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CARNAVAL EM SP S I S T E M A S DE
Tukasom estreia line array O R I Z AÇÃO
SON 13
e consoles no desfile das PARTEconsoles de
re
escolas de samba Mais sob em de PA
mixag
Planeta Atlântida 2014 e suas luzes • Judy Spencer: pioneira na iluminação cênica no Brasil
A
CEN
Cardápio do mês
Edição jornalística: Marcio Teixeira
Consultoria de Pa: Carlos Pedruzzi
Já no caderno Luz & Cena o principal destaque é a matéria que mostra tudo
ASSiNATURAS
sobre a iluminação do Planeta Atlântida 2014, um festival que, por dar vez Est. Jacarepaguá, 7655 Sl. 704/705
ao pop, ao rock, ao reggae, ao rap, ao pagode, ao sertanejo e a tudo quanto Jacarepaguá – Rio de Janeiro – RJ
é estilo, é um verdadeiro paraíso da diversidade musical e, consequentemen- CEP: 22753-900
te, visual. Nas páginas da L&C ainda há a matéria sobre o documentário de Tel/Fax: (21) 2436-1825
Daniel Talento sobre a guitarra baiana e seções como Iluminando e Media (21) 3435-0521
Composer. Vale conferir. Banco Bradesco
Ag. 1804-0 - c/c: 23011-1
Boa leitura!
Website: www.musitec.com.br
94 Pro Tools
Plug-ins UAD-2 e Pro Tools 11: Demorou, mas rolou
Daniel Raizer
14 Áudio no Brasil
Guilherme Reis: Detalhes da vida e da obra
de um raro profissional
100 Otimizando Sua Mixagem (Parte 3)
Partindo para a mixagem propriamente dita
Marcio Teixeira Fábio Henriques
18 Plug-ins
Waves Reinassence Verb: Reverberação
108 Sonar
Sonar X3 Producer: Mais sobre o lançamento
para todos os gostos Luciano Alves
Cristiano Moura
112 Lugar da Verdade
22 Notícias do Front
As Partes de um Sistema de Sonorização (Parte 13):
Transientes
Enrico De Paoli
Consoles de mixagem de PA (Parte 2)
Renato Muñoz
seções
28 Em Casa
Pré-Amplificadores (Parte 3): Fabricantes editorial 2 notícias de mercado 6
e modelos mais baratos novos produtos 10 índice de anunciantes 111
Lucas Ramos
70
filme
Guitarra baiana – do trio elétrico para a telona
por Rodrigo Sabatinelli
62
76
iluminando
capa História dos profissionais de iluminação cênica no Brasil
Planeta Atlântida 2014: As luzes do Primeiro capítulo: Judy Spencer
pop, rock, reggae, pagode e sertanejo por Farlley Derze
no festival da diversidade musical
por Rodrigo Sabatinelli
80
PRODUTOS ....................................... 58 media composer
EM FOCO ............................................. 60
Novo sistema de licenças Avid: Mais
flexibilidade de acordo com sua demanda
f i nal cut ............................................. 84 por Cristiano Moura
6 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 7
nacionais de pró-áudio e showbusiness ainda
têm muito a evoluir
notícias de mercado
Divulgação
da nova unidade de uma das instituições de maior reconheci-
mento nacional na formação de produtores de eventos e de
técnicos de sonorização, iluminação e de audiovisual: o IATEC,
Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação, atuante há 15
anos no Rio de Janeiro. A nova unidade é resultado de uma
parceria com o Estúdio Ararena, de Raimundo Fagner, Humber-
to Pinho e Amaro Penna, empresa reconhecida nos mercados
musical e publicitário e também há 15 anos em atividade.
“Para nós, é motivo de grande entusiasmo firmar essa parceria que contribui para que a nossa cidade receba a primeira unidade
do IATEC fora do Rio de Janeiro, oferecendo uma grande oportunidade de qualificação, em alto nível técnico”, destacou Humberto
Pinho, do IATEC Fortaleza. “Fortaleza é uma cidade com uma riqueza cultural e uma diversidade musical muito grande, além de
ser um dos principais pontos turísticos do Brasil. O IATEC Fortaleza surge trazendo toda uma experiência de 15 anos de atuação
e centenas de técnicos formados, procurando dar uma contribuição para essa qualificação e para o constante aperfeiçoamento
desses profissionais”, afirmou, por sua vez, Luiz Helenio Santos, diretor comercial e administrativo do IATEC, no Rio de Janeiro.
A nova unidade fica na Rua Jaguaribe, 55, Aldeota, Fortaleza-CE. Contatos podem ser feitos pelo telefone (85) 3181-4597 e
pelo email fortaleza@iatec.com.br.
Mais de 70 expositores são esperados na AES Brasil Expo, que registra crescimento superior a 10% ao ano nas últimas edi-
ções, com mais de 7.000 visitantes por edição, em 7 mil m². Entre os nomes já confirmados estão ProShows, Quanta Music,
FZ Áudio, Decomac Brasil, Harman, Pride Music, Gobos do Brasil, Hot Machine, Audio Premier, Eros, AMI Music, Staner, CV
Audio, Studio R/Nashville, HPL, Meteoro, Equipo, Robe Brasil,
Attack, Yamaha e Pinnacle, entre muitos outros. A lista completa
Divulgação
“Nós esperamos organizar um evento de qualidade que atenda ao mercado e satisfaça os nossos associados e parceiros. Temos
certeza de que o SET Expo será um avanço em relação aos eventos dos anos an-
teriores, tanto na feira quanto no congresso. Nossa parceria com a NAB dos EUA
Marcio Teixeira
Perguntado sobre o que fez SET e Broadcast & Cable seguirem caminhos dife-
rentes, o executivo falou sobre a necessidade de modernizar e ampliar o evento.
“A decisão de realizar o SET Expo, com promoção e organização exclusiva da
SET, foi precedida por uma ampla pesquisa feita entre os principais stakehol-
ders do mercado, que deram total apoio à iniciativa. Dessa forma, integramos
o tradicional congresso e a feira em um evento chamado SET Expo. Este gran-
de evento, que terá ainda uma conferência de negócios, além de contar com Novo evento reunirá o 25º Congresso
as parcerias internacionais da americana NAB e da japonesa InterBEE, tem o Anual da SET e a Feira de Equipamentos,
apoio das associações mais importantes do mercado nacional [ABRA, ABRATEL, Tecnologia e Serviços aplicados
ABERT, AESP, ABPITV, Fórum SBTVD e SINDVEL] e de todas grandes redes de aos mercados de broadcasting,
rádio e televisão brasileiras”, concluiu. telecomunicações e mídias convergentes
áudio música e tecnologia | 11
novos produtos
Divulgação
microfone robusto e resistente, ideal para cardioide reduz a captação de sons in-
todos os fins – do palco ao estúdio. Este desejados de laterais e traseiros. O mi-
microfone de mão oferece duas saídas, crofone é ideal para performances ao
uma USB para gravação digital, e outra sa- vivo, podcasting, gravação (estúdio/
ída XLR, que se conecta com entrada de campo), estúdio doméstico e locução.
microfone convencional de um sistema de
som para uso em performances ao vivo. Na lista de acessórios fornecidos com
o produto estão suporte para pedal
O microfone é conectado diretamente na AT8470, adaptador com rosca, tripé
porta USB do seu computador e funciona para uso em mesa, cabo XLRF-XLRM
perfeitamente com o seu software de gra- com três metros e cabo mini USB com
vação favorito. O AT2005USB também ofe- dois metros.
rece uma qualidade de conversor analógico-
-digital de excelente fidelidade e uma saída www.audio-technica.com
de fone de ouvido com controle de nível www.proshows.com.br
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apresentou uma série de novos produtos no uma adição aos
NAB Show 2014, famoso evento de mídia já existentes
eletrônica realizado entre 5 e 10 de abril em multiprocessado-
Las Vegas, EUA, que mais uma vez uniu ex- res DB6 Single e
posição e conferências relacionadas a áreas DB6. dados sejam derivados diretamente de
como Broadcast, Mídia Digital, Cinema, Te- uma conexão IP a partir de um TouchMoni-
lecom, Publicidade e TI, entre outras. Os visitantes também puderam conferir, tor, bem como através de meios de arma-
em primeira mão, o software Loudness zenamento externo, como um pen drive.
Uma das novidades levadas ao evento pela Quality Logger (LQL), que é capaz de co- Também estão incluídos no software, que
empresa foi a nova versão do DB6 Broad- letar e analisar informação de loudness de é gratuito, “features” como informação de
cast Audio Processor (foto), com até 16 um ou mais TouchMonitors em um PC ou status, marcador e vários outros recursos
canais de AES I/O não-balanceado e con- Mac para controle de qualidade e avalia- de relatórios.
versor de áudio UpCon de última geração. ção pós-transmissão. O software, que é
A empresa reforça que o conversor repre- 100% compatível com os TouchMonitores www.tcelectronic.com
senta o melhor caminho do estéreo para TC Electronic TM7 e TM9, permite que os www.libor.com.br
das colossais de sonorização em Cada um de seus quatro canais desenvolve a potência de 6.000
termos de área e público, mas de forma watts em 2 ohms, totalizando 24.000 watts. O produto ainda pode
versátil e simples de montar e transportar. Leve opera com dois pares de canais em ponte (bridge), com nada me-
e compacto em relação ao seu desempenho, o SR212-p possui, de nos do que 12.000 watts por canal.
acordo com a fabricante, uma boa relação entre preço e desempenho,
pois, para amplificar plenamente um total de 16 elementos SR212-P www.studior.com.br
Guilherme Reis
Detalhes da vida
“Quando o Discover estava prestes a ser inaugurado, con- “Conheci Guilherme quando o Discover estava acabando de
videi o engenheiro Flavio Senna para trabalhar comigo. ser instalado. Ele era um profissional consagrado que teve a
Ele declinou, pois havia acabado de assinar um contrato coragem de ir para um estúdio que fisicamente era de médio
com o Roupa Nova, mas me recomendou ‘um amigo muito porte, e tinha como atrativo uma tecnologia completamente
competente, da época de EMI’, que era o Guilherme Reis”, desconhecida. Com sua competência, acabou levando grandes
recorda Hugo Lacerda. Naquele momento, Reis estava fa- artistas para lá, e os resultados sonoros eram do padrão de
zendo o PA dos Engenheiros do Hawaii, e após aceitar a estúdios muito maiores. Ele era, ao mesmo tempo, apaixo-
oferta de Lacerda, seria fundamental no desbravamento da nado, corajoso e um visionário. Estava muito à frente do seu
novidade que se apresentava naquele momento no univer- tempo”, observa Fábio. “Não só foi provavelmente o primeiro
so do áudio: o Pro Tools. Tornou-se um pioneiro. profissional a usar o Pro Tools no Brasil, como também um dos
que mais investiu e acreditou na tecnologia digital. Fazia dis-
DESBRAVANDO O PRO TOOLS cos inteiros dentro do computador, e a sonoridade que obtinha
sempre foi indiscutivelmente perfeita”, acrescenta Henriques.
