Você está na página 1de 37

BOMBEAMENTO AIR LIFT

1 DESCRIÇÃO E MÉTODO DE OPERAÇÃO


1.1 INTRODUÇÃO

O sistema “air-lift” consiste em um tubo de descarga de água (tubo edutor), uma


câmara de mistura (injetor ou difusor) e um tubo que conduz o ar comprimido até esta
última.

O sistema funciona basicamente com a injeção de ar comprimido, em quantidade


e pressão ideal até o injetor, o qual deve estar submerso o mais profundamente
possível dentro da coluna de água. No injetor, o ar comprimido injetado forma uma
emulsão (mistura) de ar + água, de peso específico menor do que o da água contida no
poço. Tendo essa emulsão um peso específico menor, a mesma será impulsionada para
cima através da tubulação de descarga até a superfície.

OBS: Ressalta-se, que a água só será recalcada até o nível correspondente ao ponto
em que volta a existir o equilíbrio entre o peso específico da água e o da mistura ar +
água. Portanto, se a extremidade superior do tubo de descarga estiver a uma altura
inferior a do nível onde volta a existir o equilíbrio entre os pesos específicos, a mistura
ar + água fluirá pelo tubo de descarga, obtendo-se assim o bombeamento da água.

1.2 CÁLCULO DOS DADOS PRINCIPAIS PARA O


DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA

1.2.1 DEFINIÇÃO DE TERMOS

Quando se deseja determinar o compressor ideal, bem como o injetor e o


diâmetro das tubulações de ar e recalque para um determinado poço, devemos ter em
mãos alguns dados essenciais para os referidos cálculos, quais sejam:

Q  Vazão de água requerida (m³/h)

NE  Nível estático (m)

ND  Nível dinâmico (m)

E  Elevação (ou recalque) acima do nível do solo (m)

ET  Elevação total ou recalque total (m)

ET = E + ND

L  Profundidade útil do poço (m)

SE  Submergência estática (m)

SD  Submergência dinâmica (m)

1
OBS: A Figura 1 mostra esquematicamente um poço no qual se colocou as tubulações
de recalque e de ar, bem como câmara de mistura (injetor). Nela, também estão
representadas as grandezas discriminadas anteriormente e que serão utilizadas nos
cálculos necessários para o dimensionamento do sistema, as quais serão abordadas a
seguir.

1.2.2 CÁLCULO DAS SUBMERGÊNCIAS ESTÁTICA (SE) E DINÂMICA (SD)

As submergências estática (SE) e dinâmica (SD) deverão ser estimadas levando-


se em conta a profundidade útil do poço. Para isso, podemos fazer uso das seguintes
fórmulas:

SE = L - (NE + 1) (1)

SD = L - (ND + 1) (2)

Para o bom funcionamento de um sistema “air-lift”, aconselha-se que a


determinação da submergência dinâmica (SD) seja feita levando-se em conta a
determinação de dois parâmetros de importância fundamental para o desempenho
satisfatório do sistema, quais sejam:

a) Submergência Percentual (Sp)

(3)
( )

A importância do cálculo da submergência percentual (Sp) é que a mesma


determinará se o sistema “air-lift” será viável ou não para um determinado poço. Para
que o sistema funcione adequadamente a prática demonstra que a submergência
percentual (Sp) deverá ser superior a 40%, na condição de nível dinâmico mais
profundo, sendo até aconselhável que Sp esteja na faixa de 50-60 %, ou mesmo mais.

Mais especificamente, segundo recomendações da Ingersoll Rand, para que o


sistema funcione adequadamente, deverão ser observados os seguintes valores limites
(máximos e mínimos) de submergência percentual em função da altura total de
recalque (Tabela 1).

TABELA 1: Valores limites de submergência percentual (Sp) em função da altura total


de recalque (ET).

