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AUDIOARENA
O inovador projeto do estúdio que funciona sob as
arquibancadas de um dos maiores estádios do Brasil
HOME STUDIO
Diferentes tipos, vantagens e
desvantagens das conexões digitais
SONAR PLATINUM
Primeiros passos na nova
versão do programa
TESTES
MIXAGEM INTERFACE DE
AO VIVO o ÁUDIO BEHRINGER
ã
Equalizaeçm
(até s ores)
equalizad
FIREPOWER FCA610
Pequena no tamanho, grande nos recursos
A luz de Seu Jorge: Os detalhes do show que rodará o Brasil em 2015
A
CEN
Media Composer: Nova versão permite edição em até 4K áudio música e tecnologia | 1
2 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 3
iSSN 1414-2821
EDiTORiAL
Áudio Música & Tecnologia
Ano XXVi – Nº 281/fevereiro de 2015
Fundador: Sólon do Valle
No caderno Luz & Cena a capa vai para o novo show de Seu Jorge, que Website: www.musitec.com.br
daqui a pouco começa sua superturnê nacional. O show de Bruno & Mar-
rone, repleto de tecnologia, também é destaque na L&C, que ainda fala Distribuição exclusiva para todo o Brasil
de produtos, mostra notícias e conta com as sempre valiosas colunas pela Dinap S/A – Distribuidora Nacional de
Media Composer, Iluminando e Final Cut. Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, nº
1678, CEP 06045-390 – São Paulo – SP”
Agora é com você! Boa leitura!
Não é permitida a reprodução total ou
parcial das matérias publicadas nesta revista.
54 Mixagem
Plug-ins pra levar pra uma ilha deserta
(Parte 2) – Compressores
14 Plug-ins – Ruído? Não, obrigado! (Parte 1)
Conheça mais sobre plug-ins de redução
Fábio Henriques
de ruído da Waves
Cristiano Moura 62 Produção Fonográfica
Gravando um grande mestre do violão: Uma coletânea
de obras inéditas de Geraldo Ribeiro
20 Notícias do Front
Equalizadores e equalização (Parte 1) – Considerações
José Carlos Pires Jr.
Lucas Ramos
96 Lugar da Verdade
Cópias x réplicas: As perdas de gerações
30 Teste
Interface de áudio Behringer Firepower FCA610
Enrico De Paoli
78
show
Aqui e Agora – Bruno & Marrone caem na
estrada com show tecnológico
74
por Rodrigo Sabatinelli
82
media composer
capa Nova versão permite edição nativa em até 4K
Feliz Ano Novo – Seu Jorge e oferece suporte a novos formatos
mostra prévia de megaturnê por Cristiano Moura
que vai rodar o país em 2015
86
por Rodrigo Sabatinelli
NOTÍCIAS DE MERCADO
Divulgação
que a empresa é a nova representante para o Brasil das mar-
cas australianas Røde Microfones e Event Electronics. Segundo
o informe divulgado, os produtos das duas marcas estariam
disponíveis para a comercialização ainda em janeiro e o obje-
tivo da Oxedio é trabalhar para que ambas estejam no maior
número possível de pontos de venda em todo o Brasil. A Oxedio
garante que os lojistas perceberão grandes mudanças com re-
lação à comercialização tanto de produtos Røde quanto Event.
Para que todos possam conhecer melhor os produtos, a Pride lançou um site brasileiro da marca (www.rean-brasil.com.br), que
segue o mesmo padrão visual do site internacional. Além da fidelidade no visual, o novo site é bem objetivo, a navegação é intuitiva
e rapidamente se encontra o produto desejado. Os itens estão agrupados por linhas, e com apenas dois cliques se chega até eles.
Divulgação
www.jblselenium.com.br
www.harmandobrasil.com.br
res classe D com SMPS digitalmente controlado. A tecnologia inovadora usada nesses
amps oferece uma definição de som superior em qualquer frequência de áudio, dinâ-
mica muito elevada – também para sinais de nível baixo – e distorção bastante re-
duzida mesmo quando operando na potência máxima. De acordo com a fabricante, a
qualidade sonora pode ser comparada à obtida com sistemas analógicos de classe AB.
www.axiomproaudio.com
www.amercobrasil.com.br
A nova função sampler permite preparar efeitos sonoros ou samples de voz e usar estes em seu trabalho
de DJ ou em performance ao vivo. De acordo com as necessidades do usuário, é possível escolher
entre três métodos de reprodução – One Shot, Gate e Loop –, alterar a velocidade de reprodução
(modificação de afinação) e especificar a posição de início de reprodução (ponto cue). Além
disso, o gravador de samples permite capturar sons inseridos através de linha ou do micro-
fone interno. A unidade também pode ser usada como player de áudio, bastando, para
isso, salvar suas músicas favoritas em um cartão e usar o Mini Kaoss Pad 2S para aplicar
Divulgação
www.korg.com.br
www.pridemusic.com.br
áudio música e tecnologia | 13
NOVOS PRODUTOS
Bivolts, elas possuem bluetooth, entrada USB e SD card e vêm com rodinhas traseiras para facilitar o
transporte. Entre outras características do produto que valem ser citadas está o fato de que as caixas
são equipadas com MP3 player, possuem display em LCD, funcionam por controle remto e contam com
equalizados de duas bandas (graves e agudos).
Divulgação
www.lexsen.com.br
www.proshows.com.br
www.tiaflex.com.br
COMPARTiLHAMENTO DE MÚSiCAS:
TRUNFO DO JBL SYNCHROS E40BT
Com design moderno e potência de áudio, o JBL Synchros Brasil nas cores preta e branca, é o
E40BT oferece conforto para os ouvidos e conta com a função sistema ShareMe, responsável pelo
Pure Konnexx de cancelamento de eco, permitindo chamadas compartilhamento de músicas en-
telefônicas em mãos-livres com excelente qualidade de som. tre headphones do mesmo modelo.
A conexão Bluetooth exclui a necessidade de fios, porém, Para isso, basta parear o fone ao
na ausência da bateria recarregável com 16 horas de du- dispositivo que gera o áudio e pos-
teriormente ao outro fone. Ambos
ração, o fio pode ser utilizado normalmente. O controle
Divulgação
www.jblselenium.com.br
No entanto, a maior novidade do E40BT, disponível no www.harmandobrasil.com.br
Ruído? Não,
obrigado! (Parte 1)
Conheça mais sobre plug-ins de redução de ruído da Waves
Redução de ruídos... A Waves dominou por um bom tem- O Noise Gate é um processador que atua baseado em ga-
po este segmento e, sem dúvida, foi um dos motivos nho, e funciona reduzindo e/ou eliminando todo o sinal a
pelos quais se tornou peça essencial nos estúdios. partir de um certo ganho, esteja o sinal com ou sem ruído. O
termo “gate” em inglês significa “portão”, e podemos pensar
Antes de escolher o processador é importante enten- exatamente desta forma. É um “portão” que se fecha e evita
der a diversidade de ruídos que podemos ter numa que o sinal passe a partir de um certo nível (fig. 1).
gravação, pois o mesmo plug-in que pode reduzir ru-
ído do ar-condicionado, por exemplo, não é o mesmo Resumindo, serve para eliminar o sinal por completo (por
para amenizar distorções. exemplo, eliminaria vazamentos de bateria no canal do
tom sempre que o mesmo não estiver sendo executado),
Outro importante ponto que precisamos ter em mente mas não serve para separar, extrair e reduzir o ruído de um
é que não há nada para “eliminar” ruído. Em vez disso, ar condicionado enquanto uma pessoa faz uma locução.
apenas “amenizamos” o nível de ruído. O termo “redu-
tor” de ruído foi muito bem escolhido pela indústria, e é Para este segundo é que o Noise Reduction aparece. Ele
essencial aceitar e aprender a conviver com as limita- funciona baseado em amostras e análise. Ou seja, o usuário
ções de cada ferramenta. primeiro identifica ao processador qual ruído ele quer redu-
zir e o Noise Reduction se encarrega de amenizar este ruído
ESCLARECENDO - NOISE GATE sem degradar o sinal principal – no caso, a voz da locução.
