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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações

Segundo as Regras Técnicas de Instalações Elétricas de Baixa Tensão

António Augusto Araújo Gomes


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António Augusto Araújo Gomes

Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Verificação, Manutenção e Exploração

das Instalações

Segundo as

Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão

III
Titulo:

Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações

Autor:

António Augusto Araújo Gomes

Local e data:

Porto, Maio de 2013

IV
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
Índice

Índice

NOTA DE ABERTURA IX
PREFÁCIO........... XI
1. ASPETOS GERAIS ............................................................................................................................ 1
1.1 Generalidades .............................................................................................................................................................. 1
2. VERIFICAÇÃO INICIAL ....................................................................................................................... 7
2.1 Generalidades .............................................................................................................................................................. 7
2.2 Procedimento de verificação das instalações ..................................................................................................... 8
2.2.1 Inspeção visual ............................................................................................................................................ 9
2.2.2 Ensaios e medições................................................................................................................................... 11
3. VERIFICAÇÃO APÓS A ENTRADA EM FUNCIONAMENTO E DURANTE A EXPLORAÇÃO ........................................ 17
3.1 Generalidades ............................................................................................................................................................ 17
3.2 Procedimento de verificação das instalações ................................................................................................... 19
3.2.1 Inspeção visual .......................................................................................................................................... 20
3.2.2 Ensaios e medições................................................................................................................................... 22
4. ENSAIOS E MEDIÇÕES .................................................................................................................... 25
4.1 Generalidades ............................................................................................................................................................ 25
4.2 Verificação da continuidade dos condutores de proteção e das ligações equipotenciais ................... 27
4.2.1 Generalidades ............................................................................................................................................ 27
4.2.2 Procedimento prático de ensaio........................................................................................................... 28
4.3 Medição da resistência de isolamento da instalação elétrica ...................................................................... 33
4.3.1 Generalidades ............................................................................................................................................ 33
4.3.2 Procedimento prático de ensaio........................................................................................................... 39
4.4 Ensaio de proteção por separação de circuitos ................................................................................................ 44
4.4.1 Generalidades ............................................................................................................................................ 44
4.4.2 Procedimento de ensaio ......................................................................................................................... 44

V
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
Índice

4.5 Medição da resistência de isolamento dos elementos dos pavimentos e demais elementos da
construção . 45
4.5.1 Generalidades ............................................................................................................................................ 45
4.5.2 Procedimento prático de ensaio........................................................................................................... 45
4.6 Verificação das condições de proteção por corte automático da alimentação....................................... 51
4.6.1 Generalidades ............................................................................................................................................ 51
4.6.2 Esquema TT – Neutro à terra ................................................................................................................. 56
4.6.3 Esquema TN – Terra pelo neutro .......................................................................................................... 58
4.6.4 Esquema IT - Neutro isolado ou impedante ...................................................................................... 61
4.7 Verificação do funcionamento dos dispositivos diferenciais ....................................................................... 64
4.7.1 Generalidades ............................................................................................................................................ 64
4.7.2 Procedimento prático de ensaio........................................................................................................... 64
4.7.3 Tempo e corrente diferencial estipulada dos dispositivos diferenciais ..................................... 69
4.8 Medição da resistência do elétrodo de terra..................................................................................................... 71
4.8.1 Generalidades ............................................................................................................................................ 71
4.8.2 Medição com elétrodos de terra auxiliares (método volt-amperimétrico) .............................. 73
4.8.3 Medição sem elétrodos de terra auxiliares (método bipolar)....................................................... 75
4.8.4 Impedância da malha de defeito .......................................................................................................... 76
4.8.5 Medição da resistência dos elétrodos de terra nos grupos geradores....................................... 76
4.8.5.1 Generalidades ................................................................................................................................. 76
4.8.5.2 Elétrodos de terra eletricamente distintos ............................................................................. 81
4.8.5.3 Elétrodos de terra comuns .......................................................................................................... 81
4.9 Medição da impedância da malha de defeito .................................................................................................. 82
4.9.1 Generalidades ............................................................................................................................................ 82
4.9.2 Procedimento prático de ensaio........................................................................................................... 95
4.10..........Medição da resistência dos condutores de proteção ..................................................................... 99
4.11..........Ensaio de polaridade............................................................................................................................. 101
4.11.1 Generalidades ..........................................................................................................................................101
4.11.2 Procedimento de ensaio .......................................................................................................................101
4.12..........Ensaio dielétrico ..................................................................................................................................... 101
4.12.1 Generalidades ..........................................................................................................................................101
4.12.2 Procedimento de ensaio .......................................................................................................................102

VI
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
Índice

4.13..........Ensaios funcionais.................................................................................................................................. 102


4.13.1 Generalidades ..........................................................................................................................................103
5. MANUTENÇÃO E EXPLORAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ............................................................................... 105
5.1 Manutenção das instalações .............................................................................................................................. 105
5.1.1 Generalidades ..........................................................................................................................................105
5.2 Exploração das instalações ................................................................................................................................. 107
5.2.1 Generalidades ..........................................................................................................................................107
5.2.2 Utilização das instalações .....................................................................................................................107
5.2.3 Execução de trabalhos ...........................................................................................................................108
5.2.4 Equipamentos de reserva e acessórios para a exploração ..........................................................111
5.2.5 Instruções de primeiros socorros........................................................................................................111
5.2.6 Acordo com outras entidades .............................................................................................................112

VII
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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
Nota de Abertura

NOTA DE ABERTURA

A presente obra não substitui a consulta dos regulamentos e normas técnicas nela
referenciadas, uma vez que, apesar de todo o esforço do autor na sua elaboração, é suscetível de
conter imprecisões e omissões, além de poder não abranger todos os aspetos relevantes da
temática tratada.

As normas referidas na presente obra poderão ser adquiridas no Instituto Português da


Qualidade (IPQ), que entre outras atribuições é o Organismo Nacional de Normalização.

A realização da presente obra teve como principal elemento bibliográfico, as Regras Técnicas
das Instalações Elétricas de Baixa Tensão, 1ª Edição Anotada – Volume I, II e III, coedição da
Direção Geral de Geologia e Energia (DGGE) e da Associação Certificadora de Instalações
Elétricas (CERTIEL), Dezembro de 2006, ISBN: DGGE-978-972-8268-37-4; CERTIEL-978-972-
95180-4-1.

IX
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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
Prefácio

PREFÁCIO

É com muita honra que prefacio o livro Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação,
Manutenção e Exploração das Instalações, Segundo as Regras Técnicas das Instalações Elétricas
de Baixa Tensão, do Engenheiro António Augusto Araújo Gomes.

Conheço o autor há imenso tempo, pois somos ambos docentes no Departamento de


Engenharia Eletrotécnica do Instituto Superior de Engenharia do Porto. Neste âmbito, para além
da amizade que nos une, estou numa posição privilegiada para atestar as qualidades do autor
nesta área da Engenharia Eletrotécnica.

São várias as atividades desenvolvidas pelo autor nos assuntos relacionados com as Instalações
Elétricas, algumas em estreita colaboração comigo. Quero destacar a competência que coloca
na lecionação de unidades curriculares relacionadas com o Projeto de Instalações Elétricas, na
organização e moderação de palestras, seminários e conferências e, fundamentalmente, no seu
envolvimento em Projetos Eletrotécnicos de grandes dimensões.

O Projeto de Instalações Elétricas é , provavelmente, a mais tradicional das áreas da Engenharia


Eletrotécnica. Tal como outros setores da Engenharia Eletrotécnica, também neste se tem
verificado nos últimos anos uma forte evolução, que tem assentado na competição entre
empresas do setor eletrotécnico e exigências ao nível da segurança, das instalações e das
pessoas. Este facto nem sempre é acompanhado com a necessária regulamentação, deixando os
profissionais do setor muitas vezes equivocados.

XI
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
Prefácio

Com este livro, o autor pretende dar um contributo a todos os profissionais desta área da
engenharia eletrotécnica, especialmente para os responsáveis por projeto, execução e
exploração de instalações elétricas. Assenta fundamentalmente em assuntos relacionados com
a inspeção das instalações elétricas, os ensaios e medições que são necessários efetuar para
validarem a qualidade da instalação elétrica, assim como as principais técnicas de manutenção e
exploração das instalações.

Neste livro, o autor dá particular destaque às medidas de proteção de pessoas por corte
automático da alimentação, devidamente enquadradas com os diferentes esquemas de ligação
à terra possíveis de serem adotados nas instalações elétricas. O autor analisa com algum detalhe
os diferentes ensaios e medições necessários efetuar nas instalações, nos diferentes métodos de
proteção, de forma que a segurança das pessoas fique garantida.

Em todos os assuntos abordados neste livro, é de louvar a preocupação do autor em fazer o


enquadramento do assunto com o especificado nas Regras Técnicas das Instalações Elétricas de
Baixa Tensão (RTIEBT).

Também neste âmbito este livro é importante, pois o autor baseado na sua experiência
pedagógica enquadra os diferentes assuntos nas RTIEBT de uma forma clara, facilitando a leitura
e a sua interpretação.

Em suma, um livro que é recomendado a todos os profissionais do setor eletrotécnico, que


exerçam funções nas áreas do projeto, execução e exploração de instalações elétricas. É
também mais um contributo do autor para esta temática das Instalações Elétricas de Baixa
Tensão, que mais uma vez partilha com os interessados os fortes conhecimentos teóricos e
práticos que possuí nesta área da Engenharia Eletrotécnica.

Porto e ISEP, 25 de Janeiro de 2013

José António Beleza Carvalho

XII
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
1. Aspetos Gerais

1. Aspetos gerais

1.1 Generalidades

A segurança dos utilizadores, das instalações e dos Técnico


Pessoa singular com inscrição válida em organismo
equipamentos elétricos é a preocupação primeira ou associação profissional, quando obrigatório, cujas
e fundamental dos técnicos responsáveis pelo qualificações, formação e experiência a habilitam a
desempenhar funções no processo de elaboração de
projeto, pela execução e pela exploração das
projeto, fiscalização de obra pública ou particular ou
instalações elétricas. como diretor de obra da empresa responsável pela
execução da obra.

Técnico responsável por instalações elétricas


Indivíduos que, preenchendo os requisitos fixados no
Estatuto do Técnico Responsável por Instalações
Elétricas de Serviço Particular, podem assumir a
responsabilidade pelo projeto, pela execução ou pela
exploração das referidas instalações.

Decreto Regulamentar nº 31/83, de 18 de Abril


Publica o Estatuto do Técnico Responsável Por
Instalações Elétricas de Serviço Particular.

1
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
1. Aspetos Gerais

Para se poder garantir a qualidade, segurança, funcionalidade, flexibilidade e fiabilidade das


instalações, bem como a diminuição dos custos de execução e exploração das mesmas, é
importante que se verifiquem, entre outras, as seguintes premissas:

• Existência de um projeto de instalações elétricas

Somente a existência de um projeto realizado por Projeto


Conjunto coordenado de documentos escritos e
um técnico responsável, reconhecido pela desenhados, integrando o projeto ordenador e
respetiva associação profissional, dá garantias do demais projetos, que definem e caracterizam a
conceção funcional, estética e construtiva de uma
cumprimento de todos os aspetos regulamentares
obra, bem como a sua inequívoca interpretação por
aplicáveis, da promoção da melhor solução parte das entidades intervenientes na sua execução.

técnico-económica e funcional para a instalação


em questão e de segurança de pessoas e bens.

O projeto, de licenciamento ou de execução, Projeto de Licenciamento


Documento requerido às instalações que obrigam à
deverá ser constituído por um conjunto existência de projeto de licenciamento. Consiste num
coordenado de informações escritas e desenhadas projeto realizado de acordo com o definido nos
regulamentos, de forma a permitir o licenciamento
de fácil e inequívoca interpretação por parte das
das instalações, perante as entidades competentes.
entidades intervenientes na execução da obra,
Projeto de Execução
obedecendo ao disposto na legislação e Constituído por um conjunto coordenado das
informações escritas e desenhadas de fácil e
regulamentação aplicável.
inequívoca interpretação por parte das entidades
intervenientes na execução da obra, obedecendo ao
disposto na legislação e regulamentação aplicável.

No âmbito do exercício das suas competências, a


Associação Certificadora de Instalações Elétricas
(CERTIEL), entende que o projeto de licenciamento é
também um projeto de execução devendo como tal,
observar os disposto na definição anteriormente
apresentada.

2
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
1. Aspetos Gerais

A definição das instalações elétricas que carecem Decreto-Lei n.º 26:852, de 30 de Julho (de 1936)
Aprova o Regulamento de Licenças para Instalações
de projeto de licenciamento encontra-se vertida Elétricas.
no Decreto-Lei n.º 26:852, de 30 de Julho (de
Decreto-Lei n.º 517/80, de 31 de Outubro
1936), com as alterações introduzidas pelo Estabelece normas a observar na elaboração dos
projetos das instalações elétricas de serviço
Decreto-Lei n.º 517/80, de 31 de Outubro, Decreto-
particular. Define responsabilidades e classifica estas
Lei n.º 272/92, de 3 de Dezembro e instalações; inclui algumas disposições sobre a
atividade dos técnicos responsáveis por instalações
posteriormente pelo Decreto-Lei n.º 101/2007, de
elétricas de serviço particular.
2 de Abril.
Decreto-Lei n.º 272/92, de 3 de Dezembro
Aprova as normas relativas ao funcionamento das
Associações Inspetoras de Instalações Elétricas, que
passarão a exercer as competências até então
atribuídas aos Distribuidores Públicos, no que se
refere à aprovação de projetos e sua fiscalização.

Decreto-Lei n.º 101/2007, de 2 de Abril


Simplifica o licenciamento de instalações elétricas,
quer de serviço público quer de serviço particular.
Realiza uma nova classificação das Instalações de
Serviço Particular para efeitos do seu licenciamento
ou aprovação.

Mas mesmo não sendo legalmente exigido o projeto de licenciamento, para um conjunto
muito significativo de instalações elétricas, é recomendável que para essas instalações seja
realizado um projeto de execução.

• Execução das instalações em conformidade com o projeto

A garantia de execução das instalações em conformidade com o definido no projeto e com as


boas regras da arte é a segunda premissa para garantir as condições atrás referidas.

3
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
1. Aspetos Gerais

• Verificação inicial (antes da entrada em funcionamento)

A segurança dos utilizadores, dos seus bens e das Verificação


Conjunto de medidas que permitem aferir que a
próprias instalações, obtêm-se com a realização de instalação elétrica foi executada de acordo com o
um projeto cuidado e adequado e com a execução respetivo projeto e regulamentos.
A verificação compreende a inspeção, ensaios e
das instalações elétricas sob a responsabilidade de
relatório.
um técnico responsável, mas apenas se garante
Ensaios
com a verificação e o ensaio das instalações Realização de medições nas instalações elétricas que
permitam verificar a eficácia das medidas
elétricas após a sua execução e antes da sua
implementadas.
entrada em funcionamento.

Assim, as instalações elétricas, antes da sua entrada em serviço, devem ser objeto de uma
verificação de forma a garantir que as mesmas se encontram executadas de acordo com as
boas regras da arte, em conformidade com o respetivo projeto de licenciamento e/ou
execução e os regulamentos e demais legislação aplicáveis.

• Verificação após a entrada em funcionamento e durante a exploração

As instalações elétricas, durante a sua exploração, devem ser objeto de verificações


periódicas, de forma a garantir que as mesmas mantêm as condições de segurança, objeto de
verificação aquando da realização da verificação inicial, antes da sua entrada em
funcionamento.

Existe um conjunto muito significativo de instalações elétricas que carecem de técnicos


responsáveis pela exploração e outras que, embora não carecendo de técnico responsável
pela exploração, necessitam de vistoria anual.

4
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
1. Aspetos Gerais

Esta informação encontra-se vertida no Decreto- Decreto-Lei n.º 26:852, de 30 de Julho (de 1936)
Aprova o Regulamento de Licenças para Instalações
Lei n.º 26:852, de 30 de Julho (de 1936), com as Elétricas.
alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º
Decreto-Lei n.º 517/80, de 31 de Outubro
517/80, de 31 de Outubro, Decreto-Lei n.º 272/92, Estabelece normas a observar na elaboração dos
projetos das instalações elétricas de serviço
de 3 de Dezembro e posteriormente pelo Decreto-
particular. Define responsabilidades e classifica estas
Lei n.º 101/2007, de 2 de Abril. instalações; inclui algumas disposições sobre a
atividade dos técnicos responsáveis por instalações

Mesmo para as instalações que por lei não elétricas de serviço particular.

necessitem de técnico responsável pela Decreto-Lei n.º 272/92, de 3 de Dezembro


Aprova as normas relativas ao funcionamento das
exploração ou de vistoria anual, é fundamental,
Associações Inspetoras de Instalações Elétricas, que
para manter o seu bom estado de conservação e a passarão a exercer as competências até então
atribuídas aos Distribuidores Públicos, no que se
consequente segurança dos utilizadores durante
refere à aprovação de projetos e sua fiscalização.
todo o tempo da sua vida útil, que sejam
Decreto-Lei n.º 101/2007, de 2 de Abril
realizadas inspeções periódicas. Simplifica o licenciamento de instalações elétricas,
quer de serviço público quer de serviço particular.
Realiza uma nova classificação das Instalações de
Serviço Particular para efeitos do seu licenciamento
ou aprovação.

