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CAPÍTULO 1 - ESQUEMA BÁSICO DO SISTEMA ELÉTRICO

Toda energia gerada para atender ao sistema elétrico, no território brasileiro, é da forma trifásica,
alternada, tendo sido fixada a frequência de 60 HZ, por decreto governamental.
Um sistema elétrico compreende os seguintes componentes
 Produção
 Transmissão
 Distribuição

1.1) PRODUCÃO
Pode ser realizada por meio do uso da energia potencial da água (hidroelétrica) ou utilização da
energia potencial dos combustíveis (termoelétrica).
Cerca de 90% da energia gerada no Brasil é através de hidroelétricas, pois nosso país possui um rico
potencial hidráulico.
As usinas termoelétricas existentes no Brasil utilizam combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral)
combustíveis não fósseis (madeira, bagaço de cana, etc.) ou combustível nuclear (urânio enriquecido).

1.2)TRANSMISSÃO
Significa transporte da energia elétrica gerada até os centros consumidores.
Para que seja economicamente viável, a tensão gerada, normalmente 13,8 KV deve ser elevada para
valores padronizados em função da potência à ser transmitida e da distância entre usina e centros
consumidores. Portanto temos uma subestação elevadora junto a geração, conforme diagrama à seguir.
As tensões mais usuais para transmissão em corrente alternada são 69, 138, 230, 345 e 500 KV.
Estudos econômicos podem decidir por transmissão acima de 500 KV em corrente contínua. Um exemplo
deste tipo de transmissão é o da Usina de Itaipú cujas linhas de transmissão são de 600 KV em CC. Neste
caso necessita-se de uma subestação retificadora e uma subestação inversora.

1.3)DISTRIBUICÃO
Parte do sistema elétrico dentro dos centros de utilização (cidades, bairros, indústrias). A distribuição
começa na subestação abaixadora onde a tensão da Linha de Transmissão é reduzida para valores
padronizados nas redes de distribuição primária (13,2; 15; 34,5 KV).
A parte final do sistema elétrico são os trafos abaixadores que reduzem a tensão para valores de
utilização (380/220; 220/127 V). As redes de distribuição nos centros urbanos podem ser aéreas ou
subterrâneas. As redes de distribuição primária e secundária, normalmente são trifásicas e as ligações aos
consumidores poderão ser monofásicas, bifásicas ou trifásicas, de acordo com a carga:

Figura 1.1 – Diagrama Unifilar

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CAPÍTULO 2 - INSTALACÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO

As instalações elétricas de baixa tensão, atualmente, são regidas pela Norma Brasileira NBR
5410/04 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Um projeto de instalações elétricas é a previsão escrita, com todos os detalhes, localização dos pontos
de utilização da energia elétrica, comandos, trajetos dos condutores, divisão dos circuitos, seção dos
condutores, cargas e dispositivos de manobra.
De maneira geral, o projeto compreende quatro partes:
a) Memória - O projetista justifica, descreve sua solução.
b) Conjunto de Plantas - Esquemas e detalhes que deverão conter todos os elementos necessários à perfeita
execução do projeto
c) Especificações - Onde se descreve o material a ser utilizado e as normas para sua aplicação.
d) Orçamento - Onde são levantados quantidades e custos de material e mão de obra.
Para elaboração do projeto de instalações o projetista necessita de plantas e cortes de arquitetura.

2.1)DEFINIÇÕES

Ponto - É o termo utilizado para designar aparelhos fixos de consumo, centros de luz, tomadas de corrente,
arandelas, botões de campainha.
Ponto Útil ou Ativo - É o dispositivo onde a corrente elétrica é realmente utilizada ou produz efeito ativo
(ex. receptáculo onde é colocada uma lâmpada ou uma tomada onde é ligado um aparelho eletrodoméstico).
Ponto de Comando - É o dispositivo por meio do qual se governa um ponto ativo. É constituído por um
interruptor de alavanca, botões ou disjuntor.

Os principais pontos ativos são:


a) Ponto Simples - Corresponde a um aparelho fixo (ex. um chuveiro elétrico). Constituído também por
uma só lâmpada ou grupo de lâmpadas funcionando em conjunto.
b) Ponto de Duas Seções - Quando constituído por duas lâmpadas ou dois grupos de lâmpadas funcionando
por etapas, ligadas independentemente uma da outra.
c) Tomada Simples - Quando nela se pode ligar somente um aparelho. Em geral são de 15 A - 220/127 V
d) Tomada Dupla - Quando nela podem ser ligados simultaneamente dois aparelhos
Os principais pontos de comando são:
a) Interruptor Simples - Acende ou apaga uma só lâmpada ou grupo de lâmpadas funcionando em conjunto.
Em geral são de 10 A - 220 V.
b) Interruptor de Duas Seções - Acende ou apaga separadamente duas lâmpadas ou dois grupos de
lâmpadas funcionando em conjunto.
c) Interruptor de Três Seções - Acende ou apaga separadamente três lâmpadas ou três grupos de lâmpadas
funcionando em conjunto.
d) Interruptor Paralelo (Three Way) - Aquele que, operando com outro da mesma espécie, acende ou apaga,
de pontos diferentes, o mesmo ponto útil. Usado em corredores e escadas.
e) Interruptor Intermediário (Four Way) - É um interruptor, colocado entre interruptores paralelos, que
acende e apaga, de qualquer ponto, o mesmo ponto ativo

2.2)FIACÃO
No traçado do projeto de instalações elétricas é necessária a marcação dos condutores contidos nas
tubulações, para determinar-se o diâmetro da mesma e orientação do trabalho de enfiação.
Portanto, é necessário conhecer os esquemas de ligação e a denominação dos fios, segundo a função
que desempenham.
a) Fio Neutro - Vai, sem exceção, diretamente a todos os pontos ativos.
b) Fio Fase - Vai retamente apenas às tomadas e aos interruptores simples e a somente um dos interruptores
paralelos (three way)
c) Fio Retorno - É o condutor fase que depois de passar por um interruptor “retorna ao ponto de luz”.
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d) Fios Auxiliares - São condutores existentes nos comandos compostos, por exemplo, os que ligam os
interruptores three way e four way.

2.3)SIMBOLOGIA
Na elaboração de projetos de instalações elétricas empregam-se símbolos gráficos para representação
dos pontos e demais componentes que constituem os circuitos elétricos.
A seguir vemos os símbolos gráficos para os projetos de instalações elétricas com as simbologias,
usual e normalizada pela ABNT.

Tabela 2.1 – Simbologia para Instalações Elétricas

Figura 2.1 – Exemplo de Planta de Instalação

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2.4) ESQUEMAS FUNDAMENTAIS DE LIGACÃO

Figura 2.2- Ponto de luz e interruptor de uma seção

Figura 2.3 – Ponto de luz, interruptor de uma seção e tomada baixa

Figura 2.4 – Ponto de luz no teto, arandela na parede e interruptor de duas seções.

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Figura 2.5 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor simples

Figura 2.6 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções

Figura 2.7 – Dois pontos de luz comandados por interruptor de duas seções + tomada baixa

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Figura 2.8 – Lâmpada acesa por interruptor de uma seção pelo qual chega a alimentação

Figura 2.9 – Duas lâmpadas acesas por interruptor de duas seções pelo qual chega à alimentação

Figura 2.10 – Duas lâmpadas comandadas por interruptores independentes, de uma seção cada.

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Figura 2.11 – Interruptores three-way, situação da lâmpada apagada

Figura 2.12 – Interruptor three-way, situação da lâmpada acesa

Figura 2.13 – Interruptor three-way (interruptor paralelo)

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Figura 2.14 – Dois interruptores three-way e um interruptor four-way.

Figura 2.15 – Dois interruptores three-way e um interruptor four-way

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2.5) DIVISÃO DA CARGA DA INSTALACÃO EM CIRCUITOS

Toda instalação deve ser dividida em vários circuitos, de modo a:


 Limitar as conseqüências de uma falta, a qual provocará apenas o seccionamento do circuito defeituoso.
 Facilitar as verificações, os ensaios e a manutenção.
 Possibilitar a conservação da energia elétrica
 Viabilizar a criação de diferentes ambientes, por exemplo, em salas de reuniões, recintos de lazer, etc.

Chama-se circuito ao conjunto de pontos de consumo, alimentados pelos mesmos condutores e


ligados ao mesmo dispositivo de proteção (chave ou disjuntor).
Nos sistemas polifásicos os circuitos devem ser distribuídos de modo a assegurar o melhor equilíbrio
de cargas entre as fases.
Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de tomadas de uso específico.
Em residências os pontos de tomada de uso geral podem ser alimentados pelo circuito de iluminação,
desde que sejam seguidas as seguintes prescrições:
a) A corrente de projeto não seja superior a 16 A.
b) Os pontos de iluminação não sejam alimentados em sua totalidade por um único circuito.

Observar as seguintes restrições:


 Prever circuitos independentes para aparelhos de potência superior a 1500 VA, sendo permitida a
alimentação de mais de um aparelho do mesmo tipo através de um único circuito.
 As proteções dos circuitos de condicionamento ou aquecimento de ar de uma residência podem ser
agrupadas no quadro de distribuição ou em quadro separado.
 Quando um mesmo alimentador abastece vários aparelhos individuais de ar condicionado, deve haver
uma proteção para o alimentador geral e uma proteção junto a cada aparelho.
 Cada circuito deverá ter seu próprio condutor neutro
Como regra prática, com vistas a facilitar a execução das instalações elétricas é comum dividir os
circuitos em potências de:
 1200 a 1500 VA em 127 Volts
 2100 a 2600 VA em 220 Volts

Com estes valores, a princípio, podemos utilizar condutores de 1,5 mm² para quase todos os circuitos,
não levando em conta o critério da queda de tensão.

Figura 2.16 – Distribuição de Circuitos em Uma Instalação


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2.6) QUADRO DE DISTRIBUICÃO.

Os circuitos de alimentação das cargas da instalação partem do QDBT, quadro onde são instalados
os dispositivos de proteção (disjuntores). O QDBT deve ser instalado no ponto central das cargas para
melhor equilíbrio dos circuitos, deve ser colocado em local de fácil acesso e livre de umidade. Em
residências é comum a instalação do QDBT nos corredores ou na cozinha, mesmo não sendo ponto central,
por facilidades de execução e para não prejudicar a estética.
Segundo a NBR 5410/04, nos quadros de distribuição, dever ser previsto um espaço de reserva para
ampliações futuras, com base no número de circuitos com que o quadro for efetivamente equipado,
conforme tabela a seguir:

Tabela 2.2 – Reserva nos quadros de distribuição

Figura 2.17 – Quadro de distribuição

2.7)QUADRO DE CARGAS

Após o dimensionamento e disposição dos pontos de luz e tomadas em planta baixa, juntamente com
os interruptores, temos que distribui-los pelos circuitos, marcando ao lado de cada ponto o número do
circuito a que pertence. O quadro de cargas resume as informações principais do projeto elétrico.

CIRCUITO ILUMINACÃO (W) TOMADAS (w) TOTAL PROT COND FASE OBS
40 60 100 100 600 ESP (A) mm²
1
2
3
4
5
6
Figura 2.18 – Quadro de Cargas
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2.8) DIMENSIONAMENTO DA CARGA DA INSTALACÃO

2.8.1)DENSIDADE DE CARGA
Antes mesmo da elaboração do projeto, há necessidade de se proceder a uma estimativa preliminar
de carga, isto é, da potência que será instalada, como base para cálculo da demanda máxima a para consulta
prévia à Concessionária.
À medida que o projeto vai sendo elaborado e se procede ao estudo luminotécnico, vão sendo
definidos com maior exatidão os pontos ativos, com suas respectivas cargas, de modo que se possa, ao final,
dispor de elementos para o preparo de uma lista geral de carga. A estimativa preliminar costuma ser feita
partindo da densidade de carga (W/m² ou VA/m²) e das áreas que serão servidas pela instalação.

LOCAL ESTIMATIVA EM W/m²


Auditórios e Salões 15
Bancos 50
Barbearia e Salão de Beleza 30
Clubes e Semelhantes 20
Escolas e Semelhantes 30
Escritórios 50
Garagens e Áreas de Serviço 5
Hospitais e Semelhantes 20
Hotéis e Semelhantes 20
Igrejas e Semelhantes 15
Lojas e Semelhantes 30
Residências e Semelhantes 30
Restaurantes e Semelhantes 20
Tabela 2.3 – Densidade de carga

2.8.2)CARGA DE ILUMINACÃO
No caso de residências não há necessidade de um projeto próprio da iluminação, podendo ser adotado
o seguinte critério:

a) Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m² deve ser prevista uma carga mínima de
100 VA.
b) Em cômodos ou dependências com área superior a 6 m² deve ser prevista uma carga mínima de 100
VA para os primeiros 6 m², acrescida de 60 VA para cada aumento de 4m² inteiros.
No caso de escritórios, estabelecimentos comerciais e industriais, não se dispensa o projeto
luminotécnico, indicando o nível de iluminamento para vários locais.
Os valores apurados correspondem à potência destinada a iluminação para efeito de
dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à potência da lâmpada.

