

IBC e além
E
nviamos uma pequena equipe da A AG AF100, sem lentes, custará
SOS para visitar a vibrante cidade de aproximadamente R$ 16.000.
Amsterdã para a IBC (International A segunda filmadora em exibição
Broadcast Convention) 2010. Esta feira que usava um sensor grande e lentes
anual reúne muitos dos grandes nomes intercambiáveis, foi a Sony Handycam
da produção de vídeo e hospeda várias NEX VG10 (www.sony.co.uk),
www.sony.co.uk), um modelo
demonstrações e lançamentos de produtos APS-C que usa as novas lentes E-Mount
empolgantes. Apesar da feira mostrar da Sony. Ela visa justamente consumidores
primeiramente equipamentos high-end, abastados, tendo um preço relativamente
muitas tecnologias começam a apresentar alto (R$ 8.100) e um design elegante e
um preço em drástica queda, significando limpo, com muitas das configurações
que uma grande quantidade de empresas reunidas em menus. Ela realmente tem uma
que produzem hardware/software high- sensação de ‘consumidor’, dependendo
end e derivados, estão ao alcance de semi bastante de um único controle giratório
profissionais e quem se dedica a um hobby. (data-wheel) para ajustar configurações, mas
Muitas câmeras empolgantes foram é construída de maneira sólida. Depois de
exibidas na IBC, e merecedoras de nota
são as filmadoras projetadas para dar
profundidade de campo, tipo filme e DSLR.
A Panasonic (www.panasonic.co.uk) teve um
estande bastante popular na feira, exibindo
um protótipo da sua filmadora micro quatro
A NEX VG10 da Sony é uma filmadora, com
terços (micro four-thirds) AG AF100 (ou AG lentes intercambiáveis para consumidores. A
AF101 na Europa). Foi ótimo, finalmente, MTF Solutions faz um adaptador de lente (em
colocar as mãos na câmera, e os modelos cima) se encaixar com lentes de cinema Arri PL
foram apresentados com lentes tanto DSLR,
quanto PL (uma montagem de cinema alta qualidade e baixo custo. Merece
high-end) fixadas. O sensor relativamente A Sony mostrou um novo microfone shotgun nota o seu aumento relatado nas vendas
para DSLRs e filmadoras pequenas
grande (um pouco menor do que os em entre modelos terminados com P2,
DSLRs APSC como a 7D e 550D) com um período curto com a câmera, eu estou diretamente relacionado com o aumento
certeza permite um pouco, os exuberantes muito interessado em testar em uma outra da popularidade da DSLR ao longo do
fundos fora de foco, principalmente quando situação, de maneira mais adequada. último ano! Com certeza haverá muito
combinado com lentes de alta qualidade. Pronto para a ação com a nova NEX trabalho para aqueles que gravam em
A performance em pouca luz deve ser VG10 está um impressionante encaixe PL externas, ao longo dos próximos anos
bastante impressionante, embora ainda para os adptadores de lente Sony E-mount uma vez que a produção de vídeo tem
tenhamos de vê-la em ação. Além do da MTF Services. Sendo o primeiro deste aumentado bastante. O modelo Azden
autofoco e todas as funções específicas de tipo, ele é um modelo de alta qualidade SMX10 tem se tornado particularmente
vídeo esperadas de uma filmadora, um dos fabricado em padrões altíssimos no Reino popular, conectando através de um P2 e
recursos mais empolgantes são entradas Unido e custando US$ 569*. Uma lente PL funcionando com uma única pilha AAA.
XLR e prés de microfone: uma na frente de uma câmera como a VG10 Com um preço de apenas US$ 100*, não é
dádiva divina comparada ao pode parecer um pouco estranho, dado de se admirar que ele esteja desaparecendo
uso de adaptadores XLR com que algumas lentes PL têm o dobro do das prateleiras!
uma DSLR. seu tamanho e o quíntuplo do seu peso, Na outra ponta da escala de preços, a
mas ela provavelmente Schoeps (www.schoeps.de), fabricante de
pode adicionar microfones high-end, mostrou um novo
uma verdadeira shotgun digital inovador. Chamado
personalidade às
imagens. A Sony também
mostrou um microfone shotgun
curto, o ECM CG50, para acompanhar a sua
nova filmadora. Ele se conecta através de
um adaptador P2, custa cerca de R$ 1.500
e deve funcionar com qualquer câmera que
tenha uma entrada estéreo de 3,5mm.
Ainda nos shotguns, encontramos
com a Azden (www.azdencorp.com) na A Schoeps exibiu um
A Panasonic AG AF100 mostrou excelente
condições de uso e uma exuberante profundidade feira e eles nos deram uma atualização impressionante microfone
de campo na IBC sobre o seu conjunto de microfones de shotgun DSP high-end
! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 179


de Schoeps Super CMIT, o microfone usa
processamento DSP embutido para separar
som difuso do com uma fonte pontual. O
resultado, diz a Schoeps, é um nível de
isolamento direcional que era inalcançável.
O microfone tem dois botões de presets:
o primeiro reduz o som ambiente em
11dB e o segundo em 15dB (embora a
segunda configuração possa apresentar
alguns artefatos). O sinal é produzido
como AES42 em 48kHz e a demo que
vimos foi impressionante. Custando
aproximadamente US$ 3.359*, é meio que
um produto de luxo.
A Canon (www.canon.com) exibiu as
suas novas filmadoras XF100 e XF105, que
são basicamente versões menores e mais
baratas das XF300 e XF305, duas câmeras
que reduziram significativamente o custo
da produção de imagens de qualidade
para broadcast. O que é realmente notável
sobre estes modelos é que eles usam o (www.adobe.com) apresentou notícias O Audition, editor de áudio de pós-produção da
mesmo codec de gravação MPEG2 de importantes, com o primeiro lançamento Adobe, está finalmente chegando para o Mac OS X.
50Mbps e 4:2:2 que as XF300 e XF305. para Mac OS X do software de edição
A imagem é armazenada em arquivos de de áudio Adobe Audition. O Audition é Em outras palavras, nada a reclamar!
formato MXF para cartões de memória um descendente do Cool Edit e sempre Ouvimos vários boatos sobre a
Compact Flash, e a câmera vem com plug- foi popular em círculos de broadcast de programação 3D na feira, mas para nós
ins que possibilitam editar aquela imagem rádio, mas é um bom e versátil sistema de que criamos nossos próprios vídeos, é
no Avid Media Composer edição de áudio autônomo, e encontra improvável que o 3D seja uma opção
e Final Cut Pro, enquanto um lar em muitos estúdios de áudio e por enquanto, já que ele requer uma
que Premiere Pro e pós-produção. A versão do Mac mantém atualização ou compra de equipamento
a interface do PC original, além de e software em quase todas as fases do
todos os recursos. Alguns destaques processo de produção. Dito isto, o console
incluem redução de ruído de alta 3DS da Nintendo deve estar conosco
qualidade e processamento espectral até fevereiro de 2011, e com a Nintendo
(parecido com o CEDAR Retouch), edição prevendo quatro milhões de vendas no
de multicanal e multitrack e um fluxo de primeiro mês e outros dispositivos 3D
trabalho otimizado de pós-produção. vindo em seguida, o 3D sem óculos está
Quem procura um novo tripé não se no caminho, de uma maneira ou de outra.
decepcionará com o novo Vinten Vision Tempos empolgantes nos aguardam...
Blue (www.vinten.com), que também
foi exibido na IBC 2010. Basicamente
uma reengenharia de um dos modelos
high-end mais antigos da Vinten, o Vision
6, o Vision Blue traz um eficaz sistema
A XF100 e a XF105 da Canon trazem imagem de
qualidade de broadcast ao seu tamanho de balanceamento baseado em molas
e dragagem infinitamente variável (para
panoramização suave) para uma faixa de
Grass Valley Edius suportam o formato preço menor. O sistema de tripé visa quem
de maneira nativa. Isto torna as novas usa filmadoras de tamanho médio ou DSLR
camcorders extremamente compactas equipada com equipamentos e lentes
e capazes de imagens com qualidade relativamente pesados. Só a head custará
genuinamente de broadcast. Ótimo! Os cerca de US$ 900*, enquanto que o kit
modelos pesam só um pouco mais de um completo sairá por aproximadamente US$
quilo cada, com a única diferença entre 1.100*, o que está bem abaixo do preço
as duas sendo o timecode profissional, normalmente visto para tais recursos. Outro
genlock e saídas de vídeo HDSDI da triunfo para produtores de vídeos caseiros!
XF105. O sensor é o mesmo que o das Então o que tudo isso significa para
O sistema de tripé
XF300 e XF305, exceto que as XF100 e aqueles de nós que estão fazendo seus Vinten Vision Blue inclui
XF105 usam um sensor para todas as cores, próprios projetos de vídeos? Simples: vídeo balanceamento de alta
em vez de três. de maior qualidade que é mais fácil de ser qualidade em um preço
Na linha dos softwares, a Adobe conseguido cada vez com menos dinheiro. baixo recorde
! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