Com esta publicação pretende-se clarificar os procedimentos relativos à verificação das


instalações elétricas de baixa tensão, antes e após a sua entrada em funcionamento, assim
como os procedimentos principais relativos à manutenção e exploração dessas mesmas
instalações.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
2. Verificação Inicial

2. Verificação inicial

2.1 Generalidades

A verificação das instalações elétricas após a sua execução e antes da sua entrada em
funcionamento é uma garantia de segurança para os utilizadores das instalações do
cumprimento, durante a sua execução, do estipulado no projeto de instalações elétricas (caso
o mesmo exista) e da observância e cumprimento de todos os aspetos regulamentares e da
boa arte na sua execução.

Neste sentido, todas as instalações elétricas deverão ser objeto de verificação durante a sua
execução, na medida do que for possível e, após a sua conclusão, antes da sua entrada em
funcionamento.

Assim o determina as Regras Técnicas das Regras técnicas


Conjunto de princípios reguladores de um processo
Instalações Elétricas de Baixa Tensão, referindo destinado à obtenção de resultados considerados
que as instalações elétricas durante a sua úteis para uma decisão ou ação de carácter técnico.

execução ou após a sua conclusão, mas antes da Regras Técnicas das Instalações Elétricas de
Baixa Tensão
sua entrada em serviço, assim como por ocasião
Definem um conjunto de normas de instalação e de
de modificações importantes, devam ser segurança a observar nas instalações elétricas de

verificadas (por meio de inspeções visuais, de utilização em baixa tensão.

ensaios e medições), com vista a comprovar, na

7
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
2. Verificação Inicial

medida do possível, que as regras técnicas foram Decreto-Lei n.º 226/2005, de 28 de Dezembro

cumpridas. Prevê a aprovação das Regras Técnicas de Instalações


Elétricas de Baixa Tensão. Revoga o artigo 1.º do
Decreto-Lei N.º 740/74, de 26 de Dezembro, e os
regulamentos anexos.

Portaria n.º 949-A/2006, de 11 de Setembro


Aprova e publica as Regras Técnicas de Instalações
Elétricas de Baixa Tensão.

2.2 Procedimento de verificação das instalações

A verificação inicial das instalações elétricas deverá Portaria n.º 949-A/2006, de 11 de Setembro
Aprova e publica as Regras Técnicas de Instalações
contemplar duas etapas distintas e Elétricas de Baixa Tensão.
complementares:
IEC 60364
Instalações elétricas de edifícios
 inspeção visual; Parte 6 - Verificação e manutenção das instalações
Secção 61 - Verificação inicial

 ensaios e medições. HD 384


Instalações elétricas de edifícios
Parte 6 - Verificação e manutenção das instalações
Secção 61 - Verificação inicial

Para a eficaz realização da verificação inicial das instalações é fundamental que os técnicos
responsáveis estejam na posse da documentação completa e atualizada da instalação (telas
finais) e dos equipamentos adequados às medições a realizar.

Durante a realização destes procedimentos, devem ser tomadas precauções que garantam a
segurança dos técnicos e evitem danos às instalações e equipamentos instalados nas
mesmas.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
2. Verificação Inicial

2.2.1 Inspeção visual

A inspeção visual é o primeiro procedimento de Inspeção


Avaliação da conformidade por observação e
verificação das instalações elétricas. apreciação acompanhadas, se apropriado, por
medições, ensaios e calibrações.

Consiste na observação da instalação elétrica, com vista a comprovar que as condições em


que foi realizada foram as corretas.

A inspeção visual tem por objetivo comprovar que:

 todos os componentes que constituem a instalação elétrica estão de acordo com as


normas que lhe são aplicáveis e que possuem certificação de conformidade passada
pelas entidades competentes;

 todos os componentes instalados permanentemente estão em conformidade com as


prescrições do projeto da instalação elétrica;

 o material e a instalação em geral não apresentam nenhum dano visível que possa
afetar a segurança;

 foram implementadas as medidas de proteção e segurança, além de outras ações,


que fazem com que a instalação elétrica esteja construída de forma segura e com o
nível de qualidade previsto.

9
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
2. Verificação Inicial

Com este procedimento pretende-se ainda verificar:

 o dimensionamento e a seleção dos Condutor isolado


Conjunto constituído pela alma condutora, pelo
condutores de acordo com as suas invólucro isolante e pelos eventuais ecrãs
correntes admissíveis e com a queda de (blindagens).
Por convenção, sempre que nas Regras Técnicas das
tensão;
Instalações Elétricas de Baixa Tensão é feita
referência a um condutor, este termo designa um
condutor isolado, sendo a referência a condutores
nus feita de forma explícita.
Este termo tanto se aplica aos condutores
constituintes de um cabo como aos condutores
utilizados separadamente.

Condutor nú
Condutor que não possui qualquer isolamento
exterior.

Corrente (permanente) admissível (de um


condutor) (IZ)
Valor máximo da corrente que pode percorrer, em
permanência, um condutor em dadas condições sem
que a sua temperatura, em regime permanente,
ultrapasse um valor especificado. Para os condutores,
a corrente admissível (designada simbolicamente por
IZ), é considerada como corrente estipulada.

 a seleção e regulação dos dispositivos de proteção e vigilância;

 a seleção dos equipamentos e das medidas de proteção apropriadas de acordo com


as condições de influências externas;

 a identificação inequívoca dos condutores de fase, de neutro e dos condutores de


proteção;

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
2. Verificação Inicial

 a forma como foram executadas as ligações dos condutores;

 a eventualidade dos isolamentos dos condutores terem sofrido danos por tração, por
exemplo, resultando daí diminuição da sua espessura útil ou apresentando golpes ou
outros defeitos, implicando redução do nível de segurança.

A inspeção visual deve, por razões de segurança, ser realizada antes da realização de
qualquer ensaio ou medição e feita com toda a instalação previamente sem tensão.

2.2.2 Ensaios e medições

A realização da verificação das instalações elétricas Ensaios


Realização de medições nas instalações elétricas que
através da realização de ensaios e medições deve, permitam verificar a eficácia das medidas
por razões de segurança, ser realizada após a implementadas.

inspeção visual. Medição


Conjunto de operações que têm por objetivo
determinar o valor de uma grandeza.

2.2.1 Inspeção Visual


(Página 9)

Esta etapa da verificação das instalações elétricas consiste na realização de ensaios e


medições, por meio de aparelhos apropriados, através dos quais se comprovam a qualidade e
eficácia das mesmas.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
2. Verificação Inicial

Para a realização dos ensaios e medições de EN 61557


Segurança elétrica em redes de distribuição de baixa
verificação das instalações elétricas, deverão ser tensão até 1000 V corrente alternada e 1500 V
utilizados equipamentos que cumpram os corrente contínua - Dispositivos de controlo, de
medição ou de monitorização de medidas de
requisitos especificados pela norma EN 61557, que
proteção.
define os requisitos a cumprir pelos dispositivos de Parte 1; Requisitos gerais.
Parte 2; Resistência de isolamento.
controlo, de medição ou de monitorização de
Parte 3; Impedância de anel.
medidas de proteção, destinados à verificação dos Parte 4; Resistência dos condutores de terra e de

requisitos de segurança elétrica em redes de equipotencialidade.


Parte 5; Resistência à terra.
distribuição de baixa tensão até 1000 V em
Parte 6; Eficácia dos dispositivos diferenciais
corrente alternada (c.a.) e 1500 V em corrente residuais em redes TT, TN e IT.
Parte 7; Sequência de fases.
continua (c.c.).
Parte 8; Dispositivos de monitorização de isolamento
para redes IT.
Parte 9; Equipamento para localização de falhas de
isolamento em sistemas IT.
Parte 11; Eficiência dos monitores de corrente
residual (rcms) tipo A e tipo B em TT, TN e sistemas IT.
Parte 12; Dispositivos de medição e de
monitorização de desempenho (PMD).
Parte 13; Pinças e sensores de correntes portáteis e
manipulados à mão para a medição das correntes de
fuga das redes elétricas de distribuição.

A verificação por meio de ensaios e medições deve incluir, quando aplicáveis, pelo menos, os
ensaios e medições a seguir referidos, os quais devem ser realizados preferencialmente pela
ordem indicada:

a) verificação da continuidade dos condutores de proteção e das ligações


equipotenciais principais e suplementares;

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
2. Verificação Inicial

Ligações à terra e condutores de proteção

1 - Condutor de proteção;
2 - Condutor da ligação equipotencial principal;
3 - Condutor de terra;
4 - Condutor de equipotencialidade suplementar;
A - Canalização metálica principal de água;
C - Elemento condutor;
L - Terminal principal de terra;
M - Massa;
T - Elétrodo de terra.

Condutor de proteção (PE)


Condutor prescrito em certas medidas de proteção contra os choques elétricos e destinado a ligar eletricamente algumas das partes
seguintes:
a) massas;
b) elementos condutores;
c) terminal principal de terra;
d) elétrodo de terra;
e) ponto de alimentação ligado à terra ou a um ponto neutro artificial.
Um condutor de proteção pode ser comum a mais do que um circuito.

Condutor principal de proteção


Condutor de proteção ao qual são ligados os condutores de proteção das massas, os condutores de terra e, eventualmente, os condutores
das ligações equipotenciais.

Elétrodo de Terra
Corpo condutor ou conjunto de corpos condutores em contacto íntimo com o solo, garantindo uma ligação elétrica com este.

Terminal principal de terra (Barra principal de terra)


Terminal ou barra previstos para ligação aos dispositivos de ligação à terra dos condutores de proteção, incluindo os condutores de
equipotencialidade e, eventualmente, os condutores que garantem uma ligação à terra funcional.

Massa
Parte condutora de um equipamento elétrico suscetível de ser tocada, em regra, isolada das partes ativas mas podendo ficar em tensão em
caso de defeito. Não se consideram como massas, as partes condutoras dos equipamentos que apenas possam ficar em tensão por meio de
massas, em caso de defeito.

13
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
2. Verificação Inicial

Terra
Massa condutora da Terra, cujo potencial elétrico é, em cada ponto, considerado, por convenção, igual a zero.

Condutor de Terra
Condutor de proteção que permite ligar o terminal principal de terra ao elétrodo de terra.

Ligação equipotencial
Ligação elétrica destinada a colocar ao mesmo potencial, ou a potenciais aproximadamente iguais, massas e elementos condutores.
Podem distinguir-se:
a) a ligação equipotencial principal;
b) as ligações equipotenciais suplementares;
c) as ligações equipotenciais locais não ligadas à terra.

Ligação Equipotencial Principal


Em cada edifício devem ser ligados à ligação equipotencial principal os elementos condutores seguintes:
a) o condutor principal de proteção;
b) o condutor principal de terra ou o terminal principal de terra;
c) as canalizações metálicas de alimentação do edifício e situadas no interior (por exemplo, de água e gás);
d) os elementos metálicos da construção e as canalizações metálicas de aquecimento central e de ar condicionado (sempre que
possível).

Ligação Equipotencial Suplementar


A ligação equipotencial suplementar deve interligar todas as partes condutoras simultaneamente acessíveis, quer se trate das massas dos
equipamentos fixos quer dos elementos condutores quer, ainda, sempre que possível, das armaduras principais do betão armado utilizadas
na construção dos edifícios. Todos os condutores de proteção de todos os equipamentos, incluindo os das fichas e os das tomadas, devem
ser ligados a este sistema equipotencial.

14
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
2. Verificação Inicial

b) medição da resistência de isolamento da instalação elétrica;

c) proteção por meio da separação dos Tensão Reduzida de Segurança (TRS)


(SELV – safety extra-low voltage)
circuitos, relativa à:
Tensão Reduzida de Proteção (TRP)
 tensão reduzida de segurança ou (PELV – protection extra-low voltage)
Tensão reduzida de segurança, com um ponto do
tensão reduzida de proteção;
circuito do secundário ligado à terra.

 separação elétrica;

d) medição da resistência de isolamento dos elementos da construção (tetos, paredes,


pisos, etc.);

e) verificação das condições por corte automático da alimentação;

f) ensaio de polaridade;

g) ensaio dielétrico;

h) ensaios funcionais;

i) proteção contra os efeitos térmicos; As Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa
Tensão referem que os procedimentos de realização
dos ensaios e medições de proteção contra os efeitos
j) quedas de tensão. térmicos e de quedas de tensão ainda se encontram
em estudo, sendo objeto de definição futura.

Se um dos referidos ensaios e medições conduzir a um resultado não aceitável, esse ensaio
ou medição, bem como os que o precederam e cujos resultados possam ter sido
influenciados pelo ensaio ou medição em causa, deve ser repetido após ter sido eliminado o
defeito.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
3. Verificação Após a Entrada em Funcionamento e Durante a Exploração

3. Verificação após a entrada em funcionamento


e durante a exploração

3.1 Generalidades

Atendendo ao referido no parágrafo 2, para 2. Verificação Inicial


(Página 9)
assegurar a garantia da segurança dos utilizadores
e das próprias instalações elétricas é fundamental
a realização de uma verificação inicial, após a
execução das instalações e antes da sua entrada
em funcionamento.

Tendo em consideração que, por um lado, a dinâmica imposta na utilização dos edifícios, por
questões de utilização, funcionalidade, conforto, segurança, eficiência energética ou outras,
se traduz muitas vezes na necessidade de proceder a alteração nas instalações e que, por
outro lado, com o passar do tempo e com a utilização dos edifícios é natural que se vá
verificando o envelhecimento e ou o degradar de características das instalações, materiais e
equipamentos, além da realização da referida verificação inicial antes da entrada em
funcionamento é fundamental que as instalações após a entrada em funcionamento e

17
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
3. Verificação Após a Entrada em Funcionamento e Durante a Exploração

durante a sua exploração sejam objeto de verificações periódicas que possam garantir que as
mesmas mantêm as condições de qualidade, funcionalidade e, fundamentalmente, de
segurança durante todo o tempo de vida útil das mesmas.

O corpo legal aplicável às instalações elétricas de baixa tensão, impõe que um número muito
significativo de instalações careçam de técnico responsável pela exploração e outras que,
embora não carecendo de técnico responsável pela exploração, necessitam de realização de
uma vistoria anual.

Esta informação encontra-se vertida no Decreto- Decreto-Lei n.º 26:852, de 30 de Julho (de 1936)
Aprova o Regulamento de Licenças para Instalações
Lei n.º 26:852, de 30 de Julho (de 1936), com as Elétricas.
alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º
Decreto-Lei n.º 517/80, de 31 de Outubro
517/80, de 31 de Outubro, Decreto-Lei n.º 272/92, Estabelece normas a observar na elaboração dos
projetos das instalações elétricas de serviço
de 3 de Dezembro e posteriormente pelo Decreto-
particular. Define responsabilidades e classifica estas
Lei n.º 101/2007, de 2 de Abril. instalações; inclui algumas disposições sobre a
atividade dos técnicos responsáveis por instalações
elétricas de serviço particular.

Decreto-Lei n.º 272/92, de 3 de Dezembro


Aprova as normas relativas ao funcionamento das
Associações Inspetoras de Instalações Elétricas, que
passarão a exercer as competências até então
atribuídas aos Distribuidores Públicos, no que se
refere à aprovação de projetos e sua fiscalização.

Decreto-Lei n.º 101/2007, de 2 de Abril


Simplifica o licenciamento de instalações elétricas,
quer de serviço público quer de serviço particular.
Realiza uma nova classificação das Instalações de
Serviço Particular para Efeitos do seu Licenciamento
ou aprovação.

18
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
3. Verificação Após a Entrada em Funcionamento e Durante a Exploração

Verifica-se, contudo, que existem ainda um conjunto ainda muito significativo de instalações
não enquadradas no parágrafo anterior e que não carecem de técnico responsável pela
exploração ou da realização obrigatória de uma vistoria anual.

Contudo, por motivos de segurança das pessoas, dos bens e das próprias instalações é
recomendável, que todas as instalações, sem exceção, sejam objeto de verificações
periódicas, de modo a garantirem que durante o seu tempo de vida útil apresentam
condições de exploração e segurança equivalentes àquelas verificadas aquando da sua
entrada em funcionamento.

3.2 Procedimento de verificação das instalações

O procedimento de verificação das instalações elétricas após a entrada em funcionamento e


durante a sua exploração encontra-se definido nas Regras Técnicas das Instalações Elétricas
de Baixa Tensão é, em regra, mais simples que o procedimento indicado de verificação das
instalações elétricas após a sua conclusão e antes da sua entrada em funcionamento
devendo, no mínimo, incluir:

 inspeção visual; Inspeção


Avaliação da conformidade por observação e
apreciação acompanhadas, se apropriado, por
medições, ensaios e calibrações.

 ensaios e medições. Ensaios


Realização de medições nas instalações elétricas que
permitam verificar a eficácia das medidas
implementadas.