ALTURA TOATAL DE SUBMERGÊNCIA PERCENTUAL (Sp)


RECALQUE (ET) PERMISSÍVEL
(m) MÍNIMA MÁXIMA
6 - 38 50 % 70 %
38 - 53 40 % 65 %
53 - 76 40 % 60 %
76 - 107 40 % 55 %

2
b) Razão de Submergência (RS)

(4)

A razão de submergência é um parâmetro de importância fundamental para a


eficiência operacional de um sistema “air-lift”. Para que se possa obter uma boa
eficiência operacional é necessária que a razão de submergência do mesmo seja alta
(em torno de 2). Ressalta-se porém, que a eficiência do mesmo não sofrerá aumento
apreciável, caso a razão de submergência selecionada exceda a 2,0.

Para que o sistema possa funcionar adequadamente em um dado poço é


necessário que a razão de submergência (RS) fique, no mínimo, compreendida entre 1 e
2.

1.2.3 CÁLCULO DO FLUXO DE AR NECESSÁRIO (m³/h)

O fluxo (vazão) de ar necessário para o funcionamento do sistema “air-lift” em


um determinado poço, será dado pela seguinte fórmula:

C=Q.f (5), onde:

C = Q . f ( 5 ), onde :

Q - Vazão de água requerida ( m³/h )

f - Consumo específico de ar ( m³ ar / m³ água recalcada )

O consumo específico de ar ( f ) pode ser calculado através


da utilização da fórmula de Rix-Abrams, a qual é dada abaixo :

f = _________ET_____________ ( 6 )

k . log (( SD + 10,3 ) / 10,3 )

3
onde k é um coeficiente que depende da submergência percentual ( Sp ) e da
posição do tubo de ar comprimido ( se por fora, ou por dentro da tubulação de
recalque ). A tabela 2, elaborada pela Ingersoll-Rand, nos fornece alguns valores
de k em função da submergência percentual ( Sp ).

TABELA 2 - Valores do Coeficiente K em Função da

Submergência Percentual Sp

SUBMERGÊNCIA VALORES DE K EM FUNÇÃO DA

PERCENTUAL POSIÇÃO DO TUBO DE INJEÇÃO

DE AR EM RELAÇÃO AO TUBO

Sp = ( SD / ( SD + ET )) x 100 DE DESCARGA DE ÁGUA

POR FORA POR DENTRO

75 14,92 13,45

70 14,59 13,12

65 14,18 12,47

60 13,65 11,62

55 12,96 10,68

50 12,09 9,70

45 12,06 8,72

40 10,03 7,54

35 8,80 6,60

4
De uma forma mais simplista, podemos dizer que o
coeficiente k depende principalmente da elevação total (ET), variando segundo a
fórmula abaixo :

K = 2,17 + ( 0,0164 . ET ) (7)

Neste caso, o consumo específico de ar ( f ) pode ser


considerado como um parâmetro que depende fundamentalmente da razão de
submergência ( SD / ET ) e da elevação total ( ET ). Assim, a equação ( 6 ) pode
ser representada graficamente conforme nos mostra o diagrama 1, (em anexo),
no qual o consumo específico de ar ( f ) pode ser diretamente obtido em
função da altura total de recalque ( ET ) e da razão de submergência ( SD / ET
).

No diagrama 1, as linhas contínuas mostram a faixa normal


de trabalho do sistema “air-lift”. Desta forma, uma razão de submergência mais
baixa deve ser escolhida para elevações totais mais altas; isto para diminuir o
comprimento da tubulação de descarga e também a pressão de trabalho do
compressor, já que esta é diretamente proporcional a submergência dinâmica (
SD ). O diagrama também nos mostra que o consumo específico de ar ( f ) é
reduzido ( ou seja, aumenta a eficiência do sistema ) conforme se aumenta a
razão de submergência ( aumento da submergência dinâmica ).

