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Quadros Comparativos das Orquestras Sinfônicas Brasileiras

Quadro de Músicos
Orquestra Sinfônica do Recife 109 Músicos (83 ativos)
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo 109 Músicos
Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do RJ 107 Músicos
Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de SP 103 Músicos
Orquestra Sinfônica da Paraíba 92 Músicos
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre 89 Músicos
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional (Brasília) 85 Músicos
Petrobrás Sinfônica 83 Músicos
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais 77 Músicos
Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas 75 Músicos
Orquestra Sinfônica Brasileira 72 Músicos
Orquestra Sinfônica da Bahia 72 Músicos
Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte 65 Músicos
Orquestra Sinfônica do Paraná 61 Músicos
Orquestra Sinfônica de Sergipe 60 Músicos

Produtividade Mensal
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo > 10 Concertos – 7 Ensaios Semanais
Orquestra Sinfônica Brasileira 8 Concertos - 6 Ensaios Semanais
Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do RJ 6 a 8 Concertos – 5 Ensaios Semanais
Orquestra Sinfônica do Recife 4 Concertos – 5 Ensaios Semanais
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre 4 Concertos – 7 Ensaios Semanais
Orquestra Sinfônica da Bahia 4 Concertos – 5 Ensaios Semanais
Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte 3 Concertos – 5 Ensaios Semanais
Petrobrás Sinfônica 3 Concertos – 4 Ensaios Semanais
Orquestra Sinfônica de Sergipe 3 Concertos – 3 Ensaios Semanais
Orquestra Sinfônica da Paraíba 2 Concertos – 8 Ensaios Mensais

Remuneração
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo R$ 7.000
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo R$ 4.500 a 4.780
Orquestra Sinfônica Brasileira R$ R$ 4.000 a R$ 5.600
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional (Brasília) R$ 3.725 a R$ 5.128
Orquestra Sinfônica da Bahia R$ 3.000 a R$ 3.500
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre R$ 2.785 a 2.970
Petrobrás Sinfônica R$ 3.000 a R$ 3.450
Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do RJ R$ 2.500 a R$ 4.000
Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte R$ 1.700
Orquestra Sinfônica do Recife R$ 1.546 a R$ 1.766
Orquestra Sinfônica da Paraíba R$ 1.200 a 1.350
Orquestra Sinfônica de Sergipe R$ 924 a R$ 2.060
Análise dos Quadros Acima:

Quadro de Músicos:

A OSR é junto à OSESP (caso completamente à parte no cenário musical brasileiro), a orquestra
que possui o maior quadro de músicos do Brasil.

As únicas 2 outras orquestras que possuem quadros tão grandes, são orquestras de ópera, que,
pelas exigências das partituras operísticas e e pelo tamanho dos teatros que as abrigam,
necessitam de quadros maiores.

Todas as outras orquestras possuem quadros de 90 músicos ou menos.

Produtividade:

Com exceção da OSESP (caso à parte), da OSB que é uma orquestra privada e da OSTMRJ que é
uma orquestra de ópera e por isso realiza mais récitas durante as temporadas de ópera, a OSR
encontra-se em um ótimo patamar de produtividade com ensaios diários de segunda à sexta e
4 concertos mensais, perfazendo no mínimo 40 concertos anuais, com média de ensaios e
concertos anuais maior até do que a Petrobrás Sinfônica, atualmente considerada uma das
grandes orquestra do País.

Remuneração:

Neste ponto vemos a defasagem salarial em que se encontram os nossos músicos comparados
às orquestra de mesma importância e produtividade com exceção da OSPB que, apesar de ter
sido uma das melhores do País, encontra-se em situação tão precária que, por conta dos baixos
salários trabalha somente 8 dias por mês e realiza a média mais baixa de concertos de todas as
orquestra profissionais brasileiras e de Sergipe que é uma orquestra nova e na qual todos os
músicos são comissionados e não efetivos, mas que mesmo assim recebe melhor do que a OSR
em seu nível mais alto.
Análise da Situação do Quadro da Orquestra Sinfônica do Recife

A OSR conta com 109 músicos e 1 Regente-assistente em seu quadro de músicos estatutários,
sendo que atualmente apenas 83 destes cargos estão ocupados. Além disso, não há
discriminação do quantitativo de vagas por categoria instrumental gerando excesso de
instrumentistas em determinadas seções e falta em outras.