VS. NOISE REDUCTION
CHIADO, AR-CONDICIONADO ENTRE
Os dois processores têm comportamentos bem dife- OUTROS RUÍDOS CONSTANTES
rentes, mas muitas vezes são confundidos por conta
do seu nome similar. Descontando o ruído conhecido como “hum” (que tem
um plug-in específico), pode-
a-volute.com
Sua utilização é bem simples. Primeiro, é necessário se- Outro indicativo são os gráficos. Ao lado do parâme-
lecionar uma pequena área de áudio contendo apenas tro “Reduction” temos um VU que apresenta a quan-
o ruído (fig. 3). Uma vez selecionada, pressionamos o tidade de redução de ganho aplicada no momento.
botão “learn” que significa “aprender” e iniciamos a re-
produção, e de fato, o X-Noise estará aprendendo qual o Também temos os gráficos em que a linha branca
ruído que o usuário pretende reduzir. você já sabe que representa a amostra do ruído. Já a
linha verde indica o nível do sinal de entrada (origi-
Uma vez que o perfil de ruído tenha sido capturado (re- nal) e a linha vermelha indica o sinal de saída. Tudo
presentado pela linha verde), o usuário pode escolher o depende do sinal em questão, mas, para dar um pon-
ponto inicial de atuação com o parâmetro Threshold e a to de partida, há de se tomar cuidado ao notar que a
quantidade de redução com o controle “Reduction”. redução foi acima de 6-10 dBs se comparado ao sinal
de entrada, pois o processador começa a perder efici-
Simplificando, o Threshold regula “quando”, e o Reduc- ência e a alterar o sinal principal.
tion ajusta “quanto”. Como dito anteriormente, apesar
de algoritmos bem complexos, para o usuário os contro- X-NOISE VS. Z-NOISE
les são do tipo “direto ao ponto”.
É muito comum usuários terem a coleção completa da
COMO SABER A HORA DE PARAR? Waves em suas máquinas e ficarem na dúvida entre o
X-Noise e o Z-Noise. A informação também pode ser
Experimentando os parâmetros, provavelmente será importante para usuários que estão na dúvida sobre
notado que depois de um certo valor de redução o qual dos dois comprar.
O X-Noise foi o primeiro a surgir e foi sucesso absoluto. com apenas ruído e coletar uma nova amostra para o
Entenda o Z-Noise (fig. 4) como uma versão mais re- X-Noise “aprender”.
cente e mais moderna do X-Noise.
Aliás, No Z-Noise, além do perfil “Learn”, que se baseia em
Há três pontos de destaque no Z-Noise. Primeiramente, “aprender”, existe também o perfil “Extract”, que funciona
desenvolvedores puderam trabalhar em cima de algo- como se fosse um detector automático. Pode ser útil se
ritmos mais complexos e precisos, pois as máquinas não houver um trecho de áudio puro com apenas o ruído.
de hoje podem aguentar um processamento bem maior
do que na época do lançamento do X-Noise. Ou seja, O terceiro ponto está no gráfico, que possui um equa-
teoricamente mais eficiente, porém bem mais pesado. lizador embutido. Este serve para ajudar a esculpir
ainda melhor o ruído a ser extraído e a conseguir um
O segundo ponto são seus modos de trabalho. Co- melhor resultado.
nhecido como “adaptive”, o Z-Noise tenta se ajustar
ao ruído em tempo real, ou seja, se o ruído mudar Voltado ao exemplo do motor, apesar de conter informa-
levemente, o Z-Noise é capaz de perceber e fazer os ções nas frequências baixas, médias e altas, é possível
ajustes necessários. Por exemplo, se o ruído for um que o ruído incomode mais nos graves do que nos agu-
motor e houver mudança na rotação deste motor, a dos, e neste momento o equalizador é muito bem-vindo.
frequência e o timbre serão alterados, mas a função
“adaptive” resolverá. Já com o X-Noise seria necessá- Encerramos aqui a primeira parte da série sobre reduto-
rio repetir o processo de procurar uma área de áudio res de ruído da Waves. Até a próxima! •
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os
treinamentos em mixagem na ProClass. Também é professor da UFRJ, onde ministra as disciplinas Edição de Trilha Sonora, Gravação e
Mixagem de Áudio e Elementos da Linguagem Musical. Email: cmoura@proclass.com.br
eQuaLiZadoReS
(PaRte 1)
e eQuaLiZaÇão
Considerações importantes para o seu trabalho diário
Equalizador EMI TG12412
Equalizadores foram desenhados para trabalhar diretamen- equalizadores é a maneira como nós ouvimos os sons.
te no volume de frequências escolhidas pelo engenheiro de É sabido que não ouvimos igual todas as frequências.
som. Diminuindo ou acrescentando volume das determina- Somos mais sensíveis às médias do que às baixas e
das frequências, consegue-se chegar a um resultado sono- altas frequências. Isto é algo ao qual nos acostumamos
ro desejado, mas estas alterações também podem afetar a desde o nosso nascimento.
relação de fase das frequências em questão.
uM PouCo de PRÁtiCa
Sendo assim, devemos levar em consideração que po-
demos estar consertando o sinal de áudio de um lado e Quando você for utilizar um equalizador, sempre che-
estragando de outro. Sempre é importante checarmos que a sonoridade do instrumento em questão dentro
como é a sonoridade do sinal em questão com e sem de um contexto geral, ou seja, você pode começar a
equalização, e a melhor maneira de se fazer isto é utili- equalização com o instrumento em solo, porém sempre
zando o Bypass do equipamento. é bom ouvir com todos os outros instrumentos tocando
ao mesmo tempo dentro da mixagem.
Podemos notar uma grande diferença de sonoridade en-
tre equalizadores (sem levar em consideração ruídos ou Normalmente utilizamos o equalizador mais para tirar
outros problemas técnicos). Isto acontece porque o de- do que colocar volume nas frequências. O nosso ouvido
senho do equipamento pode ser considerado mais “mu- é mais tolerante a cortes do que a acréscimos. Duran-
sical” ou mais “natural” do que outros. te a mixagem podemos chegar a uma sonoridade mais
agradável se no geral cortarmos mais frequências do
A melhor maneira de sabermos o valor de um equalizador que acrescentarmos.
é quando depois de fazer mudanças radicais no som do
sinal em questão o resultado sonoro não parece artificial A equalização, ou a falta dela, vai depender muito do es-
e nem que foi modificado, além, é claro, de não termos tilo musical com o qual você está trabalhando. Na música
problemas com ruídos ou perda no sinal. clássica, que é mais purista, normalmente não se usa ne-
nhuma equalização, enquanto que, no jazz, normalmente
Um outro aspecto importante quando falamos sobre filtros são usados apenas para “limpar” o som. Já na mú-
O equalizador foi desenvolvido pela indústria de telefo- utilizar o equipamento escolhido. Como veremos, as possi-
nia, que, nos seus primórdios, tinha muitos problemas bilidades de escolha são grandes e os problemas também.
com a inteligibilidade do sinal de áudio. Grandes dis-
tâncias tinham que ser percorridas, e como os equipa- Uma coisa interessante sobre equalizadores é que nem
mentos eram muito rudimentares, a qualidade sempre sempre precisamos usar um quando queremos fazer al-
ficava comprometida. gum tipo de “correção” sonora. Como veremos, existem
algumas formas de fazer esta “correção”, ou modifican-
Desde então, o equalizador é utilizado basicamente com do diretamente na fonte sonora ou na escolha do micro-
duas finalidades: a primeira continua sendo fazer modifica- fone e definição de seu posicionamento.
ções no sinal de áudio para melhorar a sua inteligibilidade,
e a outra forma de utilização tem como objetivo modificar eQuaLiZaNdo SeM eQuaLiZadoReS
o seu som original, criando, assim, novas sonoridades.
Pode parecer um pouco estranho, porém, como estamos fa-
Não importa para qual finalidade será utilizado o equaliza- lando sobre equalizadores, é bom que fique claro que nem
dor: primeiro temos que decidir com qual tipo de equaliza- sempre precisamos de um equalizador para se chegar a um
dor iremos trabalhar, e, mais importante ainda, saber como som desejado. Existem algumas técnicas bem
simples que podem nos fazer economizar
tempo e a utilização de um equalizador.
A boa inteligibilidade permite que nós tenhamos um perfeito Nós só conseguimos ouvir frequências começando a
entendimento do que está sendo reproduzido pelo sistema partir de 20 Hz (20 vibrações por segundo), porém o
de sonorização. A inteligibilidade perfeita é o que todos técni- nosso corpo pode “sentir” frequências mais baixas. As
cos procuram atingir – caso contrário, a plateia terá dificulda- frequências mais altas que ouvimos chegam a 20 mil
des em compreender o programa que está sendo executado. vibrações por segundo, 20.000 Hz, ou 20 kHz, de forma
abreviada, utilizando o k como abreviação de “mil”.
Nada mais problemático do que assistir a um show mu-
sical, uma palestra ou a um culto religioso sem com- Todos nós ouvimos ou deveríamos ouvir sons entre 20
preender o que está sendo reproduzido pelo sistema de Hz e 20 kHz. É claro que isto vai depender da nossa
sonorização. Entre outros problemas decorrentes disso, idade, de como cuidamos da nossa audição e de ou-
a plateia pode simplesmente perder o interesse pelo tros fatores fisiológicos sobre os quais não temos muito
que está acontecendo no palco. controle. O que é importante é que os profissionais de
áudio devem conhecer as frequências sonoras como a
Alguns fatores podem contribuir, e muito, para problemas palma das suas mãos.
referentes à inteligibilidade: uma fonte sonora ruim, uma
microfonação equivocada, uma acústica ruim, a falta de Isto significa que, ao ouvirmos um instrumento, uma
habilidade do técnico em trabalhar corretamente com os ressonância ou uma microfonia, devemos automatica-
equipamentos do sistema de sonorização etc. mente saber em qual região de frequência está atuando.