“Eu estava em Nova York quando vi a brochura da DigiDe-
sign falando sobre o futuro lançamento de gravação digital... HUMANIDADE NO TRABALHO
Nem lá nos EUA conheciam o Pro Tools. Mas pensei, ‘se pegar,
vai dar samba’”, lembra Lacerda. “Guilherme usava o conhe- O colaborador da AM&T lembra ainda que Reis sempre colo-
cimento dele como técnico para aquela tecnologia nova, que cava o aspecto humano à frente de qualquer outro, e seus
ele nunca tinha visto. Aos poucos, foi entendendo toda a sis- clientes eram, antes de mais nada, seus amigos. “Assim ele
temática do Pro Tools, que, em 1992, era algo ainda embrio- se tornou unanimidade, não só por sua elevada capacidade
nário, com muitos bugs, e sem internet para nos tirar dúvidas. técnica, mas também por sua excepcional sensibilidade
O Guilherme era uma pessoa muito determinada, e superou artística. Ele nos transmitia ensinamentos valiosíssimos, e
essa fase inicial com maestria. Era obstinado naquilo de que- também um respeito profundo pela música e pela arte, que
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áudio música e tecnologia | 17
ÁUDiO NO BRASiL
deveriam ser sempre o objetivo final, à frente da técnica.” técnicas, adorava me ensinar, dava uma grande atenção ao meu
Fábio recorda que Guilherme fazia questão de estar sempre interesse nessa área, e isso fez e faz uma enorme diferença no
antenado a tudo o que havia de novidades no universo do som do meu trabalho a partir dali.
áudio, e sua principal diversão era aprender.
Gravamos juntos e ele coproduziu também comigo em 98 o CD
Entre os principais trabalhos de Reis, Henriques destaca um Na Ponta da Língua. Deu ideias ótimas, ficou novamente sozi-
que, para ele, foi bastante significativo – Catavento e Girassol, nho na técnica enquanto eu colocava a voz no disco. Confiança
de Leila Pinheiro, que é bem voltado à sonoridade acústica e absoluta, cumplicidade máxima! Anos depois saiu um pouco do
foi todo feito no então recém-lançado Pro Tools 24 bits. “Só estúdio, mas vivia por ali e eu sempre subia pra dar um beijo
o Gui teria coragem para fazer isso em 1996”, disse Fábio. nele. Já estava trabalhando no som dos DVDs [Guilherme foi
Já Hugo ressalta que não retiraria um trabalho de Guilherme convocado pelo amigo Marcelo Azevedo para assumir a gerência
da lista dos melhores, mas lembra com carinho especial do de áudio do Mega, em São Paulo, onde participou de uma rees-
engenheiro fazendo experimentações durante uma gravação truturação que deu uma guinada digital no estúdio, abrangendo
de João Bosco. “Conforme ele ia adquirindo experiência e con- os segmentos de música e cinema]. Do corredor externo do Dis-
fiança com o Pro Tools, ele começava a ‘brincar’, a fazer coisas cover ele conversava comigo – eu na janela do meu apartamen-
novas. Numa madrugada, ele captou sons de bichos da noite to. Ninguém ocupa mais esse espaço na minha vida. Sinto uma
para colocar em determinada faixa, e era fácil, pois era só abrir falta muito doída do Guilherme, supervivo dentro de mim, com
um track. O João ficou maravilhado.” aquele sorriso lindo e largo dando gargalhadas altas. Acho que
ele está assim no peito de todos com quem conviveu e traba-
PARCEIRO INSUBSTITUÍVEL lhou, e isso é maravilhoso”, disse a cantora.
A já citada Leila Pinheiro sente muitas saudades “do amigo, DIREITOS E DNA
do parceiro incansável” que coproduziu com ela o também
já comentado álbum Catavento e Girassol, e destaca apren- Outro depoimento emocionado vem de Nivaldo Duarte, téc-
dizados específicos e momentos eternos. nico de som histórico que foi o personagem central da Áudio
no Brasil da AM&T 269. Ele afirma que se sente muito à von-
“Ele me ensinou a ouvir, a valorizar a voz-guia, a emoção pri- tade para falar de Guilherme Reis, mas não sem ser tomado
meira, desarmada, solta como a gargalhada dele. Me expulsou por uma onda de emoção e saudades.
do Discover para que eu me desapegasse da mix do Catavento
e parasse de ouvir o que não existia...”, diz ela, que naquele “Foram muitos anos que convivemos como colegas de traba-
dia foi embora, virou à esquerda e deu 22 passos até chegar lho e amigos de coração. Era gostoso trabalhar na Odeon, e
em casa. “Éramos vizinhos. Que dádiva! Dançávamos juntos a equipe, que tinha, além do Gui, Franklin Garrido, Sérgio Bi-
no estúdio ouvindo o que gravávamos... Esvaziamos copos in- tencourt, Mayrton Bahia, Renato Luiz e outros que não lembro
findáveis de cerveja em papos intermináveis... Era ele quem no momento, era muito boa”, lembra Nivaldo, apontando em
me dizia que mic usar em shows, e acabou me viciando num seguida para outro lado da atuação profissional de Guilherme.
C12. Respondia com paciência às minhas muitas perguntas “Assim que chegou, Gui começou a nos orientar sobre nossos
direitos trabalhistas. Tratou de arregimentar colegas de outras
empresas. Em uma reunião em sua casa de Teresópolis, foi
Murillo Meirelles
“Ele me disse que era uma produção do Lucas Reis, e talvez tam-
bém seus os arranjos. ‘Lucas Reis? O Luquinha do Gui?’ Emo-
cionei-me, e pensei: filho de bom mixador como Guilherme Reis
Lula Galvão, Leila Pinheiro, Guilherme Reis tem que ser bom arranjador. Guilherme foi perfeito. Como profis-
e Jorge Helder: sessões do disco Catavento e sional, como amigo, como homem. Só falhou num detalhe: não
tinha o direito de partir tão cedo, pois ele é um desses caras que
Girassol, lançado em 1996
fazem falta, muita falta.” •
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PLUG-iNS | Cristiano Moura
WAVES
REINASSENCE
VERB
REVERBERAÇÃO PARA TODOS OS GOSTOS
O Trueverb e Reinassence Verb (também conheci- -ins baseados em DSP (TDM), como os da Univer-
do como Rverb) são os reverberadores mais anti- sal Audio, Lexicon (fig.1) e T.C. Eletronic.
gos da Waves, e quando as produções começaram
a migrar a mixagem para dentro do computador, Neste artigo não vamos abordar os parâmetros si-
milares aos encontrados em outros reverberadores.
foram usados largamente em produções de pe-
Vamos concentrar em conhecer mais sobre suas ca-
queno e médio porte, pois eram um dos únicos
racterísticas exclusivas e/ou pouco difundidas.
plug-ins nativos capazes a fazer frente aos plug-
TIPOS DE REVERB
Fig. 1 – Lexiverb
de um reverb de mola (spring) e serve mais para o sinal original (dry) é atrasado. É um interessante
compor um timbre do que efetivamente soar como efeito, em que a reverberação pode acontecer antes
uma ambiência. do próprio sinal.
DECAY
PRE DELAY
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves,
Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Também é professor da UFRJ, onde ministra as disciplinas Edição de Trilha
Sonora, Gravação e Mixagem de Áudio e Elementos da Linguagem Musical. Email: cmoura@proclass.com.br
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As Partes de
(Parte 13)
um Sistema de
Sonorização
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Para mim, o mais importante é que o téc-
nico esteja preparado para trabalhar com
qualquer marca ou modelo, com uma
grande ou pequena quantidade de canais,
fazendo o PA ou o monitor. Para isso exis-
tem alguns conceitos que devem ser bem
dominados por este profissional, como:
Módulo de mixagem
- Polaridade (Ø): Inverte a polaridade do sinal de entra- - Inserts (compressores, gates etc.): Podem ser utiliza-
da (se necessário). dos para trabalhar no processamento dinâmico do sinal
de áudio, fazendo correções ou alterando as suas carac-
- Phantom Power (48v): Injeta a tensão para a alimenta- terísticas sonoras.
ção de microfones condensadores e DI ativas.
- Auxiliares: São utilizados para fazer o endereçamento
- Pad (-20 dB): Reduz o nível do sinal de entrada (se ne- do sinal de áudio para dentro do console (ex.: efeitos) ou
cessário), neste caso, em 20 decibéis (o valor do Pad é para fora do equipamento (ex.: uma parte do sistema).
determinado pelo fabricante do equipamento).
