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FICHA DE LEITURA

9º ANO

NOME: ______________________________________________________ TURMA: ______________

E agora, filha? – Isabel Vieira

FRAGMENTO DO TEXTO

[...]
Felizmente a praça estava deserta. Jana sentou num banco perto do coreto para recompor as emoções
antes de chegar à _________________. Esse banco, essa praça, esse céu azul de abril lhe traziam à
memória outra época, quando a ________________________ virou seus sonhos do avesso e
encerrou precocemente sua carreira de bailarina. Tinha catorze anos apenas. Dois a mais que a idade
atual da filha. Fechando os olhos, Jana quase podia ver a ____________________ se aproximando
para ler-lhe a mão e ouvi-la fazer o vaticínio que mudaria a sua vida:
— Menina bonita, vejo-a ocupando o centro de uma cena. Todas as atenções estão voltadas para
você.
Na hora Jana se alegrou, certa de que a mulher se referia à montagem de _____________________,
na qual sonhava fazer o papel principal. Mas a cigana fez um gesto ambíguo de quem não podia
oferecer garantias e concluiu a predição com uma frase cifrada, cujo sentido só meses depois ela viria
a descobrir:
— Você é a estrela, mas uma estrela trágica. Vai viver um grande e desastrado amor... — Fez um
pequeno suspense, então finalizou: — E esse amor vai ______________________________.
Um fruto! O fruto não se revelou ser o sucesso no palco, ou o ingresso num grupo de balé
profissional, prêmio para anos de estudo e disciplina, como interpretou a princípio. O fruto era
________________. Essa criaturinha que entrou em seus dias pela porta da frente e ocupou-os todos,
exigente, meiga, inteligente, alegre, uma princesinha. Desde então só para ela tinha vivido.
Jana saiu do torpor de seus pensamentos e olhou à volta, assustada. Bem que gostaria de ouvir de
novo a cigana, para agir com acerto em relação à filha! Mas não havia mais ciganos na praça, o
progresso os expulsara para longe e o coreto, sujo e descascado, era ocupado por
_________________. Nas quadras ao redor, em vez do sossego do passado, havia viadutos e altos
edifícios. Como todas as cidades do interior de São Paulo, ________________ havia crescido muito.
Para chegar à academia de dona _________________ agora era preciso atravessar uma avenida de
pista dupla. Jana consultou o relógio e pôs-se a caminho. A aula de Gabi estava no fim e queria
surpreendê-la na saída. Isto é, se Gabi estivesse na aula, e não na garupa de uma moto, como a mãe
dela fazia treze anos antes, driblando a vigilância dos avós para passear no campo com
__________________, seu pai. Por um instante Jana teve a impressão de vê-lo como uma miragem.
Não o _____________de hoje, respeitável senhor na faixa dos trinta anos, grisalho, casado e pai de
outros __________filhos, mas seu amor adolescente, com os cabelos revoltos pelo vento da moto,
despedindo-se dela com um beijo nessa mesma esquina.
"Como o tempo passa voando!", pensou Jana, surpreendida, porém sem amargura. Enquanto andava,
as cenas desses anos lhe vinham em flashes, como num filme. O abandono de _____________, o
estupor inicial, a decisão de _________________. A discriminação que sofreu por ser mãe aos quinze
anos, a gravidez solitária, o afastamento dos amigos. O desgosto do _________________, sua
vergonha, seu mutismo. A ajuda da mãe e de _______________, a solidariedade da tia
__________________. Perdera anos de estudo e só se formou na faculdade graças à
_______________, que lhe pagou o curso e a manteve na casa dela em ______________, na fase
mais dura de sua vida.
Foram muitas viagens a Rio Largo, vinha ver a filha todos os finais de semana, quatrocentos
quilômetros de ônibus, exausta de estudar à noite e, de dia, lecionar __________________. Mas tudo
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isso eram águas passadas, o esforço tinha valido a pena. Há quatro anos _______________ vivia com
Gabi num apartamento só delas, como sempre quis. Desistiu de montá-lo em São Paulo, sua ideia
inicial, pois a menina nessa altura já estava habituada a _____________, a vida na capital com uma
criança não era fácil e, sobretudo, surgiu-lhe a chance de um emprego numa grande empresa da
região.
Graças ao seu inglês perfeito, Jana trabalhava como secretária de diretoria e podia pagar as
prestações do apartamento, cuja entrada fora presente do ___________ e da tia _________.
Tudo estava bem, enfim. E se o sonho de dançar foi esquecido, parecia que Gabriela ia realiza-lo em
seu lugar. Tão ____________ quanto a mãe na idade dela, a menina iniciou os estudos pequenina, e
por iniciativa própria. Foi Gabi quem pediu à avó para colocá-la na academia de dona Marly,
tradicional escola de balé de Rio Largo. Jana ficou inchada de orgulho na primeira vez em que viu a
filha dançar. Era uma apresentação do baby class, Gabi tinha seis anos, e ela não pôde controlar as
lágrimas.
— Não chora, mãe! — A menina passou os bracinhos à volta do pescoço dela, dengosa. —Você não
quer que eu seja ____________ como você era? Eu vi a tia ___________ dançar no teatro e quando
crescer quero ser igual a ela.
Jana se emocionou ainda mais. ______________, sua melhor amiga, a única a não lhe virar as costas
quando ficou grávida... Talita a substituiu em Romeu e Julieta - com o barrigão de sete meses era
impossível dançar - e acabou chegando onde Jana queria: __________________. Quando Gabi tinha
quatro anos, levou-a ao Municipal de São Paulo para ver uma apresentação de Talita. Gabi ficara
maravilhada.
— Quando você crescer poderá ser o que quiser — disse Jana na época. — Mas, se for
_________________, não nego que vou adorar! [...]