2. 3 ) DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO DE TRABALHO

DO COMPRESSOR ( Pt )

O momento mais crítico para o funcionamento de um sistema


“air-lift” será aquele relacionado com as condições de submergência do início do

5
bombeamento, já que a pressão inicial ou de partida será determinada pela
submergência estática ( SE ), sendo dada por :

Po = SE / 10 ( Kg / cm² ) ( 8 )

Já a pressão normal de trabalho do sistema, será


determinada pela submergência dinâmica ( SD ), sendo dada por :

Pt = SD / 10 ( Kg / cm² ) ( 9 )

Do exposto anteriormente, percebe-se que a pressão de trabalho


do compressor irá aumentar à medida que aumenta a submergência dinâmica
( SD ).

6
Diagrama 1 - Nomograma mostrando o consumo específico de ar, conforme

7
a variação da altura total de recalque (ET) e a razão de sub

mergência.

OBS : Contudo, é aconselhável que se acrescente à pressão normal de trabalho


uma certa margem de segurança para compensar a perda de pressão (perda de
carga) que ocorre na linha de ar. Deve ser ressaltado, que essa perda de
carga dependerá principalmente do diâmetro interno, comprimento e forma do
tubo utilizado na injeção. Para uma estimativa dessa perda de carga, podemos
utilizar o diagrama 2 (em anexo), o qual nos fornece, através de um exemplo,
uma forma prática para determinar essa perda de carga a partir dos principais
fatores envolvidos.

Portanto, para a escolha do compressor devemos selecionar o


equipamento cuja pressão máxima seja compatível com a pressão inicial (Po).
Compressores normais (de baixa pressão) são geralmente projetados para
trabalhar continuamente com uma pressão de até 7,0 kg / cm² ( 102 lb / pol² ).
Contudo, aconselha-se que para pressões de trabalho ( P ) acima de 6,0 kg /
cm² , utilizar compressor com pressão de trabalho de até 12,3 kg / cm² ( alta
pressão ).

2. 4 ) DETERMINAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO SISTEMA ( Ef )

E DO COMPRESSOR MAIS ADEQUADO

Vimos na pag. 3 que a eficiência de um sistema “air-


lift” dependerá fundamentalmente da razão de submergência ( SD / ET ). Porém,
a eficiência do sistema, dependerá também, em menor proporção, de outros
fatores além da razão de submergência, sendo proporcional a constante k,
segundo a fórmula abaixo :

Ef = eis . 0,042 . k ( 10 )

8
onde eis é a eficiência isotérmica do compressor, a qual varia de 0,5 a 0,7. O
valor 0,7 aplica-se a compressores de capacidade média para cima, de dois
estágios, quando os mesmos trabalham à pressões acima de 4,0 kg / cm².

2. 5 ) DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DAS TUBULAÇÕES

DE INJEÇÃO DE AR E DE DESCARGA DE ÁGUA

O diâmetro da tubulação de injeção de ar será dado pela


seguinte fórmula :

1/5
d = 2,70 . ( ( c . v ² ) / ( p . ( SD + 10 ))) ( 11 ), onde :

d - Diâmetro da tubulação de ar ( mm )

c - Comprimento da tubulação de injeção de ar ( m )

v - Descarga de ar sob a pressão atmosférica ( descarga livre ) ( m³ / h )

p - Queda de pressão permissível entre a pressão absoluta na saída do

compressor ( kg / cm² ) e a pressão absoluta na saída do injetor

( kg / cm² ). Normalmente p varia de 0,1 a 0,2 kg / cm².

SD - Submergência dinâmica ( m )

9
OBS : Essa fórmula é válida considerando-se uma velocidade do ar variando
entre 5 e 10 m / seg na tubulação de ar.

O diâmetro da tubulação de descarga de água deve ser


escolhido de tal forma que a velocidade de fluxo da mistura ar + água fique
limitada ao intervalo compreendido entre 1,5 e 4,5 m / seg. Se o diâmetro
da tubulação de descarga for excessivo, haverá uma perda de capacidade (
vazão de água ) devido o fato das bolhas de ar subirem mais rapidamente que
a água ao seu redor. Por outro lado, se o diâmetro dessa tubulação for muito
pequeno, as perdas por atrito serão excepcionalmente elevadas. Em tubos de
descarga muito longos, a velocidade do ar na extremidade superior é bem
mais elevada do que nas proximidades do injetor devido a expansão do ar, de
forma que essas tubulações devem ser de maior diâmetro na sua porção
superior. A equação dada a seguir, nos fornece o diâmetro mínimo ( em mm
) da extremidade superior do tubo de descarga de água.

dmin = 6 . (Q + q ) 1/2 ( 12 ) , onde :

dmin - Diâmetro mínimo da extremidade superior da tubulação descarga (mm).