Medição
Conjunto de operações que têm por objetivo
determinar o valor de uma grandeza.

19
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
3. Verificação Após a Entrada em Funcionamento e Durante a Exploração

3.2.1 Inspeção visual

Da inspeção visual salienta-se a particular atenção para:

a) o controlo dos dispositivos de proteção Sobreintensidade


Corrente de valor superior ao da corrente estipulada.
contra as sobreintensidades; Para os condutores, a corrente estipulada é a corrente
admissível.
De acordo com a sua importância e o tempo de
duração, uma sobreintensidade pode ter, ou não,
efeitos prejudiciais.
As sobreintensidades podem resultar quer de
sobrecargas devidas aos aparelhos de utilização quer
de defeitos, tais como os curtos-circuitos ou os
defeitos à terra.

Corrente de sobrecarga (de um circuito)


Sobreintensidade que se produz num circuito na
ausência de um defeito elétrico.

Corrente de curto-circuito (franco)


Sobreintensidade resultante de um defeito de
impedância desprezável entre condutores ativos que
apresentem, em serviço normal, uma diferença de
potencial.

Os dispositivos de proteção contra as Disjuntor


Aparelho mecânico de conexão capaz de estabelecer,
sobreintensidades podem ser disjuntores de suportar e de interromper correntes nas condições
e/ou fusíveis. normais do circuito.
Este aparelho é ainda capaz de estabelecer, de
suportar num tempo especificado, e de interromper
Salienta-se no entanto que em alguns
correntes em condições anormais especificadas para
tipos de instalações (habitações e o circuito, tais como as correntes de curto-circuito.

análogos, estabelecimentos agrícolas ou Fusível (Corta-circuitos fusível)

pecuários, etc.) não podem ser aplicados Aparelho cuja função é a de interromper, por fusão
de um ou mais dos seus elementos concebidos e
fusíveis na proteção de circuitos contra as calibrados para esse efeito, o circuito no qual está
sobreintensidades exceto na alimentação inserido, cortando a corrente quando esta
ultrapassar, num tempo suficiente, um dado valor.

20
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
3. Verificação Após a Entrada em Funcionamento e Durante a Exploração

de quadros ou de equipamentos de
elevada potência e na proteção de
equipamentos de sinalização e de
medição.

No caso de instalações em serviço e que Para os disjuntores reguláveis, a corrente a verificar é


a corrente de regulação.
não tenham sido objeto de modificações,
É particularmente importante a verificação da
basta verificar que as correntes estipuladas corrente estipulada dos dispositivos de proteção,
dos disjuntores e dos fusíveis não foram uma vez que a sua modificação aleatória pode tornar
inoperantes os sistemas de proteção contra as
modificadas.
sobreintensidades.

Quando os dispositivos de proteção contra


sobreintensidades acumulam uma função de
proteção contra os contactos indiretos, a modificação
das suas características pode ocasionar perigos
graves para as pessoas.

Contacto indireto
Contacto de pessoas ou de animais com massas que
fiquem em tensão em consequência de um defeito de
isolamento.

b) o controlo dos dispositivos de conexão dos Será suficiente verificar que as ligações não estão
desapertadas e que não aquecem demasiado.
condutores;

c) a inspeção das peças afetadas por arcos elétricos.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
3. Verificação Após a Entrada em Funcionamento e Durante a Exploração

3.2.2 Ensaios e medições

Dos ensaios e medições salienta-se a particular atenção para, entre outros, realizar:

a) a medição da resistência do isolamento; 4.3 Medição da resistência de isolamento da


instalação elétrica
(Página 33)

b) a verificação da eficácia das medidas de 4.6 Verificação das condições de proteção por
corte automático da alimentação
proteção contra os contactos indiretos por (Página 51)
corte automático da alimentação.

Nas instalações com o esquema de ligação à terra TN e IT, caso não tenham sido efetuadas
modificações na instalação suscetíveis de fazer variar o valor da impedância da malha de
defeito, não é exigida a realização dessa medição.

Nessas verificações, é suficiente comprovar que a resistência entre qualquer massa e o ponto
mais próximo da ligação equipotencial principal não varia de modo significativo em relação a
medições anteriores.

22
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
3. Verificação Após a Entrada em Funcionamento e Durante a Exploração

O Esquema de Ligação à Terra (ELT) caracteriza:


- O modo de ligação à terra de um dos pontos da alimentação, (em geral o neutro);
- O meio de colocação à terra das massas dos equipamentos de utilização.

A escolha do Esquema de Ligação à Terra condiciona as medidas de proteção de pessoas contra os contactos indiretos.

 Terra das massas


Circuito de terra a que são ligados todos os elementos condutores da instalação normalmente sem tensão ou com tensões não
perigosas, mas sujeitos a uma passagem fortuita de corrente que provoque diferenças de potencial perigosas e não previstas
entre esses elementos (solo incluído).
 Terra da alimentação
Circuito de terra a que são ligados unicamente pontos dos circuitos elétricos para influenciar as suas condições de exploração,
quer limitando o potencial dos condutores em relação ao solo, quer permitindo o funcionamento das proteções.

Os Esquemas de Ligação à Terra são:


- Equivalentes no que diz respeito à garantia de proteção de pessoas contra os contactos indiretos;
- Diferentes no que diz respeito aos custos iniciais, custos de exploração, disponibilidade de energia, medidas a implementar para
garantir a proteção de pessoas e animais contra contactos indiretos e exigências aquando da alteração/expansão futura das
instalações.

Codificação:
- Primeira letra – Situação da alimentação em relação à terra
T – Ligação direta de um ponto à terra
I – Isolamento de todas as partes ativas em relação à terra, ou ligação de um ponto à terra por meio de uma impedância
- Segunda letra – Situação das massas da instalação em relação à terra
T – Massas ligadas diretamente à terra, independentemente da eventual ligação à terra de um ponto da alimentação
N – Ligação elétrica das massas ao ponto de alimentação ligado à terra
- Disposição do condutor neutro e do condutor de proteção
S - Função de neutro e de proteção garantidas por condutores distintos (Condutor N e Condutor PE – Caso do esquema TN-S)
C – Função de neutro e de proteção combinadas num único condutor (Condutor PEN – Caso do esquema TN-C)
C-S – Função de neutro e proteção combinados num único condutor (condutor PEN) na parte inicial da instalação e separadas
(condutor N e condutor PE) a partir desse ponto, para jusante.

Sistema TT – Neutro à Terra:


Tem um ponto da alimentação ligado diretamente à terra, sendo as massas da instalação elétrica ligadas a elétrodos de terra
eletricamente distintos do elétrodo de terra da alimentação.

23
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
3. Verificação Após a Entrada em Funcionamento e Durante a Exploração

Sistema TN (Terra pelo Neutro):


Tem um ponto ligado diretamente à terra (em regra o ponto neutro).
Se não existir um neutro ou se este não estiver acessível, deve ser ligado à terra um condutor de fase, não podendo, em caso algum, este
condutor ser utilizado como condutor PEN.
De acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção, consideram-se os três tipos de esquemas TN seguintes:
a) esquema TN-S - onde um condutor de proteção (distinto do condutor neutro) é utilizado na totalidade do esquema;
b) esquema TN-C-S - onde as funções de neutro e de proteção estão combinadas num único condutor numa parte do esquema;
c) esquema TN-C - onde as funções de neutro e de proteção estão combinadas num único condutor na totalidade do esquema.

Sistema IT (Neutro Isolado)


Todas as partes ativas estão isoladas da terra ou um ponto destas está ligado à terra por meio de uma impedância, sendo as massas da
instalação elétrica ligadas à terra.

Comparação entre os Esquemas de Ligação à Terra

Sistema Vantagens Desvantagens

TT - Solução mais simples no estudo e - Possibilidade de aumento de custos para prevenção de disparos intempestivos
na instalação; e seletividade de diferenciais.
- Não necessita de vigilância
permanente em exploração (apenas
controlo periódico do
funcionamento dos dispositivos
diferenciais).

TN - O esquema TN-C pode representar - A economia na instalação será, por vezes, compensada por despesas
uma economia para a instalação suplementares de estudo e de exploração.
(menos um condutor e um pólo de - A verificação das condições de segurança dever ser efetuada aquando do
aparelhagem). estudo, através de cálculos e, obrigatoriamente, na colocação em serviço por
meio de medidas. Esta verificação é a única garantia de funcionamento tanto
na exploração como após qualquer intervenção (modificação, extensão) da
instalação.
- Necessita de pessoal de manutenção competente.
- Acentua os riscos de incêndio devido às fortes correntes de defeito.

IT - Solução que assegura a melhor - Necessita de pessoal de manutenção para a vigilância em exploração.
continuidade de serviço em - A verificação das condições de proteção do 2º defeito deve ser efetuada
exploração. durante o estudo, por cálculos e, obrigatoriamente, na colocação em serviço
pela realização de medidas.
- Aumento de custos de inclusão de equipamentos suplementares de controlo e
segurança.

24
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4. Ensaios e Medições

4.1 Generalidades

Neste parágrafo serão descritos os principais Ensaios


Realização de medições nas instalações elétricas que
ensaios e medições realizados aquando da permitam verificar a eficácia das medidas
verificação das instalações elétricas de baixa implementadas.

tensão: Medição
Conjunto de operações que têm por objetivo
determinar o valor de uma grandeza.

 verificação da continuidade dos condutores de proteção e das ligações


equipotenciais;

 medição da resistência de isolamento da instalação elétrica;

 ensaio de proteção por separação de circuitos;

 medição da resistência de isolamento dos elementos dos pavimentos e


demais elementos da construção;

 verificação das condições de proteção por corte automático da alimentação;

25
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

 verificação do funcionamento dos dispositivos diferenciais;

 medição da resistência do elétrodo de terra;

 medição da impedância da malha de defeito;

 medição da resistência dos condutores de proteção;

 ensaio de polaridade;

 ensaio dielétrico;

 ensaios funcionais.

26
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.2 Verificação da continuidade dos condutores de proteção e das


ligações equipotenciais

4.2.1 Generalidades

O ensaio de verificação da continuidade dos condutores de proteção e das ligações


equipotenciais não tem por objetivo medir valores de resistência, mas tão somente verificar a
continuidade elétrica entre os vários pontos do circuito de proteção, desde o elétrodo de
terra até às massas dos equipamentos ou massas estranhas à instalação.

O ensaio consiste na verificação de continuidade dos condutores de proteção e das ligações


equipotenciais principais e suplementares e visa certificar que:

 os condutores se encontram corretamente conectados e existe continuidade


ao longo de todo o seu percurso;

 todos os equipamentos e acessórios se encontram corretamente ligados aos


condutores de proteção;

 todas as ligações garantem bom contacto.

A realização deste ensaio é importante, pois a garantia de continuidade dos condutores de


proteção e das ligações equipotenciais principais e suplementares é uma parte importante
do sistema de proteção, garantindo que não possam ser verificadas no circuito tensões de
contato perigosas, quer do ponto de vista da duração, quer do ponto de vista do valor
absoluto.

27
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.2.2 Procedimento prático de ensaio

Este ensaio destina-se a comprovar as condições É conveniente obter dos fabricantes dos
equipamentos elétricos dotados de componentes
de proteção correspondentes às medidas que eletrónicos o conjunto das medidas a respeitar
usem o corte automático da alimentação e durante o ensaio de continuidade para evitar a
destruição desses componentes. Devem, ainda, ser
considera-se satisfatório quando o dispositivo
tomadas as necessárias precauções para que a
utilizado no ensaio der uma indicação correta e corrente usada neste ensaio seja compatível com os
riscos de incêndio ou de explosão existentes em cada
estável.
local.

O ensaio deverá ser realizado com a instalação EN 61557


Segurança elétrica em redes de distribuição de baixa
sem alimentação, com um equipamento que tensão até 1000 V em corrente alternada (c.a.) e 1500
cumpra os requisitos dispostos na norma EN V em corrente contínua (c.c.) - Dispositivos de
controlo, de medição ou de monitorização de
61557-4, nomeadamente que o equipamento
medidas de proteção.
tenha uma fonte de alimentação que em vazio Parte 4: Resistência dos condutores de terra e de
equipotencialidade.
forneça uma tensão de 4 V em corrente alternada
ou 24 V em corrente contínua e possa
disponibilizar uma corrente não inferior a 0,2 A.

Dependendo das características físicas da instalação este ensaio pode na prática ser realizado
de duas formas distintas, cada uma das quais com as suas vantagens e limitações.

28
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

 Método 1

Este método de ensaio é útil fundamentalmente para a verificação de continuidade dos


condutores de proteção em instalações de médias e grandes dimensões.

A realização do ensaio consiste na execução do seguinte procedimento:

1º Execução de uma ligação temporária Quadro


Conjunto de equipamentos, convenientemente
(shunt) entre o barramento de fase e o agrupados, incluindo as suas ligações, estruturas de
barramento de terra no quadro de entrada suporte e invólucro, destinado a proteger, a
comandar ou a controlar instalações elétricas.
da instalação.
A referida ligação temporária (shunt) também pode
ser realizada entre o barramento de neutro e o
barramento de terra.

2º Verificação da resistência óhmica entre a Ou entre o condutor de neutro e o condutor de


proteção, caso a ligação temporária referida no
fase e o condutor de proteção em cada ponto anterior, tenha sido realizada entte o
circuito a ensaiar. barramento de neutro e o barramento de terra.

3º Análise dos resultados de medição obtidos:

- um valor baixo indica que o ensaio Dever-se-á atender às caraterísticas das instalações,
comprimento, secção e material da alma condutora,
teve um resultado positivo; para estimar o valor da resistência das mesmas.

Caso se verifique a continuidade, a resistência


medida será apenas a dos condutores, sendo por
conseguinte de valor muito reduzido.

- um valor elevado indica que o ensaio teve um resultado negativo e a


instalação não se encontra em conformidade.

29
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4º Colocar a instalação na situação inicial, retirando a ligação temporária (shunt)


estabelecida no início do procedimento de ensaio.

A figura 1 mostra um esquema simplificado ilustrativo da realização do referido ensaio de


verificação da continuidade dos condutores de proteção e das ligações equipotenciais.

Figura 1 – Esquema simplificado de realização do ensaio de continuidade – Método 1

 Método 2

Este método tem uma aplicabilidade reduzida, sendo apenas exequível em instalações de
pequenas dimensões, devido exigir a ligação entre o aparelho de medida e o barramento de
terra do quadro elétrico de início do circuito, o que para a maioria das instalações, dadas as
distâncias a considerar, torna-se impraticável.

Dado que o ensaio de continuidade mede resistências muito baixas, a resistência dos cabos
de ensaio deve ser compensada.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Este método de ensaio pode também ser utilizado na verificação dos condutores de proteção
e ligações suplementares.

A realização do ensaio consiste na execução do seguinte procedimento:

1º Um terminal do aparelho de medida (em escala óhmica reduzida) deve estar ligado
através de uma ligação auxiliar ao barramento de terra da instalação.

2º O outro terminal de contacto do aparelho de medida estará ligado às partes da


instalação em que se desejam verificar os valores de continuidade.

3º Análise dos resultados de medição obtidos:

- um valor baixo indica que o Dever-se-á atender às caraterísticas das instalações,


comprimento, secção e material da alma condutora,
ensaio teve um resultado para estimar o valor da resistência das mesmas.
positivo; Caso se verifique a continuidade, a resistência medida
será apenas a dos condutores, sendo por conseguinte de
valor muito reduzido.

- um valor elevado indica que o ensaio teve um resultado negativo e a


instalação não se encontra em conformidade.

A figura 2 mostra um esquema simplificado ilustrativo da realização do referido ensaio de


verificação da continuidade dos condutores de proteção e das ligações equipotenciais.

31
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Figura 2 – Esquema simplificado de realização do ensaio de continuidade – Método 2

32
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.3 Medição da resistência de isolamento da instalação elétrica

4.3.1 Generalidades

O ensaio de medição da resistência de isolamento 4.2 Verificação da continuidade dos condutores


de proteção e das ligações equipotenciais
da instalação elétrica deve seguir-se à realização (Página 27)
do ensaio de continuidade dos condutores de
proteção e das ligações equipotenciais.

A realização do ensaio de medição da resistência de isolamento da instalação elétrica visa


certificar que o isolamento da instalação elétrica se encontra em níveis satisfatórios, pois este
é um requisito fundamental para proteção das pessoas contra contactos diretos e indiretos.

Uma instalação elétrica com um baixo nível de isolamento representa:

 um risco potencial de choque elétrico; Choque elétrico


Efeito fisiopatológico resultante da passagem de uma
corrente elétrica através do corpo humano ou do
corpo de um animal, entendendo-se por "animais" os
domésticos e os de criação.

Esta expressão abrange simultaneamente os


conceitos de contacto direto e de contacto indireto.

Contacto direto
Contacto de pessoas ou de animais com partes
ativas, entendendo-se por "animais" os domésticos e
os de criação.