180 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


V Í D E O N E W S
W W W . S O U N D O N S O U N D . C O M / N E W S

Alegrias de vídeo da Photokina


Nikon e Panasonic mostram novas DSLRs

O
incrível crescimento de captura configurar pontos de começo e fim de de vídeo. Ela usa um
de vídeo em câmeras fotográficas um clipe e escolher um frame individual sensor de formato
DSLR, indicam o motivo para os para usar como uma imagem parada. micro quatro
lançamentos produtos interessantes para Outro ótimo recurso é o uso de terços – micro
produtores de vídeos, na feira comercial de slots de cartão SD gêmeos, four-thirds (um
fotografia Photokina, realizada este ano então conforme um pouco menor
em Cologne, na Alemanha. A cartão é preenchido, do que
Nikon teve um grande você pode APS-C, que
lançamento com a sua simplesmente é 1,6 vezes
D7000, uma DSLR inserir outro. A menor do que
high-end oferecendo funcionalidade um filme de
captura de vídeo de de de gravação 35mm) e, como a
1080p, usando um de filme é otimizada GH1 antes dela, não
sensor CMOS de por um seletor de sofre do ‘line skipping’ e
formato DX de 16,2MP visualização ao vivo, serrilhado do padrão moiré que incomodam
(aproximadamente o botão de gravar filmes os modelos atuais da Canon.
mesmo tamanho de um e configurações de ganho A câmera filma vídeos de 1080p e alguns
sensor APS-C). A câmera de áudio automático, baixo, médio e avanços significativos incluem modos de
inclui autofoco contínuo alto. A taxa de frames em resolução de gravação de 50p e 60p de alta velocidade,
durante a filmagem e captura imagens 1080p é limitada para 24p, enquanto que além de modos de 50i e 60i para imagens
em formato H264. Ela também oferece configurações de 720p incluem 24p, 25p suaves, tipo broadcast de TV. A tela de
alguma edição limitada de vídeo embutida, e 30p, todas com 20 minutos de duração três polegadas é articulada e sensível ao
permitindo a máxima do clipe. Só o corpo custará toque, ambos recursos úteis, permitindo
você aproximadamente R$ 5.000 e você pode a filmagem em ângulos especiais e ajuste
encontrar mais informações no site www. fácil de configurações. A GH2 deve custar
nikonbrasil.com. R$ 4.000. Para acompanhar a GH2, a
A Lumix DMC GH2 da Panasonic Panasonic lançou uma lente de conversão
também apareceu na Photokina, 3D chamada HFT012, que permite a
embora alguns boatos espalhados captura de imagens 3D usando o sensor
antes do seu lançamento (como único. A lente tem cerca de 65mm de
shutter global, um efeito útil que comprimento focal equivalente, o que é um
eliminaria o efeito ‘gelatina’) eram, pouco mais ‘em zoom’ do que uma lente
infelizmente, um pouco otimistas! ‘padrão’ clássica de 50mm. A lente custa
Mesmo assim, o modelo parece cerca de R$ 1.900. Visite o site www.dvpro.
muito interessante para produtores com.br para mais informações.

Panasonic 3D para
consumidores
HDC SDT750 reduz o preço
das camcorders 3D
Depois de lançar a bela camcorde profissional
AG3DA1 – completa com um preço bem caro
de US$ 20.000* –, a Panasonic resolveu diminuir o em 3D e, embora a camcorder grave 1080p
preço da captura de vídeos 3D com uma versão para em modo 2D, ela só é capaz de resolução de 960
consumidores. A HDC SDT750 usa uma lente de conversão x 540 pixels no modo 3D. Mas a performance 2D da
3D e um sensor único para criar imagens 3D, em vez de usar câmera deve ser de alta qualidade, usando o próprio sistema de
dois sensores separados, como fazem muitos sistemas de 3D. Ela sensor 3MOS da Panasonic, que é conhecido por fornecer imagens
também é muito pequena, principalmente para uma gravadora 3D de de ótima qualidade. É claro, para reproduzir vídeos 3D, você precisará
alta qualidade. A lente tem dois pontos de entrada para luz e grava as de um monitor ou TV 3D, e o mesmo vale para a edição. A câmera
duas metades da imagem, lado a lado no sensor para criar um efeito custará aproximadamente R$ 7.350.
3D estereoscópico. Por este motivo, a resolução é reduzida ao gravar www.dvpro.com.br | www.panasonic.com

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 181


VÍDEO

Tudo que você precisa para começar a filmar rapidamente


Novo no mundo de produção de vídeo e na dúvida sobre o que comprar? Nosso guia para
as cinco melhores compras em três categorias vai ajudá-lo a dar os primeiros passos.
FILMADORAS DE BOLSO
Filmadoras e DSLRs não são a única maneira de capturar vídeo digital. Eis cinco dispositivos portáteis de vídeo que vão caber no seu bolso e deixar você capturar imagens
em movimento. Eles são ideais para quem quer uma maneira fácil de filmar sem nenhuma necessidade de aprender menus e configurações.

• 1. Aiptek ActionHD GVS (R$ 450): Míni filmadora à prova d’água e visualização grande angular a tornam
dos EUA com tela flip-out e zoom óptico de 5X, um equipamento versátil, gravando em cartão SDHC.
filmando em 1440x1080p e 720p para cartão SDHC. • 4. Kodak Zi6 (US$ 159*): O gravador portátil da
Grava só 30fps, mas tem preço baixo pelos recursos. Kodak grava imagens de720p e apresenta uma tela
• 2. Flip Mino HD (US$ 229*): Popular grande, de 2,5 polegadas. Filma em até 60 frames
gravador de vídeo de 720p de bolso, funciona por por segundo para SDHC, permitindo vídeo nítido em
aproximadamente duras horas com uma bateria interna fixa. câmera lenta.
Gravação fixa em 30fps, filmando só na memória interna de • 5. Zoom Q3 (R$ 1.139): Um dos únicos
8GB fixa. Útil conector USB embutido. gravadores de vídeo portáteis com um foco nítido na
• 3. GoPro HD Hero (R$ 999): Filmagem de câmera qualidade do áudio, oferecendo gravação de WAV de 2
de ação única em até 1080p, 30fps. Vem em kits para bits estéreo em 48kHz. Sacrifica um pouco da resolução do
prender em capacetes, carros e pranchas de surfe! Casing vídeo, filmando em VGA (640 x 480).

EDITORES NÃO LINEARES PARA INICIANTES


Estes ENLS têm certos recursos limitados (exemplos dados), mas ainda proporcionam uma ótima solução para um aspirante na área de vídeo. Eles são bons para
quem tem um orçamento apertado ou quer editar rapidamente, mas tenha certeza de verificar a compatibilidade com o formato de filmagem da sua câmera.

• 1. Adobe Premiere Elements 8 (R$ 270): Só Composer, mas pode criar uma edição decente.
para Windows. Fácil entrada à edição de vídeo com fluxo • 4. Edius Neo 2 (R$ 1.400): Parecido com a versão
de trabalho claro e simplificado. Sem janela para cortar completa; lida com muitos formatos, incluindo imagens não-
imagens; sem suporte de 24P; menos suporte de codec comprimidas. O remapeamento de tempo, a capacidade de
nativo do que o Premiere Pro; sem captura em série. importar uma EDL (Edit Decision List) de outro ENL e o mixer
• 2. Apple Final Cut Express 4 (R$ 549): Suporta de áudio foram desativados.
DV, HDV e AVCHD, interface parecida com o Final Cut Pro. • 5. Sony Vegas Movie Studio (US$ 39*): Revisamos este
Sem suporte de 1080p (720p e 1080i HD são suportados); ENL na nossa edição de maio, então se certifique de lê-la para
sem timecode ou captura em série; lista menor de Undo. mais detalhes. Proporciona um ambiente de edição próximo
• 3. Avid Pinnacle Studio 14 HD (a partir de US$ 49*): ao de um ENL profissional, parece muito com uma DAW em
Software de consumidor. Suporta edição HDV, DV e AVCHD. O operação. As limitações incluem só quatro tracks de vídeo e
layout de edição é simplificado em comparação com o Media dois tracks de áudio com que trabalhar.