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- Mic/Line: Seleciona entrada de microfone (baixa impe-
dância) ou a de linha (alta impedância).
- Efeitos: São utilizados para emular sons, que mistura- mento pode ser um pouco mais difícil, pois teremos que
dos ao sinal de áudio de determinados canais criam uma trabalhar com muitos processadores externos, principal-
sonoridade diferente que ajuda na mixagem. mente os compressores, gates e efeitos, o que, além de
dificultar o trabalho, não nos dá tantas opções de utiliza-
- Grupos: Como o nome diz, agrupa vários canais de áudio ção, como acontece nos consoles digitais.
do console para facilitar a sua mixagem. Além disso, acei-
tam inserts como compressores, gates e equalizadores. Não podemos nos esquecer de que a mixagem está re-
lacionada diretamente com a capacidade do técnico de
- VCA: Diferentemente dos grupos, não recebem o conhecer o som dos instrumentos com os quais ele está
sinal de áudio, e, sim, controlam eletronicamente o trabalhando e, principalmente, conhecer bem o progra-
nível dos faders do console, facilitando a mixagem, ma que ele está mixando. Caso contrário, seu trabalho
já que podemos controlar vários faders (do console) certamente ficará prejudicado.
através de um fader (do VCA).
O trabalho de mixagem nos consoles digitais pode ser
Nesta etapa também trabalhamos com o processamento bem diferente do feito nos analógicos. Na maioria dos di-
do sinal de áudio, sendo que este processamento pode gitais, a visualização do que está acontecendo como um
ser feito com equalizadores, compressores, gates ou efei- todo pode ser prejudicado pelo tamanho reduzido deste
tos. Nos consoles digitais este processo é mais simplifica- equipamento, que faz com que algumas funções fiquem
do, pois quase todos estes consoles já possuem processa- escondidas no console.
dores internos capazes de fazer um bom trabalho.
Uma ferramenta importante no processo de mixagem é
Ao trabalharmos com consoles analógicos, este procedi- a automação. Encontramos esta função em todas as me-
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to poderá se feito internamente.
COLOCANDO UM ESPECIALISTA
NO COMANDO
eQuiPAMeNtoS PARA
uM HoMe StuDio
PRÉ-AMPliFicADoReS (PARte 3): FABRicANteS
e MoDeloS MAiS BARAtoS
Na última edição, começamos a falar sobre alguns fa- Ruído interno: -130 dBu
bricantes e modelos de pré-amplificadores de microfone Ganho: 64 dB
que podem ser perfeitos para você e seu home studio. Equalizador: Não
Mas como não tá fácil pra ninguém, esse mês vamos Compressor: Não
conhecer alguns fabricantes e modelos com preço mais Filtro passa-alta: Sim
acessível... Ou seja, os barateiros! Pad: Sim
Saída digital: Sim
Hoje em dia há diversos fabricantes que oferecem mo- Inversão de fase: Sim
delos de pré-amplificadores com um baixo custo e boa Medidor de nível: Sim
qualidade. Já foi-se o tempo em que era necessário
gastar uma fortuna para comprar um pré-amplificador BeHRiNGeR
bom. Então vamos lá!
A Behringer (www.behringer.com) dispensa apresenta-
ARt ções no mundo do home studio. A empresa é provavel-
mente a mais popular do ramo. O lema aqui é custo-be-
A ART (www.artproaudio.com) é uma empresa conhecida nefício, e nesse quesito, ninguém ganha da Behringer.
por seus equipamentos de baixíssimo custo, e eles fa- Crédito tem que ser dado à empresa, que enxergou o
zem isso muito bem desde meados da década de 1980. grande “boom” dos home studios anos antes da concor-
Mas somente o custo baixo não é suficiente, e na última rência (e investiu pesado nele). Hoje em dia, eles dispo-
década a ART realocou sua produção para a China, dimi- nibilizam praticamente todo tipo de equipamento ligado
nuindo o custo de produção, permitindo elevar a quali- ao áudio e à música – de instrumentos a interfaces de
dade de seus produtos sem afetar o preço final. E essa áudio e pré-amplificadores. Com design alemão (cada
combinação tem rendido ótimos frutos para o mercado vez melhor), os produtos são produzidos em uma fábri-
de home studios, com equipamentos de qualidade a pre- ca própria na China (conhecida como Behringer City!), o
ços incrivelmente baixos. E um excelente exemplo disso que permite manter o preço final incrivelmente baixo. A
é o modelo TubeOpto 8, que oferece oito canais de pré- Behringer vai dominar o mundo... Pelos menos o mundo
-amplificador valvulado com saídas digitais. dos home studios ela já dominou.
Tipo: Transistor
Número de canais: 2
A FMR Audio não é muito conhecida aqui no Brasil, mas no
exterior eles têm conquistado bastante respeito. O Really Nice
Preamp é um clássico exemplo de que “as aparências enganam”,
e quando você ouvir o resultado sonoro, entenderá.
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áudio música e tecnologia | 33
em casa
Digimax D8
Tipo: Transistor
Número de canais: 8
Número de entradas de DI
(para guitarra): 2
Impedância: 1.600 Ω
De microfones a pré-amplificadores, a Golden Ruído interno: -126 dBu
Age tem agradado e impressionado a maioria Ganho: 60 dB
das pessoas. E o mais popular da sua linha é Equalizador: Não
o pré-amplificador PRE-73 MKII (com design Compressor: Não
baseado no mítico 1073, da Neve) Filtro passa-alta: Não
Pad: Sim
PRE-73 MKII Saída digital: Sim
Inversão de fase: Não
Tipo: Transistor Medidor de nível: Sim
Número de canais: 1
Número de entradas de DI (para guitarra): 1 Studio Projects
Impedância: 1.200 ou 300 Ω
Ruído interno: Não divulgado A Studio Projects (www.studioprojects.com), como o
Ganho: 80 dB nome sugere, é uma empresa que mira o mercado de
Equalizador: Não home studios. A ideia deles é produzir produtos com de-
Compressor: Não sign e componentes de alta qualidade a um baixo custo.
Filtro passa-alta: Não E como muitas empresas, seus produtos são “desenha-
Pad: Não dos” nos EUA e produzidos na China. Com isso, a Studio
Saída digital: Não Projects tem conquistado cada vez mais espaço no mer-
Inversão de fase: Sim cado de home studios.
Medidor de nível: Sim
O VTB1 é uma mostra desse raciocínio de alto custo-be-
PreSonus nefício, pois é um pré-amplificador híbrido, que permite
“misturar” os sinais da válvula e do transistor, como fazem
A PreSonus (www.presonus.com) é bem respeitada no alguns pré-amplificadores mais caros (como o Twin-Finity,
mundo dos home studios por oferecer produtos de qua- da Universal Audio, por exemplo).
lidade a um preço razoável. E sua linha de pré-amplifi-
cadores de oito canais com saídas digitais virou um dos VTB1
padrões dos estúdios de pequeno e médio portes. É a
forma mais simples e barata de aumentar o número de Tipo: Híbrido
entradas de um sistema de gravação, e a PreSonus é um Número de canais: 1
precursor nessa área. Número de entradas de DI (para guitarra): 1
Impedância: 2.000 ou 300 Ω
O Digimax D8 é o atual modelo de oito canais e oferece Ruído interno: -128 dBu
um ótimo custo-benefício. Com pré-amplificadores limpos Ganho: 60 dB
e diretos e um preço abaixo da média, é sucesso na certa. Equalizador: Não
Compressor: Não
A PreSonus é bem respeitada no mundo dos home studios por oferecer produtos de qualidade a um preço
razoável. O Digimax D8 é o atual modelo de oito canais e oferece um ótimo custo-benefício.
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do iATEC. Formado em Engenharia de Áudio pela SAE (School
of Audio Engineering), dispõe de certificações oficiais como Pro Tools Certified Operator, Apple Logic Certified Trainer e Ableton Live Certified Trainer.
E-mail: lucas@musitec.com.br
Divulgação
Novidade
na estrada
36 | áudio música e tecnologia
Chega ao
Nos últimos 37 anos, a Solid State Logic, popu-
larmente conhecida por SSL, cravou seu nome no
mercado profissional de áudio ao fabricar conso-
sonorização ao
Muito se perguntava, então, se a fabricante um
dia lançaria uma mesa voltada exclusivamente
para a sonorização ao vivo. E, em 2011, depois
vivo da SSL
de um extenso planejamento e de tanto resistir
à “pressão”, a SSL deu seus primeiros passos
seguros nesse sentido.
FABRICAÇÃO À TODA
turnês. Peter Gabriel, por exemplo, passou a viajar “Não é difícil identificar que um disco tenha sido fina-
com três delas, sendo uma para o PA e duas para os lizado em uma 9000, por exemplo, pois geralmente
monitores. [Carlos] Santana utiliza duas, para seus as mixagens destes trabalhos ‘carregam’ traços que
monitores”, contou, acrescentando que, no Brasil, os são comuns às mesas da marca, tais como clareza
primeiros a investirem na mesa foram os engenhei- e ‘tamanho’, dentre outros. Agora [com a L500], te-
ros Daniel Reis, Beto Neves e Eduardo Ayrosa, sócios mos esta mesma sensação, mas na estrada, afinal
da unidade móvel Mix2Go. de contas, a mesa conta, em sua construção, com
elementos presentes nos modelos clássicos da fa-
“Me orgulho de ter sido o primeiro brasileiro a operá- bricante”, disse Daniel, atualmente um dos homens
-la, durante a Messe 2013, e confesso que a felici- fortes da empresa no país.
dade ao tocá-la pela primeira vez somente pode ser
comparada à que tive em 2007, quando usei pela ARQUITETURA ILIMITADA
primeira vez a Venue, da AVID”, disse Daniel.
