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Turma avançada – Profª Samara El Said.

Aula do dia 07/04/2020.

Rotina Oriental X Música Clássica

Primeiro, devemos entender essa diferença.


A Rotina Oriental foi construída com inspiração nos shows do Cassino Opera
de Badia Masabni na Golden Era, em 1940, naquele tempo as bailarinas tinham
uma rotina de show, entravam com uma Mejance, dançavam Baladi, sempre um
folclore, Um taksim e no final uma percussão. As músicas orquestradas de
Rotina Oriental foram inspiradas nesse modelo de apresentação e assim surgiram.
A Rotina Oriental é a música feita para dançar, é feita por uma orquestra de
músicos preparados para produzir uma melodia que conte uma história enquanto
a bailarina se apresenta, com inúmeras variações rítmicas e melódicas para fazer
com que o corpo traduza em movimentos o que o som está transmitindo. Dentro
de uma Rotina Oriental uma estrutura deve ser montada, preparada, cada
instrumento e cada ritmo combinam entre si sua entrada e saída de frase.
A música clássica é a música feita para apreciar, para ouvir. São também
chamadas de tradicionais ou até mesmo tarab – lembrando que tarab não é estilo
de música e sim estado de espírito. As músicas clássicas são atemporais, são
músicas de poesia pura, com energia sublime e poética, geralmente não
apresentam estrutura moldada e tão pouco mudanças de humor como acontece
nas Rotinas. São músicas, em sua maioria, cantadas e possuem suas versões
instrumentais também.
As músicas clássicas não eram dançadas até a década de 60, a primeira
bailarina que dançou uma música de Om Khantum no palco e interpretou a letra
em forma de movimentos foi a Egípcia Soher Zaki, desde então o estilo
clássico/tradicional foi levado para os shows de dança do ventre tornando-se
comum e requisitado pelo público. As músicas clássicas s não precisam ter uma
sequência exata, uma padronagem.
Toda vez que assistimos a um show de dança do ventre ficamos encantados
com a beleza da roupa, o balanço do véu, com os movimentos... se pararmos para
pensar, na maioria das vezes, a dança que mais emociona a todos é a dança
clássica, não é verdade? Isso se deve a que? Geralmente é uma dança carregada
de emoção, beleza, glamour e muita elegância. A bailarina reflete em forma de
movimentos toda a suavidade e a destreza dos momentos da música em um jogo
de oscilação entre humores, como se ela fosse a imagem do som reproduzido
pelos instrumentos que compõem a música, ou seja, como se ela fosse o espelho
da orquestra.
Toda Rotina Oriental tem início, meio e fim, como em um texto, uma
história. Na parte inicial temos a introdução, onde você percebe todos os
instrumentos que irão compor o som dessa melodia; no segundo “parágrafo”
teremos um tema secundário, muitas vezes um momento baladi; no terceiro
“parágrafo” um taksim (solo de um instrumento melódico); no terceiro
“parágrafo” um folclore; no quarto uma percussão e na conclusão o retorno da
introdução para fechar o assunto. Pronto, comparamos uma dança clássica a um
texto, assim fica mais fácil de percebermos a importância da interpretação e das
nuances de humor. Essas nuances funcionarão como pontos, virgulas, pontuações
que me façam respirar e mudar a entonação desse “texto” que no nosso caso é a
música.
Para uma Rotina Oriental ser considerada uma música com um bom padrão
para dança, ela deve apresentar de 6 (seis) a 13 (treze) minutos de duração. Hoje
em dia, com as novas mejances, temos músicas menores com alto nível técnico
para apresentação, podemos encontrar músicas de 5 minutos bem preenchidas e
com variações de humor, folclore e taksins consideráveis.

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