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Teologia do Capítulo 13 de 1 Coríntios
Versículos 1­8 
Na Dimensão do Amor
O
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Capítulo 13 de 1 Coríntios  apresenta­se como eixo
central das teologias dos Capítulos 12 e 14 da Primeira
Carta de Paulo aos  Coríntios. É a mola mestra, a força
geradora   de  vida  espiritual plena encontrada  nos Dons
Espirituais revelados no  Capítulo 12  e, em especial, no
extraordinário   “Dom   de   Profecia”,   manifesto   de   forma   detalhada   no
Capítulo   14.   Entretanto,   u’a   mão   do  Capítulo   13  segura   todo   o   as
riquezas   do  Capítulo   12  e,   do   outro   lado,   a   outra   mão   segura   o
esplendor do Capítulo 14. Coincidência? Jamais! A Bíblia Sagrada não
é um livro de coincidências.
O  Capítulo 13,  é o mais importante e o mais eficaz dos três capítulos
aqui   citados.   Título   do  Capítulo   13:  “A   suprema   excelência   do
amor”. “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não
tivesse amor, seria   como o metal que soa ou como o sino que tine – E
ainda que tivesse o Dom de Profecia, conhecesse todos os mistérios e
toda   a   ciência,     e   ainda   que   tivesse   toda   a   fé,   de   maneira   tal   que
transportasse os montes, e não tivesse amor, NADA SERIA”.  13:1­2. 
PERGUNTAMOS:  Que tipo de sentimento rege nossas atividades nos
domínios   cristãos?   Tudo   quanto   fazemos   para   Deus   está   realmente
embasado   no  Capítulo   13  de  1   Coríntios?   Que   tipo   de   sentimento
acompanha­nos   como   membros   da   Igreja   na   localidade,   profetas,
pregadores, ensinadores, cantores, conselheiros, obreiros? Temos acesso
satisfatório   em   1   Coríntios   13?   Que   nota   daríamos   a   nós   mesmos,
sabendo   que,   zero   e   dez,   são   as   únicas   notas   conhecidas   de   Deus?
Recomendações   de   Jesus:   “Isto   vos   mando:   que   vos   ameis   uns   aos
outros”. Palavras do Apóstolo João: “...qualquer que ama é nascido de
Deus e conhece a Deus – Se alguém diz: Eu amo a Deus, e aborrece a
seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu,
como   pode   amar   a   Deus   a   quem   não   viu?   E   dele   temos   este
mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão” 1 João
4:7; 20­21.
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Tríplice Fonte de Amor
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A Fonte Carnal.  O amor procedente da fonte carnal se distingue
pelo seu constante relacionamento com o sexo. Em alguns casos ele pode
vir   a   ser   símbolo   de   um   amor   mais   profundo.   Literalmente,   porém,
manifesta­se   como   um   sentimento   cheio   de   morbidez,   impregnado   de
sensualidade   voltada   sempre   para   a   satisfação   de   um   bem­estar
próprio.   Essa   fonte   de   amor,   portanto,   é   egoísta.   Esse   tipo   de   amor,
inclusive,   encontra­se   em   alta   escala   nesses   dias   modernos,   sendo
fartamente aplaudido, difundido e vendido pela grande mídia. Vemo­lo
comercializado   nas   telenovelas   e   nos   intervalos   de   programas
televisivos,   nos   palcos   teatrais,   nos   cinemas,   em   programas
radiofônicos,   em   jornais   de   expressiva   circulação,   nas   revistas
pornográficas,   etc.   Praticamente   todos   os   atuais   veículos   de
