Você está na página 1de 4

Curso Apocalipse – prof.

Cláudio Fonseca 1

AULA 3
1. Estudo de Apocalipse 1.11

1.1 Apocalipse 1:11 “Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o
num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a
Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia.”

1.2 “e o que vês”


A ordem é clara trata-se de uma revelação a João, e é ordenado a escrever em um livro o que estava para ver
e depois enviá-lo às sete igrejas.

1.3 “escreve-o num livro, e envia-o”


A ordem de escrever ocorre por treze vezes neste livro. (Cf 1.11, 19; 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14; 10.4; 14.13;
19.9; 21.5). A ordem ocorre uma vez em cada uma das sete cartas. O intuito do Senhor Jesus Cristo era que a
revelação fosse preservada para as gerações seguintes; e até hoje a forma escrita é a melhor maneira de
preservar uma comunicação. O leitor deve observar bem a frase “escreve-o num livro, e envia-o”. Isso nos
dá entender que não só a carta endereçada a igreja devia ser lida, mas também todo o conteúdo do livro que
encerrava a visão (.13).

1.4 “...às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a
Filadélfia, e a Laodicéia.”
O Dr. Russell Norman Champrin, observa que a posição geográfica onde se encontravam essas igrejas,
formavam um CÍRCULO. As cidades foram numeradas partindo de Éfeso, na direção Norte, para Esmirna
(64 quilômetros); daí para Pérgamo, 80 quilômetros ao norte de Esmirna; então, atravessando 64 quilômetros
para sueste, até Tiatira, descendo, então, 80 quilômetros para Sardo; daí para Filadélfia a 48 quilômetros a
sudeste de Sardo; então Laodicéia a 64 quilômetros a sudeste de Filadélfia.

2. Estudo de Apocalipse 1.12

2.1 Apocalipse 1:12 “E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro;”

2.2 “E, virando-me, para ver quem falava comigo.”


Neste ato, João via a Cristo glorificado, que vem a ser a primeira visão do livro de Apocalipse, no Versículo
19. A poderosa voz “como de trombeta” que ouvira no verso anterior, à semelhança do Monte Sinai, aí cada
vez mais aumentando (Êx 19.19), assim João volta para ver de onde partia a voz, e teve a sua primeira visão:
“sete castiçais de ouro”. No santo lugar do templo dos judeus, havia um único castiçal com sete braços,
recebeu destaque, aparentemente representando Israel (Zc 4.2). Na visão de João, os castiçais representavam
as igrejas, que agora eram a luz do mundo (Mt 5.13). Apesar de ter o castiçal da antiga aliança, sete braços,
mesmo assim, eram ligados por uma só peça (o pedestal). Israel, mesmo dividido geograficamente em doze
tribos, contudo, eram, ao mesmo tempo, unidos por um só pedestal: A Lei do Senhor (Nm 9.14). Na Nova
Aliança, o Senhor Jesus interpretou para João que os sete castiçais representam as “sete Igrejas” (v. 20).

2.3 “E, virando-me, vi sete castiçais de ouro;”


Do ponto de vista do Novo Testamento cada igreja local deve ser encarada como a igreja universal em toda
sua plenitude. O verso 16 retrata que a unidade da igreja não está na organização mas no
relacionamento com Cristo, mostrando Cristo segurando sete estrelas em sua mão direita. As sete estrelas
representavam no céu as sete igrejas, e as sete lâmpadas eram as próprias igrejas. Sua função era dar luz ao
mundo (Mt. 5:14). Se uma lâmpada deixasse de proporcionar luz ela era afastada (Ap 2:5).

3. Estudo de Apocalipse 1.13


Curso Apocalipse – prof. Cláudio Fonseca 2

3.1 Apocalipse 1:13 “E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés
de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro.”

3.2 “No meio”


Em cada cena do Apocalipse, Cristo sempre aparece como a “Figura Central”: no “meio” por exemplo:
1)Ele é visto no “meio” dos sete castiçais de ouro (1.13);
2)No “meio” da igreja de Éfeso, em uma nova visão (2.1);
3)No “meio” do trono (5.6);
4)No “meio” do trono novamente numa visão posterior (7.17).
A conclusão deste fato é o que demonstra o grande livro de Deus a ser focalizado, que é nosso Senhor Jesus.
Isto é, aquele que viveu e andou entre os homens, contudo, sempre no “meio” (Mt 18.20; Jo 19.18; 20.19; 1
Tm 2.5). Agora, porém, no Apocalipse é um quadro do Cristo da atualidade. É um quadro de Cristo, o Filho
Eterno, que está assentado no “meio do trono” à direita de Deus.