Ainda de acordo com Daniel, a arquitetura da Live
SOM QUE CARREGA O “DNA” é ilimitada. Segundo o engenheiro, na mesa há 192
vias simultâneas de mixagem em 96 kHz que po-
Ao apresentar a mesa para o público carioca por dem ser atribuídas como canais, stems, auxiliares e
meio de workshops realizados nas sedes das loca- masters, configuráveis como mono, estéreo ou LCR,
doras Spetacle e Mac Audio e no Projac, Max e Da- como full ou como seca, dependendo exclusivamen-
niel fizeram questão de destacar que um dos pontos te das exigências de cada usuário.
fortes da Live é o som. Para o engenheiro baiano, a
mesa, que carrega nitidamente o DNA da fabricante, “Destas vias”, disse ele, “144 são full e 48 são
mundialmente conhecida por sua sonoridade trans- secas. Um canal mono consome uma via, enquan-
parente e encorpada, deve agradar à classe, primei- to que um sinal estéreo usa duas e um de for-
ramente, por essa característica. mato LCR, três. O roteamento de saída para o
sistema de PA é trata-
do por uma matriz dis-
Divulgação
tinta de 32 entradas e
36 saídas. Essa matriz
pode ser alimentada a
partir de canais, gru-
pos Stem, auxiliares
e masters e pode ser
dividida em quatro ma-
trizes menores separa-
das, se desejado”.
ACESSO A PARÂMETROS
Divulgação
VIA TELAS MULTI TOUCH
Para André Calazans, técnico de PA da cantora Marina Elali, a mesa é prática e muito intuitiva. De fácil
montagem, é, segundo o próprio, dona de uma sonoridade macia, que dispensa o uso de plug-ins
para ‘aquecer’ as saídas. “[A mesa] se molda conforme a nossa preferência. Tomara que possamos
encontrar mais delas por aí”, disse.
De acordo com Kadu Melo, operador de PA de Fabio Jr., com a Live é possível notar timbres, nuances e
harmônicos que, ao longo de um ano à frente da sonorização dos shows de Fabio, ainda não havia es-
cutado. Ele também dá uma dica a quem pretende estrear diante do equipamento. “Tenha a mão leve!
Você nunca teve o prazer de ter tanta precisão. 1dB é muito. O futuro é agora, e a tecnologia da SSL é
de extrema capacidade e facilidade operacional.”
Segundo Arthur Luna, técnico de monitor de Rodrigo Amarante e fã confesso das SSL, a Live se destaca,
dentre outros aspectos, por ter algoritmos reais do processamento dos consoles analógicos, e, acima de
tudo, um som quente. No entanto, para ele, o que mais o impressiona é o fato de a superfície poder ser
utilizada de modos operacionais distintos. “Trata-se de um equipamento que realmente atende a qual-
quer necessidade do engenheiro que vai utilizá-lo”, disse.
ATUALIZAÇÕES CONSTANTES
Divulgação
Divulgação
Equalizadores e reverbs estão entre os efeitos internos da Live
Divulgação
das as 36 vias contam com
filtros passa-alta e passa-bai-
xa, filtros exclusivos All-Pass,
equalizadores paramétricos
de quatro bandas e delays de
até dois segundos, além de
dois pontos de inserção que
podem ser usados com os ra-
cks de efeitos internos e/ou
processamento externo.
ED MOTTA
d o p o p a o j a z z
Muito do que se diz sobre o CD, além do talento de Ed para navegar por universos distintos, como o pop
e o jazz, deve-se em partes às mãos do engenheiro Mario Leo, que o gravou no estúdio Casa do Mato, no
Rio de Janeiro, e o mixou no estúdio particular do cantor, em sua casa, também no Rio [a masterização,
feita por Carlinhos Freitas, foi realizada no Classic Master, em São Paulo].
E foi num papo com a AM&T que ele, Mario, e Ed contaram um pouco sobre como AOR, “um disco
de música pop com tratamento refinado de composição, arranjo e timbres”, segundo definição do
próprio artista, foi concebido.
çamos um Neumann
U87 atenuado e com
filtro, enquanto que,
nos tons, ficamos
com os Sennheiser
MD421 e, no surdo
mais baixo, o AKG
D112.
No prato de condu-
ção, a um palmo e
meio de distância
dele, usamos um
Shure SM81, também
com filtro e atenuado.
Nos overs, a opção
foi pelos Avantone
CV-12, posicionados
Para as percussões,
usamos uma variedade
grande de microfones.
Desde os Shure SM57 e
os Sennheiser MD 421,
aplicados em modo clo-
se, aos Neumann U87
e Shure SM81, para os
ambientes. Nos metais,
as opções foram pelos
condensadores AKG 414
As gravações de bateria contaram com configurações
TLII, usado no trompete;
diferentes no instrumento e na captação
Neumann M147, usado nos sax alto e tenor e nas
quase como ambiente, bem no alto, porém, não em flautas, e Neumann U87, usado no trombone e no
cima do kit, e sim a um metro e meio dele. De am- sax barítono.
biente, tivemos um par de AKG 414 ULS, à frente
da bateria, a cerca de dois metros dela, na altura Os pianos, gravados na casa do Ed, foram capta-
da caixa, em estéreo; um PZM 30D Crown atrás da dos por um par de Neumann M147, no estéreo; um
bateria, colado na parede, na altura da cabeça do Neumann KM184, abaixo do instrumento, no sentido
Sergio, e, por fim, um Neumann M147, posicionado oposto do músico e apontado para o “vértice” da
uns três metros à frente do bumbo. Na gravação da caixa acústica, e um AKG 414 TLII, no ambiente, a
música Latido mudamos a posição do PZM, levando- três metros dela. O M147, inclusive, serviu para boa
-o ao lado oposto da sala.
Divulgação
DEMAIS
INSTRUMENTOS
TAMBÉM
RECEBEM
“CAPRICHO”
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Em AOR, Ed Motta gravou vozes, pianos, guitarras e percussões
parte das gravações de violão, posicionado a dois Mario: A maioria dos efeitos foi processada na
palmos de distância do instrumento, na altura do mixagem. Fora isso, quase todos os canais foram
rosto do músico, e virado para o início do braço. ligeiramente equalizados na gravação. Na mix, op-
tamos por usar plug-ins Universal Audio, dentre ou-
tros emuladores de analógicos vintage. Não tínha-
MIXAGEM EM CASA E
mos à disposição vários prés iguais, por isso, foram
CURIOSIDADES EM VERSÃO escolhidos prés específicos para cada instrumento.
CANTADA EM INGLÊS
Usamos, por exemplo, quatro Neve 1078 para o
Ed: Fizemos tudo [a mixagem] no Pro Tools, na bumbo e três na caixa da bateria. Seis Avalon VT
minha casa. Cada música foi mixada em prati- 737 foram usados nos overs, no contratempo, no
camente uma semana. Na verdade, esse era baixo e no piano Rhodes, enquanto que um par de
meu sonho: trabalhar com calma e
precisão. Na mixagem, eu sempre
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acabo colocando alguma coisa, um
teclado, uma percussão, como com-
plemento, pois, nesta etapa da pro-
dução, o mais importante já está
devidamente editado, tudo certi-
nho, limpinho.
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em outros microfones ambientes e
os RME Octamic e os ATI 8MX2 fo-
ram lançados nos tons.
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Novidade
na folia paulistan a
Tukasom estreia line array JBL e consoles Soundcraft em carnaval de SP
Nos últimos anos, publicamos diversas matérias sobre a so- CONCENTRAÇÃO E DISPERSÃO
norização do carnaval do Rio de Janeiro, na Marquês de Sa- TÊM LINE ARRAYS JBL VERTEC
pucaí. Neste ano, no entanto, falaremos sobre o desfile das
escolas de samba do carnaval de São Paulo, realizado no Para sonorizar a concentração – espaço também chamado de
Sambódromo do Anhembi. “esquenta” – e a dispersão, ou seja, extremos opostos da ave-
nida, foram disponibilizados dois line arrays JBL, sendo cada
Responsável pela sonorização da festa, que em 2014 um composto por 24 elementos VT 4889 DP-DA, sendo 12 por
ocorreu nos dias 28 de fevereiro e 1 de março, a locado- lado, empurrados por amplificadores Crown i-Tech 4x3500HD.
ra paulista Tukasom Audio Systems, de Armando Baldas-
sarra, o Tuka, disponibilizou alguns dos diversos equipa- Voltado para fora do percurso, o line da concentração prepa-
mentos adquiridos em seu mais recente upgrade, feito há rava e “chamava” os integrantes das escolas, que entravam
alguns meses. em alas na avenida, enquanto que o sistema utilizado na
dispersão, também voltado para fora da passarela, marcava
Dentre as novidades, comentadas por Cotô Guarino, Fá- as saídas das escolas, mantendo seus ritmos, para que seus
bio Bispo e Lucas Gondim, que fizeram parte da operação, integrantes não “desmontassem” na saída do percurso.
gerenciada pelo próprio Tuka, estiveram os sistemas JBL
Vertec VT 4889-1 e os consoles Soundcraft Vi6. Em depoi- “Durante o desfile em si, esses sistemas, de grande potên-
mentos exclusivos à AM&T, o trio revelou detalhes sobre cia por conta de sua construção [cada elemento conta com
a mixagem e a distribuição de som, a captação de instru- dois falantes de 15”, quatro falantes de 8” e três drivers com
mentos e o gerenciamento de sinais RF. membrana de beryllium], eram desligados. Na verdade, eles
Divulgação
eram utilizados somente no início e no fim dos desfiles.
Nada além disso”, explicou Cotô.
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de extensão.