comunicação encontram­se impregnados de sexo ilícito, carnal, malígno.
Gn 24:67. Pv 7:18.
A  Fonte  Familiar.  Muitos   o   designam   como   amor   natural   ou
amor   psíquico,   mas   sempre   envolve   um   relacionamento   sangüíneo   e
concorre para a existência de harmonia no ambiente natural da vida.
Este   tipo   de   amor   sustenta   os   lares,   une   pais   e   filhos,   mantém   o
equilíbrio   da   sociedade   e   pode   vir   a   contribuir   efetivamente   para   a
estabilidade da família, da sociedade e da nação. Todavia, não é perfeito
em si mesmo, conquanto seja muito importante.  Gn 22:2  <Abraão  e
Isaque> – Gn 37:3  <Jacó  e  José> – Rt  4:15  <Noemi  e  Rute>  – Gn
25:28 <Isaque e Esaú> etc. etc. 
A   Fonte   Social.  Essa   fonte   é   bíblica.   Ostenta   o   respaldo   da
Palavra de Deus. Então, é salutar, edificante, construtiva.  É descrita
mundialmente   como   “amizade”.   Trata­se   de   um   sentimento   capaz   de
unir pessoas estranhas e mantê­las aproximadas até mesmo por toda a
vida física. O amor social uniu Hirão, rei de Tiro, um monarca pagão, a
Davi e Salomão, monarcas de Israel – 1 Rs 5:1. Ler Pv 16:13. 17:9. Dt
15:16.
Em   todos   estas   três   expressões   de   amor,   certamente   encontraremos
tragédias,  crimes,  ódio,  rancor,  ira,  depressão, inveja,  ciúme,  medo,
insegurança, etc. 
No que tange ao amor de Deus, não! Trata­se do amor estendido sem
divisas   a   todos   e   quaisquer   tipos   de   pecadores.   Manifesta­se   sempre
contido   de   magnífico   e   extraordinário   poder.   É   a   excelência   do   amor
espiritual. 
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O amor de Deus e suas insondáveis manifestações, portanto, manifestos
no   cristão   evangélico,   é   a   prova   cabal   e   inquestionável   do   real   novo
nascimento. A nova vida em Deus precisa e deve enquadrar­se na Graça
do amor. Sem a Graça do amor jamais o cristão será paciente, bondoso,
misericordioso,   manso,   longânimo,   esperançoso.   São   graças   que
manifestam­se   como   riquezas   da   Graça   do   amor   de   Deus.   O   crente
precisa e deve, urgentemente, avaliar seu sentimento amoroso. Afinal,
somente a extraordinária Graça do amor une negros e brancos, ricos e
pobres,   cultos   e   incultos,   introvertidos   e   extrovertidos,   etc.   Não   há
divisas, barreiras. A Graça do amor na expressão sacrificial é o maior
milagre   gerado   na   vida   do   homem   pós  Adão   e  Eva.   Afinal,  o   pecado
edênico mexeu sensivelmente na natureza do homem, colocando­o nos
domínios   do   ódio,   do   rancor,   da   vingança.   Sem   a   Graça   do   amor
sacrificial,   o   homem   sempre   estará   debaixo   da   maldição   do   Éden.
Portanto,   que   a   Graça   do   amor   na   expressão   sacrificial   inunde   cada
cristão evangélico. Pois, assim sendo, veremos igrejas locais mais felizes
e poderosas, mesmo em tempos de ira sobre o planeta terra.  Amém! 
Ainda  no que  é  pertinente  ao amor, havia palavras especiais em uso
corrente na língua grega no tempo em que foram  escritos  os livros do
Novo   Testamento.   Tais   palavras   são   traduzidas   por   amor   em   nosso
idioma.   Citemô­las   <incluindo,   inclusive,   a   expressão   bíblica
αγαπή>: εpως   eros – ϕιλέω   filéo – ὰγαπάω
  agapáo = amar – αγαπή   agapí  <amor (Amor que se
avalia pelo sacrifício)>.  

