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TU - Ebook - A 02 PDF
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
O que é Umbanda
para o ser terreno? 06
CAPÍTULO 2
Ciência de Umbanda 12
CAPÍTULO 3
A FIlha de Olorum 24
CAPÍTULO 4
O que é Religião? 38
CAPÍTULO 5
Sincretismo e Religiões 50
CAPÍTULO 6
Sincretismo Umbandista 109
CAPÍTULO 1
O que é a
UMBANDA
para o ser
terreno?
POR ALEXANDRE CUMINO
A aluna Luciana Szaz Mateus me fez esta per-
gunta por Whatsapp (29/09/2016) para apre-
sentar em um curso de Yôga. Segue abaixo
minha resposta:
5
Pense bem antes de imprimir!
E
B religados não precisam mais dela.
O
O
K Se lhe disser que ela é o sentido para nossas vi-
das, então todos que chegam a ela tinham uma vida
A sem sentido, e agora que há um sentido não preci-
U sam mais dela.
L
A
Se disser que a Umbanda é um despertador então
0 estou dizendo que todos que chegam a ela estão
2 dormindo e uma vez despertos não precisam mais
da Umbanda.
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mos do sofrimento. Nos religamos à nossa essência.
Encontramos um sentido maior pra nossas vidas.
Despertamos da ilusão e acordamos para uma nova
realidade.
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E
B
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K
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0
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CAPÍTULO 2
Ciência de
UMBANDA
Uma religião
brasileira
POR ALEXANDRE CUMINO
E Este texto abaixo é parte integrante do livro História
B da Umbanda. São fragmentos editados livremente
O a partir do original para dar sentido num texto sim-
O
ples, curto e direto.
K
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Cultos de Matriz Africana. Roger Bastide muda sua
opinião de forma tardia reconhecendo a Umbanda
como religião Brasileira. Digo tardia, pois suas te-
ses e obras principais já haviam sido publicadas, no
entanto passa a um de seus continuadores, Renato
Ortiz, as novas considerações do reconhecimento
da Umbanda enquanto Religião Brasileira, retirando
o peso da suposta traição, do “negro que quer ser
branco” ou da apropriação, por parte do branco, de
uma cultura negra. Neste ínterim, aparece Candido
Procópio Ferreira de Camargo que vinha estudan-
do o Espiritismo e fez o mesmo procedimento com
outro ponto de vista, agora ele veria a umbanda a
partir do kardecismo englobando ambas as verten-
tes como Religiões Mediúnicas e parte de um único
“continuum mediúnico”.
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identidade nacional da Umbanda, o que se soma às
contribuições únicas de Diana Brow, Lísias Noguei-
ra Negrão, Patrícia Birman e Zélia Seiblitz, principais
estudiosos da Umbanda no contexto antropológico
e sociológico.
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se fossem dois polos: um representando o Bra-
sil, o outro a África. A Umbanda corresponde à
integração das práticas afro-brasileiras na moder-
na sociedade brasileira; o Candomblé significaria
justamente o contrário, isto é, a conservação da
memória coletiva africana no solo brasileiro... O
que nos parece importante é sublinhar que para o
Candomblé a África conota a ideia de terra-Mãe,
significando um retorno nostálgico a um passado
negro. Sob este ponto de vista a Umbanda dife-
re radicalmente dos cultos afro-brasileiros; ela tem
consciência de sua brasilidade, ela se quer brasi-
leira. A Umbanda aparece desta forma como uma
religião nacional que se opõe às religiões de im-
portação: protestantismo, catolicismo, e kardecis-
mo. Não nos encontramos mais na presença de
um sincretismo afro-brasileiro, mas diante de uma
síntese brasileira, de uma religião endógena.
Neste sentido divergimos da análise feita por Ro-
ger Bastide em seu livro As Religiões Africanas no
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Brasil, onde ele considera a Umbanda como uma
religião negra, resultante da integração do homem
de cor na sociedade brasileira. É necessário, po-
rém, assinalar que o pensamento de Roger Bastide
havia consideravelmente evoluído nestes últimos
anos. Já em 1972 ele insiste sobre o caráter nacio-
nal da Umbanda... Entretanto, depois de sua últi-
ma viagem ao Brasil, seu julgamento torna-se mais
claro; opondo Umbanda, macumba e Candomblé,
ele dirá: ‘o Candomblé e a Macumba são conside-
rados e se consideram como religiões africanas. Já
o espiritismo de Umbanda se considera uma reli-
gião nacional do Brasil. A grande maioria dos che-
fes das tendas são mulatos ou brancos de classe
média...’. O caráter de síntese e de brasilidade da
Umbanda é desta forma confirmado e reforçado.”