CAPTAÇÃO TEM SENNHEISER, DPA E COUNTRYMAN Em cada caminhão, havia, aproximadamente, 20 sistemas
de transmissão sem fio, divididos entre microfones e IEM
As mixagens de som dos veículos eram feitas a partir de para os intérpretes e bodypacks para os microfones da ba-
oito canais destinados aos puxadores das escolas, que teria. Para que cada caminhão operasse em frequência dife-
utilizavam microfones sem fio Sennheiser SKM2000; seis rente dos demais, foram utilizadas, ao todo, 60 frequências.
canais para instrumentos de harmonia, tais como violi-
nos, violões, teclados e cavaquinhos, dentre
outros, geralmente captados por direct bo-
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xes; sete canais para percussão, sendo três
destes, em grande parte das situações, des-
tinados aos surdos, captados pelos Country-
Man B3, e quatro canais de over all, captados
por microfones DPA IMK4061, instalados em
varas de boom, além de diversos canais de
standby para eventuais necessidades.
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O maior desafio da operação, no entanto, foi,
de acordo com Lucas Gondim, responsável pela
coordenação dos RF, manter todas as frequên-
cias coordenadas livres de interferências exter-
nas, ou seja, livres de todos os sistemas sem
fio que estivessem sendo usados nos diversos
setores da avenida, como, por exemplo, camaro-
tes, bares e cabines de rádio e TV, com exceção
da Rede Globo, que forneceu as frequências da
reportagem antecipadamente.
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de 70 frequências distribuídas ao longo da ave-
nida. “Isso nos deu uma maior tranquilidade e
garantiu que os caminhões pudessem passar pela
avenida durante o desfile sem o risco de sofrer
interferência de outros equipamentos”, contou.
GUITARRA BAIANA
Em detalhes, a produção
do doc de Daniel Talento
Divulgação
mil potentes LEDs RGBW, trata-se de um discreto e poderoso dispositivo
elétrico multiuso e ajustável, com um ângulo de propagação de 110°.
Com classificação IP-65, oferece uma alta produção de 28.000 lumens,
sendo um equipamento ideal para uso ao ar livre, para iluminar edifícios,
fachadas, estruturas arquitetônicas e atrações.
Tem vida útil de 50 mil horas, consumo máximo de energia de 465 W (com todos os LEDs ligados) e trabalha com quatro, seis
ou oito canais DMX. Suas dimensões: 497 x 268 x 122 mm, pesando 8,1 kg.
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tem como diferencial uma cabeça removível, contendo de carga inteligente incorporada. As unidades podem
dois LEDs brancos ou RGB de 40 W. ser guardadas continuamente “em modo de carga”
para garantir que sempre estejam prontas para uso.
Esta cabeça pode ser montada diretamente sobre a
unidade base ou elevada a 2,7 m usando um poste www.robe.cz
telescópico ajustável. Com ajuste de tilt a 270º e pan www.tacciluminacao.com.br
metros. Pequeno, leve e fácil de transportar. É indicado para shows ao vivo, eventos televisi-
vos, performances e concertos. Artistas internacionais renomados e grandes nomes nacionais,
como Fernando & Sorocaba, já fazem uso do produto.
Entre algumas outras características do PR Lighting XR 200 Beam estão consumo de energia
de 290 W, foco eletrônico, disco de cor com 14 cores fixas, disco de gobo com 17 gobos fixos
e prisma com oito faces rotativas. Pesa 16 kg.
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60 | áudio música e tecnologia www.proshows.com.br
áudio música e tecnologia | 61
em fo c o
Divulgação
Hardwell”, do DJ holandês Hardwell, contou com o apoio da
companhia de locação de iluminação Apple Produções, que
forneceu mais de 100 movings Robe para o design do LD An-
dre Beekmans, da The Art of Light. A luz foi operada por Tom
Spaan da mesma empresa.
O “UPGRADE” DO GALPÃO 43
No último mês de janeiro, o Galpão 43 (www.galpao43.com. shows como o painel LED da Neoflash e a linha Beam da Hol-
br), casa destinada ao circuito sertanejo localizada em Var- le. O salão da casa também ganhou equipamentos, de modo
gem Grande Paulista, São Paulo, foi totalmente reformado. que entre os shows ele se torne em uma grande pista. Nele
Os novos proprietários, Welder Rojas, Ailton Bogado e Hen-
também se encontram seis camarotes. A capacidade do Gal-
rique Soares, são conhecidos no mercado de iluminação com
pão 43 é de até 1.200 pessoas por noite.
as empresas HO Designer e LED Company, e, de acordo com
os próprios, os três têm como meta “fortificar a casa”.
Um detalhe curioso da iluminação da casa é a utilização de
O palco de 10 metros de largura foi um dos espaços que so- ribaltas para levar luz ao teto. Algo que, apesar de simples,
freu mais alterações, recebendo em peso equipamentos de deu um toque especial ao lugar.
Elaine Cortizo
Planeta
Atlântida
Um dos mais charmosos festivais de música do nosso “Praticamente comecei aqui. Entre idas e vindas, hoje
país, o Planeta Atlântida, realizado em Florianópolis, são quase três décadas, sendo metade desse período
Santa Catarina, e Atlântida, no Rio Grande do Sul, destinado ao desenvolvimento de projetos de iluminação
ilustrou a capa da edição passada da AM&T, tendo o para grandes eventos realizados pela locadora, dentre
áudio como tema principal da matéria. No entanto, eles o famoso Natal Luz Gramado, um dos mais respei-
agora é hora de falar da iluminação do evento, que, tados eventos natalinos do mundo”, contou, na ocasião.
como já sabemos, teve equipamentos fornecidos
pela Veritas Produção Técnica, de Sérgio Korsakoff. Gastão, que também assinou o projeto do Axé Brasil,
outro importante evento de música, realizado em Belo
O projeto de luz do Palco Central, principal espaço Horizonte, Minas Gerais, nos detalhou ainda como criou
do festival, foi desenvolvido pelo lighting designer o rider do Planeta – que dessa vez passou longe do
Rodolfo de Paula, conhecido no meio como Gastão. óbvio e ganhou ares de cenário – e como se compor-
Ele, que tem mais de 30 anos de profissão, tendo taram, tecnicamente falando, alguns dos iluminadores
trabalhado durante este tempo com artistas como que passaram pelo festival, basicamente iluminado com
Marina Lima, Sula Miranda e Roberta Miranda, inte- aparelhos fabricados pela Star Iluminação, de Eduardo
gra há 25 anos o staff da locadora. e Harley Orenes, e pela internacional PR Lighting.
Rodrigo Sabatinelli
Rodrigo Sabatinelli
Ca pa
RIDER “COM CARA” DE CENOGRAFIA tante demarcar bem a área em seu entorno [do painel]. E,
para isso, os movings caíram como uma luva. Como se não
No teto, foram dispostos cinco elementos circulares. Forma- bastasse, serviram também de contraluz para algumas ce-
dos por estruturas Q30, eles sustentavam, cada, oito mo- nas dos artistas”, disse.
ving lights, sendo quatro Spot S330 e quatro Beam S330,
da Star, além de dois estrobos Atomic, da Martin. A ideia de Nas laterais, no interior da caixa cênica, foram dispostos, por
utilizar as estruturas circulares foi, segundo Gastão, a ma- lado, três “biombos”, nomes dados pelo próprio Gastão às
neira de o projeto ter também um estruturas formadas por trusses Q30
caráter cenográfico, afinal de con- que serviam de arremate das coxias.
Rodrigo Sabatinelli
tas, nos anos anteriores, esses dois Cada um desses biombos contava
universos existiam, no entanto, não com três moving lights Beam 230W
eram completamente integrados. LCD, da Star, e um estrobo Atomic,
da Martin, todos em suas bordas, en-
“Dessa forma, com as estruturas fa- quanto que, dentro de suas estrutu-
zendo o papel de cenário, o projeto ras, havia 12 tiras de Pixel LED de 4
ficou mais dinâmico e interessante. m. “Essas tiras, de baixa resolução”,
A configuração desses círculos variou contou o iluminador, “recebiam ima-
pouco de uma edição para a outra. gens gráficas que eram usadas como
Em Atlântida, substituímos alguns efeito. E, em outras estruturas late-
aparelhos por outros, mas nada que rais, instaladas ao teto, também ha-
modificasse o caráter e o conceito do via 12 XL 700 Spot, da PR Lighting”.
mapa”, disse o lighting designer.
Na testeira do palco, fazendo seu
Ao fundo do palco, foram dispostas contorno, foram usados seis grupos
16 unidades dos moving lights Spot de lâmpadas PAR, contendo, cada
S330, da Star, e oito unidades do XL um, seis unidades, além de oito gru-
300 Beam, da PR Lighting, além de pos contendo, cada, duas PAR LED.
12 estrobos Atomic, da Martin. Os Na área externa da caixa cênica,
aparelhos, de acordo com Gastão, mais precisamente nas estruturas
serviram de moldura para o grande laterais do palco, onde foram ins-
painel de LED, de 8 m x 6 m, utili- taladas as torres de PA e mais dois
zado pelos artistas para exibir seus
Nas laterais do palco, moving lights e painéis de LED, de 8 m x 4 m, fo-
conteúdos pré-produzidos e/ou ima-
biombos cobriam as coxias. No alto, às ram distribuídos, por lado, 14 mini
gens captadas ao vivo. “Era impor-
esquerda, estrutura circular criada por bruttes, divididos entre modelos de
Gastão para o teto do palco usada na
66 | áudio música e tecnologia versão Florianópolis do festival.
