Universidade Federal da Bahia - UFBA Disciplina: Física Experimental 2 (FIS122)

Turma: P19 Docente: Thiago Albuquerque

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RELATÓRIO DE FÍSICA

PRÁTICA 8 – EQUIVALENTE CALOR E ENERGIA

Lailson Marques Rosa

Naiane Silva

Rodrigo Santos
 SALVADOR

2016
1. INTRODUÇÃO

Quando corpos de temperaturas diferentes são colocados em contato, após

algum tempo eles atingem a mesma temperatura. Esse fenômeno é conhecido

com equilíbrio térmico. A explicação para esse fenômeno foi proposta por muito

tempo se baseando em um modelo chamado de calórico. Nesse modelo, dizia-

se que todos os corpos eram possuidores, interiormente, do calórico, que era

uma substância fluida e invisível e de peso desconsiderável.

Hoje sabemos que Calor é a energia transferida espontaneamente de um corpo

para outro, em virtude, unicamente, de uma diferença de temperatura entre

eles. Sabemos também que quando colocamos dois corpos com temperaturas

diferentes em contato, isolados termicamente do ambiente, após algum tempo

nota-se que eles estão em equilíbrio térmico. Sendo assim, podemos concluir

que houve transferência de energia do corpo mais “quente” para o corpo mais

“frio”, até que ambos apresentassem a mesma temperatura.

O objetivo do experimento é a determinação do equivalente entre caloria e o

Joule, isto é, a determinação do valor da constante A, definida por:

1cal = A joule => valor [cal] = 1/A valor [Joule]

Para isso utilizaremos um sistema chamado calorímetro um aparelho isolado

termicamente do meio ambiente usado para fazer estudos sobre a quantidade

de calor trocado entre dois corpos de temperaturas diferentes.

2. MATERIAIS UTILIZADOS
 • Aquecedor;

• Termômetro;

• Calorímetro – Caixa de alumínio dentro de uma caixa de isopor;

• Relógio;

• Bequer;

• Vaso calibrado ou balança;

3. PROCEDIMENTOS

Primeiramente pesamos a caixa de alumínio e colocamos a no isopor.

Posteriormente, pesamos com a ajuda do Béquer 4kg de água (4 litros). Em

seguida, colocamos a água dentro do calorímetro, tampamos o e medimos a

temperatura inicial da água. Coletamos a potência do aquecedor e ligamos em

seguida, monitorando em cada minuto a temperatura até chegar aos 80oC.

Atingindo essa temperatura, desligamos o aquecedor e registramos na tabela o

instante que o aquecedor foi desligado. Mantemos o calorímetro tampado por

mais 5 minutos registrando a sua temperatura em intervalos de 1 minuto.

Antes de se completar os 5 minutos, pesamos a barra de alumínio e medimos

sua temperatura inicial. Assim que passou os 5 minutos, abrimos o calorímetro

e colocamos a barra de alumínio e voltamos a tampar. Continuamos a medir a

temperatura da água em 5 minutos por intervalos de 1 minuto. Registramos os

dados na tabela.

4. TRATAMENTO DE DADOS

4.1 Determinando o valor de A

 A constante A pode ser calculado ao igualarmos a energia elétrica fornecida

pelo aquecedor (W f ) e a energia absorvida pela água (W a):

P.t [Joule] = m.cáguaΔT[Joule] = A. m.cáguaΔT[Caloria]

A água teve variação de temperatura entre 25,5°C a 72,9°C. Essa temperatura
final foi coletada após o aquecedor ser desligado e esperado os 5 minutos para
poder equilíbrio térmico, totalizando 1367s. Assim,
619 x 1367 = 4000x1x47,4xA
A = 4,46
O valor real de A é 4,19, calculamos o desvio relativo, obtemos:
∆A = | 4,19−4,46
| = 0,064= 6,4 %
4,19 O valor de A difere do valor real, pois o experimento está sujeito
a erros
experimentais nas medidas de temperatura, tempo e massa. Ademais, o
calorímetro não é perfeitamente isolado, não consideramos a caixa de alumínio
que impactará no resultado.
4.2 O calor específico do alumínio
Determina agora o valor do calor específico do alumínio. Para isso basta
igualar, em módulo, o calor recebido pela barra com o calor cedido pela água.
Temos: QR = mAl.cAl.(Tf,Al + água – Ti, Al) e QC = mágua.cágua.(Tf, Al + água – Tf , água).
Assim:
m .c .(T −T )
cAl = | água água f,Al+água f,água

|c = |4000.4,19.(59,9 − 72,9)
mAl.(Tf,Al+água − Ti,Al) Al

|
1682.(59,9 − 25)

cAl= 3,71 J/g°C. O valor do calor específico do alumínio é 0,9 J/g°C, calculando o
desvio relativo: ∆cAl = | 0,90−3,71
| = 3,21= 321%
0,90