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Pense bem antes de imprimir!
Podemos dizer, num ponto
de vista teológico, que
Umbanda pertence a Deus e
aos Orixás, quando
pudermos definir Deus
então, só neste dia,
definiremos com precisão o
que é Umbanda.
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E
B CAPÍTULO 3
A Filha
O
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K
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U
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de
OLORUM
A
0
2
POR FERNANDO SEPE
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E E sua majestosa voz ecoou pelo alto, pelo embaixo,
B pela esquerda e a direita, pelo a frente e o atrás, pelo
O
envolta. Por determinação do pai - mãe de Todos,
O
K uma nova religião nasceria sob solo brasileiro.
ERA SUA FILHA MAIS NOVA, A UMBANDA.
A
U E um verdadeiro rebuliço começou no Orum, pois
L
logo o mais respeitado dos Orixás se ergueu de seu
A
Trono e disse que ele seria o responsável e susten-
0 tador maior da religião. Oxalá abençoava o nascer
2 da mais nova filha de Olorum, e a assumia dos Seus
Divinos Braços. Nela a espiritualidade e a fé estariam
presentes, como aceleradora da evolução de todos.
Não existiriam dogmas, e apenas um grande funda-
mento: Amor e Caridade.
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Pense bem antes de imprimir!
as armas da Lei.
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ção dos médiuns umbandistas.
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E por falar em tempo, ele também estaria presente.
Oyá-Tempo (xará de Iansã – Oyá), seria responsá-
vel pelas forças do tempo dentro da nova religião. E
como ela é muito observadora e, vamos dizer, bas-
tante desconfiada, seria a guardiã da fé e dos pro-
cessos da religiosidade. E “ai” de quem pisasse na
bola da religiosidade. Lá estaria Oyá com seu olhar
congelante...
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E E de repente apareceu Oxum, perguntando que fes-
B ta era aquela. Quando ficou sabendo que era o nas-
O
cimento da mais nova filha de Olorum, começou a
O
K chorar e a abençoou com suas lágrimas que caíam
de seus olhos como duas enormes cachoeiras. (Ela é
A muito chorona, mas não gosta que a gente fale sobre
U isso...)
L
A
E de presente a ela, chamou Oxumaré, que transfor-
0 mou tudo em cores e disse que renovaria e embele-
2 zaria tudo com seu axé colorido.
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que depois de muitas desilusões nada mais queria
com Xangô, resolveu unir–se a Oxóssi, e ajudá-lo a
disseminar o conhecimento.
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Ogum!
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acertado que o Orixá Exu atuaria na Umbanda, a
partir de sua linha de trabalho. Seria a linha que faria
o trabalho pesado, além de serem os guardiões dos
médiuns, e dos templos de Umbanda.
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E agradeceram a Olorum por essa bênção à humani-
B dade.
O
O
K Quase cem anos se passaram, e a Umbanda cres-
ceu um bocado.
A
U Transformou–se um uma linda jovem, amorosa e ale-
L
gre. Amparada por seu Pai Oxalá, e seus padrinhos,
A
a Lei Maior e a Justiça Divina, ela vai vencendo todos
0 os obstáculos.
2
Os seus trabalhadores conquistaram o coração das
pessoas.
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lha um Sete Espadas, estão os olhos da Lei.
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E as pessoas entendam que existe algo maior que a
B “minha” ou “a sua” Umbanda. Simplesmente existe
O
A UMBANDA, filha querida de Olorum, que encanta
O
K a todos os Orixás, e enche os olhos do velhinho e
amoroso Oxalá de lágrimas de felicidade e amor...
A
U (Sepe, em homenagem a Umbanda, essa linda reli-
L
gião universalista, doada a todos nós pelos amados
A
Pais e Mães Orixás).
0
2
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B CAPÍTULO 4
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O que é
K
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RELIGIÃO?
L
A
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2
POR ALEXANDRE CUMINO
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E Uma das formas de definir religião é ir direto ao
B significado da palavra, do latim, religare, que tem
O o sentido de religar-se a DEUS. Logo um entendi-
O
K mento teológico da mesma é propiciar um encontro
ou reencontro com DEUS.
A
U Mas, o que pode parecer simples é, no entanto,
L
complexo, afinal há formas muito variadas de religião
A
e até algumas, como o budismo e jainismo, em que
0 nada se refere a DEUS, são praticamente religiões
2 ateístas.
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Pense bem antes de imprimir!