ILUMINAÇÃO DE VÍDEO
Aponte uma maravilhosa câmera profissional de cinema a um cenário com pouca luz e você vai se decepcionar com os resultados. A iluminação é importante,
e existem muitas soluções por aí para todos os orçamentos, seja você um semi profissional dedicado ou um documentarista de primeira viagem.
• 1. 500W Worklight (aprox. US$ 25*): Se você cor permanece constante durante toda a regulagem, e as gelatinas
tiver um orçamento e empacar na iluminação, lanternas podem ser encaixadas na parte de cima. Usa seis pilhas AA.
de operários podem ajudar bastante. Posicionamento • 4. Rotolight RL48 (R$ 360): Suportes inovadores com
cuidadoso e filtragem improvisada ajudam. design de 48 LEDs em um microfone shotgun ou em um
• 2. Arri Arrilite 800 (US$ 549*): O melhor produto, encaixe para disparador de flash, com um adaptador. Dura
completo com barn doors, controle de foco, malha protetora, seis horas com três pilhas AA e vem com gelatinas de filtro;
estrutura para gelatinas (filtros) e interruptor de energia in-line. existem outros disponíveis.
Você vai precisar encaixar o plugue em um suporte, mas pode • 5. Sima SL20LX (US$ 29*): Com preço
contar com ele para muitas filmagens por vir. muito baixo, este minúsculo painel de LED é
• 3. LitePanels LP Micro (US$ 305*): Uma lâmpada ideal para quem tem filmadoras de bolso. Vem
retangular para o encaixe do disparador de flash, vem com um pedestal para conectar a um tripé. Você
completa com regulador para iluminação. A temperatura da pode até prender vários painéis juntos!

! * Consulte o box preços referenciais na pág. 3

182 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Consulte a Versathil e tenha acesso a um
portfólio completo de serviços e equipamentos
para suas produções de vídeo.
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VÍDEO

Adobe CS5
Production Premium
Software de produção áudio visual
O mais novo Creative Suite da Adobe vem em vários ‘sabores’, incluindo
o pacote Production Premium focado em vídeo. A gente dá uma olhada
nos seus componentes mais importantes para produção de vídeo.

MIKE BUTLER (como com as ferramentas Macromedia por Photoshop e Illustrator. Eles estão
Flash e Dreamweaver focadas na Internet, incluídos em todos os pacotes, mas a partir
adicionadas em 2007) ou como resultado daí sua escolha fica entre o Web Premium

O
Creative Suite 5 é a mais nova de desenvolvimento da própria Adobe direcionado à web, o Design Standard ou
encarnação do pacote de software (como com On Location ou Media Premium focado na impressão/reprodução
carro-chefe da Adobe, um pacote Encoder). O Creative Suite alcançou e o Production Premium orientado para
responsável por grande parte da mídia de um tamanho enorme, e poucos de nós vídeo. Versões anteriores do Creative Suite
web, impressa e até de vídeo que a gente precisamos ou podemos lidar com o deram aos compradores a escolha entre
vê ao nosso redor todo dia. Seguindo a pacote inteiro. Então embora seja possível versões ‘Standard’ ou ‘Premium’, mas no
sua apresentação na NAB este ano, agora pedir a ‘Master Collection’, a maioria CS5 a única versão ‘Standard’ sobrevivente
o CS5 tem seu lançamento oficial, então de nós vai se limitar a apenas algumas é Design Standard, que inclui a versão
está na hora de a gente dar uma boa delícias no menu (ver a tabela ‘Pacotes do padrão do Photoshop em vez da versão
olhada nele. Adobe CS5’). Extended usada por todos os outros
Como o Creative Suite se desenvolveu pacotes. Como você pode ver na tabela
e ampliou seu alcance, mais programas
Um pacote versátil Pacotes do Adobe CS5, o CS5 é bastante
foram adicionados, seja por aquisição O prato principal do CS5 é fornecida caro, e até o custo de atualização do CS4 é

184 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


bastante significativo, então o que existe ali
para justificar os preços altos? Pacotes do Adobe CS5
Nesta avaliação, eu vou tratar dos
Design Design Web Production Master
aplicativos mais relevantes para produção
Standard Premium Premium Premium Collection
de vídeo na versão Production Premium do
pacote, deixando alguns outros aspectos Preço R$ 4.000 R$ 5.820 R$ 5.505 R$ 4.910 R$ 7.960
de lado. Além de Photoshop e Illustrator, Atualização US$ 499 US$ 599 US$ 599 US$ 599 US$ 899
os principais elementos do Production Acrobat 9.3 Pro • • • • •
Premium incluem Premiere Pro, um NLE;
After Effects CS5 • •
After Effects, um programa de composição
de efeitos; Flash, um pacote de animação Bridge CS5 • • • • •
de Web; e Encore, uma ferramenta de Contribute CS5 • •
criação de DVD e Blu Ray. Adicionalmente, CS Live • • • • •
existem aplicativos ‘de ajuda’ como o Media
Device Central CS5 • • • • •
Encoder para converter a sua mídia para
formatos variados; Flash Catalyst, um novo Dreamweaver CS5 • • •
pacote projetado para facilitar a conversão Dynamic Link • •
de mídia para formato Flash; On Location,
Encore CS5 • •
uma ferramenta de monitoramento e
registro de locação; Device Central, que Flash Builder 4 Standard • •
permite a você conferir a compatibilidade Flash Catalyst CS5 • • • •
do seu projeto com vários dispositivos Flash Professional CS5 • • • •
hardware alvo como telefones celulares ou
Illustrator CS5 • • • • •
iPods; e Bridge, um gerenciador para ajudar
você a ficar de olho na sua mídia toda e InDesign CS5 • • • •
movê-la facilmente entre aplicativos. OnLocation CS5 • •
Com este lote à sua disposição, Photoshop CS5 •
vai demorar um pouco para você ficar
Photoshop CS5 Extended • • • •
confortável com o fluxo de trabalho e
possibilidades criativas disponíveis, já que Premiere Pro CS5 • •
são, na maioria, ferramentas profissionais de Soundbooth CS5 • •

peso com poucos ‘assistentes’ ou templates ou vídeo sendo editado. Geralmente


Adobe CS5 Production para você começar. Mas o pedigree dos também é do Premiere Pro que o projeto
Premium R$ 4.910 aplicativos importantes é impecável, e é vai ser passado adiante para aplicativos ‘de
só uma questão de arregaçar as mangas entrega’, como Media Encoder e Encore.
PRÓS
e se dedicar, confiando que a reputação Então o Premiere Pro precisa se apresentar
• Aplicativos de vídeo de 64 bits.
• Poderoso mecanismo Mercury de
da Adobe vai lhe ajudar. Existe também como um de software eficiente.
reprodução de vídeos. uma comunidade online poderosa de O Premiere Pro é o descendente do
• After Effects e Photoshop, os melhores no usuários por aí, então você nunca se sente editor Premiere original, que viu a luz do
segmento. abandonado por muito tempo. Com uma dia pela primeira vez em 1991. Na época,
• Kit de ferramentas abrangente para
versão demo completa de 30 dias para ele era capaz de editar filmes Quicktime de
produção.
• Aparência e sensação consistentes entre os testar, você também pode ver se ele é resolução de até 160x120 pixeis. Como as
aplicativos. adequado para você sem nenhum custo. coisas mudaram! O Premiere Pro de hoje
• Bom custo x benefício geral. suporta formatos até de cinema digital de
Premiere Pro 4K, contanto que o seu computador seja
CONTRAS
Embora Photoshop e Illustrator sejam a ‘macho’ o suficiente para a tarefa. Mas,
• Suite completa é desnecessária para muitos
usuários. essência do Creative Suite, discutivelmente para muitos de nós, o Premiere Pro deve
• Flash Catalyst bastante limitado. a parte mais importante ser usado para editar formatos
• Illustrator não muito intuitivo. do Production Premium mais modestos, e os mais
• Photoshop Extended ainda não ‘estendido’ para produtores de comuns, DV, AVCHD, HDV
o suficiente.
vídeo é o ENL (Editor e DVCProHD são fornecidos
RESUMO não linear), Premiere Pro nos presets apresentados
O Creative Suite 5 adiciona um conjunto (mostrado na imagem de quando você inicia um Project,
inteiro de alterações de fluxo de trabalho e cabeçalho desta matéria). junto com suporte para novos
recursos úteis, particularmente os aplicativos
É para o Premiere Pro formatos modernos como
de vídeo de 64 bits, o mecanismo Mercury de
reprodução de vídeo e aceleração CUDA. O que o conteúdo criado AVCCAM, AVC-Intra, DSLRs e o
preço alto é justificado pelo alcance e poder das no Illustrator, Photoshop novo Canon XF. Em cada pasta
ferramentas oferecidas, mas esteja realmente e Affter Effects vai muitas
preparado para gastar bastante tempo vezes ser enviado, para
conseguindo o melhor das ferramentas com Presets de sequência facilitam
que você está menos familiarizado.
ser entrelaçado na
bastante a configuração de uma
timeline do programa sequência para um tipo específico