Renato Muñoz é formado em Comunicação Social e atua como instrutor do iATEC e técnico de gravação e PA. iniciou sua carreira
em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. E-mail: renatomunoz@musitec.com.br
Equipamentos para
um home studio
Conexões Digitais (Parte 1): Tipos de conexões
Na edição passada nós terminamos de falar sobre os ca- Porém, nem tudo são flores, e as conexões digitais depen-
bos e conexões analógicas. Então nada mais natural do dem de uma boa conversão de analógico para digital para
que seguir falando sobre as conexões digitais, para en- garantir um sinal de qualidade. E conversores de qualidade
tender as diferenças, vantagens e desvantagens. Também costumam ser caros. Assim, se você tiver um pré-amplifica-
vamos conhecer os diferentes tipos de conexões digitais dor mais barato com saídas digitais (além das analógicas),
encontradas nos equipamentos de áudio. a tendência é que o conversor não será de alta qualidade e
o sinal digital será inferior em qualidade ao sinal analógico.
ANALÓGICO VS. DIGITAL Nesse caso, seria melhor manter o sinal analógico até a en-
trada da sua interface de áudio, que costuma ter converso-
A primeira coisa a se indagar é “por que utilizar conexões res de melhor qualidade.
digitais em seu home studio?”. Qual a vantagem? Há duas
características das conexões digitais que se sobressaem: Mas as entradas digitais costumam ser utilizadas para am-
pliar o número de entradas e saídas de um sistema de gra-
1. A capacidade de transmitir múltiplos canais de áudio em vação. A maioria das interfaces de áudio, hoje em dia, pos-
um único cabo. suem entradas digitais além das analógicas, e com isso é
2. A fidelidade da transmissão, pois sinais digitais não so-
frem nenhuma perda.
S/PDIF
O padrão S/PDIF foi criado pela Sony em parceria
com a Phillips, e permite transmitir dois canais de áudio O padrão AES/EBU é capaz de transmitir dois
por cabo. Esse tipo de conexão é encontrada em muitos canais de áudio em um único cabo e é encontrado
equipamentos de consumidor (CD player, DVD player etc.), em diversos equipamentos de estúdio
mas também pode ser encontrada em equipamentos de
áudio profissional, geralmente com o intuito de ser utili-
zado para a ligação de tais equipamentos de consumidor.
AES/EBU
O padrão S/PDIF permite transmitir dois canais um
cabo com conectores RCA. Há também uma versão que O padrão AES/EBU foi criado pela AES (Associação de
utiliza um cabo de fibra ótica e conectores Toslink. Engenheiros de Áudio) em conjunto com a EBU (União
Madi
O padrão MADI também foi criado pela AES
para padronizar um formato multicanal de
transmissão de áudio digital profissional.
Esse tipo de conexão permite transmitir até
64 canais em um único cabo (até 48 kHz).
Há dois tipos de conexão MADI: um utiliza
um cabo de fibra ótica com um conector es-
pecial e o outro utiliza um cabo coaxial com
conectores BNC. Pelo alto número de canais transmiti-
dos por cabo, o padrão MADI tem consquistado muito
espaço no mercado, e hoje é comum ver esse tipo de
Pela praticidade de transmitir oito canais, o conexão em mesas e interfaces com um número elevado
formato ADAT Lightpipe se tornou o padrão para de entradas e saídas.
ligações digitais nos equipamentos de áudio
Até o nosso próximo encontro! •
Europeia de Radiodifusão) para padronizar um formato
de transmissão de áudio digital profissional. Esse tipo de
conexão é capaz de transmitir dois canais de áudio em
um único cabo, e é encontrado em diversos equipamentos
de estúdio – de interfaces de áudio a pré-amplificadores.
adat LigHtPiPe
O padrão ADAT Lightpipe foi criado pela empresa Alesis
(criadora do ADAT) como uma conexão digital para as
máquinas de ADAT, que gravavam oito canais em uma
fita digital. Esse tipo de conexão é capaz de transmitir
até oito canais de áudio em um único cabo (até 48 kHz). Há dois tipos de conexão MADI: um utiliza um
O cabo utilizado é de fibra ótica, com conectores Toslink cabo de fibra ótica com um conector especial e
nas pontas. Pela praticidade de transmitir oito canais em o outro um cabo coaxial com conectores BNC
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do iATEC. Formado em Engenharia de Áudio pela SAE (School
of Audio Engineering), dispõe de certificações oficiais como Pro Tools Certified Operator, Apple Logic Certified Trainer e Ableton Live Certified Trainer.
E-mail: lucas@musitec.com.br
Interface de áudio
Behringer Firepower FCA610
Pequena no tamanho, grande nos recursos
Seguindo com os testes de interfaces de áudio, nesta edi- Na caixa, você recebe a interface, manuais, um cabo USB,
ção vamos analisar a Behringer Firepower FCA610. Ela é um cabo Firewire 400 e uma fonte para alimentação exter-
a menor da linha Firepower, que também inclui o modelo na. Há também uma garantia de três anos, como oferece a
FCA1616. Ambas são compatíveis com Mac e PC, podem maioria dos produtos da Behringer.
ser ligadas via USB ou Firewire 400 e incluem o software
de áudio Traktion 4 e mais 150 plug-ins, que podem ser ENTRADAS E SAÍDAS
obtidos via download no site.
A interface dispõe de seis entradas e dez saídas. Há duas
VISÃO GERAL entradas na frente da interface com conectores combo
(XLR/P10) e equipadas com pré-amplificadores da linha
A interface é compacta (tem 24 x 16 x 4,5 cm) e cabe Midas (topo de linha da Behringer). Essas duas entradas
facilmente em uma mochila. Além de bastante portá- também dispõem de botões para acionar o phantom po-
til, ela pode ser alimentada pelo próprio cabo USB ou wer, PAD, e filtro passa-alta, além de um botão para de-
Firewire (sem a necessidade de fonte de alimentação signar a entrada para instrumentos de linha (como uma
externa). A construção é bem sólida, com chassis de guitarra). Há mais duas entradas de linha com conectores
metal, e os botões parecem ser bem fixados e rígidos. P10 na parte traseira, assim como uma entrada digital S/
Isso tudo é importante para as pessoas que tendem a PDIF (estéreo). Essa entrada digital pode ser usada com
mudar a interface de posição com frequência ou aqueles cabo ótico ou coaxial, e há um botão na frente da inter-
que trabalham com um estúdio móvel. face para selecionar uma das duas opções.
A ligação com o computador é feita através de um cabo USB Há oito saídas de linha na traseira, todas com conec-
ou Firewire 400, e a alimentação pode ser fornecida pelo tores P10. Há também uma saída digital S/PDIF que,
mesmo cabo ou uma fonte externa (fornecida). A interfa- assim como a entrada digital, pode ser usada com um
ce é compatível com os dois sistemas operacionais mais cabo ótico ou coaxial. Na frente da interface há um con-
populares, Windows e Macintosh. Há um driver ASIO para trole de volume e um botão que permite selecionar se o
Windows e um driver Core Audio para Macintosh. Com isso, controle atuará sobre as saídas 1 e 2 ou sobre todas as
pode ser utilizada com praticamente qualquer software de oito saídas analógica. Assim é possível monitorar até 7.1
áudio, incluindo Pro Tools, Logic Pro, Ableton Live, Cubase surround e controlar o volume com um único controle.
etc. A interface pode funcionar com taxa de amostragem Há também um controle que permite determinar se o si-
(sample rate) de até 96 kHz, e 16 ou 24 bits de resolução. nal enviado às saídas será o retorno do software (DAW)
ou o sinal vindo direto das entradas. Isso serve para para não gastar tantas entradas USB (que sempre fal-
minimizar problemas de latência na gravação. tam!). Há dois LEDs na frente para indicar a presença de
sinal MIDI na entrada (in) e na saída (out).
Há também duas saídas de fone de ouvido na frente da
interface, cada uma com controle de volume próprio. A SoNoRidade
segunda saída de fone pode ser designada para monito-
rar o sinal das saídas 1/2 ou 3/4 através de um botão. A qualidade sonora da interface impressiona pelo preço
Isso permite fazer duas mandadas de fone independen- do produto. Ao lado de uma interface Focusrite Saffire
tes, o que pode ser bastante útil. Há também um botão Pro 26 (que usei para comparação), os pré-amplificado-
que faz com que o sinal nas saídas de fone seja mono. res e conversores da FCA 610 não fizeram feio. O sinal
é claro e, no geral, bem definido. Dava pra ouvir um
Como referência visual, há LEDs na frente indicando a pequeno “chiado” quando o pré-amplificador estava no
presença de sinal para cada uma das entradas e saídas nível máximo, mas na maioria dos casos isso não seria
da interface. Não há medidores de nível, mas pelo me- necessário (em níveis mais baixos não havia ruído audí-
nos dá pra saber se há sinal chegando. Há também LEDs vel) .Para a maioria dos trabalhos caseiros está mais do
para indicar que a interface está ligada (power), que o que bom. Pelo preço, então, está ótimo.
cabo de ligação está ligado (USB/FW) e um último para
indicar se as entradas e saídas digitais funcionarão com Para ser chato, falta um pouco de definição nos médio agu-
os conectores óticos ou coaxiais (coax e opt). dos e os graves não são tão claros quando comparamos
com interfaces de primeira linha (que geralmente custam
Midi dez vezes o preço), mas aí já é covardia.