Desde que o homem habita este mundo há religião,
o próprio homo sapiens é considerado um homo re-
ligiosos; apesar de reconhecermos o quanto a re-
ligião faz parte de nossas vidas, ela já passou por
um período de “trevas”, justamente no período em
que surge o iluminismo. É quando surge o mundo
moderno, pós-revolução francesa, que o homem se
voltará a um racionalismo cientificista que nega o va-
lor da religião. No séc. XIX, Augusto Conte torna-se
o precursor do positivismo declarando que a religião
seria substituída pela ciência, pois no futuro esta te-
ria as repostas para as inquietações humanas bus-
cadas no mundo teológico. E assim como os perío-
dos mitológicos e mágicos já haviam sido superados
pelo religioso, este também seria ultrapassado, de-
clarando sua inutilidade. Religião tal qual se conhece
seria uma pseudossolução para pseudoproblemas.
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Pense bem antes de imprimir!
ilusão, algo infantil, e Marx que afirmaria ser o suspiro
dos oprimidos, ópio do povo. Cientistas promoveram
uma nova inquisição na qual só tem valor o que pode
ser observado, experimentado e mensurado dentro
do método científico.
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Pense bem antes de imprimir!
Max Muller via em toda religião “um esforço para
conceber o inconcebível, para exprimir o inexprimí-
vel, uma aspiração ao infinito”. [...]
43
Pense bem antes de imprimir!
Edênio Valle, em sua obra Psicologia e Experiência
Religiosa afirma que “W. H. Clark reuniu, em 1958,
nada menos que 48 definições psicológicas de re-
ligião”. Entre estas, ele transcreveu algumas, e des-
tas nós destacamos as seguintes para concluir o que
vem a ser religião:
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E para fechar fica a definição do Mestre e Místico
Hindu Vivekananda:
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B CAPÍTULO 5
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Sincretismos
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e RELIGIÕES
U
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“Nada há de novo abaixo do Sol.”
“Em religião nada se cria, tudo se copia.
Uma absorve os mistérios das outras”.
Pai Benedito de Aruanda
“Não há religião superior à verdade”
Helena P. Blavatsky
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Pense bem antes de imprimir!
E Sincretismo consiste em unir dois ou mais valores
B para alcançar um terceiro valor, o sincretismo religio-
O
so está muito ligado às culturas, pois valores de duas
O
K ou mais culturas se unem quando nasce uma nova
religião.
A
U Vejamos por exemplo na Umbanda, uma religião bra-
L
sileira, que tem culto aos Orixás, divindades africanas
A
da cultura Nagô, e aos Santos, da cultura católica. Je-
0 sus Cristo e Oxalá são cultuados em um sincretismo
2 tão forte que Jesus passa a ser Oxalá e Oxalá passa
a ser Jesus. Aqui também surgem polêmicas onde
nem todos aceitam o sincretismo desta forma, para
muitos Jesus apenas representa Oxalá, para outros
vice e versa e para terceiros os dois, Oxalá e Jesus,
caminham juntos sem perder sua individualidade.
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Pense bem antes de imprimir!
Assim é o sincretismo na Umbanda que aparece
identificando:
Jesus Cristo com OXALÁ
Nossa Senhora da Conceição com OXUM
São Sebastião com OXÓSSI
São Jerônimo com XANGÔ
São Jorge com OGUM
São Lázaro com OBALUAYÊ
Santa Clara com LOGUNAN
São Bartolomeu com OXUMARÉ
Joana D’Arc com OBA
Santa Bárbara com IANSÃ
Santa Sara Kaly com EGUNITÁ
Santa Ana com NANÃ BUROQUÊ
São Roque com OMULU
Cosme e Damião com IBEJI
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Pense bem antes de imprimir!
Na cultura brasileira existe o sincretismo cultural, que
aparece em “síntese” na Umbanda, como um espe-
lho que mostra as culturas do Negro (Cultura Africa-
na), do Branco (Cultura Europeia) e do Índio (Cultura
Nativa); todas elas partes de um todo que é a Cultura
Brasileira.
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Pense bem antes de imprimir!
