A Rotina Oriental foi construída com inspiração nos shows do Cassino Opera de Badia Masabni na Golden Era, em 1940, naquele tempo as bailarinas tinham uma rotina de show, entravam com uma Mejance, dançavam Baladi, sempre um folclore, Um taksim e no final uma percussão. As músicas orquestradas de Rotina Oriental foram inspiradas nesse modelo de apresentação e assim surgiram. A Rotina Oriental é a música feita para dançar, é feita por uma orquestra de músicos preparados para produzir uma melodia que conte uma história enquanto a bailarina se apresenta, com inúmeras variações rítmicas e melódicas para fazer com que o corpo traduza em movimentos o que o som está transmitindo. Dentro de uma Rotina Oriental uma estrutura deve ser montada, preparada, cada instrumento e cada ritmo combinam entre si sua entrada e saída de frase. A música clássica é a música feita para apreciar, para ouvir. São também chamadas de tradicionais ou até mesmo tarab – lembrando que tarab não é estilo de música e sim estado de espírito. As músicas clássicas são atemporais, são músicas de poesia pura, com energia sublime e poética, geralmente não apresentam estrutura moldada e tão pouco mudanças de humor como acontece nas Rotinas. São músicas, em sua maioria, cantadas e possuem suas versões instrumentais também. As músicas clássicas não eram dançadas até a década de 60, a primeira bailarina que dançou uma música de Om Khantum no palco e interpretou a letra em forma de movimentos foi a Egípcia Soher Zaki, desde então o estilo clássico/tradicional foi levado para os shows de dança do ventre tornando-se comum e requisitado pelo público. As músicas clássicas s não precisam ter uma sequência exata, uma padronagem. Toda vez que assistimos a um show de dança do ventre ficamos encantados com a beleza da roupa, o balanço do véu, com os movimentos... se pararmos para pensar, na maioria das vezes, a dança que mais emociona a todos é a dança clássica, não é verdade? Isso se deve a que? Geralmente é uma dança carregada de emoção, beleza, glamour e muita elegância. A bailarina reflete em forma de movimentos toda a suavidade e a destreza dos momentos da música em um jogo de oscilação entre humores, como se ela fosse a imagem do som reproduzido pelos instrumentos que compõem a música, ou seja, como se ela fosse o espelho da orquestra. Toda Rotina Oriental tem início, meio e fim, como em um texto, uma história. Na parte inicial temos a introdução, onde você percebe todos os instrumentos que irão compor o som dessa melodia; no segundo “parágrafo” teremos um tema secundário, muitas vezes um momento baladi; no terceiro “parágrafo” um taksim (solo de um instrumento melódico); no terceiro “parágrafo” um folclore; no quarto uma percussão e na conclusão o retorno da introdução para fechar o assunto. Pronto, comparamos uma dança clássica a um texto, assim fica mais fácil de percebermos a importância da interpretação e das nuances de humor. Essas nuances funcionarão como pontos, virgulas, pontuações que me façam respirar e mudar a entonação desse “texto” que no nosso caso é a música. Para uma Rotina Oriental ser considerada uma música com um bom padrão para dança, ela deve apresentar de 6 (seis) a 13 (treze) minutos de duração. Hoje em dia, com as novas mejances, temos músicas menores com alto nível técnico para apresentação, podemos encontrar músicas de 5 minutos bem preenchidas e com variações de humor, folclore e taksins consideráveis.