Q - Vazão de água requerida ( m³ / h ).

q - Descarga de ar sob a pressão atmosférica. Descarga livre ( m³ / h ).

OBS : O tubo de descarga de água deve ser colocado o mais vertical possível,
e de preferência, sem curvas em sua extremidade superior. Se a curva no
entanto for necessária, esta deverá ser de raio longo. Para se evitar
resistências adicionais, não deverá existir reduções no tubo de descarga e as
junções devem se ajustar perfeitamente.

10
Diagrama 2 - Nomograma para a determinação da perda de carga que

ocorre ao longo de tubulações, a partir dos fatores

envolvidos.

Exemplo : Qual é a perda de carga quando 168 l / seg a uma pressão

absoluta de 8 bar, fluem através de uma tubulação de 200

metros com um diâmetro interno de 70 mm.

Resposta : 0,10 bar

11
2. 6 ) TIPOS DE CONFIGURAÇÕES PARA A INSTALAÇÃO

DE UM SISTEMA “AIR-LIFT” (MODELOS DE

ARRANJO DAS TUBULAÇÕES DE INJEÇÃO

DE AR E RECALQUE DE ÁGUA.

12
Para a instalação de um sistema “air-lift” existem basicamente
dois modelos de arranjo para as tubulações de injeção de arv e de recalque de
água, a saber :

a ) Configuração de Pohle

Neste modelo, a tubulação de injeção de ar é instalada


externamente à tubulação de recalque de água (Fig. 1), sendo portanto,
obrigatória a descida de duas colunas de tubos dentro do poço.

Este é o tipo de arranjo mais aconselhável para se


extrair água pelo sistema “air-lift”.

b ) Configuração de Ar Central

Neste modelo, a tubulação de injeção de ar é introduzida por


dentro da tubulação de descarga de água (Fig. 2).

É um tipo de arranjo muito utilizado em poços de pequeno


diâmetro, porém de grande vazão, já que possibilita utilizar-se o próprio
revestimento do poço como tubulação de recalque de água; neste caso, é
evidente a econômia e simplicidade de instalação e manutenção do sistema.

2. 7 ) CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DO INJETOR

Para um melhor rendimento de um sistema “air-lift”,


é imprescindível que a tubulação de ar termine numa peça injetora (difusor de
ar). O injetor é um dispositivo que permite dividir o ar em pequenos fluxos, de
modo que as bolhas formadas sejam as menores possíveis.

13
Vários tipos de injetores podem ser utilizados, alguns com
boa eficiência e outros de menor eficiência, porém de custos mais baixos. Os
tipos mais simples poderão ser improvisados implantando-se uma simples
conexão (joelho) na extremidade inferior da tubulação de descarga de água, ou
abrindo-se uma série aleatória de pequenos orifícios na extremidade inferior da
tubulação de injeção de ar.

Contudo, o tipo de injetor mais aconselhável para se extrair


água pelo sistema “air-lift” é aquele que está esquematizado na figura 3. A
tabela 3, nos fornece as características construtivas ideais para este tipo de
injetor, em função da vazão de água que se deseja extrair. Já a Fig. 4,
corresponde a um modelo de injetor desmontável, de fácil construção e
manutenção, cujas características construtivas podem ser adaptadas aos dados
constantes na tabela 3.