A Cultura Greco­Romana 
Dentro da Era Paulina

Foi no seio de três inéditas culturas que o Senhor edificou Sua santa
Igreja.   Sim!   Por   mais   que   pensemos   em   Sodoma,   Gomorra,   Sidom   e
outros centros de culturas aberrantes – o espaço cultural do primeiro
século da era cristã tornou­se digno de nota. Nesse espaço encontramos
o culturalismo religioso de Israel, através do Judaísmo; o culturalismo
político   e   moral   de   Roma,   sede   do   Império   Romano   e   o   culturalismo
filosófico   e   moral   dos   gregos,   fundamentados   nos   patriarcas   Epicuro,
Sócrates, Platão, etc.    
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O amor entre os homens <homossexualismo> na Grécia era acima de
tudo um comportamento pedagógico e visava alcançar o mundo de εpως
<o   reino   dos   amores>,   tanto   através   da   contemplação   do   belo,   como
também   através   dos   prazeres.   Os   gregos   conviviam   com   dois   reinos
especiais no que tange à sexualidade: “o reino dos prazeres”, intitulado
de 'afrodisias', e “o reino dos amores”, intitulado de  εp ως. Nos domínios
de 'afrodisias', os prazeres sensuais ou físicos estavam na contemplação
de   prazeres   da   vida   diária,   tais   como   beber,   comer,   fazer   exercícios
corporais, etc. 
Nos domínios do reino dos amores,  εpως  era encontrado não só entre
homens,   mas   entre   “deuses   e   deuses”,   “deuses   e   homens”,   “deuses   e
animais”,   “animais   e   seres   humanos”,   “elementos   da   natureza   e
humanos”, fabricando condutas diversas, absurdas, imundas e capazes
de   envergonhar   outras   culturas   da   antiguidade.   O   amor   entre   os
homens, isto é, o homossexualismo era uma forma de culto ao próprio
εpως. 
Moralidade   grega   infundada:  Na   Grécia   Antiga,
contrariamente ao homoerotismo masculino, cuja relação sexual estava
pautada em uma atividade e passividade, o homem grego adulto estava
impedido pela legislação grega de submeter­se a qualquer papel passivo
na relação sexual. A prática de “cunilingus” <sexo oral> para com
uma mulher era, igualmente, condenável e reprovável na cultura grega.
Leiamos Mt 23:24.

Astarote x Afrodite

Segundo  a   mitologia   grega, Afrodite era a deusa do amor. A mãe de


Eros,   o  deus   do  amor.   Nos textos  de  Homero,  o grande  poeta grego,
aparece   como   filha   de   Zeus   –   Por   outro  lado,   nos   textos   de   Hesíodo,
Afrodite   aparece   como   a   divindade   que   nasceu   da   espuma   do   mar.
Segundo a mitologia, a deusa era casada com Hefestos, o deus do fogo.
Era­lhe,   contudo,   infiel.   Dentro   do   mundo   romano,   a   mitologia   a
identifica   com   o   nome   de   Vênus.   Um   rastro   de   pornografias   e
imundícies sexuais acompanham a história dessa divindade em Roma.
No Velho Testamento, Afrodite identificava­se com o nome de Astarote,
onde seus rituais eram múltiplos, passando por ofertas corporais de teor
sexual, libações, e também a adoração das suas imagens ou ídolos. O
seu principal culto ocorria no  equinócio  da primavera e revelava­se à
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altura de grandes celebrações à fertilidade e sexualidade. O sexualismo
e   erotismo   ligados   ao   culto   dessa   divindade   faziam   dela   uma   deusa
fartamente   adorada   entre   os   povos   de   então,   face   a   manifestação   de
sexo no estilo bacanais, orgias. Talvez seja este o motivo que levou o rei
Salomão  a   adorar   Astarote   <a   Afrodite   dos   gregos   e   Vênus   dos
romanos>   ­  1   Rs   11:15,   contrariando   sensivelmente   não   somente   a
Palavra de Deus, mas o Todo­Poderoso Senhor de Israel.
Em   Sidom   o   culto   a   Afrodite   era   dividido   primariamente   entre   dois
deuses  Eshmund  e  Astarote  <ou Astarte>. Se no universo do
Novo Testamento ela aparece como filha de Zeus e esposa de Hefestos,
no   Velho   Testamento   ela   é   filha   de   Baal,   irmã   gêmea   de   Camus
<divindade maior do País de Moabe> e casada com o imundo Tamuz,
uma divindade referenciada no Livro do Profeta Ezequiel <8:14>. 
Esta maldita divindade bíblica é uma herança mitológica da história dos
povos   da   suméria   e  dos   acádios <Gn  10:10>, onde  Astarote  aparecia
com o nome de   Ishtar  ou  Inanna. Mais tarde, conforme relato
acima,   para   os   gregos   Astarote   foi   chamada   de  Afrodite  e  Hera,
enquanto que para os egípcios era recordada como Isis ou, como outros
defendiam,  Hator.   Segundo   a   mitologia   suméria   e   acádia,   Ishtar
<Astarote>   era   irmã   de  Shamash,   ao   qual   a   bíblia   se   refere   como
Camoesh   <Camos   ou   Quemós>.  I   Rs   11:36;  II   Rs   23:13.   O   Nome
Asterote também aparece associado a Baal em <Jz 2:13;  I Rs 18:19>.
Baal para os sumérios seria o deus  Nana, ou  Sin para os Acádios, que
também era pai de Ishtar/Inanna.
NOTA:   Foi   dentro   desse   cenário   cultural   que   o   Apóstolo   Paulo
revelou, pela primeira nos anais da história do cristianismo evangélico,
as riquezas da Graça do amor. Valores sentimentais literalmente santos
e 100% divorciados dos conceitos sentimentais sustentados no mundo da
cultura greco­romana. Uma revelação inédita aos membros da Igreja em
Corinto, domínios da Grécia de Afrodite e do Império Romano de Vênus.
A   Igreja   era   constituída   de   gentios   procedentes   do   mundo   grego;   ex­
partidários de Afrodite. A Deus pouco importa o cenário cultural em que
localiza­se   a   Sua   santa   Igreja.   Daniel,   Azarias,   Hananias   e   Misael
foram servos de Deus no âmago da cultura dos babilônios. A Palavra do
Senhor para Seus servos unicamente determina: “Em todo tempo sejam
alvos os teus vestidos, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” – Ec 9:8 –
Aos membros da Igreja nos domínios da Nova Aliança, a ordenança do