2.8.3) CARGAS DE TOMADAS


Os aparelhos eletrodomésticos e as máquinas de escritório são normalmente alimentados por tomadas
de corrente.
As tomadas podem ser divididas em duas categorias:
a) Tomadas de Uso Específico
Alimentam aparelhos fixos ou estacionários, que embora possam ser removidos trabalham sempre
num determinado local. É o caso dos chuveiros, torneiras elétricas e ar condicionado.
A potência a ser prevista nas tomadas de uso específico será a potência nominal do aparelho a ser
usado.
Apresentamos a seguir alguns valores típicos de potências para aparelhos eletrodomésticos.

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Aquecedor de água 30 e 50 l 2000W
Aquecedor de água 80 l 2500 W
Aquecedor de água 110 e 150 l 3000 W
Aquecedor de água 200 l 4000 W
Aquecedor de água 300 l 6000 W
Aquecedor de ambiente 700 a 1500 W
Aspirador de pó 750 a 1100 W
Batedeira de bolo 70 a 300 W
Cafeteira 600 a 1200 W
Chuveiro 4000 a 7500 W
Condicionador de ar 7500 BTU 1000 W
Condicionador de ar 9000 BTU 1200 W
Condicionador de ar 10500 BTU 1500 W
Condicionador de ar 12500 BTU 1900 W
Condicionador de ar 15000 BTU 2100 W
Condicionador de ar 18000 BTU 2900 W
Condicionador de ar 21000 BTU 3100 W
Condicionador de ar 30000 BTU 4000 W
Freezer 500 W
Exaustor 300 W
Ferro de passar 1000 a 1250 W
Forno Elétrico 900 a 2400 W
Forno Micro ondas 1200 W
Geladeira Doméstica 150 a 400 W
Lavadora de Louças 2700 W
Lavadora de Roupas 500 a 1000 W
Liqüidificador 100 a 250 W
Máquina de escrever 150 W
Micro computador e impressora 500 W
Secadora de roupas 3500 a 6000 W
Secador de Cabelo 500 a 1500 W
Televisor 70 a 300 W
Torneira elétrica 2500 a 3200 W
Torradeira 500 a 1200 W
Ventilador Portátil 60 a 100 W

Tabela 2.4 – Potência nominal de alguns equipamentos elétricos

b) Tomadas de Uso Geral


Nelas são ligados aparelhos portáteis como abajures, enceradeiras, aspiradores de pó, liqüidificadores
e batedeiras.
Nestas tomadas devemos prever as seguintes cargas:
Instalações Residenciais - 100 VA por tomada
Instalações Comercias - 200 VA por tomada

O número mínimo de tomadas de uso geral é estabelecido pela NBR 5410/04 e é determinado em
função da destinação do local e dos equipamentos elétricos que podem ser aí utilizados, observando os
seguintes critérios:

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a) Residências (casas e apartamentos)
 Cômodo ou dependência com área menor que 6m² - pelo menos uma tomada
 Cômodo ou dependência com área maior que 6m² (sala ou quartos) - pelo menos uma tomada para cada
5m, ou fração de perímetro, uniformemente distribuídas.
 Banheiros - uma tomada junto ao lavatório
 Cozinhas ou Copas-cozinhas - pelo menos uma tomada para cada 3,5m ou fração de perímetro, sendo
que acima de cada banca de pia, devem ser previstas no mínimo duas tomadas de corrente, no mesmo
ponto ou em pontos distintos.
 Subsolos, sótãos, varandas e garagens - uma tomada no mínimo.
OBS: Em banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos, no mínimo
600 VA por ponto de tomada, até três pontos, e 100 VA para os pontos excedentes, considerando-se os
ambientes separadamente. Quando o total de tomadas no conjunto desses ambientes for superior a seis
pontos, admite-se que o critério de atribuição de potências seja de no mínimo 600VA por ponto de tomada,
até seis pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes, sempre considerando cada um dos ambientes
separadamente.

b) Comerciais
 Escritórios com áreas iguais ou inferiores a 40m² - uma tomada para cada 3m ou fração de perímetro, ou
uma tomada para cada 4m² ou fração de área. (adota-se o critério que conduzir ao maior número de
tomadas)
 Escritórios com áreas superiores a 40m² - dez tomadas para os primeiros 40m² mais uma tomada para
cada 10m² ou fração de área restante.
 Lojas - uma tomada para cada 30m² ou fração, não computadas as tomadas destinadas a lâmpadas,
vitrines e demonstração de aparelhos.

Exemplos:

1)Determinar o número mínimo de tomadas de uso geral (TUG´s) para uma sala de estar que possui 3m de
largura e 5m de comprimento.

2)Calcular a carga mínima de iluminação para o cômodo descrito no exemplo 1.

3)Determinar o número mínimo de tomadas de uso geral para uma cozinha que possui 2m de largura e 3m
de comprimento.

4)Calcular a carga mínima de iluminação para o cômodo descrito no exemplo 3.

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CAPÍTULO 3 - DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES

Condutor elétrico é um corpo constituído de material bom condutor, destinado à transmissão da


eletricidade. Em geral é de cobre eletrolítico e, em certos casos, de alumínio.
Fio é um condutor sólido, maciço, de seção circular, com ou sem isolamento.
Cabo é um conjunto de fios encordoados, não isolados entre si. Pode ser isolado ou não, conforme
o uso a que se destina. É mais flexível que um fio de mesma capacidade de carga.

Figura 3.1 – Fios e Cabos

Seção nominal de um fio ou cabo é a área da seção transversal do fio ou da soma das seções dos fios
componentes de um cabo. A seção de um condutor a que nos referimos, não inclui a isolação.
Atualmente a especificação dos condutores, segundo a NBR 5410/04, é feita por sua seção em
milímetros quadrados (mm²).
Em instalações residenciais só podem ser utilizados condutores de cobre, exceto condutores de
aterramento e proteção.
Os condutores de alumínio podem ser utilizados em instalações industriais e devem atender as
seguintes prescrições:
 Seção nominal dos condutores seja ≥ 16 mm²
 A instalação seja alimentada diretamente por subestação de transformação ou transformador, a partir de
uma rede de alta tensão, ou possua fonte própria.
 A instalação e manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas.
Nas instalações comerciais os condutores de alumínio podem ser utilizados se as
seguintes prescrições forem satisfeitas:
 Seção nominal dos condutores seja ≥ 50 mm²
 Os locais tenham baixa densidade de ocupação e percurso de fuga breve.
 A instalação e manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas.
3.1) TIPOS DE CONDUTORES

Em geral, os fios e cabos são designados em termos de seu comportamento quando submetidos à
ação do fogo, isto é, em função do material de sua isolação e cobertura. Assim os cabos elétricos podem
ser:
 Propagadores de Chama - São aqueles que entram em combustão sob ação direta da chama e a mantém
mesmo após a retirada da chama. Pertencem a esta categoria o etilenopropileno (EPR) e o polietileno
reticulado (XLPE).
 Não Propagadores de Chama - Removida a chama ativadora a combustão do material cessa. Considera-
se o cloreto de polivinila (PVC) e o neoprene não propagadores de chama.
 Resistentes à Chama - Mesmo em caso de exposição prolongada, a chama não se propaga ao longo do
material isolante do cabo. É o caso dos cabos Sintenax Antiflan da Pirelli.
 Resistentes ao Fogo - São materiais especiais incombustíveis, que permitem o funcionamento do circuito
elétrico mesmo na presença de um incêndio. São usados em circuitos de segurança e sinalização de
emergência. A Pirelli classifica estes cabos como Afumex.

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3.2) DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES FASE

Os condutores são dimensionados segundo os seguintes critérios:


a) Critério da Seção Mínima
b) Critério da Capacidade de Condução de Corrente
c) Critério da Queda de Tensão
d) Critério da Capacidade Momentânea
Uma vez determinadas as seções possíveis para o condutor, calculadas de acordo com os critérios
acima referidos, adota-se a maior seção encontrada.
O critério da Capacidade Momentânea só é aplicado obrigatoriamente nos alimentadores principais
e secundários de elevada carga, verificando se a seção escolhida suporta a corrente de sobrecarga ou a
corrente de curto circuito determinadas pelo tempo de atuação da proteção e pelo nível de curto da rede.
No nosso trabalho consideraremos somente os três primeiros critérios.

a) Critério da Seção Mínima


A NBR 5410/04 estabelece os seguintes critérios com relação às seções mínimas para os condutores
fase, neutro e proteção.

Tabela 3.1 – Seção mínima dos condutores.

Chamamos circuito de iluminação a todo circuito destinado unicamente a fins de iluminação ou


ligação de pequenos motores monofásicos (geladeiras, ventiladores e demais aparelhos eletrodomésticos).
Chamamos circuito de força a todo circuito destinado a forca motriz, aquecimento, solda ou outros
fins industriais. No caso residencial, usamos força nas bombas, elevadores, aparelhos de ar condicionado,
insineradores, chuveiros, máquinas de lavar roupas, máquinas de lavar louças, boiler, etc.

b) Critério da Capacidade de Condução de Corrente


O condutor não pode ser submetido a um aquecimento exagerado provocado pela passagem da
corrente elétrica, pois a isolação do mesmo pode vir a ser danificada. Os fatores que determinam a
capacidade de condução de corrente dos condutores são:
 O tipo de isolação do condutor
 O número de condutores conduzindo corrente
 A proximidade de outros condutores
 A temperatura ambiente
Quanto ao tipo de isolação podemos ter:
 PVC
 XLPE
 EPR
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Quanto ao número de condutores carregados podemos ter:

Tabela 3.2 – Número de condutores carregados

No caso de quatro condutores carregados, a determinação da capacidade de condução de corrente


dever ser feita aplicando-se o fator de 0,86 às capacidades de condução de corrente válidas para três
condutores carregados sem prejuízo para os demais fatores de correção aplicáveis.
Quanto à maneira de instalar podemos ter:
Nesta tabela identificamos a letra e o número correspondente à maneira de instalação do cabo. Por
exemplo: se tivermos condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção circular embutido
em alvenaria, o método é B1.

Tabela 3.3/1 – Maneiras de instalar

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Tabela 3.3/2 – Maneiras de instalar

Tabela 3.3/3 – Maneiras de instalar

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A corrente transportada por um condutor, durante períodos prolongados em funcionamento normal,
deve ser tal que a temperatura máxima para serviço contínuo dada na tabela 3.4 não seja ultrapassada.

Tabela 3.4 – Temperatura característica dos condutores

As tabelas à seguir apresentam as capacidades de condução de corrente para condutores com


isolamento de PVC 70º C e EPR ou XLPE 90º C, considerando um máximo de 3 condutores instalados
segundo as maneiras de instalar indicadas na tabela.

Tabela 3.5 – Capacidade de condução de corrente dos condutores com isolação PVC.

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Tabela 3.6 - Capacidade de condução de corrente dos condutores com isolação
EPR e XLPE

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Faremos duas correções no dimensionamento do condutor:

Correção de temperatura - Se a temperatura ambiente for diferente daquela para a qual as tabelas foram
estabelecidas, deve-se aplicar o fator de correção K1.

Tabela 3.7 – Fatores de Correção para temperaturas ambientes diferentes de 30C para cabos não
enterrados e de 20C (temperatura do solo) para cabos enterrados (K1)

Correção por Agrupamento de Condutores – Quando tivermos mais de um circuito no interior do


eletroduto, faremos a correção K2, segundo a tabela:

Tabela 3.8 – Fatores de Correção K2 para agrupamento de circuitos ou cabos multipolares, aplicáveis aos
valores de capacidade de condução de corrente.

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Existe ainda uma correção para agrupamento de eletrodutos K3, porém não utilizaremos a mesma,
pois esta correção será mais utilizada em instalações industriais.
Para facilidade de uso das tabelas de capacidade de correção de corrente dos condutores levando em
conta os fatores de correção, vistos anteriormente, deve-se corrigir o valor da corrente do circuito de modo
que a corrente a considerar, no uso das tabelas, seja uma corrente corrigida Icc , dada por:

Icc = Ic/ (K1 x K2), onde Icc é a corrente corrigida à ser considerada na consulta das tabelas.

Exemplo:
Dimensionar os condutores do circuito de iluminação com 1200 VA, dois circuitos agrupados no
interior do eletroduto, temperatura ambiente 40º C. Utilizar condutores com isolação de PVC e considerar
a maneira de instalar C.

c) Critério da Queda de Tensão


Os aparelhos elétricos são projetados para trabalharem com tensões determinadas, admitindo-se uma
tolerância de no máximo 5% do valor nominal de funcionamento. Assim a máxima queda de tensão que
devemos admitir desde o quadro de medição até o ponto de utilização deve ser de 5%. Como sabemos, a
queda de tensão (V=RI) é determinada em função da potência (corrente) e da distância (resistência) até o
medidor.
Esta queda de tensão, em porcentagem, pode ser determinada através da seguinte expressão:

Queda de Tensão (e%) = tensão de entrada - tensão na carga x 100


tensão de entrada

Figura 3.1 – Queda de Tensão a Considerar

Um método simples e prático para determinação dos condutores em função da queda de tensão,
para circuitos com pequenas cargas, consiste no emprego das tabelas a seguir, referentes as tensões de 127
e 220 V, e que indicam para os produtos W x metros, os condutores a empregar.
Para alimentadores trifásicos ou bifásicos disponíveis em quadros com cargas monofásicas, divide-
se a carga pelo número de fases (3 ou 2) e aplica-se as tabelas.