Uma Orquestra Sinfônica considerada de grande porte necessita de no mínimo 98 músicos


distribuídos da seguinte forma:

16 Primeiros Violinos
14 Segundos Violinos
12 Violas
10 Violoncelos
8 Contrabaixos
2 Harpas
4 Flautas e Flatim
4 Oboés e Corne Inglês
4 Clarinetas e Clarone
4 Fagotes e Contrafagote
6 Trompas
4 Trompetes
5 Trombones e Tuba
5 Percussionistas
1 Tecladista

Quantitativos acima deste patamar somente são encontrados em orquestras de ópera ou


quando o orçamento permite a duplicação de cargos, pois raras são as partituras sinfônicas que
necessitam mais instrumentistas do que os acima mencionados.

Portanto, pelos números acima vemos que, atualmente, o quadro da OSR está
superdimensionado, o que se explica pelo fato de que antigamente não só os instrumentistas
mas também todo o pessoal de apoio era contratado como músico. Assim a orquestra possuía
o músico-copista, o músico-arquivista e até o Inspetor era contratado como músico. Essa
situação se modificou ao longo do tempo, pois todos os cargos e funções de direção e apoio
foram transformados em cargos e funções comissionadas, inclusive o Spalla e o Regente-
Assistente.

Além disso, o tamanho de uma orquestra, principalmente em sua seção de cordas, depende do
tamanho de seu teatro sede, isto é, quanto maior o palco e o teatro, maior necessita ser a
orquestra, o que não é o caso do Teatro de Santa Isabel, que tem um Palco com Boca de Cena
pequena, com somente 10 metros de largura e menos de 800 lugares na platéia, configurando-
se num teatro de médio a pequeno porte, sendo inadequado a orquestras muito grandes,
sendo difícil colocarmos mais do que 50 instrumentistas de cordas em espaço tão pequeno,
sendo recomendável portanto uma redução principalmente nos violinos e violas.

Foi o que aconteceu com a OSESP por exemplo, que quando tocou no Teatro de Santa Isabel,
foi obrigada a modificar o seu repertório e reduzir os seus músicos de cordas para que
coubessem no palco do teatro.

Até mesmo para as Óperas o Santa Isabel não comporta mais do que 45 músicos em seu fosso
e, para concertos populares e ao ar livre, como são sonorizados, não faz a mínima diferença se
a orquestra possui um pouco mais ou um pouco menos de instrumentistas nas cordas.

Em vista do acima exposto, consideramos que a Orquestra ideal para o Teatro de Santa Isabel
teria a seguinte constituição:

13 Primeiros Violinos + Spalla (comissionado) = 14 Primeiros Violinos (Atualmente temos 10)


12 Segundos Violinos (atualmente temos 8)
10 Violas (atualmente temos 8)
10 Violoncelos (atualmente temos 8)
8 Contrabaixos (atualmente temos 8)
1 Harpa (atualmente não temos)
4 Flautas e Flautim (Atualmente temos 5)
4 Oboés e Corne Inglês (Atualmente temos 4)
4 Clarinetas e Clarone (Atualmente temos 4)
4 Fagotes e Contrafagote (Atualmente temos 3)
6 Trompas (Atualmente temos 5)
4 Trompetes (Atualmente temos 5)
5 Trombones e Tuba (Atualmente temos 6)
4 Percussionistas (Atualmente temos 6)
1 Tecladista (Atualmente temos 1)

Perfazendo um total de 90 Músicos Estatutários no Total.

Os instrumentos que atualmente possuem mais músicos do que vagas ficariam com
instrumentistas a mais até que o quadro se estabilizasse por aposentadoria, demissão ou outro
motivo e, como temos somente 83 músicos na ativa, ainda permaneceríamos com 7 vagas a
serem preenchidas em Concurso, principalmente para completar as cordas e alguns sopros que
atualmente encontram-se desfalcados em instrumentistas.

Com isto, podemos reduzir o quadro de 110 para 90 estatutários sem prejuízo das atividades
da OSR, adequando-a ao Teatro Santa Isabel e permitindo que este excesso seja transformado
em melhoria salarial para os músicos da orquestra, pois vemos, pelas tabelas acima que,
comparando-se com orquestra de igual importância e produtividade, nossa orquestra
encontra-se extremamente defasada salarialmente, o que implica em desmotivação de seus
músicos e fuga de talentos para outras orquestras e instituições, o que vem ocorrendo
sistematicamente em nossos quadros, pois do último concurso para cá, já tivemos mais de 5
pedidos de demissão.

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