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Flavio Goulart de Andrade LOTADO - 3 de setembro de 2006 - denunciar abuso

Na Harmonia Funcional, o acorde diminuto é considerado de função dominante apenas


quando sua resolução é ascendente a um próximo acorde. Tipo:��| C7M C#º | Dm7 D#º |
Em7 etc.��Todos os diminutos do exemplo acima são portanto "dominantes".��Na
verdade, a Harmonia Funcional caracteriza os acordes diminutos em três maneiras quanto à
função harmônica:��a) Dominantes: como no caso acima�b) Acorde Auxiliar: quando tem o
mesmo baixo que o acorde de resolução�ex:�| Cº C7M |�c) Acorde de passagem: em
todos os demais casos.��Quando um acorde diminuto tem a função de dominante ele
equivale habitualmente a um acorde de X7(b9). É uma de suas inversões.��Geralmente o Xº
está situado na terça, na quinta, na 7b, ou na 9b do acorde X7(b9) em questão.��Portanto
quando temos:�| C7(b9) | poderemos ter | Eº | ou | Gº | ou | Bbº | ou | Dbº |��No
exemplo dos diminutos ascendentes, dá para se notar que cada um deles é a inversão do
quinto grau do acorde de resolução.��Assim C#º é o A7(b9), quinto grau de Dm7. O D#º é
B7(b9), quinto grau de Em7.��O que fica obscuro é o fato de que quando a mesma
sequência é na descendente�| Em7 Ebº | Dm7 Dbº | C7M |�aos olhos Tonais da Harmonia
Funcional, o acorde diminuto deixa de ter a função de dominante porque não se enxerga
nenhum acorde dominante (V grau) contido em suas notas.��Mas o que realmente
incomoda às pessoas é que existe um "sabor" de resolução (ou de função de dominante) entre
o acorde diminuto e o acorde seguinte dessa porgressão descendente. Não é verdade?
��Entretanto para quem conhece bem o Modalismo e o Polimodalismo sabe que temos a
disposição inúmeras escalas além das Tonais maiores e menores tradicionais.��Assim sendo,
sem mergulhar muito profundamente nos modos sintéticos, temos a solução para os
diminutos descendentes dentro de um Sistema Modal bem conhecido de todos: o sistema
Simétrico Diminuto.

Flavio Goulart de Andrade LOTADO - 3 de setembro de 2006 - denunciar abuso

O sistema Simétrico Diminuto tem basicamente dois modos. ��1) T/ST (tom/semitom)�C,
D, Eb, F. Gb, Ab, A, B��2) ST/T (semitom/tom) também conhecido com DimDom�C, Db, Eb,
E, F#, G, A, Bb��Esse segundo modo serve também para os acordes dominantes do tipo
X7(b9). Que, além da 9b, também podem ter ainda na super-estrutura (9#, 11#,
13).��Repare que se pode construir um acorde diminuto em cada uma das notas desse
modo!��Então para C7(b9) poderíamos ter:�Cº, Dbº, Ebº, Eº, F#º, Gº, Aº, Bbº��Assim
sendo, isso explica porque os acordes diminutos na sequência descendentes acima dada,
sempre tiveram o sabor da resolução de um "dominante". Eles fazem parte desse modo!��O
Ebº é uma das inversões de um A7(b9) extraído das notas do modo ST/T. Portanto é um acorde
de função dominante! ao acorde seguinte da progressão: o Dm7.��Da mesma maneira que
o Dbº. Ele é uma das inversões de G7ªb9), quinto grau de C7M da sequência descendente dada
acima.��Por isso, dependendo da(s) escala(s) usada(s), um C7(b9) V grau de um acorde de F
pode ter uma enxurrada de acordes diminutos com a mesma função harmônica de
dominante.��Como já foi dito acima, vindos da visão funcional podemos ter um diminuto
construído na (3, 5, 7b e 9b) do acorde C7(b9). Portanto:�Eº, Gº, Bbº, Dbº��Vindos da ótica
do modo ST/T, podemos obter um diminuto à cada nota desse mesmo modo. Portanto:�Cº,
Dbº, Ebº, Eº, F#º, Gº, Aº, Bbº��Repare que os primeiros acordes diminutos, os da visão
funcional, já estão contidos no estoque obtido pelo modo ST/T.��Você tem ainda o recurso
de que todo acorde diminuto pode ser substituído por outro que esteja dentro de uma
sequência de terças menores. Por isso um Eº pode ser substituído por qualquer um entre Gº,
Bbº, Dbº, como citado na visão funcional.

Flavio Goulart de Andrade LOTADO - 3 de setembro de 2006 - denunciar abuso

Sabendo disso, só existem na verdade três Tons para os acordes diminutos:�C que abrange os
acordes Cº, Ebº, Gbº, AºDb que abrange os acordes Dbº, Eº, Gº, BbºD que abrange os acordes
Dº, Fº, Abº, Bº��Dá para ver que estão os doze acordes possíveis incluídos em uma dessas
três Tonalidades. Isso significa que só precisamos usar esse modo, o ST/T, em apenas três
tônicas também! As outras são meras inversões!��Observe também que juntos os acordes
de duas Tonalidades totalizam o modo ST/T. O que significa também que todos eles são
dominantes!! Em C só ficam de fora dessa definição de dominantes os acordes da Tonalidade
de D:�Dº, Fº, Abº, Bº��Apenas 4 acordes diminutos não têm função dominante seguindo
as normas dessas duas escalas!!!��É aí que entram os tais acordes auxiliares da definição da
Harmonia Funcional, citados no início desse artigo. Lembram? Mas eles também não seriam
"dominantes"?��Caro que sim! Vocês ainda tinham dúvidas de que algum acorde diminuto
não fosse de função "dominante"?��Entra em cena agora um modo pouco conhecido da
maioria. Um modo sintético. O Jônico Aumentado 6#:�C, D, E, F, G#, A#, B��O acorde total
desse modo é o C7#5 (9, 11, 7M). É portanto também um acorde dominante. Repare na
ambiguidade apresentada por esse modo através de suas duas sétimas: a 7b e a 7M, ambas
presentes em suas notas. Modo perfeito para ser usado em Bebop ou por músicos mais
modernos do tipo do Scofield e do Brecker, só para falar dos jazzistas...��Esse modo
possibilita a construção de acordes diminutos exatamente onde ainda não tinham aparecido:
na 9, na 11, na 5# e na 7M. Traduzindo: para C7�Dº, Fº, Abº, Bº��Os famigerados
"auxiliares" do funcionalismo!��Portanto é nesse caso que os "auxiliares" também são na
verdade de função dominantes.��Isso significa que todos os acordes diminutos são acorde
que exercem função harmônica de dominantes!

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