3.3 “Filho do homem.”


Este título, que frequentemente é aplicado à pessoa de Cristo, lembra sua humanidade (Jo 1:14). Cerca de 79
vezes esta expressão ocorre somente no Novo Testamento e com exclusividade, nos Evangelhos, e vinte e
duas vezes no livro do Apocalipse. Em Ezequiel (por toda a extensão do livro), a frase é empregada por Deus
91 vezes. Este título: O Filho do Homem (Jo 3.13) havia se tornado uma figura messiânica mais corrente.
Motivo porque um exame dos textos evangélicos permite, quase sem possibilidade de erro, preferir que, ao
designar-se “Filho do Homem”, o Senhor Jesus escolheu esse título, evidentemente, menos comprometido
pelo nacionalismo judaico e pelas esperanças bélicas. Havia também uma esperança judaica do “Homem dos
últimos tempos” (Cf. Rm 5.12-21; 1 Co 15.22, 45, 47; 2.5-11).
A mesma visão de João a respeito de Cristo e citada aqui é encontrada em Dn.7:13,14;10:5-10. Na é uma
referência a Daniel 7.13. Comparando-se essas duas passagens, além do uso da expressão Filho do Homem
por Jesus (Mt 20.28) em relação a si mesmo, notamos que Cristo é o sujeito dos versículos de 12 a 18 de
Apocalipse 1.
Jesus tem uma natureza completamente humana e completamente divina. Jesus era 100% Deus (Jo 1:1), mas
Ele também era um ser humano (Jo. 1:14). Em 1 Jo. 4:2, lemos: “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo
espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus.” Sim, Jesus também era o Filho do Homem
– Ele era um ser humano em sua essência. Em resumo, a frase “Filho do Homem” indica que Jesus é o
Messias e que Ele realmente é um ser humano.

3.4 “vestido até aos pés” e “de uma roupa comprida,”


O seu corpo estava vestido até os pés o que demostra sua santidade total em conformidade com Dn 10:6. A
veste comprida e o cinto de ouro indicam que o Cristo glorificado está vestido como um sumo sacerdote (Ex
28.4). A intenção é destacar o sumo sacerdócio de Jesus Cristo. A veste comprida de Cristo era uma
vestimenta talar, usada exclusivamente pelos sacerdotes e juízes no desempenho de duas funções. O que
mostra a dupla função do filho de Deus (2 Tm 2.8 e Hb 3.1), sacerdote e juiz.

3.5 “cingido pelos peitos com um cinto de ouro.”


Tal vestimenta era também usado pelo sacerdote quando este ministrava no santuário. “O cinto de ouro
cingido a altura do peito era também usado pelo sacerdote, quando este ministrava no santuário, estava à
altura do peito e não nos rins, para ajustar as vestes de modo a facilitar os movimentos; assim, quando o
cinto está em volta de seus lombos, o serviço é proeminente. (Cf. Jó 38.3; Jo 13.4,5), mas quando o cinto está
em volta do peito, implica juízo sacerdotal dignificado, coisas que são inerentes ao Filho de Deus, tanto no
passado como no presente. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, aponta também: a pureza e a
inocência de Cristo (Sl 123.9).

4. Estudo de Apocalipse 1.14


Curso Apocalipse – prof. Cláudio Fonseca 3

4.1 Apocalipse 1:14 “E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos
como chama de fogo;”

4.2 “E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca”


A aparência branca da cabeça e dos cabelos é um paralelo à descrição do ancião de dias, em Daniel 7.9, e à
aparência gloriosa do Cristo transfigurado no monte (Mt 17.2). As descrições demonstram a pureza e
imortalidade, tanto de Deus-Pai como do Deus-Filho. O que falar de sua consciência pura sem pecado ou alto
grau de sua santidade e de sua eternidade (Dn.7.9). Certamente a alvura da cabeça e cabelos de Cristo
provém, em parte, da intensidade da glória celestial e em parte da sabedoria e, idoneidade moral. Assim, a
brancura de seus cabelos, aqui, não significa velhice, antes, sugere a eternidade, indicando também Pureza e
Divindade.