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do iATEC. Formado em Engenharia de Áudio pela SAE (School
of Audio Engineering), dispõe de certificações oficiais como Pro Tools Certified Operator, Apple Logic Certified Trainer e Ableton Live Certified Trainer.
E-mail: lucas@musitec.com.br
Gol
de Placa
estúdio audioarena: música e
futebol num mesmo ambiente
Divulgação
aPRoVeitaNdo
a eStRutuRa
O projeto de acústica do estú-
dio, desenhado por Duttweller,
conta com elementos da própria
estrutura do estádio, como, por
exemplo, algumas paredes de
No detalhe, a SSL do AudioArena: mesa foi um entre tantos 35 cm, usadas originalmente
investimentos pesados feito pela dupla de sócios do estúdio como colunas de sustentação das arquibancadas.
estrutura em MDF, lã de vidro e revestimento em tecido “Toda vez que precisávamos fazer um furo em uma
sintético, eles controlam as frequências médias e agudas de suas paredes, era uma verdadeira operação de
e mantêm o equilíbrio da reverberação na sala. Por ter guerra. Acho que quebramos umas cinco furadeiras
uma ampla area envidraçada – norma do estádio para durante a obra”, brinca Luiz.
manter a visibilidade total do campo, já que se trataria
de um camarote para assistir a jogos e shows também Confira mais fotos do AudioArena em www.musitec.
–, foram projetados painéis acústicos para controle das com.br. •
reflexões dessas áreas.
Divulgação
Para controle das expansão das
frequências graves dentro da sala,
foi instalado no teto, aproveitando
os desníveis das arquibancadas,
um sistema composto por deze-
nas de caixas (bass traps), que,
por sua vez, também exerceu o
papel de “maquiar” a inclinação
da arquibancada. Algumas des-
sas caixas, por exemplo, também
foram utilizadas para a instalação
de iluminação com painéis de LED,
que podem ser programados para
mudar as cores ou fazer uma se-
quência de movimentos.
Divulgação
mento dentro do Morumbi. Fale sobre a ini-
ciativa da direção do São Paulo de transfor-
mar uma área teoricamente inutilizada em
um verdadeiro ambiente de negócios.
HoLidaY
FeStiVaL
Line nacional sonoriza evento em Salvador
Realizado nos dias 7 e 8 de dezembro no Estádio
Saulo Brandão
de Pituaçu, em Salvador, Bahia, o Holiday Festival
reuniu mais de 50 mil pessoas, que assistiram a
shows de nomes como Psirico, Jorge & Mateus, Os
Travessos, Aviões do Forró e Harmonia do Samba,
entre outros.
PotÊNCia e autoSSuFiCiÊNCia
O sistema principal, usado por todos os artistas
presentes no evento, foi montado da seguinte
forma: no L/R, por lado, estiveram 15 elementos
Slinpec 4612 empurrados por amplificadores Lab
Gruppen FP 1000Q. No outfill, ao lado deles, po-
rém mais abertos, voltados para as laterais do pal-
co, foram destinadas, também por lado, mais nove
caixas do mesmo modelo.
YAMAHA, AVID E
RCF NO PALCO
A monitoração dos artistas
foi feita, em muitos casos
e apesar do uso maciço de
earphones, por monitores
de chão amplificados e pro-
cessados RCF TT 45 e RCF
TT 25, sendo, ao todo, 16
unidades. Para controle das
À esquerda, suspensa como o line, a coluna do outfill: caixas foram caixas, estiveram disponí-
usadas como complemento para cobrir toda a área a ser sonorizada veis os consoles Yamaha
MP5D RH e AVID Mix Rack.
Os subs, empurrados por amplificadores Power-
soft K10, foram feitos com 16 elementos LS Au-
dio 218, enquanto que o front recebeu oito caixas VOLUME NO SHOW TRAVESSOS
4260 da marca, e os delays, posicionados a cerca
de 50 metros do palco, ficaram com oito elemen- Leandro Villah, técnico de PA dos Travessos, utili-
tos 210, sendo quatro por coluna. zou microfones de marcas como AKG, Sennheiser e
Shure para captar instrumentos e vozes do grupo de
Na house mix, posicionada a 40 metros do pal- pagode liderado pelo vocalista Rodriguinho.
co onde rolaram as apresentações, estiveram, à
disposição dos técnicos de PA, consoles como os No bumbo da bateria, por exemplo, ele usou um
DiGiCo SD8 e Avid Profile. Para uso do locutor e AKG D112. Na caixa do instrumento, a opção do téc-
do DJ do festival, a opção foi por um Avid SC 48. nico se deu por um par de Shure SM57, usados em
cima e abaixo da peça. Nos tons e nos surdos, ele
PROCESSAMENTO DETALHADO lançou mão dos Sennheiser E 604, enquanto que no
contratempo e nos overs usou os Shure SM81.
Ainda na house, à disposição dos gerentes técnicos
do evento, estiveram um rack drive com dois pro- Nas percussões, para os surdões, ele dispôs dos
cessadores Dolby Lake e quatro Lake LM 26, além de Shure Beta 52, bem como utilizou, nos pandeiros e
um splitter ativo XTA DS800. O dolby foi destinado tantans, os já citados Shure SM57, ficando os ba-
ao processamento do PA principal e do outfill, en- cking vocals com os Shure SM58, as vozes dos can-
quanto que os LM 26 se voltaram ao processamento tores do grupo captadas por diversos modelos sem
dos subs, do front e dos delays. fio da Shure e da Sennheiser, e demais instrumen-
tos, tais como guitarras, baixos, samplers, teclados
“Com a função Mesa Eq conseguimos ter oito en- e violões, sendo captados por direct boxes ativos.
tradas digitais e 16 saídas digitais. Assim, se pre-
cisássemos, poderíamos ligar até quatro mesas Admirador dos consoles DiGiCo, Leandro come-
Saulo Brandão
haver uma unidade da mesa
à disposição dos técnicos. De
acordo com ele, “a mesa tem
um som único, que dispensa
o uso de plug-ins, pois seus
prés, compressores e equali-
zadores são autossuficientes.
Ela é prática, do ponto de vis-
ta operacional, e permite que
o técnico monte seu show
com muito conforto. Pena que
não é tão fácil encontrá-la por
aí”, disse.
CRiaNdo o SubWooFeR
H.Sette 2X18” SW6000Nd
Novas etapas da construção do equipamento (PARTE 3)
A redução do deslocamento do cone reduz a distorção, Para maiores detalhes a respeito de como calcular com
impedindo que a bobina excursione em regiões com fluxo precisão os ajustes de limiter no processador digital,
magnético variável e diminui o risco de danos mecânicos recomendamos a leitura do trabalho “Cálculo dos Níveis
nas partes móveis. Por esses motivos consideramos indis- Aplicados nos Limiters dos DSPs”, apresentado na AES
pensável o uso de tais filtros em sistemas profissionais. 2012 e disponível através do email 4vias@4vias.com.br.
Fig. 3 – Roxo: resposta simulada de frequência, sem filtro; verde: resposta com filtro passa altas
demos alimentar um subwoofer por canal, com ampli- O primeiro passo é determinar o fator de crista máxi-
ficador de 4 ohms, ou dois subwoofers por canal, no mo capaz de ser proporcionado pelo amplificador es-
caso de amplificadores com impedância nominal igual colhido. Um fator de crista em torno de 2 é bastante
a 2 ohms. recomendado.
Na Tabela 2 temos as equações necessárias para os cálcu- Como podemos constatar, caso seja usado o fator de crista
los e nas tabelas 3 e 4 o fator de crista máximo é forneci- máximo disponível no amplificador, a tensão a ser aplicada
do para amplificadores de diversas potências, respectiva- no limiter será sempre igual a Es , acontecendo algo seme-
mente com sensibilidades Es iguais a 0,775 e 1,55 volts. lhante com os níveis expressos em dB, conforme a seguir.
eXeMPLoS
Com base nas especificações do amplificador K20, da Powersoft, operando em mono (bridge), em 4 ohms, foram calcu-
lados os níveis a serem aplicados nos limiters para um fator de crista igual a 3.
vezes; FC = 3 vezes;
vezes;
Na próxima parte da série, mais sobre como foi desenvolvido o subwoofer H.Sette 2x18” SW6000nd.
Até logo!
Homero Sette é gerente de desenvolvimento e aplicações da 4ViAS Pro Audio (homero.sette@4ViAS.com.br). Mauro Ludovico é gerente de plane-
jamento da companhia (4ViAS@4ViAS.com.br).