Contacto indireto
Contacto de pessoas ou de animais com massas que
fiquem em tensão em consequência de um defeito de
isolamento, entendendo-se por "animais" os
domésticos e os de criação.

33
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

 um risco potencial para as instalações e Nomeadamente risco de curto-circuito, incêndio.

materiais.

Este ensaio permite verificar que nas instalações Curto-circuito


Defeito de impedância desprezável entre condutores
elétricas não existem quaisquer curtos-circuitos e ativos que apresentem, em serviço normal, uma
que os valores mínimos regulamentares de diferença de potencial.

resistência de isolamento são cumpridos. Condutor ativo


Condutor afeto à transmissão da energia elétrica,
incluindo o condutor neutro em corrente alternada e
o condutor de equilíbrio em corrente contínua.

A figura 3 mostra um exemplo simplificado de Corrente de defeito

Corrente resultante de um defeito do isolamento ou


uma instalação na qual se verifica um defeito de
de um contornamento do isolamento.
isolamento na fase L1 de uma carga, dando origem
à passagem de uma corrente de defeito a ser
conduzida pelo condutor de proteção e pelo
elétrodo de terra das massas para a terra.

34
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Figura 3 – Esquema simplificado de uma instalação com um defeito de isolamento na fase L1 de


uma carga

Nesta situação uma pessoa ao entrar em contacto Tensão de defeito


Tensão que, em caso de defeito do isolamento,
com a parte metálica da carga fica sujeita a uma aparece entre uma massa e um elétrodo de terra de
tensão de defeito que é dada pela seguinte referência (isto é, um ponto cujo potencial não é
modificado pela passagem da corrente de defeito
expressão:
correspondente).

Uf Tensão de defeito, em volts;


U = U +U
f C S
= I f × RA
UC Tensão de contacto, em volts;
US Queda de tensão devido à resistência do chão
e do calçado, em volts;
If Corrente de defeito, em ampéres;
RA Resistência do elétrodo de terra, em ohms.

A tensão de defeito, dependendo do valor das grandezas em jogo, poderá atingir valores
suscetíveis de originar risco elétrico e consequentes danos para as pessoas.

35
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Assim, para garantir que os níveis de isolamentos da instalação elétrica se encontram dentro
dos níveis exigidos regulamentarmente, é necessário realizar o ensaio de medição da
resistência de isolamento da instalação elétrica devendo ser medida entre cada condutor
ativo (fases e neutro) ou grupo completo deles e a terra.

Deverá também ser realizado, sempre que possível, entre os condutores ativos.

As medições devem ser feitas em corrente contínua, EN 61557


Segurança elétrica em redes de distribuição
devendo o aparelho utilizado no ensaio cumprir os de baixa tensão até 1000 V c.a. e 1500 V c.c. -
requisitos dispostos na norma EN 61557-2, Dispositivos de controlo, de medição ou de
monitorização de medidas de proteção.
nomeadamente ser capaz de fornecer uma tensão de
Parte 2: Resistência de isolamento.
ensaio de 250, 500 ou 1000V, a selecionar de acordo
com a tensão nominal do circuito em ensaio, e uma
corrente de 1 mA.

Considera-se satisfatório o resultado obtido no ensaio se o valor da resistência de isolamento


medido não for inferior ao valor indicado na tabela 1, isto é, os valores de resistência deverão
ser superiores a 1 megaOhm para a tensão de ensaio de 1000 V, 0,5 megaOhm para 500 V e
0,25 megaOhm para 250 V.

36
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Tabela 1 – Valores mínimos da resistência de isolamento e valores da tensão de ensaio em


corrente contínua em função da tensão nominal do circuito

Tensão nominal Tensão de ensaio Resistência


do circuito em corrente contínua de isolamento
(V) (V) (M Ω)
TRS e TRP 250 ≥ 0,25
U ≤ 500 V(1) 500 ≥ 0,5
U > 500 V 1 000 ≥ 1,0
(1)
Exceto para os casos referidos na linha anterior (TRS e TRP)

As medições devem ser efetuadas com a No que respeita aos aparelhos de utilização, é
necessário garantir que a sua resistência de
instalação sem tensão, ou seja, com o aparelho de isolamento não é inferior ao valor indicado na
corte geral na posição de desligado e, em regra, respetiva norma, podendo, na ausência de indicação
desse valor, considerar-se 0,5 MΩ.
com os aparelhos recetores desligados.
Quando, na instalação, existirem dispositivos
eletrónicos, apenas deve ser feita a medição entre os
Todos os fusíveis devem ser mantidos nos seus
condutores ativos (fases e o neutro) ligados entre si e
lugares, os disjuntores devem estar fechados e os a terra, de modo a evitar a deterioração que poderia

interruptores do circuito final também devem ocorrer nos dispositivos eletrónicos se não fosse feita
a referida ligação entre os condutores ativos durante
estar fechados. a medição da resistência de isolamento.

No esquema de ligação à terra TN-C, o condutor Condutor PEN


Condutor ligado à terra e que tem, simultaneamente,
PEN é considerado como fazendo parte da terra. as funções de condutor de proteção e de condutor
neutro

Durante as medições da resistência de isolamento, os condutores de fase e o condutor neutro


podem estar ligados entre si.

O valor da resistência de isolamento pode ser obtido através do método volt-amperimétrico.

37
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

A figura 4 mostra um esquema simplificado do princípio de realização do referido ensaio de


medição da resistência de isolamento.

Figura 4 – Esquema simplificado da medição da resistência de isolamento – Método U-I

A resistência de isolamento será obtida pela expressão:

Ut Tensão de ensaio, em volts;


R =Ut
i
I I Corrente de ensaio, em ampéres;
Ri Resistência de isolamento, em ohms.

Em regra, a medição da resistência de isolamento é feita para o conjunto de uma instalação


elétrica, na sua origem, podendo-se, quando o valor assim obtido for inferior ao indicado na
tabela 1, subdividir a instalação em diversos grupos de circuitos e medir a resistência de cada
um dos grupos.

38
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Quando a resistência de um dos grupos for inferior ao valor indicado na tabela 1, deve ser
medida a resistência de cada um dos circuitos desse grupo para identificar o(s) circuito(s)
responsável(eis) por aquele baixo valor.

Quando houver circuitos (ou partes de circuitos) que sejam desligados por meio de
dispositivos atuando por mínimo de tensão (por exemplo, atuando por meio de contactores),
as resistências de isolamento desses circuitos (ou dessas partes de circuitos) devem ser
medidas separadamente, de forma a garantir-se que todos os troços do circuito são medidos.

Para os cabos de aquecimento embebidos nos Isto é, 250 000 Ω para os elementos de aquecimento a
uma tensão estipulada de 230 V e 400 000 Ω para os
elementos da construção, os valores obtidos após
de 400 V.
a sua colocação no betão não devem ser inferiores
a 1 000 Ω/V de tensão estipulada e por elemento
de aquecimento, com o mínimo de 250 000 Ω.

Se os cabos de aquecimento com isolamento mineral não apresentarem, na verificação inicial,


valores de resistência de isolamento superiores aos indicados, esses valores devem ser
acompanhados, em termos de evolução, e deve ser garantido que o valor mínimo prescrito é
obtido até à primeira utilização do sistema de aquecimento.

4.3.2 Procedimento prático de ensaio

Antes de iniciar o ensaio de medição da resistência de isolamento deve-se garantir que:

- a instalação está desligada da alimentação;

39
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

- não existem ligações entre neutro e terra, Estas precauções aplicam-se principalmente para
testes entre condutores ativos, tais como fase-neutro.
isto é, todos os equipamentos que tenham
risco de avaria com a tensão de ensaio
devem ser desligados dos circuitos, tais
como equipamentos eletrónicos,
luminárias de descarga, etc;

- todos os fusíveis devem estar colocados e todos os disjuntores fechados.

• Ensaio entre condutores ativos e o condutor de proteção

As combinações possíveis de realização do ensaio de medida da resistência de isolamento


entre condutores ativos e o condutor de proteção são as indicadas na tabela 2.

Tabela 2 – Combinações de medida da resistência de isolamento entre condutores ativos e o


condutor de proteção

Tipo de Instalação Combinações de Medida


L e PE
Monofásica
N e PE
L1 e PE
L2 e PE
Trifásica
L3 e PE
N e PE

Para minimizar o tempo de realização do ensaio, os condutores de fase e neutro deverão estar
interligados através dos barramentos.

40
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

A figura 5 mostra um esquema simplificado de realização do ensaio de medição da resistência


de isolamento entre condutores ativos e o condutor de proteção.

Figura 5 – Esquema simplificado do ensaio de medição da resistência de isolamento entre


condutores ativos e o condutor de proteção

Através do aparelho de medição de resistência de isolamento ajustado para uma tensão de


ensaio, selecionada de acordo com a tensão nominal do circuito, conforme indicada na tabela
1, a resistência de isolamento será medida entre condutores ativos (fase/neutro) e o terminal
principal de terra.

O valor mínimo da resistência de isolamento deverá ser igual ou superior ao indicado na


tabela 1; caso contrário, verifica-se uma falha no isolamento da instalação que será necessária
identificar e resolver, repetindo-se posteriormente a medição.

41
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

• Ensaio entre condutores ativos

Tendo tomado as precauções já descritas anteriormente e usando o aparelho de ensaio de


resistência de isolamento ajustado para uma tensão de ensaio, selecionada de acordo com a
tensão nominal do circuito, conforme indicada na tabela 1, a resistência de isolamento dada é
a medida entre cada condutor ativo e os restantes.

A tabela 3 indica as diversas combinações possíveis de medida da resistência de isolamento


entre condutores ativos.

Tabela 3 – Combinações de medida da resistência de isolamento entre condutores ativos

Tipo de Instalação Combinações de Medida


Monofásica LeN
L1 e L2
L1 e L3
L2 e L3
Trifásica
L1 e N
L2 e N
L3 e N

Na figura 6 está representado um esquema simplificado de realização do ensaio de medição


da resistência de isolamento entre condutores ativos.

Através do aparelho de teste de resistência de isolamento ajustado para uma tensão de ensaio
conforme indicada na tabela 1 a resistência de isolamento será medida entre condutores
ativos (fase(s)/neutro).

42
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

O valor mínimo da resistência de isolamento deverá ser igual ou superior ao indicado na


tabela 1; caso contrário, verifica-se uma falha no isolamento da instalação que será necessária
identificar e resolver, repetindo-se posteriormente a medição descrita.

Figura 6 – Esquema simplificado de realização do ensaio de medição da resistência de


isolamento entre condutores ativos

43
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.4 Ensaio de proteção por separação de circuitos

4.4.1 Generalidades

A separação dos circuitos deve ser verificada para as seguintes situações:

 proteção por tensão reduzida de segurança;

 proteção por tensão reduzida de proteção;

 separação elétrica.

4.4.2 Procedimento de ensaio

A separação entre as partes ativas dos circuitos de 4.3 Medição da resistência de isolamento da
instalação elétrica
tensões reduzidas de segurança, tensão reduzida (Página 33)
de proteção e com separação elétrica, e as partes
ativas de outros circuitos e da terra deve ser
verificada por meio da medição da resistência de
isolamento, devendo os resultados obtidos
obedecer ao indicado na tabela 4.

Tabela 4 – Valores mínimos da resistência de isolamento e valores da tensão de ensaio

Tensão nominal do Tensão de ensaio em corrente Resistência de


circuito contínua isolamento
(V) (V) (M Ω)
TRS e TRP 250 ≥ 0,25

44
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.5 Medição da resistência de isolamento dos elementos dos


pavimentos e demais elementos da construção

4.5.1 Generalidades

Quando for necessário cumprir as condições de São exemplos de elementos da construção: paredes,
tetos, pavimentos.
proteção por recurso a locais não condutores,
devem ser efetuadas, num mesmo local, no
mínimo, três medições da resistência de
isolamento dos elementos dos pavimentos e
demais elementos da construção.

Uma dessas medições deve ser feita a cerca de um metro de um elemento condutor
acessível, situado nesse local, devendo as outras duas medições ser feitas a distâncias
superiores a um metro.

Estas medições devem ser repetidas para cada uma das superfícies importantes desse local.

4.5.2 Procedimento prático de ensaio

A título exemplificativo é descrito um método de Recomenda-se que a medição da resistência seja


feita antes de serem aplicados os eventuais
medição da resistência de isolamento dos tratamentos das superfícies a medir (verniz, tinta e
pavimentos e demais elementos da construção. produtos similares)

Tal como descrito para o ensaio de medição da 4.3 Medição da resistência de isolamento da
instalação elétrica
resistência de isolamento, as medições da (Página 33)
resistência de isolamento dos elementos da
construção devem ser feitas em corrente contínua,

45
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

devendo o aparelho utilizado no ensaio cumprir os EN 61557

requisitos dispostos na norma EN 61557-2, Segurança elétrica em redes de distribuição de baixa


tensão até 1000 V em corrente alternada e 1500 V
nomeadamente ser capaz de fornecer uma tensão
em corrente contínua. - Dispositivos de controlo, de
de ensaio de 250, 500 ou 1000V, de acordo com a medição ou de monitorização de medidas de
proteção.
tensão nominal do circuito e uma corrente de 1
Parte 2: Resistência de isolamento.
mA.

A tensão de ensaio deverá ser a indicada na tabela 1, em função da tensão nominal do


circuito a verificar.

A resistência deve ser medida entre um elétrodo de medição e um condutor de proteção da


instalação.

Como elétrodos de medição podem ser usados os seguintes:

 elétrodo de medição do tipo 1;

 elétrodo de medição do tipo 2.

- Elétrodo de medição do tipo 1

Refere-se a um elétrodo de medição constituído por um tripé metálico, cujas partes em


contacto com a superfície a ensaiar estão dispostas segundo um triângulo equilátero.

Cada uma das referidas partes é munida de um apoio flexível que garante, quando carregada,
a existência de um contacto direto e franco com a superfície a ensaiar, exercido sobre uma
área com cerca de 900 mm², devendo a resistência de cada uma dessas partes ser inferior a
5000Ω.

46
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Antes de se efetuarem as medições, a zona a ensaiar deve ser molhada ou coberta por um
tecido humedecido.

Durante a realização das medições, deve ser aplicada ao tripé uma força de valor igual a:

a) 750 N (≅ 75 kg) – ensaio de pavimentos;

b) 250 N (≅ 25 kg) – ensaio de outros elementos da construção (paredes, tetos,


etc.).

A figura 7 mostra o elétrodo de medição 1 utilizado num ensaio de medição da resistência de


isolamento dos pavimentos e demais elementos da construção.

Figura 7 – Elétrodo de medição do tipo 1

47
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Em caso de contestação dos valores obtidos, deve ser usado o elétrodo de medição 1, como
elétrodo de referência.

- Elétrodo de medição do tipo 2

Trata-se de um elétrodo de medição constituído por uma placa metálica quadrada, com 250
mm de lado, conforme figura 8.

250 mm

Figura 8 – Elétrodo de medição do tipo 2

Para garantir um melhor contacto, deverá ainda ser colocado um papel ou uma tela hidrófila,
quadrada, com 270 mm de lado, que deve ser molhada e, seguidamente, enxuta e colocada
entre a placa e a superfície a ensaiar.

Durante a realização das medições, deve ser aplicada ao elétrodo uma força de valor igual a:

a) 750 N (≅ 75 kg) – Ensaio de pavimentos,

b) 250 N (≅ 25 kg) – Ensaio de outros elementos da construção (paredes, tetos,


etc.).

48
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

A figura 9 mostra a ligação do elétrodo de medição do tipo 2 num ensaio de medição da


resistência de isolamento dos pavimentos e demais elementos da construção.

Figura 9 – Ligação do elétrodo de medição do tipo 2

A resistência de isolamento dos pavimentos e demais elementos da construção será dada


pela expressão:

Zx Impedância de isolamento dos pavimentos e


U
ZX = I X demais elementos de construção, em ohms;
Ux Tensão no elétrodo, em volts;
(medida com recurso a um voltímetro com
resistência interna de pelo menos 1 MΩ
para PE)
I Corrente injetada no elétrodo de teste, a
partir de uma fonte de tensão exterior ou a
partir de uma fase da instalação.

49
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Os valores obtidos no ensaio deverão ser superiores a:

 50 kΩ para instalações com tensões nominais até 500 V;

 100 kΩ para instalações com tensões nominais superiores a 500V.

Se em algum ponto a resistência for inferior aos valores indicados, as paredes e pisos devem
ser considerados, do ponto de vista da proteção contra choques elétricos, como elementos
condutores.

50
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.6 Verificação das condições de proteção por corte automático da


alimentação

4.6.1 Generalidades

Qualquer defeito que surja num equipamento elétrico origina a circulação de uma corrente
que deve ser interrompida num tempo compatível com a segurança das pessoas. A medida
de proteção por corte automático da alimentação baseia-se na associação das condições
seguintes:

a) a realização ou a existência de um circuito (designado por malha de defeito) que


permita a circulação da corrente de defeito, dependendo a constituição desta malha
do esquema das ligações à terra (TN, TT ou IT);

b) o corte da corrente de defeito seja IEC 60479


Efeitos da corrente elétrica no corpo humano e no
efetuado por um dispositivo de proteção dos animais.
apropriado, num tempo que depende de Parte 1: Aspetos gerais.

parâmetros como a tensão de contacto e a


probabilidade de defeitos e de contactos
com as partes afetadas, sendo esse tempo
determinado a partir do conhecimento
dos efeitos da corrente elétrica no corpo
humano.