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Tabela 3.9 – Soma das potências em Watts x distância em metros ( V = 127 volts)

Tabela 3.10 – Soma das potências em Watts x distância em metros (V = 220 volts)

Exemplo:

1) Dimensione os condutores do circuito de um ar condicionado de 18000 Btu 2900W/127 V,


considerando:
- Condutores de cobre com isolação de PVC - Maneira de instalar B1
- Temperatura média ambiente 35⁰ - Queda de tensão 2%
- Três circuitos agrupados no interior do eletroduto.

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3.3) CRITÉRIO PARA DETERMINACÃO DA SECÃO MÍNIMA DO CONDUTOR NEUTRO

A NBR 5410/04 estabelece os critérios para dimensionamento da seção mínima do condutor neutro,
ou seja:
a) O condutor neutro, se existir, deverá possuir a mesma seção do condutor fase, nos seguintes casos:
 Em circuitos monofásicos a dois e três condutores, e bifásicos a três condutores, qualquer que seja a
seção do condutor fase.
 Em circuitos trifásicos quando a seção do condutor fase for inferior a 25 mm²
b) Nos circuitos trifásicos com condutores fase de seção superior a 25 mm², aplicar a seguinte tabela

Tabela 3.11 – Seção do Condutor Neutro em relação ao Condutor Fase.

3.4) CRITÉRIO PARA DETERMINAÇÃO DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO ( TERRA)

É o condutor para ligação do equipamento à terra e deverá ser escolhido em função da seção dos
condutores do circuito, ou em função da graduação em ampères do dispositivo de proteção do circuito de
maior capacidade, conforme tabelas:

Seção dos Condutores Seção Mínima dos Condutores


Fases (S) em mm² de Proteção (S) em mm²
S 16 mm² S
16  S  35 mm² 16 mm²
S  35 mm² S/2
Tabela 3.12 - Seção mínima dos condutores de proteção em mm²

Poderão surgir resultados que não correspondam a um condutor existente na escala comercial. Neste
caso, devemos aproximar para a seção mais próxima, imediatamente superior.

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CAPÍTULO 4 - ATERRAMENTO

Chama-se aterramento à ligação elétrica de um equipamento ou componente de um sistema elétrico


a terra por meio de dispositivos apropriados. As ligações dos sistemas e dos equipamentos a terra deve
obedecer às prescrições da NBR 5410/04 da ABNT. Os aterramentos têm por finalidade assegurar a
proteção do material, a melhoria do serviço elétrico e a segurança do pessoal.
Aterrar é prover um sistema ou instalação de um potencial de referência e/ou de um caminho de
baixa impedância para a corrente de falta. Portanto a terra pode ser considerada um elemento do circuito
por onde pode circular uma corrente, seja ela proveniente de uma falta ou de uma descarga atmosférica.
No caso da corrente de falta o fenômeno é eletrodinâmico e a corrente percorre sempre um caminho fechado
incluindo a fonte e a carga. No caso das descargas atmosféricas o fenômeno é eletrostático, pois a corrente
circula pela terra para neutralizar as cargas.
Pelas razões expostas podemos concluir que a terra não é um sumidouro de correntes, ou seja, ela
simplesmente serve como um caminho de retorno para elas.
Os aterramentos são classificados como:
 Aterramento de Serviço - Consiste na ligação à terra de um dos condutores do sistema ( geralmente o
neutro) e está relacionado com o funcionamento correto, seguro e confiável da instalação.
 Aterramento de Proteção - Consiste na ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos
à instalação, cujo objetivo é a proteção contra choques elétricos por contato indireto.
EXEMPLOS DE UTILIZACÃO:
Como Aterramento de Serviço:
A) Aterramento do ponto neutro dos transformadores trifásicos ligados em Y
B) Aterramento do fio neutro das redes de distribuição elétrica
C) Aterramento que serve como retorno nos circuitos elétricos
Como Aterramento de Proteção:
a) Aterramento das carcaças dos motores
b) Aterramento das partes metálicas não energizadas das instalações elétricas
c) Aterramento dos medidores de energia elétrica, dos cubículos de medição, no secundário dos
transformadores para instrumento.

Segundo a NBR 5410/04, todos os circuitos de distribuição e terminais devem possuir um condutor
de proteção que convém fique no mesmo eletroduto dos condutores vivos do circuito.
Além disto, a partir do final de 2006 deve ser observada a prescrição da Norma NBR 14136 que
estabelece o novo padrão para plugues e tomadas. Segundo a Norma os plugues e tomadas deverão ser
fabricados conforme modelo mostrado na figura 4.1.

Figura 4.1 – Novo padrão para Plugues e Tomadas

O incidente mais comum a que estão submetidas às pessoas, principalmente aquelas que trabalham
em processos industriais ou desempenham tarefas de manutenção e operação de sistemas elétricos
industriais, é o toque acidental em partes metálicas energizadas, ficando o corpo ligado eletricamente sob
tensão entre fases e terra. Assim, entende-se por contato indireto aquele que um indivíduo mantém com
uma determinada massa do sistema elétrico que, por falha perdeu a sua isolação e permitiu que esse
indivíduo ficasse submetido a um determinado potencial elétrico.
24
O aterramento é implementado pelos eletrodos de aterramento, que são partes condutoras, que são
enterradas propositadamente ou já se encontram enterradas, e que garantem um bom contato elétrico com
a terra.
Um bom eletrodo de aterramento deve possuir as seguintes características:
- Baixo valor de resistência e impedância de aterramento
- invariância da resistividade e da impedância de aterramento
- Distribuição espacial conveniente
A tabela 4.1 mostra os tipos de eletrodo usados atualmente.
Preferencialmente, deve-se utilizar como eletrodo de aterramento as armaduras de aço embutidas
no concreto das fundações das edificações.

Tabela 4.1 – Eletrodos de aterramento

Quando a instalação for alimentada em baixa tensão pela concessionária, o condutor neutro deve
sempre ser aterrado na origem da instalação. Este aterramento é essencial para que seja atingido o grau de
efetividade mínimo requerido para o aterramento do condutor neutro da rede pública, conforme critério de
projeto atualmente padronizado pelas concessionárias de energia elétrica. Do ponto de vista da instalação,
o aterramento do neutro na origem proporciona uma melhoria na equalização de potenciais essencial á
segurança.
É de vital importância a implementação de sistemas de aterramentos adequados que visem a
proteção dos usuários das instalações contra os efeitos dos contatos indiretos, ou seja, evitem a ocorrência
do choque elétrico.
O choque elétrico é o efeito patofisiológico da passagem da corrente pelo corpo humano. Essa
passagem afeta o corpo desde a sensação de formigamento até disfunções circulatórias e respiratórias
podendo ainda causar queimaduras. O grau de risco para a pessoa é função da intensidade da corrente, das
partes do corpo atravessadas, e da duração da passagem da corrente. Para proteger as pessoas contra o
choque elétrico é preciso conhecer os efeitos da corrente elétrica no corpo humano.
As normas definem regiões, na curva duração do choque x intensidade de corrente, em função dos
efeitos causados.
Com base nos dados do gráfico da figura 4.2 a Norma NBR 5410/04 define os tempos de atuação
do seccionamento automático da alimentação, com vistas a minimizar a exposição das pessoas aos efeitos
fisiológicos do choque.
A proteção contra choque visa impedir que uma pessoa ou animal doméstico estabeleça contato
involuntário com alguma parte da instalação elétrica que esteja em potencial que seja perigoso para a sua
integridade física. Esta proteção deve considerar partes vivas, massas e elementos condutores estranhos à
instalação.
A proteção contra choques por contato direto visa impedir um contato involuntário com uma parte
condutora destinada a ser submetida a uma tensão não havendo defeito.

25
Basicamente esta proteção é assegurada pela instalação de isolação adequada, barreiras ou
invólucros.
A proteção contra choques por contatos indiretos visa impedir um contato de uma parte metálica,
normalmente não energizada de um aparelho elétrico que foi tornada viva por uma falha da isolação. A
NBR 5410/04 prescreve as seguintes medidas para proteção contra choques por contato indireto:

- Seccionamento automático da alimentação (disjuntores e DR´s)


- Emprego de equipamentos da classe II ou equivalente
- Separação elétrica

Figura 4.2 – Gráfico da corrente de fuga x tempo de exposição.

A norma estabelece ainda que seja feita a ligação equipotencial de todos os componentes da
instalação a partir de um terminal chamado de Terminal de Aterramento Principal (TAP) ou Barramento
de Equipotencialização (BEP), neste terminal devem ser reunidos os seguintes componentes:
- Condutor de proteção principal
- Eletrodos de aterramento dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA)
- Condutores de aterramento funcional
- Condutores de equipotencialidade principais ligando canalizações de água, gás e todos os demais
elementos condutores estranhos à instalação, incluindo as estruturas metálicas das instalações.

26
A NBR 5410/04 apresenta cinco exemplos de esquemas de aterramento de sistemas elétricos
trifásicos comumente utilizados, classificados de acordo com a seguinte simbologia literal.
a) A primeira letra indica a situação do neutro da instalação em relação à terra
T = um ponto de alimentação (geralmente o neutro) está ligado diretamente à terra
I = nenhum ponto de alimentação está ligado diretamente para a terra (neutro isolado ou ligado à terra
por meio de impedância)
b) A segunda letra indica a situação das massas da instalação em relação à terra
T = para as massas diretamente aterradas, independente do aterramento eventual de um ponto de
alimentação.
N = massas ligadas diretamente ao ponto de alimentação aterrado (normalmente é o ponto neutro)
c) Outras letras (eventualmente) para indicar a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção.
S = quando as funções de neutro e condutor de proteção são realizadas por condutores distintos
C = quando as funções de neutro e condutor de proteção são combinadas num único condutor (que é,
aliás, o condutor PEN)

Figura 4.3 – Esquema TN-C

Figura 4.4 – Esquema TN-S

Figura 4.5 – Esquema TN-C-S


27
Figura 4.6 – Esquema TT

Figura 4.7 – Esquema IT

MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA DE TERRA

Uma vez efetuado o sistema de aterramento, é necessário realizar medições para verificar se os
valores da resistência de terra estão dentro dos valores previstos em norma ou prescritos pelas
concessionárias.
Esta medição é realizada através do Megger de terra, com a utilização dos eletrodos , conforme
mostra a figura 4.8. A medição é realizada à partir da aplicação de uma tensão entre um eletrodo auxiliar
e o sistema à ser medido e obtenção da resistência de terra até o ponto desejado, vide figura 4.9.

Figura 4.8 – Megger

Ligam-se os conectores C1 e P1 a um eletrodo da malha situado na periferia desta, podendo utilizar


o ponto médio de um dos lados, ou um dos vértices, supondo uma malha com geometria retangular.
A partir da medição registrada entre os terminais P2 e C1 consegue-se o valor aproximado de
resistência de terra na região entre o eletrodo P2 e a malha.
28
Figura 4.9 – Medição da resistência de terra

Várias medições devem ser efetuadas, deslocando-se o eletrodo P2 desde a proximidade da malha
até C2. Com os valores obtidos, traça-se uma curva com as características mostradas na figura 4.10.

Figura 4.10 – Curva da Resistência de terra

A partir desta curva, conclui-se que o eletrodo P2, colocado a uma distância P, de valor
correspondente a 0,618 x C2, fornece o valor da resistência de terra da malha.
Na prática, o valor da resistência de terra pode ser obtido quando P2 é fincado a distância média
entre C2 e a malha.
É importante observar que antes da realização das medições deve-se desconectar da malha o neutro
dos transformadores e os cabos de aterramento dos transformadores.

MELHORIA DA RESISTÊNCIA DE TERRA

Quando a medição comprova que o valor da resistência de terra está elevado, ou seja, fora dos
padrões recomendados, faz-se necessário reduzi-lo para valores aceitáveis. Para tal são utilizados,
basicamente, quatro métodos;

1)Aprofundamento das Hastes


Este processo dá bons resultados, pois com o aprofundamento das hastes, conseguido a partir da
emenda das mesmas via solda exotérmica ou com utilização de luvas de conexão, alcançam-se camadas
mais profundas do solo que por sua vez apresentam menor resistividade.
O gráfico abaixo mostra o comportamento do valor da resistência de terra em função da
profundidade das hastes em metros.