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 185


VÍDEO
ADOBE PRODUCTION PREMIUM CS5

Illustrator CS5
O Illustrator é um pacote especializado para
desenhar vetores. Os vetores não são como pixels;
eles são componentes matemáticos, e dar zoom
não vai deixá-los ‘pixelados’. Faz tempo que
é possível criar algum conteúdo com base em
vetores, como textos e formas simples diretamente
em qualquer um dos outros aplicativos do CS5
onde seja adequado fazer isso, mas o Illustrator é
para trabalho de design sério. De uma perspectiva
de vídeo, o Illustrator pode ser muito útil para
desenhar itens que são depois animados usando
After Effects ou incorporados nos menus de
BluRay e DVD do Encore.
Eu sempre o achei o menos intuitivo e útil dos
aplicativos importantes do Creative Suite. Não
me entenda mal – existe um poder e potencial
maciços no programa, só que parece um trabalho
pesado perceber sua visão às vezes, então
realmente espere assistir a um ou dois tutoriais se
você quiser usá-lo.
Os recursos novos incluem controle sobre o comportamento em cantos; o mesmo pincel PostScript); modos convenientes de ‘desenhar
linhas tracejadas e pontas de setas, traços de de cerdas do Photoshop; uma nova ferramenta atrás’ e ‘desenhar dentro’; e, por fim, uma
amplitude variável, um novo controle de extensão Shape Builder; suporte muito melhorado para ferramenta Perspective Grid muito legal para
para pincéis e novos controles para lidar com várias Artboards (outra limitação imposta pelo desenhos mais fáceis de perspectiva.

estão opções de taxa de frames, tamanho colaborar com colegas e clientes de várias HD, 2K ou 4K, uma vez que os frames de
de frames e taxa de dados conforme a maneiras, desde ajudando a suavizar a troca cache precisam de quantidades enormes
necessidade. É um jeito legal de apresentar de scripts ou sequências até a capacidade de memória RAM. De fato, a versão CS5
aquilo que se tornou um campo minado de pré-visualizar e diagnosticar conteúdo do Premiere Pro é só de 64 bits, então a
de formatos, e deixa a configuração de um de uma página da web. Atualmente é Adobe incluiu um instalador para a versão
Project o mais indolor possível. grátis, mas a Adobe planeja cobrar uma CS4 anterior, para quem ainda não roda o
Quando estiver nele, o Premiere Pro taxa de assinatura conforme o sistema OS de 64 bits. Mas você seria louco de não
CS5 parece bastante com o seu antecessor ganhar mais recursos. Mais informações atualizar para um OS de 64 bits para o CS5;
– o que é incomum, já que a Adobe estão disponíveis no site http://www.adobe. a melhora na performance é enorme.
realmente gosta de mudar a interface! com/products/creativesuite/cslive/. Embora
Mas inevitavelmente existem algumas possivelmente de interesse para quem é
Mercury
diferenças: as Tools foram movidas do canto freelancer e trabalha em casa, ainda não se A outra mudança bastante precursora
inferior direito para o superior esquerdo, as sabe se o que é oferecido vai ser bastante é a apresentação do mecanismo de
igualando com a posição das ferramentas adotado. reprodução Mercury. O Mercury combina
no After Effects e Encore. Também novo O Premiere Pro CS5 pode não parecer processamento de 64 bits com uso
é um menu no topo direito que dá acesso tão diferente dos seus antecessores, mas extenso da aceleração 3D disponível
fácil aos vários Workspaces (arranjos de por trás da interface as coisas mudaram na sua placa gráfica para melhorar de
presets das janelas diferentes), que antes radicalmente. De fato, não é bem uma maneira expressiva a performance da
eram acessíveis através do menu Window/ ‘atualização’ e sim uma recomposição reprodução da timeline e receptividade
Workspace. Isto também está igual aos completa, porque a versão CS5 se para scrubbing, shuttling e jogging através
outros aplicativos tornou nativa de 64 de clipes. O único ponto negativo é que
importantes no CS5, e bits. Isto permite a sua opção de placa gráfica é restrita: só
é um sinal bem-vindo desvendar o potencial placas ativadas por CUDA são compatíveis,
de que a Adobe quer da performance do o que limita você a certos modelos da
harmonizar as diferentes Windows 7 e Mac OSX Nvidia. Uma lista de placas compatíveis
interfaces. Snow Leopard e tirar está disponível no site www.nvidia.com/
Também no canto proveito de quantidades object/adobe_PremiereproCS5.html.
superior direito está um maiores de memória A chegada do mecanismo de
botão marcado como ‘CS RAM que estes sistemas reprodução Mercury para o Premiere Pro
Live’. Ele dá ao usuário operacionais podem teve um efeito dramático na sua capacidade
acesso aos novos CS Live tratar. Isto é importante de tocar mídia de formato misto (mais
Services que a Adobe quando você começa de um tipo de codec) na timeline. Antes,
está gradualmente a lidar com mídia de o Premiere Pro havia ficado atrás dos
construindo. Os CS seus pares neste aspecto importante, e
Embora o serviço esteja
Live Services usam sua com certeza eu achei que, com o mesmo
no começo, o CS Live,
conexão de Internet equipamento, a melhor performance de
em expansão, permite
para permitir a você colaboração pela Internet reprodução de mídia veio do Avid Media

186 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


O patching do track estilo de edição de timeline, tracks de áudio exigiu que três critérios
significa que tracks devem e existe uma sensação de fossem satisfeitos. Para um track chegar à
ser selecionados antes que os produtos de edição timeline, ele deve ser alinhado oposto ao
que vídeo e áudio sejam
estão convergindo nesta track da timeline alvo pretendida e ficando
abordagem de maneira geral. agora ‘disponível’ ao ser ativado, enquanto
Composer, com o Final Isto faz sentido de várias que o track da timeline correspondente
Cut Pro logo atrás. maneiras. A gente supõe, por também precisava ser ativado. Esta
Muitas vezes o Premiere exemplo, que carros devem mudança era necessária, já que facilitava
Pro diminuiu frames basicamente ter os mesmos bastante editar só tracks selecionados de
ou a qualidade em controles, basicamente nos um clipe fonte para a timeline.
circunstâncias onde mesmos locais, e assim deve A herança do Premiere Pro é da escola
os outros funcionaram ser com tipos de software ‘arrastar e soltar’ de edição e nunca foi
sem soluços. Não mais. O Mercury deu ao desenvolvidos como o ENL. conduzida por botões como seus rivais.
Premiere Pro um poder enorme, e agora Seguindo esta linha, uma nova Isto resultou na comunidade da edição
é um prazer editar com ele. Mesmo sem abordagem para controle da timeline profissional, e particularmente na indústria
uma placa gráfica CUDA, você tem muitas chegou no CS5. Agora o Track Panel tem de broadcast, vendo o Premiere Pro como...
vantagens com o Mercury, então não ache um seletor ‘Sync Lock’ para cada track, bem, de qualidade um pouco inferior, para
que você precisa sair à caça de uma nova permitindo ao editor escolher se os clipes ser bastante honesto: bom para edição
placa imediatamente. naquele track vão ser obrigados a continuar em escala pequena, mas inadequado
Uma placa CUDA vai melhorar em sincronia com clipes em outros tracks para produzir de maneira eficiente
significativamente alguns trabalhos de quando cortes ou outras ações de edição documentários de 60 minutos.
codificação ao usar o Media Encoder para acontecerem. Na verdade, isto sempre foi Isso ainda é verdade? A performance
exportar o seu resultado final. A aceleração possível por outros meios, e usuários já de reprodução de multiformatos bastante
H264 é particularmente impressionante, e estabelecidos do Premiere Pro podem ficar melhorada e – probleminhas de lado –
uma peça teste levou uma hora e meia para um pouco confusos com o motivo do botão mudanças no modelo de edição, sugerem
ser codificada em um codificador freeware, ter aparecido. O fato é que esta é a maneira que o CS5 mereça o Pro no seu nome, e
mas só uns cinco minutos usando o Media que os ENLs da Avid tradicionalmente este é ‘o começo do jogo’ na batalha com
Encoder com a aceleração de uma GPU lidaram com sincronia da timeline, e a o Media Composer e o FCP. Nesta onda de
Quadro FX3800. suspeita deve ser de que a Adobe está novidades, vimos também a BBC empregar
procurando deixar o Premiere Pro mais 2000 cópias do Premiere Pro CS5 para a sua
Alcançando o codec acessível para quem usa Avid. iniciativa de produção ‘Creative Desktop’,
Um aspecto do Premiere Pro que a Adobe Este não é o único exemplo desta então, talvez, a maré esteja mudando.
deve tratar prontamente é a falta de um filosofia ‘convergente’. Entre o CS3 e o CS4,
codec intermediário integrado. Ao editar no a Adobe fez uma mudança significativa
Encore
Avid Media Composer ou FCP, você pode para a ‘lógica’ de edição do Premiere Pro, Como o On Location (veja abaixo), o Encore,
escolher com qual codec quer capturar e com a apresentação de uma abordagem pacote de criação de discos de DVD e
editar a sua mídia. No caso do Avid, você de ‘patching de track’ tipo Avid/FCP para Blu-ray da Adobe, está disponível como
pode usar DNxHD 36, enquanto que no escolher em qual track na Timeline os parte de um Creative Suite ou junto com o
FCP (Final Cut Pro) você pode usar Apple tracks de áudio e vídeo de um clipe fonte Premiere. A versão CS5 teve uma atualização
ProRes. Isto pode deixar a edição mais seriam colocados, quando inseridos ou relativamente modesta, refletindo, talvez, a
rápida e mais agradável ao lidar com mídia sobrepostos. No novo esquema, adicionar percepção na indústria de que a importância
complicada como AVCHD e economizar
espaço de disco ao lidar com full HD e
resoluções superiores. O Premiere Pro
não tem nenhum equivalente integrado,
e embora exista uma solução de terceiros
na forma do codec Cineform Neoscene,
ele não está incluso no pacote Production
Premium. Se a Adobe incluísse uma versão
do Cineform ou similar, isso colocaria
o software em igualdade com os seus
principais rivais.