áudio música e tecnologia | 67
Rodrigo Sabatinelli
Ca pa
Divulgação
Divulgação
Da esquerda para a direita, os lighting designers Gastão, Danilo Monze (Skank) e Ivan Moura (Jorge & Matheus)
Divulgação
iluminado pelo mesmo iluminador, seu ami-
go Thomas Hiwatt. Com sua entrada no co-
mando da luz da banda, o que mudou em
termos de conceito e proposta visual?
LED e, claro, mini bruttes. E foi pensando nessa necessidade que Gastão
desenhou o mapa do Planeta.
Ferro na boneca
Divulgação
Guitarra baiana sai do trio elétrico diretamente para a telona
Ícone do carnaval da Bahia, a guitarra baiana foi criada no iní- venção do Carnaval Popular na Bahia, cujo nome já diz tudo.
cio dos anos 1940 por Dodô e Osmar, depois de a dupla as-
sistir a um show de Benedito Chaves, músico que na época
IMAGENS CAPTADAS
se apresentava com um violão acústico amplificado por meio
de um captador. O instrumento, na época chamado de pau
POR SONY E CANON
elétrico, foi originalmente construído com quatro cordas, como
Guitarra Baiana, a Voz do Carnaval, foi totalmente registra-
um bandolim. No entanto, tempos depois, Armandinho, filho
do por dois modelos de câmeras: NEX-FS100, da Sony, e
de Osmar, em busca de mais peso no instrumento, acrescentou
5D Mark II, da Canon, ambas munidas por lentes Carl Zeiss
mais uma, deixando-o com cinco, afinadas em C–G–D–A–E.
fixas, de distâncias focais variadas: 28 mm, 50 mm e 85
mm. A escolha por superfícies tão distintas se deu em fun-
Essas e muitas outras histórias estão sendo reunidas em Gui-
ção da fotografia do documentário, na qual Daniel desejava
tarra Baiana, a Voz do Carnaval, documentário idealizado pelo trabalhar com imagens de características diferentes.
cineasta Daniel Talento, que está em fase de finalização para,
em breve, despontar nas telonas. Daniel é um dos “cabeças” “Ele [Petrus Pires, diretor de fotografia do documentário]
da Tia Maria Filmes, produtora de vídeos estabelecida no Rio alternava, a cada depoimento, a escolha das câmeras base
de Janeiro que, segundo o próprio, “acredita num cinema de e de segunda unidade, sempre de olho na posição das luzes.
verdade, capaz de contar histórias sem qualquer tipo de ape- Como a imagem da 5D é mais contrastada que a da FS100,
lação. Um cinema que enaltece a cultura brasileira”, algo que, [ele a] usava em situações nas quais a incidência de luz
ainda de acordo com ele, se reflete na proposta do filme. fosse maior, deixando a outra [Sony] para momentos em
que pudesse controlar melhor a iluminação”, disse o diretor
Em entrevista à nossa revista, o diretor contou detalhes so- do projeto. “A 50 mm era usada na câmera base, enquanto
bre como o projeto – rodado entre Salvador e Rio de Janeiro que a 85 mm ficava na segunda câmera, captando detalhes
– vem sendo conduzido e também revelou estar produzindo, do instrumento quando tocado pelo entrevistado, e a 28
ao lado de seus sócios, o longa de ficção Dodô e Osmar, a In- mm era usada para distorcer alguns takes”, completou ele.
Divulgação
Na sequência, em dois momentos distintos, as câmeras Canon e
Sony, sendo usadas pelo diretor de fotografia do filme, Petrus Pires
FOTOGRAFIA COM
Divulgação
KINO E BUTTERFLY
Para fazer a fotografia do filme, Petrus utilizou basicamente
um par de luzes Kino Flo e um butterfly. O uso dos acessó-
rios foi determinado de acordo com os ambientes: o primeiro
foi lançado nos registros de depoimentos em locais internos,
enquanto que o segundo foi usado nas locações externas.
Em ambos os casos, o fator praticidade também foi conside-
rado, afinal de contas, todos os entrevistados do projeto não
tinham muito tempo disponível para as sessões.
Divulgação
perder muito tempo. Por conta disso, os Kino se tornaram
ideais. No depoimento de Aroldo Macedo, por exemplo, que
foi registrado em um estúdio com pouca luz própria, ele
usou um Kino de frente, recortando bem o entrevistado, e
outro, somente com duas lâmpadas acesas, no contraluz,
pegando ainda os instrumentos de fundo”, explicou.
mixar o trecho no estilo ‘play for change’ de Brasileirinho, no re. De acordo com ele, “além de ser o mais usado na atua-
qual foram reunidos diversos takes, registrados em locações lidade, passou por reformulações importantes em seus re-
diversas, com níveis de captação que variavam de -30 dB a cursos MIDI. Alguns produtores trilham no Logic e finalizam
-3 dB. Porém, o resultado foi recompensador”, completou ele. nele [o Pro Tools], mas, para mim, não faz sentido algum
ficar trocando de software durante o trabalho se é possível
Usuário do Pro Tools, Bob justificou sua opção pelo softwa- realizá-lo em um único [programa]”, encerrou.
As ambições do diretor
Daniel Talento fala sobre os processos criativo e burocrático do filme
Luz & Cena: Daniel, você é baiano. Daí a fixação que acabaram nos contando histórias incríveis sobre esse
pela guitarra baiana e, por sua vez, a ideia de fazer instrumento, genuinamente brasileiro.
o filme sobre o instrumento?
Que histórias são essas?
Daniel Talento: Eu sempre tive uma paixão pela guitarra
baiana. Gostava muito de ouvir seu timbre nos carnavais Muitas. A guitarra baiana foi criada, nos anos 1940, por
da Bahia. Certa vez, quando falava dela [do instrumento] Dodô e Osmar, que, juntos, inventaram uma forma bem
para dois amigos – a Carolina Migoya, que, ao meu lado, peculiar de tocá-la. Na verdade, mais do que inventores,
assina o roteiro do filme, e Petrus Pires, também fotó- eles foram responsáveis por criar uma escola de guitar-
grafo do filme –, veio a ideia de fazer um documentário ristas, tendo Armandinho Macedo como seu primeiro e
contando sua história. grande aluno. No filme, há trecho do depoimento de Ha-
roldo Macedo que diz: “é o guitarrista que faz o instru-
E pensar em guitarra baiana significava pensar em mento. O que seria do ‘guitarrão’ sem o Hendrix, o Eddie
Dodô e Osmar, seus criadores, e Armandinho, pos- Van Halen e o Stevie Vai?”.
sivelmente hoje o instrumentista cujo nome mais
se associa a ela? O filme vai ser veiculado na TV ou no cinema?
Sim, e [pensar] em Aroldo Macedo, Moraes Moreira, Ca- Até agora, não tivemos contato com distribuidoras, então es-
etano Veloso, Luiz Caldas, Missinho, Jackson Dantas, Lito tamos negociando a veiculação com algumas emissoras, pois
Nascimento, Elifas Santana, Maestro Spok, Maestro Fred nossa ideia é que o máximo de pessoas conheça a belíssima
Dantas, Durval Lelys, Fred Menendez, Julio Caldas, Moro- história desse instrumento, que, na minha opinião, revolucio-
tó Slim, Perfilino Neto, Paulo Miguez... Ou seja, pessoas nou o mundo. Estamos encaminhando ainda o material para
alguns festivais independentes, e, depois dis-
so, faremos duas cópias para salas de cinema.
Divulgação
SUFOCO
Judy conta que passou por dois sufocos e diz que tem
a maior vergonha de confessar. Um foi no show do
Caetano Veloso, no Palace. Ela adormeceu em casa
e passou da hora. Foi acordada com o telefonema da
produtora Celinha Macedo dizendo “você ainda não
chegou? Caetano disse que não começa sem você”. Ela
saiu de casa com a roupa que estava e entrou no Pa-
lace pedindo perdão ao Caetano pelo atraso. Quando o
show começou, Caetano disse ao público: “olha gente,
o show atrasou porque ela (apontando para a cabine
de luz) chegou agora”. Judy ganhou a maior vaia. E a
outra foi num show no Campus da USP. Estava tudo
engarrafado. Não tinha jeito de andar, embora tivesse
saído com horas de antecedência. Daí, Judy fez parar o
carro no qual estava com os amigos, parou a primeira
moto, subiu na garupa e ainda pediu para o motociclis-
ta acelerar, numa época que não se usava capacete. A
cena final foi ela entrando no palco com moto e tudo.
O show era um festival de música. O Campus estava
lotado e era o show de Moraes Moreira.
HOJE
Judy, que fez a luz da corrida de São Silvestre na
época que a prova acontecia de noite, além de in-
contáveis shows no Brasil e no exterior, atualmente
faz luz para exposições de arte em museus e luz de
fachadas (iluminação arquitetural). Mantém seu tra-
balho no escritório de locação de equipamentos de
iluminação cênica desde a década de 1970.
NOVO
SISTEMA
DE LICENÇAS
AVID
Mais flexibilidade de acordo com sua demanda
Por alguns anos, produtoras, emissoras e profissio- vem sendo adotado por outras empresas e talvez
nais freelancer questionaram o custo das licenças a Adobe seja o caso de maior sucesso.
Avid, e, naturalmente, foram procurando alternati-
vas. O resultado foi um grande aumento no número O método se baseia num outro modelo de negócio,
de produções feitas com ferramentas como Final Cut baseado em mensalidades, em vez de uma compra
Pro (Apple) e Premiere (Adobe). única por período ilimitado, e este sistema tem fun-
cionado muito bem por um motivo muito simples:
Porém, nos últimos anos a Avid tem tentado cor- software não “dura” pra sempre. Conforme novas
rer atrás do prejuízo oferecendo descontos para versões vão sendo implementadas, as versões mais
usuários que possuem licença do Final Cut Pro antigas deixam de ser aceitas nos computadores e
e também uma drástica re-
dução de preço. Hoje, o Avid
Media Composer custa quase
a metade do que custava há
dois anos.