Tabela 6 – Exemplos de cálculo dos níveis a serem aplicados no limiter em função do fator de crista
CiNCo VídeoS
Que MeReCeM
Sua ateNÇão
Preciosidades do Youtube para você
aprimorar seus conhecimentos em
Logic Pro X (e treinar seu inglês!)
de aRQuiVoS (editiNg audio dos. Basta dar um zoom adequado e desenhar a onda
sonora de acordo, ou, ainda, simplesmente deletar a
iN tHe FiLe editoR)
região problemática.
(Link: http://tinyurl.com/logic-video1)
Para tanto, a dica é selecioná-la, clicar com o bo-
Produzido pelo genial compositor, professor, produ- tão direito e, na janela de menu, selecionar a opção
tor e engenheiro de áudio Joshua Carney, do canal “Snap Edits to Zero Crossings”. Com isso, o Logic
MusicTechHelpGuy, este vídeo mergulha no ambiente “camufla” o trecho do áudio que foi deletado, unindo
de edição do Logic Pro X e nos ajuda a compreender as extremidades de cada onda Sonora adjacente em
melhor a importância desse recurso caprichado ofe- seu “ponto zero” e evitando qualquer possibilidade
recido pelos desenvolvedores. Ele explica detalha- de novos cliques. Genial é pouco.
damente cada uma das ferramentas
e funções dispostas nos menus com
exemplos claros e de fácil compre-
ensão. Muitas delas estão presentes
no nosso dia a dia, mas não tenho
dúvidas de que a percepção muda
– ao menos em alguns aspectos –
após assistir ao vídeo. No meu caso,
a diferença entre edição destrutiva e
não destrutiva no Logic X, incluindo
suas vantagens e desvantagens, fi-
cou muito mais transparente.
grande sacada
(Link: http://tinyurl.com/logic-video3)
CiNCo LiÇÕeS
Que MudaRaM
Meu tRabaLHo
PaRa SeMPRe
(FiVe LeSSoNS
tHat CHaNged
MY WoRK
FoReVeR)
(Link: http://tinyurl.com/
logic-video5)
Descubra como utilizar o revolucionário Drummer
Apesar de não ser diretamente relacionado ao
vale a pena ao menos matar a curiosidade e descobrir Logic Pro X, esse último vídeo provavemente
a genialidade desse plug-in
nativo, incluindo o recurso
“follow”, que faz com que o
seu baterista virtual mude a
intensidade e a dinâmica da
sua levada de acordo com
uma linha de baixo ou mes-
mo uma música inteira. É
realmente impressionante.
eFeito “auto-
tuNe” No LogiC
PRo X (auto-
tuNe VoCaL
eFFeCt iN LogiC
PRo X)
(Link: http://tinyurl.com/
logic-video4)
Efeito Auto-Tune nos vocais: sua voz pode ficar parecida com a de muitos
sucessos radiofônicos, mesmo que isso seja apenas por pura diversão
André Paixão é produtor de trilhas sonoras para teatro, TV, publicidade e cinema. O SuperStudio é sua segunda casa, onde passa
grande parte de seu tempo compondo, arranjando e mixando. Faz parte das bandas Acabou La Tequila e Lafayette e os Tremendões.
Atualmente dedica-se à produção musical em seu estúdio, como o mais recente trabalho da banda Tipo Uísque. Contatos: andre@
suprasonica.com.br, www.facebook.com/DesafiandoLogic e www.facebook.com/SuperStudio
Assim, continuemos nossa seleção de plug-ins Antes de mais nada, precisamos lembrar qual é a
para levar a uma ilha deserta, desta vez, ava- função de um compressor. Objetivamente falan-
liando os compressores disponíveis no mercado. do, um compressor visa diminuir a faixa dinâmica
A questão de qual seria, afinal, a utilidade de um de um canal. Ou seja, diminui a diferença entre
compressor em uma ilha deserta eu deixo propo- o volume mais baixo e o mais alto presentes no
sitalmente sem resposta. áudio. A primeira questão é por que diachos eu
soas estão buscando não exatamente as caracterís- os sons percussivos (principalmente de bateria).
ticas de compressão de um determinado modelo, Uma coisa que tenho que admitir é que a fita ana-
mas seus efeitos colaterais, que aproximam a sono- lógica se comportava de um modo bem pareci-
ridade de algo já ouvido e já bem sucedido. do com o ouvido humano no que diz respeito ao
tempo de resposta. Sinais impulsivos acabavam
Se QueReMoS CoMPRiMiR devidamente “arredondados” e com seu volume
de ataque bem atenuado na fita, bem parecido
Muito bem. Partindo do princípio de que deseja- com o jeito que os ouvimos. Esse é um dos prin-
mos, antes de qualquer coisa, reduzir a faixa di- cipais motivos para o som da fita ser agradável a
nâmica de um sinal, existem três possibilidades muitas pessoas (apesar de tantos outros fatores
que não podemos descartar. que prejudicam, como o ruído de fundo).
Podemos, primeiro, usar funções do tipo “change O áudio digital, em sua precisão enorme, é capaz
gain” para atuar diretamente no áudio file, au- de representar fielmente estes sinais impulsivos. As-
mentando os trechos mais baixos e abaixando sim, picos que saturam o áudio gravado na verdade
eventualmente os mais altos. Essa suavização da não são ouvidos de modo tão alto, o que tende a
dinâmica é extremamente útil e nos permite usar deixar o som “artificial”, pois o que vemos no medi-
compressores de um modo muito mais suave. As- dor não é, efetivamente, o que ouvimos.
sim, o primeiro elemento absolutamente neces-
sário em termos de dinâmica é o plug-in de “gain” Entra em cena, então, o processador que talvez te-
(ou change gain, ou algo semelhante). Economiza nha sido o maior responsável pela grande revolução
horas de trabalho na mixagem. em termos de volume final dos trabalhos: o limiter.
Eles são compressores nada sutis, que formam uma
A seguir, seria bom se pudéssemos controlar os barreira acima da qual o volume não se aventura.
picos de alta intensidade e curtíssima duração Através deles podemos dar ganho nos trechos de
(que chamaremos aqui de “impulsivos”), como menor intensidade e manter os trechos mais altos
sem aumento, o que permite
um maior volume médio. Esse
tipo de processamento é fun-
damental nos sons de tambo-
res de bateria hoje em dia.
CoNtRoLe da
diNâMiCa
VS. eMuLaÇão
Para voz e instrumentos como o sax, o R-Vox é Existem basicamente duas
insuperável pela praticidade e pela modernidade do correntes de compresso-
resultado. O que se ouve é algo bem comprimido, mas res em plug-ins: os que
que nós já ouvimos antes em situações bem sucedidas. objetivam a compressão
em si, ou seja, o controle
Se a gente deseja um plug-in de limiter para dei-
da dinâmica, e os que recriam equipamentos de
xar insertado no canal, o L1, da Waves, vem sen- hardware (normalmente antigos), que se carac-
do uma boa opção há muitos anos. Não é sutil, terizam pela sonoridade geral impressa, além do
mas é bem eficiente e “moderno”. Nas aplicações controle de dinâmica.
em que coloco um limiter em um master de gru-
po estéreo, prefiro o Waves L2 por sua clareza e Na primeira categoria podemos incluir o completís-
O dbx 160, compressor de hardware que eu mais gosto, tem poucas opções em plug-in.
Entre elas está o VC-160, da Native Instruments, que é muito bom.
to, tem poucas opções em plug-in. Existem o mo- sempre deixava ligados, mesmo que atuando su-
delo da UAD (que exige um ambiente dedicado) e tilmente em cada canal.
atualmente o da Native Instruments, VC-160, que
também é muito bom. O 160 não é nada sutil, po- Finalmente, o não menos importante master com-
rém mais uma vez é o caso de “já ouvi isso antes e pressor da SSL, que, como já disse, está presente
me soa muito bem”. em um número tão grande de mixagens de hits fa-
mosos que nem podemos imaginar.
Na categoria de “moderno porque é antigo”, talvez
as de maior destaque sejam as variações em tor- Como palavra final, apenas dois detalhes. O pri-
no do Fairchild 660 (mono) e 670 (estéreo). Atu- meiro é a gente não cair no conto da guitarra sig-
almente tenho usado como “compressor default” o nature. Ou seja, se a gente usa um plug-in cujo
Puigchild 660, da Waves, mas há várias opções de equipamento original gerou sucessos, não ne-
emulações desse equipamento, todas muito interes- cessariamente teremos sucesso garantido, assim
santes. Afinal, o equipamento original era realmente como um guitarrista não vira o Steve Ray Vaughn
algo único na história do áudio. só por ter uma SRV. O segredo é o que fazer com
os processadores, além da qualidade do material
No caso da Waves, foi usado como base para a original. Afinal, nós não conhecemos o número
emulação o equipamento do Jack Joseph Puig, e enorme de insucessos que também usaram estes
reconheço que mesmo eu particularmente não me equipamentos e não deram em nada.
identificando com o trabalho dele, tem uma so-
noridade muito interessante. É aquilo: quando a A outra coisa foi que acabei constatando que uma
gente o usa, ouve a compressão nitidamente, mas lista de plug-ins para levar a uma ilha deserta não
soa absurdamente moderno e culturalmente “in”. é necessariamente minimalista, tamanhas as possi-
Violões, guitarras, pianos, instrumentos de base bilidades existentes. O exercício de tentar priorizar
em geral – todos se favorecem do 660. ferramentas, porém, acabou se tornando muito efi-
caz na hora de escolher o que usar no dia a dia.
