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II SEMINÁRIO PETRÓLEO, GÁS E ENERGIAS RENOVÁVEIS

TÉCNICAS DE SOLDAGEM APLICADAS À


INDÚSTRIA DO PETRÓLEO/GÁS

Halinson Faustino Dias Campos


Sumário

1. Introdução aos Materiais Aplicados no Segmento de Óleo e Gás


a. Definição de Equipamentos de Processo
b. Classificação dos Materiais para Equipamentos de Processo
c. Fatores Relativos à Seleção de Materiais

2. Soldagem de Aços Resistentes à Fluência

3. Soldagem de Aços Inoxidáveis

4. Soldagem de Ligas de Níquel

5. Automatização de Processos

ESAB S.A. Indústria e Comércio/Maio 2010


Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Introdução aos Materiais Aplicados
no Segmento de Óleo e Gás
Definição de Equipamentos de Processo

Equipamentos de processos são aqueles usados em industrias de processo, nas


quais materiais sólidos ou fluidos sofrem transformações físicas ou químicas, ou
as que se dedicam à armazenagem, manuseio, ou distribuição de fluidos.

• Refinarias de petróleo
• Industrias química e petroquímica
Industrias de • Industrias alimentares e farmacêuticas
Processo • Centrais termoelétricas
• Terminais de distribuição de petróleo
• Instalações de processamento de petróleo
(on shore ou off shore)

Classificação de • Equipamentos de Calderaria


Equipamentos de • Máquinas
Processo • Tubulações

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Fatores Relativos à Seleção de Materiais

Relativos à resistência mecânica do material Propriedades mecânicas do material

Temperatura de serviço, ação dos fluidos, Efeito


Relativos ao serviço dos resíduos provenientes da corrosão, nível de
tensões, natureza dos esforços.

Relativos à fabricação do equipamento Soldabilidade, usinabilidade e facilidade de


conformação do material

Disponibilidade dos materiais Tempo de vida previsto

Custo do material Variações toleradas de forma e/ou dimenções

Experiencia prévia Segurança

Outros Fatores Coeficiente de atrito, condutividade térmica,


método de fixação, dureza e resistencia à abrasão,
possibilidade de soldas dissimilares
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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Classificação dos Materiais para
Equipamentos de Processo
Aços Baixa Liga  <5% Aços ao Cr-Mo,
Aços-Carbono Aços Média Liga >5% e <10% resistentes à Fluência

Aços-Liga Aços Alta Liga  >10%


Aços Inoxidáveis
Metais ferrosos Ferros Fundidos Aços Inoxidáveis Austeníticos
Ferro Maleável Aços Inoxidáveis Ferríticos
Ferro Forjado Aços Inoxidáveis Martensíticos
Ferros-Ligados Aços Inoxidáveis Duplex

Cobre e Ligas
Alumínio e Ligas
Metais não-ferrosos Chumbo e Ligas Monel
Titânio, Zircônio e Ligas Inconel
Níquel e Ligas Incoloy
Hastelloy
Materiais Plásticos
Concreto Armado
Cimento-amianto
Materiais não-metálicos Barro Vibrado
Vidro, Cerâmica
ESAB S.A. Indústria e Comércio/Maio 2010 Borrachas
Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos Grafita
Asfalto
Soldagem de Aços Resistentes
à Fluência
Fluência

A fluência é a deformação plástica que ocorre num material, sob tensão


constante ou quase constante, em função do tempo. A temperatura tem um
papel importantíssimo nesse fenômeno.

Ela se dá em função do movimento das discordâncias (defeitos) presentes na


microestrutura dos materiais.

Existem metais que exibem o fenômeno de fluência mesmo à temperatura


ambiente, enquanto outros resistem a essa deformação mesmo a
temperatura elevadas.

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aplicações de Aços Resistentes à Fluência
São aplicados em vasos de pressão, torres de craqueamento, caldeiras,
tubulações, trocadores de calor e turbinas a gás, além de outros equipamentos de
processo onde estejam sujeitos à alta temperatura e pressão.