Helena P. Blavatsky, fundadora da Ordem Teosófi-
ca, uma das mais eruditas e influentes estudiosas e
pesquisadoras de religião de todos os tempos, em
seu Glossário Teosófico (Ed. Ground, 4ª ed., 2000,
trad. Silvia Sarzana) define Religião, Religião da Sa-
bedoria e Teosofia de uma forma que apresenta mui-
to bem esta ideia sobre um conhecimento eterno,
que se manifesta nas diferentes religiões, mudando
apenas a forma. Vejamos as definições de Blavatsky:
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Pense bem antes de imprimir!
branca encerrada num farol, que tem, em cada um
de seus lados, um vidro de cor diferente e, conforme
o lado em que é olhada, parece vermelha, azul, verde
ou amarela; retire os cristais e verá a mesma luz em
sua pura cor natural. Esta base comum de todas as
religiões dignas deste nome explica-se porque todas
elas emanam da Grande Fraternidade de Instrutores
Espirituais, que transmitiram aos povos e raças as
verdades fundamentais da religião, sob a forma mais
apropriada às necessidades daqueles que deviam
recebê-las, bem como às circunstâncias de tempo
e lugar. Por isso se disse, não sem fundamento, que
a questão religiosa é principalmente uma questão
geográfica; assim, uma pessoa é muçulmana sim-
plesmente porque nasceu na Arábia; católica, por-
que nasceu na Europa etc. Em sua missão sublime,
os excelsos fundadores de religiões foram auxiliados
por certo número de indivíduos iniciados e discípulos
de diversos graus, homens eminentes por seu saber
e por seus relevantes dotes morais. Outra causa po-
derosa do antagonismo entre aqueles que profes-
sam credos religiosos diferentes são as corrupções
introduzidas por seus representantes, que os modifi-
cam e transformam a seu bel-prazer, impulsionados
geralmente por interesses e egoísmo.
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Pense bem antes de imprimir!
ideia, que serve de base para a Teosofia, é a Fra-
ternidade universal e esta se encontra fundamenta-
da na unidade espiritual do homem. A Teosofia é de
uma só vez ciência, filosofia e religião e sua expres-
são externa é a Sociedade Teosófica. Opostamente
ao que muitos acreditam, a Teosofia não é uma nova
religião; é, por assim dizer, a síntese de todas as
religiões, o corpo de verdades que constitui a base
de todas elas. A Teosofia, em sua modalidade atual,
surgiu no mundo no ano de 1875, porém é em si
mesma tão antiga quanto à humanidade civilizada e
pensadora. Foi conhecida por diversos nomes, que
têm o mesmo significado, tais como Brahma-vidyâ
(Sabedoria Suprema), Para-vidyâ (Sabedoria Supre-
ma) etc. O motivo especial de sua nova proclama-
ção em nossos dias foram os rápidos e perniciosos
progressos do materialismo nas nações propulsoras
da civilização mundial. Por esta razão, os guardiões
da Humanidade acharam oportuno proclamar as an-
tigas verdades numa nova forma adaptada à atitude
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Pense bem antes de imprimir!
e ao desenvolvimento mental dos homens da época
e, assim como antes foram reveladas uma após ou-
tra as religiões, segundo a passagem de um a outro
desenvolvimento nacional, assim, em nossos dias, as
bases fundamentais de todas as religiões tornaram a
ser proclamadas, de modo que, sem privar nenhum
país das vantagens especiais que sua fé lhe propor-
ciona, se deixará de ver que todas as religiões têm o
mesmo significado e que são ramos de uma mesma
árvore. A Teosofia apresenta-se, além disso, como
base de filosofia de vida, porque possui vastíssimos
conhecimentos sobre as grandes Hierarquias que
preenchem o espaço; dos agentes visíveis e invisí-
veis que nos rodeiam; da evolução ou reencarnação,
através de cuja virtude o mundo progride; da lei da
casualidade ou da ação e reação, chamada karma;
dos diversos mundos em que o homem vive, semeia
e colhe, etc., etc., conhecimentos que resolvem, do
modo mais racional e satisfatório, os árduos enigmas
da vida, que sempre conturbaram o cérebro dos pen-
sadores como desalento de seu coração. No campo
da ciência, abre novos caminhos ao conhecimento.
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Pense bem antes de imprimir!
ço a torcer” sobre que tal valor ter sido “importado”
de outra cultura ou culto religioso, já que a prática
comum entre religiões é diminuir a outra, e quando
não até chegam ao ponto de “demonizá-la” fazendo
com que seus fiéis creiam que as divindades alheias
são “demônios”.
Vejamos algumas passagens da “Introdução” e “Ex-
planação” desta obra impar para o estudo das reli-
giões:
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Pense bem antes de imprimir!
Essa entidade, ou anteriormente esse Deus, é re-
presentada por um boneco de barro exoticamente
fabricado ou por um tronco de árvore cercado por
enormes fogueiras, como as piras dos antigos tem-
plos, em volta das quais os silvícolas executam uma
frenética dança ao som de flautas de bambu, acom-
panhada de estridentes berros à guisa de hinos ma-
viosos.