E não posso deixar de citar as diversas emulações
de compressor de channel strips de SSLs e Neves, Em nosso próximo encontro veremos o que mais le-
por exemplo, que no mundo do hardware a gente var, começando por reverbs e delays. •
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora Música &
Tecnologia. É responsável pelos produtos da gravadora Canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor
musical. Visite www.facebook.com/GuiaDeMixagem, um espaço para comentários e discussões a respeito de mixagens, áudio e
música. Comente este artigo em www.facebook.com/GuiaDeMixagem.
gRaVaNdo uM gRaNde
MeStRe do VioLão
uma
Divulgação
coletânea
de obras
inéditas
de geraldo
Ribeiro
A decisão em gravar a
peça na íntegra ou divi-
di-la em partes ficou a
critério dos músicos con-
vidados. O Professor Ge-
raldo é muito generoso
com essa escolha, mas
conta que seus discos
eram gravados em toma-
das únicas, ou seja, sem
cortes e edições. Disse,
ainda, que chegou a gra-
var um disco inteiro em
uma única sessão de gra-
vação, este fato confirma
a lenda de que ele era
impecável e tinha uma
precisão fora do comum.
Divulgação
Durante o processo de
gravação, o Professor Geraldo conta que seus discos priorizavam a precisão e
Geraldo permaneceu eram gravados em tomadas únicas, sem cortes ou edições
Eu e algumas partituras: após conseguirmos a melhor FATEC Tatuí - Curso gratuito de Produção Fonográfica. Site:
performance do músico, ouvimos a gravação acompanhando http://tinyurl.com/fatec-prodfono
a partitura para confirmar se está tudo em seu devido lugar
SoNaR
PLatiNuM
Começando a conhecer a
nova versão do programa
Anualmente a Cakewalk produz uma nova versão do So- Cakewalk, mas considere utilizar sempre a versão mais
nar. Geralmente, em meados de outubro já é possível poderosa, já que as mais leves, apesar de serem um pou-
adquirir o upgrade deste software tão cobiçado. É uma co mais baratas, são limitadas em termos de disponibi-
verdadeira corrida, já que a empresa brinda os usuários lidade de plug-ins de efeitos e de instrumentos virtuais.
com promoções especiais para os primeiros interessados
inscritos para adquirir a nova versão. Além das inovações implementadas no Sonar, tornando-o o
DAW (Digital Audio Workstation) mais avançado e flexível
Infelizmente, em outubro de 2014 não foi anunciada a do mercado, a Cakewalk reformulou totalmente a maneira
costumeira atualização do software, e, assim, ficamos como se relaciona com os usuários. Agora os associados
na expectativa. Mas, finalmente, a Cakewalk anunciou têm acesso ao novo Cakewalk Command Center, que facili-
os novos lançamentos em janeiro de 2015. Como sem- ta imensamente a rotina de baixar e instalar continuamen-
pre, com promoções para os que entrarem na fila, já te os updates e os upgrades para os softwares adquiridos.
que, oficialmente, os novos produtos ainda não estão no A associação é válida por 12 meses e está incluída no custo
mercado. Mas é só questão de tempo. Provavelmente, da aquisição de qualquer modalidade do Sonar.
na época em que esta matéria for publicada, as novas
versões do Sonar já estarão disponíveis. No meu en- Vale destacar que no Sonar Platinum foram incluídos:
tender, trata-se de uma estratégia da Cakewalk similar
à da Microsoft e da Apple: atrasam o lançamento das - Plug-in ProChannel Strip contendo nove efeitos
novidades para criar expectativa nos usuários, e, assim, - Plug-in VocalSync para alinhamento de vocais gravados
alcançam maior índice de vendas. - Addictive Drums 2 Producer Bundle
- 57 efeitos para instrumentos e mixagem
PRÉVia do NoVo SoNaR - 21 instrumentos virtuais
Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro Fazendo Música no Computador. Fundou, em 2003, a escola de música e tecnologia
CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br), que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.
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do moving head Solo 250.
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Além de herdar a maioria das vantagens do mo- www.proshows.com.br
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E ECONOMIA OUTDOOR
O modelo outdoor da Proled que tem com altas taxas de contrastes e brilho.
conquistado cada vez mais espaço no
mercado é o PH-8,92mm Outdoor. Trata- Entre algumas outras características
-se de um painel leve, prático e versátil, do produto estão a densidade de Pi-
sendo uma excelente opção para aplica- xels/m² de 12.545, ângulo visual de
ções outdoor de alta definição. O painel 140/140° e refresh rate de 800 hz. O
de LED, que pode ser aplicado em modo gabinete mede 500 x 1000 x 71 mm
plano ou curvo, é ideal para estádios, e pesa 9,5 kg.
shows e aplicações que sofram interfe-
rências climáticas. Apesar de econômico, www.proled.com.br
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72 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 73
em fo c o
Divulgação
Internacional, distribuidor mexicano da Robe, que inves-
tiram em produtos Robe nos últimos meses. Sediada no
distrito de Xochimilco, na Cidade do México, a empresa
adquiriu 20 Pointes, que foram diretamente integrar a
turnê da cantora mexicana Alejandra Guzman, cuja ilu-
minação foi concebida por Martin Contreras.
WORKSHOP DE DOCUMENTÁRIOS
NO RIO DE JANEIRO
O Rio de Janeiro será palco, entre os dias 21 e 24 de fevereiro, do O workshop também pretende otimizar a participação de
Pic Doc, workshop que tem como objetivo, de acordo com comu- empresas produtoras de documentários durante o RCM. A
nicado oficial, o “desenvolvimento de projetos de documentários coordenação do treinamento será feita por Heidi Fleisher,
com potencial de exportação e internacionalização”. O evento é produtora e consultora na área de documentários, e pelo
um fruto de uma farceria entre a Brazilian TV Producers (BTVP) consultor de documentários do BTVP, Yves Jeanneau, pro-
– programa de exportação da ABPITV (Associação Brasileira de dutor de Le Mystère de la Disparition des Abeilles (2010),
Produtoras Independentes de Televisão) – e a Apex-Brasil. Secrets du Manga (2010), Anthrax War (2009) e Naked
Science (2008), entre outros, além de pro-
Divulgação
O cantor e compositor Seu Jorge se apresentou na lizou, no dia anterior à virada do ano, um ensaio de
Praia de Copacabana na virada do dia 31 de dezem- montagem dessas torres. E no dia do evento tudo
bro para 1 de janeiro, logo depois da tradicional saiu como esperado.
queima de fogos que ocorre anualmente num dos
mais importantes cartões postais da cidade. CeNaS MoStRaM
gRaNdioSidade
O rider de luz criado por Naldo Bueno, da KN Pro-
jetos, para atender ao cantor e a outros artistas, Durante o show de Seu Jorge, os equipamentos ci-
como, por exemplo, o grupo Titãs, contou com 24 tados atuaram da seguinte forma: os LED 600 e os
Robe Color Spot 2500; 30 Elation Beam 5R, sendo Color Wash, que contam com grande poder de cor e
seis deles ao chão, usados no contraluz; 12 Robe um zoom versátil, serviram à banda e ao cantor, en-
Color Wash 2500 fazendo as luzes laterais; 16 Robe quanto que os Elation, posicionados ao fundo palco,
LED Wash 600 também para laterais; 12 Martin Ato- surpreendiam quando eram acionados.
mic 3000 e 72 PAR LED LP 354, sendo 30 dentro dos
trusses e 42 divididas em palco e gargarejo. Responsável pela criação das cenas do show, o lighting
designer Erich Bertti disse que sua luz procurou refle-
Para a apresentação do ex-líder do Farofa Carioca tir o suingue e o ritmo dançante das canções do re-
foram adicionados 36 Elation Beam 5R, distribuídos pertório de Seu Jorge. De acordo com o iluminador, o
uniformemente em seis torres, instaladas durante a peso do naipe de metais e a marcação forte do cavaco
saída de palco dos Titãs, e a queima de fogos, para foram elementos que ajudaram muito na criação de
que o show do cantor e compositor se iniciasse logo alguns dos principais momentos do espetáculo.
após. A fim de garantir o sucesso dessa operação,
sua equipe técnica, dirigida por Tobé Lombello, rea- “Em hits como Burguesinha e Mina do Condomínio,
por exemplo, utilizei os brutes para sempre uma surpresa”, explicou ele.