Vaso de pressão fabricado em Aço Torre de Craqueamento fabricada em


Ferrítico 2,25Cr-1Mo Aço Ferrítico 12Cr-1Mo

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Ligas Resistentes a Fluência
Aços CMo e CrMo

Tipo ASME/ASTM DIN EN Temp. (°C)

CMo T/P 1 16Mo3 < 460


1,25Cr-0,5Mo T/P 11; T/P12 13CrMo4-5 13CrMo4-5 < 535
2,25Cr-1Mo T/P 22 10CrMo9-10 10CrMo9-10 < 545
5Cr-0,5Mo T/P5 12CrMo5 12CrMo5 < 550
9Cr-1Mo T/P 9 X11CrMo9-1 X11CrMo9-1 < 585
9Cr-1MoVNb T/P 91 X10CrMoVNb9-1 X10CrMoVNb9-1 < 600

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Relação Eficiencia x Temperatara x Pressão

Ingo von Hagen and Walter Bendick,


Custos, Emissões
CREEP RESISTANT FERRITIC STEELS FOR POWER PLANTS,
Mannesmann Forschungsinstitut GmbH, Germany.
Temperatura, Pressão

Eficiência

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Consumíveis Aplicáveis

Correspondende ASME II Part C SFA-A5.5/SFA-5.5M SFA-A5.29/SFA-5.29M SFA-A5.28/SFA-5.28M


Metal de Base FCAW (ARAME
SMAW (MMA) GTAW (TIG)
(AISI/UNS/ASTM) TUBULAR)
0,5Mo P/T1 OK 74.55 / Atom Arc 7018-Mo OK Tubrod 81A1 OK Tigrod 13.09
Aços Baixa Liga

Resistentes a

1Cr 0,5Mo ou
Fluência
ao CrMo

1.25Cr 0,5Mo P/T11 OK 76.16 / Atom Arc 8018-CM OK Tubrod 81B2 OK Tigrod 13.16
2.25Cr 1Mo P/T22 OK 76.28 / Atom Arc 9018-CM OK Tubrod 91B3 OK Tigrod 13.17
5Cr 0,5Mo P/T5 Atom Arc 8018-B6 Dual Shield B6 OK Tigrod 13.32
9Cr 1Mo P/T9 Atom Arc 8018-B8 Dual Shield B8 OK Tigrod 13.37
9Cr 1Mo +V(W) P/T91 Atom Arc 9015-B9 Dual Shield B9 OK Tigrod 13.38

Correspondende ASME II Part C SFA-A5.28/SFA-5.28M SFA-A5.23/SFA-5.23M


Metal de Base
GMAW (MIG) SAW (ARCO SUBMERSO)
(AISI/UNS/ASTM)
0,5Mo P/T1 OK Autrod 13.09 OK Flux 10.62 + OK Autrod 12.24
Aços Baixa Liga

Resistentes a

1Cr 0,5Mo ou
Fluência
ao CrMo

1.25Cr 0,5Mo P/T11 OK Autrod 13.16 OK Flux 10.62 / OK Flux 10.63+ OK Autrod 13.10 SC
2.25Cr 1Mo P/T22 OK Autrod 13.17 OK Flux 10.62 / OK Flux 10.63 + OK Autrod 13.20 SC
5Cr 0,5Mo P/T5 OK Flux 10.62 + OK Autrod 13.33
9Cr 1Mo P/T9 OK Autrod 13.37
9Cr 1Mo +V(W) P/T91 OK Flux 10.63 + OK Autrod 13.35
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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Técnica de Soldagem

Espessura Pré- Temp. de


Aço
da Junta
% Cr
aquec Interpasse Quando diferentes tipos de aços Cr-Mo são
Nenhu soldados, as condições de pré-aquecimento
carbono-molibdênio ≤ 12mm --- m 250°C e de tratamento térmico são determinadas
> 12mm --- 100ºC 250°C pelo aço de maior teor de liga, mas o metal
cromo-molibdênio
todas < 2% 200ºC 300°C de adição pode ser selecionado com base no
todas ≥ 2% 250ºC** 350°C metal base menos ligado.
heterogênias todas qualquer 150ºC** 200°C

**Para soldagem TIG, as temperaturas


Espessura Pós-
Aço
da Junta
% Cr
aquec indicadas podem ser reduzidas de 50 °C.
≤ 25mm --- Nenhum
carbono-molibdênio
> 25mm --- 200ºC
> 20mm ≤ 2% 300ºC
cromo-molibdênio 2% < %Cr <
> 12mm 7% 300ºC
heterogênias > 62mm ≥ 7% 300ºC

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Fatores Críticos dos Aços CrMo

Tratamento Térmico (metal de base e metal de solda)


 Tratamentos térmicos complexos são realizados para se obter as propriedades
mecânicas requeridas.
 Dependendo da liga, tratamentos de normalização, revenimento e recozimento a
várias temperaturas e durações são requeridos. A taxa de resfriamento também deve
ser controlada.
 Para a junta soldada a mesma lógica deve ser seguida e tratamento térmico pós-
soldagem é requerido.