51
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

A condição indicada na alínea a) implica a utilização de condutores de proteção que


interliguem as massas de todos os equipamentos elétricos alimentados pela instalação, de
modo a constituir uma malha de defeito, para os diferentes esquemas das ligações à terra
(TN, TT ou IT).

A condição indicada na alínea b) implica a existência de um dispositivo de corte automático


de características definidas para os diferentes esquemas das ligações à terra (TN, TT ou IT).

Para assegurar o corte da alimentação deve existir um dispositivo de proteção que separe
automaticamente da alimentação o circuito ou o equipamento quando surgir um defeito
entre uma parte ativa e uma massa.

Esta medida de proteção contra os contactos Tensão limite convencional de contacto ( UL)
Valor máximo da tensão de contacto que é
indiretos destina-se a impedir que, entre partes admissível poder manter-se indefinidamente em
condutoras simultaneamente acessíveis, possam condições especificadas de influências externas.
Em certos textos regulamentares, esta tensão é
manter-se, durante um tempo suficiente para criar
designada por "tensão limite de segurança"
riscos de efeitos fisiopatológicos perigosos para as
pessoas, tensões de contacto presumidas
superiores às tensões limites convencionais de
contacto.

52
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Os valores das tensões limites convencionais de contacto, para instalações com condições
gerais de humidade, são os seguintes:

a) 50 V em corrente alternada (valor eficaz);

b) 120 V em corrente contínua lisa. O termo "lisa" é, convencionalmente, definido por um


fator de ondulação não superior a 10% em valor
eficaz; para a tensão contínua lisa de 120 V, o valor
máximo de crista não deve ser superior a 140 V.

Para tempos de corte não superiores a 5 s, podem-se admitir, em certas circunstâncias


dependentes do esquema das ligações à terra , outros valores para a tensão de contacto.

Com base nos estudos realizados sobre os efeitos IEC 60479


Efeitos da corrente elétrica no corpo humano e no
da corrente elétrica no corpo humano (Norma IEC dos animais.
60479-1), foi determinado o tempo máximo Parte 1: Aspetos gerais.

durante o qual uma pessoa pode suportar uma


dada corrente sem risco de ocorrerem efeitos
fisiopatológicos perigosos.

Tendo em conta a impedância do corpo humano, esta relação tempo/corrente permite


determinar a relação entre o tempo de corte e a tensão de contacto presumida à qual a
pessoa pode ficar submetida, conforme indicado na tabela 5.

53
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Tabela 5 – Duração máxima da tensão de contacto presumida para UL=50Vac ou UL=120Vdc

Tensão de contacto Tempo de corte máximo do dispositivo de proteção


presumida t (s)
Uc (V) Corrente alternada [a] Corrente contínua [b]

≤50 5 5
75 0,60 5
90 0,45 5
120 0,34 5
150 0,27 1
220 0,17 0,40
280 0,12 0,30
350 0,08 0,20
500 0,04 0,10
Os valores indicados neste quadro são válidos nas condições seguintes:
a) locais secos ou húmidos;
b) corrente percorrendo o corpo humano entre as duas mãos e os dois pés;
c) corrente limitada pela presença de calçado ou pela resistência do solo.
Os valores indicados na coluna (a) aplicam-se à corrente alternada, de frequência compreendida entre 15 Hz e
1 000 Hz e à corrente contínua não lisa. Os valores indicados na coluna (b) aplicam-se à corrente contínua lisa.

Os valores das tensões limites convencionais de contacto (UL), para instalações com
condições de contacto ou humidade mais severos, são os seguintes:

a) 25 V em corrente alternada (valor eficaz);

b) 60 V em corrente contínua lisa.

54
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Tendo em conta a impedância do corpo humano, esta relação tempo/corrente permite


determinar a relação entre o tempo de corte e a tensão de contacto presumida à qual a
pessoa pode ficar submetida, conforme indicado na tabela 60.

Tabela 6 – Duração máxima da tensão de contacto presumida para UL=25Vac ou UL=60Vdc

Tensão de contacto Tempo de corte máximo do dispositivo de proteção


presumida t (s)
Uc (V) Corrente alternada [a] Corrente contínua [a]
25 5 5
50 0,48 5
75 0,30 2
90 0,25 0,80
110 0,18 0,50
150 0,12 0,25
230 0,05 0,06
280 0,02 0,02
Os valores indicados neste quadro são válidos nas condições seguintes:
a) locais molhados;
b) corrente percorrendo o corpo humano entre as duas mãos e os dois pés;
c) corrente não limitada por qualquer resistência exterior.
Os valores indicados na coluna (a) aplicam-se à corrente alternada, de frequência compreendida entre 15 Hz e
1 000 Hz e à corrente contínua não lisa. Os valores indicados na coluna (b) aplicam-se à corrente contínua lisa.

A eficácia das medidas de proteção contra os contactos indiretos por corte automático da
alimentação deve ser verificada, consoante o esquema das ligações à terra, por meio de um
dos processos indicados nas secções seguintes.

55
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.6.2 Esquema TT – Neutro à terra

4.6.2.1. Generalidades

A verificação da eficácia das medidas de proteção no esquema de ligação à terra TT deve


prever:

 a medição da resistência do elétrodo de terra das massas da instalação;

 a verificação das características do dispositivo de corte associado a esta medida de


proteção, isto é:

- a inspeção visual da corrente e o Dispositivo diferencial


Aparelho mecânico, ou associação de aparelhos,
ensaio, quando esse dispositivo for destinados a provocar a abertura dos contactos
diferencial; quando a corrente diferencial-residual atingir, em
condições especificadas, um dado valor.

Corrente diferencial-residual (Corrente residual)


Soma algébrica dos valores instantâneos das
correntes que percorrem todos os condutores ativos
de um circuito num dado ponto da instalação
elétrica.

- a inspeção visual da corrente Para os disjuntores reguláveis, a corrente a verificar é


a corrente de regulação.
estipulada dos disjuntores e dos
fusíveis, quando esse dispositivo
for o da proteção contra as
sobreintensidades;

- a verificação da continuidade dos condutores de proteção.

56
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.6.2.2. Valores máximos da resistência de terra das massas

Os valores máximos da resistência de terra das massas, que condicionam a seleção dos
dispositivos diferenciais a prever para as instalações elétricas, são impostos pelo requisito de
garantia de que as tensões limites convencionais de contacto, 50 V ou 25 V, definidas em
função da classificação dos locais das instalações quanto às influências externas, não são
excedidas.

A tabela 7 indica os valores máximos da resistência de terra, função da tensão limite


convencional de contacto e da corrente residual do dispositivo de proteção diferencial.

Tabela 7 – Valores máximos da resistência do elétrodo de terra em função da corrente


diferencial estipulada dos dispositivos diferenciais para UL = 50 V e UL = 25 V

Valor máximo da
Corrente diferencial estipulada máxima do resistência de terra
dispositivo diferencial
(Ω)
(I∆N)
UL=50V UL=25V
20 A 2,5 1,25
10 A 5 2,5
Baixa sensibilidade 5A 10 5
3A 16,5 8,25
1A 50 25
500 mA 100 50
Média sensibilidade 300 mA 166 83
100 mA 500 250
30 mA 1 665 832
Alta sensibilidade 12 mA 4 165 2 082
6 mA 8 330 4 165

57
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.6.3 Esquema TN – Terra pelo neutro

No esquema de ligação à terra TN, a verificação da eficácia das medidas de proteção deve
incluir:

• a medição da impedância da malha de Impedância da malha de defeito


Impedância total que é apresentada à passagem da
defeito ou, em alternativa, a medição da corrente em consequência de um defeito.

resistência dos condutores de proteção. 4.9 Medição da impedância da malha de


defeito
(Página 82)

4.10 Medição da resistência dos condutores de


proteção
(Página 99)

Se for possível conhecer, por cálculo, a impedância da malha de defeito ou a


resistência dos condutores de proteção, estas medições são dispensáveis, desde que
se possa verificar o comprimento e a secção dos condutores.

Nesse caso, é necessário, apenas, proceder à verificação da continuidade dos


condutores de proteção.

Quando são utilizados dispositivos diferenciais, com sensibilidade igual ou inferior a


500 mA, a medição da impedância da malha de defeito, pode, geralmente ser
dispensada.

• a verificação das características do dispositivo de corte associado a esta medida de


proteção, isto é, a inspeção visual do valor da corrente estipulada dos disjuntores e
dos fusíveis e ainda, para os dispositivos diferenciais, a verificação do seu
funcionamento.

58
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Se for necessário, deverá ser também 4.8 Medição da resistência do elétrodo de terra
(Página 71)
realizada a medição da resistência do
elétrodo de terra global (RB).

Esta verificação consiste em garantir que a Defeito


Falha do isolamento de uma parte ativa que produza
corrente mínima de defeito franco entre uma redução do nível de isolamento e que possa
um condutor de fase e o condutor de provocar uma ligação acidental entre dois pontos a
potenciais diferentes.
proteção não é inferior à corrente que
Um defeito pode ser franco ou impedante. Um defeito
provoca o funcionamento do dispositivo franco entre condutores ativos é um curto-circuito.

de proteção no tempo indicado nas


tabelas seguintes:

a) Tabela 8 - instalações para as quais a tensão limite convencional de contacto


seja limitada a 50 V em corrente alternada (valor eficaz).

Tabela 8 – Tempos de corte máximos no esquema de ligação à terra TN – UL=50V

Tensão nominal (Uo) Tempos de corte (t)


(V) (s)
120 0,8
230 0,4
277 0,4
400 0,2
>400 0,1
Uo Tensão entre fase e neutro

59
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

b) Tabela 9 - instalações para as quais a tensão limite convencional de contacto


seja limitada a 25 V em corrente alternada (valor eficaz) ou a 60 V em corrente
contínua lisa.

Tabela 9 – Tempos de corte máximos no esquema de ligação à terra TN – UL=25V

Tensão nominal (Uo) Tempos de corte (t)

(V) (s)

120 0,35
230 0,2
277 0,2
400, 480 0,05
(1)
580 0,02
Uo Tensão entre fase e neutro
(1)
Quando este tempo de corte não puder ser garantido, é necessário adotar outras medidas
de proteção, como por exemplo, ligações equipotenciais suplementares

A referida corrente mínima pode ser determinada por cálculo se os condutores ativos
e o condutor de proteção estiverem instalados na proximidade imediata uns dos
outros, sem interposição de elementos ferromagnéticos.

Essa corrente mínima de defeito não deve ser inferior:

a) à corrente que provoca o funcionamento instantâneo do disjuntor, quando a


proteção for garantida por disjuntores;

b) à corrente que provoca a fusão do fusível num tempo não superior ao


indicado nas tabelas 8 (página 59) ou 9 (página 60), em função da tensão
nominal da instalação, quando a proteção for garantida por fusíveis.

60
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Quando não for respeitada a condição de proximidade atrás referida entre os


condutores ativos e os condutores de proteção, a verificação necessita, em regra, da
medição da impedância da malha de defeito e do cálculo da corrente de defeito
mínima.

No entanto, essa verificação pode ser feita 4.10 Medição da resistência dos condutores de
proteção
medindo, de acordo com o indicado no (Página 99)
parágrafo 4.10 - Medição da resistência
dos condutores de proteção, a resistência
dos condutores de proteção entre a massa
em causa e o ponto mais próximo da
ligação equipotencial principal.

4.6.4 Esquema IT - Neutro isolado ou impedante

No esquema de ligação à terra IT, a verificação da Não é necessário medir a corrente resultante de um
primeiro defeito se todas as massas da instalação
eficácia das medidas de proteção deve incluir o estiverem ligadas ao elétrodo de terra da
cálculo ou a medição da corrente, no caso de alimentação dessa instalação, quando a instalação
estiver ligada à terra por meio de uma impedância.
ocorrência de um primeiro defeito.
Apenas deve ser medida a corrente de defeito no caso
de não serem conhecidos todos os parâmetros
Quando ocorrer um segundo defeito que
necessários para o seu cálculo.
transforme a instalação em condições análogas às
Durante a realização das medições da corrente de
que se aplicam para o esquema TT, as verificações defeito, devem ser tomadas precauções para evitar os

devem ser realizadas segundo o indicado para o perigos resultantes de um segundo defeito.

esquema de ligação à terra TT.

61
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Quando ocorrer um segundo defeito que No esquema de ligação à terra TN, para a medição da
impedância da malha de defeito, é necessário
transforme a instalação em condições análogas às estabelecer, na origem da instalação, uma ligação de
que se aplicam para o esquema TN, as verificações impedância desprezável entre o ponto neutro da
alimentação e o condutor de proteção.
devem ser realizadas segundo o indicado para o
esquema de ligação à terra TN, tendo em conta os
aspetos seguintes:

Esquema de ligação à terra – Neutro isolado (IT)


- Garante a continuidade de serviço em presença de um primeiro defeito de isolamento.
A corrente resultante de um único defeito fase-massa tem uma intensidade suficientemente pequena para não originar o
aparecimento de qualquer tensão de contacto perigosa (1º defeito). A corrente do primeiro defeito fecha-se pelas capacidades
de fuga da instalação e, eventualmente, pela impedância inserida entre um ponto da alimentação, em regra o neutro, e a terra.
A limitação da corrente é conseguida pela ausência de uma ligação à terra da alimentação ou pelo valor da impedância inserida
entre o neutro e a terra.
- Necessidade do corte automático da alimentação se ocorrer um segundo defeito de isolamento.
No caso de se verificar um segundo defeito de isolamento (mantendo-se o primeiro defeito) devem ser tomadas as medidas
adequadas por forma a evitar riscos de efeitos fisiopatológicos perigosos para as pessoas suscetíveis de ficar em contacto com
partes condutoras simultaneamente acessíveis.
O modo de eliminação de um segundo defeito depende do modo de ligação das massas à terra:
- todas as massas, incluindo as da fonte, estiverem ligadas a um mesmo elétrodo de terra (situação corrente nas instalações
em esquema IT). A proteção é garantida nas condições indicadas para o esquema TN;
- as massas estiverem ligadas à terra, individualmente ou por grupos, o esquema da instalação (IT) transforma-se numa
situação semelhante à do esquema TT.

- a corrente a considerar deve ser igual a metade do valor da corrente mínima de


defeito franco entre um condutor ativo e o condutor de proteção do circuito
considerado (quando o neutro for distribuído, o condutor ativo a considerar deve ser
o neutro e, no caso contrário, deve ser um condutor de fase);

- os tempos de funcionamento do dispositivo de proteção devem ser os indicados nas


tabelas seguintes:

a) Tabela 10 - instalações para as quais a tensão limite convencional de contacto


seja limitada a 50 V em corrente alternada (valor eficaz).

62
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Tabela 10 – Tempos máximos de corte no esquema IT (segundo defeito) – UL=50V

Tempos de corte (t)


Tensão nominal (Uo / U) (s)

(V) Neutro não


Neutro distribuído
distribuído
120-240 0,8 5
230/400 0,4 0,8
400/690 0,2 0,4
580/1000 0,1 0,2
Uo Tensão entre fase e neutro U Tensão entre fases

b) Tabela 11, para instalações para as quais a tensão limite convencional de


contacto seja limitada a 25 V em corrente alternada (valor eficaz) ou a 60 V em
corrente contínua "lisa".

Tabela 11 – Tempos máximos de corte no esquema IT (segundo defeito) – UL=25V

Tensão nominal (Uo/U) Tempos de corte (t) (s)

(V) Neutro não distribuído Neutro distribuído


120-240 0,4 1,0
230/400 0,2 0,5
277/480 0,2 0,5
400/690 0,06 0,2
580/1 000 0,02(1) 0,08
Uo Tensão entre fase e neutro U Tensão entre fases
(1)
Quando este tempo de corte não puder ser garantido, é necessário adotar outras medidas de proteção,
como por exemplo, ligações equipotenciais suplementares

63
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.7 Verificação do funcionamento dos dispositivos diferenciais

4.7.1 Generalidades

Com o ensaio de verificação do funcionamento dos dispositivos diferenciais pretende-se


garantir que os mesmos se encontram em devidas condições de funcionamento.

4.7.2 Procedimento prático de ensaio

A verificação do funcionamento dos dispositivos Na realização deste ensaio dever-se-á ter em


consideração que a corrente de fuga permanente da
diferenciais pode ser realizada com recurso a instalação adiciona-se vetorialmente à corrente de
diversos métodos, sendo seguidamente, a título ensaio, pelo que, em caso de dúvida, esta verificação
do funcionamento dos dispositivos diferenciais deve
exemplificativo, apresentados três desses
ser realizada com as cargas desligadas.
métodos.
Durante os ensaios, pode ser verificado o tempo de
funcionamento desses dispositivos.

a) Método 1 Este método pode ser usado nas instalações


realizadas segundo os esquemas TN-S, TT e IT.