VIEIRA, Isabel. E agora,filha? São Paulo: Moderna, 2003. p. 13-17. (Fragmento.)

QUESTÕES PARA A VERIFICAÇÃO DE LEITURA

1. Com quantos anos Jana engravidou?

2. Foi uma gravidez planejada? Que palavras do primeiro parágrafo podem justificar a sua resposta?

3. Releia.
"Fechando os olhos, Jana quase podia ver a cigana se aproximando para ler-lhe a mão e ouvi-la fazer
o vaticínio que mudaria a sua vida [...]" Foi o vaticínio que mudou a vida de Jana ou suas próprias
atitudes?

4. Ao ouvir o vaticínio, o que Jana imaginou que iria acontecer? Qual foi o verdadeiro significado do
vaticínio da cigana?

5. Quem é o pai de Gabi? Ele, Jana e Gabi vivem juntos? Em que parte do texto você se baseou para
dar essa resposta?

6. Como reagiram as pessoas à volta de Jana depois que ela soube estar grávida e antes de Gabi
nascer? Como Jana se sentiu?

7. Depois do nascimento de Gabi, quem ajudou Jana? O que Jana teve que fazer para poder concluir
os estudos depois do nascimento da filha?

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8. Como está a vida de Jana no momento em que se passa a narrativa? Que partes do texto indicam
isso?

9. Qual é a importância de Jana ter concluído os estudos para que ela e Gabi estejam vivendo dessa
forma quando Jana conta sua história?

10. Qual é a importância da ajuda de adultos (pai, mãe e tia) para que Jana e Gabi estejam vivendo
dessa forma no presente?

11. Que sonho Jana teve de abandonar?

12. Este é um texto de ficção, mas você acha que ele reproduz uma situação que poderia ter
acontecido na realidade? Por quê?

13. Como Jana se sente durante a formatura de Gabi? Qual é o acontecimento dessa formatura que
“desperta” Jana novamente para o amor?

14. Qual é a frase emblemática utilizada por Talita, durante uma conversa qualquer com Jana e por
que essa frase é importante para a mudança na vida da mãe de Gabi?

15. Qual é o final da história de Gabi? Em que sentido ela se assemelha à história de Jana? Em que
sentido se distancia?

16. Em sua opinião, qual é a temática central da obra E agora, filha?

17. Quais são os problemas enfrentados por Laís e Lurdes, no decorrer da narrativa? Qual é a posição
de Gabi, Jana e Lígia frente a tais problemas?

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