Atenção
A temperatura máxima de TTPS não deve ser excedida.

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Fatores Críticos dos Aços CrMo
 Fragilização ao Revenido (metal de base e metal de solda)
 Exposição a temperaturas entre 375 – 575°C por longos períodos de tempo.
 Grande perda de ductilidade.
 Causado pelos elementos P, Sb, Sn, As, que migram para os contornos de grão e podem
reduzir a ductilidade do material. O teor de Mn e Si também possui forte influência.
 A sensitividade a fragilização ao revenimento pode ser mensurada através de
tratamentos térmicos e medida de tenacidade.
- Step Cooling
 Parâmetros foram desenvolvidos para estimar a tendência a fragilização ao revenido
- Fator X
- Fator J
- PE

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Fatores Críticos dos Aços CrMo
 Fragilização ao Revenido (metal de base e metal de solda)
Equacionou-se o teor de P, Sb, Sn, As de forma a parametrizar a sensitividade de
fragilização ao revenido.

Bruscato (Fator X) 10.P(ppm) + 5.Sb(ppm) + 4.Sn (ppm) + As(ppm)


X(ppm) =
100
Watenabe (Fator J) J = [ Mn (%) + Si(%)].[P(%) + Sn (%)].10 4
Sugiyama (PE)
( )
PE = C + Mn + Mo + Cr + Si + 3,5.(10.P + 5.Sb + 4.Sn + As )
3 4
Fator J Fator X Outros
ASTM A387*(1) J < 150 X<15ppm Cu≤0,20%;Ni≤0,30%
API 934*(2) J < 100 X<15ppm Cu≤0,20%;Ni≤0,30%;
Mn+Si≤1,1%
Petrobras N1704 Cr>2%:J<100 (ideal 80ppm) X<20ppm (ideal 15ppm) P+Sn=0,012% máx.
Rev.
ESAB C* e Comércio/MaioCr<2%:J<200
(3)
S.A. Indústria 2010 (ideal 150ppm) (Ideal 0,01%)
Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
I-ET-5000.00-000- - X<12ppm PE < 3%
500-PPC-001**(4)
Fatores Críticos dos Aços CrMo

Fragilização ao Revenido (metal de base e metal de solda)


Step Cooling

Petrobras N1704 Rev C - REQUISITOS ADICIONAIS PARA VASO DE


ESAB S.A. Indústria e Comércio/Maio 2010 PRESSÃO EM SERVIÇO COM HIDROGÊNIO.
Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos *ASTM A387/A387M-99. Standard Specification for Pressure Vessel Plates,
Alloy Steel, Chromium-Molybdenum.
Soldagem de Aços Inoxidáveis
Aços Inoxidáveis
É uma liga metálica apresentando como
elementos principais o ferro (Fe),
o carbono (C), o cromo (Cr) e o níquel (Ni).

São utilizados quando há necessidade de:


• resistência à corrosão
• boa tenacidade a baixas temperaturas
• resistência a altas temperaturas

Tipos de aços inoxidáveis:


• austeníticos (2XX, 3XX)
• ferríticos (4XX)
• martensíticos (4XX)
• duplex (austeno-ferríticos)
• PH (Precipitation Hardened)

