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GARGOLÂNDIA
A qualidade dos grandes estúdios
na paz de uma fazenda
I X A G E M SEM
M RTE 8)
O S ( PA
SEGRED
ELECTRO 5 AMP L I T U D E
S
S E
Novo teclado Nord oferece VOLUME
split, layers e muito mais
32
Evento realizado em parceria com o Sesc leva
informação e tecnologia a público carioca
Rodrigo Sabatinelli
Fazenda Tecnológica
Gargolândia firma parceria 38 Expomusic 2015
Resistência e renovação tecnológica na
com produtor e engenheiro de 32ª edição do evento
Rodrigo Sabatinelli
masterização renomados e aposta em
mão de obra universitária
Rodrigo Sabatinelli e José Carlos Pires Jr.
44 Desafiando a Lógica
Alquimia no Logic 10.2: Mais recente atualização
inclui o clássico sintetizador Alchemy
André Paixão
14 O novo Nord Electro 5
Com acesso aos mesmos sons e igual capacidade de
memória do NS2EX, modelo chega ao mercado trazendo 48 Pro Tools
Curso de Pro Tools: Aula 6 – Errou? Tente outra vez!
a tão aguardada capacidade de split e layers Daniel Raizer
Jobert Gaigher
24 Em Casa seções
Dicas e técnicas de gravação em um home studio (Parte 9)
Técnicas de gravação de bateria: editorial 2 notícias de mercado 6
Parte F – Microfones de ambiente novos produtos 10 índice de anunciantes 79
Lucas Ramos lugar da verdade 80
66 72
evento
Expomusic 2015 – Apesar da crise,
mercado segue iluminado
por Rodrigo Sabatinelli
capa
Luz na Maratona – Evento de rádio
carioca ganha projeto grandioso
por Rodrigo Sabatinelli
76
media composer
PRODUTOS .................................. 62 Fundamentos da edição: Criando sua
primeira montagem
EM FOCO .................................... 64 por Cristiano Moura
notícias de mercado
Divulgação
panhia será assumida por Christine Schyvinck a partir de 1º de julho de 2016.
Christine Schyvinck substituirá Sandy LaMantia, presidente e CEO que durante 20
anos contribuiu para o crescimento estratégico da companhia.
“Para mim, é uma grande honra ser nomeada como sucessora do Sandy. Ano após ano,
ele e eu temos trabalhado em estreita colaboração para concretizar a visão de cresci-
mento da empresa, e estou confiante de que já construímos uma base sólida que nos
permitirá ir muito mais longe”, comentou Schyvinck. O CEO da Shure Incorporated,
Sandy LaMantia, afirmou que a transição de executivos faz parte da estratégia de longo
prazo da companhia. “Ter alguém com a competência, a experiência e a liderança natural
da Christine fez com que a minha decisão fosse muito mais fácil”, declarou LaMantia.
Os participantes tiveram a oportunidade de fazer workshops e qualificação técnica com com profissionais da área, e tiveram
contato com equipamentos e softwares de última
geração. Além dos workshops, o evento contou
Divulgação
MixRack, onde fica o codificadores RGB coloridos e uma tira de luz LED integrado.
Core, e pela superfície de
controle. Existem três opções http://dlive.allen-heath.com
de tamanho do MixRack (DM32, www.audiosystems.com.br
Divulgação
em Nova York, o lançamento do Pro Tools 12.3, que
chega ao mercado com melhorias no fluxo de traballho
e edição mais poderosa. Agora os clipes adotam uma
aparência translúcida sempre que são movidos ou so-
brepostos, oferecendo maior clareza visual do contex-
to. Isso permite alinhar as formas de onda de um novo
clipe de áudio aos sinais visuais das formas de onda
de um clipe existente com maior precisão e facilidade.
www.avid.com
www.quanta.com.br
pletamente escalonável. Oferece potência de 460W com 325 x 383 x 491 mm), o sistema tem uma ampla
RMS (subwoofer: 300 W; array satellites: 2 x 160 W) e dispersão de som. Disponível nas cores preta e branca.
resposta de frequência de 47 – 20.000 Hz
www.ld-systems.com
O adatador plug-and-play SmartLink oferece várias www.alltechpro.com.br
um set de bateria Os microfones que integram o kit são quatro P4, que é um mic ins-
completo. Ele trumental dinâmico de alta performance para tom, surdo, caixa, hit-
também -hat ou pratos; dois P17, mic instrumental de alta performance para
pode ser pratos e hit-hat e que é tecnicamente idêntico ao P170, não sendo
usado para comercializado como peça única; e um P2, mic dinâmico de alta
microfo- performance para graves (bumbos e amplificação de tons graves).
nação de
percussão, www.akg.com
amplificadores www.harmandobrasil.com.br
Divulgação
com um pedal incluso para acionar os canais Clean, Lead e Reverb.
www.music-group.com/brand/bugera/home
www.proshows.com.br
Cada um dos quatro canais possui input e output (Direct Out), controles de
volume, graves, agudos e pan. O Direct Out de cada canal transfere o áudio
para outro equipamento sem interferência dos controles do MX 4X1 SM, que
possui opção para conectores de headphones P2 ou P10 estéreo com controle
de volume master. O produto acompanha fonte de alimentação e um prático
suporte para fixação em pedestal de microfone (SPP), que permite acomodar o
MX 4X1 SM e o headphone. Para mais informações, confira o manual completo
do MX 4X1 SM no site da fabricante.
www.powerclick.com.br
O novo Nord
Electro 5
Com acesso aos mesmos sons e igual capacidade de memória do NS2EX, modelo
chega ao mercado trazendo a tão aguardada capacidade de split e layers
S
e no mês passado falamos sobre o Nord Stage 2 e camadas de sons (layers). Há anos que os nordeiros
EX, chegou agora a vez do novo Nord Electro 5, reclamavam este recurso. Até a versão 4, essa era a
a última evolução da linha Electro e o modelo da grande reclamação. Todos adoravam saber que o Electro
mesma que ganhou maiores modificações. A Clavia lan- acessava a mesma biblioteca de sons do Nord Stage 2,
çou o primeiro Nord Electro há quase 15 anos, e, des- mas se frustavam ao saber que não seria possível dividir
de então, esses compactos vermelhos de som incrível, o teclado com dois sons ou montar um piano/cordas.
sobretudo de piamos acústicos e eletroacústicos, órgãos Agora o usuário do Electro pode fazer camadas ou dividir
e sintetizadores vintage, têm conquistado cada vez mais o teclado em regiões diferentes para até dois tipos de
espaço nos palcos ao redor do mundo. sons, como baixo/piano, por exemplo.
Não é sempre que um teclado torna-se icônico o suficiente O knob part-mix oferece um ajuste de volume em tempo
para manter seu nome original e ainda ser relevante em real entre as partes superior e inferior, sem necessidade
sua quinta geração. Cada Electro foi ganhando uma nova de acesso a menu. Se o split estiver desligado e os dois
característica, mas sempre mantendo o que funcionava nas módulos de som estiverem ativados (ex.: módulo1: pia-
no, módulo 2: synth/cordas), o modo layer entra em ação
versões anteriores. Começou com órgão e piano apenas, e
e o knob part-mix ajusta o balanço de volume das partes.
na versão 3 ganhou a seção de synth/sample. Com o Electro
Ainda permanece, no entanto, uma limitação em relação
4 vieram os drawbars físicos. O Nord Electro 5 é a última
ao Stage 2. As combinações e splits só são possíveis com
evolução da linha, e algumas características podem torná-lo
módulos diferentes, como piano-synth/sample, piano-
ainda muito mais atraente do que seus antecessores.
-órgão ou órgão-synth/sample. Não é possível misturar
dois pianos ou dois órgãos ou dois synths/samples. Essa
SPLIT E LAYERS, OU DIVISÃO DE continua sendo uma exclusividade do Stage 2.
