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Modelo assistencial

 Revelar o respaldo e a repercussão global do SUS (comparando com modelos


divergentes) e contrastar com a concepção popular nacional

Fluxo de atendimento
 Analisar a viabilidade prática da intersetorialidade, reconhecendo suas limitações
 1º foco: desafios derivados da realidade socioeconômica brasileira → ênfase nos
fluxos de atendimento

ENFERMAGEM: esse movimento de intersecção que articula e


conecta três setores, são eles: o setor não
Dialogar com outros saberes é governamental, o privado e o setor
substancial, mesmo porque o protagonismo governamental, isto é, uma vez que o Estado
está na pessoa humana usuária do serviço e sozinho não poderia abarcar todas as
que vai ser cuidada. demandas sociais.
No que se refere à prática colaborativa Contudo, o Estado em si deve
da Enfermagem, que se constitui como ciência construir suas ações para prover o rol de
humana prática, encontra na clínica a direitos sociais e atender às suas
fundamentação de sua racionalidade prático- necessidades, mas sua execução esbarra em
reflexiva que é sistematizada. Como pontua obstáculos de ordem política e econômica,
Santos et al, 2020, enquanto reflete e produz que, segundo Monnerat e Souza (2011),
conhecimento, a enfermagem delimita seu dificultam sua proposta integradora e
escopo disciplinar, o que lhe é próprio e descentralizada. Para isso, seria então
singular, com atributos que estruturam o que necessário um movimento com efeito
é de enfermagem e que se caracteriza como sinérgico. Esse efeito é aqui entendido,
prática social relevante à equipe de saúde, na destacam Junqueira, Inojosa e Komatsu (1998)
prática social e cotidiana de assistir, gerenciar, como “a articulação de saberes e experiências
ensinar, educar e pesquisar. no planejamento, a realização e a avaliação de
ações, com o objetivo alcançar resultados
A intersetorialidade se relaciona com integrados em situações complexas” com
as políticas públicas de Assistência Social, e os vistas a impactar positivamente na qualidade
relevantes avanços obtidos no âmbito da de vida da população e subverter a exclusão
Seguridade Social foram propiciados pela social.
Carta Magna de 88. Nela, em seu Art. 194, o Ademais, conforme Monnerat e Souza
sistema de proteção social é concebido como (2011), a forte concorrência entre as áreas de
“um conjunto integrado de ações de iniciativa política que deveriam compor a Seguridade
dos poderes públicos e da sociedade, Social também contribuiu para o fracasso de
destinados a assegurar os direitos relativos à sua implementação e, como resultado disto é
saúde, à previdência e à assistência social”. inibida a pretensão constitucional de formular
Enquanto dispositivo neoliberal para um orçamento único gerido por um ministério
captar recursos e otimizar as políticas próprio.
públicas, na intersetorialidade é estabelecido

 2º foco: núcleo profissional do aluno → avaliar o quadro de cooperação profissional

A intersetorialidade coloca desafios públicas, como no plano das práticas


tanto no plano da gestão das políticas profissionais (Schutz e Mioto, 2010), posto
que gestores e trabalhadores tendem a fazer objetivo comum, requerendo habilidades e
um movimento, involuntário ou intencional, competências que não são tradicionalmente
de guarda de suas próprias especialidades, desenvolvidas ou estimuladas na burocracia
bem como de proteção de seu espaço pessoal, estatal nem anteriormente, na formação
garantindo a impermeabilidade de seus acadêmico-profissional deste corpo técnico
setores e de suas possibilidades de relação (MOYSÉS; MOYSÉS; KREMPEL, 2004).
interpessoal (Carmo e Guizardi, 2017). Uma mudança paradigmática na
Segundo eles, esse movimento, acentuado direção intersetorial não pressupõe preterir as
pela assimetria de poder decisório entre os disciplinas em suas singularidades, e sim
setores governamentais, enseja práticas de ensejar um processo comunicacional, não só
corporativismo e resistências (apud para ressignificar as práticas na gestão
Feuerwerker e Costa, 2000). pública, mas também enriquecer a
Nesse escopo intersetorial há, compreensão das diferenças de saberes. A
portanto, uma transcendência no trabalho em setorialidade, portanto, não é
conjunto, em que os saberes são articulados necessariamente suprimida pela
com conformidade de objetivos, que demanda intersetorialidade, já que os domínios
disciplinares devem ser sintetizados através da
” O trabalho intersetorial transcende a lógica
comunicação (INOJOSA, 2001; SCHUTZ;
do mero trabalho em conjunto. Pressupõe não
MIOTO, 2010; LIMA; VILASBÔAS, 2011).”
só troca de saberes em ação interdisciplinar
como a atuação sinérgica em torno de um