jogar a plateia para cima, enquanto
que, nas músicas mais lentas, como Como complemento do rider, foram usados, ao
São Gonça, trabalhei com luzes la- fundo do palco, diversos módulos de LED de 7
terais e sombras contrastadas pro- mm de distanciamento entre pixels, que forma-
vocadas pelos Elation, que passavam ram um grande painel emoldurado por uma corti-
de um lado para o outro no rosto [de Seu Jorge]. O na de LED. Nesse painel, por meio de um Catalyst
mapa, na verdade, foi feito para impactar, e a cada PM 4.4 HD, foram exibidos conteúdos desenvolvi-
show atualizo mais e mais meus cue lists, trazendo dos por Menga Cruz. As luzes do show foram con-
troladas por sistemas gran-
dMA, pertencentes à LPL,
tendo, dentre eles, uma
Full Size II e uma Light II.
dVd aiNda
eM 2015
Inicialmente, a produção do
cantor desejava registrar em
DVD o show do réveillon, em
Copacabana. Na ocasião, Tobé
se reuniu com Erich e Menga
e, juntos, afinaram detalhes
sobre o projeto, que teria luz
assinada pelo segundo e con-
teúdo de imagens pelo tercei-
ro. No entanto, o projeto aca-
bou sendo adiado.
eM CaSa
erich bertti reformula rider e dá vida nova a show
Luz & Cena: Erich, quem foi o responsável por adequar e aprimorar [as luzes] ao som ao vivo.
sua entrada na equipe de Seu Jorge?
L&C: O que mudou, do ponto de vista da luz nos
Erich Bertti: O produtor técnico Tobé Lombello, shows de Seu Jorge, desde que você assumiu
diretor da Freak House Productions, com o qual já o comando? Você repaginou todo o rider, de-
trabalhei por diversas vezes, em inúmeros shows senhou outra planta e outras cenas para suas
internacionais iluminados pela LPL. Em nossas con- músicas?
versas pelos bastidores da vida, sempre falamos do
desejo de realizar algo como essa tour: um projeto Erich: Mudou tudo. Um dia depois de receber o con-
que trouxesse um diferencial, um padrão “gringo” vite, peguei um lápis e um caderno e comecei a ra-
para um artista brasileiro. E calhou de ser o Jorge. biscar. Aprontei a planta baseado numa lista pré-de-
terminada devido a valores já combinados para essa
L&C: No momento em que recebeu esse convi- tour e para os shows já vendidos. Mas a estrutura
te, você estava à frente de muitos negócios da inteira foi modificada. O mapa ainda não está como
LPL. Fale sobre isso. imaginei, mas o resultado inicial ficou bem próximo
do que, de fato, será.
Erich: Recebi o convite com muito gosto. A LPL
sempre exigiu muito de mim. A responsabilidade lá L&C: É verdade que esse show, feito para gran-
é grande demais e creio que este seja o momento des espaços, também pode ser levado a peque-
para me voltar mais à arte da iluminação do que a nas casas de shows?
seu próprio business.
Erich: Acredito que as casas de shows tenham fato-
L&C: Quando foi sua estreia com o artista? res limitantes para a criatividade do designer brasi-
leiro, como, por exemplo, pé direito baixo, boca de
Erich: Meu primeiro show com ele foi no dia seis de cena pequena, estruturas inadequadas. Enfim, tudo
dezembro. Estava à frente das tours de KoL e Linkin ainda deixa um pouco a desejar, então o jeito é ter
Park, mas com a mente no Seu Jorge, ouvindo o som uma planta que se adapte a esses espaços e que,
dele nos vôos entre as cidades, fazendo o possível para mesmo assim, não perca a identidade. Nesse mo-
me familiarizer logo com o seu universo. Um dia antes mento, independentemente do local em que serão
desse show entrei no estúdio da LPL e programei uma realizadas as apresentações, viajamos com equipa-
base [de luz para o dia seguinte]. Daí em diante foi mentos da RGB Luz, do Alexandre Sanches.
aQui e agoRa
bruno & Marrone caem na
estrada com show tecnológico
Divulgação
A dupla sertaneja Bruno & Marrone, uma das mais adora- que juntos fazem com que os desenhos promovidos pe-
das do país, está em turnê com seu novo show, Agora, no los aparelhos sejam ainda mais marcantes, e, para o
qual apresenta músicas do disco homônimo, gravado ao contra dos músicos, seis aparelhos Wash LED, que pra-
vivo em 2014, sucessos de toda sua carreira e regravações ticamente não mudam de posição.
de importantes sucessos da música brasileira, tais como
Oceano, de Djavan; Alma Gêmea, de Fabio Jr., e Para os contras da dupla são lançados mais 12 aparelhos
Quando a Chuva Passar, de Ivete Sangalo.
Divulgação
Lighting designer que por sete anos caiu na estra-
da com os artistas, Guillermo Herrero é quem mais
uma vez assina o rider. Responsável pela criação
de mapas de shows da dupla como De Volta Aos
Bares, Sonhando, Juras de Amor e Pela Porta da
Frente, ele desenvolveu para o espetáculo um pro-
jeto “bem particular”, segundo o próprio.
outros, no entanto, a imagem do painel do fundo se junta à que do visual utilizado é o clipe de árvores secas com
dos demais e cria um um único painel”, explica, lembrando nuvens passando por cima, que somente reforçam o am-
que somadas a essas placas estão 12 ribaltas de LED do tipo biente soturno e fazem com que as luzes criem massas
Six Pack, usadas com o propósito de criar volumes de cor. em tons similares. Outra música que tem um clima mais
denso, Dormi na Praça, segue a linha de Vida Vazia e
CONTEÚDO RICO tem, além de imagens de luminárias de praças e par-
ques públicos, luzes de baixa intensidade, escuras, em
Os shows de Bruno & Marrone têm, por característica, o uso tons de congo blue, entre outros.
demasiado, no bom sentido, de conteúdos
gráficos, que fazem deles verdadeiros es-
Divulgação
petáculos visuais. E em Agora, atual turnê,
não poderia ser diferente. Idealizadas por
Menga Cruz, sócio de Guille na Image4U,
empresa especializadas em soluções para
grandes espetáculos, as imagens estão
presentes em 85% do repertório.
Resolution
independence
Nova versão do Media Composer permite edição
nativa em até 4K e oferece suporte a novos formatos
Não chega a ser uma novidade, pois a Avid já tinha antecipa- vídeo compatível. Caso esteja interessado, recomendo visi-
do seu trabalho em feiras durante 2014 e, mais recentemen- tar o site da Avid e confirmar quais os modelos e fabricantes
te, fez uma série de vídeos mostrando o que esperar da nova de hardware oferecem de fato esta possibilidade.
versão. Mais agora que está oficialmente lançada, podemos
mergulhar um pouco mais a fundo e entender o que temos a Ainda nas configurações do projeto, temos duas novidades.
ganhar com a versão 8.3 do Avid Media Composer. Primeiramente, há novas velocidades de quadros por segun-
do. O Media Composer 8.3 aceita vídeos filmados em 48p e
FIM DA RESTRIÇÃO AO 60p quadros por segundo (fig. 2).
FORMATO FULL HD
Em segundo, outras configurações com relação à distribui-
Já faz um tempo que o Media Composer permite que o usu- ção de cores. Além do padrão REC 709 e RGB das versões
ário faça um link de sua mídia de qualquer formato, mesmo anteriores, foi incluído o Bt/REC. O RGB 2020 é usado em
acima de 1920 x 1080. Era possível visualizar, cortar, editar broadcast para transmissão de Ultra High Definition e By/
e reduzir a área de interesse para o tamanho desejado em REC. O RGB DCI-P3 serve para projeção de filmes em 2K e
tempo real com FrameFlex (fig. 1), porém, sua timeline e a 4K em projetores adequados para este fim (fig. 3).
exportação do vídeo era limitada ao formato full HD.
TESTANDO O DESEMPENHO
Se levar em consideração que o Adobe Premiere Pro e o Final
Cut Pro já tinham este suporte faz algum tempo, não é de todo Como dito anteriormente, uma coisa é adaptar um código
errado afirmar que a Avid demorou para quebrar esta limitação. ou uma função às pressas e outra coisa é arquitetar do
Mas para tudo na vida há um motivo, e a implementação foi feita zero um novo codec otimizado. Testando num MacBook Pro
da melhor maneira possível, sem adaptações e quebra-galhos. com SSD, 16G B de RAM e processador Intel i7 2.6 GHz,
o desempenho foi muito satisfatório. Vamos, a seguir, en-
De fato, há uma nova família de codecs para este fim, chamada tender alguns aspectos que estão em torno desta questão.
de Avid DnxHR, que é um dos principais responsáveis pela per-
formance do sistema ao reproduzir arquivos nestes for-
matos. Em poucas palavras, como qualquer outro codec,
o Avid DNxHR tem como objetivos reduzir o tamanho do
arquivo e diminuir problemas com performance do siste-
ma, isso sem danos à qualidade da mídia.