No caso de sistemas “air-lift” com instalação do tipo


configuração de ar central, uma providência prática é recomendada com vistas a
se obter um melhor funcionamento do sistema, qual seja :

 Para melhorar o rendimento do sistema, parte da extremidade inferior da


tubulação de injeção de ar deve ser convertida em um injetor pela simples
adoção de múltiplos orifícios de diâmetro reduzido (da ordem de 3 mm) e
tamponamento da extremidade inferior, conforme nos mostra a Fig. 2. O
intervalo a ser perfurado, bem como a quantidade e espaçamento entre os
orifícios, podem ser tirados das especificações constantes na tabela 3.

Em ambas as modalidades de configuração, a


extremidade inferior da coluna de elevação de água deve ser chanfrada à 45º
para reduzir a perda de carga na entrada e a possibilidade de vedação no
caso desta encostar no fundo do poço.

Outro ponto a ser lembrado para o correto dimensionamento


de sistemas “air-lift”, refere-se a posição relativa entre o injetor e a
extremidade inferior da tubulação de descarga de água (grandeza x das Figs. 1
e 2). Quanto a isto, a submergência percentual ( Sp ) nos fornece a distância
ideal para este parâmetro, qual seja :

14
Sp  50 %  x = 0,50 m

Sp  50 %  x = 2,00 m

Obs : No caso de sistemas com configuração do tipo ar central, recomenda-se


que a extremidade inferior do injetor fique situada a uma distância mínima de
1,20 metro acima da extremidade inferior da tubulação de recalque.

III - RECOMENDAÇÕES PARA UM CORRETO


DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS

“AIR-LIFT”

Vimos que o resultado e a eficiência de um bombeamento


através do sistema “air-lift” varia grandemente com a submergência dinâmica (
SD ) e com a altura total de recalque ( ET ). Portanto, com vistas a facilitar o
correto dimensionamento do sistema, relaciona-se a seguir algumas
recomendações de ordem prática que visam otimizar a eficiência deste.

a ) A submergência dinâmica ( SD ) ideal será sempre aquela que propiciar maior


recalque de água e , menor vazão e pressão de ar, tornando o sistema o mais
econômico possível. De um modo geral, é desejável ter-se uma submergência
percentual ( Sp ) de 60% ou mais.

b ) Para poços com nível dinâmico ( ND ) muito próximo a boca do poço,


deverá ser estimada uma submergência dinâmica ( SD ) tal que a submergência

15
percentual ( Sp ) fique compreendida entre 50 % e 60 % , faixa esta que localiza
a vazão e pressão de ar dentro do ideal.

c ) Por outro lado, se o nível dinâmico for maior que 60 % da profundidade


total do poço, devemos localizar o injetor o mais próximo possível do fundo do
poço, com vistas a se ter uma maior eficiência do sistema.

d ) Uma elevação total ( ET ) muito acima da boca do poço, aumenta


consideravelmente o consumo de ar comprimido para a mesma vazão de água,
elevando assim o custo do sistema.

As observações feitas acima são importantes devido ao fato


de se o injetor for localizado muito profundamente na coluna de água, será
exigido menos ar, porém haverá aumento de pressão.

Complementando o acima exposto, as tabelas 4A e 4B,


dadas a seguir, elaboradas a partir de elementos fornecidos pela Worthington
S/A., nos indicam os volumes de água que podem ser produzidos pelo Sistema
“Air -Lift”, em função da submergência percentual ( Sp ) e dos diâmetros das
tubulações de injeção de ar e de elevação de água, para os dois tipos de
configurações de sistemas mais comumente utilizadas. Já a Tabela 5, nos
orienta de forma simplificada, o correto dimensionamento do sistema “air-lift” em
função dos dados básicos necessários, ou seja : Vazão de água requerida ( Q ),
Submergência dinâmica ( SD ), Altura total de recalque ( ET ), Pressão de
trabalho ( Pt ) e Vazão de ar do compressor ( C ).

Obs - Do ponto de vista da eficiência do sistema, é importante que o


compressor forneça a quantidade correta de ar, já que ar em demasia causa
excessivo atrito nas tubulações e uma perda de carga devido à expansão
incompleta do ar dentro da tubulação de elevação de água. Por outro lado,
uma quantidade de ar muito reduzida, provocará baixa vazão e / ou escoamento
intermitente ou oscilante.