Figura 4.11 – Variação da resistência de terra com o aprofundamento das hastes


29
2) Aumento das Hastes em Paralelo

A melhoria da resistência de terra é conseguida à partir da interconexão, via cabo de cobre, de várias
hastes colocadas em paralelo no solo. A este conjunto chama-se malha de aterramento.
Vale ressaltar que um afastamento mínimo deve ser mantido entre as hastes para que os aterramentos
possam ser considerados distintos. Recomenda-se que este afastamento seja, no mínimo, igual á soma do
comprimento das hastes ou , no caso de hastes iguais, igual ao dobro do seu comprimento.

Figura 4.12 – Malha de terra

3) Aumento da Área Própria da Haste


Na prática este processo não é muito utilizado, pois a redução da resistência de terra conseguida
com o mesmo é insignificante.
Consiste simplesmente em substituir hastes, por exemplo, de ½” por hastes de ¾” ou 1”.

4) Tratamento do Solo

4.1) Através de Tratamento Físico


Consiste em aumentar a área de contato do eletrodo com a terra ao seu redor a partir da adição de
substâncias condutoras na mesma. Empregam-se, em geral, pós metálicos, carvão vegetal, coque e etc.
Trata-se de um processo de custo muito elevado, portanto de pouca utilização.

Figura 4.13 – Tratamento físico

4.2) Através de Tratamento Químico

Consiste em melhorar a condutividade da terra circunvizinha ao eletrodo a partir de tratamento


químico. Utiliza-se para tal uma das seguintes substancias condutoras:
- Cloreto de Sódio
- Sulfato de Alumínio
- Cloreto de Cálcio
- Sulfato de Magnésio
- Sulfato de Cobre
Cava-se um sulco no solo afastado do eletrodo onde são depositadas as substâncias. Com esta
medida evita-se a corrosão das hastes pelas substâncias condutoras.
Assim que o processo é realizado a resistência de terra cai bruscamente, porém, volta a aumentar
devido à diluição das substancias químicas no solo.

Figura 4.14 – Tratamento químico


30
DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO DIFERENCIAL RESIDUAL (DR)

Segundo a NBR 5410/04, faz-se necessário o uso de DR´s nos seguintes casos:
• Circuitos que sirvam a pontos situados em locais contendo banheira / chuveiro (exceto circuitos que
alimentem pontos de luz com h > 2,5m)
• Circuitos que alimentem tomadas de corrente em áreas externas
• Circuitos de tomadas de corrente em áreas internas que possam alimentar equipamentos no exterior
• Circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e,
no geral, a todo local interno molhado em uso normal ou sujeito a lavagens (podem ser excluídas as tomadas
destinadas a alimentar refrigeradores e congeladores, desde que não diretamente acessíveis)
Os DR´s possuem as seguintes funções:
• Protegem pessoas contra os efeitos nocivos causados por choques elétricos, por detecção da corrente de
fuga e desligamento imediato
• Protegem também instalações contra falhas de isolação, evitando perdas de energia e possíveis focos de
incêndio.
Dispositivo DR - Dispositivo que interrompe a corrente de carga quando a corrente diferencial residual
atinge um determinado valor.
Corrente Diferencial Residual - é a soma algébrica dos valores instantâneos das correntes que percorrem
todos os condutores vivos de um circuito em um dado ponto.

Figura 4.15 – Corrente Diferencial Residual

Princípio de funcionamento
A corrente diferencial residual de um circuito sem defeito de isolamento seja na carga seja nos
condutores, é zero. Este valor é ideal, pois por imperfeição dos materiais isolantes de que são usados na
fabricação dos condutores e das isolações básicas das cargas existe uma pequena corrente diferencial
residual natural.
O dispositivo DR é um componente da instalação que secciona a alimentação da carga ou circuito
quando a corrente diferencial residual ultrapassa um determinado valor.
Para que o DR cumpra esta função o dispositivo é construído de tal forma que todos os condutores
vivos do circuito passe por dentro de um toróide no interior deste dispositivo. Cada condutor induz um
fluxo magnético no toróide com uma intensidade proporcional à intensidade da corrente e sentido
proporcional ao sentido da corrente. Pode-se facilmente concluir que o fluxo resultante no toróide é
proporcional à corrente diferencial residual do circuito. O dispositivo DR usa este fluxo, através de um
sistema de detecção, para comandar um dispositivo de interrupção que secciona a alimentação do circuito.
Como em um circuito sem falta a corrente diferencial residual é muito baixa praticamente nula o dispositivo
não atua, mas quando no circuito aparece uma falta, a corrente diferencial assume um valor alto e
consequentemente o fluxo magnético também aumenta, o sistema de detecção envia um comando para o
dispositivo de interrupção que isola a parte com defeito.
O DR pode ser encontrado em duas formas diferentes de implementação. Quando o sistema de
detecção, incluindo o toróide, e o sistema de interrupção encontram-se presentes no mesmo equipamento é
denominado dispositivo DR. Quando o sistema de detecção, incluindo o toróide, e o sistema de interrupção
encontram-se em equipamentos distintos, o sistema de interrupção da corrente usado normalmente é o
disjuntor e o DR é um módulo que se acopla a este disjuntor. A primeira opção é usada nas instalações
prediais e a segunda nas instalações industriais.

31
Figura 4.16 – Princípio de funcionamento do DR

Tipos de DR´s
AC - Apenas corrente alternada
A - Corrente alternada e pulsante
B - Alternada, pulsante e CC pura

Os Dispositivos DR ou Disjuntores DR de corrente nominal residual (In) até 30 mA, são destinados
a proteção de pessoas, e, acima deste valor, são apropriados a proteção de instalações elétricas.
Dispositivos DR ou Disjuntores DR do tipo AC são aplicados em circuitos de corrente alternada,
sendo resistentes à sobretensões transitórias. São normalmente utilizados em instalações elétricas prediais,
como também em instalações elétricas industriais de características similares.
Os do tipo A (antigo B) são aplicados em circuitos de corrente alternada e contínua pulsante,
sendo fortemente resistentes às acentuadas sobretensões transitórias típicas das grandes instalações
elétricas industriais. Dispositivos DR de corrente nominal residual (In) de 10 mA, são utilizados em
circunstâncias especiais, como, por exemplo, para proteção de pessoas que sofreram intervenções cirúrgicas
delicadas, como a correção de distúrbios cardíacos.
Para projetos típicos com circuitos de entrada e de distribuição, podem ser utilizados os Dispositivos
DR que atuam de forma seletiva, o que permite que seja desligada somente a parte da instalação que
apresente falha.
Dispositivo DR seletivo de característica S, tem um retardo de disparo conforme prescrito pela
norma IEC1008. Para uma corrente nominal residual de 30 mA, o dispositivo DR seletivo de característica
K, tem seu disparo retardado em 10 ms acima dos valores normais de atuação, o que permite uma
seletividade fina e adequada à proteção de pessoas.
Os Disjuntores DR, além da proteção contra correntes de fuga à terra, protegem as instalações
elétricas das correntes de sobrecarga e curto-circuito. São aplicados Dispositivos DR ou Disjuntores DR
normalmente nas configurações de rede TN-S (Fase/PE) e TT (Fase/N/PE).
Dispositivos DR obedecem a norma IEC 1008 e os Disjuntores DR a IEC 1009.

Figura 4.17 – Dispositivo DR

32
Figura 4.18 – Ligações dos DR´s

DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS (DPS)

As sobretensões têm alto risco de causar danos ou destruir sistemas elétricos e eletrônicos. Além
dos gastos com manutenções e reparos, surgem custos por razão de tempos de parada dos componentes
afetados. Em geral estes danos se manifestam por cabos destruídos e aparelhos de manobra danificados.
Estes danos podem ser evitados com a ajuda de para-raios e de DPS. Os DPS´s foram desenvolvidos para
limitar estas sobretensões transientes e também desviar as altas correntes provenientes de descargas
atmosféricas para a terra. São necessários em qualquer instalação que tenham risco de sofrer danos por
sobretensões (descargas diretas, indiretas e surtos por chaveamento).
Os DPS são unipolares, protegendo individualmente cada uma das fases da instalação elétrica. Sua
tecnologia está baseada em uma única pastilha que suporta vários surtos, quanto maior a capacidade de
corrente, maior será a vida útil do DPS.
Possuem LED´s para sinalizar a condição de funcionamento, VERDE (serviço) e VERMELHO
(falha). Uma vez em estado de falha o DPS deve ser substituído.
Sua instalação deve ser feita junto ao ponto de entrada da linha na edificação ou no quadro de
distribuição principal localizado o mais próximo possível do ponto de entrada.

33
Tabela 4.2 – Capacidade de Corrente dos DPS

O perfeito funcionamento de um DPS depende das perfeitas condições de funcionamento do sistema


de aterramento. A ABNT NBR normaliza a instalação dos DPS nos seguintes sistemas de aterramento:

Figura 4.19 – Ligação do DPS nos Esquemas de Aterramento

34
A instalação do DPS deve ser realizada a jusante do disjuntor principal da instalação e a montante
do DR. Este posicionamento permitirá a operação do disjuntor no caso de falha (curto) no DPS e evitará o
desarme do DR durante a operação do DPS.

Figura 4.20 – Instalação do DPS no QDBT

Figura 4.21 – DPS Unipolar

35
CAPÍTULO 5 - FATOR DE DEMANDA

5.1) FATOR DE DEMANDA


Como é fácil de compreender, em qualquer instalação elétrica raramente se utilizam todos os pontos
de luz e tomadas de corrente ao mesmo tempo. Em pequenas residências é mais provável que isto aconteça
do que nas grandes moradias.
Fator de demanda é o fator pelo qual deve ser multiplicada a potência instalada para se obter a
potência que será realmente utilizada.

FD = (Potência Utilizada / Potência Instalada) x 100

A tabela a seguir nos dá os fatores de demanda para carga de iluminação e tomadas de uso geral que
devem ser levados em consideração nos cálculos.
Carga instalada vem a ser o somatório das potências nominais dos aparelhos elétricos e das potências
das lâmpadas de uma unidade consumidora.
A carga instalada servirá para definição da categoria de atendimento e para o dimensionamento das
entradas individuais de instalações nas tensões de 127/220 V.

Tabela 5.1 – Carga Mínima e Fatores de Demanda para Instalações de Iluminação e Tomadas

Determina-se primeiramente a carga instalada, ou pelo valor estimado ou pelo valor encontrado no
projeto, utilizando-se o maior valor entre os dois.
Calcula-se a demanda, utilizando-se a seguinte expressão:

D = D1 + D2 + 1,5D3 + D4 + D5 + D6 (KVA)

onde:
36
D1 (KVA) - Demanda de iluminação e tomadas, calculada com base nos fatores de demanda da tabela 5.1
D2 (KVA) - Demanda para aparelhos de aquecimento de água (chuveiros, aquecedores, torneiras, etc.)
calculada conforme a tabela 5.2.
D3 (KVA) - Demanda dos aparelhos de ar condicionado tipo janela, calculada conforme as tabelas 5.3 e
5.4, respectivamente, para residências e não residenciais. Para outros tipos de utilização, tais como bancos,
lojas, etc. , a fator de demanda deverá ser considerado igual a 100%.
D4 (KVA) - Demanda das unidades centrais de condicionamento de ar, calculada a partir das respectivas
correntes máximas totais, tabela 5.5.
D5 (KVA) - Demanda dos motores elétricos e máquinas de solda tipo gerador, calculada conforme a
tabela 5.6
D6 (KW) - Demanda das máquinas de solda a transformador e aparelhos de raio x, calculada conforme
tabela 5.7

Tabela 5.2 – Fatores de Demanda de Aparelhos para aquecimento de água (boilers, torneiras e chuveiros
elétricos)

Tabela 5.3 – Fatores de Demanda para condicionadores de ar tipo janela, Split e fan-coil instalados em
residências

Tabela 5.4 – Fatores de Demanda para condicionadores de ar tipo janela, Split e fan-coil em instalações
não residenciais

Tabela 5.5 – Fatores de Demanda para equipamentos de ar condicionado central, self container e
similares.

Tabela 5.6 – Fatores de Demanda para Motores

37
Tabela 5.7 – Fatores de Demanda Individuais para Máquinas de Solda, Aparelhos de Raios X,
Tomógrafos e Equipamentos Odontológicos.

Tabela 5.8 – Conversão CV/KVA

Exemplo:

Uma instalação possui os seguintes circuitos:


- Circuito 1 – Iluminação e tomadas – 1000W
- Circuito 2 – Ar condicionado – 1500 W
- Circuito 3 – Chuveiro – 7500 W Calcule as potências instalada,
- Circuito 4 – Ar condicionado – 1900 W utilizada e o fator de demanda da
- Circuito 5 – Iluminação e tomadas – 1000 W instalação.
- Circuito 6 – Ar condicionado da sala – 1500 W
- Circuito 7 – Ar condicionado da copa – 1250 W
- Circuito 8 – Iluminação e tomadas – 1000 W
- Circuito 9 – Geladeira e Freezer – 1200 W
- Circuito 10 – Micro Ondas – 1300 W
- Circuito 11 – Lava Roupas – 600 W
- Circuito 12 – Uma bomba d´água de 1250 W

38
CAPÍTULO 6 - DIMENSIONAMENTO DOS ELETRODUTOS

Eletrodutos são elementos que contém e protegem os condutores, podendo ser de aço ou de PVC,
de constituição rígida ou flexível.
Os eletrodutos devem possuir a superfície interna completamente lisa de forma a não danificar o
isolamento dos condutores na hora da enfiação.
Para proteção contra a corrosão os eletrodutos de aço são galvanizados ou esmaltados de preto. Os
eletrodutos são encontrados comercialmente em varas de 3 m de comprimento.