Estilo de edição
De muitos pontos de vista, o Premiere Pro
tem uma sensação claramente tipo FCP.
De fato, editores familiarizados com o FCP
vão se sentir bastante confortáveis, depois
que se acostumarem. Quem leu o teste
do Media Composer (Sound On Sound
de setembro de 2010) vai saber que a O Encore CS5 permite criação de DVDs, BluRays e vídeos interativos, desenhando em mídia do
Avid também deu passos na direção deste Photoshop, Illustrator e no resto do pacote CS5

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 187


VÍDEO
ADOBE PRODUCTION PREMIUM CS5

da entrega de mídia em disco óptico esteja conectada a um laptop e capturada ao vivo. outra coisa. O trabalho de resolução
declinando a favor do download da web, Agora o On Location CS5 permite a você independente foi possível durante muitos
através de serviços como Netflix. trabalhar com mídia baseada em arquivos anos, mas ficou mais maleável conforme
Com isto em mente, talvez não seja que você transferiu para o computador e computadores e placas gráficas se
surpreendente que um dos novos recursos depois abrir de novo os clipes capturados desenvolveram e aumentaram em poder.
mais significativos seja a capacidade de para registro adicional. Além de configurar Então, embora o After Effects CS5 lucre
criar DVDs para a web com capacidade de pontos de entrada e saída em mídia, o On com o mesmo mecanismo de reprodução
busca. Para quem não sabe, um DVD de Location também permite que Markers Mercury e compatibilidade OS de 64
web parece ao usuário um DVD normal, mas sejam adicionados em tempo real, que bits do Premiere Pro, durante anos ele
a interface e mídia estão na verdade sendo podem ser transferidos para o Premiere conseguiu a reprodução em tempo real de
acessadas em um servidor remoto, não em Pro para edição, completos com toda a sequências complexas usando RAM Preview
um disco. A interface de usuário é criada pelo metadata que você adicionou. – basicamente renderizando a composição
Encore como Flash e o conteúdo de vídeo Vale a pena notar que os formatos (ou uma parte selecionada – a ‘área de
é entregue como Flash Video e reproduzido em que o On Location é projetado para trabalho’) em memória RAM. A capacidade
no Flash Player da Adobe em vez de no seu trabalhar para captura e projettos baseado do CS5 de tratar quantidades enormes de
software normal de DVD player. em arquivos são limitados para AVCHD, DV, memória RAM é, portanto, uma grande
A capacidade de busca é produzida pelo DVCPro, HDV, DVCProHD e XDCAM, então vantagem ao trabalhar em altas resoluções.
Encore construindo um banco de dados a não vai ser atraente para quem tem a sorte Por exemplo, com 64GB de memória RAM
partir de vários aspectos do DVD, incluindo de filmar para Digital Cinema. você pode pré-visualizar mais de um minuto
legendas, menu e nomes de botões, e até de mídia de resolução full HD. Está bem,
análise de comentários do conteúdo. As
After Effects CS5 não é em tempo real, mas tem sido uma
buscas podem ser feitas sem interromper a O After Effects é outra parte bem alternativa aceitável. Isto só foi desafiado
reprodução, e é tudo muito impressionante estabelecida do império de softwares de recentemente pelo Motion da Apple, que
em operação. mídia da Adobe, e ao longo dos anos ele procura fazer o máximo possível em tempo
Agora o Encore CS5 suporta mídia de construiu para si mesmo uma reputação real fazendo uso total das capacidades da
24p, essencial para criação profissional sólida como um incomparável compositor placa gráfica, mas é um software muito
de discos Blu-ray e uma surpreendente de efeitos. Realmente, é desconcertante menos flexível. Compartilhar o mesmo
omissão até data. Além disso, agora é que o Premiere Pro tenha lutado para mecanismo de reprodução também quer
possível criar discos Blu-ray de câmeras alcançar o mesmo status reverenciado dizer que o After Effects pode trabalhar
AVCHD sem transcodificar a mídia, no seu setor do mercado. O atrativo com o mesmo conjunto de formatos que o
preservando assim a qualidade do do After Effects é surpreendentemente Premiere Pro, incluindo todos os populares.
material fonte. amplo e ele é adequado para ser O After Effects sempre liderou o
O Encore depende do Adobe Media usado para criar sequências de gráficos caminho com a sua abordagem para
Encoder para transcodificar informações animados para a web, como também keyframing (parâmetros automatizados
de vídeo e agora pode realizar tarefas de para broadcast, noticiários, propagandas pelo tempo em uma base algorítmica ou
transcodificação em background enquanto e além, no high end de composição e frame a frame) e exatamente quando você
o trabalho na estrutura do menu continua. efeitos do cinema digital. achou que eles já tinham feito tudo que
Isto aumenta o fluxo de trabalho de A filosofia do After Effects sempre foi você podia imaginar, eles criaram uma nova
maneira significativa e é particularmente simplesmente permitir que praticamente ideia que faz você dizer “é claro, como eu
importante se você estiver trabalhando qualquer coisa seja composta com qualquer vivi sem isso?!”. Isso é o novo modo Auto-
com mídia de 4k de alta resolução.
Falando nisso, agora o Encore pode lidar
com masterização de 4K para discos Blu-
ray. Por fim, projetos do Encore agora são
cross-platform e podem ser facilmente
movidos do Mac para sistemas de PC sem
a necessidade de conversão.

