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PROJETO DE PISCINA PÚBLICA

O mais indicado, principalmente em relação ao custo-benefício, é em terreno natural


resistente, sem aterros e lençóis freáticos, e que não precise de fundações. Ou seja, a
melhor solução é que a piscina funcione como uma grande sapata, com carga distribuída
por igual por toda sua laje. Nesses casos, os tipos de solo mais convenientes são os
arenosos, que permitem que a estrutura da piscina fique apoiada integralmente sobre o
terreno, como um grande tanque d'água, sem a necessidade de fundações.
Mas como nem todas as obras podem contar com o terreno ideal para sua construção,
muitas vezes se faz necessário o uso de fundações. "Nessas situações, os tipos de
fundação mais adequados tecnicamente são as estacas controladas, como a Strauss ou
rosca contínua", defende o engenheiro.
Em todos os casos, o primeiro passo para começar um projeto de piscina é a realização de
sondagem do solo. Somente com uma análise do terreno é possível identificar as camadas
do solo, qual o melhor tipo de fundação a ser utilizado, quais deverão ser as características
das estacas, profundidade e espessura, e como elas devem suportar as cargas da piscina.
"Independentemente do seu volume, se uma piscina tiver, por exemplo, 1,50 m de
profundidade de água, ela deve pesar aproximadamente 2 t/m², que é a soma do peso da
água (1,5 t/m²), do peso da laje e de uma porcentagem do peso das paredes da estrutura
(aproximadamente 0,5 t/m²). Se ela não ficar totalmente apoiada no solo, sem fundações,
é necessário que as fundações sejam calculadas para suportar essa carga", completa
Ignácio.
No caso de uma piscina sem fundações, toda sua massa é impulsionada para baixo de
modo a se apoiar por igual no terreno. Quando o terreno precisa de fundações, além da
carga em direção ao solo, a estrutura começa a receber uma carga inversa, vinda de baixo
para a cima, nos locais onde estão cravadas as estacas. Os cálculos das cargas recebidas
em cada estaca devem considerar esse "movimento" inverso, a fim de evitar que a laje da
construção sofra fissuras e outros problemas que impactem a qualidade da piscina.

Estrutura
Todos os tipos de piscina recebem
uma laje de concreto, mas as paredes
podem ser de diversos tipos: bloco
estrutural, bloco com canaleta, bloco
com revestimento em vinil ou paredes
de concreto armado, método mais
usual. Tanto as paredes da piscina
quanto sua laje devem ter no mínimo
13 cm de espessura. Em geral, as
piscinas de padrão semiolímpico e
olímpico têm paredes com 15 cm de Estruturas das piscinas do projeto de parque aquático, de
espessura, mas esse número pode Guaíra (SP), serão em lajes e paredes de concreto armado
variar de acordo com os cálculos
estruturais realizados em cada projeto.
Ainda que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) permita que a piscina tenha
profundidade de 1,50 m, Ignácio recomenda que, a menos que sejam para uso exclusivo
profissional, sem finalidade de lazer e recreação, as piscinas tenham, no máximo, 1,40 m
de fundo, com medida ideal de 1,30 m. "Muitos projetos são realizados com 1,50 m de
fundo, e embora seja uma profundidade permitida, não é a ideal, principalmente por conta
da segurança, mas também por não ser agradável ao usuário. O mais indicado é que a
água fique um pouco abaixo do tórax de uma pessoa adulta, para não causar nenhum tipo
de desconforto", diz Ignácio.
Como a maior parte das piscinas públicas tem a finalidade de recreação, incluindo a
utilização do espaço por crianças, o projetista não indica o uso de áreas mais rasas do que
outras em uma mesma piscina.O cuidado pode evitar que uma criança acabe mergulhando
pelo lado mais fundo. Se a intenção dos municípios for oferecer essa opção de lazer a
crianças de todas as idades, a recomendação é que seja construída outra piscina mais rasa,
separada da semiolímpica ou olímpica.
Impermeabilização
A impermeabilização é um dos pontos mais críticos de um projeto de piscina. Para evitar
infiltrações, eflorescências, vazamentos ou até colapsos estruturais, há diferentes sistemas,
seja com a utilização de aditivos impermeabilizantes no próprio concreto, com produtos
cristalizantes, ou até mesmo a partir de uma estrutura de concreto armado especial, que
não necessita de impermeabilizante.
Erro comum em obras de piscinas públicas é o aumento na espessura da estrutura com o
intuito de utilizar manta asfáltica na impermeabilização. "O problema não é apenas a manta
asfáltica, mas todo o conjunto. A manta é colocada diretamente na parede estrutural e
depois ela recebe uma camada de chapisco, uma tela metálica e uma camada de massa
podre para fixá-la. No entanto, quando a água passa pela cerâmica da piscina, também
passa pela massa podre e para na manta, fazendo com que ela fique submersa e,
posteriormente, descole junto com essa massa", diz o projetista.
O tipo de impermeabilização mais usual é a cristalização: um aditivo misturado a uma
massa de cimento e areia, que torna essa massa impermeável. Esse aditivo pode ser de
dois tipos: biológico, à base de gordura, e químico. Após a aplicação da massa, a piscina
recebe uma pintura com impermeabilizante cimentício semiflexível, em uma camada de
aproximadamente 2 mm.
Outra boa técnica de impermeabilização é feita com poliureia. Aplicada diretamente ao
concreto, em uma camada de aproximadamente 3 mm, dispensa a utilização de cerâmica
no acabamento. A técnica, apesar de eficiente, é pouco difundida no Brasil - sendo mais
utilizada nos Estados Unidos - e foge um pouco do padrão estético brasileiro, marcado pela
utilização de cerâmicas e pastilhas.

Fonte: http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/28/artigo291144-2.aspx

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