Para o esquema IT, pode ser necessário ligar à terra


um ponto da instalação durante a realização dos
ensaios, a fim de fazer atuar o dispositivo.

Na figura 10 está esquematizado o princípio em que se baseia este método, sendo a


resistência variável (Rp) ligada entre um condutor de fase (situado a jusante do dispositivo

em ensaio) e as massas.

64
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Figura 10 – Princípio de funcionamento do método 1

No início do ensaio, a resistência variável (Rp) deve estar no seu valor máximo e a corrente
deve ser aumentada por redução da mesma.

O valor da corrente que provoca o funcionamento do dispositivo diferencial (I∆) não deve ser
superior ao valor da corrente diferencial estipulada (I∆n).

65
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

b) Método 2 Este método pode ser usado nas instalações


realizadas segundo os esquemas TN-S, TT e IT.

Na figura 11 está esquematizado o princípio em que se baseia este método, sendo a


resistência variável (Rp) ligada entre um condutor ativo situado a montante do dispositivo

em ensaio e um outro condutor ativo, situado a jusante.

Figura 11 – Princípio de funcionamento do método 2

No início do ensaio, a resistência variável (Rp) deve estar no seu valor máximo e a corrente
deve ser aumentada por redução da mesma.

Durante o ensaio, as cargas devem ser desligadas.

O valor da corrente que provoca o funcionamento do dispositivo diferencial (I∆) não deve ser
superior ao valor da corrente diferencial estipulada (I∆n).

66
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

c) Método 3 Este método só pode ser usado se for possível realizar


localmente um elétrodo de terra auxiliar e é utilizável
nas instalações realizadas segundo os esquemas
TN-S, TT e IT.

Para o esquema IT, pode ser necessário ligar à terra


um ponto da instalação durante a realização dos
ensaios, a fim de fazer atuar o dispositivo diferencial.

Na figura 12 está esquematizado o princípio em que se baseia este método, onde como se
pode verificar necessita de um elétrodo de terra auxiliar.

Figura 12 – Princípio de funcionamento do método 3

67
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

No início do ensaio, esta resistência variável (Rp) deve estar no seu valor máximo e a corrente
deve ser aumentada por redução da mesma, devendo ser medido o valor da tensão U entre
as massas e o elétrodo de terra auxiliar independente.

O valor da corrente que provoca o funcionamento do dispositivo diferencial (I∆) não deve ser
superior ao valor da corrente diferencial estipulada (I∆n).

Deve ser verificada a condição seguinte:

U Tensão entre as massas e o elétrodo de terra


I
U ≤U Lx ∆ auxiliar independente, em volts;
I ∆n
UL Tensão limite convencional de contacto, em
volts;

I∆ Corrente que provoca o funcionamento do


dispositivo diferencial, em amperes;

I∆ n Corrente diferencial estipulada, em amperes.

68
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.7.3 Tempo e corrente diferencial estipulada dos dispositivos


diferenciais

• Tempo de funcionamento

Os tempos de funcionamento dos dispositivos de IEC 60755


Regras gerais para dispositivos de proteção
proteção sensíveis à corrente diferencial-residual diferenciais
(interruptores e disjuntores), medidos durante a
EN 61008
realização do ensaio de funcionamento dos Acessórios elétricos - Interruptores diferenciais, sem
proteção contra as sobreintensidades incorporada,
mesmos, deverão ser comparados com os limites
para instalações domésticas e análogas
impostos pelas normas de fabrico dos mesmos, Parte 1: Regras gerais

nomeadamente as normas IEC 60755, EN 61008 e Parte 2: Secção 1 - Aplicabilidade das regras gerais
dos interruptores diferenciais funcionalmente
EN 61009. independentes da tensão da alimentação

EN 61009
Acessórios elétricos - Disjuntores diferenciais, com
proteção contra as sobreintensidades incorporada,
para instalações domésticas e análogas
Parte 1: Regras gerais
Parte 2: Secção 1 - Aplicabilidade das regras gerais
dos disjuntores diferenciais funcionalmente
independentes da tensão da alimentação.

A tabela 12 faz um resumo dos valores normalizados dos tempos de funcionamento e


tempos de não funcionamento de interruptores e disjuntores diferenciais.

69
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Tabela 12 – Valores normalizados dos tempos de funcionamento e tempos de não


funcionamento de interruptores e disjuntores diferenciais

Valores normalizados dos tempos de funcionamento e dos


tempos de não funcionamento para uma corrente residual
I∆n igual a:
In I∆n
Tipo (s)
(A) (A)
Tempo máximo de Tempo mínimo de não
funcionamento funcionamento
I∆ n 2I∆n 5I∆n I∆ n 2I∆n 5I∆n
Geral Qualquer valor Qualquer valor 0,3 0,15 0,04 - - -
S ≥25 >0,03 0,5 0,2 0,15 0,13 0,06 0,05

• Corrente diferencial estipulada

A corrente diferencial estipulada dos interruptores e disjuntores diferenciais, medidas


durante a realização do ensaio, deverão ser comparadas com os limites impostos pelas
normas de fabrico dos mesmos.

As referidas normas, indicadas no parágrafo anterior, definem que o funcionamento dos


dispositivos diferenciais devem ocorrer na seguinte faixa de corrente:

Corrente diferencial estipulada, em amperes.


0,5 I∆n a I∆n I∆ n

70
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.8 Medição da resistência do elétrodo de terra

4.8.1 Generalidades

Pela importância que o valor da resistência de Resistência global de terra


Resistência entre o terminal principal de terra e a
terra tem, do ponto de vista do cumprimento das terra.
condições de proteção numa instalação elétrica,
esta é uma medição extremamente importante
que deve ser realizada periodicamente e na época
em que o terreno se possa encontrar mais seco,
pois será a condição que conduzirá a valores de
resistência de terra superiores.

A resistência de terra de um elétrodo de terra é constituída, praticamente, pela sua


resistência de contacto e pela resistência das camadas de terreno que ficam na vizinhança do
elétrodo e nas quais a existência de uma densidade de corrente elevada provoca quedas de
tensão apreciáveis.

Antes de se proceder ao ensaio, o cabo de ligação à terra deve ser desligado do Terminal
Principal de Terra (TPT) da instalação.

Este procedimento exige que a instalação seja completamente desligada, pois deixará de ter
terra das massas.

71
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Neste procedimento, o valor da resistência de terra deve ser medido tomando em


consideração os seguintes aspetos:

a) garantia de afastamento suficiente dos elétrodos auxiliares ao elétrodo de


terra;

b) garantia de afastamento suficiente entre elétrodos auxiliares;

c) inexistência de canalizações de água, vedações metálicas, tubagens


enterradas, reservatórios enterrados, ou outras condições que influenciem a
condutividade do solo ou a homogeneidade deste;

d) garantia de suficiente contacto de terra dos elétrodos auxiliares.

Para efetuar o ensaio de medição da resistência de terra existem diversas metodologias,


sendo a mais correta, se tomados alguns cuidados, a medição com elétrodos de terra
auxiliares (método volt-amperimétrico), sendo preferencialmente este o ensaio a realizar
aquando da verificação das instalações.

72
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.8.2 Medição com elétrodos de terra auxiliares (método volt-


amperimétrico)

O princípio de funcionamento deste método, que utiliza dois elétrodos de terra auxiliares,
está esquematizado na figura 13.

Zonas de influência dos elétrodos de terra (sem interseção)

A Amperímetro
V Voltímetro
Rp Resistência variável
T Elétrodo de terra a medir, desligado de quaisquer fontes de alimentação
T1 e T 2 Elétrodos de terra auxiliares

X Posição inicial de T2 para a medição de controlo

Y Posições de T2 para as medições de confirmação

d Distância entre elétrodos de terra

Figura 13 – Medição da resistência de um elétrodo de terra

73
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Consiste em fazer circular uma corrente alternada de intensidade constante entre o elétrodo
de terra a medir (T) e um outro elétrodo de terra auxiliar de corrente (T1), colocado a uma
distância tal que as superfícies de influência dos dois elétrodos não se intercetem.

O elétrodo de terra auxiliar de tensão (T2), que pode ser feito a partir de uma vareta metálica
espetada no solo, deve ser colocado a meio caminho entre o elétrodo de terra a medir (T) e o
elétrodo de terra auxiliar de corrente (T1), medindo-se a queda de tensão entre T e T2.

Desde que exista garantia de que não há influência entre os três elétrodos de terra, o
quociente entre a corrente aplicada entre T e T1 e a queda de tensão medida entre T e T2 é
igual à resistência de terra do elétrodo T.

Para que não exista influência entre os elétrodos de terra, os elétrodos de terra auxiliares de
tensão (T2) e de corrente (T1) devem ser colocados o mais afastados possível do elétrodo de
terra a medir (T), bem como serem afastados de elementos estranhos condutores.

Considera-se uma distância aceitável quando ao afastar o elétrodo de terra auxiliar de tensão
(T2) do elétrodo de terra a medir (T) não provocar variações significativas no valor medido.

Em regra pode ser considerada uma distância de 10 m para o elétrodo de terra auxiliar mais
próximo, o de tensão (T2), e 20 m para o elétrodo de terra auxiliar mais afastado, o de
corrente (T1).

A fim de confirmar que o valor assim obtido é correto, devem ser feitas duas outras medições,
deslocando o elétrodo de terra auxiliar de tensão (T2) de cerca de 6 m, para um e para o outro
lado da sua posição inicial.

Se os três resultados obtidos forem da mesma ordem de grandeza, o valor pretendido será a
média destes.

74
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Caso contrário, a distância entre o elétrodo de terra a medir (T) e o elétrodo de terra auxiliar
mais afastado, o de corrente (T1) deve ser aumentada e os três ensaios devem ser repetidos.

Quando a corrente utilizada para a medição for à A resistência interna deverá ser no mínimo, 200 Ω/V.

frequência industrial, o voltímetro a usar deve ter


uma resistência interna elevada.

Deve haver uma separação galvânica entre a fonte de corrente utilizada na medição e a rede
de distribuição, por exemplo, por meio de um transformador com dois enrolamentos
separados.

4.8.3 Medição sem elétrodos de terra auxiliares (método bipolar)

Dadas as condicionantes físicas que possam ser Nos casos em que se mede a resistência do contacto
do elétrodo de terra utilizando o neutro da rede de
colocadas à realização da medição do valor da distribuição é importante garantir que a segurança
resistência de terra, através do método de está salvaguardada. Note-se que na ligação do
aparelho de medição ao neutro, poderá haver
medição do valor da resistência de terra com
contacto infortuito com uma fase em tensão
elétrodos de terra auxiliares (método volt- próxima. Por outro lado, o neutro também poderá
estar em tensão.
amperimétrico), a medição pode ser realizada
Do ponto de vista da implementação do ensaio, deve
através do método de medição sem elétrodos de
ser considerado o afastamento devido do armário ou
terra auxiliares (método Bipolar), sendo, para estas Posto de Transformação da rede de distribuição, para

situações, este método regulamentarmente aceite que estes não estejam na zona de influência do
elétrodo de terra a medir. O valor recolhido
para verificação das instalações elétricas de baixa contempla a resistência do elétrodo de terra, a
tensão. resistência dos condutores de interligação e a
resistência da terra de neutro do posto de
transformação.

75
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Para garantir a verificação das condições de proteção das pessoas nas instalações elétricas,
deve sempre ser considerado que a medição recolhida com a utilização deste método
contempla o valor do elétrodo de terra que se pretende medir, mais o valor da resistência do
condutor de interligação, mais o valor da resistência do contacto com a terra, sendo que a
medida será sempre superior ao valor real da resistência do elétrodo de terra da instalação.

4.8.4 Impedância da malha de defeito

Quando, numa instalação realizada segundo o Um exemplo em que na prática é normalmente


impossível a colocação de dois elétrodos auxiliares é
esquema de ligação à terra TT, não for possível o caso das instalações de utilização inseridas nas
dispor-se, na prática, de dois elétrodos auxiliares, o zonas urbanas,

valor medido da impedância da malha de defeito 4.9 Medição da impedância da malha de


defeito
pode ser tomado, por defeito, como o valor da
(Página 82)
resistência do elétrodo de terra.

4.8.5 Medição da resistência dos elétrodos de terra nos grupos


geradores

4.8.5.1 Generalidades

Em instalações dotadas de grupo gerador, para Alimentação de socorro (Alimentação de reserva;


Alimentação de substituição)
fins de socorro ou emergência, a implementação Alimentação prevista para manter em
das medidas inerentes à proteção contra funcionamento uma instalação ou partes desta em
caso de falta da alimentação normal por razões que
contactos indiretos em função das características
não sejam a segurança das pessoas.
da instalação poderá levar à necessidade de a
É necessário prever este tipo de alimentação, por
instalação possuir dois elétrodos de terra exemplo, quando se pretender evitar a interrupção de
processos industriais de laboração contínua ou de
eletricamente distintos, um elétrodo de terra da
instalações de tratamento da informação.

76
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

alimentação e um elétrodo de terra das massas, ou Alimentação (para serviços) de segurança

apenas um elétrodo de terra único considerado (Alimentação de emergência)


Alimentação prevista para manter em
como elétrodo de terra das massas, que existirá
funcionamento os equipamentos essenciais à
sempre que não seja possível executar elétrodos segurança das pessoas.

de terra da alimentação e das massas Elétrodos de terra eletricamente distintos


(Elétrodos de terra independentes)
eletricamente distintos.
Elétrodos de terra suficientemente afastados uns dos
outros para que a corrente máxima suscetível de ser
escoada por um deles não modifique, de forma
significativa, o potencial dos outros.

Deste modo, com vista à obtenção do valor da resistência dos elétrodos de terra, sempre que
a instalação possuir dois elétrodos, impõe-se a necessidade de antes aferir o valor da
resistência de qualquer um deles, confirmar a sua independência.

A independência dos elétrodos de terra poder ser testada através de um de três métodos.

a) Método 1

Dois circuitos de terra da mesma instalação dizem-se distintos se o potencial de um deles


não sofre uma variação superior a 5 por cento da que experimenta o outro quando este
último é percorrido por uma corrente elétrica.

Recorrendo a dois elétrodos de terra auxiliares, um de corrente (T1) e outro de tensão (T2), o
aparelho de medida garantirá a passagem de uma corrente entre um dos elétrodos das
massas ou de alimentação a testar (por exemplo o elétrodo de terra das massas T) e o já
mencionado elétrodo T1.

A distinção entre elétrodos verificar-se-á se o potencial VP provocado pela mesma corrente e


medido de modo análogo entre T2 e o outro elétrodo de terra da instalação (P) for inferior a
5% do potencial VT.

77
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

A figura 14 ilustra a realização do referido ensaio.

A Amperímetro
VT Voltímetro
VP Voltímetro
Rp Resistência variável
T Elétrodo de terra das massas
P Elétrodo de terra da alimentação
T1 e T 2 Elétrodos de terra auxiliares (T1 de corrente e T2 de tensão)

Figura 14 – Verificação da condição de elétrodos de terra eletricamente distintos

78
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

b) Método 2

Considerando o estabelecido no comentário 2 do Decreto Regulamentar n.º 90/84, de 26 de


Dezembro
ponto 31 do Artigo 3.º do Regulamento de Estabelece disposições relativas ao estabelecimento e
Segurança das Redes de Distribuição de Energia à exploração das redes de distribuição de energia
elétrica em baixa tensão.
Elétrica em Baixa Tensão, caso a resistividade do
Publica o Regulamento de Segurança das Redes de
solo não seja elevada (até 100 Ωm), os dois Distribuição de Energia Elétrica em Baixa Tensão

elétrodos em estudo poderão ser considerados


eletricamente distintos se se encontrarem
afastados mais de 15 m.

Para concluir acerca da resistividade do solo, poder-se-á proceder à sua medição ou ter como
referência os valores típicos de resistividade dos terrenos de acordo com a sua natureza,
indicados nas Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão.

A tabela 13 indica os valores da resistividade dos terrenos de acordo com a sua natureza.

79
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Tabela 13 – Resistividade dos terrenos de acordo com a sua natureza

Natureza dos terrenos Resistividade


(Ω
Ω x m)
Terreno pantanoso 1 a 30
Lama 20 a 100
Húmus 10 a 150
Turfa húmida 5 a 100
Argila plástica 50
Mármores e argilas compactas 100 a 200
Mármores do Jurássico 30 a 40
Areia argilosa 50 a 500
Areia silicosa 200 a 3 000
Solo pedregoso nu 1 500 a 3 000
Solo pedregoso recoberto de relva ou erva curta 300 a 500
Calcários macios 100 a 300
Calcários compactos 1 000 a 5 000
Calcários fissurados 500 a 1 000
Xistos 50 a 300
Micaxistos 800
Granito e grés, consoante a alteração geológica 1 500 a 10 000
Granito muito alterado 100 a 600
Betão com 1 de cimento e 3 de inertes 150
Betão com 1 de cimento e 5 de inertes 400
Betão com 1 de cimento e 7 de inertes 500

80
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

c) Método 3

Recorrendo ao ensaio de medição da resistência 4.3 Medição da resistência de isolamento da


instalação elétrica
de isolamento, efetuado entre os dois elétrodos de (Página 33)
terra em estudo, se o valor obtido for
significativamente baixo (próximo de 0 ohm),
estes deverão ser considerados confundidos.