Figura 6.1 – Eletroduto

Os eletrodutos de aço podem ser encontrados com costura ou sem costura, devendo ser dado
preferência aos sem costura pois, estes são passíveis de dobrar a frio na obra.
Os eletrodutos flexíveis Metálicos só podem ser utilizados em instalações elétricas expostas,
principalmente na instalação de máquinas e motores devido as vibrações.
Os eletrodutos corrugados fabricados em PVC auto-extinguente, devido a sua praticidade com
elevada resistência diametral são também resistentes contra amassamento, mesmo quando instalados em
lajes de concreto.
Os eletrodutos são dimensionados em função do tipo de isolamento, da bitola e do número de
condutores que deverão conter, de forma que a seção máxima ocupada pelos condutores não ultrapasse os
valores dados:

 53% no caso de um condutor (fio ou cabo)


 31% no caso de dois condutores (fios ou cabos)
 40% no caso de três ou mais condutores (fios ou cabos)
Só podem ser colocados dentro de um mesmo eletroduto, condutores de circuitos diferentes quando
originados de um mesmo quadro de distribuição.
No dimensionamento dos eletrodutos, duas hipóteses podem ser consideradas: Os condutores são
iguais ou os condutores são desiguais.
No caso de condutores iguais basta consultar uma das tabelas fornecidas (eletrodutos de PVC ou
Aço). A partir do número de condutores e seção transversal dos mesmos encontra-se facilmente o diâmetro
do eletroduto indicado, conforme tabela 6.1.
No caso de seções desiguais, calcula-se a área total ocupada pelos condutores e verifica-se a taxa
máxima de ocupação permitida pelo eletroduto (vide tabelas 6.2 e 6.3)

Tabela 6.1 – Número de condutores isolados com PVC em eletroduto de PVC


39
Tabela 6.2 – Dimensões Totais dos Condutores Isolados

Tabela 6.3 – Eletrodutos Rígidos de Aço

CORTES E EMENDAS EM ELETRODUTOS

Os eletrodutos rígidos só deverão ser cortados perpendicularmente ao seu eixo, abrindo-se nova rosca
na extremidade a ser aproveitada e retirando-se cuidadosamente todas as rebarbas deixadas nas operações
de corte e de abertura de rosca.
Os eletrodutos rígidos deverão ser emendados, quer por meio de luvas atarraxadas em ambas as
extremidades a serem ligadas, os quais serão introduzidos na luva até se tocarem e assegurarem
continuidade da superfície interna da tubulação.
A emenda deve garantir:
 A perfeita continuidade elétrica
 Resistência mecânica equivalente a da tubulação
 Vedação
 Continuidade e regularidade da superfície interna
INSTALACÃO DE ELETRODUTOS NÃO EMBUTIDOS
Os eletrodutos rígidos expostos deverão ser adequadamente fixados de modo a constituírem um
sistema de boa aparência e de firmeza suficiente para suportar o peso dos condutores e os esforços na sua
enfiação. Essa fixação deverá ser feita a intervalos não maiores do que os especificados abaixo:

40
Diâmetro em mm Distância Máxima entre Suportes
15 a 20 2m
25 a 40 2,5 m
50 e acima 3m
Tabela 6.4 – Eletrodutos na posição vertical

Diâmetro em mm Distância Máxima entre Suportes


15 e 20 2m
25 e acima 3m
Tabela 6.5 – Eletrodutos na posição não vertical

INSTALACÃO DE CONDUTORES
Todos os condutores de um mesmo circuito deverão ser instalados no mesmo eletroduto rígido.
Os condutores só poderão ser enfiados depois de estar completamente terminada a rede de eletrodutos
e concluídos os serviços de construção que os possam danificar. A enfiação só deverá começar depois de
estar a tubulação perfeitamente limpa e enxuta.
Nos trechos verticais extensos das instalações em eletrodutos rígidos, os condutores deverão ser
convenientemente apoiados na extremidade superior da tubulacão e a intervalos não maiores que:
Seção do Condutor Intervalos
até 50 mm² 25 m
70 a 95 mm² 20 m
acima 10 m
Tabela 6.6 – Apoio dos condutores

EQUIPAMENTOS COMPLEMENTARES AO ELETRODUTO

a) CURVAS
São utilizadas para mudar a direção dos eletrodutos. Podem ser pré-fabricadas ou então feitas
diretamente nos eletrodutos, tanto nos eletrodutos de ferro quanto nos de PVC.
Em cada trecho de tubulação não devem ser utilizadas mais de 3 curvas de 90º ou o seu equivalente
até o máximo de 270º.
As curvas devem ser feitas de modo que o diâmetro interno dos eletrodutos não seja reduzido.

Figura 6.2 – Curvas

b) CAIXAS DE PASSAGEM OU CONDULETE


São elementos destinados à fixação dos interruptores e tomados e para seccionar a tubulação. São
construídas em PVC ou chapa de aço esmaltada, tendo orifícios laterais fechados por “vinténs”, para saída
dos eletrodutos. São fabricadas em diversos tamanhos e tipos.
Os conduletes são fabricados em alumínio e destinam-se à utilização em instalações aparentes.
Deverão ser utilizados conduletes e caixas de passagem:
 Em todos os pontos de entrada ou saída dos condutores na canalização, exceto nos pontos de transição
ou passagem de linhas abertas para linhas em condutos.
 Em todos os pontos de emendas ou derivação de condutores
 Em todos os pontos de instalação de aparelhos ou dispositivos
 Para dividir a instalação em trechos não maiores que 15 m.
Em trechos com curvas, o espaçamento entre as caixas deve ser reduzido de 3m para cada curva de
90º.
41
Figura 6.3 – Conduletes

Normalmente as caixas de passagem são fabricadas nos seguintes tipos:

 Quadradas - tamanho 4x4”


 Retangulares - tamanho 4x2”
 Sextavadas - tamanho 3x3”
 Octogonais - tamanho 4x4”ou 5x5”

As caixas octogonais são também fabricadas com fundo móvel para possibilitar a execução da
instalação em lajes. Deve-se limitar em 5 o número de eletrodutos que chegam a uma caixa, para facilitar
a instalação dos condutores.

Figura 6.4 – Caixas de passagem

A tabela abaixo fornece os diversos tipos de caixas de passagem com o número máximo de
condutores e a finalidade das mesmas.

Tabela 6.7 – Ocupação das caixas de passagem


42
c) BUCHAS E ARRUELAS
Podem ser considerados equipamentos secundários e servem para:
 Fixação dos eletrodutos às caixas
 Facilitar a enfiação, evitando a danificação do isolamento dos condutores.
A superfície arredondada das buchas permite que os condutores deslizem pela sua superfície sem que
a parte isolante seja danificada.
Normalmente são fabricadas em alumínio fundido.

Figura 6.5 – Buchas e arruelas

d)LUVAS
São acessórios com formato cilíndrico, possuindo rosca interna, e são usados para unir trechos de
eletrodutos ou em eletroduto e uma curva

Figura 6.6 - Luvas

e)BRAÇADEIRAS
São acessórios destinados á fixação de eletrodutos rígidos ou flexíveis nas paredes, tetos ou outros
elementos estruturais.

Figura 6.7 - Braçadeiras

43
CAPÍTULO 7 – PROTECÃO DOS CIRCUITOS

Numa instalação elétrica residencial, comercial ou industrial é importante garantir o bom


funcionamento do sistema sob quaisquer condições de operação, protegendo as pessoas, os equipamentos
e a rede elétrica de acidentes provocados por alterações de corrente.
A NBR 5410/04 estabelece as prescrições fundamentais destinadas a garantir a segurança de
pessoas, de animais domésticos e de bens, contra os perigos e danos que possam resultar da utilização das
instalações elétricas em condições que possam ser previstas.
Neste capítulo estudaremos as proteções contra sobrecorrentes, que são correntes elétricas cujos
valores excedem o valor da corrente nominal, podendo ser originadas por:
- Solicitação do circuito acima do valor de projeto (sobrecarga)
- Falta elétrica (curto-circuito)
As correntes de sobrecarga são caracterizadas pelos seguintes fatores:
- Provocam no circuito correntes superiores à corrente nominal
- Solicitações dos equipamentos acima de suas capacidades nominais
- Cargas de potência nominal acima dos valores previstos no projeto
As sobrecargas são extremamente prejudiciais ao sistema elétrico pois provocam a elevação da
temperatura, produzindo com isso efeitos térmicos danosos aos circuitos.
As correntes de curtos-circuitos são provenientes de falhas ou defeitos graves da instalação, como:
- Falha do rompimento da isolação entre fase e terra
- Falha do rompimento da isolação entre fase e neutro
- Falha do rompimento da isolação entre fases
Como consequência produz-se correntes extremamente elevadas, que precisam ser interrompidas
instantaneamente.
Para proporcionar estas proteções utilizamos os disjuntores termomagnéticos, que são dispositivos
que garantem, simultaneamente, a manobra e a proteção contra correntes de sobrecarga e contra correntes
de curto-circuito.
Em resumo, os disjuntores possuem três funções básicas:
- Manobrar o circuito (abrir e fechar)
- Proteger os condutores e os demais componentes contra sobrecargas, através do seu dispositivo térmico.
- Proteger os condutores contra curto-circuito, através do seu dispositivo magnético.
Possuem a grande vantagem de permitir o religamento sem necessidade de substituição dos
componentes.

Figura 7.1 – Disjuntores

44
Figura 7.2 – Partes Componentes dos Disjuntores

45
7.1) FUNCIONAMENTO DOS DISJUNTORES

O disjuntor mais utilizado para proteção e manobra de circuitos de iluminação e tomadas é do tipo
Quick-lag, no qual um dispositivo de proteção térmica funciona de acordo com o princípio do bimetal, cujo
princípio baseia-se na dilatação de duas lâminas de metais diferentes (aço e latão, por exemplo), portanto
com coeficientes de dilatação distintos, desligando o circuito na eventualidade de uma sobrecarga. No caso
de ocorrer um curto-circuito, a proteção far-se-á através de um disparador magnético bobinado.
A figura 7.3 mostra a sequência de manobra e atuação de um disjuntor termomagnético.

Figura 7.3 – Sequência de Fechamento Manual

A – Contatos Abertos – O contato móvel (4) está fulcrado na alavanca de manobra (1): a mola de disparo
(2) está tracionada. A mola transmite ao contato móvel uma força cujo conjugado em relação ao fulcro tem
sentido anti-horário.
B – Aplica-se uma força à alavanca de manobra, desloca-se o fulcro; o contato móvel (4) passa para a
posição fechado quando, superado o ponto morto, inverte-se o sentido do conjugado.
C – O disjuntor está fechado: contato móvel (4) e contato fixo (5) tocam-se. A velocidade de fechamento
não depende da velocidade de acionamento da alavanca de comando.

Figura 7.4 – Atuação Térmica do Disjuntor

A – Contato na posição fechada: a alavanca “foice”(3) está bloqueada na alavanca de engate (6). Ocorrendo
uma sobrecarga, o bimetal (7) se curva até agir sobre a parte final da alavanca de engate.
B – A rotação da alavanca de engate liberta a alavanca “foice” à qual é fixada a mola. O contato se abre
enquanto o conjugado da força, transmitido pela mola ao contato móvel, muda se sentido em relação ao
fulcro.
C – O contato móvel continua seu movimento até a abertura total, enquanto a alavanca de manobra passa à
posição intermediária, indicando a atuação automática do dispositivo.

46
Figura 7.5 – Atuação Magnética do Disjuntor

A – Contato na posição fechada: a alavanca “foice”(3) está bloqueada na alavanca de engate (6). Ocorrendo
um curto-circuito, o disparador eletromagnético atrai a alavanca engate, liberando a alavanca foice.
B – o contato se abre. Também nesse caso, a alavanca de manobra passa à posição intermediária, indicando
a atuação automática do dispositivo.
C – Novo fechamento do dispositivo. Para fechar novamente o disjuntor, deve-se rearmar o mecanismo,
girando a alavanca de manobra até a posição de abertura; reengatada a alavanca, pode-se de novo proceder
ao fechamento.