QUE SUCEDERÁ?
Sucederá que, ao cabo de alguns anos, digamos
mesmo, de alguns séculos, essa tribo terá mudado
várias vezes o modo de compreender esse Deus.
Mas não se segue daí que toda a tribo, sem exce-
ção de uma só alma, tenha permanecido fiel a cada
crença que foi sucedida, e isso com unânime apro-
vação.
É indubitável, dada a diversidade de mentalidades,
que tenham surgido certas divergências no modo
de encarar esse Deus e seus atributos, ou mesmo
na maneira de cultuá-lo nas sucessivas crenças, re-
sultando dali, então, as exegeses e os cismas que
acabaram por dividir esses cultos em outros tantos
cultos ou seitas contrários e inimigos, a ponto de se
odiarem de morte.
E É exatamente o resultado verificado hoje na face des-
B se pobre giroscópio.
O
Os primitivos povoadores da Terra sentiram que tudo
O
K quanto viam devia ser o produto de uma força supe-
rior e inteligente e começaram, então, na opinião de
A alguns historiadores, a simbolizar essa força, já com
U um disco representando o Sol, como fonte de vida
L
material, já com um tronco de árvore, de onde foram
A
surgindo os esteios da cabana que se transformaram
0 em coluna do Templo etc.
2
Pela observação e pelo estudo da natureza, movidos
pelas necessidades vitais, as indústrias foram sendo
criadas, as artes nasceram, a ciência se manifestou,
até se condensar em Academia.
Revelação
Foi então que a Religião fora revelada aos mais puros,
nascendo dali o Templo, pois a Religião é o suspiro
do homem, cuja resposta vem do céu e não da Terra.
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Pense bem antes de imprimir!
Que tivesse havido esta Revelação, está isso sobeja-
mente confirmado por todas as religiões do mundo.
Dupuis não crê na revelação, pois, segundo ele, só a
razão humana é que tudo definiu; mas ele não reflete
que essa Razão, que não é criação do homem, mas
sim da Razão Suprema, que lhe deu em igualda-
de de grau para raciocinar e tirar conclusões justas
e força de comparações, estudos e experiências, é
que constitui, de fato, a Revelação Divina, seja por
inspiração ou suposto acaso.
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Pense bem antes de imprimir!
decretos.
Confúcio, príncipe regente, repudiou tudo para dedi-
car-se ao sacerdócio, quando, aos 50 anos, recebia
essa revelação.
Daí a razão de ser Religião a Síntese da Ciência e não
o contrário, o que seria absurdo.
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Pense bem antes de imprimir!
“Se olharmos os olhos negros dos chineses, diz
Max Muller, acharemos que ali também há uma
alma que corresponde a de outras almas, e que o
Deus que ele tem em mente é o mesmo que nos
empolga o espírito, apesar do embaraço da sua
linguagem religiosa”.
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Pense bem antes de imprimir!
O Deus dos druidas era Be-il, de onde o Ba-al da
Caldeia, ao qual juntaram Teutalés, similar de Thot
-Hermes do Egito.
Foi São Judicael quem no século VII aboliu o Drui-
dismo que ainda existia confinado nas florestas da
Brocelianda.
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Pense bem antes de imprimir!
“É difícil ao pensamento conceber Deus e à língua
de exprimi-lo. Não se pode descrever uma coisa
imaterial por meios materiais; o que é eterno não
se alia, senão dificilmente, ao que está sujeito ao
tempo. Um passa, outro existe sempre. Um é uma
percepção do espírito, e outro uma realidade. O
que pode ser concebido pelos olhos e pelos sen-
tidos como os corpos visíveis pode ser traduzido
pela linguagem; o que é incorpóreo, invisível, ima-
terial, sem forma, não pode ser conhecido pelos
nossos sentidos. Compreendo, pois, Thoth, que
Deus é inefável”.
77
Pense bem antes de imprimir!
No Egito era OSÍRIS.
Na Fenícia era ADONIS.
Na Arábia era BACO.
Na Frigia era ATHIS.
Moisés denominou-o de JEOVÁ, por assim lhe ter
declarado o próprio Deus.
Maomé adora-o sob o nome de ALÁ.