Figura 1 – FrameFlex
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Me dia Com po s e r
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools e treina-
mentos em mixagem na ProClass-RJ.
Layza Vasconcelos
iLuMiNaNdo
CoM CiÊNCia
unindo ciência e luz para criar conceitos
Fig. 1 – Cia. Sala 3 de Teatro (Espetáculo Maurice)
A partir de agora também estarei assinando esta coluna junto tada por Jay Vaquer, segurando seu guarda-chuva. Ele está com
ao amigo Prof. Dr. Farlley Derze. Tive o prazer de acompanhar seu pensamento longe, pensando sobre seus amores. Ele sente
seus trabalhos como leitor, depois como amigo e agora como o peso da chuva que cai sem parar, sons de raios estalando ao
colunista. É uma honra estar aqui, no caderno Luz & Cena, re- longe. Ele olha no horizonte, sentindo e analisando sua vida,
fletindo com vocês sobre a arte de iluminar. sua história, suas perdas... Poderíamos imaginar que essa cena
acontece com um amigo, na nossa vida, em um cinema, mas ela
Quero começar essa primeira conversa com vocês tratando da está no palco, neste recinto que nós podemos criar e imaginar
iluminação cênica. Muitas pessoas pensam que este tipo de ativi- diferentes situações para transpor ao público uma ideia que de-
dade se aplica somente aos espetáculos artísticos em suas várias sejamos. A iluminação pode criar efeitos e modificar espaços de
facetas, mas não podemos deixar acordo com a nossa vontade, como
de contemplar outras áreas, como em um casamento, em que simples
Gabriel Lotufo
Fig. 2 – Casamento
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Layza Vasconcelos
Il um inando
Iluminar é uma arte. Somos artistas que trabalham a luz Quero terminar com uma frase de um grande romancista, o
para transbordar sentimentos e significados. Podemos mo- dramaturgo e filósofo alemão Johann Wolfgang Von Goethe:
dificar espaços com jogos de luzes e sombras, independen- “Jamais se origina uma ciência sem uma percepção poética”.
temente de qual trabalho vamos desenvolver – se é cênico,
arquitetural, do design de interiores ou urbanístico. De- A ciência e a poesia andam juntas no nosso trabalho. Para
vemos exercer nossa profissão com paixão e sensibilida- colocar seus conceitos em prática devemos conhecer nos-
de. Brinco falando que nós pertencemos à mais antiga das sos equipamentos técnicos, para assim transformar nossa
profissões, e, como prova, temos a descrição de nosso tra- luz em poesia.
balho na Bíblia, em que Deus foi o primeiro “iluminador”.
Seu trabalho está descrito na seguinte passagem de Gêne- Feliz ano novo a todos e que seu 2015 seja um palco ilumi-
se, capítulo I – As Origens: nado com aplausos calorosos!
Rodrigo Horse é graduado em Design de interiores pela Faculdade Cambury-GO, especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Brasileira de
Educação e Cultura (FABEC-GO), com pós-graduação em andamento em Master em Arquitetura e iluminação pelo iPOG. É iluminador efetivo da Universidade
Federal de Goiás (UFG) e atua como iluminador cênico há 15 anos, tendo ainda produzido e dirigido curta-metragens premiados em festivais de cinema. E-
-mail: historiadailuminacao@rodrigohorse.com.br.
áudio música e tecnologia | 93
F i n al Cut Ricardo Honório
Trabalhando com
multiângulos em
arquivo Proxy
Edição mais fácil em equipamentos
com desempenho que deixa a desejar
O Final Cut Pro X conta com um recurso muito interessante,
que é a possibilidade de gerar arquivos proxy internamente
para facilitar a edição em equipamentos com baixo desem-
penho. Quer saber mais a respeito? Então confira a seguir!
Figura 1 Figura 3
96 | áudio música e tecnologia Até o mês que vem, com mais um caderno Luz & Cena!
ÍNDICE DE ANUNCIANTES
AES 60 www.aesbrasilexpo.com.br
Synthcamp 33 www.synthcamp.com
Cópias x Réplicas
As perdas de gerações
Dentre infinitas facilidades que a revolução digital nos trouxe,
uma das mais notáveis foi a cópia idêntica de arquivos. O que Já quando lidamos com aúdio digital em forma real de arqui-
isso quer dizer? Bem, imagine a seguinte situação: você está vos, dentro do computador ou até mesmo no telefone celular,
produzindo um disco e quer gravar um guitarrista. Se ele gra- estamos lidando com um arquivo virtual, e não uma mídia fí-
vasse em seu próprio estúdio em uma outra fita, ao transcrever sica de leitura em tempo real. O áudio no computador é car-
o take de guitarra da fita dele para a fita do projeto, você per- regado para RAM e a execução dele é absolutamente perfeita.
deria uma geração. Isso porque não vou nem entrar nos méritos
de como se fazia para sincronizar uma fita com a outra! Quando copiamos um arquivos WAV de um hard disk para outro,
esta cópia é absolutamente perfeita. Não existe perda de gera-
Mas, voltando às gerações, quem gravou muitas fitas cassete ção. É uma réplica. O computador, durante a tarefa de cópia,
na juventude sabe do que estou falando. Uma fita copiada para verifica bit por bit do arquivo na origem e do arquivo no destino,
outra simplesmente soava bem pior. Por que? Pense no seguin- e somente conclui a cópia quando os dois arquivos são idênticos.
te: a fita por si só já tem o chiado dela. Além disso, na gra- Ou seja, mixar seus tracks que não estão no mesmo HD em que
vação ela tende a adicionar artifícios no som, como distorções foram originalmente gravados não tem o menor problema. Mas,
harmônicas e uma diminuição dos transientes. Logo, quando se estes arquivos forem transferidos em tempo real, podem
você grava de uma fita para outra, tudo isso passa a acontecer existir dois tipos de perdas de gerações: 1) se a transferência for
duas vezes. Daí o nome “segunda geração”. por cabos analógicos, obviamente haverá perda nas conversões
para analógico e depois de volta para digital; mas, além disso,
Com a chegada do digital, foi-se lentamente entendendo 2) lembre-se de que mídias como CD ou fita digital precisam de
que o som digital não é feito de ondas sonoras impressas algoritmo de correção de leitura enquanto elas tocam. Isso me
nas diferentes formas de mídia, normalmente magnéticas, faz alertar para uma questão comum nos dias de hoje...
mas sim o som passa a ser um arquivo digital representado
por sequências de 1s e 0s. O motivo simples para que esse Passamos meses, às vezes anos, produzindo um disco, usando os
fato demorasse tanto pra ser assimilado é que durante mui- melhores equipamentos ao nosso alcance. Mas, quando estamos
to tempo o áudio digital ainda era tocado em tempo real. na etapa final da master, geramos um CD audio master. Tá certo
Ou seja, nós não víamos um arquivo na tela do computador – este é o procedimento padrão. Mas, sim, a gravação deste CD
ou iPhone, mas sim um disquinho CD ou uma fitinha DAT. em tempo real gera um áudio que não é idêntico à master final, e
Apesar de já estarmos lidando com áudio digital, os pro- quando este mesmo CD master chega na fábrica para duplicação
cedimentos e logística ainda eram muito similares ao que de CDs, ele é lido também com algoritmos de correção de data. A
estávamos acostumados da então recente era analógica. E solução pra isso seria enviar os arquivos de áudio avulsos, mas,
que diferença isso faz? dessa forma, a fábrica não teria noção dos espaços e fades entre
as músicas, assim como os indexadores das faixas. Para isso sur-
Vamos lá. Fitas digitais tipo DAT ou ADAT, ou discos digitais giu o DDP (Disc Description Protocol). Na verdade, o DDP é um
tipo CDs, são mídias que tocam o áudio em tempo real. Ou formato que inclui uma pasta com os arquivos de áudio e todas as
seja, a máquina lê toda a informação digitalizada, os bits 1 outras informações da master, como espaços, fades, códigos ISRC
e 0, e então estas milhares de sequências de números são etc. Por ser um formato de arquivos de computador, as casas de
novamente convertidas para analógico para podermos ouvir. masterização e as fábricas mais atuais hoje em dia não usam mais
Porém, ainda assim o processo é feito a partir de mídias geração e leitura via CD Audio entre a masterização e a fabricação.
físicas. E a leitura dessa informação é suscetível a erros.
Sendo assim, estas máquinas de reprodução de CDs e fitas Toda cópia analógica tem perda de geração e degradação do
têm algoritmos de correção de erros e “arredondamentos”, áudio. Nem toda cópia digital é uma réplica idêntica. Nossa
de forma que todos aqueles números lidos voltem a fazer última página deste mês alerta para estas diferenças e clareia
algum sentido sônico, mesmo quando a leitura não é exata. o assunto. Bom trabalho pra todos! Divirtam-se!
Enrico De Paoli é engenheiro de música premiado com dois Grammys. Créditos vão de Djavan a Ray Charles. Enrico mixa e masteriza em
seu Incrível Mundo Studio. Para mais informações, visite www.EnricoDePaoli.com.