On Location
Outro programa que vem junto com o
Premiere Pro é o On Location. Projetado
para ajudar com a aquisição do seu
vídeo, o On Location era normalmente
usado (previsivelmente) em um set de
filmagem como um auxílio para acertar os
aspectos técnicos da gravação (ele fornece
monitoramento de forma de onda do
sinal do vídeo que está capturando) e os
aspectos de produção para catalogar as
gravações e adicionar metadata. A saída
da câmera, além de ser gravada em fita ou O líder de seu segmento, After Effects CS5, pode ser usado para criar tudo, desde sequências de títulos
cartão de memória na câmera, pode ser simples a compostos de filmes em escala total

188 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


Photoshop CS5
O Photoshop se desenvolveu e amadureceu
ao longo dos anos, e agora tem uma posição
aparentemente incontestável como o editor de
imagem bitmap de escolha para profissionais e
amadores abastados. O Photoshop não é só útil
para alterar ensaios fotográficos de bandas e coisas
assim, como também pode ser usado em um
contexto de produção de vídeo para ajustar frames
importantes de vídeos, além de preparar imagens
para menus de BluRay e DVD usando o Encore.
Agora a Adobe incluiu o Bridge, que é
basicamente um programa de gerenciamento foto em uma pintura, o que pode levar a algumas
de imagens, para algumas versões do Creative ótimas e relativamente fáceis animações.
Suite, e agora o CS5 foi revisado para incluir o Todos os recursos acima são do Photoshop
Mini-Bridge, uma interface mais rápida, mais ‘padrão’. Então o que a versão ‘Extended’ oferece
agradável e menos intrusiva para permitir a em adição? Resumindo, 3D. Apresentada no
você encontrar imagens sem toda a parafernália CS4, a capacidade do Photoshop de trabalhar Mas os recursos adicionais do Photoshop
de Metadata disponível no Bridge. Você pode em 3D foi melhorada com a adição dos Extended podem ser úteis para gráficos
abrir itens do Mini-Bridge no Photoshop, ou comandos 3D Repoussé (repoussé é o termo animados no After Effects. Um modelo 3D
pode arrastá-los e soltá-los na janela Project do francês para ‘reprimir’ e é uma técnica para (criado em programas como 3DS Max ou Maya,
Premiere Pro e After Effects. comprimir objetos – texto, formas ou seleções – por exemplo) pode ser importado e manipulado
A pintura ficou bastante avançada, com o em objetos 3D). Embora os recursos 3D sejam em 3D. Depois ele pode ser usado em uma
novo Mixer Brush permitindo a você misturar bons, eu fiquei com uma sensação distinta de composição do After Effects, mantendo suas
uma cor selecionada com as cores sobrepostas que outros programas mais simples e mais características 3D. É surpreendentemente fácil
de uma imagem, e o resultado é uma poderosa baratos, como o Xara Xtreme 4, podem fazer um de fazer e vários modelos 3D estão disponíveis
capacidade de transformar uma imagem de uma trabalho melhor, por menos. online para experimentar.

keyframe. Selecionado através de um novo Mocha After Effects, já que a interface do Color
botão na barra de ferramentas da timeline, Finesse pode ser aberta a partir do próprio
ele automaticamente permite o keyframing O Mocha versão 2 da Imagineer Systems plug-in. A versão que vem junto com o
de quaisquer parâmetros que você mudar, é uma ferramenta excelente para gravar e After Effects CS5 é Color Finesse 3LE e
economizando o trabalho de ativar cada um rotoscopiar (o processo de cortar e isolar também pode ser usada diretamente no
individualmente. É claro, o problema é que áreas de um clipe de vídeo) e oferece uma Premiere Pro, se você quiser.
provavelmente você também faz o keyframe abordagem muito diferente para gravar O Color Finesse foi atualizado para
de coisas que não queria, pelo menos até em comparação com a própria gravação rodar como um aplicativo de 64 bits e
estar acostumado com a mudança. embutida do Affter Effects. A gravação é tem vários recursos novos, incluindo um
Outra excelente ferramenta nova é a usada para seguir um objeto através de controle Vibrance para dar melhor controle
Rotobrush. Parecida com a ferramenta frames de vídeo, para manter um objeto
Extract no Photoshop, a Rotobrush acelera virtual, que não estava realmente ali quando
a extração de objetos móveis do seu o vídeo foi filmado, no lugar certo, por
fundo permitindo a você desenhar ao exemplo. Em vez de especificar pontos de O novo comando Auto Keyframe alivia um
redor do objeto e, depois, analisando de gravação no frame, o Mocha grava planos pouco do esforço do keyframing
maneira inteligente os traços do pincel para ou superfícies, então gravar mudanças
resolver onde o limite do objeto deve ser. de perspectiva é, na teoria (e na prática), sobre a saturação da imagem e controles
Depois isto é aplicado ao próximo frame muito mais fácil. O Mocha consiste de um HSL Curves, que permitem o controle
e atualizado automaticamente. Você pode programa separado onde a rotoscópia de saturação e claridade baseado em
facilmente ajustar a forma manualmente e a gravação são feitas e um plug-in de nuances de cor. O programa também
para corrigir os seus erros e são fornecidos efeito – Mocha Shape – que você pode tem a capacidade de exportar LUTs 3D
controles para permitir a você aplicar aplicar a uma camada como veículo para (“look-up tables”, tabelas de informações,
smooth, choke e feather na máscara transferir a forma e dados de gravação para igualar padrões de cor da indústria
resultante. Tudo é muito impressionante em para a sua composição. Transferir dados é específica) em vários formatos comuns.
operação e bem bolado. um processo simples de copiar e colar, e Além disso, agora ele suporta, de maneira
Um novo efeito que vem junto com o CS5 é os dados do Mocha também podem ser útil, o controlador Tangent Wave, para
o DigiEffects Freeform. O Freeform permite salvos separadamente para transporte para graduação interativa de cores. Este e várias
que o usuário deforme um objeto 2D em sistemas em outras estações de trabalho. outras otimizações menores o tornam um
espaço 3D manipulando um grid, então apoio bastante útil para o After Effects e o
com paciência e habilidade você pode
Color Finesse 3 LE Premiere Pro.
mapear um objeto 2D em uma superfície O Color Finesse da Synthetic Aperture é
3D. Além do próprio After Effects, dois uma ferramenta sofisticada de graduação
Flash Professional e Catalyst
aplicativos adicionais importantes que vêm e correção de cores, aplicada através de Faz tempo que o Flash vem sendo o
junto com o CS5, Mocha e Color Finesse, um plug-in de efeito e com a sua própria programa de animação escolhido pelo
foram atualizados. interface. Não é necessário exportar do desenvolvedores de Web. Ele se sobressai

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 189


VÍDEO
ADOBE PRODUCTION PREMIUM CS5

em produzir gráficos animados, compactos


e de baixa taxa de bits, em parte graças
ao seu formato baseado em vetores.
Quem visita praticamente qualquer site da
web com conteúdo de vídeo também vai
estar familiarizado com o Flash Video, um
formato de vídeo bastante comprimido que
contradiz sua taxa de bits com qualidade
de imagem surpreendentemente boa.
Realmente, você tem a impressão que, dada
a sua própria maneira, a Adobe teria todos
os aspectos de criação de conteúdo de web
nitidamente sob controle. É diante deste
background que você pode ler a recusa da
Apple em incorporar compatibilidade Flash
Video no iPhone, citando o futuro padrão
HTML5 como justificativa. Muitas pessoas
no mercado suspeitam que isto seja uma
postura simplesmente corporativa, com a
Apple não querendo se render ao poder da capacidade de passar o trabalho adiante, se O Color Finesse 3 LE permite controle bastante
Adobe no campo da web. necessário. Agora, se ao menos a Apple se preciso sobre graduação e correção de cores na
sua própria interface
No CS5, a Adobe apresentou um novo comportasse e entrasse em acordo...
programa parceiro, o Flash Catalyst, para Em um nível profissional, você pode muito
assumir as partes mais simples da criação
Conclusões bem comprar ambos. No nível produtor
Flash interativa. O Flash Catalyst permite A Adobe fez otimizações úteis e e consumidor, você precisa ter certeza de
a você importar trabalhos gráficos criados abrangentes, algumas minúsculas, mas que precisa das capacidades do resto da
no Illustrator ou Photoshop, conteúdo de bem-vindas mesmo assim. Muitas vezes suíte para justificar o custo adicional em
Flash Video (.FLV ou .F4V) criado no Media costuma acontecer de novos lançamentos comparação com o FCP Studio.
Encoder e animações Flash (.SWF) criadas se concentrarem em apresentar novos Dito isto, o preço do pacote não é
no Flash Professional, e arranjá-los juntos recursos excelentes sem resolver os defeitos exagerado dada a enorme capacidade
em uma página de web interativa completa irritantes da versão anterior. A Adobe em oferta. Se você comprou o
baseada em Flash. Páginas diferentes, traçou um curso cuidadoso com o CS5, Production Premium Suite para After
ou ‘States’, podem ser criadas e botões tentando tratar tanto a necessidade de Effects, Photoshop e Illustrator, você
programados para levar o expectador recursos chamativos quanto a necessidade já economizou aproximadamente US$
de uma para a outra. Tudo isso parece (e de fazer seus consumidores acharem que o 1.200, comparando com comprar os
é) muito básico e deixa você com uma pacote continua sendo aperfeiçoado e seus três separadamente. O mesmo também
sensação de “e daí?”. Não existe nada problemas solucionados. vale se o seu interesse estiver na
surpreendentemente novo em evidência Eles também fizeram um bom trabalho produção de conteúdo Flash: com o
aqui; realmente, não existe nada que não na interface dos programas, dando a eles custo combinado de Flash Professional e
pudesse ser conseguido antes no Flash uma sensação mais consistente com, por Flash Catalyst perto de US$ 1.100, você
Professional CS4, mas talvez o Catalyst seja exemplo, ferramentas no topo esquerdo seria louco de não gastar um pouco
um pouco mais agradável. Ele parece uma e espaços de trabalho no topo direito. mais para a suíte toda. No começo
nova peça bastante crua de software, cujo Isto ajuda a dar uma identidade comum desta avaliação, eu descrevi o preço do
poder ainda está por se revelar. a programas diferentes, facilitando aos Production Premium como ‘caro’, mas
Mas se você mudar a interface do usuários compreender a abordagem da eu acho que, no geral, a Adobe teve
‘Design’ Workspace – onde você dispõe Adobe. Isto sempre foi um dos pontos sucesso em justificar o preço da suíte.
os elementos e usa a criatividade – para fortes do Final Cut Studio da Apple, e De um ponto de vista tecnológico,
o ‘Code’ Workspace, o poder do Flash provavelmente o maior ponto fraco da suíte a grande novidade deve ser o suporte
Catalyst realmente começa a se revelar. Media Composer da Avid. sério para sistemas operacionais de
Ele mostra que o código associado com É claro, Creative Suites da Adobe são 64 bits, combinado com a chegada do
as suas páginas está sendo gerado usando mais abrangentes na sua extensão do que Mercury Engine. Estes dois avanços
MXML (Macromedia sXtensible Markup qualquer um dos concorrentes, portanto sinalizam que o Creative Suite da Adobe
Language). Isto oferece a possibilidade a pergunta é: você compraria o Creative está bem posicionado para aproveitar
de desenvolvimento avançado muito mais Suite para produção de vídeo em vez o crescimento contínuo do poder da
sofisticado do seu trabalho no aplicativo do Media Composer ou FCP Studio? A computação e o aumento inexorável de
peso pesado Flash Builder, se você estiver resposta para isso é se o Premiere Pro se padrões de vídeo HD.
disposto (não incluso no pacote Production compara bem com a concorrência. Ele
Premium). Na verdade, o Flash Catalyst foi significativamente reforçado e agora
pode ser visto como um programa simples parece ser uma alternativa realmente $ R$ 4.910
T DV Pro (31) 3284-3521
e peso leve para quem não precisa do vantajosa. Já se ele é bom o suficiente
W www.dvpro.com
poder do Builder ou da complicação para usuários fixos dos outros pacotes W www.adobe.com
do Flash Professional, mas mantendo a resolverem aderir, eu não tenho certeza.