Pr Joel Machado
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Filho do Eterno, acompanhada de promessa, é: “...Sê fiel até a morte, e
dar­te­ei a coroa da vida”. Ap 2:10
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O Amor na Expressão εpως
A expressão  εpως  <amor apaixonado> não ocorre no texto original
neo­testamentário,   o   que   já   é   motivo   suficiente   para   desconfiarmos
desse   termo   sentimental   de   nível   de   erótico.   Afinal,   o   amor   na
expressão εpως é a forte atração física e sexual alimentada por uma
pessoa   em   relação   a   outra.   Dentro   dos   domínios   de  εpως,   vale
qualquer negócio para estar com o parceiro<a>. O adepto de   εpως
vive   diuturnamente   pensando   no   parceiro   unicamente   para   fins   de
sexo.
Etimologia do grego εpως:
1. Cupido*.
2. Princípio   de   ação,   símbolo   do   desejo,   cuja   energia   é   a  libido
<instinto ou desejo sexual>. No latim, “libido” é: “desejo violento”,
“paixão”,  “luxúria”.
* CUPIDO
Como   sociedade   hodierna   é   bem   possível   que   o   conceito   pessoal   e
moderno   de   grande   parte   dessa   sociedade   olhe   para   a   milenar
expressão “amor” como algo banal, encontrado em qualquer esquina
de rua.
Algum objeto que possa ser encontrado “transando”, “fazendo amor”,
“ficando”, “prostituindo­se”, etc. 
A   Bíblia   Sagrada   é   a   única   voz   autorizada   a   revelar   e   falar   desse
sentimento singular denominado amor. 
Do mitônimo Cupido, deus do amor, filho de Vênus. 
1. Etimologia   latina  de  εpως,  o   deus   alado   do   amor,   que   é
representado freqüentemente de olhos vendados e munido de arco,
flecha   e  carcás.   <Sinônimo:   os   epítetos   do   deus   cego,   o   flecheiro
cego>.
2. Mitologia: Cada um dos gênios infantis alados que acompanham
Cupido   e   Vênus   e   aparecem   representados   nas   obras   de   arte
romanas rodeando esses ou outros personagens mitológicos.
3. Por extensão: Personificação do amor. 
4. Homem ridículo, metido a galanteador.
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ERÕS    εpως    é a fonte geradora  de  EROTÍSMO  [paixão


amorosa,   amor   lúbrico   <escorregadio,   sensual,   lascivo>,   lubricidade
<kabritismo  –  καμπpιτήσμος, sensualidade,  lascívia  
ὰσέλγεια – asélgia].
ERÓTICO     Palavra procedente do  grego  εpωτικός  e do  latim
eroticu.
1. Relativo ao amor. 
2. Inspirado pelo amor; que tem o caráter de lirismo amoroso.
3. Inspirado ou provocado pelo erotismo.
4. Sensual, lascivo.
Foi   a   uma   sociedade   nos   domínios   de   εpως,   isto   é,  dominada   pela
cultura grega, que a Igreja de Jesus dirigiu­se para   revelar o amor
real,   o   amor   inconfundível,   inaudito.   O   amor   oposto   ao   ardente
sentimento   gerador   de   adultério,   fornicação,   prostituição,
promiscuidade,   etc.   O   amor   de   Deus.   Aleluia!   “...E   todos   os   dias
acrescentava o Senhor à Igreja aqueles que se haviam de salvar”. At
2:47. A Igreja de Jesus na localidade precisa e deve entender que a
diferença só pode ser liberada através dela. A Igreja na localidade é a
referência visível do amor de Deus que encarnou­SE e revelou­SE aos
homens, Jesus: Jo 3:16.