 Finalizar indicando a interprofissionalidade como característica do atual modelo e


categorizando-a como ferramenta de grande potencial para o estreitamento com os princípios
norteadores do SUS

 Fragmentação / segmentação do cuidado → problema? S.: Práticas colaborativas


No que se refere ao princípio da Concomitante, o princípio de
integralidade, diretriz norteadora do SUS, as descentralização emerge como processo
literaturas apontam as práticas de municipalização que aproxima território
intersetoriais como sendo o grande desafio e comunidade, coloca o usuário em
de alcançar sua efetividade. Posto que ainda evidência e mais próximos aos
se observa uma conformação segmentada e profissionais, das mais diversas áreas de
desarticulada da política pública brasileira, atuação, favorecendo assim, e também, a
cada política social encaminha a seu modo efetivação do princípio de participação da
uma solução, sem considerar o cidadão na comunidade, promovendo saúde de forma
sua totalidade e nem a ação das outras abrangente e mercado de trabalho para as
políticas sociais, que também estão profissões da área da saúde na esfera
buscando a melhoria da qualidade de vida. municipal, como o serviço social.

Processo de trabalho
 Evidenciar o quadro de interprofissionalidade com base nos valores morais e na conduta
característica da população brasileira

Hhhhhh sistema de saúde da ex-União Soviética (URSS)


e dos países do Leste Europeu que integravam
o Pacto de Varsóvia. Esse sistema, implantado
Restaria ainda mencionar outro tipo depois da revolução russa, garantia acesso
de sistema de saúde, cuja inspiração foi o universal, era centralizado e financiado pelo
modelo Semashko, nome associado ao orçamento estatal (CHAVÉZ, 1996). Cuba é um
exemplo ainda vivo desse sistema. Embora De maneira geral, pode-se dizer que,
mostre características semelhantes ao sistema quanto maior a participação do Estado no
de saúde institucional redistributivo, não pode financiamento da assistência à saúde, fundada
ser a ele comparado, pois foi construído em no entendimento de que o acesso à saúde
sociedade socialista, na qual não havia a constitui um direito derivado da cidadania,
possibilidade do desenvolvimento de um setor maior a igualdade de oportunidades de acesso
privado de saúde, mesmo que pequeno. e o nível de cobertura. Além disso, conforme
Atualmente, nos países da Europa do Leste, Lobato e Giovanella (2012, p. 94), “[...] o papel
anteriormente sob a influência da ex--URSS, governamental no financiamento condiciona a
foram introduzidos sistemas de saúde do tipo capacidade estatal de regulação do sistema de
seguro. No caso da Rússia, persiste a saúde”. E “[...] a habilidade do governo para
assistência à saúde pública e universal, regular as diversas dimensões do setor saúde
financiado por impostos, mas restrita a um (medicamentos, tecnologia, serviços,
programa básico previamente definido. Para prestadores) é crítica para a eficiência, para a
uma assistência à saúde para além desse garantia de cobertura ampliada e o controle
básico, é necessário estar vinculado a um de gastos”.
seguro de saúde voluntário.

Referências

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