190 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


APPLE DICAS
Será que as recentes atualizações ao arsenal musical da “Applecativos”
Apple, sugerem uma mudança em direção ao modelo
Você não pode de fato ter todos os pequenos
de assinatura de transmissão de música? aplicativos para o seu Mac para facilitar a sua
vida, então eis a minha seleção do mês:
MIKE WATKINSON mudar para um modelo de distribuição Acorde! O Caffeine (do site www.lightheadsw.
completamente novo. Mas vamos esperar com) é um aplicativo minúsculo que coloca

D
urante o que agora parece fazer que seja só uma questão de tempo até eu um ícone no lado direito da sua barra de
tempo demais, eu venho perturbando poder dizer ‘eu avisei’. menu. Quando clicado ele evita que o seu
Mac descanse, escurecendo a tela ou iniciando
qualquer pessoa que me ouça sobre
o futuro da distribuição de música. A não ser
Habilidades sociais?
que as minhas previsões virem realidade muito De maneira impressionante, o iTunes
em breve, minha reputação como um sábio alcançou os dois dígitos e a nova versão
adivinhador velho e banguela vai se afundar inclui o AirPlay (ver acima) e Ping, a mais
nas rochas da, bem, falta de progresso. nova tentativa da Apple de se juntar às
Existem aqueles que censuram o modelo redes sociais, com um nome curiosamente
do iTunes de vender música pela Internet, parecido com o mecanismo de busca da
preferindo no lugar, roubar os arquivos que
eles conseguirem achar – justificando seu crime
na base do ‘se está ali, está valendo’ (mas, de
maneira interessante, as mesmas pessoas não
roubam carros porque eles estão ali, pelo que protetores de tela. Ele é ótimo se
você quiser desativar temporariamente as suas
eu saiba). Para eles, eu apoio a visão geral de
preferências regulares de economizar energia.
que a música vai ser hospedada em servidores
Sempre na frente: Encontrado no site
remotos e os ouvintes simplesmente vão http://infinite labs.net, o aplicativo Afloat
alugar a capacidade de transmitir música para instala um painel de preferências. Quando
O Ping é o novo recurso de rede social da versão
os seus computadores e dispositivos móveis, ativado, um ícone do Afloat aparece no menu
mais recente do iTunes. Ele teve um ótimo
pagando uma assinatura por este direito. feedback dos novos usuários, mas por que mudar
Window, permitindo a você manter a janela
Até agora, o iTunes permanece firme com o do Facebook ou MySpace? daquele aplicativo ‘em cima’ de quaisquer
modelo de download – mas existem sinais de outros, e também permite a você controlar a
que isto está prestes a mudar... sua transparência.
Microsoft. Ótima ideia, esta – bata um papo
Transmitindo adiante diretamente com artistas e os seus colegas,
A versão mais nova do aplicativo iDisk pré-visualize e compre canções (ou álbuns
permite a você transmitir música armazenada inteiros) recomendadas por amigos: é como
no seu iDisk (para o qual você precisa de uma estar em uma antiga loja de discos – e a
conta do MobileMe – sim, um serviço de interface de usuário está recebendo um
assinatura) e tocá-la de fundo enquanto usa ótimo feedback dos novos usuários. Mas
outros aplicativos. Ele não é nenhum ‘iTunes o serviço vai depender da aceitação de
Live’ mas, no fim de 2009, a Apple comprou quem usa, e a pergunta precisa ser feita:
o Lala, o serviço de transmissão de vídeo e porque se preocupar em usar o Ping se
música baseado nos EUA. Aproximadamente todo mundo já tem Facebook e MySpace,
no fim de maio deste ano, a Apple desativou incluindo os artistas?
o serviço do Lala e, quase na mesma época, Depois de 10 anos, o iTunes também
fotos das instalações do servidor da Apple, ganha um ícone novo, para tristeza geral dos
de 152 mil metros quadrados na Carolina tradicionalistas, tendo só mudado do verde
do Norte, apareceram na Internet. Em para o azul neste tempo todo. Estes puristas
setembro, Steve Jobs acompanhou o anúncio não gostam de mudanças na aparência que
dos novos iPods com notícias do iminente lidam com os três botões de semáforos
lançamento do iOS 4.2 Esta versão vai incluir empilhados verticalmente para economizar
o AirPlay, que é a capacidade de transmitir espaço (aqueles com a tecnologia mais
vídeos, músicas e fotos de maneira wireless moderna muitas vezes são os mais
Cabeça nas nuvens: Parecido com o
para a nova Apple TV ou caixas de som com surpreendentemente tradicionais ao se tratar
DropBox, o CloudApp (do site www.
protocolo AirPlay. de questões de GUI!). Se quiser mudá-lo de getcloudapp.com) usa armazenamento
Parece que praticamente todas as peças volta para o horizontal, você pode digitar Cloud, para permitir a você fazer backup e
do quebra-cabeça estão no lugar, então, o seguinte em Terminal (em uma linha compartilhar arquivos. Você pode arrastar
como com todas as coisas burocráticas, o contínua) e depois apertar return: e soltar arquivos do Finder para o ícone
impedimento deve ser legal. A Apple vai defaults write com.apple.iTunes full-window instalado na barra do menu. O CloudApp
precisar abordar gravadoras para procurar -boolean YES. é expansível, usando extensões que podem
acordos para este novo modelo, e deve Para voltar para um layout vertical, digite a ser baixadas, chamadas Raindrops, que
ser uma tarefa imensa convencer os donos mesma coisa de novo, mas termine com NO e permitem que terceiros acessem serviços do
CloudApp.
de tudo que esta à venda no iTunes, depois aperte return. Fácil!

w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Novembro 2010 191


PC DICAS
Se os seus HDs estão copiar tudo intacto
de drives anteriores:
transbordando, qual é Windows, aplicativos,
dados, tudo.
a melhor maneira de
Transferindo
adicionar capacidade
Usando um utilitário
extra? O PC Dicas de imagem do
drive, como o já
investiga... mencionado EASEUS
Partition Master, o
MARTIN WALKER Acronis True Image
ou o Norton Ghost