TECLADO E CAMADAS DE SONS
Há botões de acesso direto para ligar ou desligar a ação
A grande mudança em relação aos modelos antigos é dos pedais de sustain e controle nas partes superior e
que agora o Electro permite divisão de teclado (split) inferior. Isso é muito útil, por exemplo, para atribuir um
Além de três motores de Hammond (um novinho em fo- Nem a seção de efeitos escapou de mudanças no novo
lha, um meia vida e um totalmente velho e acabado B3), NE5. No geral, o set continua o mesmo, com um EQ
o NE5 traz modelos de órgãos transistorizados, como de três bandas, dois tipos de tremolos, dois tipos de
Vox e Farfisa, o novo B3 + Bass e um novo e lindíssimo stereo-pan, wah-wah, ring modulations, dois phasers,
CONCLUSÕES
Se o Nord Stage 2 EX apenas ficou mais robusto
e compacto e ganhou mais memória, o Electro 5
pode ser agora chamado de “Stagezinho” ou “Pe-
queno Stage”. Acessando os mesmos sons e com
igual capacidade de memória do NS2EX e com
a capacidade de split e layer que os usuários
de Nord esperaram tão avidamente nos últimos
anos, esse modelo tem tudo pra ser um sucesso
de mercado. Além disso, por ser mais compacto
e leve, possuir um grande painel de LED e um in-
teligente recurso de setlist, o Electro 5 se coloca,
inclusive, como um forte concorrente do próprio
Nord Stage 2 EX.
No meio dos controles agora fica a área de seleção do
programa principal e das partes superior e inferior, A Nord mantém a tradição e a cada evolução de um
com um knob de balanço de volume. A grande modelo procura conservar tudo o que funcionava e
novidade fica por conta do display de LED. apenas implementar novos e importantes recursos.
Eles também fornecem continuamente novos timbres
flanger e dois chorus. O NE5 também tem delay ping- em suas bibliotecas online de pianos e amostras, dis-
-pong, como no NS2, e reverb remodelado, bem como poníveis gratuitamente para os usuários Nord. •
um compressor e um simulador de
amp que traz a mesma simulação
de Leslie 122 presente no aclama-
do modelo Nord C2D. Foi adiciona-
do também um novo tipo de efeito
“Vibe” na seção de moduladores. E
tudo isso pode ser facilmente en-
dereçado e controlado através de
um pedal de controle.
SONS
O NE5 acessa os mesmos timbres e
possui a mesma capacidade de me-
mória do NS2EX: 1GB para pianos
da biblioteca online de pianos da
Nord, bem como 256 MB de sons
para a biblioteca online de amos-
tras da Nord. Assim como o NS2EX,
a seção de órgão do Electro 5 tam- Produto pôde ser conferido de perto na Expomusic 2015
Jobert Gaigher é músico, compositor, educador musical, produtor cultural, blogueiro e consultor de marketing para os mercados de áudio
e música. É especialista da linha Nord no Brasil desde 2008, e entre 2001 e 2003 foi gerente técnico da Quanta Service. Em 2008, idealizou e
passou a coordenar o sistema multimídia para aulas de educação musical e-SOM para a Quanta Educacional. Site: www.jobert.info
bERNARDO
PAChECO
Wes Sacramento
O
técnico Bernardo de Andrea Pacheco, pro- área de estúdio já passei por muitas empresas ao lon-
fissionalmente conhecido como Bernardo go dos anos, mas como fixo mesmo trabalhei pela já
Pacheco, mas também chamado aqui e ali citada Timbre, a Effects, o estúdio de música do Mega
de Berna, quando não só de Pacheco, pode olhar São Paulo, a Ludwig Van!, o estúdio El Rocha e a Ca-
para trás e constatar que viveu boa parte de sua sablanca Sound”, lista o técnico, que atua como free-
vida completamente mergulhado em som, e que lancer desde o meio de 2007. Desde 2010 ele possui
hoje vive não só nisso, mas disso. Bernardo come- um estúdio simples, em sua casa, chamado Fábrica de
çou sua carreira no áudio como estagiário na Tim- Sonhos, onde grava e mixa seus trabalhos.
bre, uma produtora de som de São Paulo.
Vale reforçar aqui que Pacheco gravou e/ou mixou
“Como técnico de PA, considero que o começo foi alguns belos discos da cena underground nacional,
ter ido assistir a um show do Hurtmold [nota do edi- dentre os quais podem ser citar Conta, de M. Takara,
tor: Hurtmold é uma já clássica banda de São Paulo Calavera, do Guizado, Homem Inimigo do Homem,
que, se você ainda não conhece, precisa conhecer] dos Ratos de Porão, Songs From the Night Shift, do
num festival de hardcore e ter sido chamado na hora Fish Magic, e Tudo Que Eu Sempre Sonhei, dos Pullo-
mesmo pra dar uma mão no som”, recorda. “Foi o vers, além de diversos trabalhos do Test, D.E.R., de
que puxou minha primeira sequência de trabalhos sua banda, Elma (Bernardo toca guitarra), e de sua
na área. Eu originalmente não queria realmente tra- antiga banda, Are You God?, entre outras.
balhar com som ao vivo, mas acabei caindo de para-
quedas e ficando”, acrescenta o técnico, que, apesar Voltando ao live, outra boa lista de artistas alternati-
de ter tido essa primeira experiência em shows em vos já teve o som de seus shows controlado por Ber-
2006, já vinha trabalhando em estúdio desde 1996. nardo Pacheco. “Depois de começar trabalhando com
o Hurtmold, logo na sequência emendei Holger, Lurdez
Pacheco conta que nunca trabalhou com empresas de da Luz, Guizado, Forgotten Boys, Elo da Corrente, Ga-
som ao vivo, tendo sempre sido chamado diretamente rotas Suecas e Mamelo Sound System, entre outros
pelos artistas ou pelos produtores dos mesmos. “Na da cena independente.” Já entre artistas internacionais
bATE-bOLA
Console: Ao vivo, Yamaha CL5, pela flexibilidade e Melhor companheiro de estrada: Travesseirinho
simplicidade que economizam o item mais precioso de pescoço da Nap
numa passagem de som, que é o tempo
Melhor sistema de som: Qualquer um que já este-
Microfone: Electro-Voice RE20 e Sennheiser MD 441 ja falando de forma correta desde o início do horário
marcado pra chegada da equipe técnica da banda
Equipamento: O que está em perfeito estado de
funcionamento SPL alto ou baixo? Por que? Alto é o que funciona
pra maioria das bandas com as quais trabalho, mas
Periféricos: Ao vivo, na cada vez mais rara vez em já houve exceções
que encontro uma mesa analógica, qualquer equa-
lizador gráfico analógico 31 bandas de boa qualida- Melhor posicionamento da house mix: Central,
de, e compressores versáteis em quantidade em local de referência idêntico ao do público
Última grande novidade do mercado: A maior, Técnico inspiração: No estúdio, Steve Albini
mas no mau sentido, é a ideia de que um tablet é um
substituto satisfatório pra uma superfície física com Sonho na profissão: Sempre trabalhar com uma
faders, knobs e botões de verdade boa produção, que me permita me concentrar em
tirar um som
Melhor casa de shows do Brasil: Do ponto de vis-
ta da acústica, o Palace deixa saudades. Do ponto de Dica para iniciantes: Entenda a diferença entre ser
vista da equipe e dinâmica de trabalho, o Cine Joia. um profissional e ser um funcionário
Quem são os
(Parte 3)
profissionais do nosso
mercado de trabalho?
gostariam que houvesse uma
Soundtech
N
o artigo passado falei sobre outros profissionais do texto sobre os profissionais que encontramos no nosso
que estão presentes no nosso mercado de traba- mercado de trabalho, desta vez falarei sobre os profissio-
lho – iluminadores, cenógrafos, roadies, músicos, nais de áudio tanto das empresas de sonorização quanto
artistas. Falei sobre como eles normalmente se compor- os que trabalham diretamente com as bandas. Veremos
tam e como funcionam as relações entre estas pessoas no que as funções são bem parecidas, porém muitas e muitas
ambiente de trabalho. Vimos que, em alguns momentos, vezes as diferenças entre estes profissionais são enormes.
as coisas podem não ser tão cordiais quanto deveriam.
OS TÉCNICOS DA EMPRESA
Vimos também o exemplo dos músicos que, além de terem DE SONORIZAÇÃO
uma forma de ensino já estabelecida há muito tempo, além
de um órgão regulador da sua profissão, hoje em dia vão con- Estes profissionais são aqueles que trabalham no dia a dia
tra tudo isso com liminares revogando a necessidade da pro- da empresa, normalmente passam a semana no galpão tra-
fissionalização para exercer esta função, promovendo o total balhando diretamente com o equipamento, seja na sua ma-
esvaziamento do tal órgão, indo, assim, no caminho contrário nutenção ou na preparação para um próximo evento. Este
àquele que muitos profissionais do áudio tentam seguir. trabalho direto com o equipamento é muito importante, pois
assim é possível entender melhor o seu funcionamento.