7.2) DIMENSIONAMENTO DOS DISJUNTORES

A NBR 5410/04 estabelece condições que devem ser cumpridas para que haja uma perfeita
coordenação entre os condutores vivos de um circuito e o dispositivo que os protege contra correntes de
sobrecargas e contra curtos-circuitos.
A Norma diz que devem ser previstos dispositivos de proteção para interromper toda corrente de
sobrecarga nos condutores dos circuitos antes que esta possa provocar um aquecimento prejudicial à
isolação, aos terminais ou às vizinhanças das linhas.
Para que ocorra uma perfeita coordenação entre o dispositivo de proteção e os condutores, deve-se
satisfazer as seguintes condições:

a) In  Idisj  Iz b) I2  1,45 Iz

Onde:
In – Corrente de projeto do circuito, corrente nominal, em ampères.
Idisj – Corrente nominal do dispositivo de proteção nas condições previstas para sua instalação (Vide
Tabela 7.1)
Iz - Capacidade de condução de corrente dos condutores vivos do circuito nas condições previstas para sua
instalação , submetidos aos fatores de correção K1 e K2. (Tabela cap. 3)
I2 – Corrente que assegura efetivamente a atuação do dispositivo de proteção; na prática, a corrente I2 é
considerada a corrente convencional de atuação para disjuntores.(Vide Tab.7 2)
I2 varia de 1,25 a 1,40 vezes a corrente nominal do dispositivo de proteção Idisj.
I2 = 1,25 a 1,40 . Idisj

47
Tabela 7.1 – Correntes Nominais dos Disjuntores, em função da temperatura ambiente

Tabela 7.2 – Correntes convencionais de atuação, de não atuação e tempos convencionais para disjuntores
termomagnéticos.

Tabela 7.3 – Capacidades Nominais dos Disjuntores Termomagnéticos PIAL

48
Tabela 7.4 – Capacidade Nominal dos Disjuntores Termomagnéticos SIEMENS

Exemplo:

1) Dimensione os condutores do circuito de um ar condicionado de 18000 Btu 2900W/127 V,


considerando:
- Condutores de cobre com isolação de PVC - Maneira de instalar B1
- Temperatura média ambiente 35⁰ - Queda de tensão 2%
- Três circuitos agrupados no interior do eletroduto.

2)Dimensione o disjuntor adequado à proteção do circuito descrito no exemplo 1.

49
CAPÍTULO 8 - LUMINOTÉCNICA

GRANDEZAS FUNDAMENTAIS:

a) Luz - forma de energia radiante que impressiona nossos olhos e nos permite ver
A percepção do olho humano às ondas de luz visível se encontra na faixa de 380 a 780 nanômetros
(nm)
1nm = 10-9 m

b) Fluxo Luminoso - É a potência de radiação total emitida por uma fonte de luz e capaz de estimular a
retina ocular à percepção da luminosidade.
Símbolo: 
Unidade de Medida: Lúmen (lm)
Exemplos: Lâmpada Incandescente de 100 W - 1560 lm
Lâmpada Fluorescente de 40 W - 3150 lm

c) Eficiência Luminosa - É a medida da relação entre a intensidade de luz produzida e a energia consumida
Unidade: Lúmen/watt = lm/W
Exemplo: Lâmpada Incandescente 1560/100 = 15,6 lm/W
Lâmpada Fluorescente 3150/40 = 78,8 lm/W

d) Iluminância ou Iluminamento - É a relação entre o fluxo luminoso incidente em uma superfície pela área
dessa superfície
Símbolo: E
Unidade: lux (lx)
Fórmula: E =  / S onde: S = área em m² e  = Fluxo Luminoso em lm

NÍVEL DE ILUMINAMENTO

No local a ser iluminado devemos obter um nível de iluminamento médio de acordo com a utilização
do local e que é indicado pela Norma NBR 5413. A tabela 8.1 fornece alguns níveis de iluminamento
recomendados para interiores.

Atividades Tipo Nível de Iluminamento (lx)


Escritórios a) sala de trabalho 300 a 750
b) sala de desenho 500 a 1000
c) arquivos 300
Escolas a) sala de aula 300
b) artes e desenho 500
c) refeitório 100
d) auditório 200
e) quadro negro (ilum supl.) 500
Lojas a) circulação 300
b) área de exposição 500
c) balcões 600 a 1000
d) exposições de realce 1500 a 5000
e) depósitos 200
Indústrias a) fabricação geral 300
b) Inspeção comum 300 a 500
c) Inspeção delicada 500 a 1000
d) empacotamento 150
e) montagem 300 a 500
Tabela 8.1 – Níveis de Iluminamento

50
Existem vários métodos de cálculo de iluminação, cada qual com seu grau de precisão e dificuldade
de cálculo. Podemos reduzir em quatro métodos:
 Método da Carga Mínima (já estudado no cap. 2)
 Método do Fluxo Luminoso
 Método do Ponto por Ponto
 Método das Curvas de Isolux
Estudaremos o Método do Fluxo Luminoso Simplificado

Vamos determinar de forma simplificada o valor do fluxo luminoso necessário para produzir no plano
de trabalho determinado nível de iluminamento.
O fluxo luminoso necessário é dado por:

 = (S x E) / (  x d)

onde: S - Área em m²
E - Nível de iluminamento recomendado (tabela 8.1)
 - Fluxo luminoso total em Lúmens
 - Coeficiente de utilização
d - Fator de depreciação

Calculado o fluxo necessário, o número de luminárias é determinado por:

n=/Q - onde Q é o fluxo luminoso produzido pelas lâmpadas da luminária utilizada.

DETERMINACÃO DO COEFICIENTE DE UTILIZACÃO (  )

O coeficiente de utilização é a relação entre o fluxo luminoso que incide no plano de trabalho (fluxo
útil) e o fluxo total emitido pelas luminárias. Este coeficiente depende das dimensões do local, tipo de
luminária e da refletância das paredes e do teto.

DETERMINACÃO DO FATOR DE DEPRECIACÃO

O fator de depreciação relaciona o fluxo luminoso que ilumina o plano de trabalho na época da
manutenção da instalação e o fluxo luminoso no início da operação.
Depende das seguintes condições:
 Modificação da refletância das luminárias e paredes pelo envelhecimento
 Acúmulo de poeira
 Diminuição do fluxo luminoso da lâmpada com o uso.

Branco 75 a 85 %
Marfim 63 a 80 %
Creme 56 a 72 %
Amarelo Claro 65 a 75 %
Marrons 17 a 41 %
Verde Claro 50 a 65 %
Verde Escuro 10 a 22 %
Azul Claro 50 a 60 %
Rosa 50 a 58 %
Vermelho 10 a 20 %
Cinzento 40 a 50 %
Tabela 8.2 – Reflexão das cores
51
Teto Branco 75 %
Teto Claro 50 %
Paredes Brancas 50 %
Paredes Claras 30 %
Paredes Medianamente Claras 10 %
Tabela. 8.3 Refletâncias de Paredes e Tetos

Tabela 8.4 (parte 1) – Índice Local

52
Tabela 8.4 (parte 2) – Índice Local

Tabela 8.5 (parte 1) – Coeficientes de Utilização


53
Tabela 8.5 (parte 2) – Coeficientes de Utilização

Tabela 8.5 (parte 3) – Coeficientes de Utilização


54
Tabela 8.5 (parte 4) – Coeficientes de Utilização

Tabela 8.6 – Características das Lâmpadas


55
CAPÍTULO 9 - FATOR DE POTÊNCIA

A maioria das cargas das unidades consumidoras consome energia reativa indutiva como motores,
transformadores, lâmpadas de descarga, fornos de indução, etc. As cargas indutivas necessitam de campo
eletromagnético para seu funcionamento por isso sua operação requer dois tipos de potência:
 Potência Ativa - Medida em W, efetivamente realiza trabalho gerando calor, luz ou movimento.
 Potência Reativa - Medida em KVAR, usada apenas para criar e manter os campos eletromagnéticos das
cargas indutivas, não realiza trabalho.
Enquanto a potência ativa é sempre consumida na execução de trabalho, a potência reativa, além de
não produzir trabalho, circula entre a carga e a fonte de alimentação, ocupando um “espaço” no sistema
elétrico que poderia ser utilizado para fornecer potência ativa.
A soma vetorial da potência ativa com a potência reativa nos dá a potência aparente, medida em
KVA, que é a potência total gerada e transmitida à carga. O triângulo abaixo mostra a relação entre as
potências ativa, reativa e aparente.

S (KVA)
Q (KVAR)

P (KW)
A razão entre a potência ativa e a potência aparente de qualquer instalação se constitui no fator de
potência.

F P = KW/KVA= Cos  = cos (arctg KVAR/KW)

O fator de potência indica qual a porcentagem da potência total fornecida (KVA) é efetivamente
utilizada como potência ativa (KW). Assim, o fator de potência mostra o grau de eficiência do uso dos
sistemas elétricos. Valores altos de fator de potência (próximos de 1) indicam uso eficiente da energia
elétrica, enquanto valores baixos evidenciam seu mau funcionamento, além de representar uma sobrecarga
para todo o sistema elétrico.
A nova legislação pertinente estabelecida pelo antigo DNAEE, hoje ANEEL, (Portaria nº 1569 de
23/12/93) introduziu uma nova forma de abordagem do ajuste, pelo baixo fator de potência, com os
seguintes aspectos relevantes.
 Aumento do limite mínimo do fator de potência de 0,85 para 0,92
 Faturamento da energia reativa capacitiva excedente
 Redução do período de avaliação do fator de potência de mensal para horário, à partir de 1996.
A energia e demanda reativa devem ser verificadas em dois seguimentos horários de uma jornada:
 06 h - 24 h (reativos indutivos)
 0 h - 06 h (reativos capacitivos)
As causas mais comuns da ocorrência do baixo fator de potência são:
 Motores e trafos operando em vazio ou com pequenas cargas
 Motores e trafos superdimensionados
 Grande quantidade de motores de pequena potência
 Máquinas de solda
 Lâmpadas de descarga (fluorescentes, vapor de mercúrio, vapor de sódio - sem reatores de alto fator de
potência)
 Excesso de energia reativa capacitiva

56
Os principais efeitos da ocorrência do baixo fator de potência são:
 Perdas na rede - As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais ao
quadrado da corrente total. Como essa corrente cresce com o excesso de energia reativa, estabelece-se
uma relação direta entre o incremento das perdas e o baixo fator de potência, provocando o aumento do
aquecimento dos condutores e equipamentos.

 Quedas de Tensão - O aumento da corrente devido ao excesso de reativo leva a quedas de tensão
acentuadas podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia elétrica e a sobrecarga em certos
elementos da rede. Esse risco é acentuado nos períodos em que a rede é fortemente solicitada. As
quedas de tensão podem provocar, ainda, diminuição da intensidade luminosa nas lâmpadas e aumento
da corrente nos motores.

 Subutilização da Capacidade Instalada - A energia reativa, ao sobrecarregar uma instalação elétrica


inviabiliza sua plena utilização, condicionando a instalação de novas cargas a investimentos que seriam
evitados se o fator de potência apresentasse valores mais altos. O “espaço” ocupado pela energia reativa
poderia ser então utilizado para o atendimento de novas cargas. Os investimentos em ampliação das
instalações estão relacionados principalmente aos trafos e condutores necessários.
O trafo a ser instalado deve atender à potência total dos equipamentos, mas devido a presença de
potência reativa, a sua capacidade deve ser calculada com base na potência aparente das instalações (tabela
9.1). Da mesma forma, para transportar a mesma potência ativa sem aumento das perdas, a seção dos
condutores deve aumentar à medida que o fator de potência diminui (Tabela 9.2).

A correção do fator de potência por si só já libera capacidade para instalação de novos equipamentos,
sem a necessidade de investimentos em trafos ou substituição de condutores para esse fim específico. É o
que mostra a tabela 9.3, ilustrando o aumento do fator de potência de 0,8 para 0,92 em uma instalação
genérica, com potência de transformação de 315 KVA.

Tabela 9.1

57
Tabela 9.2 Tabela 9.3

CORRECÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

A primeira providência para corrigir o baixo fator de potência é a análise das causas que levam a
utilização excessiva de energia reativa. A eliminação dessas causas passa pela racionalização do uso de
equipamento (desligar motores em vazio, redimensionar os equipamentos superdimensionados, redistribuir
cargas pelos diversos circuitos, etc.) pode eventualmente solucionar o problema de excesso de reativo. À
partir dessas providências uma forma de reduzir a circulação de energia reativa é instalar capacitores junto
às cargas indutivas pois a circulação fica limitada a estes equipamentos. Na prática, a energia reativa passa
a ser fornecida pelos capacitores, liberando parte da capacidade dos sistemas elétricos das instalações das
unidades consumidoras. Os capacitores devem ser total ou parcialmente desligados, de acordo com o uso
dos motores e trafos, para não haver excessos de energia reativa capacitiva causando efeitos adversos ao
sistema elétrico da concessionária.

VANTAGENS DE CORRECÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

 Liberação da Capacidade do Sistema - Quando os capacitores estão em operação num sistema elétrico,
estes funcionam como fonte de energia reativa, fornecendo corrente magnetizante para os motores,
trafos, etc. reduzindo assim a corrente da fonte geradora. Menos corrente significa menos potência em
KVA ou carga nos trafos, alimentadores ou circuitos de distribuição. Isto quer dizer que capacitores
podem ser utilizados para reduzir a sobrecarga existente ou, caso não haja sobrecarga, permitir a ligação
de cargas adicionais.
 Melhoria da Tensão - As desvantagens de tensão abaixo da nominal em qualquer sistema elétrico são
bastante conhecidas. Embora os capacitores elevem os níveis de tensão, é raramente econômico instalá-
los em estabelecimentos industriais para esse fim. A melhoria de tensão deve ser considerada como um
benefício adicional dos capacitores.
 Redução das Perdas - A redução das perdas em um sistema elétrico decorrente da melhoria ou correção
do fator de potência resulta em lucro financeiro anual da ordem de 15% do valor do investimento feito
com a instalação de capacitores.

