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A Astrologia Como Ferramenta para RH PDF
A Astrologia Como Ferramenta para RH PDF
Paula Falcão
Objetivo do Capítulo
1. Apresentação
a) Signos
Se observarmos o caminho que o Sol traça no céu desde a hora em que nasce
até a hora em que se põe, durante todo o ano, podemos ver que, dentro de uma certa
variação da inclinação do Sol, que este caminho é sempre o mesmo. Neste pedaço de
céu existem 12 constelações com estrelas que auxiliavam os navegadores da
antigüidade. É a chamada faixa zodiacal ou zodíaco.
Se pegarmos os 360 graus desta faixa de céu e dividirmos em 12 pedaços de 30
graus cada um, começando no ponto onde o Sol cruza o equador na entrada da
primavera do hemisfério norte (em março), teremos os 12 signos do zodíaco. É
importante perceber que signos e constelações são coisas absolutamente
diferentes apesar de terem o mesmo nome. Constelações são grupos de estrelas com
tamanhos variáveis e signos são divisões fixas do zodíaco, com tamanho determinado
matematicamente. Nem sempre constelações e signos de mesmo nome ocupam o
mesmo lugar no espaço.
Os 12 signos representam 12 tipos de consciência, 12 visões diferentes da Terra.
Portanto, vão significar características e visões diferentes de todo e qualquer assunto.
Peter Drucker já tem falado bastante sobre o a importância da administração da
diversidade no desenvolvimento de lideranças. Os 12 signos representam exatamente
isto: 12 pontos de vista diferentes que juntos compõem um todo!
Os 12 signos são classificados de várias maneiras, mas as duas classificações
principais são natureza e modalidade.
Quanto à natureza, temos os 4 elementos: fogo, ar, terra e água,
correspondentes exatamente à tipologia junguiana. Os signos de fogo são voltados
para a intuição e a criatividade (e também muita ação). Os signos de ar são voltados
para o pensamento e a comunicação, os signos de água para a emoção e a
sensibilidade e os signos de terra para o concreto e a sensação.
Já quanto à modalidade, levamos em conta 3 atitudes principais: os signos
cardeais, que são altamente pró-ativos; os fixos, altamente estáveis e os mutáveis,
altamente flexíveis.
Portanto, para o leigo, uma boa maneira de ver os signos sem obrigatoriamente
decorar seus significado é pensando no foco para o qual este signo está voltado e para
a atitude principal que gera:
Atitude
Foco Cardeal Fixo Mutável
(Próatividade) (Estabilidade) (Flexibilidade)
Fogo
Intuição/Criatividade Áries Leão Sagitário
Ar
Pensamento/Comunicação Libra Aquário Gêmeos
Água
Emoção/Sensibilidade Câncer Escorpião Peixes
Terra
Concretização/Sensação Capricórnio Touro Virgem
b) Casas
Aspectos são ângulos que os astros fazem uns com os outros tendo como ponto
de referência a Terra. Dependendo do ângulo, as energias de ação destes astros irão se
combinar com maior ou menor harmonia e,portanto, fazer diferentes efeitos na vida da
pessoa, organização ou país estudado.
Tudo o que foi dito anteriormente sobre signos, casas, astros e aspectos pode
ser sintetizado no mapa astrológico. O mapa astrológico nada mais é do que um
"retrato" do céu no momento e lugar em que ocorreu algum fato, seja ele o nascimento
de uma pessoa, o lançamento de uma empresa ou produto, a independência de um
país, a contratação de alguém, a abertura de uma filial, etc.
No mapa astrológico temos o posicionamento dos astros nos signos, os aspectos
que estes astros estão formando entre si e em que casas, ou áreas da vida, eles se
localizam.
Por exemplo: Gandhi em seu mapa astral tem Urano na Casa 10 em Câncer.
Como vimos anteriormente, a casa 10 representa a vida profissional e a carreira da
pessoa. Ghandi tinha esta casa no signo de Câncer, um signo de água, que trabalha
com emoção e sensibilidade e cardeal, um signo bastante pró-ativo. Então podemos
dizer que Ghandi tinha uma visão bastante emotiva e sensível de sua carreia, e não
ficava sentado esperando as coisas acontecerem. Mas, como ele agia? Ele agia de
acordo com o astro que lá estava, Urano, o planeta da liberdade, igualdade e
fraternidade, que davam a Ghandi a necessidade de mudanças e de liberdade.