Diz ela:
“Eu sou a Natureza, mãe das coisas, senhora de
todos os elementos, origem e princípio dos sécu-
los, suprema divindade, rainha das Manes, primei-
ra entre os habitantes do céu, tipo uniforme dos
deuses e das deusas. Sou eu cuja vontade gover-
na os cimos luminosos do céu, as brisas salubres
do oceano, o silêncio lúgubre dos infernos, potên-
cia única, sou pelo Universo inteiro adorada sob
várias formas, em diversas cerimônias, com 1.000
nomes diferentes.
Os Frígios, primeiros habitantes da Terra, me cha-
mam de Deusa - mãe de Pessinonte; os Atenien-
ses autóctones me nomeiam Minerva, a Cecro-
pana; entre os habitantes da ilha de Chipre, sou
Vênus de Pafos; entre os Cretenses, armador de
arco, sou Diana Dichina; entre os Sicilianos que fa-
lam três línguas, sou Prosérpina, a utigiana; entro
E os habitantes de Elêusis, a antiga Ceres, uns me
B chamam Juno, outros Belone, aqui Hécate, acolá
O
a deusa de Ramonte. Mas, aqueles, que foram os
O
K primeiros iluminados pelos raios do Sol nascente,
os povos Etiópicos, Arianos, e Egípcios, poderosos
A pelo antigo saber, estes, sós, me rendem um ver-
U dadeiro culto e me chamam, pelo meu verdadeiro
L
nome: a rainha Ísis”.
A
80
Pense bem antes de imprimir!
Os povos da Antiguidade, como ainda hoje os da
Índia, do Egito, da China, eram e são profundamen-
te religiosos, e seus atos foram e são pautados por
uma incomparável moral.
Não é, pois, possível, tachar-se esses homens ou
esses povos de bárbaros, pagãos, ateus ou idólatras
sem confessar má-fé ou falta de erudição e, portan-
to, incompetência para a crítica científica e histórica;
e, se fanático possa haver, é decerto aquele que o
fizer.
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Pense bem antes de imprimir!
A única base teológica propriamente dita da Teologia
Cristã reside nos primeiros versículos de João que
são copiados da Teologia pagã.
As ideias dos cristãos são as de Platão, o qual, por
seu turno, as bebeu nas filosofias antigas do Egito,
de Orfeu, Pitágoras etc.
84
Pense bem antes de imprimir!
madas de pagãs. Pagão vem de paganu, o homem
do campo que não possuía religião alguma. Esses
campônios serviam de intermediários entre o campo
e a cidade e professavam vários credos orientais,
fazendo com que o Catolicismo bebesse seus dog-
mas e ritos. A própria missa também é uma adapta-
ção de cerimônias da Etiópia, do Egito e, ainda hoje,
das ilhas da Oceania.
85
Pense bem antes de imprimir!
de proselitismo feitas por missionários descalços e
desprovidos de dinheiro, tudo isso foi retirado do cul-
to lamaico do Tibete, uma modalidade do Budismo
hindu. O ritual, o cerimonial, o aparelhamento católi-
co, nada mais são do que cópias de religiões orien-
tais e do Paganismo, até se sentirem bem fortes para
persegui-los em dezenas de sanguinolentas cruza-
das, como hereges.
88
Pense bem antes de imprimir!
tica apostólica contribuíram para agravar a devoção
rústica. Via-se Júpiter com Thor transformado em
São Pedro; Apolo, em São Miguel; Wodan ou Mar-
te, em São Martinho; as mães célticas tornaram-se
as três Santas Marias; Ísis, a virgem que deve en-
gendrar, assimilada à mãe de Cristo; e, a coisa mais
estranha, Buda colocado nos altares cristãos com o
nome de São Josafá!
89
Pense bem antes de imprimir!
o modo de sacrificar. E, assim, do mesmo modo os
pagãos se dirigiram a Apolo ou a Esculápio, fazen-
do desses deuses da profissão de medicina e de
cirurgia. Católicos não se dirigem também a São
Cosme e a São Damião?
E Santo Elói, o santo dos ferreiros, não ocupará a
mesma função do deus Vulcano?
E São Jorge, não dão a ele, os católicos, o título
que se dava outrora a Marte?
A São Nicolau, não fazem eles a mesma honra que
os pagãos faziam ao deus Netuno?
São Pedro como porteiro não corresponderá ao
deus Janus?
Por pouco eles fariam crer ao Anjo Gabriel que ele
é o deus Mercúrio!
Pallas como deusa das ciências não estará repre-
sentada em Santa Catarina?
E, em vez de Diana, não têm eles Santo Humberto,
o santo dos caçadores?
Idêntico ofício é atribuído a Santo Estáquio.
E quando vestem João, o Batista com pele de leão,
não será para ofender à vista o deus Hércules?