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Composição Química

Principais elementos

% C Cr Ni Mo

Austeníticos < 0,25 16,0 - 26,0 8,0 - 40,0 0 - 5,0

Ferríticos < 0,25 12,0 - 30,0 0 - 5,0 0 - 2,0

Duplex < 0,15 18,0 - 30,0 4,0 - 10,0 0 - 2,0

Martensíticos 0,1 - 0,3 11,0 - 17,0 0 - 3,0 0 - 2,0

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Consumíveis Aplicáveis
Correspondende ASME II Part C SFA-A5.4/SFA-5.4MSFA-A5.22/SFA-5.22M SFA-A5.9/SFA-5.9M SFA-A5.9/SFA-5.9M SFA-A5.9/SFA-5.9M
Metal de Base SMAW FCAW (ARAME
GTAW (TIG) GMAW (MIG) SAW (ARCO SUBMERSO)
(AISI/UNS/ASTM) (MMA) TUBULAR)
18Cr 8Ni
308L OK 61.30 Shield-Bright 308L OK Tigrod 308L OK Autrod 308LSi OK Flux 10.93 + OK Autrod 308L
23Cr 12Ni
309L OK 67.61 Shield-Bright 309L OK Tigrod 309L OK Autrod 309LSi OK Flux 10.93 + OK Autrod 309L
Resistente a Corrosão

18Cr 10Ni 3Mo


316L OK 63.30 Shield-Bright 316L OK Tigrod 316L OK Autrod 316 LSi OK Flux 10.93 + OK Autrod 316L
19Cr 9Ni 3Mo OK
317L 64.30BR Shield-Bright 317L OK Tigrod 317L OK Autrod 317 L
18Cr 10Ni + Nb
347 OK 61.84 Shield-Bright 347 OK Tigrod 347 OK Autrod 347Si OK Flux 10.93 + OK Autrod 347
20Cr 25Ni 5Mo
CuNL 904L OK 69.33 OK Tigrod 385 OK Autrod 385 OK Flux 10.93 + OK Autrod 385
22Cr 5Ni 3Mo
2205 OK Tubrod 14.27 OK Tigrog 2209 OK Autrod 2209
22Cr 5Ni 3Mo
2507 OK 68.53 OK Tubrod 14.28 OK Tigrog 2509 OK Autrod 2509

25Cr 4Ni
Resitente ao

327 OK 68.55 OK Tubrod 14.28 OK Tigrod 2509 OK Autrod 2509 OK Flux 10.93 + OK Autrod 2509
Calor

22Cr 12Ni
309 OK 67.73 Shield-Bright 309H OK Tigrod 309 OK Autrod 309 OK Flux 10.93 + OK Autrod 309
25Cr 20Ni OK 67.15 /
310 OK 67.16 OK Tigrod 310 OK Autrod 310 OK Autrod 310 + OK Flux 10.93

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Austeníticos
Estrutura :
• Austenita (CFC)

• Características :
• Constitui o grupo mais numeroso e utilizado
• Não é temperável (não é endurecível por tratamento
térmico)
• Apresentam a temperatura ambiente baixo limite de
escoamento, alto limite de resistência e elevada
ductilidade
• São os que apresentam melhor soldabilidade e
resistência à corrosão
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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Austeníticos

São os aços inoxidáveis de maior


emprego, devido à sua elevada
resistência à corrosão, mesmo com maior
custo que os aços inoxidáveis ferríticos.

Aplicações :
Trocadores de calor Classificações AISI – série 300:
Vasos de pressão 301, 302, 303, 304, 308, 309, 310, 316,
Tubulações para as indústrias: 317, 321, 347
- química Sufixo L – baixo teor de carbono
- alimentícia Sufixo H – alto teor de carbono
- geração de energia
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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Austeníticos

Fatores Críticos Durante a Soldagem

Cuidados :
Precipitação de carbonetos • Não realizar pré-aquecimento
Formação de fase Sigma • Soldar em velocidades mais altas
Distorção • Usar consumíveis com menor teor de P e
S e maior relação Mn/S.
• Quando possível, selecionar metal de
adição que possibilite uma estrutura
austeno-ferrítica na solidificação para que
não haja formação de trincas a quente.

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Ferríticos
Estrutura:
• Ferrita (CCC)

Características:
• Apresenta um baixo coeficiente de expansão térmica e
uma boa resistência à corrosão e oxidação, inclusive a
alta temperatura;
• Menor tendência a distorção;
• Baixo custo em função do baixo teor de Ni;
• Grau de aços mais ligados apresentam baixa tenacidade
a baixas temperaturas e uma maior tendência a
fragilização a elevada temperatura
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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Ferríticos

São os aços inoxidáveis de menor custo que os aços inoxidáveis


austeníticos, porém apresenta menor resistência á corrosão.
São muito resistentes a álcalis fracos, sais neutros e alcalinos e
resistentes ao ataque por H2S em alta temperatura.

