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MECANISMOS GERAIS

DE DOENÇA
LESÃO E MORTE CELULAR

M. Cristina Marques
INTRODUÇÃO

• Objectivos do curso

• Métodos de estudo

• Avaliação

• Glossário

• Bibliografia
• Objetivos do curso; Métodos de estudo; Avaliação;
Bibliografia:
Fisiopatologia – Fundamentos e Aplicações
Anabela Mota Pinto, Lidel - 2013

Fisiopatologia – Introdução á Medicina


S. J. MacPhee, W.F. Ganong
Lange Medical Books/ McGrawHill – 5 th Ed. -2006

Fisiopatologia – Texto e Atlas


Stefan Silbernagl, Florian Lang, Artmed - 2006

Essentials of Pathophysiology
Thomas J. Nowak, A. Gordon Handford
Wm.C. Brown Publishers – 2006 (McGraw-Hill)

Pathologic Basis of Disease


Robbins and Cotran
Saunders, Elsevier – 8 th ed. 2010

Normas da Direção Geral de Saúde


www.mic.ki.se/MEDCASES.htlm
www.labtestonline.org.uk/
www.univ-angers.fr/pagdiv
Glossário
• Doença generalizada – doença que se difundiu a várias
zonas do organismo

• Doença crónica – doença que se prolonga para além de


6 meses

• Doença genética – doenças hereditárias ou não que


resultam da transmissão de genes ou cromossomas
defeituosos de um ou de ambos os pais

• Doença congénita – doença resultante de um defeito


adquirido durante o desenvolvimento fetal ou
embrionário. Um defeito congénito pode ser genético ou
induzido por agentes químicos, fármacos ou vírus

• Doença sub-clínica – quando não apresenta sintomas


PATOLOGIA:
Estudo da etiologia (causa da doença), da patogénese ou patogenia,
(mecanismo através do qual o agente provoca doença), tanto por acção
como por reacção) e da fisiopatologia da doença

FISIOPATOLOGIA:
Estudo das consequências que uma alteração de um gene, proteína, célula,
tecido ou orgão provocam no organismo como um todo

SEMIOLOGIA OU SEMIÓTICA:
Estudo dos sinais de doença do ponto de vista do diagnóstico e do
prognóstico
HOMEOSTASIA
EQUILIBRIO DO MEIO INTERNO RESULTANTE DA
ACÇÃO DE MECANISMOS FISIOLÓGICOS QUE
ACTUANDO CONTINUAMENTE REPÕEM A
ESTABILIDADE EM CASO DE DESEQUILÍBRIO

(Walter Ganong – 1871-1945)


Fisiologia
Novo Equilíbrio

Organismo
Mecanismos
REACÇÃO Homeostáticos:
Nervosos
Agente
Susceptibilidade Endócrimos
Defeito Locais

ETIOLOGIA PATOGÉNESE DOENÇA

Patologia
DESVIO DO NORMAL

ESTÍMULO ADEQUADO (RECEPTOR SENSIVEL)

COMUNICAÇÃO AFERENTE

CENTRO DE REGULAÇÃO

COMUNICAÇÃO EFERENTE

Exs: hiperglicémia EFECTOR


hipoxémia
isquémia REPOSIÇÃO DO NORMAL
SISTEMA ENDÓCRINO
Hiperglicémia Receptores das cél. beta

Exocitose e síntese de insulina mais insulina

em circulação Aumento entrada de glucose

nas células Normoglicémia


SISTEMA NERVOSO
Hipoxémia Quimioreceptores impulsos

Nervosos Centro respiratório impulsos

Nervosos Músculos respiratórios

Hiperventilação Reposição dos níveis de

O2
MECANISMOS LOCAIS
Diminuição do débito sanguineo PO2

ATP AMPc Adenosina

Vasodilatação aumento da perfusão

PO2
CAUSAS DE FALÊNCIA DOS
MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS

1- FALTA DE UM ELEMENTO ESSENCIAL:


Exs: Insulina, Timo, Factor de coagulação

2- PRESENÇA DE ANTAGONISTAS
Exs: Anticorpos anti-insulina, Cortisol, Glucagon

3- CAPACIDADE DE RESPOSTA ULTRAPASSADA


Ex: Coagulação intravascular disseminada
TIPOS DE RESPOSTA À
AGRESSÃO
• NEUROENDÓCRINA
• INFLAMATÓRIA
• HEMOSTÁTICA
• CIRCULATÓRIA
• TERMORREGULADORA
• METABÓLICA
• HEMATOLÓGICA
• IMUNOLÓGICA
• REGENERADORA
DUALIDADE DE EFEITOS DOS
MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO
SÃO UMA FACA DE DOIS GUMES:
Defesa e patogénese

Exs: Inflamação
Regeneração (factores de crescimento)
Coagulação (trombose)
Desintoxicação
AGENTES DE DOENÇA
• FÍSICOS
• QUÍMICOS
• BIOLÓGICOS
• NUTRICIONAIS
• GENÉTICOS
• PSICOLÓGICOS E SOCIAIS
CAUSAS DE MAIOR SUSCEPTIBILIDADE
• Idade

• Estilo de vida

• Factores genéticos

• Biografia fisiológica

• Biografia patológica
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE
DOENÇA
• Antiguidade………….Alteração dos humores
• Sécs.VII e VIII ……....Alteração dos orgãos
• Séc. IX
• (C. Bernard …..Int. Medicina experimental
(Birchat e Virchow)….....Alteração das células
• Séc. XX
• (Peters) ……Alterações bioquímicas
• Séc. XX (Pauling1949) …………Alterações
moleculares
Conceito de Doença
“ Em última análise, todas as doenças se
resumem a perturbações geradas ou
sofridas por grandes grupos de unidades
vitais cuja capacidade funcional depende
do estado de composição molecular e
portanto das alterações físicas e químicas
dos seus constituintes ”
Virchow-1858
Conceito de Doença (OMS)

• Considera-se saudável todo o indivíduo


que pode utilizar em pleno as suas
capacidades físicas e intelectuais.
Quando estas se encontram de algum
modo comprometidas fala-se em doença
FORMAS DE DOENÇA
• SÍNDROME – Sinais e sintomas que se
associam caracteristicamente a uma
determinada doença.
Exs: Anemia, icterícia, hipertensão

• ENTIDADES NOSOLÓGICAS- Formas de


doença que apresentam uma etiologia,
patocronia e fisiopatologia específicas e
constante em todos os doentes
Exs: Doenças infecciosas, queimaduras,
intoxicações
FORMAS DE DOENÇA
• Doenças Genéticas – hereditárias ou adquiridas
(ex: Síndrome de Down)
• Doenças ambientais - (exs: Devidas a factores
microbiológicos)
• Doenças multifactoriais - (devem-se a factores
genéticos e a fact. ambientais, geralmente
complexos de analisar)
• Doenças idiopáticas – Quando se desconhece a
causa
• Doenças iatrogénicas - Resultantes de um
tratamento
Doenças Genéticas
• Doenças cromossómicas
Ex: Trisomia 21 ou síndrome de Down

• Doenças monogénicas
Exs: Hipercolesterolémia familiar,fenilcetonúria

• Doenças poligénicas ou multigénicas


Exs: Diabetes melitus, gota, artrite reumatoide
AGENTE
ÓGICO
ETIOLÓ

FISIOPATOLOGIA

LESÃO ÇÃO
ALTERAÇ ÇÃO
DISFUNÇ ÇÃO
ALTERAÇ
INICIAL ORGÃO ORGÂNICA ÉMICA
SISTÉ

SINAIS E
SINTOMAS
TIPO DE SINAIS CLÍNICOS

ANATOMOFISIOLÓGICOS - Lesão
exs: hiperglicémia; albuminúria;
Obs. Lesão por endoscopia

FISIOPATOLOGICOS – Alter. Função


exs: provas funcionais; EEG, ECG …

ETIOLÓGICOS – identificam a Causa


exs: cariótipo alterado; presença de bactérias
SINAIS CLÍNICOS:

É muito importante ter a noção da sua especificidade


e sensibilidade, para melhor os utilizarmos.