O Amor na Expressão ϕιλέω  filéo
ϕιλέω  significa ‘uma profunda afeição’ – mas esta palavra nunca é
citada   nos   escritos   do   Novo   Testamento   quando   ocorre   um
mandamento determinando ao homem que ame a Deus. Exatamente
por não tratar­se de uma expressão sentimental que exija sacrifício da
criatura humana. No entanto, não podemos e nem devemos desprezar
esta expressão. Afinal, o amor na expressão  ϕιλέω não contraria a
vontade de Deus para a humanidade. Sim! Quão bom seria se todos os
humanos fossem realmente ligados pelos laços saudáveis da amizade.
Hein!   Imaginemos   servos   e   senhores   se   confraternizando   sempre!
Patrões e empregados de mãos dadas.... ricos olhando para os pobres e
nutrindo por eles uma grande afeição...É do vocábulo  ϕιλέω o que
manifesta­se   o   termo  FILANTROPIA  que   é   uma   forma   de
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tratamento especial e generoso que os homens podem perfeitamente
demonstrar   entre   si   mesmos   na   vida   cotidiana   –  At   28:2.
Infelizmente,   esta   expressão   sentimental,   no   que   tange   a   seu
verdadeiro caráter, encontra­se oculta no seio da humanidade. Parece
que   vivemos   em   tempos   de  εpως,  quando   homens   e   mulheres
almejam   simbolizar   desejo   através   do   corpo   físico.   Lemos   em  Rm
1:22­24  “Dizendo­se sábios, tornaram­se loucos. E mudaram a glória
do   Deus   incorruptível   em   semelhança   da   imagem   do   homem
corruptível,   e   de   aves,   e   de   quadrúpedes,   e   de   répteis.   Pelo   que
também   Deus   os   entregou   às   concupiscências     do   seu   coração,   à
imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si”.
O vocábulo FILANTROPIA procede do grego  ϕιλανϑpωπία –
filanthropía e, suas duas principais qualificações, são:
“Amor   ao   ser   humano”;   “humanitarismo”   <Doutrina   filosófica   e
política que visa a eliminar as injustiças reinantes no mundo a fim de
se alcançar a felicidade humana ­ Amor à humanidade>. 
“Caridade”  –   Do  latim   caritate  significa:   “o   amor   que   move   a
vontade à busca efetiva do bem de outrem, ‘procurando’ identificar­se
com   o   amor   de   Deus,   o   amor   no   aspecto   ágape”;   “benevolência,
complacência, compaixão, beneficência, esmola”.
Amado leitor,  como  criatura e filho de Deus na Igreja de Jesus na
localidade, comungue sempre com o sentimento de  filanthropía.
Uma filantropia desprovida de interesses políticos, imorais, carnais,
mundanos, etc., mas capaz de gerar glórias ao Eterno e Santo Deus.
Aleluia! Recomendamos a leitura de Is 58:7. Ez 18:7; 16. At 2:44­47.
O Amor na Expressão αγαπή  agapí
 <amor (Amor que se avalia pelo sacrifício)>
αγαπή  é   palavra   chave   dentro   do   Cristianismo   evangélico   e   se
refere a um tipo de amor espiritual, no qual se derrama a sublimidade
do próprio amor de Deus. É com esse tipo de amor que Deus ama a
Jesus, seu Filho “AMADO em quem Ele (Deus) se compraz” <Mt.3:17.
Jo.17:26>. É com esse tipo de amor que Deus ama a raça humana
<Rm 5:8>. É esse tipo de amor que ilustra a natureza de Deus – 1 Jo
4:8. Esse tipo de amor é “sentimento na expressão sacrificial”. Não há
barreiras  capaz de  conter esse tipo de amor. As circunstâncias não
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podem  detê­lo.  É  vencedor  imbatível.    Dele, leiamos atentamente  o


que  diz­nos     Paulo,    nos    versículos 4  a  8   do  Capítulo  13  de  1
Coríntios. 