Este é um ponto importante, que não podemos deixar
passar. Deve haver uma reflexão da nossa parte (dos que O ideal é que o este funcionário tenha acesso a todos
Renato Muñoz
sar segurança e controle da situação. Quanto
mais confortável os músicos estiverem no pal-
co, melhor será sua performance e melhor será
o resultado do show. Também é fundamental
conhecer os gostos dos músicos para que as
mixagens sejam bem feitas.
Renato Muñoz é formado em Comunicação Social e atua como instrutor do IATEC e técnico de gravação e PA. Iniciou sua carreira
em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. E-mail: renatomunoz@musitec.com.br
P
ara finalizar essa série sobre gravação de Por isso, se você estiver buscando uma sonoridade
bateria, nessa edição vamos falar sobre os mais natural e “orgânica” na sua gravação de bate-
microfones ambientes e a importância deles ria, utilizar microfones de ambiente para captar a
nas gravações de bateria. Antigamente era comum reverberação natural da bateria no ambiente pode
gravar baterias (e outros instrumentos também) ser a solução!
com bastante ambi-
ência, aproveitando o CONCEITO
Lucas Ramos
som do instrumento em
si reverberando natu- Antes de começar a po-
ralmente na sala. Isso sicionar os microfones
gerava gravações com ambientes, é necessário
bastante “personali- definir a intenção des-
dade” e “caráter”, e as
ses microfones na gra-
salas eram escolhidas a
vação. Os microfones
dedo para obter tal so-
ambientes podem ser
noridade.
utilizados para apenas
acrescentar um pouco
Hoje em dia, as grava-
de ambiência natural ao
ções são geralmente
som da bateria, ou en-
feitas com o mínimo de
tão como a base para
ambiência e vazamen-
a “imagem sonora” da
to possível (em salas
bateria. Essa decisão
“mortas”), para garan-
depende da sonoridade
tir uma gravação mais
desejada na gravação,
limpa e permitir maior
e isso deve ser definido
controle nos efeitos
antes de começar a me-
e mixagem posterior.
xer nos microfones.
Isso tem sido a ten-
dência nas gravações,
até pelo fato de que Se você quiser apenas
as pessoas estão cada um pouco mais de ambi-
vez mais dependentes ência, um único microfo-
da pós-produção (edi- ne afastado e apontado
ção, mixagem e mas- pra parede pode resol-
terização) para garan- ver. Porém, se estiver
tir uma sonoridade de buscando uma gravação
qualidade. rica em ambiência, será
necessário mais cuidado
Porém, com isso perde- Você não precisa de uma sala de estúdio para encontrar uma po-
-se a “alma” da sonori- com tratamento acústico profissional sição onde a bateria soe
dade e a naturalidade para gravar uma bateria com boa definida como um todo e
da gravação. E, certa- ambiência. Basta encontrar uma sala balanceada. Nesse caso,
mente, é mais trabalho- que tenha características acústicas que a escolha da sala de gra-
so, no final das contas. favoreçam a sonoridade desejada. vação será fundamental.
Lucas Ramos
Não precisa ser uma sala de estúdio, com trata-
mento acústico profissional. Há muitas baterias
históricas que foram gravadas fora do estúdio,
em casas ou até castelos! E muitas são vene-
radas até hoje por sua personalidade e sono-
ridade única. Bandas como os Rolling Stones,
Led Zeppelin e Deep Purple (e mais inúmeras
outras) utilizavam essa técnica para conseguir
uma sonoridade diferenciada para as suas mú-
sicas. E você também pode!
Também é bom lembrar do isolamento acústico. Microfones omnidirecionais captam mais ambiência
É importante que não haja muito ruído ambiente pois são capazes de captar os sons vindo de todos
(trânsito, pessoas, animais etc.) na sala, para garan- os lados, mas às vezes é melhor utilizar microfones
tir uma gravação limpa, é claro. Mas não se esqueça bidirecionais, pois eles rejeitam as reflexões do
também de que a bateria é um instrumento “baru- chão e teto. Em salas com muita reverberação,
lhento”. Portanto, se não houver isolamento acústi-
muitas vezes um microfone direcional resulta em
co, é necessário que o ambiente comporte tamanha
uma ambiência mais “limpa” e “clara”.
pressão sonora. Não se esqueça dos seus vizinhos,
pois eles certamente não esquecerão de você quan- ambiente tem que ser bastante sensível e ter uma
do forem chamar a polícia! resposta de frequência ampla para captar os detalhes
da sonoridade da ambiência. Por isso, microfones
CONSIDERAÇÕES GERAIS condensadores e de fita são os mais recomendados.
- O tipo de microfone utilizado para a captação do - Microfones omnidirecionais captam mais ambi-
Uma coisa muito importante a ser considerada é que microfones ambientes são mais eficientes
quando há poucos microfones próximo à bateria. Portanto, se você estiver buscando uma sonori-
dade rica em ambiência, evite microfonar cada peça da bateria individualmente com múltiplos mi-
crofones. Quanto mais microfones você utilizar, mais problemas de fase surgirão, e, com isso, sua
gravação perderá definição e “peso”.
Tons e pratos são as escolhas mais óbvias de itens a serem eliminados, pois o bumbo e a caixa são
peças que necessitam de uma definição maior. Mas não se esqueça de que as baterias “clássicas”
do rock que todos nós amamos eram todas gravadas com pouquíssimos microfones (geralmente,
em torno de quatro, no total)!
ência pois são capazes de captar os sons vindo de - Com os microfones apontados na direção da ba-
todos os lados, e por isso são uma boa escolha se teria, você terá um som mais definido. Aponte os
você quiser uma ambiência forte. Porém, em sala microfones na direção das paredes se quiser captar
menores, às vezes é melhor utilizar microfones mais reflexões e ambiência.
bidirecionais, pois eles rejeitam as reflexões do
chão e teto, que geralmente causam mais pro- - Ajuste a altura dos microfones para obter um
blemas de ressonância e fase. E, em salas com equilíbrio em relação às peças da bateria. Se os
muita reverberação, muitas vezes um microfone pratos estiverem muito presentes nos microfones
direcional resulta em uma ambiência mais “lim- ambientes, diminua a altura dos microfones, tra-
pa” e clara. Pode ser necessário testar diferentes zendo-os mais próximos ao chão. Isso irá redu-
opções de microfones (se houver tempo) para en- zir a presença dos pratos na gravação. Se quiser
contrar a melhor escolha para a sonoridade que mais pratos, faça o contrário e aumente a altura
você deseja. dos microfones ambientes.
POSICIONAMENTO
Lucas Ramos
DOS MICROFONES
1. Posicione dois microfones
dois a três metros à frente
da bateria, apontados para
as extremidades dos pratos.
Experimente com diferentes
alturas em relação ao chão
e com diferentes polarida-
des (cardioide, bidirecional e
omnidirecional). Essa técnica
gera uma ambiência mais de-
finida e “limpa”.
3º Fórum Profissão
Entretenimento do IATEC
Evento realizado em parceria com o Sesc leva
informação e tecnologia a público carioca
AM&T
Expostos em área externa, sistemas como Taigar e A&D mostraram sua força
C
omemorando 16 anos de existência e com ção de equipamentos de empresas como ProShows,
o objetivo de levar a público debates so- Shure, Avid, HPL e Star e um ciclo de palestras e
bre o mercado de trabalho, o emprego das workshops ministrados por profissionais renomados,
novas tecnologias em estudos de casos e a im- como os engenheiros Alexandre Rabaço e Renato
portância da formação técnica, além de promover Muñoz, o produtor executivo Álvaro Nascimento e o
rodadas de negócios dedicados às artes, produ- diretor de TV Jodele Larcher.
ção e entretenimento, o IATEC se juntou ao Sesc
e realizou o 3º Fórum Profissão Entretenimento De acordo com Luiz Helenio, diretor do IATEC, “o
– Um Mercado em Expansão. fórum incentivou negócios no segmento e ajudou a
promover a qualificação profissional e a atualização
Gratuito, o evento, que agitou o Espaço Cultural Es- de técnicos – apresentando a eles novas tecnolo-
cola Sesc, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, entre gias e recursos em equipamentos e serviços –, além
os dias 13 e 15 de outubro, contou com uma exposi- de premiar aqueles que, neste ano, se destacaram
PREMIAÇÃO
AM&T
DESTACA
MELhORES DO
ANO
Votados por um júri
composto por André Ca-
lazans, da Terça Técnica;
Carlos Pedruzzi, técnico
de PA de Zélia Ducan;
Lázzaro de Jesus, técnico
de monitor de Ivete San-
galo; Luiz Helenio, dire-
tor do IATEC, e Ricardo
Fujii, diretor de fotogra-
fia da Record, dentre ou-
tros profissionais, alguns
dos vencedores do prê-
mio foram Flávio Senna,
Expositores consideraram o evento como uma oportunidade na categoria Técnico de
de reforçar suas marcas no mercado carioca Gravação; Mauricio Pin-
to, em Técnico de Show Ao Vivo, e Michel Mene-
Outro que se mostrou contente foi o engenheiro João zes, na categoria Roadie.