16
IV - UNIDADES DE MEDIDAS EMPREGADAS

Embora existam normas padronizando os sistemas de


unidades, seu emprego prático tem sido incipiente, o que se constitui num
obstáculo à fácil interpretação e utilização dos dados contidos em catálogos e
prospectos, os quais, via de regra, apresentam unidades inglesas. Em razão
disso, a Tabela 6, dada a seguir, permite efetuar de maneira rápida e simples
as conversões necessárias.

TABELA 6 - Fatores de Conversão de Unidades

UNIDADES DE VOLUME

PARA CONVERTER MULTIPLIQUE

DE PARA POR

litros / seg m³ / h 3,60

litros / min m³ / h 0,06

litros / seg Pés cúbicos / min ( PCM ) 2,12

litros / min Pés cúbicos / min ( PCM ) 0,0353

m³ / h Pés cúbicos / min ( PCM ) 0,59

UNIDADES DE PRESSÃO

PARA CONVERTER MULTIPLIQUE

17
DE PARA POR

Kg / Cm² Libras / Pol² ( PSI ) 14,22

Kg / Cm² Metros de Coluna de Água 10

Bar Kg / Cm² 1,02

Bar Libras / Pol² ( PSI ) 14,50

FIG. 1 - ESQUEMA DE SISTEMA „AIR-LIFT” COM PEÇA INJETORA


DISPOSTA

EXTERNAMENTE À TUBULAÇÃO DE DESCARGA DE ÁGUA.

18
TUBULAÇÃO DE UNIDADE
RECALQUE

DE AR

NE

ET ND

SE

19
SD

20
X

FIG 2 - ESQUEMA DE SISTEMA “AIR LIFT” COM PEÇA INJETORA


DISPOSTA

INTERNAMENTE À TUBULAÇÃO DE DESCARGA DE ÁGUA

21

c

TUBULAÇÃO DE

REVESTIMENTO

22
o

D o TUBULAÇÃO DE
INJEÇÃO

o DE AR

X B TUBULAÇÃO DE

ÁGUA

23
FIG. 3 - ESQUEMA BÁSICO PARA A CONSTRUÇÃO DE PEÇAS
INJETORAS

o
o

o
o

o
o

24
o

o D
o

E o
o

o
o

o F
o

o
o

o
o

C

B X

25
A

26
FIG. 4 - ESQUEMA BÁSICO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM
INJETOR

DESMONTÁVEL.

LUV
A

REDUÇ ROSCA
ÃO

27
o o o o
o o

o o o o
o o

o o o o
o o

o o o o
o o

o o o o
o o

o o o o
o o

o o E o o
o o

o o K o o K = E +
o o 3B

o o o o
o o

o o o o
o o

o o o o
o o

o o o o
o o

o o o o
o o

o o o o

28
o o

REDUÇ
ÃO

ROSCA

LUV
A

C

B

29
30
TABELA 3 - CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS BÁSICAS DE INJETORES EM FUNÇÃO DA VAZÃO DE ÁGUA

REQUERIDA.