O αγαπή de Jesus em prol da Igreja

Jesus Cristo amou sacrificialmente a Igreja, a ponto de entregar Sua
própria   vida,  morrendo por ela, expondo­SE em público, diante dos
olhos   dos   homens   e   dos   espíritos  infernais.  Sl   22:  7­16.  Ef.   5:2.  O
próprio Senhor Jesus, olhando para a dimensão de Seu amor, disse:
“Ninguém   tem   maior   amor   do   que  este:   de   dar   alguém   a  sua   vida
pelos seus amigos”  João 15:13. A Igreja é a comunidade dos amigos
de Jesus. Cristo amou de forma convicta e determinada. Isto é, Ele foi
até o fim. Jo 13:1. 15:10.

O αγαπή da Igreja 
em prol do Senhor Jesus
Amar   <ὰγαπάω     agapáo>   é   uma   obrigação   moral.   O
amor é um bilhete de ida­e­volta. O amor vem de Deus ao coração do
crente   e   retorna   dele   ao   coração   de   Deus.   Tão   importante   é   esse
sentimento, que a palavra amor em suas diferentes formas e variações
ocorre   mais   de   quinhentas   vezes   no   contexto   bíblico.   A   obrigação
moral de amar resulta do fato de havermos sido eleitos pelo amor do
Eterno;   um   amor   que   merece   uma   resposta   também   de   amor.  “os
seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou” –
Lc.7:47.  Não é um círculo vicioso senão uma corrente contínua, num
crescendo sublime, sempre em direção a Deus. Os servos do Senhor
em   Corinto,   nossos   antepassados,   estavam   tão   eufóricos   e   alegres
diante de tantas habilidades espirituais recebidas do Espírito Santo,
que desnortearam­se totalmente, não sabendo como administrar tão
grande   força   e   poder   espirituais   de   Deus   numa   só   localidade.   O
Apóstolo   Paulo,   no   entanto,   os   assustou   ao   revelar­lhes   que,   todo
aquele imenso e extraordinário poder de nada valeria diante de Deus,
se   deles   não   fluísse     a   Graça   do   amor   segundo   a   revelação   de  1
Coríntios 13. Uma observação certamente bombástica, impactante,
13

inédita.   Paulo,   inclusive,   chega   a   revelar­lhes   no  versículo   13  “O


AMOR É MAIOR, MAIS EXPRESSIVO, MAIS DIVINO E MAIS RICO EM
PODER QUE AS PORTENTOSAS GRAÇAS DA FÉ E DA ESPERANÇA”.
Amar  <ὰγαπάω      agapáo>  é  mandamento   bíblico.  Dt
6:5. Js 22:5. Sl 31:23­24. Am 5:15. Jo 15:12;17. Se a Igreja do Senhor
numa   localidade   despreza   esse   mandamento,   ensinou   Paulo   aos
nossos antepassados na cidade de Corinto: as mensagens, os louvores,
os   ensinamentos   e  as   manifestações   de  poder   espiritual  não  trarão
jamais frutos para a localidade. A Graça do amor é o alicerce do culto
a Deus. 
Amar   <ὰγαπάω      agapáo>   é   um   privilégio.   Em   um
mundo   saturado   de   paixões   sórdidas   e   violentas,   amar   dentro   dos
moldes da vontade de Deus é um privilégio dos remidos pelo sangue
do Cordeiro de Deus. Enquanto o mundo respira  ódio e rancor e as
armas não cessam de disparar terror, o rebanho de Jesus Cristo se
compraz   num   insondável  αγαπή  sem   reservas,   pois   “o   imenso
αγαπή  do Deus Criador e Redentor foi DERRAMADO em nossos
corações”. Rm 5:5. 
Nota:  A   Graça   do  αγαπή  de   Deus,   portanto,   na   expressão
sacrificial, gerencia tudo quanto é concernente à obra do Senhor na
vida dos servos de Cristo. É a base, o fundamento. Tudo deve começar
com a Graça do Amor de Deus na expressão sacrificial <  αγαπή >.
Nos versículos 4­8 do Capítulo 13 de 1 Coríntios o amor é descrito
por   uma   série   de   quinze   verbos.   É   caracterizado   não   de   maneira
abstrata, mas pelo comportamento que ele suscita – ao   passo que o
conhecimento imperfeito   <versículo 1> e indireto <versículo 12>
que a criatura humana tem do Todo­Poderoso Deus desaparecerá para
dar lugar à visão do Senhor face­a­face. Aleluia!!!