4.8.5.2 Elétrodos de terra eletricamente distintos

Caso os elétrodos de terra sejam distintos, será necessário proceder à medição da resistência
de terra da alimentação e das massas a realizar conforme descrito anteriormente.

Neste caso, o valor máximo da resistência de terra, a considerar para fins de verificação do
cumprimento da tensão limite convencional de contacto, será a soma algébrica dos valores
da resistência dos elétrodos das massas e da alimentação, devido à malha de defeito
produzida.

4.8.5.3 Elétrodos de terra comuns

Caso sejam terras confundidas (terra única) então só haverá lugar a um ensaio de medição do
valor da resistência de terra, a realizar conforme descrito anteriormente.

81
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.9 Medição da impedância da malha de defeito

4.9.1 Generalidades

Antes da realização do ensaio de medição da Impedância da malha de defeito


Impedância total que é apresentada à passagem da
impedância de defeito, deverá ser realizado um corrente em consequência de um defeito.
ensaio de continuidade dos condutores de
4.2 Verificação da continuidade dos condutores
proteção e das ligações equipotenciais.
de proteção e das ligações equipotenciais
(Página 27)

O conhecimento da impedância da malha de defeito é necessária para comprovar o correto


funcionamento dos sistemas de proteção, baseados na utilização de fusíveis ou disjuntores,
principalmente nos sistemas TN e IT.

Estes sistemas de proteção requerem a determinação da corrente de curto-circuito fase-terra,


para comprovar que para esse valor de intensidade de corrente de curto-circuito, o tempo de
atuação do dispositivo de proteção contra curto-circuitos é menor que um tempo
especificado.

Esse tempo depende do esquema de ligação à terra utilizado e do valor da tensão nominal
entre fase e terra da instalação (U0).

Os tempos de corte máximos para o esquema de ligação à terra TN, para as tensões limites
convencionais de contacto de 50 V e 25 V, estão indicados nas tabelas 8 (página 59) e 9
(página 60), respetivamente.

82
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Os tempos de corte máximos para o esquema de ligação à terra IT (segundo defeito), para as
tensões limites convencionais de contacto de 50 V e 25 V, estão indicados nas tabelas 10 e 11
(página 63), respetivamente.

O valor da impedância da malha de defeito pode ser obtido empiricamente conhecendo-se


as características da instalação.

 Esquema de Ligação à Terra TT

A figura 15 mostra a malha de defeito, aquando de um defeito de isolamento num esquema


de ligação à terra TT.

Figura 15 – Malha de defeito para um esquema de ligação à terra TT

83
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Em regra, a soma das resistências dos elétrodos de terra das massas (RA) e da alimentação
(RB) é muito superior à impedância dos outros elementos da malha, pelo que a impedância
total da malha é praticamente igual a (RA+RB).

Considerando Rd=0, a corrente de defeito é:

Id Corrente de defeito, em amperes;


U 0
I d
=
R +RA B
Uo Tensão nominal entre fase e terra (valor eficaz

em corrente alternada), em volts

RA Resistência do elétrodo de terra das massas, em


ohms;

RB Resistência do elétrodo de terra da


alimentação, em ohms.

No esquema de ligação à terra TT, podem ser utilizados como dispositivos de proteção:

 dispositivos de corrente diferenciais;

 dispositivos de proteção contra as sobreintensidades.

No entanto, os dispositivos de proteção contra sobreintensidades por máximo de corrente


são, na prática, pouco utilizados, pois é necessário que a resistência RA do elétrodo de terra
das massas satisfaça a condição seguinte:

RA Resistência do elétrodo de terra das massas, em


R =UL
A
I ohms;
a

Ia Corrente de funcionamento do dispositivo de


proteção para um tempo não superior a 5s, em
amperes;

UL Tensão limite convencional de contacto, em


volts.

84
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Assim, pode-se verificar que a utilização de dispositivos de proteção por máximo de corrente
obriga a que os elétrodos de terra das massas tenham resistências muito baixas.

A título indicativo, a tabela 14 indica, para UL = 50 V, os valores máximos de resistência do


elétrodo de terra que permitem satisfazer a condição anterior:

Tabela 14 – Valores máximos da resistência do elétrodo de terra em função da corrente


estipulada dos dispositivos de proteção contra sobreintensidades para UL = 50 V

Corrente estipulada dos fusíveis ou dos Valor máximo da resistência do elétrodo de


terra das massas
disjuntores(*)
(Ω
Ω)
(A)
2 2,8
4 1,4
6 1,0
10 0,6
16 0,4
20 0,3
25 0,2

(*) Para disjuntores reguláveis, esta corrente é a de regulação.

Valores de resistência do elétrodo de terra das massas tão baixos como os indicados na tabela
14 são, na prática, dificilmente conseguidos e, por outro lado, não é possível garanti-los ao
longo do tempo, atendendo à variação destas resistências, nomeadamente, com as
condições de humidade.

Por este facto, a proteção de pessoas contra os contactos indiretos nas instalações realizadas
segundo o esquema TT, não é, em regra, garantida por dispositivos de proteção por máximo
de corrente.

85
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

 Esquema de Ligação à Terra TN

A figura 16 mostra a malha de defeito, aquando de um defeito de isolamento num esquema


de ligação à terra TN-S.

Figura 16 – Malha de defeito para um esquema de ligação à terra TN-S

86
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

A figura 17 mostra a malha de defeito, aquando de um defeito de isolamento num esquema


de ligação à terra TN-C.

Figura 17 – Malha de defeito para um esquema de ligação à terra TN-C

87
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

As características dos dispositivos de proteção e as impedâncias dos circuitos devem ser tais
que, se se produzir, em qualquer ponto, um defeito de impedância desprezável entre um
condutor de fase e o condutor de proteção ou uma massa, o corte automático seja efetuado
num tempo não inferior ao valor especificado para que se verifique a condição seguinte:

Zs Impedância da malha de defeito (incluindo a


Z × I ≤U
S a 0

fonte de alimentação, o condutor ativo até ao


ponto do defeito e o condutor de proteção
entre o ponto de defeito e a fonte de
alimentação), em ohms;

Ia Corrente que garante o funcionamento do

dispositivo de corte automático no tempo


indicado nas tabelas 8 (página 59) ou 9
(página 60), num tempo não superior a 5 s, em
amperes;
(quando se utilizarem dispositivos diferenciais,
Ia é a corrente diferencial-residual estipulada

I∆n);

Uo Tensão nominal entre fase e terra (valor eficaz

em corrente alternada), em volts.

No esquema TN, podem ser utilizados os dispositivos de proteção seguintes:

a) dispositivos de proteção contra sobreintensidades;

b) dispositivos diferenciais.

Devem ser, no entanto, consideradas as limitações seguintes:

- no esquema TN-C não devem ser utilizados dispositivos diferenciais;

88
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

- no esquema TN-C-S quando se utilizarem dispositivos diferenciais não deve


existir condutor PEN a jusante destes dispositivos.

Neste esquema de ligação à terra será então imprescindível a medição da impedância da


malha de defeito para verificar qual o valor da corrente de defeito e, por conseguinte, qual o
tipo e as características do dispositivo de proteção a utilizar.

No caso da utilização de dispositivos de proteção contra sobreintensidades para se garantir a


proteção das pessoas, será necessário garantir que a corrente de atuação do dispositivo de
proteção contra curto-circuitos (Ia) seja menor ou igual à corrente de curtos-circuitos fase-
terra, isto é:

I corrente de curto-circuito fase-terra, em


I ≤I
a CC CC

amperes;

Ia corrente que garante o funcionamento do

dispositivo de corte automático no tempo


indicado nas tabelas 8 (página 59) ou 9 (página
60), num tempo não superior a 5 s, em amperes
Quando se utilizarem dispositivos diferenciais,
Ia é a corrente diferencial-residual estipulada

(I∆n).

E que a curva característica tempo/corrente do dispositivo de proteção garanta a sua atuação


em tempos inferiores aos referidos nas tabelas 8 (página 59) e 9 (página 60), dependendo do
valor da tensão limite de segurança.

A realização de um ensaio de medição da impedância da malha de defeito permite obter o


valor exato dessa impedância.

89
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

 Esquema de ligação à terra IT

A figura 18 mostra a malha de defeito aquando de um defeito de isolamento num esquema


de ligação à terra IT isolado da terra.

Figura 18 – Malha de defeito para num esquema de ligação à terra IT isolado da terra

90
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

A figura 19 mostra a malha de defeito aquando de um defeito de isolamento num esquema


de ligação à terra IT impedante e em que os elétrodos de terra da alimentação (RB) e das
massas (RA) estão separados.

Figura 19 – Malha de defeito num esquema IT com o neutro ligado à terra por meio de uma
impedância (Z) e em que os elétrodos de terra da alimentação (RB) e das massas (RA) estão
separados

Dado o elevado valor da impedância da malha de defeito, a corrente resultante do primeiro


defeito é, em regra, muito baixa.

Assim, nesta situação, a dispensa do corte é justificada pela limitação da tensão de contacto
na massa, (de valor igual a RAxId), que não deve ser superior ao limite convencional.

91
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

RA Soma das resistências do elétrodo de terra e


R × I ≤U
A d L
dos condutores de proteção das massas,
em ohms;

Id Corrente de defeito no caso de um primeiro

defeito franco entre um condutor de fase e uma


massa, em amperes;
(no valor de Id, há que ter em conta as

correntes de fuga e a impedância global de


ligação à terra da instalação elétrica).

UL Tensão limite convencional de contacto, em


volts.

UL= 50 V
Instalações com condições gerais de humidade

UL= 25 V
Instalações com condições de contacto ou
humidade mais severas

No esquema IT, quando ocorrer um primeiro defeito de isolamento, a corrente de defeito tem
um valor tão reduzido que a tensão de contacto daí resultante não é perigosa (de valor
inferior à tensão limite convencional de contacto UL).

Isto permite evitar o corte ao primeiro defeito e manter a exploração da instalação. Para tal, é
importante que o defeito seja assinalado, rapidamente identificado e eliminado, pois, caso
contrário, a instalação passaria a funcionar em esquema TN ou em esquema TT.

Se surgisse um segundo defeito antes que o primeiro tivesse sido eliminado perder-se-iam as
vantagens do esquema IT, dado que, nesta situação, o corte é obrigatório.

Se o primeiro defeito não for eliminado e se ocorrer um segundo defeito de isolamento que
afete uma outra fase, estabelece-se uma corrente de duplo defeito (que é uma corrente de
curto-circuito entre fases ou entre fase e neutro) que embora tendo uma intensidade inferior
à de uma corrente de curto-circuito, pois afeta dois circuitos, poderá originar perigo para os

92
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

utilizadores, sendo, por conseguinte necessário colocar a instalação fora de serviço.

A figura 20 mostra a malha de defeito, aquando de um defeito de isolamento num esquema


de ligação à terra IT, na situação de as massas estarem ligadas ao mesmo elétrodo de terra.

Figura 20 – Corrente de duplo defeito no esquema IT quando as massas estiverem ligadas ao


mesmo elétrodo de terra

Assim, consoante o modo de ligação das massas à terra, na eventualidade de um segundo


defeito podemos ter uma das seguintes situações:

 quando as massas estiverem ligadas à terra, individualmente ou por grupos, o


esquema da instalação (IT) transforma-se num esquema TT;

 quando as massas estiverem interligadas, o esquema da instalação (IT)


transforma-se num esquema TN.

93
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Devendo as condições de proteção ser garantidas conforme o referido anteriormente para os


referidos esquemas de ligação à terra, garantido a seguinte condição:

 instalação com o neutro não distribuído:

3 ×U Zs impedância da malha de defeito, constituída


0
Z S

2× Ia pelo condutor de fase e pelo condutor de
proteção do circuito, em ohms;

Ia corrente que garante o funcionamento do

dispositivo de proteção no tempo "t" indicado


na tabela 10 ou tabela 11 (página 63) ou no
máximo de 5 s quando este tempo for
admissível, em amperes;

Uo tensão entre fase e neutro (valor eficaz em

corrente alternada), em volts;

 instalação com o neutro distribuído:

Zs' impedância da malha de defeito, constituída


` U 0
Z S

2× I pelo condutor neutro e pelo condutor de
a

proteção do circuito, em ohms;

Ia corrente que garante o funcionamento do

dispositivo de proteção no tempo "t" indicado


na tabela 10 ou tabela 11 (página 63) ou no
máximo de 5 s quando este tempo for
admissível, em amperes;

Uo tensão entre fase e neutro (valor eficaz em

corrente alternada), em volts;

94
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.9.2 Procedimento prático de ensaio

O princípio geral de funcionamento de um Recomenda-se que seja feita previamente uma


verificação da continuidade entre o neutro e as
aparelho de medição da impedância da malha de massas antes de se proceder à medição da
defeito consiste em injetar no circuito a ensaiar, impedância.

através da conexão de uma resistência calibrada,


por um período de tempo muito breve, uma
intensidade de corrente conhecida.

O equipamento mede o valor da tensão antes e durante o tempo em que a corrente circula
no circuito. A diferença entre os dois é o valor da queda de tensão no circuito ensaiado. O
quociente entre a queda de tensão verificada e o valor da corrente injetada no circuito dá o
valor da impedância da malha de defeito.

Quando for necessário proceder-se à medição da Os métodos a seguir descritos, que são dados a título
de exemplo, dão valores aproximados, dado que não
impedância da malha de defeito no esquema TN têm em conta as componentes vetoriais das tensões,
podem ser utilizados os métodos a seguir isto é, as condições que existem no momento em que
ocorre o defeito à terra. A precisão desta medição é,
descritos.
no entanto, considerada como aceitável desde que a
reactância do circuito seja desprezável.

95
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.9.2.1. Método da queda de tensão

Este método consiste em medir a tensão entre uma fase e a terra, com e sem uma resistência
de carga variável (R).

Na figura 21 está esquematizado o princípio em que se baseia este método.

Figura 21 – Método das quedas de tensão

96
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

O valor da impedância da malha de defeito é calculado a partir da expressão:

Z Impedância da malha de defeito, em ohms;


=U1
−U 2
Z U1 Tensão entre uma fase e a terra, medida sem
I R
a resistência de carga (R) ligada, em volts;
U2 Tensão entre uma fase e a terra, medida com
a resistência de carga R ligada, em volts;
IR Corrente que circula na resistência de carga R,
em amperes;

Nota:
A diferença entre as tensões U1 e U2 deve ser
significativa.

97
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.9.2.2. Método da alimentação separada

Este método consiste em desligar a fonte normal, curto-circuitando o primário do


transformador, e em alimentar o circuito em ensaio por meio de uma fonte de tensão auxiliar
(ligada ao secundário).

Na figura 22 está esquematizado o princípio em que se baseia este método.

Figura 22 – Método da alimentação separada

O valor da impedância da malha de defeito é calculado a partir da expressão:

U Z Impedância da malha de defeito, em ohms;


Z= U Tensão entre uma fase e a terra, em volts;
I
I Corrente que circula no circuito, em amperes.

98
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.10 Medição da resistência dos condutores de proteção

Este procedimento de verificação consiste em medir o valor da resistência entre cada uma
das massas da instalação e o ponto mais próximo da ligação equipotencial principal.

O valor obtido deve satisfazer à condição indicada na expressão seguinte:

R Resistência entre cada uma das massas da


R ≤ Uc instalação e o ponto mais próximo da ligação
I t
equipotencial principal, em ohms;

UC Tensão de contacto presumida (tensão de


contacto mais elevada suscetível de aparecer
numa instalação elétrica em caso de um
defeito de impedância desprezável), indicada
na tabela 15 em função do tempo de corte
definido nas tabelas 8 e 10, em volts;

It Corrente que garante o funcionamento


automático do dispositivo de proteção no
tempo definido na tabela 8, para o esquema
TN, ou na tabela 10, para o esquema IT, em
amperes;

Recomenda-se que essa medição seja feita a uma tensão que, em vazio, esteja compreendida
entre 4 V e 24 V (em corrente alternada ou em corrente contínua) e com uma corrente não
inferior a 0,2 A.

99
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

Tabela 15 – Tensões de contacto presumidas, em função do tempo de corte

Tempo de corte Tensão de contacto presumida


(s) (V)
0,1 350
0,2 210
0,4 105
0,8 68
5,0 50
Os valores da tensão de contacto presumida foram determinados a partir das condições enunciadas
na Norma IEC 60479-1.