58
TIPOS DE COMPENSACÃO:

1) Compensação Individual
É feita instalando os capacitores junto aos equipamentos cujo fator de potência se pretende melhorar.
Do ponto de vista técnico representa a melhor solução:
Vantagens:
 Reduz as perdas em toda instalação
 Diminui a carga no circuito de alimentação dos equipamentos
 Melhora os níveis de tensão
 Pode-se utilizar um sistema único de acionamento para a carga e capacitores
 Gera reativos somente onde é necessário
Desvantagens:
 Muitos capacitores de pequena potência tem custo maior que capacitores de maior potência
 Pouca utilização dos capacitores
 Para motores deve-se compensar no máximo 90% da energia reativa

2) Compensação por Grupos de Cargas


O banco é instalado de forma a compensar um setor ou um conjunto de máquinas. É colocado junto
ao quadro de distribuição que alimenta estes equipamentos. A potência necessária será menor que no caso
da compensação individual, o que torna a instalação mais econômica. Tem como desvantagem o fato de
não haver diminuição de corrente nos alimentadores de cada equipamento compensado.

3) Compensação Geral
O banco de capacitores é instalado na saída do trafo ou do quadro de distribuição geral, se a instalação
for alimentada em baixa tensão. Utiliza-se em instalações elétricas com número elevado de cargas com
potências diferentes e regime de utilização pouco uniformes.
Vantagens:
 Os capacitores instalados são mais utilizados
 Fácil supervisão
 Possibilidade de controle automático
 Melhora geral do nível de tensão
 Instalações adicionais suplementares relativamente simples
Desvantagens:
 Não há alívio sensível dos alimentadores de cada equipamento
59
4) Compensação na Entrada em Alta Tensão
Não é muito freqüente a compensação em AT pois exige dispositivos de comando e proteção dos
capacitores com isolação para tensão primária (AT). Embora o preço por KVAR dos capacitores seja
menor para tensões mais altas, este tipo de compensação, em geral, só é encontrada nas unidades
consumidoras que recebem grande quantidade de energia e dispõe de subestações.

5) Compensação Automática
Nas formas de compensação geral e por grupos de equipamentos é usual utilizar-se uma solução em
que os capacitores são agrupados por bancos controláveis individualmente. Um relé comanda
automaticamente a operação dos capacitores necessários a obtenção do fator de potência desejado.

6) Compensação por Motores Síncronos


Motores síncronos podem ser utilizados para compensação do fator de potência por gerarem energia
reativa, da mesma forma como um gerador convencional o faz. A potência reativa capacitiva é fornecida
por um motor síncrono à instalação, é função da corrente de excitação e da carga em seu eixo. Entretanto
devido ao fato de ser um equipamento bastante caro, nem sempre é compensador do ponto de vista
econômico, sendo competitivo, em princípio, para potências superiores a 200 CV e funcionamento por
períodos longos.

60
PRECAUCÕES NA INSTALACÃO E OPERACÃO DE CAPACITORES

Para maior segurança e eficiência na operação do banco de capacitores, é importante a consulta à


norma P-NB-209 da ABNT e, ainda, considerar os seguintes aspectos:
 A instalação de capacitores deve ser feita em locais onde haja boa ventilação e com espaçamento
adequado entre as unidades
 Após desligar, esperar algum tempo para religar ou fazer o aterramento de um capacitor. Isso porque o
capacitor retém a sua carga por alguns minutos mesmo desligado.
 Proceder ao aterramento dos capacitores antes de tocar sua estrutura ou seus terminais
 Para capacitores ligados em AT (13,8 KV, por exemplo) é sempre conveniente que as operações de ligar
e desligar sejam feitas utilizando-se o disjuntor principal da instalação, antes de se abrir ou fechar a
chave principal de capacitores, no caso de não haver dispositivos adequados de manobra sob carga
 Evitar a energização simultânea de dois ou mais bancos de capacitores, a fim de se evitar possíveis
sobretensões.

Exemplos:

1)Em uma indústria, a potência ativa é de 150 KW. O fator de potência é igual a 0,65 indutivo. Qual a
corrente que está sendo demandada à rede trifásica de 220 V, e qual seria a corrente se o fator de potência
fosse igual a 0,92 indutivo?

2)Uma indústria possui as seguintes cargas instaladas:


- Iluminação incandescente – 20 KW
- Iluminação fluorescente – Carga máxima de 100 KW, fator de potência médio = 0,9 indutivo
- Motores de indução diversos – Carga máxima de 184 KW, fator de potência médio = 0,8 indutivo
- Dois motores síncronos superexcitados – Carga máxima 73,6 KW, fator de potência médio = 0,9
Com base nos dados acima calcule os valores das potências ativa, reativa e aparente, bem como o fator de
potência da instalação.

3)Repita o exercício 2 excluindo os motores síncronos.

4)Uma indústria tem instalada uma carga de 200 KW. Verificou-se que o fator de potência é igual a 0,85
indutivo. Qual deverá ser a potência em KVAr de um capacitor que, instalado, venha a reduzir a potência
reativa, de modo que o fator de potência atenda às prescrições da Concessionária, ou seja, seja igual a 0,92
indutivo?

61
CAPÍTULO 10 - INSTALACÃO DE MOTORES

Motor elétrico é uma máquina capaz de transformar a energia elétrica em energia mecânica. A
potência mecânica no eixo é expressa em HP (horse power) ou CV (cavalo vapor). A potência elétrica de
entrada é igual aos HP do motor dividido pelo rendimento, que é da ordem de 80% para os motores médios
e ainda maiores para os grandes motores.
A corrente nominal do motor, em ampères, pode ser obtida pela seguinte expressão:

I = (HP x 746) / (V . cos  .  )

Se o motor for trifásico aparece o fator 3 no denominador.


Os motores podem ser classificados em:
 Corrente Contínua - que de acordo com o campo podem ser:
a) Motor shunt
b) Motor série
c) Motor compound
 Corrente Alternada - que de acordo com a rotação podem ser:
d) Síncronos
e) Assíncronos
f) Diassíncronos
A velocidade dos motores pode ser obtida através da seguinte expressão:

N = (120 x f) / p
onde:
N - velocidade em rpm
f - freqüência em Hz
p - n.º de pólos da máquina

Os motores possuem placas de identificação onde constam suas principais características elétricas:
 Tensão e Correntes Nominais
 Número de Fases
 Freqüência
 Potência Nominal
 rpm
 Classe de Isolamento
 Fator de Serviço
 Letra Código

62
CLASSE DE ISOLAMENTO

Especifica o valor máximo de temperatura que o motor pode atingir em função do tipo de isolamento
do enrolamento.

Classe Isolante Tem. Máxima ºC


O Algodão, seda, papel e substâncias análogas, não impregnadas de óleo 90
A Algodão, seda, papel impregnados e revestidos de esmalte 105
B Mica, Vidro, Asbesto e outras substâncias inorgânicas 125
C Mica, Vidro, asbesto guarnecidos com silicone 175
Tabela 10.1 - Classificação dos materiais isolantes

LETRA CÓDIGO

A letra código dá uma indicação da relação entre a potência em KVA solicitada da rede por HP de
potência do motor, no teste com o rotor preso.

Letra Código KVA/HP com rotor preso


A de 0 a 3,14
B de 3,15 a 3,54
C de 3,55 a 3,99
D de 4,00 a 4,49
E de 4,50 a 4,99
F de 5,00 a 5,59
G de 5,60 a 6,29
H de 6,30 a 7,09
J de 7,10 a 7,99
K de 8,00 a 8,99
L de 9,00 a 9,99
M de 10,0 a 11,19
N de 11,2 a 12 49
P de 12,5 a 13,99
R de 14 a etc.
Tabela 10.2 - Letra código dos motores

FATOR DE SERVIÇO
Fator de Serviço é o fator pelo qual pode ser multiplicada a potência nominal do motor, indicando a
máxima potência que o mesmo pode fornecer sem aquecimento prejudicial, nos enrolamentos, porém, com
queda do fator de potência e do rendimento da máquina.
O fator de serviço é aplicado a motores de uso não permanente
Este dado deve ser considerado no dimensionamento da proteção do motor.

Exemplo: Um motor de 15 HP e corrente nominal 40 A, fator de serviço 1,25 poderá sofrer a seguinte
sobrecarga:

1,25 x 15 = 18,75 H.P. 1,25 x 40 = 50 A

63
ESQUEMA TÍPICO DE INSTALACÃODE MOTORES

Figura 10.1 – Esquema típico de instalação de motores

10.1)DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES DOS RAMAIS

a) Pela Capacidade de Condução de Corrente

O limite de condução de corrente dos condutores dos ramais para os motores elétricos deverá ser pelo
menos igual a 125% da corrente nominal do motor.

I (ramal)  1,25 Inominal

Encontrado o valor de I (ramal) consulta-se as tabelas do Cap. 3 (tabela 3.5 ou 3.6)

b) Pela Queda de Tensão


No caso dos ramais consideramos queda de tensão máxima de 1%.
Multiplica-se a corrente nominal do motor pelo comprimento do ramal e aplica-se a tabela 10.3

Tabela 10.3 - Escolha dos condutores em função dos A x m

64
10.2) DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES DO ALIMENTADOR

a) Pela Capacidade de Condução de Corrente

Para determinação dos condutores do alimentador utilizamos a seguinte expressão:

I alim = 1,25 In (maior motor) +  In (restante dos motores)

Encontrado o valor de I alim consultamos as tabelas 3.5 ou 3.6.

b) Pela Queda de Tensão


No caso do alimentador consideramos queda de tensão de 4%
Multiplicam-se as correntes nominais dos ramais pelas distâncias dos pontos de derivação dos
mesmos até a proteção do alimentador.
Encontrado o valor do somatório consulta-se a tabela 10.3

10.3)DIMENSIONAMENTO DAS PROTECÕES DOS RAMAIS

Compreendida entre 150 e 300 % da corrente nominal do motor, conforme sua letra código, tipo do
motor e método de partida empregado. (vide tabela 10.4)
Normalmente esta proteção é feita por fusíveis de ação retardada (NH ou diazed)

Tabela. 10.4 Porcentagem da corrente a plena carga a considerar na proteção dos ramais

10.4)DIMENSIONAMENTO DA PROTECÃO DO MOTOR

Utiliza-se, normalmente, neste tipo de proteção, relés térmicos. Esta proteção é dimensionada a partir
do fator de serviço do motor.
No caso de motores com fator de serviço igual ou superior a 115% ou motores com uma elevação de
temperatura admissível de 40°C, o ajuste pode ser até 125% da corrente nominal do motor (1,25 In). Nos
demais casos, os relés térmicos devem ser ajustados em 115% da corrente nominal do motor (1,15 In).

Ipm = 1,15 a 1,25 In

65
10.5) DIMENSIONAMENTO DA PROTECÃO DO ALIMENTADOR

A capacidade nominal dos dispositivos de proteção dos circuitos alimentadores de motores não
deverá ser maior do que a adequada ao ramal, que exige proteção de maior capacidade, mais a soma das
correntes nominais dos motores restantes.

I (prot. do alimentador) < I (prot. do ramal de maior capacidade) +  In (demais motores)

10.6) CURVAS DE ATUAÇÃO DOS FUSÍVEIS DIAZED

Figura 10.2 - Curvas dos fusíveis diazed

Figura 10.3 - Curvas dos fusíveis diazed

66
REDE 3m 5m 8m
PA PR1 PR2 PR3

10 m 12 m 15 m
CM1 CM2 CM3

PM1 PM2 PM3

1 2 3

Dados dos Motores Trifásicos:


Motor 1 – 7,5 CV, In = 21 A, FS = 1,1, Letra Código A, Partida com tensão reduzida.
Motor 2 – 3 CV, In = 9 A, FS = 1,25, Letra Código B, Partida Direta.
Motor 3 – 20 CV, In = 58 A, FS = 1,15, Sem Letra Código, Partida com tensão reduzida.

Dimensionar os condutores dos ramais e do alimentador e as proteções dos ramais, dos motores e do
alimentador. Considerar condutores de cobre com isolação de PVC e maneira B1 de instalar.