13:1
εαν - se
ταις - nas
γλωσσαις - línguas
των - dos
ανθρωπων - seres humanos
14

και - e
των - dos
αγγελων, - anjos,
λαλω - (eu) falar
δε - mas
μη - não
εχω, - tiver,
αγαπην - amor
γεγονα - tornei-me
χαλκος - bronze
ηχων - que soa
η - ou
κυμβαλον - címbalo
αλαλαζον. - que retine.

13:2
και - e
εαν - se
εχω - tiver
προφητειαν - profecia
και - e
ειδω - conhecer
τα - os
μυστηρια - mistérios
παντα - todos
και - e
πασαν - todo
την - o
γνωσιν - conhecimento
και - e
εαν - se
εχω - tiver
πασαν - toda
15

την - a
πιστιν - fé
ωστε - a ponto de
μεθισταναι - remover
ορη – montes
δε - mas
μη - não
εχω - tiver,
αγαπην, amor,
ουθεν - nada
ειμι. - sou.

13:3
καν - e se
ψωμισω - repartir
παντα - todos
τα - os
υπαρχοντα - bens
μου - meus
και - e
εαν - se
παραδω - entregar
το - o
σωμα - corpo
μου - meu
ινα - para que
καυχησωμαι - me glorie,
δε - mas
μη - não
εχω - tiver,
αγαπην - amor
ουδεν - nada
ωφελουμαι - me aproveita.
16

εξηγησ de 13:4-8
A Θεοογια de αγάπη
1 Co 13.4
O amor é <1> sofredor <no grego a palavra é μακрοθυμει =
makrothymi = paciente>.
é <2> benigno <no grego está escrito χрηστεύεται =
christefete = bondoso>;
o amor <3> não é invejoso <no grego está escrito ζηλοῑ = zilí =
ciumento>;
o amor <4> não se vangloria <lemos no grego ου πεрπεрεύεται
= u perperefete = não se gaba. A PALAVRA “GABAR”
significa: “lisonja que a pessoa faz a si mesma com base na soberba”>,
<5> não se ensoberbece <no grego está escrito: ου Φυσιοῡται = u
fysiute = não é arrogante [atrevido, soberbo, insolente]>.
1 Co 13.5 <6> não se porta inconvenientemente <no grego lemos:
ουκ ασχημονεῑ = uk aschimoni = não é rude> [descortês,
grosseiro, desastrado, desajeitado, estabanado, rigoroso, ignorante,
estúpido, boçal, grosso].
<7> não busca os seus próprios interesses.
<8> não se irrita. No grego, irritar é κακόω = kakõ.
Significa: “tratar mal” – “ferir” – “ser mau com alguém” <ser
ruim, malígno>.
<9> não suspeita mal <lemos no grego: ου λογίζεται το κακόν =
u logizete to kakon = “não leva em conta o mal” [não leva
em conta: aquilo que prejudica ou fere; as doenças e
enfermidades; as dificuldades cotidianas; discordâncias
naturais]>.
17

1 Co 13.6 <10> não se regozija com a injustiça <lemos no grego:


ου χαίрει = u cheri = não se alegra>. Obs.: A injustiça é
assessório do engano, da mentira, das armações, das conspirações...
<11> mas se regozija com a verdade <lemos no grego: δε σγχαίрει
επὶ τῆ αληθεία = ve sgcheri epi ti alithia = mas se alegra
com a verdade>.
1 Co 13.7 <12> tudo sofre <sofre em todas as coisas exatamente
porquê: por ter a natureza de acreditar sem limites, alimenta sempre a
idéia se está não sendo enganado. O item seguinte é uma resposta à parte
“a” do versículo 7>.
<13> tudo crê <crê em todas as coisas>.
<14> tudo espera <espera todas as coisas como riquezas do amor>.
<15> tudo suporta <suporta todas as coisas acreditando no poder
sentimental de agapi>.

1 Co 13.8 <16> O amor jamais acaba...


Lemos no grego: Η αγάπη ουδέποτε πίπτει O agapi
uvepote pipti = “O amor jamais termina”.
OBS.: Todos estilos sentimentais acabam. Agapi, jamais! Agapi é
Deus. Agapi é o grande sentimento de Deus. Feliz quem vive debaixo
da cobertura de Agapi.

Pr Joel Machado
www.enom.zip.net

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