Américo, que chegou ao local com diversos modelos
de caixas de sua marca, a Audio Et Design – A&D. De Confira mais fotos do evento em www.musitec.com.
acordo com ele, “muita gente ainda associa a figura br/fotos. •
do engenheiro à empresa
[João Américo Sonoriza-
ção], portanto, participar
desse projeto do IATEC foi,
sem dúvida, uma grande
oportunidade para atua-
lizar o pessoal”, explicou,
referindo-se à sua nova
empreitada.
fAZENDA
TECNOLÓGICA
Gargolândia firma parceria com produtor
e engenheiro de masterização renomados
e aposta em mão de obra universitária
SEGUNDA CASA
Sala de masterização está em fase final de construção
Projetada pelo arquiteto Davison Pinheiro, professor de Acústica Aplicada ao Ambiente, a sala
de masterização do Classic Master tem, em suas dimensões, 7,30 m de comprimento por 5 m
de largura e 3,15 m de altura, medidas que, tecnicamente falando, segundo o mestre da Fatec,
proporcionam uma distribuição modal que decai levemente em 25 Hz devido aos primeiros
modos axiais do comprimento (23,6 Hz) e da largura (34,4 Hz), combinados com o primeiro
modo tangencial (≈42,5 Hz).
“Essa distribuição recupera-se e é crescente a partir de 45 Hz. Como o primeiro modo axial
da altura (54,6 Hz) não coincide com a proximidade de nenhum outro modo, a sua influência
não é suficiente para prejudicar o espectro das frequências superiores”, explica o mentor. “E
mesmo já tendo uma densidade modal adequada, a sala apresenta três truques que a deixam
ainda melhor”, completa ele.
O primeiro truque, ainda de acordo com o arquiteto, está no posicionamento das janelas late-
rais, dispostas aos lados do sweet spot do operador de áudio. “Como o isolamento acústico é a
menor das preocupações, visto que o estúdio se localiza em uma fazenda, é possível trabalhar
com as janelas abertas, que, mesmo quando fechadas, deixam passar pelo vidro a frequência
do modo axial da largura, evitando a reflexão e a consequente onda estacionária”, revela.
EXPOMUSIC 2015
Resistência e renovação tecnológica na 32ª edição do evento
C
onsoles compactos que cabem numa mochila e são Bem perto da Harman, no estande da ProShows, o públi-
controlados via iPads, microfones digitais de bolso co também pôde conferir produtos do gênero, no caso,
para uso em iPhones e caixas de sonorização que as XR12, com 12 canais, e XR16, com 16, fabricadas pela
decoram ambientes. Em sua 32ª edição, a Expomusic le- Behringer e pertencentes à família X-Air da marca. Apresen-
vou curiosidades como essas a mais de 35 mil pessoas, tadas por Emerson Duarte, especialista de produtos da em-
que, entre os dias 16 e 20 de setembro, circularam pelos presa, “as mesas, que também não dispõem de faders e são
corredores do Pavilhão Vermelho do Expocenter Norte, em controladas por dispositivos móveis, oferecem ao usuário
São Paulo, ávidas por novidades nos segmentos de instru- a possibilidade de gravação de sessões ao vivo”, disse ele.
mentos musicais e áudio e iluminação profissional.
As compactas eram muitas e foram vistas em espaços
Responsável por movimentar cerca de 40% dos negócios de outros expositores, como Habro Music, Soundix, QSC
destes setores no país – valor estimado, hoje, em cerca e SSL – esta última conhecida por suas mesas mais
de R$ 2,5 bilhões anuais –, a Expomusic mostrou-se bas- pomposas –, entre outros. Na Habro, distribuidora dos
tante resistente à crise econômica que resultou na desva- produtos Mackie, o destaque do gênero ficou a cargo
lorização de nossa moeda frente ao dólar, muito embora da DL32R, uma espécie de upgrade da DL1608, que, de
a ausência de importantes nomes, como Quanta AV Pro e acordo com informações de Lucas Godoy, técnico espe-
Gobos do Brasil, que, neste ano, optaram por fazer seus cialista da marca, “tem 32 entradas, 14 saídas e permite
próprios eventos, tenha simbolizado certo recuo. conexão de até dez iPads”.
Alheios a tal insegurança, as empresas fabricantes e Na Soundix, distribuidora nacional dos produtos PreSonus,
distribuidoras nacionais que compareceram ao evento as atenções se voltaram para as mesas digitais em padrão
e expuseram seus produtos, asseguraram, mais uma rack da marca – as RM16 AI e RM1632 AI –, indicadas para
vez, seus lugares ao sol. Dessa vez, no entanto, elas uso em teatros e igreja. Na QSC, o destaque foram as Tou-
assistiram a “invasão chinesa” promovida pela pre- chMix-16, enquanto na SSL foi a Nucleus, que, assim como
sença de dezenas de estandes de fabricantes de áudio a TouchMix, conta com 16 faders, como bem lembrou Max
e iluminação com base no país asiático, que vieram Noach, gerente SSL para a América Latina.
ao Brasil em busca de parceiros comerciais.
Além da Nucleus, Max apresentou, em primeira mão, a
CONSOLES DE MIXAGEM: TAMANhO AWS 958 Delta, mesa de grande porte voltada para uso
NÃO É MAIS DOCUMENTO em estúdios profissionais de gravação. Quem também
apresentou sua mesa grandiosa foi a Audio Systems, que
Conforme citamos logo na abertura da matéria, os conso- chegou à feira com a DLive S7000, da Allen & Heath –
les compactos para mixagens ao vivo estiveram em des- sua nova representada –, para som ao vivo. “Um matrix
taque na feira, mostrando-se verdadeiras opções especial- de 128 canais por cena e 16 voltas de máquinas de efeito
mente para os médio investidores. No estande da Harman que recebe cinco tipos de cards diferentes com cinco ti-
do Brasil, por exemplo, foram demonstrados os novos Ui pos de protocolos”, segundo o técnico Kadu Mello.
12 e Ui 16, da Soundcraft, que não possuem faders e são
controlados via computador ou dispositivos móveis. O “bARULhO” DOS
MICROfONES DIGITAIS
“O legal [desses consoles] é que você pode transportá-los
em mochilas, mas, tecnicamente falando, um de seus dife- Assim como os consoles compactos, os microfones digi-
renciais é ter dois canais dedicados exclusivamente a instru- tais – principalmente os indicados para uso em smartpho-
mentos musicais. Canais estes que são dotados de simula- nes – foram destaque em diversos estandes. Especialis-
dores de amplificadores e cabeçotes de guitarra”, explicou ta de desenvolvimento de mercado da Shure, Jon Lopes
Luis Salgueiro, especialista de produtos da Harman. apresentou, no estande próprio da marca, diversos deles,
Luis Salgueiro e as novas mesas compactas da No detalhe, as X-Air, da Kadu Mello e a S7000, da Allen & Heath:
Soundcraft: canais destinados a instrumentos Behringer: pequenas notáveis novidade na Audio Systems
Mesas Mackie e QSC: diversidade de layouts Jon Lopes e a linha Motiv, da Shure:
variedade de novos modelos digitais
como, por exemplo, os modelos MVL e MV88, sendo o pri- DE CAIXAS FLAT A
meiro um lapela plug-and-play e o segundo um conden-
GRANDES SISTEMAS
ser estéreo, ambos capazes de gravar áudios de 24-bit/48
kHz se usados com o aplicativo ShurePlus Motiv.
Mas as novidades não pararam por aí e também chega-
ram aos sistemas de sonorização. Apresentadas pela Áudio
“Além desses, temos ainda o MV51, outro condenser
& Vídeo Produções, as caixas flat da Sound King, P6U-2,
que tem cinco pré-configurações de DSP e permite
mostraram-se uma boa opção para quem pretende não so-
ao usuário gravar e monitorar tudo em tempo real,
mente sonorizar, mas decorar escritórios, bares e restau-
e o MVi, uma interface digital que tem, em seu inte-
rantes. “De baixo perfil, elas contam ainda com conexão
rior, um combo de conectores de entradas XLR+1/4”
bluetooth, entrada para pen drive e microfone integrado”,
para microfones e instrumentos, além dos cinco DSP
destacou Boaz Canuto, diretor comercial da A&VP.
pré-configuráveis já citados e controles que auxiliam
no processo criativo do músico”, disse.
