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Reflexões Sobre A Intersetorialidade Como Estratégia de Gestão Social PDF
Reflexões Sobre A Intersetorialidade Como Estratégia de Gestão Social PDF
RESUMO
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Graduada em Serviço Social pela PUC Minas Gerais (2004), Especialista em Gestão Pública pela FACISA
(2006), Mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local, pelo Centro Universitário UNA (2013).
Professora do curso de graduação em Serviço Social do Centro Universitário UNA-BH. Assistente Social da
Fundação Universitária Mendes Pimentel – Assistência Estudantil da UFMG.
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Esta estratégia de gestão social inclui processos sociais com potencial para o
desenvolvimento societário emancipatório e transformador, com vistas ao enfrentamento
das expressões da questão social como a desigualdade social e o grande contingente
populacional que se encontra em situação de vulnerabilidade social no Brasil. A práxis da
gestão social se concretiza a partir de processos que compreendem a ordem individual e
coletiva, implicando em repercussões possíveis de instituir um novo projeto societário.
Deste modo, tem-se na intersetorialidade uma ferramenta de operacionalização deste
modelo de gestão.
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manter estreita parceria com o SGD, sem prejuízo do envolvimento de políticas
como habitação, trabalho, esporte, lazer e cultura, dentre outras (BRASIL, 2006, p.
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A qualidade de vida demanda uma visão integrada dos problemas sociais. A gestão
intersetorial surge como uma nova possibilidade para resolver esses problemas que
incidem sobre uma população que ocupa determinado território. Essa é uma
perspectiva importante porque aponta uma visão integrada dos problemas sociais
e de suas soluções. Com isso busca-se otimizar os recursos escassos procurando
soluções integradas, pois a complexidade da realidade social exige um olhar que
não se esgota no âmbito de uma única política social (JUNQUEIRA, 1999, p. 27).
A partir desta lógica de gestão voltada para o social, a gestão tradicional perderia
espaço e a atuação do governo passaria a ter como referência a transformação da
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Sistema de Garantia de Direitos.
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Uma vez perfazendo a ação intersetorial, as redes de base local e/ou regional,
reclamam por valorização e qualificação na interconexão de agentes, serviços,
organizações governamentais e não governamentais, movimentos sociais e
comunidades. Intervir em rede, na atualidade, requer que se estabeleçam, entre as
diversas instituições de defesa de direitos e prestadoras de serviços, vínculos
horizontais de interdependência e de complementaridade (COMERLATT, 2007, p.
269).
este respeito, considera-se que não basta encaminhar, orientar, direcionar para a rede de
serviços, é necessário conhecê-la para desenvolver um planejamento possível de ações entre
os diversos setores. Esta abordagem nos leva a perceber o trabalho em rede como
fundamental para a efetivação da intersetorialidade.
Contudo não basta argumentar que o trabalho em rede é a base, deve-se
compreender como é a dinamicidade deste processo. A rede pode ser compreendida como o
resultado do processo de agregação de várias organizações e entidades em torno de um
interesse em comum. A sistematização a seguir permite compreender as etapas para a
concretização da intersetorialidade via trabalho em rede.
Devido à amplitude de ações compreendidas em cada etapa, será adotado, para cada
uma, o termo “dimensão”, ou seja, concretizando as ações das três primeiras dimensões
tem-se a possibilidade de operacionalizar a intersetorialidade.
Este é um conceito que necessita ser sistematizado, para que, didaticamente,
possamos expressar as dimensões que englobam sua execução, que envolve em sua
estratégia de operacionalização, dinamicidade no processo, relação dialética, envolvimento.
A partir de uma perspectiva de envolvimento e participação, podendo ser aplicada em vários
âmbitos e setores das políticas públicas. A seguir, apresentar-se-á, o que se convencionou
analisar como dimensões da intersetorialidade, no proposito de sua efetivação.
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indicações das referências e contra referências que servem de base para um possível
planejamento integrado e articulado. Este nível de articulação permite o conhecimento dos
envolvidos, a proximidade com os seres sociais que pactuam do mesmo processo social para
que possam contribuir na resolução da questão posta para intervenção.
Na segunda dimensão, a partir do conhecimento desenvolvido na primeira, deve se
estabelecer contatos e estreitar relações visando buscar suporte para projetar ações
comuns; definir possibilidades de intervenções, dialogar, pactuar funções e diretrizes. Trata-
se de construir estratégias para eventuais ações comuns de acordo com a demanda
expressa.
Na terceira dimensão, a objetividade na execução deve se fazer presente, posto que,
traçadas as duas dimensões anteriores (o mapeamento e a articulação), é possível executar
e planejar o papel de cada um dos envolvidos e gerar decisões coletivas, planejamento
integrados e atividades continuadas com os atores envolvidos no desenvolvimento da ação
em si, na busca da efetivação de ações integradas.
Para a efetivação desta estratégia de ação, é pertinente obter conhecimentos e
informações quanto à rede de serviços disponíveis (podendo ser serviços públicos, não
governamentais, oriundos de associações, movimentos sociais, e até mesmo o mercado). O
conhecimento da rede é apontado como um dos primeiros princípios para se efetivar a
intersetorialidade, pois por meio de um diagnóstico é possível delimitar quem são os
envolvidos na busca de soluções integradas.
CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Maria do Carmo Brant. Alguns apontamentos para o debate. In: RICO, Elizabeth
de Melo; RAICHELIS, Raquel (Org). Gestão Social: uma questão para o debate. São Paulo:
Educ/IEE/PUCSP, 1999, p. 19-29.
MAIA, Marilene. Gestão Social: reconhecendo e construindo referências. In: Revista Virtual
Textos & Contextos, n 4, dez. 2005.