O erro apresentado foi bem acima do normal, pois foi utilizado grandezas
sujeitas a erros experimentais: a massa m, a temperatura inicial e final, o tempo
da ligação do aquecedor (em média 15 minutos ligado) e a potência do
aquecedor. Além disso, o calorímetro não é perfeitamente isolado, a perda de
energia e a cuba de alumínio que é ignorada na expressão acima.
4.3 O valor de A considerando a Caixa de Alumínio
A constante A pode ser calculado ao igualarmos a energia elétrica fornecida
pelo aquecedor (W f ) e a energia absorvida pela água (W a) mais a energia

absorvida pela cuba ( W c):

P.t = A.mágua.cágua.∆T + A.mcaixa.cAl.∆T
619.1367 = A.(4000.1.47,4 + 494.0,9.47,4)
A =3,99. Calculando o desvio relativo, temos:
∆A = | 4,19−4,02
| = 0,04= 4%
4,19

Sendo assim, o valor de A considerando a cuba de alumínio se aproxima mais

do valor ideal.
4.4 O calor específico do alumínio considerando a caixa de alumínio
Determina agora o valor do calor específico do alumínio. Para isso basta
igualar, em módulo, o calor recebido pela barra com o calor cedido pela água
mais calor cedido pela caixa de alumínio. Temos:
QR = mAl.cAl.(Tf,Al + água – Ti, Al) e QC = mágua.cágua.(Tf, Al + água – Tf , água) + mcaixa.cAl.(Tf, Al + água – Tf ,

água)

m .c .(T −T )
cAl = | água água f,Al+água f,água

|
mAl.(Tf,Al+água − Ti,Al)−mcaixa.(Tf,Al+água − Tf,água)
cAl = | 4000.4,19.(59,9−72,9)
|c
1682.(59,9−25)−494.(59,9−72,9) Al = 4,16 J/g°C
Calculando o desvio relativo ∆cAl = | 4,16−0,90
| = 3,62= 362%
0,90 Mesmo considerando a caixa de alumínio o valor do calor
específico do
alumínio não se aproximou do esperado. Isso se justifica por ter ocorrido erros
experimentais tais como o termômetro não esteja mostrando valores corretos
de temperatura o que influenciou no tempo para aquecer a água até aos 80°C
em torno de 15 minutos (comum seria cerca de 25 minutos), a potência do
aquecedor pode ter sido alterada ao longo do experimento ou não ser o que
realmente apresenta. Além disso, temos perdas de energia para o meio pois o
calorímetro não é perfeitamente isolado e houve perdas de energia ao abrir a
caixa de isopor e pôr a barra de alumínio.
5. CONCLUSÃO
O experimento foi importante para relacionar o Joule e caloria, sendo 1 cal=
4,19 J. O resultado encontrado, considerando a caixa de alumínio, foi de 1
cal= 4,02 J mais próximo do esperado se comparado com o valor sem
considerar a caixa de alumínio. Entretanto, o calor específico do alumínio
ficou muito distante do esperado, isso porque erros experimentais
influenciaram no resultado final, tais como possivelmente o termômetro não
estava mostrando valores de temperatura correto ao longo do tempo o que
impactou no tempo em que a água foi aquecida de 25,5 °C até 80°C em cerca
de 15 minutos, o aquecedor poderia não ter a potência indicada. Além disso,
sabemos que o calorímetro não é perfeitamente isolado, há perdas de calor
para o meio e assim como não foi considerada a perda de energia quando
abrimos o isopor para pôr a barra de alumínio.
6. REFERÊNCIAS

HALLIDAY, D. ; RESNICK, R.; WALKER, J.. Fundamentos de Física. 8 ed. v. II.

Rio de Janeiro: LTC, 2009.

Calor Específico. Disponível em:

<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/calor-especifico.htm>. Acesso em 02
Out. 2016.

Capacidade Térmica. Disponível em:

<http://brasilescola.uol.com.br/fisica/capacidade-termica.htm>. Acesso em 03
Out. 2016.