Na linha de caixas de coluna, três empresas se destaca-
Seguindo os passos da Shure, outras empresas também ram. A All Tech Pro, de Alexandre Barrios, apresentou a
apostaram no sucesso dos microfones digitais, casos de Curv 500, “um sistema compacto para uso em palestras
Lyco, que apresentou o UH04PG-MHLI, “um sistema sem fio e convenções”; a Leac’s, que por meio de seu gerente co-
para aplicações ao vivo composto por um bastão e um body mercial Leandro Campos demonstrou modelos compostos
pack, que pode ser utilizado, ainda, com instrumentos mu- por falantes de 4” e 5” “indicados para uso em templos
sicais”, de acordo com Alexandre Rita, supervisor comercial religiosos”, e FZ Audio, de Fabio Zacarias, que lançou a
da empresa; Templo Instrumentos, que lançou o hipercardi- 1203ATW, “composta por 12 falantes de 3” e 12 tweeters
óide K1112M, “primeiro microfone profissional da Kadosh”, e que conta com sistema de controle via roteador sem fio”.
de acordo com seu gerente, Rodrigo Franco, e, Soundix, que
demonstrou o já conhecido D1, da Sennheiser. A FZ, no entanto, esteve com suas caixas, digamos,
Os sistemas Lyco e Kadosh engrossaram a lista de lançamentos No detalhe, as caixas flat da Sound King:
sonorização e decoração num só produto
Caixas JBL e D&B entre os produtos apresentados Dentre as apostas da Staner estiveram os
respectivamente pela Harman do Brasil e pela Decomac monitores de chão biamplificados
Além de cabos, falantes e potências, chegaram ao pú- T 55 USB, da Stanton”, segundo João Sousa, enquanto
blico itens da linha de controladores e afins. No estande que, na segunda, Andee Anderson apresentou o Numark
da Roland, o DJ Arthur Dazinsk demonstrou os produtos NV, “um controlador com telas de 4,3” para visualização
Aira, que, como bem lembrou, “são versões novas para dos sets”, e as M-Track Plus MKII, “interfaces que gravam
clássicos da marca, como, por exemplo, as drum ma- em 24-bit/96 kHz e contam com duas combo-entradas
chines TR-808 e TR-909”. Na ocasião, Arthur também XLD/1/4 polegadas”, e, na terceira, brilharam os mixers
apresentou o System 1, “um sintetizador que possibili- iRig Mix, “que podem ser lincados com iPhones”, e iRig
ta acrescentar mais sons em seu banco”, e o VT3, “um Pad, “que conta com pads que podem ser usados como
transformador de voz que produz sons robóticos”. bateria eletrônica”, encerrou Darlan Terra. •
Na sequência, as caixas de coluna da All Tech Pro e da FZ Audio, de Fabio Zacarias Datalink e Tiaflex: empresas de cabos
para instrumentos e microfones se
destacam na Expomusic
Michel Bragato e o Hammer, Arthur e o System 1, novo M-Track Plus: interface M-Audio apresentada por
novo falante da Eros sintetizador da Roland Andee Anderson, da inMusic Brands
42 | áudio música e tecnologia Fotos: Marcio Teixeira
áudio música e tecnologia | 43
DESAFIANDO A LÓGICA | André Paixão
ALQUIMIA
NO LOGIC 10.2
Mais recente atualização inclui o
clássico sintetizador Alchemy
C
onforme prometido, nesta coluna vou falar do Al- de hoje em dia não é o mesmo lançado há seis anos. Novos
chemy, um dos grandes projetos de síntese, criado códigos foram acrescentados à fórmula original e o que te-
pela empresa Camel Audio – adquirida pela Apple mos em mãos é uma atualização bem significativa.
no início deste ano –, e sua inclusão certeira no logic 10.2.
Apesar de nunca ter sido usuário do Alchemy, cheguei a
Como você deve imaginar, o Alchemy não é um instrumen- experimentar naquela época. Confesso que vou começar
to virtual qualquer. Tanto não é que a Camel Audio levou a brincar com ele bem mais agora, que o tenho sob minha
quatro anos para desenvolvê-lo, com um time formado por posse. Para aproveitar melhor o espaço, vou reunir aqui as
nada menos do que seis programadores e 25 sound desig- principais diferenças entre o original e o atual.
ners – uma turma que não estava nada de brincadeira na
época em que começaram a botar a mão na massa, cerca Conhecido pela alta capacidade de manipulação de sam-
de dez anos atrás. ples, o Alchemy apresenta uma quantidade absurda de pre-
sets – 3100, somados aos trezentos patches de fábrica do
O lançamento aconteceu por volta de 2009, se não me en- Logic –, organizados e divididos em categorias que vão fa-
gano, e, naquele tempo, para adquiri-lo, era necessário de- cilitar muito a vida dos novos usuários. O ideal, para quem
sembolsar cerca de 250 doletas, sem contar os 60 por cada ainda não tem intimidade, é começar a conhecer esses sons
pacote adicional de sons. Ou seja, hoje em dia, ao pagar aplicando filtros e efeitos. O potencial começa a se fazer
US$ 200 pelo Logic X, você pode se sentir um cara privile- presente nesse instante e foi justamente esse o primeiro
giado não só por ter em mãos uma excelente plataforma de
teste que realizei: criar e salvar um som.
produção musical, como também por saber que o Alchemy
fICA A DICA
O Logic 10.2 vem com uma nova funcionalidade, especial-
mente para aqueles que, como eu, adoram reverter áudio,
e os pads do Alchemy são ótimos para esse tipo de mani-
pulação, por sinal. Se nas versões anteriores era necessário
Figura 5 – O vasto menu do oscilador C e suas
renderizar a região a ser revertida para, posteriormente,
dezenas de formas de onda opcionais. Logo
aplicar o efeito, agora, na versão mais recente, podemos
acima, no mesmo menu, a opção Import.
aplicar esse recurso de forma não destrutiva, ou seja, o
para tocar melodia ou harmonia e a mão esquerda para arquivo original não sofre alterações. Confira o vídeo em
mudar os “keyswitches”. Essa mudança pode ser menos http://tinyurl.com/desafiando291.
ALÉM DISSO...
- Já é possível acessar presets baseados nos sons do Al-
chemy via GarageBand ou a versão completa do synth via
MainStage, o aplicativo criado pela Apple para apresenta-
ções ao vivo. Figura 7 – Uma
- Outra expansão no território do Alchemy é uma sessão de das novidades
geradores de ruídos (Noise) com mais de 13 opções, entre legais do Logic
elas, as mais comuns, white e pink. X 10.2 é a
- Os usuários da versão antiga podem importar seus pre- possibilidade de
sets nessa nova versão. reverter áudio
- A versão para iPad continua disponível na AppStore e sem “danificar”
deve ser ótima para performances ao vivo. o original
André Paixão é compositor e produtor de trilhas sonoras para teatro, TV, publicidade e cinema. Toca nas bandas Lafayette e os Tremendões, Astromash
e Nervoso e os Calmantes.
Mais:
SuperStudio – Estúdio de Produção Musical (superstudio@superstudio.com.br)
Suprasonica – Produtora de jingles publicitários, institucionais etc. (andre@suprasonica.com.br)
Super Discos – Selo digital (superdiscos@superstudio.com.br)
www.superstudio.com.br
www.facebook.com/DesafiandoLogic
Curso de
Pro Tools
Aula 6 – Errou? Tente outra vez!
“
Tente outra vez!” – Essa célebre frase do Raul 1. Visualizando a janela de edição, crie uma pista de
Seixas vem bem a calhar hoje, pois não há nada áudio e renomeie-a para algo elucidativo. “Locução”,
de errado em errar, especialmente durante uma aqui no meu caso.
sessão de gravação em um home studio, pois “her- 2. Verifique a entrada de áudio correta, ative o botão
rar é umano” (boa frase para camiseta). Todo mun- de gravação dessa pista, ajuste a pré-amplificação
do erra ou fica insatisfeito com algum take, mesmo e a monitoração.
que para outros tenha ficado perfeito; e é essa pa- 3. Coloque a sessão para gravar e grave seu sinal
lavrinha que apareceu na sentença acima que quero de áudio.
explorar hoje: take. 4. Pressione a barra de espaço para parar a gravação.