Aplicações:
• Tanques com para fluidos com teor de enxofre >1% á
temperaturas >300ºC.
• Torres de craqueamemto

Classificações AISI – série 400:


• 405, 406, 430, 442, 443, 446
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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Ferríticos
Fatores críticos durante a soldagem

•Crescimento de grão •Perda de dutilidade


•Precipitação de carbonetos e nitretos •Perda de tenacidade
•Perda de resistência à corrosão
•Formação de rede de martensita da região da solda
nos contornos dos grãos

Cuidados:
•Consumíveis de soldagem com composição química semelhante ou próxima ao metal
de base.
•Consumíveis austeníticos
•Aplicação de consumíveis austeníticos não são recomendados em ambientes onde a
resistência a corrosão sob tensão em meio clorado ou contendo enxofre é requerido.
•Pré-aquecimento (150 – 200 °C) pode ser requerido para prevenir trincas em aços com
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espessuras maiores que 3mm, de graus em que ocorre a formação de martensita
Segmento Óleo e Gás
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Aços Inoxidáveis Martensíticos
Estrutura :
• Martensita

Características :
• Apresentam elevada temperabilidade
• Possui resistência à corrosão inferior aos demais
aços inox (sendo satisfatória em meios fracamente
corrosivos)
• São adequados para aplicações que requerem
elevada resistência mecânica, dureza e resistência a
abrasão ou erosão em ambientes secos ou úmidos
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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Martensíticos
Soldabilidade:
• Aços com baixo teor de C – Boa soldabilidade;
• Aços com teor de C > 0,15% - apresentam maior
temperabilidade ao ar – necessidade de pré-
aquecimento/minima temperatura de interpasse /pós
aquecimento / tratamento térmico pós soldagem
(revenimento) ;
• Temperatura de pré-aquecimento 230 – 290 °C;
• Tratamento térmico pós soldagem 650 / 760 °C,
seguido de resfriamento lento.

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Segmento Óleo e Gás
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Aços Inoxidáveis Martensíticos
Aplicações:
• Ferramentas
• Peças de máquinas
• Cutelaria

Classificações AISI – série 400:


• 403, 410, 414, 416, 431, 420, 440

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Segmento Óleo e Gás
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Aços Inoxidáveis Martensíticios

Fatores críticos durante a soldagem

Cuidados :
• Realizar pré-aquecimento entre 230 e 290ºC
• Realizar pós-aquecimento entre 650 e 760ºC
formação de trincas de • Realizar resfriamento lento até a temperatura
têmpera em função do ambiente
hidrogênio • Usar consumíveis com menor teor de
hidrogênio.
• Priorizar processos que aportem menos
hidrogênio
• Quando o pré-aquecimento for impossível,
metal de adição inoxidável austenítico deve ser
usado.

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Duplex

Estrutura :
• Austenita + Ferrita
Características:
• Elevada resistência à corrosão
• Elevada resistência mecânica
• Boa soldabilidade
Aplicações :
• Indústria petroquímica
(oleodutos e gasodutos)
Classificações AISI:
• 329, 2205, 2304, 255 Seção reta de uma solda em um aço inoxidável duplex.
O metal de solda está à esquerda e o metal de base à
direita. A ferrita é azul e a austenita é branca (20x)
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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Soldabilidade dos Aços Inoxidáveis Duplex

•Aços duplex apresentam boa soldabilidade;


•Pré-aquecimento não é necessário, mas o calor
aportado deve estar dentro de certos limites
dependendo do grau.
•Um baixo calor aportado ( heat input) resulta em
uma elevada velocidade de resfriamento e em
elevado teor de ferrita.
•Um alto calor aportado (heat input) pode resultar
na precipitação de fases nocivas, em particular
nos superduplex, resultando em menor
tenacidade e resistência a corrosão.

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Duplex

Consumível:
•Consumíveis de soldagem são duplex, com ligeira diferença
em termos de composição do metal de base;
•Os consumíveis de soldagem necessitam apresentar
elementos que promovam a formação de austenita,
normalmente Ni, de forma a evitar a formação excessiva de
ferrita.

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Aços Inoxidáveis Duplex

Fatores críticos durante a soldagem

Cuidados:
Teor muito elevado de ferrita
• Controle da energia de soldagem e da
Precipitação de nitretos de cromo
temperatura de pré-aquecimento.
Precipitação de compostos • Usar mistura Ar-N2 como gás de
intermetálicos proteção.