LICENÇAS NA
NUVEM
Este tipo de licenciamento Fig. 1 – Interplay Sphere
E QUAIS SÃOS OS
PRODUTOS?
O sistema de licenciamento é um
pouco complicado de entender à
primeira vista, mas vamos tentar
pontuar de forma muito direta
cada uma das opções.
Media Composer |
Cloud
CONCLUSÃO
Contar com mais opções sempre é melhor, e
o sistema de assinatura mensal é bem-vindo
para vários tipos de profissionais, mas acho que
o maior ponto positivo nesta nova abordagem
é simplesmente o fato da Avid estar se mobi-
lizando para atender à demanda do mercado.
SOBRE O
FINAL CUT
PRO X –
VERSÃO 10.1
Expand Audio e Detach Audio
que às vezes precisamos que o áudio de
um determinado clipe comece um pouco
antes do ponto do mesmo clipe, iniciando,
então, em cima do clipe anterior. Com isso,
podemos fazer com que o corte fique mais
interessante, e você perceberá que, mes-
mo com corte seco, o corte não aparece.
Esta técnica é muito utilizada em docu-
Neste tutorial vamos aprender a trabalhar com a mentários, matérias de TV e muito mais. Com o
ferramenta Expand Audio, importante na monta- locutor em off. Veja, é muito simples.
gem de seu material, principalmente quando fala-
mos em trabalho na Primary Story. Você verá que Após montar uma pequena edição, selecione o clipe
a ferramenta serve para que você manipule, com que irá modificar e então dê dois cliques em cima
precisão, o áudio separado do vídeo, e isso pode do áudio. Quando você fizer isso, note que o áudio
ser feito de forma que o áudio se antecipe a uma se separa do vídeo. Agora é possível você arrastar
outra imagem ou que recue um trecho clicando em uma das pontas e arrastar o clipe para
do vídeo para outra imagem.
Com essas explicações, você poderá melhorar a forma com que tra-
balha com áudio na timeline.
Até o mês que vem, com mais um caderno Luz & Cena! áudio música e tecnologia | 89
DESAFiANDO A LÓGiCA | André Paixão
Figura 1 – Visão geral do ES1 Figura 2 – Diferença nos slides: estágios de “short”
a “long”, com exceção do Sustain (“0” a “full”)
O ENVELOPE DE MODULAÇÃO
Dica do mês
André Paixão é produtor de trilhas sonoras para cinema, teatro, TV e publicidade. Seu estúdio Suprasonica é sua segunda casa,
onde passa grande parte de seu tempo compondo, editando e mixando. Fez parte de bandas como Autoramas, Matanza e Acabou
La Tequila e atualmente dedica-se a projetos autorais, como a banda Lafayette e os Tremendões, além de assinar direção musical e
canções da peça infantojuvenil O Médico Que Tinha Letra Bonita. Apaixonou-se pelo Logic em 2010 e nunca mais o largou. Contato:
andre@suprasonica.com.br.
PLUG-INS UAD-2
e
PRO TOOLS 11
Demorou, mas rolou
Aquele provérbio infinitamente adaptado sobre al- meu editor amigo me permite uma propaganda.
guma coisa que tarda, mas não falha, é verídico em
algumas de suas variantes: saldo negativo é certe- Aliás, falando disso, meu livro é perfeitamente fun-
za; precisar de óculos para perto também (multi- cional para o Pro Tools 11, pois o workflow estilo Pro
focais, no meu caso); falha na bateria do carro na Tools não mudou quase nada nessas últimas edições
hora de ir para o trabalho é certeira; carteira vazia, e as mudanças drásticas ficaram a cargo apenas da
amanhã. O TEC Award de 2013 para o Pro Tools 11. arquitetura de processamento. Alguns outros deta-
lhes importantes abordo no capítulo especial sobre
Agora, a justiça desse país, que vigora ocasional- o Pro Tools 11, portanto você está coberto desde o
mente como opção nesse provérbio, eu já não te- Pro Tools 8 até o atual e, muito provavelmente, em
nho muita animação de chancelar. Ajuda de Deus é algum dos próximos. Como não há hiperlinks ativos
certa! Todos esperam... em revistas de papel couché e como ainda não há
edições da AM&T em grafeno, por favor visite a loja
Cá na Terra, em nosso mundo obsessivo-tecnológi- da Musitec (https://www.musitec.com.br/loja/pro-
co-musical-nerd, sabemos que recentemente a Uni- duto.asp?cod=1171) para comprar o seu exemplar.
versal Audio lançou a sua plataforma de plug-ins no Se você quiser um autografado, visite meu blog. Se
novo protocolo AAX de 64 bits, compatibilizando-os você está lendo a versão digital, sorte sua, já sabe
com o igualmente novo Pro Tools 11. Isso significa o que fazer. Plim, plim!
que, a partir de então, os usuários de produtos Uni-
versal Audio, como a Apollo, Apollo 16 e a caçulinha A Universal Audio tecnicamente chamou seu update
Apollo Twin, além dos DSPs disponíveis em separado para o protocolo AAX de 64 bits de versão 7.4.1,
das interfaces, podem instalar tranquilamente o Pro mas,infelizmente, aquele provérbio adaptado ain-
Tools 11 em suas máquinas para trabalhar ou se di- da não se cumpriu em sua plenitude, pois apenas
vertirem com seus plug-ins UAD-2, no Mac. os usuários do sistema Apple foram contemplados.
Pelo menos o update é grátis. Só faltava não ser.
Eu mesmo já tive que usar o Pro Tools 10 para fazer O pessoal do Windows ainda precisa de mais paci-
algumas coisas (nada relacionado a pirataria, diga- ência, coisa com a qual estão acostumados, se me
-se de passagem) e o 11 para outras, para não fazer permitem a colocação jocosa.
um bounce online de duas horas, por exemplo, mas
algumas coisas me prendiam ao Pro Tools 10, não Uma coisa interessante é a seguinte: se o protocolo
posso negar. Enfim, com a saída desse novo pro- dos plug-ins AAX de 64 bits da UA funciona agora
tocolo, minha estação pode tranquilamente migrar no PT, significa que dá para fazer o bounce offline
para o 11 e o 10 ficou definitivamente no passado, com eles. Aha! Mas há um detalhe: será que o pro-
enraizado em detalhes dentro de um livro intitulado cessamento direcionado aos DSPs da UA, quando
Como Fazer Música com o Pro Tools - 2ª Edição, se revertidos ao processamento off-line, não fica mais
TABELA DE COMPARAÇÃO
Música com 24 pistas e 3:35 de duração
DSP PGM MEM FWB Bounce Obs.
offline
84% 78% 16% 65% 0.5x Mais lento
Muitos que o
plug-ins bounce
UAD-2 online
21% 34% 4% 65% 1.3x Um pouco
Poucos mais rá-
plug-ins pido que
UAD-2 o bounce
online
Daniel Raizer é especialista de produtos sênior da Quanta Brasil, coordenador técnico da Quanta Educacional, músico, autor do livro
Como fazer música com o Pro Tools (lançado pela editora Música & Tecnologia e já em sua segunda edição) e autor do blog pessoal
www.danielraizer.blogspot.com.br.
OTIMIZANDO
(Parte 3)
SUA MIXAGEM
Após prepararmos nossa sessão de mixagem para usados, e menor a qualidade. Segundo, existe um
um trabalho mais eficiente, o que fizemos nos nos- valor máximo para cada amostra, o chamado FS
sos dois últimos encontros na AM&T, vamos agora (full scale), ou seja, uma vez que se atinja o va-
começar a mixagem propriamente dita. lor máximo de amplitude, qualquer tentativa de
se aumentar mais ainda implicará em distorção,
VOLUMES que, no caso, não é nada sutil.
O aspecto mais complicado e mais difícil de se Resumindo essas duas características, temos
controlar em uma mixagem digital é o volume. que trabalhar, na maior parte do tempo, com o
Isto decorre de duas características muito impor- volume o mais alto possível, porém sem nunca
tantes. Primeiro, em áudio digital, quanto mais atingir ou ultrapassar o máximo, sob risco de se
alto estiver o volume, melhor a qualidade. Isto gerar distorção. Isso nos exige muita cautela, e
porque ela está diretamente relacionada ao nú- para que se consiga trabalhar com tranquilidade,
mero de bits usados para representar cada amos- é conveniente nos cercarmos de mecanismos de
tra. Quanto mais baixo o sinal, menos bits são segurança, conforme veremos a seguir.
Wiki Images
Na hora de começar por algum canal, a
maioria dos profissionais opta pelo bumbo
de, é o próprio software já estabelecendo um hea- que a gente já pode dar uma certa aumentada no
droom. Fazendo isso, o usuário fica mais propenso a volume geral, tornando a audição um pouco mais
deixar o fader em torno do zero e automaticamente próxima do produto final masterizado.
tenderá a se proteger da saturação. É preciso não
confundir as coisas. O fader vai até +12, mas o áu- O problema é sabermos dosar o limiter. Se ele estiver
dio só vai até 0 dB. atuando muito na música acabaremos tirando dinâmica
e prejudicando a masterização. O ideal é que o limiter
Como segurança adicional, procuro não usar valores dê um certo conforto na audição, e para isso bastam
positivos no fader. Na prática, isso não muda muita uns 2,5 dB de atuação. Na dúvida, é melhor usá-lo so-
coisa, e desde que os áudios não saturem, tanto faz mente para impedir a saturação, sem dar ganho.
se os faders estiverem lá no topo ou não. Porém,
manter este headroom de faders acaba nos resguar- Independentemente dos ajustes, é fundamental que
dando mais ainda por permitir que lá na frente, du- uma vez se optando por ter um limiter no master, o
rante a mixagem, ainda tenhamos uma “reserva” de coloquemos ligado desde o princípio da mixagem,
volume que pode ser necessária. de forma que todas as nossas decisões auditivas le-
vem em conta sua presença. Deixar para insertar o
A QUESTÃO DO LIMITER NO MASTER FADER limiter no master fader no final da mixagem tende a
gerar mais problemas, e não resolvê-los.