A tradução literal de “take” é tomar, então podería- Vamos analisar duas coisas na figura 1:
mos chamar cada uma daquelas várias tentativas de
gravação de “tomadas”? Podemos. “Passada” tam- A. Na clip list (que fica no canto direito da janela de
bém poderia ser um termo apropriado? Sim. Seria edição) aparece o arquivo “Locução_01”. Isso deve-
“tentativa” a palavra ideal? Pode ser. Que tal take -se ao fato de termos renomeado a pista adequa-
mesmo? Boa, vamos usar o termo em inglês mes- damente.
mo, pois está mais enrraizado.
B. No próprio clipe gravado aparece também o nome
Consideraremos, então, que um take é uma tentativa “Locução_01”. Se no seu não aparece, vá ao menu
de gravação, seja ela bem sucedida ou não. No Pro View > Clip e clique em Name.
Tools esses takes são chamados oficialmente
de clipes, que eram antigamente chamados
de regiões. Consideraremos também que um
ou vários takes precisam ficar em algum lu-
gar para que sejam tocados, e esse lugar no
Pro Tools chama-se playlist, e normalmente
chamamos de pista ou canal. Muito bem, Pro
Tools adentro agora.
Agora clique no clipe que você criou na timeline para Percebeu que bacana? O Pro Tools tem as pistas ofi-
selecioná-lo e delete-o. Ele continua na clip view, certo? ciais nas quais estamos acostumados a trabalhar,
Pressione Return para voltar a playhead ao começo, ati- mas também cada uma destas pode ter subpistas.
ve novamente a gravação da pista e grave outra coisa. Isso nos dá uma flexibilidade enorme para gravar-
mos vários takes e editá-los da forma como quiser-
Quando você parar a gravacão, perceba que na clip list mos, cada um em sua playlist particular, e depois
vai aparecer outro arquivo, dessa vez “Locução_02” temos a chance de escolher qual ficou mais bacana.
aqui, para mim. Desse modo, fica claro que cada take
de arquivo que gravamos já fica com um nome fácil Gravo, então, nessa nova playlist e veja comigo
de entendermos ali mesmo na clip list. Caso precise- que tipo de arquivo aparece na clip list: “Locu-
ção.01_03”, ou seja, o terceito take gerado,só que
mos do arquivo que foi deletado anteriormente, basta
desta vez na playlist de nome Locução.01. Não
arrastá-lo de volta para sua pista natal. Esse é o jeito
obstante, vou novamente à setinha e escolho New
tradicional de usar diferentes takes no Pro Tools, mas
novamente. Agora a sugestão de nova playlist é
há métodos mais interessantes.
Locução.02. Aceito-a, e gravando nesta percebo
que o arquivo criado é do tipo Locução.02_04. Se
Dica – Para colocar o arquivo que está sendo ar-
eu gravar outro arquivo nessa playlist, ele será o
rastado da clip list no exato local onde foi criado,
Locução.02_05. Confira lá na clip list.
faça assim:
Agora note que cada playlist do mundo inferior tem um botão com
uma pequena seta virada para cima. Esse é o botão de promoção
e funciona da seguinte maneira: selecione um trecho que você
gosta em uma playlist secundária e clique seu botão de promoção;
voilá – o trecho pula para a Playlist Master. Faça isso para todos os
trechos de qualquer playlist que julgar interessante. Dessa forma
você pode montar aquele take perfeito.
Atenção: para gravar três takes em loop, por exemplo, você tem
que deixar a gravação completar o terceiro loop, pois somente vol-
tas inteiras são mantidas pelo Pro Tools. A última, que ficou pela
metade, é descartada, mesmo contendo material gravado.
Ficamos por aqui? Desta vez, sim, mas não se esqueça: se errar,
você é humano, então tente outra vez! Só que, desta vez, do jeito
mais legal.
MIXAGEM
SEM SEGREDOS (Parte 8)
Amplitudes e volumes
C
ontinuando o fluxo normal de nosso assunto, Por mais complexa que seja a combinação de fontes
vamos hoje dar uma olhada na importância sonoras (por exemplo, uma grande orquestra tocan-
que as amplitudes e volumes possuem nas do na caçamba de um caminhão que está preso num
mixagens. engarrafamento por causa de uma obra na rua), aos
nossos ouvidos chega apenas uma onda, que é a
AMPLITUDE soma vetorial de todas essas ondas geradas por es-
sas fontes diversas.
Tomemos uma onda sonora se propagando em um
meio físico. Por exemplo, o ar. A amplitude dessa Assim, se a cada instante de tempo anotamos a am-
onda é o parâmetro que indica o quanto de variação plitude que chega aos nossos tímpanos, estaremos
de pressão está envolvida. Em seu correspondente descrevendo perfeitamente o comportamento dessa
elétrico, a amplitude de um sinal de áudio indica a onda extremamente complexa. É assim que o áudio
sua máxima variação de tensão elétrica (voltagem). digital funciona, como veremos mais à frente.
Tomando como base uma senoide, de acordo com a
figura 1, podemos ter a amplitude de pico (1), que é O problema está no “a cada instante de tempo”.
a diferença entre o valor máximo da onda e o ponto Como o tempo é uma variável contínua (dentro
de zero; e a amplitude pico-a-pico (2), que é a dife- dos limites seguros da mecânica newtoniana, onde
rença entre os valores máximo e mínimo. prudentemente nos manteremos), para represen-
tar esta onda de forma absolutamente verdadeira
A amplitude indicada em (3) refere-se ao valor efi- seriam necessárias infinitas medidas. Todo o áudio
caz da senoide. Ela indica quanto deveria ter de am- digital se baseia em fundamentos que garantem
plitude um valor constante de tensão elétrica que que existe um intervalo mínimo, a partir do qual é
dissipasse a mesma potência que essa senoide. Este desnecessário medir as amplitudes, se o objetivo é
valor também é chamado de valor RMS (root mean registrar sons para seres humanos.
square – raiz média quadrática), e no caso da senoi-
de é dado pelo valor da amplitude de pico dividido Além disso, para sermos perfeitamente precisos,
pela raiz quadrada de 2 (que vale 1,414). Isso, em deveríamos ser capazes de registrar os valores
termos práticos, é Vrms = 0,707 x Vpico. de amplitude com precisão infinita, e, mais uma
vez, em áudio digital procuramos o maior valor
É claro que, por força de simplificação, estamos aqui de precisão possível que garanta fidelidade a ou-
tratando de uma onda periódica com uma forma vidos humanos.
fácil de trabalhar, que é a senoide.
Em resumo, se formos capazes de anotar ampli-
OS DOIS PARÂMETROS MAIS tudes aos menores intervalos possíveis de tem-
IMPORTANTES po, estaremos capturando todas as informações
perceptíveis de frequência e amplitude, e, con-
Até agora vimos os dois parâmetros que sozinhos sequentemente, estaremos descrevendo perfeita-
possuem o poder de descrever perfeitamente uma mente uma informação sonora, por mais comple-
forma de onda: a sua frequência e a sua amplitude. xa que seja.
Mas o que será que existe de diferença entre uma in- balho a respeito do loudness e sua definição no
formação sonora em si e o jeito como a percebemos? Journal of the Acoustic Society of America. Neste
É aí que entram os estudos sobre equal loudness. trabalho eles usaram várias pessoas, apresentan-
do a elas um tom de 1 kHz em um dado volume
EQUAL LOUDNESS inicial e depois apresentando outra frequência. A
pessoa então pedia que eles abaixassem ou au-
Em 1933 Fletcher e Munson publicaram seu tra- mentassem o volume para que ficasse igual ao do
tom de 1 kHz. O detalhe é que o volume apresen- alto, ao descer o volume é razoável que se ouça
tado inicialmente era o mesmo. menos graves. Por outro lado, se optamos por um
volume de monitoração muito baixo, corremos o
Eles então observaram que, conforme variavam a risco de colocar graves demais na mix. Adiantan-
frequência, o ouvido humano apresentava diferente do uma solução para este problema, que veremos
sensibilidade. Traçaram então um grupo de curvas, mais detidamente quando falarmos de monitora-
onde plotaram o quanto era necessário aumentar ção, é conveniente que estabeleçamos um volu-
ou abaixar o volume para que o ouvinte o perce- me padrão de mixagem, que usaremos na maior
besse como igual a 1 kHz, cada uma para um deter- parte do tempo. A qualquer tempo podemos ve-
minado volume inicial. Posteriormente, em 1956, rificar nossa mixagem em um volume mais alto
Robinson e Dadson fizeram uma revisão dessas que este, observando que a resposta tende a ser
curvas, e, depois de uma combinação de medições mais plana, e mais baixo, observando uma queda
de diversos pesquisadores, o padrão hoje adotado natural dos agudos.