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Técnica de Soldagem

Limpeza
– a soldagem de aços inoxidáveis requer uma limpeza
especial da junta a ser soldada e do local da
soldagem
– não se deve utilizar as mesmas ferramentas
empregadas para a limpeza de aços carbono, para
evitar contaminação
– não se deve soldar aços inoxidáveis no mesmo local
de soldagem de aços carbono

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Seleção de Consumíveis

Diagrama de DeLong

Diagrama de Schaeffler

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Soldagem de Ligas de Níquel
Aplicações
Indústria petroquímica, Naval-Offshore, Indústria aeroespacial

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Segmento Óleo e Gás
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Classificação das Ligas de Níquel
Liga Aplicação Exemplos
Níquel Puro Aplicável em meios com presença de: soda cáustica, Nickel 200, Nickel
sais, etc. 201, Nickel 205, etc.
Níquel-Cobre Utilizadas para aplicações em tubulações, conexões, Monel 400, Monel
trocadores de calor, etc. Inerte à corrosão atmosférica e 402, Monel 404, etc.
aplicável até em águas salgadas.

Níquel-Cromo Utilizadas para altas temperaturas, oxidação e corrosão

Níquel-Cromo- Ligas com 20 a 45% de Ni, 13 a 22% de Cr, e o Inconel 600, Inconel
Ferro restante de Ferro. Utilizadas para resistência a corrosão 800, etc.
e oxidação.
Níquel- Ligas com 16 a 28% de Mo, com adições de Fe e Cr. Hastelloy B.
Molibidênio Utilizadas para resistência a corrosão.

Níquel-Cromo- Liga de alta resistência à tração e oxidação em altas Hastelloy C e Inconel


Molibidênio temperaturas. Usada em ambientes de alta corrosão. 625
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Segmento Óleo e Gás
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Propriedades das Ligas de Níquel

As ligas de Níquel possuem:

1. Resistência à corrosão superior aos aços

2. Resistência superior em altas temperaturas

3. Alta ductilidade do metal de soldado

OBS: São muito mais caros que os aços

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Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos
Soldagem de Ligas de Níquel
Se você consegue soldar aços inoxidáveis, você também consegue soldar
ligas de Níquel (fundidas), mas há alguns aspectos que devemos considerar.
Pré-aquecimento desnecessário
Baixa Condutividade Térmica Soldagem com menor intensidade de corrente
Alto controle de aporte térmico

Limpeza da peça de trabalho antes de qualquer


Sensibilidade à Contaminação procedimento de soldagem
por enxofre e fósforo Recomendação: Limpeza de 50mm para cada lado a
partir do centro do chanfro

Usar chanfros em peças maiores que 2,4 mm de


espessura (chanfros em V, U ou J)
Baixa fluidez da liga
Não aumentar a corrente em caso de baixa penetração.
Neste caso recomenda-se a diminuição do nariz

Limpar o metal, limpe com acetona, use um bocal grande, use um mínimo de calor para
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mover a poça e controle o calor em pequenas cordões seguido de resfriamento
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Consumíveis Aplicáveis

Correspondende ASME II Part C SFA-A5.5/SFA-5.5MSFA-A5.28/SFA-5.28M SFA-A5.28/SFA-5.28M SFA-A5.23/SFA-5.23M


Metal de Base SMAW
GTAW (TIG) GMAW (MIG) SAW (ARCO SUBMERSO)
(AISI/UNS/AST (MMA)
Alloy 59 N06059 OK 92.59 OK Tigrod 19.81 OK Autrod 19.81 OK Autrod 19.81 + OK Flux 1090 ou 1016
Alloy 400 N06600 OK 92.86 OK Tigrod 19.93 OK Autrod 19.93
Ligas de
Níquel

Alloy 800 N06600 OK 92.28 OK Tigrod 19.85 OK Autrod 19.85 OK Autrod 19.85 + OK Flux 1090 ou 1016
Alloy 600 N06600 OK 92.28 OK Tigrod 19.85 OK Autrod 19.85* OK Autrod 19.85 + OK Flux 1090 ou 1016
Alloy 625 N06625 OK 92.45 OK Tigrod 19.82 OK Autrod 19.82* OK Autrod 19.82 + OK Flux 1090 ou 1016
Alloy 825 N08825 OK 92.28 OK Tigrod 19.85 OK Autrod 19.85 OK Autrod 19.85 + OK Flux 1090 ou 1016