Muita gente, inclusive eu mesmo, gosta de trabalhar
com um limiter insertado no master fader. Isso tem É PERMITIDO MUDAR DE IDEIA
duas vantagens interessantes. Primeiro, podemos
colocar o limite em um ponto um pouco abaixo do 0 Uma enorme vantagem da mixagem em estúdio
dB (máximo) – digamos, 0,5 dB. Assim o áudio nun- em relação à de shows é que sempre podemos
ca vai saturar, e com esta pequena margem o LED parar e começar de novo. Imaginem se o técnico
vermelho não irá acender, evitando chamar nossa de PA pudesse, lá pela quinta música, gritar lá
atenção desnecessariamente. A outra vantagem é da mesa “beleza, pessoal! Acho que agora ficou
perfeito! Vamos recomeçar!”. Já no estúdio isso é mais prudente com o volume da mix, aumente um
perfeitamente possível e compreensível. Assim, pouco o volume da sala.
como dissemos que se pode escolher um valor
qualquer para o volume do primeiro canal, se no Existe também um caso muito comum em que a
meio da mixagem a gente vê que está ficando pessoa tende a ir aumentando o volume da sala à
tudo alto, podemos simplesmente voltar e refazer medida que vai ficando com os ouvidos cansados.
os volumes. O importante, porém, é que o volu- Essa prática deve ser evitada a todo custo. Pre-
me relativo entre os diferentes canais se man- serve seus ouvidos. A cada 50 minutos, pare por
tenha. Por exemplo, se a guitarra 1 estava 3 dB uns 10. O volume voltará ao normal sem precisar
acima da guitarra 2, provavelmente o melhor é mexer no controle.
manter essa diferença, mesmo que em valores
absolutos as coisas mudem. AUMENTANDO NO PLUG-IN
A PRIMEIRA LEVANTADA
AMBIÊNCIAS E REVERBS
Os reverbs são plug-ins que tipicamente consomem evitar deixar para colocar a voz muito tarde na mix.
mais poder de CPU que os outros, e colocá-los O ideal é que já neste ponto a gente teste como a
desde cedo na mixagem evitará que lá na frente se voz está soando em comparação com bateria e baixo.
descubra que o computador não consegue trabalhar
confortavelmente quando inserirmos estes efeitos. Agora podemos mutar a voz de novo e ir colocando
os instrumentos de base, ou seja, os que tocam
É sempre bom já prever também um canal para um na música toda ou na maior parte dela. Violões e
eventual delay/eco. E é normal que a gente tenha pianos, por exemplo. Quando eles estiverem com
os nossos reverbs e presets preferidos, não havendo volume e timbre adequados, aproveitamos para
problema em começar por eles, guardando a possi- religar a voz e ver como está o comportamento da
bilidade de rever mais na frente. mix. Se por um lado bateria e baixo são a base, a
voz é o topo, e é entre estes dois limites imaginá-
A ORDEM rios (não de volume, mas filosóficos) que vamos
situar os instrumentos de base.
Agora que temos uma ideia de como a música está
soando e de como deverá soar no final, podemos co- A seguir, vamos gradativamente colocando os ca-
meçar a fazer a coisa de uma maneira mais formal. nais de detalhes, cuidando para que a música se
Iremos agora nos preocupar não só com volumes e mantenha interessante ao ouvinte. Lembre que a
pans, mas também com os timbres e equalizações. mixagem conta uma história, assim como melodia,
Imaginando música pop/rock e similares, uma boa ritmo, letra e arranjo.
ordem para se trabalhar é começar pela bateria e
baixo. Como já dissemos, eles são a fundação da mi- Em nosso próximo encontro veremos dicas de como
xagem. Se não soarem bem juntos, toda a mix deixa atuar nas frequências com os equalizadores e na di-
de funcionar. E nunca é demais enfatizar que deve-se nâmica com os compressores.
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Se sua mix está com tudo muito alto, é provável que você esteja
monitorando com o volume da sala baixo demais. E vice-versa.
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora Música &
Tecnologia. É responsável pelos produtos da gravadora Canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor
musical. Visite www.facebook.com/GuiaDeMixagem, um espaço para comentários e discussões a respeito de mixagens, áudio e
música. Comente este artigo em www.facebook.com/GuiaDeMixagem.
SONAR X3
PRODUCER
Mais sobre o lançamento
Dando continuidade às novidades do Sonar X3, ve- Um recurso providencial é a criação de acorde a
remos agora o corretor de afinação Melodyne, o con- partir de uma simples nota utilizando-se o copy e
versor de áudio para MIDI e o publicador de vídeos paste (copiar e colar). O Melodyne permite tam-
no YouTube. Vale lembrar que o último update for- bém converter melodias gravadas em áudio para
necido pela Cakewalk é o Sonar X3e, que provém eventos (notas) de MIDI. Desta forma, é possível
diversas correções relacionadas a pequenos proble- dobrar o material sonoro de áudio, com instru-
mas de funcionamento das versões anteriores. mentos MIDI virtuais ou físicos. Por outro lado, é
também possível utilizar a gravação de uma peça
de bateria e modificar seu som drasticamente uti-
PITCH CORRECTION lizando uma peça de bateria virtual.
As imperfeições de afinação
podem ser corrigidas manual
ou automaticamente (como no
V-Vocal, da Roland). Além dis-
so, é possível corrigir os erros
rítmicos de execução, ou seja,
as notas podem ser desloca-
das para antes ou depois do
local onde foram executadas.
A duração da nota também
pode ser modificada.
YOUTUBE PUBLISHER
Para publicar um vídeo com áudio no YouTube a par- Boas gravações e sequenciamentos.
Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro Fazendo Música no Computador. Fundou, em 2003, a escola de música e tecnologia CTMLA –
Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br), que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.
Transientes
Todas as áreas têm suas modas e tendências, e na outros, e o mesmo com condensadores.
produção de música a coisa não é diferente. Tive-
mos a moda dos porta-studios cassette. Esta os De volta aos prés, muitas vezes um pré mais famoso
leitores mais jovens não devem ter conhecido... Ti- não vai te dar o transiente rápido que você precisa
vemos a moda dos MIDI-studios com seus vários para um determinado timbre, em uma determinada
módulos (ou cérebros) de synths! Tivemos a moda base. Sim, o som de um instrumento tem que soar
dos pré-amps externos (que perdura por bons moti- bem na base em que ele vai existir. Existem pré-amps
vos). Tivemos a moda dos plug-ins (que, obviamen- mais rápidos e mais lentos, e o bom engenheiro sabe
te, perdura também) e a moda dos compressores. escolher o pré-amp certo para o som cuja base tem
Esta última é cada vez mais explorada, falada, com- determinado arranjo, estilo, momento etc.
primida, achatada e distorcida, muitas vezes com
muita personalidade e musicalidade. Sendo assim, Vamos dizer que, quanto mais moderno o equipa-
se fala cada vez mais em comprimir o áudio, um mento, mais rápidos foram ficando os transientes.
canal, um subgrupo, ou a mix inteira. Mas... existe Foram sendo desenvolvidos componentes capazes
um outro atributo do áudio que fica praticamente de captar e processar áudio com muita rapidez (de
sempre esquecido, de lado: o transiente. transientes). Mas não só os componentes: também
o meio de gravação. A gravação digital grava e re-
O transiente é aquele iniciozinho muito, muito rápido produz áudio com muito mais velocidade de tran-
do som. Aquele momento do início da onda. Aquele sientes do que a fita analógica. E com a falta da fa-
tempo que demora pra onda se formar, do silêncio ao mosa “compressão de fita”, somada à facilidade de
seu pico. Falando assim, parece muito teórico. Mas ter milhares de compressores abertos em uma ses-
o transiente é muito mais do que eu vou conseguir são de mix (que antigamente só era possível para
explicar nessa página. quem mixava em estúdios milionários e lotados de
equipamentos), as mixes hoje são enfestadas de
Mesmo antes de falarmos de compressores ou pro- compressores e com os transientes sofridos.
cessadores, plug-ins ou reais, cada som tem seu
transiente natural. Ou seja, uma caixa de bateria E, como disse ao longo do texto, nem sempre a fal-
tem um transiente muito mais rápido do que, di- ta de transientes é decorrente somente do uso dos
gamos, um violino. O próprio piano pode ter tran- compressores. Pode ser pela posição e/ou escolha do
sientes diferentes, dependendo do instrumento, microfone, ou até mesmo pela natureza do som. O
de como é tocado e de como é captado. Por falar fato é que existem plug-ins que modelam estes tran-
em captação, fala-se tanto em pré-amps, mas não sientes, e eles são muito, mas muito menos falados
tanto em microfones, quando estes, os microfones, do que os compressores. Se eles tiverem um pouqui-
são grandes responsáveis por como os transientes nho mais de atenção, vocês se surpreenderão, pois a
são captados em uma gravação. Obviamente, um modelagem sutil desses transientes pode causar um
microfone condensador é bem mais sensível aos impacto auditivo enorme em suas músicas.
transientes do que um dinâmico. Mas, ainda assim,
existem microfones dinâmicos mais rápidos do que Até mês que vem.
Enrico De Paoli é engenheiro de música. Suas produções, masters e mixes premiados com Grammys podem ser conhecidos e con-
tratados através de seu website www.EnricoDePaoli.com. Lá você também pode saber mais sobre os treinamentos Mix Secrets.