é o ISO 226:2003 (figura 2).
Este efeito da sensibilidade auditiva pode ser ob-
O que podemos observar a partir dessas curvas é servado em músicas que vão diminuindo de volu-
que à medida que descemos a frequência, o ouvido me no final (o que se chama de fade-out). Pode-se
vai tendo cada vez menos sensibilidade, e que quan- observar que os primeiros instrumentos que so-
to mais baixo o volume inicial, maior esse efeito. Por mem à medida que o volume desce são os graves,
outro lado, temos um aumento de sensibilidade por como o baixo, e, por último, somem os que pos-
volta de 3 kHz, que depois vai novamente caindo suem presença significativa por volta dos 3 kHz,
em direção aos agudos. Por exemplo, observando a como a voz, por exemplo.
No áudio digital a recomendação é a mesma, mas de áudio. A sua função primordial é nos fornecer
por outro motivo. É sabido que quanto maior o uma ideia de como o sinal está sendo interpretado
número de bits usados para representar o áudio, pelo gravador. Assim, é importante que a respos-
maior a faixa dinâmica. Ou seja, mais bits signifi- ta desse medidor se adeque às características da
cam maior distanciamento do ruído de quantiza- sensibilidade do gravador.
ção (causado pelos erros de arredondamento nas
amostragens). E usar mais bits significa gravar No caso dos gravadores de fita analógica, o medi-
mais alto. Ou seja, quanto maior o nível do si- dor adequado é o que trabalha com VUs (Volume
nal gravado, maior a fidelidade da conversão. O Units). Ele foi desenvolvido em 1939 pela Bell,
áudio digital, porém, apresenta um aspecto im- em conjunto com as redes de rádio NBC e CBS,
portante. Uma vez usados todos os bits possí- sendo adotado como padrão a partir de 1942. Seu
veis, não há mais como representar a amplitude comportamento é similar também à resposta do
do sinal. Qualquer nível mais alto que este irá ouvido humano.
provocar uma saturação no sinal convertido. Ou
seja, o limite máximo deve ser evitado a todo Originalmente é um medidor mecânico, dotado de
custo. Em áudio digital, portanto, devemos tomar uma agulha que, ao defletir, indica o “volume” do si-
cuidado para manter o volume alto, mas nunca nal. Eletromecanicamente, ele é construído de forma
chegar ao topo. que, ao chegar um sinal constante senoidal de 1 kHz,
com uma tensão de 1,228 volt RMS em um carga de
Na gravação analógica este limite superior é mais 600 ohms (+4 dBm), a agulha leva 300 ms para ir de
flexível, porque quando vamos aumentando o ní- seu ponto de repouso até 99% da indicação de 0 VU.
vel do sinal a ser gravado, fica cada vez mais difícil
se magnetizar a fita. Então, próximo à saturação Alguns aspectos importantes devem ser citados. O
vai ocorrendo uma distorção da forma de onda. movimento balístico da agulha acaba diminuindo a
Nas senoides é típico o “arredondamento” de seus influência de picos e vales no sinal, fornecendo uma
picos. Muito da “magia” do som da fita é atribuída leitura mais parecida com o jeito como ouvimos.
justamente a esse overdrive que acontece próxi- Embora com suas vantagens, ele acaba falhando
mo à saturação, embora nem sempre seja aconse- em representar sinais de alta amplitude a curta du-
lhável contar com ele. ração, que podem provocar saturação. Um exemplo
clássico de sinal mal representado pelos VU meters
Resumindo, independentemente do tipo de grava- é o hi-hat da bateria. Além disso, pode-se notar
dor usado, é sempre aconselhável se gravar com o que, por padrão, o valor máximo medido é +3VU,
maior volume possível (sem saturar). tornando-o indicado para mídias que apresentem
pouca faixa dinâmica acima do valor padrão (pouco
MEDINDO VOLUMES headroom), o que é típico da fita analógica.
Neste ponto analisaremos os dois tipos básicos de A vantagem da adoção deste medidor com estas es-
medidores: VU e PPM. O que se espera de medi- pecificações foi a maior compatibilidade entre equi-
dores é que apresentem uma representação visual pamentos. Ao se nivelar um tom de 1 kHz senoidal
da informação de amplitude/volume de um sinal em 0VU, já se espera que eletricamente este valor
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora Música &
Tecnologia. É responsável pelos produtos da gravadora Canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor
musical. Visite www.facebook.com/GuiaDeMixagem, um espaço para comentários e discussões a respeito de mixagens, áudio e
música. Comente este artigo em www.facebook.com/GuiaDeMixagem.
O PENSAMENTO
MUSICAL NA MIXAGEM
A ordem de abertura dos canais
O
trabalho do engenheiro de áudio cos- volvimento com a música que toca: ele pode
tuma ser visto como um trabalho téc- tentar ser só um narrador invisível e eficiente,
nico. Ele é o cara que sabe mexer no buscando reproduzir de forma perfeita as ideias
equipamento e que faz a gravação acontecer e originais do autor; ou pode ser um adaptador
existir. Comparando com uma situação seme- ou tradutor, tentando tornar a música mais
lhante, podemos dizer que o músico também compreensível para o público de outra época ou
é o cara que sabe tocar o instrumento e dar região. Em casos extremos, pode até ser um
vida às notas escritas pelo compositor. Na for- recriador, usando a obra como ponto de partida
ma como vejo, o intérprete é um mediador en- para ideias musicais novas.
tre o compositor e o público, e o engenheiro é
também um mediador, mas entre o intérprete O engenheiro de mixagem também pode ter
e o público. Os dois narram uma história que esses tipos de relação com a gravação. Afinal,
foi originalmente criada por outra pessoa. O ele também é um narrador, apresentando ao
público não teria acesso a nenhuma das duas público a interpretação do músico. O filtro do
histórias se não fosse pelos mediadores. engenheiro de áudio pode colorir a obra com
diversos matizes, assim como o intérprete ine-
O intérprete pode ter diferentes tipos de en- vitavelmente colore a composição. Em minha
Mas como trazer o pensamento musical para Pensando a mixagem como uma organização
a utilização das ferramentas do estúdio? Essa das frequências, arrumar primeiro as que têm
resposta não é algo esotérico ou distante da mais harmônicos vai dar uma fundação mais
prática diária. sólida para posicionar os outros sons, indo
dos graves para os agudos. Já vi muitas vezes
Um procedimento que é afetado por uma for- o canal da voz ser aberto por último, depois
ma mais musical de pensar é a ordem de aber- da construção estar completa. É claro que o
tura dos canais durante uma mixagem. Orga- processo nunca é tão fragmentado, e há uma
Rodrigo Lopes é engenheiro de áudio graduado na Berklee College of Music e bacharel em Música pela Universidade de Bra-
sília. Indicado ao Grammy 2015 na categoria Engenharia de Áudio e ganhador do Prêmio Profissionais da Música 2015 na cate-
goria Engenheiro de Mixagem, trabalhou na Visom, PolyGram, Herbert Richers e Biscoito Fino. Atualmente leciona matérias de
áudio e de música na Faculdade Souza Lima, em São Paulo. Site: www.rodrigodecastrolopes.com.br
Divulgação
da Expomusic (saiba mais sobre o evento nas próximas 5.500 cd por
páginas do caderno L&C), o painel modular LED Show metro quadra-
GP 40, da GP Tronics, com pitch de 40 mm e LEDs ovais do e densida-
de 5 mm e ângulo de 110/55 graus, oferece às mais de de pixels de
diversas aplicações um design fino e moderno em um 625 por metro
equipamento de fácil montagem. quadrado. Trabalha com software intuitivo e a comuni-
cação é feita por meio de cabo de rede padrão CAT5E.
Cada módulo pesa 5 kg, com cada metro quadrado pe-
sando 16,3 kg. Os módulos medem 960 x 320 x 90 mm, www.gptronics.com.br
permite gravar a 60p XAVC, além de controlar remotamente diversas opções de seu
é leve e tem funções que menu. O “botão online” permite a emissão direta de sinais
dispensam o uso de fios, AV aos destinos atribuídos, carregamento automático dos
sendo indicada para no- arquivos proxy ou de alta resolução aos serviços na nu-
ticiários, por exemplo. vem e FTP, além do controle de “liga” e “desliga”, para
transmitir ao vivo enquanto grava.
