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ESCALA MENOR MELÓDICA E

SEU CAMPO HARMÔNICO


 ESCALA MENOR MELÓDICA
 CAMPO HARMÕNICO MENOR MELÓDICO

Escala menor melódica


À primeira vista, a escala menor melódica tem um som um pouco dissonante, mas
também é muito utilizada e merece destaque por ser amplamente utilizada no Jazz.
Na harmonia clássica, a escala menor é utilizada da seguinte forma: ao tocar a escala
menor, sobe-se na escala menor melódica e desce na menor natural.
No Jazz não há essa variação na escala. Ao subir na escala menor melódica, também
se desce com ela, sem alterá-la para a menor natural.
A menor melódica é sempre uma ótima solução, quando se quer fugir ao som tonal
(escala maior e menor natural) convencional, pois propicia um grau de tensão
interessante, porém, sem chegar aos extremos do atonalismo.
Uma maneira curiosa, porém eficaz, de se lembrar da estrutura de intervalos da
escala menor melódica é a seguinte associação: “A escala menor melódica é a escala
maior com a terça menor”.

1 tom 2 semi-tom 3 tom 4 tom 5 tom 6 tom 7

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Alguns exemplos de escala menor melódica:
C D Eb F G A B C
A B C D E F# G# A
E F# G A B C# D# E

Campo harmônico menor melódico


A escala menor melódica gera um campo harmônico muito mais complexo do que
as outras escalas estudadas até aqui. Isto acontece porque com as outras escalas as
extensões não alteram a qualidade dos acordes, o que nos permite estudar seus
campos harmônicos usando as tétrades (somente até a sétima). Já na escala menor
melódica, as extensões vêm causar mudanças essenciais no II e VII graus. Primeiro
vamos construir o campo harmônico da menor melódica usando as tétrades, e
depois é que colocaremos as extensões para compreender melhor a diferença
causada por elas.
Vamos ver como ficam em tétrades:

Cm7+ Dm7 Eb7+(5#) F7 G7 Am7(b5) Bm7(b5)

Agora vamos acrescentar as extensões e estudar os efeitos causados por elas:

Cm7+ Dm7 Eb7+(5#) F7 G7 Am7(b5) Bm7(b5)


9,11,13 b9,11,13 9,11#,13 9,11#,13 9,11,b13 9,11,b13 b9,b11,b13

Repare que os únicos acordes que têm o b9 são o II e o VII graus. Essa nota é
extremamente dissonante e não soa bem em acordes menores. Repare também que o
único acorde que apresenta a b11 é o VII grau. Essa alteração é completamente sem
sentido porque a b11 é na verdade, a terça maior.
Veja o que essas alterações causam aos acordes:

II Grau – Neste caso a b9 provoca uma tensão muito forte porque esse é um acorde
menor. Por este fato, iremos suprimir a terça menor do II grau se quisermos utilizar
a alteração b9, transformando esse acorde em um acorde SUS (sem a terça) formado
pela 1, b9, 4 (11), b7 e 13.

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VII Grau – Este caso é ainda mais complexo. A chave do seu problema está na
alteração b11 que ele apresenta. Essa dissonância não existe; b11 (ou b4) é
exatamente a mesma nota que a terça maior. No entanto, a percepção deste fato nos
leva à um outro problema: este acorde apresenta a terça menor. Então, estamos com
um acorde que tem a terça maior e a terça menor. Pode um acorde ser maior e
menor ao mesmo tempo? Claro que não. Ele pode ser nem um nem outro (híbrido),
mas não os dois ao mesmo tempo.
Agora temos uma questão a ser resolvida: este acorde é maior ou menor? A resposta
está na b11. Se o acorde fosse menor, essa dissonância teria que existir e, já vimos
que ela é absolutamente sem sentido.
Bem, se a b11 for considerada 3ª, fazendo o acorde ser maior, como chamaríamos
então a terça menor? A b3 é a mesma nota que a 2# (9#), ou seja, a b3 passa a ser
considerada a alteração 9#, viabilizando o VII grau como um acorde dominante
alterado. Veja as notas do VII grau modificadas e comparadas com as originais:

1 3 b5 b7 b9 9# b13
(b11) (b3)

Vamos ver então o campo harmônico da escala menor melódica em graus, com o II
e o VII graus alterados e com as alterações e/ou extensões mais adequadas para cada
acorde (grau):

Im7+/9 IIsus(b9) III7+/9(5#) IV7(11#) V7(b13) VIm7/9(b5) VII7alt

Pesquise em músicas que você conhece ou crie suas próprias harmonias juntando
todos os campos estudados até agora, explore desta maneira também a linguagem de
improvisos que cada campo vai abrir, pois também é possível misturar também os
modos gregos conforme o acorde que for utilizado.

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