Este é um exemplo simplificado de interpretação astrológica, mas dá para
perceber o nível de profundidade que podemos chegar examinando 12 casas, 12
signos, 10 astros e pelo menos 7 aspectos? A quantidade infinita de combinações
existentes?
Por outro lado, temos que levar em conta que a simples análise de um mapa
astrológico leva em conta apenas o potencial da pessoa ou organização. É preciso levar
em conta o ambiente econômico, social e cultural para saber como este potencial pode
se desenvolver. Por exemplo, duas pessoas nascidas no mesmo dia, na mesma hora e
na mesma cidade, porém um com uma família estruturada moral, cultural e
financeiramente e outro não, irão se desenvolver de maneira diferente. E em geral, só
conseguimos obter este tipo de informação após uma entrevista.
O mapa astrológico mostra o tipo de visão que a pessoa ou empresa vai ter de
cada área de sua vida através dos signos que estão nas casas, o tipo de ação que ela
vai ter em cada uma destas áreas através dos astros e o grau de facilidade ou
dificuldade para estas ações através dos aspectos.
Se compararmos os mapas astrológicos de duas ou mais pessoas, podemos ter
uma idéia da sintonia que existe entre o pensar, o sentir e o agir de todos e perceber
os ajustes que precisam ser feitos para que o relacionamento seja o melhor possível.
Por exemplo, tanto Bill Clinton quanto George W. Bush têm Mercúrio, o planeta
que mostra a maneira como pensamos em Leão, signo que mostra uma atitude estável
e bastante intuição e criatividade. Só que no mapa astrológico de Bill Clinton Mercúrio
está na casa 11, a casa do trabalho social, da visão social do mundo. No mapa de
George W. Bush Mercúrio está na casa 1, da auto-imagem. Ou seja, Clinton tende a
conectar seu modo de pensar com uma visão social das coisas. Bush tende a conectar
seu modo de pensar à preservação da auto-imagem.
Marte, o planeta que nos pede uma ação de conquista e de vitória está em Libra,
no Ascendente do mapa de Clinton. Como Libra dá uma visão de harmonia e
diplomacia, as conquistas e vitórias de Clinton tendem a acontecer através de uma
ação harmônica e voltada a relacionamentos, preservando sua auto-imagem. No mapa
de Bush, Marte está em Virgem na casa 2. As conquistas de Bush estão ligadas a
valores e com foco na concretização, pois Virgem é um signo de terra. Bush tende a
lutar para conquistar valores, enquanto Clinton para conquistar uma imagem.
Este também é um exemplo simplificado de como podemos utilizar a sinastria,
a comparação entre dois mapas astrológicos.
2. Relação com outros Temas
Para que qualquer pessoa se sinta feliz e realizada, é necessário que esteja
desenvolvendo e aplicando seus talentos. Isto é conseguido quando a pessoa coloca em
prática os seus valores essenciais. Quando consegue, em sua atividade diária, colocar
seus valores mais básicos a serviço de uma meta.
A realização é obtida quando a pessoa consegue alinhar a sua dimensão do "ser"
com o "ter", podendo assim desenvolver um trabalho e um estilo de vida que possa lhe
trazer satisfação tanto no nível prático da vida quanto em seus anseios e necessidades
mais profundos.
Os anseios e necessidades mais profundos estão ligados aos valores essenciais, à
dimensão do "ser" na vida da pessoa e, no trabalho, profundamente ligados à pessoa
estar ou não exercendo funções relacionadas com a sua vocação.
A satisfação no nível prático da vida está ligada à dimensão do "ter": ter a
satisfação de executar seu trabalho com competência e receber a devida recompensa
por isto.
TRIÂNGULO DA REALIZAÇÃO
REALIZAÇÃO
ATIVIDADE DIÁRIA
METAS
Curto, médio e
COMPETÊNCIA longo prazos TER
b) Desenvolvimento de Competências
Portanto, para definir como esta competência pode ser desenvolvida, temos
quatro componentes envolvidos:
• Conhecimento
• Habilidade
• Atitude
• Visão Sistêmica
O mapa astrológico mostra o potencial da pessoa: sua melhor maneira de
aprender, suas habilidades latentes, seu perfil emocional e comportamental e a sua
amplitude de visão.
O ciclos astrológicos determinam a evolução desta pessoa ao longo do tempo: os
melhores momentos para aprender, para praticar habilidades, para trabalhar suas
atitudes e aqueles momentos especiais em que uma crise leva à insights e abertura de
visão.