A partir de sua in-
terface Ethernet, a www.sony.com
camcorder pode se www.sony.com.br
Divulgação
-R-SDI –, que inserem sinais digitais na produção de composto ou
vídeo e estendem sinais SDI.
componente,
garantindo
Os HB-T-SDI e HB-R-SDI estendem sinais 3G-SDI por
alta qualidade de broadcast durante o processo na con-
meio de cabo Ethernet utilizando o protocolo HDBaseT
e são úteis para eventos ao vivo, instalações fixas, pós- versão, além de também converter sinais 1080p24 ou
-produção e redes. Por sua vez, o ROI-HDMI permite 1080p24sf para 59,94 Hz.
escalonamento em tempo real e saída de vídeo SDI por
meio de saída HDMI do computador. Já o HD10MD4 www.aja.com
te diferente em relação à sua O Chromecast, que agora também conta com a inte-
edição inaugural e oferece gração com games, permitindo que os jogos repro-
melhorias interessantes, duzidos na TV possam ser controlados pelo celular, é
como o suporte ao Wi- compatível com smartphones e tablets Android, iPho-
-Fi 802.11ac. O equi- ne ou iPad, ou sistema Windows e Mac, com acesso
pamento possui três por meio do navegador Chrome.
antenas internas que
trabalham com um siste- www.google.com/chromecast/tv/
em fo c o
Divulgação
tes de consumo e proteger os consumidores em relação aos riscos
elétricos, mecânicos, térmicos, fogo e radiação dos aparelhos.
LUZ NA
MARATONA
Evento de rádio carioca ganha projeto grandioso
A
Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, recebeu, no “Durante a pré-produção da primeira edição da Maratona,
dia 15 de novembro, a Maratona da Alegria FM O os organizadores queriam encontrar uma firma que fizesse
Dia, evento promovido por uma das principais rádios som e luz. Então eles consultaram os técnicos dos artistas
do país, que reuniu atrações de peso como Ivete Sangalo, escalados, que sugeriram a Audio Company como apta a
Luan Santana, Sorriso Maroto, Henrique & Juliano, Alexan- assumir esse fornecimento, e, desde então, estamos jun-
dre Pires, Valesca Popozuda e Anitta, entre muitas outras tos”, disse ele, também autor do projeto de luz do festival.
que enriquecem sua programação diária.
PENSADO “PARA O DIA”,
Iluminada pela Audio Company, locadora que fornece equipa- RIDER TAMbÉM bRILhA À NOITE
mentos de som e luz para o evento desde sua primeira edição,
realizada em 2012, a Maratona levou à passarela do samba – Para conceber o mapa de luz do evento, Ygor avaliou mi-
como também é conhecida – cerca de 35 mil pessoas. nuciosamente os riders dos artistas elencados, dos quais
partiu para criar algo, de fato, funcional, capaz de atendê-
A convite de Ygor Rosa, sócio-proprietário da locadora, nos- -los. “Na minha planta, coloquei um pouquinho do que
sa equipe acompanhou de perto um verdadeiro entra e sai de cada um desses caras costuma utilizar na estrada. O re-
profissionais que, de acordo com o próprio iluminador, são os sultado agradou a todos. Tanto que aprovaram o projeto já
verdadeiros responsáveis pela empresa ser parceira do evento. na primeira troca de e-mails”, disse ele.
Na quarta, dez Beam 2500, sendo cinco por lado; seis Beam
5R, ao centro do truss, entre os 2500; oito PAR LED e três
estrobos X-5, sendo um ao centro e os demais aos seus la-
Ygor Rosa foi quem assinou o rider do festival
áudio música e tecnologia | 67
Rodrigo Sabatinelli
Capa
Responsável pelo gerenciamento do sistema, Guillermo Herrero, o Guille, lighting designer da cantora Joss Stone, levou ao
festival, dentre outros equipamentos usados no gerenciamento e na distribuição dessas imagens, dois sistemas Catalyst,
“sendo um com dois outputs e outro com três outputs, e um sistema MA onPC Command Wing”, segundo disse.
Rodrigo Sabatinelli
Rodrigo Sabatinelli
Na sequência, Guille e parte dos equipamentos que levou ao festival
Acervo pessoal
André Bezerra ilumina o show de Luan Santana:
“apresentação diurna prejudica o trabalho”, disse o técnico
Expomusic 2015
Apesar da crise, mercado segue iluminado
A
lém dos inúmeros equipamentos do segmento de Distribuidora nacional dos produtos Acme e PLS, a ProSho-
áudio profissional, elencados em algumas de nossas ws demonstrou uma grande quantidade de itens, dos quais
páginas anteriores, a Expomusic levou ao público destacaram-se o CM200Z, da Acme, um wash beam bas-
muitas novidades no setor de iluminação, como, por exem- tante veloz, composto por 12 LEDs de 8 watts de potência,
plo, pequenos consoles e aparelhos móveis e estruturas de além da Twister e da Tornado, da PLS, duas ribaltas de LED
grande capacidade de suporte, que, apresentados por em- compostas, respectivamente, por oito e 12 LEDs de 10 wat-
presas como Harman do Brasil, Decomac, ProShows e Star ts, cada, que têm funções como raio e tilt infinitos e são
Lighting, dentre outras, chamaram a atenção de iluminado- indicadas para aplicações indoor.
res e proprietários de locadoras.
Na AH Lights, conhecida por comercializar moving lights
MOVING LIGHTS: DE e lasers, dentre outros produtos, os destaques ficaram a
TRADICIONAIS A CÚBICOS cargo dos aparelhos compactos, nitidamente menores que
os demais da categoria. Apresentados pelo diretor geral
Representante nacional dos produtos Martin, a Harman es- do grupo, Alex Sheng Hu, encabeçaram a lista o LCA030,
teve, em seu estande, com os novos moving lights da mar- “moving com quatro pontos de LED, controláveis de forma
ca, como os Viper, “aparelhos que operam com lâmpadas de individual”; o 2074, “que conta com nove pontos de LED
1.000 watts”; os Quantum, “aparelhos em LED, muito eco- em sua estrutura”, e o 2075, “que conta com 25 desses
nômicos e de alta performance”, e os MAC Viper Performan- pontos”, de acordo com o que disse o próprio executivo.
ce, “que fazem cortes similares aos dos tradicionais refleto-
Fotos: L&C
res elipsoidais”, segundo disse o especialista Miguel Polizel. Outra empresa que também se destacou por demonstrar
Aparelhos Martin: distribuição A Twister, da PLS, esteve entre Aparelhos compactos foram
exclusiva da Harman no Brasil as atrações da ProShows apresentados pela AH Lights
Spark Cube: equipamento mostrou-se Em destaque, alguns itens da linha O consultor Michel Alvarez e a
como inovação aos movings clássicos fabricada pela Star Lighting Division F-5D Fazer: máquina chega ao
Brasil via Decomac
72 | áudio música e tecnologia
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Eve nt o
Fotos: L&C
Na sequência, Rubens Silva, da CineShop, e parte da linha de fluidos da USA Professional
Fundamentos
da edição
Criando sua primeira montagem
N
o artigo anterior naprendemos a criar um projeto e a em duas cores: bo-
organizá-lo em bins e folders. Agora vamos seguir em tões vermelhos ou
frente e conhecer os fundamentos de edição no Avid amarelos (fig. 1).
Media Composer antes de sequer começar a editar. Mais à
frente faremos todo o procedimento em etapas bem definidas. Em funções com a
cor vermelha, o ma-
CONCEITO ESSENCIAL – EDIÇÃO terial pode ser edi-
EXEMPLO 2 – INSERINDO UM
NOVO TRECHO DE ENTREVISTA
Neste exemplo temos uma sequência com Fig. 9 – Se preparando para retirar material da timeline
Cristiano Moura é instrutor certificado pela Avid. Por meio da ProClass, oferece consultoria e treinamentos customizados, além
de lecionar cursos oficiais em Avid Media Composer. Contato: cmoura@proclass.com.br.
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Enrico De Paoli é engenheiro de música. Apaixonado por equipamentos vintage e métodos clássicos de
gravações, interagindo o timbre carismático dos analógicos com as facilidades das infinitas tecnologias
digitais em suas gravações, mixes, masters e shows. Visite www.EnricoDePaoli.com.