Não se vê comumente Santa Catarina com uma
roda, como se quisessem representar a deusa da
fortuna?
Delfos decidia as questões religiosas fabricando
deuses, como Roma fabricava santos”.
92
Pense bem antes de imprimir!
das, comemoração anual da morte do seu fundador
– Mani –, tal como Cristo.
A Igreja Católica, pela pena de São João Damasce-
no, na lenda de Barlaão e Josafá, que também foi
copiada do Ramayana, no século XVII, e da qual La
Fontaine fez a fábula dos Patos do Mano Philippe,
tomou a virtude búdica como modelo de santidade
e, como tal, aceita e aprovada por Gregório XIII, Xis-
to V, Urbano VIII, Alexandre VII e Pio IX. Tirou igual-
mente do Apólogo Búdico, por parábolas e contos,
fartos exemplos de moral que foram introduzidos
nos seguintes livros da Igreja Romana: Gesta Ro-
manorum, Vida Sanctorum, Vida Patrum, Disciplina
Clericales etc.
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moribundos e preces ante o defunto, preces para
chover, preces para ganhar a vitória em combates,
culto dos mortos etc.
Segundo sérios estudos, o Budismo foi escrito cerca
de 1.300 anos antes de Cristo. É originado do Bra-
manismo, religião de Rama (Ba-Rama, Brahma) e foi
implantado na Índia, na Pérsia e no Egito, oriundo
provavelmente da Atlântida, por se encontrarem ves-
tígios na América, no México, no Norte europeu e na
própria África.
A
U
L
A
0
2
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E destes animais ou em despertar todos estes animais
B interiores através das posturas, ássanas, que traba-
O
lham a energia, potência e espiritualidade através da
O
K experiência advinda da prática. Pode-se ainda ob-
servar a variação de tons de pele das divindades,
A lembrando que o homem costuma construir a divin-
U dade à sua imagem e semelhança, encontramos Kali
L
de pele negra, o que leva a crer de forma imediata
A
na sua origem em meio ao povo negro, conquistado,
0 e sua permanência entre o povo conquistador dado
2 suas qualidades e atributos muito fortes, sem esque-
cer que o dominador não consegue expulsar total-
mente o dominado, surgindo sim uma raça que traz
um tom de pele pardo, nem branco e nem negro,
como uma cor de tabaco, a cor do indiano. Muitos
drávdas se refugiaram mais ao sul da índia onde sua
cultura ancestral, mágica e xamânica é mais forte.
Também encontramos Shiva e Krihsna com pele azul
que diz respeito à cor do céu que é Ele, no entanto
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muitos acreditam que este azul teria sido negro em
outros tempos. A intenção aqui é mostrar como este
processo passa a ser algo natural em religião e uma
tendência entre culturas.
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A questão que se torna interessante é que no cris-
tianismo primitivo o Espírito Santo era considerado
feminino, assim como no Judaísmo é presente esta
visão em Shekná, o lado feminino de Deus.
Logo a trindade seria Pai, Filho e Mãe exatamente
como nos panteões chamados pagãos, como:
Pai Céu, Mãe Terra e filho homem, semideus ou uma
divindade.
Na cultura grega:
Zeus, Hera e Apolo.
Na cultura Romana:
Júpiter, Juno e Febo.
Na cultura Egípcia:
Osíris, Ísis e Hórus
Na cultura Hindu:
Shiva, Parvati e Ganesha
Ainda na cultura Hindu encontra-se a trimurti com-
posta por Brama, Vishnu e Shiva, três divindades
masculinas que se completam com sua “contrapar-
te feminina” Sarasvati, Lakshimi e Parvati.
Na cultura nativa:
Sol, Lua e o homem.
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mações e trabalham muito bem a questão do mito
e arquétipo, para manter seu rebanho sob controle.
As grandes religiões sabem que o homem é carente
de um salvador, carente de uma força maior, carente
de amor, carente de autoestima e claro carente de
heróis, e muitas vezes todos estes atrativos são ma-
nipulados. Aqui entra o lado humano que não tem
limites de escrúpulo, ética ou bom senso.
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chamamos de Zen-Budismo, onde filosoficamente
está presente muitos conceitos do Taoismo.
Para muitos a cultura Africana de Orixás pode ser
uma adaptação da cultura Africana Egípcia, ou seja,
muitos creem que sendo mais antiga a Cultura Egíp-
cia pode ter dado origem à Nagô-Yorubá, no culto de
Orixá que trás muitas semelhanças entre as divinda-
des, o que pode ser conferido no capítulo sobre as
divindades.