4.3 “e os seus olhos como chama de fogo;”


Seus olhos eram como chama de fogo. Esta expressão aparece mais uma vez: para a igreja de Tiatira, Cristo
era o que tem os olhos como chama de fogo (2:18), o que parece simbolizar sua onisciência que perscruta
tudo. Em 19:12, isto é uma característica do Cristo conquistador que destrói seus inimigos. Podemos concluir
que isto simboliza onisciência combinada com ira santa contra tudo que não é santo.

5. Estudo de Apocalipse 1.15

5.1 Apocalipse 1:15 “E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa
fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas.”

5.2 “Seus pés, semelhantes a latão reluzente”


Significa respeito ou poder, assim como domínio sobre todas as coisas, já que tudo está debaixo de seus pés
(1 Co 15.25). Isto talvez signifique que seus pés estavam ardendo como se ainda estivessem na fornalha, ou
que eles eram como bronze que tinha passado pela fornalha de purificação.
No campo espiritual, realmente isso aconteceu com o Filho do homem durante a sua vida terrena. Ele passou
pela fornalha do sofrimento, e foi provado no fogo do juízo de Deus. (Cf. Lc 22.44; Hb 5.7). Além de outros
sacrifícios apresentados na antiga aliança que tipificava a Cristo sofrendo até a morte, em lugar do pecador.
Tomamos aqui como exemplo a oferta de manjares: “Em Lv 2. a oferta de manjares tipifica Cristo nas Suas
próprias perfeições, e na Sua dedicação a vontade do Pai. A flor da farinha fala de igualdade e equilíbrio no
caráter de Cristo; o fogo, de Ele ser provado pelo sofrimento até a morte de cruz. O incenso, representa a
fragrância de Sua vida perante Deus; a ausência de fermento, representa o caráter de Cristo, como a verdade;
a ausência de mel; que Nele não havia a mera doçura natural que pode existir sem a graça de Deus na vida de
alguém. Azeite misturado, Cristo nascido do Espírito Santo; azeite untado, Cristo batizado pelo Espírito, a
frigideira, os sofrimentos mais evidentes de Sua vida; o sal, o sabor da
graça de Deus na vida de Cristo: o que faz parar a ação do fermento; o forno, os sofrimentos ocultos de
Cristo – consolidados no túmulo: a fornalha final”.

5.3 “e a sua voz como a voz de muitas águas”


O paralelo que Deus oferece é este, o de quedas d'água, cachoeiras cataratas, ou qualquer outro nome que
aponte para o ruído de águas, como as ondas bravias do mar, por exemplo. Até mesmo as chuvas
(tempestades) são apresentadas assim neste exemplo bíblico, pois a ideia é esta: ressaltar a intensidade da
voz divina. O ruído de muitas águas é, em outras palavras, um ruído que encobre os outros ruídos. Assim
também é a voz do Senhor. UMA VOZ QUE ENCOBRE AS OUTRAS VOZES! E aqui deparamo-nos com
um princípio poderoso: Deus quer que sua voz chegue com tamanha intensidade em nossas vidas que
cheguemos a ponto de não ouvir mais nenhuma outra voz. Ele quer que sua Palavra PREVALEÇA sobre toda
e qualquer voz neste mundo.

Acesse o site e leia o artigo: <www.orvalho.com/ministerio/estudos-biblicos/voz-como-de-muitas-aguas/>

AUTORES: Ir. Cláudio Fonseca e Ir. Peter Wilson


Curso Apocalipse – prof. Cláudio Fonseca 4

REFERÊNCIAS

PEDRO DA SILVA, Severino, Apocalipse: Versículo por versículo, Rio de Janeiro: Editora CPAD, 2005.

LADD, George, Apocalipse: Introdução e comentário, 1. ed. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1980.

ORVALHO.COM. Voz como de muitas águas – por Luciano Subirá. Disponível em:
<www.orvalho.com/ministerio/estudos-biblicos/voz-como-de-muitas-aguas/> Acesso em: 9 de setembro de
2018.

GOTQUESTIONS. O que significa dizer que Jesus é o Filho do Homem?. Disponível em:
<https://www.gotquestions.org/Portugues/Jesus-filho-do-homem.html> Acesso em: 9 de setembro de 2018.

Você também pode gostar