VAZÃO DE CAMISA ÁGUA AR D E F G NÚMERO DE LINHAS

ÁGUA ( mínimo ) (  furos ) x

( l/h) (  A) (  B) ( C) ( mm ) ( mm ) ( mm ) ( mm ) NÚMERO DE FUROS

Até 1000 2½” 3/4” 1/4” 95 120 10 3 5 x 4

900 a 2500 3” 1” 1/2” 95 150 15 3 6 x 4

2000 a 4” 1¼” 1/2” 95 170 15 3 6 x 4


4000

3500 a 4” 1½” 1/2” 155 180 15 3 6 x 4


6000

5000 a 5” 2” 3/4” 155 200 15 3 10 x 6


10000

9000 a 5” 2½” 3/4” 165 230 15 3 10 x 6

31
16000

15000 a 6” 3” 1” 180 250 20 3 10 x 8


25000

24000 a 7½” 4” 1¼” 240 300 20 3 11 x 12


40000

39000 a 8” 5” 1½” 240 350 20 3 15 x 12


65000

60000 a 10” 6” 1½” 255 400 20 3 16 x 12


100000

D - Comprimento efetivo da descarga de ar do injetor

E - Comprimento da camisa do injetor

F - Distância entre os orifícios de injeção de ar

32
TABELA 4A - Volume de Água que pode ser Bombeada pelo Sistema “Air-Lift” em Função da Submergência Percentual ( Sp )

e dos Diferentes Diâmetros das Tubulações de Injeção de Ar e de Recalque de Água. ( Dados para Sistemas

Configurados com a tubulação de injeção de Ar Disposta Externamente à Tubulação de Descarga de Água. )

DIÂMETRO DAS TUBULAÇÕES CAPACIDADE DE RECALQUE DE ÁGUA ( m³ / h )

TUBO DE RECALQUE TUBO DE AR SUBMERGÊNCIA PERCENTUAL ( SP )

( Pol. ) ( Pol. ) 40 % 50 % 60 % 70 %

1” 3/8” 1,4 à 2,3 1,6 à 2,5 1,8 à 2,7 2,3 à 3,8

33
1½” 1/2” 2,3 à 4,3 2,7 à 4,7 3,6 à 6,4 4,6 à 8,2

2” 3/4” 4,1 à 4,3 4,6 à 9,1 5,9 à 12,5 7,5 à 14,8

2½” 1” 7,3 à 12,5 8,2 à 13,6 11,3 à 19,3 13,6 à 27,7

3” 1” 11,3 à 21,5 12,5 à 22,7 17,7 à 27,2 20,4 à 29,5

4” 1¼” 27,2 à 40,8 29,5 à 45,4 36,3 à 53,3 45,4 à 56,7

5” 1½” 40,8 à 68,0 45,4 à 85,1 62,4 à 107,8 68,0 à 136,1

6” 2” 63,5 à 113,4 79,4 à 130,4 102,1 à 175,8 113,4 à 204,1

34
ABELA 4B - Volume de Água que pode ser Bombeada pelo Sistema “Air-Lift” em Função da Submergência Percentual ( Sp )

e dos Diferentes Diâmetros das Tubulações de Injeção de Ar e de Recalque de Água. ( Dados para Sistemas

Configurados com a tubulação de injeção de Ar Disposta Internamente à Tubulação de Descarga de Água. )

DIÂMETRO DAS TUBULAÇÕES CAPACIDADE DE RECALQUE DE ÁGUA ( m³ / h )

TUBO DE RECALQUE TUBO DE AR SUBMERGÊNCIA PERCENTUAL ( SP )

( Pol. ) ( Pol. ) 40 % 50 % 60 % 70 %

1¼” 3/8” 1,8 à 3,0 2,0 à 3,2 2,3 à 3,6 3,0 à 5,0

35
1½” 3/8” 2,0 à 3,4 2,3 à 3,9 3,0 à 5,0 4,1 à 6,4

2” 1/2” 3,6 à 6,8 4,1 à 7,5 5,7 à 10,4 6,8 à 12,7

2½” 3/4” 4,8 à 9,8 5,9 à 11,3 7,7 à 15,9 9,1 à 18,4

3” 1” 9,3 à 10,9 10,9 à 18,6 14,5 à 22,7 17,0 à 23,8

4” 1¼” 22,7 à 34,0 23,8 à 36,3 30,6 à 45,4 36,3 à 61,2

5” 1½” 29,7 à 36,3 39,7 à 68,0 49,9 à 90,7 59,0 à 115,7

6” 2” 36,3 à 96,4 68,0 à 113,4 86,2 à 149,7 96,4 à 175,8

8” 2” 113,4 à 176,9 136,1 à 226,8 158,4 à 272,2 181,4 à 294,8

10” 2½” 158,8 à 283,5 204,1 à 351,5 238,1 à 408,2 272,2 à 453,6

36
37

Você também pode gostar