SENSIBILIDADE – Probabilidade de obter um resultado


positivo quando o indivíduo está doente

Um sinal é tanto mais sensível quanto


menos falsos negativos tiver

ESPECIFICIDADE – Probabilidade de obter um resultado


negativo quando o indivíduo está são

Um sinal é tanto mais específico quanto


menos falsos positivos tiver
HISTÓRIA CLÍNICA

- Uma boa história clínica é imprescindível


para a elaboração de um diagnóstico e para a
selecção das provas complementares necessárias

Conteúdos da história clínica:

Dados do doente
Antecedentes pessoais
Antecedentes familiares
Anamnese actual
(conjunto de informações
recolhidas relativamente à situação
Clínica em curso)
DIAGNÓSTICO
Métodos de diagnóstico
Ex: ANÁLISES
CLÍNICAS
TERAPÊUTICA

INACTIVAÇÃO COMPENSAÇÃO DA
DO AGENTE ALTERAÇÃO
ETIOLÓGICO FUCIONAL

ANÁLISE DOS
RESULTADOS
Métodos de diagnóstico
Ex: ANÁLISES
PROGNÓSTICO CLÍNICAS
DADOS DO DOENTE – idade; género e etnia …

Ex: Sangramento rectal aos 20 anos -------------- doença inflamatória do intestino


aos 60 anos -------------- Cancro do cólon

ANAMNESE ACTUAL – história da doença actual, duração e característica da


queixa primária e sintomas associados

SOLICITAÇÃO DE TESTES DE DIAGNÓSTICO:

Avaliação da probabilidade pré-teste de existir a doença

Só pedir o exame complementar se este aumentar a probabilidade de confirmar


ou excluir o diagnóstico (probabilidade pré-teste), e deve ter em conta a
Prevalência da doença. Ex: Doença coronária em jovens e indivíduos de meia
idade) e realização de prova de esforço

Então se o teste fôr positivo, a probabilidade pós-teste aumenta


QUESTÃO CLÍNICA

RESPOSTA
DO TESTE
Após a decisão de realizar um teste, o dado mais
importante para o clínico é estimar se o resultado do
mesmo é verdadeiro.

Isto depende do valor preditivo positivo do teste isto é:


Probabilidade de uma pessoa com um resultado positivo ter
a doença.

E também do valor preditivo negativo do teste isto é:


A probabilidade de uma pessoa com um resultado negativo
não ter a doença

Os valores preditivos dependem da sensibilidade e da


especificidade do teste, mas sobretudo da prevalência da
doença. Os testes de diagnóstico são úteis nas situações de
prevalência intermédia (25% a 65%).
É IMPORTANTE TER EM CONTA QUE
NÃO SÃO OS RESULTADOS DOS EXAMES QUE FAZEM O DIAGNÓSTICO.

ESTES CONTRIBUEM PARA O DIAGNÓSTICO QUANDO CONSIDERADOS


QUANTITATIVAMENTE NO CONTEXTO DA SUA AVALIAÇÃO CLÍNICA

Não cair na armadilha :

Teste Positivo = Doença

Teste Negativo = Ausência de doença


TESTES DE SCREENING
Quando aplicar?
Doenças assintomáticas de progressão lenta, com lesão importante mas
progressiva e gradual de orgãos. Em que o tratamento na fase adiantada da
doença é menos eficaz . E que traga um benefício real (possa ser tratada)

A Quem aplicar?
A grupos de pessoas em que se suponha que a doença possa estar presente
com grande frequência. Estes testes devem ser dirigidos ao grupo etário mais
prevalente.

Que teste escolher?


Elevado custo/benefício
Elevada especificidade (poucos falsos positivos)
Elevada sensibilidade (poucos falsos negativos)

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