100
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.11 Ensaio de polaridade

4.11.1 Generalidades

Quando não for permitida a instalação de Dispositivo de corte unipolar


Dispositivo de corte de apenas um pólo.
dispositivos de corte unipolar no condutor de
neutro, deve ser realizado um ensaio de
polaridade, com vista a verificar que esses
dispositivos estão apenas instalados nos
condutores de fase.

4.11.2 Procedimento de ensaio

Existem diversas formas de realizar o ensaio de 4.2 Verificação da continuidade dos condutores
de proteção e das ligações equipotenciais
polaridade, nomeadamente através do recurso a (Página 27)
multímetros e do ensaio de continuidade.

No entanto, o procedimento mais simples é o da inspeção visual tendo por base a coloração
dos condutores.

4.12 Ensaio dielétrico

4.12.1 Generalidades

Este ensaio deve ser realizado nos equipamentos construídos e montados no local da obra.

Para os conjuntos montados no local, e na falta de ensaio dielétrico, a verificação deve ser

101
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

feita por meio de uma inspeção visual.

A Norma EN 61439 define os métodos deste EN 61439


Conjuntos de aparelhagem de baixa tensão.
ensaio e fixa os valores para as tensões de ensaio Parte 1: Requisitos gerais.
para os conjuntos montados em fábrica. Parte 2: Conjuntos de aparelhagem de potência.
Parte 5: Conjuntos para redes de distribuição
pública.

4.12.2 Procedimento de ensaio

Enquanto as Regras Técnicas das Instalações Este teste não deverá ser realizado para locais com
risco de incêndio ou explosão.
Elétricas de Baixa Tensão não especificarem o tipo
de ensaio a realizar para os equipamentos
construídos no local, (que não satisfaçam a uma
Norma própria), o ensaio dielétrico pode ser
realizado pelo método a seguir descrito.

A rigidez dielétrica das instalações elétricas deve ser tal que, com os equipamentos de
utilização desligados, a instalação resista, durante 1 minuto, a uma tensão de ensaio,
expressa em volts, tendo como mínimo 1500 V, em 50 Hz, dada pela expressão:

Um Tensão mais elevada da instalação, em volts.


2U m
+ 1000

Este ensaio realizar-se-á para cada um dos condutores, em relação à terra e entre condutores.

4.13 Ensaios funcionais

102
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
4. Ensaios e Medições

4.13.1 Generalidades

Os conjuntos de equipamentos, tais como os conjuntos de aparelhagem, os motores e os


seus auxiliares, os comandos, os encravamentos, etc., devem ser submetidos a um ensaio
funcional, com vista a verificar que estão corretamente montados, regulados e instalados nas
condições indicadas nas Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão.

Os dispositivos de proteção devem ser submetidos, se necessário, a ensaios funcionais, com


vista a verificar que estão corretamente instalados e regulados.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
5. Manutenção e Exploração das Instalações

5. Manutenção e exploração das instalações

5.1 Manutenção das instalações

5.1.1 Generalidades

As instalações elétricas devem ser mantidas, em Manutenção


Combinação de todas as ações técnicas e
permanência, em bom estado de conservação, administrativas, incluindo ações de fiscalização,
através da realização de um eficaz plano de destinadas a garantir a conservação de uma
instalação, equipamento ou material, para que o
manutenção.
mesmo possa realizar as funções que lhe são
requeridas.
A manutenção das instalações apenas deve ser
As operações de substituição de equipamentos
confiada a técnicos devidamente habilitados para elétricos só devem ser feitas após o seccionamento do

o efeito, devendo na realização das ações de circuito que os alimenta.

manutenção, ser usadas as medidas de segurança Para certos equipamentos, deve ser comprovada a
ausência de tensão aos seus terminais de
adequadas ao tipo de operações a realizar. alimentação, nomeadamente, quando for de recear a
possibilidade de realimentação por meio de um outro
circuito.

105
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
5. Manutenção e Exploração das Instalações

Todos os defeitos ou anomalias detetados nas instalações e ou nos equipamentos elétricos


ou no seu funcionamento, nas instalações que careçam de técnico responsável pela
exploração devem ser comunicados ao técnico responsável pela exploração das instalações e,
nas que não tenham técnico responsável pela exploração, ao dono da obra.

No decorrer das ações de manutenção, todas as instalações ou partes das instalações, que
representem perigo potencial para a segurança das pessoas e das próprias instalações devem
ser, imediatamente, colocadas sem tensão e apenas devem ser ligadas após terem sido feitas
as necessárias reparações.

Durante a manutenção das instalações deverá ser dedicada uma atenção especial aos
seguintes aspetos:

a) dispositivos que coloquem as partes ativas fora do alcance das pessoas;

b) as ligações e o estado dos condutores de proteção;

c) o estado dos cabos flexíveis que alimentem aparelhos móveis, bem como os
seus dispositivos de ligação;

d) a regulação correta dos dispositivos de proteção.

106
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
5. Manutenção e Exploração das Instalações

5.2 Exploração das instalações

5.2.1 Generalidades

A exploração das instalações elétricas deve ser EN 50110


Parte 1: Exploração de instalações elétricas.
feita de acordo com os princípios gerais indicados
Parte 2: Anexos nacionais.
na Norma EN 50110.

5.2.2 Utilização das instalações

Na utilização das instalações não deve tocar-se, sem necessidade, em quaisquer condutores
elétricos, peças ou equipamentos desprotegidos, nem manejar, sem tomar os devidos
cuidados, objetos que possam provocar contactos com elementos em tensão.

A mudança dos elementos de substituição dos Elemento de Substituição


Parte de um fusível, incluindo o ou os elementos
fusíveis só pode ser executada por pessoas fusíveis, destinada a ser substituída após
instruídas ou qualificadas e empregando funcionamento do fusível.

dispositivos de segurança adequados. Pessoas Instruídas


Pessoas suficientemente informadas ou
supervisionadas por pessoas qualificadas para lhes
permitir evitar os perigos que possam advir da
eletricidade.
Classificação quanto à Competência das pessoas
como BA4 (RTIEBT)

Pessoas qualificadas
Pessoas possuindo conhecimentos técnicos ou
experiência suficiente que lhes permita evitar os
perigos que possam advir da eletricidade.
Classificação quanto à competência das pessoas
como BA5 (RTIEBT).

107
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
5. Manutenção e Exploração das Instalações

5.2.3 Execução de trabalhos

5.2.3.1. Execução de trabalhos fora de tensão

Os trabalhos nas instalações devem ser realizados, em regra, fora de tensão e por pessoas
qualificadas ou instruídas, depois de o responsável pela condução desses trabalhos ter
procedido ao corte da corrente ou ter recebido comunicação de pessoa idónea que garanta
ter sido realizado esse corte.

Não é admissível iniciar os trabalhos por prévia combinação de hora, pois este procedimento
pode originar acidentes devido ao desacerto dos relógios, ao engano nas horas ou a uma
incorreta estimação do tempo necessário para executar a manobra de corte.

Também não é admissível iniciar os trabalhos por simples falta de tensão uma vez que esta
pode resultar não de uma ação intencional, mas de um incidente na instalação e a tensão
poder surgir após a resolução desse incidente.

Se a comunicação referida anteriormente for via rádio, telefone ou telemóvel, quem a receber
deve repeti-la, demonstrando que a compreendeu.

Antes de iniciar os trabalhos deve ser comprovada a efetiva ausência de tensão por meio de
dispositivos adequados. Deve, ainda, verificar-se se na proximidade da zona onde vão
decorrer os trabalhos há condutores ou peças em tensão e, em caso afirmativo, devem tomar
se as precauções adequadas.

108
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
5. Manutenção e Exploração das Instalações

Devem ser tomadas as medidas adequadas para evitar que possam ser religados de forma
inadvertida os dispositivos de corte ou de proteção acessíveis e por meio dos quais foi
eliminada a tensão, como por exemplo o bloqueio, por meio de cadeados ou de fechaduras,
dos dispositivos de corte ou de proteção e a colocação de placas ou de letreiros de aviso com
a indicação “NÃO LIGAR - TRABALHOS”, os quais devem ser mantidos até ao final dos
trabalhos.

Quando não houver certeza de que foi desligada a parte da instalação afetada pelos
trabalhos, estes só poderão ser realizados como se a instalação estivesse em tensão e de
acordo com as regras para os trabalhos em tensão.

O restabelecimento da tensão às instalações onde decorreram os trabalhos só deve ser feito


depois de avisadas as pessoas que os realizaram e de ter sido garantido que a instalação está
em condições de ser alimentada. Não é admissível restabelecer a tensão por prévia
combinação de hora, uma vez que este procedimento pode dar lugar a acidentes devidos ao
desacerto dos relógios, ao engano nas horas ou a uma demora na realização dos trabalhos
para além do previsto.

Se o aviso de restabelecimento da tensão às instalações onde decorreram os trabalhos for via


rádio ou telefone, quem o receber deve repeti-lo, demonstrando que o compreendeu.

109
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
5. Manutenção e Exploração das Instalações

5.2.3.2. Execução de trabalhos em tensão

Os trabalhos nas instalações podem ser realizados Não são considerados trabalhos em tensão as
simples manipulações de aparelhos construídos
em tensão quando, por motivos de serviço, não for especialmente para serem manobrados em tensão
conveniente cortar a tensão.

Como os trabalhos em tensão promovem um risco Choque elétrico


Efeito fisiopatológico resultante da passagem de
potencial de choque elétrico, quando estes forem uma corrente elétrica através do corpo humano ou
realizados devem ser verificadas, simultaneamente, do corpo de um animal.

as condições seguintes: A expressão choque elétrico abrange


simultaneamente os conceitos de contacto direto e
de contacto indireto.

a) rigoroso cumprimento das regras e das condições próprias para este tipo de
trabalhos, as quais devem ter sido elaboradas de forma a prevenir os riscos daí
resultantes para a segurança das pessoas e dos bens (incluindo a própria instalação);

b) realização dos trabalhos apenas por pessoas qualificadas para este tipo de trabalhos;

c) utilização de equipamentos e de De entre os equipamentos e ferramentas, próprios


para os trabalhos em tensão, a utilizar consoante
ferramentas apropriados a cada trabalho, os o tipo trabalho referem-se:
quais devem ser verificados antes da sua a) luvas isolantes;
b) óculos e viseiras protetoras;
utilização e controlados periodicamente, de
c) calçado isolante;
acordo com as regras relativas aos trabalhos d) ferramentas isoladas;
e) protetores isolantes.
em tensão.

110
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
5. Manutenção e Exploração das Instalações

5.2.4 Equipamentos de reserva e acessórios para a exploração

Para garantir a continuidade de serviço, as instalações São exemplo desses acessórios, os fusíveis,
punhos saca fusíveis, fontes de luz
elétricas, cuja importância o justifique, devem ser auxiliares.
dotadas com os equipamentos de reserva e com os
acessórios suscetíveis de virem a ser necessários durante
a exploração.

5.2.5 Instruções de primeiros socorros

Nos locais afetos a serviços elétricos devem ser afixados, em locais apropriados, as instruções
aprovadas oficialmente, para os primeiros socorros a prestar em caso de acidentes pessoais
produzidos pela corrente elétrica

Recomenda-se que:

a) as pessoas afetas às instalações pratiquem, regularmente, os exercícios de respiração


artificial constantes das instruções referidas;

b) sejam, também, colocadas as instruções referidas noutros tipos de locais cuja


importância e o perigo o aconselhem;

c) sejam colocadas, em locais apropriados, farmácias portáteis equipadas com material


para primeiros socorros, incluindo, um frasco, bem rolhado, com bicarbonato de
sódio;

111
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
5. Manutenção e Exploração das Instalações

d) sejam colocadas, nas salas de baterias de acumuladores de chumbo, o material de


socorro seguinte:

- um frasco contendo soro (solução a 1% de cloreto de sódio em água


destilada, que pode ser obtida dissolvendo 10 g de sal de cozinha em 1 l de
água destilada), destinado à lavagem imediata da vista em caso de acidente
com o eletrólito que tenha atingido os olhos;

- uma caixa contendo sal de cozinha destinado a ser deitado sobre a zona
atingida, depois de lavada abundantemente com água corrente, em caso de
derrame do eletrólito sobre a pele ou sobre o vestuário.

e) sejam colocadas, nas salas de baterias de acumuladores alcalinas, o material de


socorro seguinte:

- um frasco contendo uma solução de ácido bórico a 5%;

- uma caixa contendo areia para ser deitada sobre o eletrólito, em caso de
derrame deste sobre o pavimento.

5.2.6 Acordo com outras entidades

Quando a realização de quaisquer trabalhos puder pôr em risco a segurança das pessoas que
os executam devido à proximidade de outras instalações, elétricas ou não, ou pôr em perigo
ou causar perturbações a essas mesmas instalações, as entidades interessadas devem tomar,
de comum acordo as precauções convenientes.

112
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
Lista de Tabelas

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Valores mínimos da resistência de isolamento e valores da tensão de ensaio em corrente


contínua em função da tensão nominal do circuito ....................................................................................................... 37
Tabela 2 – Combinações de medida da resistência de isolamento entre condutores ativos e o condutor de
proteção ...................................................................................................................................................................................... 40
Tabela 3 – Combinações de medida da resistência de isolamento entre condutores ativos ............................. 42
Tabela 4 – Valores mínimos da resistência de isolamento e valores da tensão de ensaio .................................. 44
Tabela 5 – Duração máxima da tensão de contacto presumida para UL=50Vac ou UL=120Vdc ....................... 54
Tabela 6 – Duração máxima da tensão de contacto presumida para UL=25Vac ou UL=60Vdc.......................... 55
Tabela 7 – Valores máximos da resistência do elétrodo de terra em função da corrente diferencial
estipulada dos dispositivos diferenciais para UL = 50 V e UL = 25 V ........................................................................... 57
Tabela 8 – Tempos de corte máximos no esquema de ligação à terra TN – UL=50V ............................................ 59
Tabela 9 – Tempos de corte máximos no esquema de ligação à terra TN – UL=25V ........................................... 60
Tabela 10 – Tempos máximos de corte no esquema IT (segundo defeito) – UL=50V.......................................... 63
Tabela 11 – Tempos máximos de corte no esquema IT (segundo defeito) – UL=25V .......................................... 63
Tabela 12 – Valores normalizados dos tempos de funcionamento e tempos de não funcionamento de
interruptores e disjuntores diferenciais ............................................................................................................................. 70
Tabela 13 – Resistividade dos terrenos de acordo com a sua natureza .................................................................... 80
Tabela 14 – Valores máximos da resistência do elétrodo de terra em função da corrente estipulada dos
dispositivos de proteção contra sobreintensidades para UL = 50 V ........................................................................... 85
Tabela 15 – Tensões de contacto presumidas, em função do tempo de corte .................................................... 100

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Verificação, Manutenção e Exploração das Instalações.
Lista de Figuras

Lista de Figuras

Figura 1 – Esquema simplificado de realização do ensaio de continuidade – Método 1 .................................... 30


Figura 2 – Esquema simplificado de realização do ensaio de continuidade – Método 2 .................................... 32
Figura 3 – Esquema simplificado de uma instalação com um defeito de isolamento na fase L1 de uma carga
....................................................................................................................................................................................................... 35
Figura 4 – Esquema simplificado da medição da resistência de isolamento – Método U-I ................................ 38
Figura 5 – Esquema simplificado do ensaio de medição da resistência de isolamento entre condutores
ativos e o condutor de proteção .......................................................................................................................................... 41
Figura 6 – Esquema simplificado de realização do ensaio de medição da resistência de isolamento entre
condutores ativos ..................................................................................................................................................................... 43
Figura 7 – Elétrodo de medição do tipo 1 ......................................................................................................................... 47
Figura 8 – Elétrodo de medição do tipo 2 ......................................................................................................................... 48
Figura 9 – Ligação do elétrodo de medição do tipo 2 ................................................................................................... 49
Figura 10 – Princípio de funcionamento do método 1 .................................................................................................. 65
Figura 11 – Princípio de funcionamento do método 2 .................................................................................................. 66
Figura 12 – Princípio de funcionamento do método 3 .................................................................................................. 67
Figura 13 – Medição da resistência de um elétrodo de terra ....................................................................................... 73
Figura 14 – Verificação da condição de elétrodos de terra eletricamente distintos ............................................. 78
Figura 15 – Malha de defeito para um esquema de ligação à terra TT...................................................................... 83
Figura 16 – Malha de defeito para um esquema de ligação à terra TN-S ................................................................. 86
Figura 17 – Malha de defeito para um esquema de ligação à terra TN-C................................................................. 87
Figura 18 – Malha de defeito para num esquema de ligação à terra IT isolado da terra ..................................... 90
Figura 19 – Malha de defeito num esquema IT com o neutro ligado à terra por meio de uma impedância (Z)
e em que os elétrodos de terra da alimentação (RB) e das massas (RA) estão separados ................................... 91
Figura 20 – Corrente de duplo defeito no esquema IT quando as massas estiverem ligadas ao mesmo
elétrodo de terra ....................................................................................................................................................................... 93
Figura 21 – Método das quedas de tensão ....................................................................................................................... 96
Figura 22 – Método da alimentação separada................................................................................................................. 98

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