N
ão importa o tamanho dos seus (entre outros), você
HDs, mais cedo ou mais tarde você só precisa plugar
vai enchê-los e, então, encarar temporariamente o
três opções. Em primeiro lugar, você pode novo drive destinado Antes de formatar e dividir HDs, considere a melhor maneira de particioná-los
comprar um PC novo, o que não é tão para Windows e para que você possa fazer backup do seu setup do Windows e dados pessoais, de
ridículo quanto parece, já que talvez você aplicativos, ligar maneira separada e fácil. Eis o meu arranjo mais novo
já esteja usando o seu computador atual e separá-lo para
há muitos anos antes de finalmente ficar adequar às suas necessidades, depois novos como uma única grande partição,
sem espaço e esta pode ser a oportunidade restaurar o arquivo de imagem mais novo mas para mim, isto é pedir por problemas
perfeita para pesquisar uma máquina com da sua partição de Windows existente para no futuro, já que tal decisão gera uma
um processador mais poderoso, mais uma partição no drive novo. dificuldade adicional para manter backup
memória RAM, etc. Depois de copiar todos os dados de tudo, do que se você tiver seus dados
A segunda opção – e a mais fácil – necessários de outras partições no seu em partições diferentes do seu Windows
é comprar e instalar um ou mais HDs antigo drive Windows e de aplicativos, e Aplicativos. Eu cobri ‘Por que e como
adicionais. Só o que você precisa fazer desligue de novo, retire-o e use os seus dividir seu HD em um PC de música’ na
neste cenário é desligar, anexar cabos cabos de dados e energia para plugar o SOS de maio de 2005 (www.soundonsound.
de dados e energia adequados aos seu novo drive do Windows e aplicativos. com/sos/may05/articles/pcmusician.htm)
novos drives depois de parafusá-los nos Depois, ao reiniciar, você deve se achar de e praticamente nada mudou desde então,
compartimentos de drives internos e volta no antigo e familiar desktop, mas com fora os tamanhos de partição.
depois reiniciar o seu PC. O(s) novo(s) muito mais espaço para expansão. É ainda
drive(s) deve(m) ser automaticamente mais fácil para drives de dados adicionais
reconhecido(s), e aí você pode formatá- não Windows: copie os dados para um Espaço para melhora
lo(s) e dividi-lo(s) para o conteúdo que novo drive de dados, partição por partição, O Oszillos Mega Scope (http://
quiser, usando um dos vários utilitários de depois ‘desplugue’ o antigo drive de dados betabugs.de/oszillos_mega_scope) da
gerenciamento de partição (por exemplo, e deixe o novo no lugar. Apesar de precisar Benjamin Schulz é um osciloscópio
o EASEUS Partition Master oferece uma ser metódico, esta abordagem pode sincronizado por BPM com suporte para
Home Edition grátis, que pode ser baixada economizar dias de reinstalação de tudo várias entradas. Eu acho que ele é uma
no site www.partition tool.com). desde o começo. ferramenta maravilhosa para aprender
mais sobre o que os plug-ins de efeitos
Neste mês, eu resolvi tomar uma
terceira opção, a de substituir os dois
Guerras dos clones fazem aos tracks de áudio.
Apenas insira uma instância do
drives existentes com dois drives novos O único estraga-prazer é que alguns OMS em um track, depois sua escolha
e maiores da Western Digital Caviar Blue aplicativos com proteção anti-cópia, de plug-in de efeito, e depois outra
com capacidade de 640GB. Com tamanhos podem perceber que foram instalados instância do OMS, e você vai poder
assim e cada vez maiores, agora disponíveis em um HD diferente e exigirem ser ver exatamente como o plug-in mudou
o envelope do volume. Você até tem a
a preços mais acessíveis, muitas vezes dois reativados, achando que foram clonados
opção de sobrepor as formas de ondas
drives são suficientes para os objetivos de em um novo PC. A grande maioria dos de antes/depois para ver as mudanças
muitos músicos e vão ajudar a manter níveis meus dongles e softwares de áudio mais nitidamente. Eu o achei ótimo para
baixos de ruído acústico. protegidos por número serial sobreviveu alterar configurações de formadores de
Ao substituir drives existentes, você pode intacta, mas alguns itens, incluindo AAS transientes e compressores.
começar do zero e formatá-los/dividi-los, String Studio e AudioMulch, que usavam
depois reinstalar o Windows e todos os seus proteção de desafio/resposta, precisaram
aplicativos do começo, e por fim transferir ser autorizados novamente.
todos os seus dados pessoais de backups. Pessoalmente, eu acho que a coisa
Isto é ideal se você precisa de uma boa mais importante é dedicar um tempo para
limpeza, e principalmente se você costuma decidir sobre um esquema de partição
instalar muita coisa ao longo dos anos, o adequado para os seus drives novos
que reduz gradualmente a performance. antes de realmente plugá-los e começar
Mas se tomar cuidado com o que instala, a transferir quaisquer dados. Eu conheço
você pode evitar todo esta chatice extra e muitas pessoas que só formatam seus drives

192 Novembro 2010 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r


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Yamaha ........................................................ 11 3704-1377 ..................... www.yamaha.com.br ................................................................................ 2ª C
De volta...
“A
Sound On Sound foi que não tinha lugar na ‘gravação
especialmente criada de verdade’. Até Midge Ure afirma
para ajudar você a ficar na capa da primeira edição: “Acho
em contato com a tecnologia musical MIDI instável... acho mesmo”, mas
moderna enquanto ela começa a unir as conforme a sede por conhecimento
outrora bem definidas áreas de geração e a necessidade de compreensão se desenvolveram,
e gravação de som. Nós esperamos logo a Sound On Sound foi reconhecida com a autoridade
que você esteja tão entusiasmado sobre os novos métodos de gravação – uma posição que vocês,
quanto a gente.” A ‘declaração da leitores, nos ajudaram a manter durante os últimos 25 anos.
missão’ do editor fundador Ian Gilby no Obrigado, em nome de toda a equipe da SOS, por todo o seu apoio,
começo da edição de lançamento em encorajamento e feedback.
novembro de 1985 resumiu um momento Ao olharmos para os próximos 25 anos, esperamos que você curta
‘Timecode: por que todos
fundamental no desenvolvimento da dar uma olhadinha onde tudo começou. 18 de outubro de 1985 – um
nós precisamos dele e onde
tecnologia de gravação e música. A podemos usá-lo”. As reações
mundo em que Margaret Thatcher é a Primeira Ministra do Reino
Sound On Sound foi lançada em um variavam de “Ugh?” a “Uau!”, Unido, Ronald Reagan é o Presidente dos EUA e no qual a Intel tinha
mundo onde as possibilidades estavam mas na maioria ficavam em apenas apresentado um chip de computador 80386 de 32 bits com
sendo transformadas e as barreiras à torno de “…umm…” velocidade de 12MHz! De Volta Para o Futuro é o filme de maior
criatividade sendo demolidas a cada mês. bilheteria do ano e o grupo norueguês A-ha está em primeiro lugar
O multitrack, ainda limitado, estava tornando métodos de gravação nas paradas americanas, enquanto que ‘Power Of Love’ da Jennifer
tradicionais mais acessíveis do que nunca antes, mas foi a chegada Rush tira ‘If I Was’ do Midge Ure do primeiro lugar das paradas do
dos sequenciadores MIDI, sincronizados para fita via timecode, que Reino Unido, evitando assim que o seu solo número um coincidisse
realmente mudou tudo. A Sound On Sound estava bem ali à frente com a aparição na capa da edição de lançamento. Dave Lockwood
daquela tecnologia, com matérias sobre SMPTE e sobre hardware e Editor/Diretor Editorial
software de sequenciamento desde a primeiríssima edição.
É claro que nem todo mundo ‘entendeu’ logo de cara – 1985
foi uma época em que músicos e até engenheiros ainda podiam
escolher acreditar com alegria que o MIDI era uma moda passageira

Software de sequenciamento, no estilo de 1985, com uma interface


inteiramente baseada em textos.

O sistema CLUE (Computer


Logging Unit and Editor) da
HHB para editar áudio digital
do Sony PCM F1 sem cliques e
defeitos. Se estas coisas parecem
ter sido cortadas e enfiadas no
fundo, é porque elas foram. Era
assim que a gente fazia revistas na
época. Pelo menos era colorido!

Não crianças! A TV não era


assim em 1985… A SOS estava
um pouco à frente do jogo ao A SOS pode ter sido toda ‘tecnológica’, mas não negligenciou produtos de gravação
incorporar uma seção de vídeo. tradicionais.

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