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Soldagem Chapas cladeadas
Cladeamento - Definição

 Revestimento anticorrosivo com forte ligação metalúrgica na interface


bimetálica
 Espessura da chapa de revestimento é sempre maior que 2,0 mm sendo
4,0 mm o valor mais empregado industrialmente
 Normas de projetos consideram que as chapas de revestimento também
são responsáveis por condicionar resistência mecânica ao componente
 Geralmente a chapa de metal base é responsável por condicionar
resistência ao componente e a chapa de clad é responsável pelo revestimento
anti-corrosivo
 Devem-se seguir procedimentos adequados de soldagem para minimizar a
diluição evitando a contaminação do metal base e queda na resistência à
corrosão

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Segmento Óleo e Gás
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Soldagem Chapas cladeadas
Cladeamento - Definição
 Em chapas finas (4,5 mm a 9,5 mm) é comum realizar o enchimento
apenas com o consumível indicado para a chapa de revestimento
 Em peças com espessura maior que 9,5 mm é comum a preencher parte
do chanfro com consumível adequado para o substrato e o restante (região
mais próxima da chapa anti-corrosão) com consumível para o material do
revestimento (ou mesmo mais ligado)
 Soldagem de chapas finas deve ser feita em ambos os lados. Primeiro
passe na região do clad
 Soldagem de chapas grossas deve ser feita em ambos os lados. Porém,
pode-se utilizar consumível mais barato na região do substrato

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Segmento Óleo e Gás
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Soldagem Chapas cladeadas
Cladeamento – Problemas

Possibilidade da ocorrência de defeitos na soldagem

Causa: Diluição tanto no metal base quanto no


revestimento

Efeito da diluição de ferro na Efeito da diluição de níquel no


chapa de revestimento substrato

Diminuição da capacidade de Aumento excessivo de dureza


resistência anti-corrosiva gerando trincas

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Revestimento com Fita

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Processos de revestimento com fita

SAW ESW

Arco Submerso Eletroescória

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Segmento Óleo e Gás
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Vantagens do processo de revestimento com fita

• Altas da taxas de deposição


• Baixa diluição do metal de base devido a uma menor
penetração.
• Alta densidade de corrente de trabalho (cerca de
1000–1250 A com fitas de 60 mm de largura,
correspondendo a 33–42 A/mm²). Com alguns fluxos
especiais pode chegar a 2000 A que corresponde a
70 A/mm².
• Altas da velocidades de soldagem resultando em uma
maior área recoberta por unidade de tempo m²/h.

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Segmento Óleo e Gás
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Automatização de Processos
Fontes Inversoras

OrigoTM Arc 286i

AristoTM Tig 4000i

AristoTM Mig 5001i Multivoltage

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Segmento Óleo e Gás
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Sistemas de Controle
• Mais de 230 linhas de sinergismo pré-
programadas.
• Equipado com as funções Aristo SuperPulse
que dá total controle do aporte térmico e
redução de respingos
• Função QSet que permite precisão mesmo fora
da posição plana
• Função Pulsado que permite soldar passes de
raiz com facilidade e precisão.
• Até 3 níveis de usuários com permissões
distintas de acesso para cada nível através de AristoTM Pendant U82 Plus
bloqueio por senha,
• Fazer integração com robô e controlar
parâmetros de solda (estatísticas de produção e
qualidade) com o software WeldPoint.
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Segmento Óleo e Gás
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Automação

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Segmento Óleo e Gás
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Corte

ESP 101
Combirex
Sabre SXE

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Halinson Faustino Dias Campos
Obrigado

ESAB S.A. Indústria e Comércio/Maio 2010 Halinson Faustino Dias Campos


Segmento Óleo e Gás
Halinson Faustino Dias Campos Telefone: 31 2191-4378
halinson.campos@esab.com.br
Soldagem Chapas cladeadas
Cladeamento – Técnicas de soldagem
 Penetração dos cordões no substrato deve ser tal que evite atingir a região
da chapa clad

 Aumento da região de nariz para evitar diluição de níquel na região do


substrato

 Retirada da região do revestimento para preenchimento do cordão e em


seguida refazer o revestimento com um consumível mais ligado que o próprio
metal anti-corrosivo

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