Portanto, o estudo do mapa astrológico juntamente com os ciclos astrológicos
determina quais competências desenvolver e quando estarão plenamente
desenvolvidas.
Finalizando este assunto de potencial, vocação e competência, podemos ainda
lembrar que dependendo do estágio de desenvolvimento de cada um destes
componentes, podemos situar a pessoa ou time (entendido aqui pela soma das
vocações e competências de todos os integrantes) em um dos quatro grupos do gráfico
do talento:
Gráfico do Talento
Vocação
(Mapa Inadequação Realização
Astrológico)
Frustração Sobrevivência
Competência
: (Mapa + Ciclos)
Reestruturação o
180 - Realização
Operação
270o - Colheita
Em nossa vida profissional dois ciclos têm especial importância: Júpiter, que tem
a ver com os movimentos de expansão e Saturno, que tem a ver com movimentos de
estruturação.
Sabendo os momentos das diversas fases do ciclo de expansão e do ciclo de
estruturação em que está um colaborador fica fácil planejar o desenvolvimento de seus
talentos e retê-los. Quando o que se deseja de um colaborador não está em sintonia
com as experiências profissionais que este colaborador quer e necessita viver no
momento, fica difícil conseguir sucesso e realização, mas se a liderança sabe desta
necessidade pode aproveitá-la ao máximo.
Lee Iacocca, por exemplo, começou sua carreira na Ford quando Júpiter, o
planeta da expansão, estava em conjunção com seu Sol, o planeta da individualidade.
Seu primeiro cargo executivo, o de Gerente Geral da Divisão Ford, aconteceu com tanto
Júpiter quanto Saturno na casa 10, do sucesso profissional. Iacocca juntou neste
momento expansão e estrutura para obter reconhecimento e sucesso e segundo suas
próprias palavras foi a época mais feliz de sua vida. Em 1970, com Júpiter em
conjunção com seu Saturno natal tornou-se presidente da Ford e foi demitido quando
este mesmo Júpiter, da expansão, estava em oposição à sua casa 10, ou seja,
atrapalhando sua vida profissional. Ao se tornar presidente da Chrysler em 1979 Júpiter
estava em conjunção com seu Sol progredido (um tipo especial de ciclo astrológico).
d) Coaching
É claro que a tabela acima não deve ser levada ao pé da letra, pois não estamos
analisando signos, casas, aspectos, etc... É mais para se ter uma idéia do que pode ser
feito.
Para existir sucesso e realização, tanto por parte da organização quanto das
pessoas, a visão de ambas deve estar voltada para o mesmo lado. Muitas vezes um
pequeno ajuste pode providenciar isto, outras vezes isto fica muito difícil. Mas o
diagnóstico e possíveis ajustes desta situação podem ser obtidos através da sinastria
entre o mapa astrológico da empresa e do colaborador, através dos seguintes passos:
• Análise básica do mapa da organização, para saber sua missão, potencial e estilo de
trabalho.
• Análise básica do mapa do colaborador, para saber sua vocação e potenciais.
• Análise dos ciclos astrológicos do colaborador e da organização, para saber o
momento que estão vivendo, as crises e fases de expansão à vista, etc..
• Análise dos astros do mapa da empresa no mapa do colaborador e vice-versa (e
seus inter-aspectos), para saber o tipo de atuação de um sobre o outro.
• Análise dos ciclos astrológicos da empresa sobre o mapa do colaborador e vice-
versa, para saber que influência o processo um vai ter sobre o outro.
• Análise do mapa composto - qual é a "substância" formada pela interação entre os
dois? Está em sintonia? O que pode ser feito para melhorar esta sintonia?
3. Conclusão
Abramo, B.
No Céu da Pátria Neste Instante
São Paulo, Terragraph, 1996
Arroyo, S.
Astrologia, Psicologia e os Quatro Elementos
São Paulo, Pensamento, 1997
Bernis, M.
Astrologia Empresarial, Vols., I a V
Apostila de Curso, 1999 e 2000
Bernis, M.
Astrologia Vocacional
São Paulo, Editora Roca, 2001
Bernis, M.
O Brasil Astrológico
São Paulo, AstroBrasil, 2001
de Vore, Nicholas
Encyclopedia of Astrology
Totowa, New Jersey, Littlefield, Adams & Co, 1976
Iacocca, Lee
Uma Autobiografia
Livraria Cultura Editora, São Paulo, 1985