Sincretismo
K
A
U
UMBANDISTA
L
A
0
2
POR ALEXANDRE CUMINO
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E É verdade que o sincretismo entre santos católicos
B e divindades serviu para “encobrir” o culto de Orixás
O
O (e também de inquices, voduns e tatas) por escravos
K que não tinham a liberdade de professar sua religião,
o que foi fundamental para a sobrevivência do cul-
A
U to de nação (Cultos Afros), que gerou o Candomblé
L (Culto Afro-brasileiro), este é o marco de nascimento
A
do sincretismo em nossa cultura. Até hoje no Can-
0 domblé há duas vertentes, uma que defende o santo
2 (o falecido Professor Oluó Agenor Miranda era ferre-
nho defensor, pois muitos dos antigos realmente se
consideravam católicos que tinham no Candomblé
uma prática ou “seita”, sabemos que não é seita e
sim uma religião, mas assim se pronunciavam os an-
tigos), e uma vertente que defende a separação do
santo e do Orixá com o “slogan” - “Santa Bárbara
não é Iansã”.
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Mas e a Umbanda?
A Umbanda não nasceu em meio à escravidão se
aceitarmos a data de 15 de Novembro de 1908, logo
nunca precisou esconder nada da figura do “Sinho-
zinho”.
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Existem outras Tendas, antigas também com visões
diferentes:
A Tenda Espirita Mirim foi fundada em 1924 e, que
eu saiba, é a primeira tenda de umbanda a não acei-
tar os santos católicos com exceção de Jesus Cristo.
A Tenda Espírita Mirim foi fundada por Benjamim Fi-
gueiredo e é mantida até hoje por seu filho carnal
e espiritual, Mirim Paulini. Tive a oportunidade de
estar junto do “Mirinzinho” como é carinhosamente
chamado o Sr. Pauline que em público, para entre-
vista e homenagem feita pelo instituto Icapra de nos-
so irmão Marcelo Fritz, disse que na Tenda Mirim não
se reza para Santo porque “eles foram gente como
a gente e muitos nem foram santos, até matavam
pessoas”.
Outros casos
Muitos anos atrás o autor e sacerdote Umbandista
Decelso escreveu um livro chamado “Umbanda de
Caboclos” - 1967, que tive a oportunidade de ler e
estudar, neste livro há uma comparação entre Orixás
e divindades indígenas, o que poderia de forma cla-
ra e lógica criar um culto Umbandista voltado para
estas divindades, já que também temos igual influ-
E ência indígena assim como a Africana. Mais interes-
B sante, que soma e enriquece neste contexto, é que
O o Prefácio da Primeira Edição é feito por ninguém
O
menos que Benjamim Figueiredo.
K
Vejamos a citação do livro, pág. 68:
A
U Os “deuses”
L Segundo Heraldo Menezes a similitude existente en-
A tre o Panteão Aborígine e o Africano está assim en-
tendido:
0
2 IARA - Divindade ou “deusa” das águas = IEMANJÁ;
TUPI - Divindade ou “deus” do Fogo = Erê;
CARAMURU - Divindade do Trovão = Xangô;
URUBATÃO - Divindade ou “deus” = Ogum;
AIMORÉ - Divindade ou “deus” da caça = Oxóssi
JUREMA - Divindade das matas, cachoeira = Oxum;
JANDIRA - Divindade dos grandes rios = Nanã
MITÃ - Divindade criança = Ibeji;
IURUPARI - Divindade do mal = Elebá ou Exu;
ANHANGÁ - Divindade da peste = Omulu.
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Seguem-se os “Semideuses” ou divindades de se-
gunda ordem, aquelas cujo poder é inferior ou está
abaixo das acima mencionadas. Vejamos os “Semi-
deuses”.
Semideuses
GUARACI - Divindade representativa do Sol = ORUM;
JACI - Divindade da Lua = OXU;
PERUDÁ - Divindade do Amor = OBA;
CAAPÓRA - Divindade protetora dos animais = OS-
SONHE (Ossãe);
CURUPIRA - Divindade dos Campos = CORICO-TÔ;
IMBOITATÁ - Divindade dos Montes = OKÊ;
TUPÃ - Divindade Suprema, pode ser identificada como
Oxalá, ou melhor, Obatalá ou Zambi.
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Conheço terreiros que trabalham sem Orixá apenas
com os Santos Católicos, inclusive alguns que nem
nos cantos não se canta para Orixás, há o cuidado
de entoar apenas pontos que sejam exclusivos aos
Santos.
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#estudeumbanda