67
CAPÍTULO 11 – COMANDOS ELÉTRICOS

São dispositivos elétricos ou eletrônicos usados para acionar motores elétricos, como também outros
equipamentos elétricos. São compostos de uma variedade de peças e elementos como contatores, botões,
relés temporizados, relés térmicos e fusíveis.
Uma grande parte das máquinas nas indústrias e oficinas são acionadas por motores elétricos. Para
manejar estas máquinas são necessários dispositivos que permitem o controle sobre motores elétricos. Estes
dispositivos de controle são, nos casos mais simples, interruptores, também chamados chaves manuais.
Para motores de maior potência e para máquinas complexas usam-se comandos elétricos, também
chamados chaves magnéticas ou chaves automáticas.
Os comandos elétricos permitem um controle sobre o funcionamento das máquinas, evitando, ao
mesmo tempo, manejo inadequado pelo usuário e, além disso, dispõe de mecanismos de proteção para a
máquina e para o usuário. Melhoram o conforto para manejar máquinas, usando simples botões e permitem
o controle remoto das máquinas.
Estes sistemas aprimoram-se a cada dia, devido ao avanço feito no desenvolvimento de
componentes eletroeletrônicos de potência. Um exemplo disto são as chaves Soft Starter e os Inversores
de Freqüência que permitem partida suave das máquinas e o ajuste fino da velocidade das mesmas.

DISPOSITIVOS UTILIZADOS EM COMANDOS ELÉTRICOS

11.1) CONTATOR

É um dispositivo de manobra mecânica, acionado magneticamente, que permite comandar grandes


intensidades de corrente, através de um circuito auxiliar de baixa intensidade. São muito utilizados no
comando de motores elétricos trifásicos, por apresentarem várias vantagens em relação as chaves de
acionamento manual. Por exemplo:
- Possibilitam comando à distância
- Possibilitam comando de locais diferentes
- Possibilitam montagem de comando automático e semi-automático
- Possibilitam o acoplamento de diversos dispositivos de segurança
- Possuem câmaras de extinção do arco elétrico
- Resistem a elevado número de manobras
- Exigem pouco espaço para montagem

São constituídos de um grande número de peças, conforme pode ser visto na vista
explodida à seguir.

Figura 11.1 – Vista explodida de um contator

O mecanismo de acionamento do contator é constituído da bobina, dos núcleos e das molas de


abertura. Quando sua bobina é energizada, o núcleo móvel, pela ação do campo magnético criado se une
ao núcleo fixo, consequentemente unindo os contatos.
A velocidade de fechamento é determinada pela resultante entre a força de atuação eletromagnética
da bobina e das molas de abertura. A velocidade de abertura é função da expansão das molas.
A superfície em que os contatos se unem é de prata sinterizada.
A câmara de extinção tem por finalidade favorecer a extinção rápida do arco na abertura do contator.
É constituída de material cerâmico e lâminas de aço.
68
Os contatores são constituídos pelos contatos fixos e pelos contatos móveis. Os contatos fixos estão
montados na própria carcaça do contator. Os contatos móveis estão montados no núcleo móvel. Quando
o núcleo móvel for atraído, leva consigo os contatos móveis. Com este movimento fecham-se os contatos
normalmente abertos (NA) e abrem-se os contatos normalmente fechados (NF).
Os contatores possuem um conjunto de contatos de força ou principais (que servem para comandar
a carga) e um conjunto de contatos auxiliares.

Figura 11.2 – Acionamento de um contator

Figura 11.3 – Modelos de contatores

Simbologia dos componentes do contator:

- Bobina do Contator (Normas DIN, BS e IEC)

- Bobina do Contator (Norma ASA)

- Contato Normalmente Aberto (Norma ASA)

- Contato Normalmente Fechado (Norma ASA)

- Contato Normalmente Aberto (Norma DIN, BS e IEC)

- Contato Normalmente Fechado (Norma DIN, BS e IEC)

69
Para identificarmos os tipos de contatos do contator (principais ou auxiliares), poderemos comparar
seus tamanhos e para identificarmos sua função (NA ou NF) poderemos testá-los com o auxílio de uma
lâmpada de prova ou multímetro (na escala de continuidade) movimentando o núcleo da bobina.
A identificação dos contatos também pode ser feita a partir da análise da numeração dos mesmos.
Esta numeração está gravada no corpo do contator e identifica o tipo e função do contato, conforme à seguir.

- Contatos Principais – Identificados pelos números 1,3 e 5 (ligação à linha) e 2,4 e 6 (ligação à carga)
- Contatos Auxiliares – Identificados por dois algarismos. O primeiro deles, identifica a posição do
contato e o segundo sua função. Quando no segundo algarismo temos os números (3,4) isto indica que
o contato é normalmente aberto. Quando no segundo algarismo temos os números (1,2) isto significa
que o contato é normalmente fechado.
- Bobina do Contator – As bobinas dos contatores são marcadas pelas letras a e b ou por A1 e A2.

Exemplos:

Figura 11.4 – Identificação dos contatos dos contatores

Para escolha correta de uma contator devem ser considerados os seguintes fatores:

- Tensão nominal
- Tipos de carga
- Potência de utilização
- Capacidade de corrente
- Número de contatos auxiliares
- Poder de ruptura
- Poder de fechamento
- Frequência de manobras
- Robustez mecânica
- Durabilidade dos contatos
11. 2) RELÉS TÉRMICOS

São dispositivos que protegem os motores contra sobrecargas, falta de fase e variações de tensão,
atuando pelo efeito térmico causado pela corrente elétrica. 70
Este relé funciona baseado na deformação que ocorre nos elementos bimetálicos, quando sofrem
um aumento de temperatura. Por essa razão, também são chamados de relés bimetálicos.
São constituídos, basicamente, por dois dispositivos: o elemento bimetálico e o interruptor.
As lâminas bimetálicas são normalmente feitas de ligas de níquel-ferro, sobrepostas e soldadas.
Possuindo estes metais coeficientes de dilatação diferentes, as lâminas curvam-se sob a ação do calor.

Figura 11.5 – Relé térmico

O efeito desta dilatação é aproveitado para proteger os motores elétricos contra sobrecargas. A
corrente do motor passa direta ou indiretamente pelo através do elemento bimetálico. No caso de
sobrecarga no motor, haverá um aumento de corrente em suas bobinas. Esta corrente de maior intensidade
passará pelo elemento bimetálico, provocando o seu aquecimento, o que ocasionará o seu encurvamento.
O elemento bimetálico atua sobre um pequeno interruptor que irá desarmar o contator, evitando que
o motor permaneça trabalhando com sobrecarga.

Figura 11.6 – Atuação do elemento bimetálico

Na maioria dos relés térmicos, quando desarmados por uma sobrecarga, não voltam a se rearmar
automaticamente, necessitando que o operador pressione o botão de rearme que se encontra sobre o corpo
do relé.
Permitem uma regulagem para atuarem dentro de uma faixa de intensidade de corrente. Como a
faixa de regulagem é reduzida, existe uma variedade de relés térmicos para proteção dos mais variados
motores. Sua regulagem é feita girando-se o botão de regulagem, encontrado em seu corpo, até que o valor
correspondente a corrente de proteção do motor fique voltado para o ponto de referência.

71
Simbologia:

- Contato Principal do Relé Térmico

- Botão de Rearme do Relé Térmico

- Contato Auxiliar Normalmente Fechado do Relé Térmico

- Contato Auxiliar Normalmente Aberto do Relé Térmico

Os contatos auxiliares dos relés térmicos normalmente são marcados como:


(95,96) – Contato Normalmente Fechado
(97,98) – Contato Normalmente Aberto
Assim como nos contatores, os contatos principais dos relés térmicos, também são identificados
pelos números 1,3 e 5 (entrada) e 2,4 e 6 (saída)

Figura 11.6 – Identificação dos contatos dos relés térmicos

11. 3) BOTÕES E BOTOEIRAS

São componentes usados, geralmente, para comandar à distância um contator.


O seu acionamento se faz por meio da compressão do botão e o seu retorno à posição inicial, pela
ação de molas.
São formadas, basicamente, pelos blocos de contatos e pelo botão para botoeiras.
Existem blocos de contatos do tipo normalmente aberto (NA) ou normalmente fechado (NF).
As botoeiras podem ser montadas diretamente nos painéis de comando ou em caixas apropriadas.

Simbologia:

a) Botoeira Liga-Desliga

72
b) Botoeira Dupla

11.4 ) RELÉS DE TEMPO

São dispositivos de comando automático que funcionam de acordo com um tempo pré regulado.
Empregam-se em todos os processos com temporização de manobra, em circuitos de comando, partida e
proteção de motores.
Seus contatos auxiliares comandam outros dispositivos individuais, ou componentes de dispositivos
de manobra. Podem operar com retardamento no acionamento ou no desligamento de seus contatos.
Conforme seu sistema de acionamento podem ser:
- Eletrônicos
- Eletromecânicos
- Térmicos
- Pneumáticos

Permitem o ajuste de tempo à partir de uma escala, normalmente graduada em minutos


ou segundos.

Simbologia:

- Bobina de Relé de Tempo com Retardo no Acionamento

- Bobina do Relé de Tempo com Retardo no Desligamento

16 18

- Contatos Auxiliares do Relé de Tempo

15,16 Contato Fechado

15,18 Contato Aberto

15

73
Exemplos da representação dos relés de tempo

a) Relé de Tempo com Retardo para Operar

b) Relés de Tempo com retardo para voltar ao repouso

74
11. 5) FUSÍVEIS TIPO NH E DIAZED

São dispositivos usados com o objetivo de limitar a corrente de um circuito, proporcionando sua
interrupção em casos de curtos-circuitos ou sobrecargas de longa duração (figuras 1 e 2).

As seguranças NH são compostas de base e fusível (figuras 3 e 4). A base é constituída geralmente
de esteatita, plástico ou termofixo, possuindo meios de fixação a quadros e placas. Possuem contatos em
forma de garras prateadas, que garantem o contato elétrico perfeito e alta durabilidade; a essas garras se
juntam molas que aumentam a pressão de contato.

O fusível possui um corpo de porcelana (figura 5) se seção retangular, com suficiente resistência
mecânica, contendo nas extremidades facas prateadas. Dentro do corpo de porcelana se alojam o elo fusível
e o elo indicador de queima, imersos em areia especial, de granulação adequada.

O elo fusível é feito de cobre, em forma de lâminas, vazadas em determinados pontos para reduzir
a seção condutora (figura 6). Existem ainda elos fusíveis feitos de fita de prata virgem.
Retirando-se o fusível de segurança, obtém-se uma separação visível dos bornes, tornando
indispensável em alguns casos a utilização de um seccionador adicional. Para se retirar o fusível, é
necessária a utilização de um dispositivo, construído de fibra isolante, com engates para extração, o qual
recebe o nome de punho saca fusível.

75
As seguranças diazed são compostas de base aberta ou protegida, tampa, fusível, parafuso de ajuste
e anel.
A base é um elemento de porcelana (figura 7) que comporta um corpo metálico, roscado
internamente, e externamente ligado a um dos bornes: o outro borne está isolado do primeiro e ligado ao
parafuso de ajuste.

A – Borne ligado ao corpo roscado


B – Borne ligado ao parafuso de ajuste

A tampa é um dispositivo, geralmente de porcelana, com um corpo metálico roscado, que fixa o
fusível à base e não se inutiliza com a queima do fusível (figura 8). Permite a inspeção visual do indicador
do fusível e a substituição deste sob tensão.

O parafuso de ajuste é um dispositivo feito de porcelana, com um parafuso metálico que, introduzido
na base, impede o uso de fusíveis de capacidade superior a indicada (figura 9). Sua montagem é feita com
auxilio de uma chave especial.
O anel também é um elemento de porcelana, roscado internamente, que protege a rosca metálica da
base aberta, evitando a possibilidade de contatos acidentais, na troca do fusível (figura 10).
O fusível é constituído de corpo de porcelana em cujos extremos metálicos se fixa um fio de cobre
puro ou recoberto com uma camada de zinco, imerso em areia especial, de granulação adequada, que
funciona como meio extintor do arco voltaico, evitando o perigo de explosão, no caso da queima do fusível
( figuras 11)

Possui um indicador, visível através da tampa, denominado espoleta, com cores correspondentes
em caso de queima.
O elo indicador é constituído de um fio muito fino, que está ligado em paralelo com o elo fusível.
No caso de fusão do elo fusível, o fio indicador de queima também se fundirá, provocando o
desprendimento da espoleta.
76
Em funcionamento, o fusível deve obedecer a uma característica, tempo de desligamento –
corrente circulante, dada pelos fabricantes (figura 12)

Figura 12

Legenda:
IN – Corrente Nominal
Icc – Corrente de curto-circuito
Tcc – Tempo de desligamento para curto-circuito
Dentro da curva de desligamento, quanto maior a corrente circulante, menor será o tempo em que
o fusível terá que desligar.
Essas curvas são variáveis com o tempo, corrente, o tipo de fusível e o fabricante.
Normalmente as curvas são válidas para os fusíveis, partindo do estado a temperatura ambiente.
Podem ser do tipo rápido ou de ação retardada.
Os fusíveis de ação retardada suportam elevações de corrente por certo tempo, sem ocorrer a fusão.
São indicados para proteção de circuitos onde existem cargas indutivas e capacitivas.
Os fusíveis de ação rápida são de aplicação mais específica, não suportam picos de corrente. São
usados em circuitos predominantemente resistivos.
Na figura 13 vemos o gráfico tempo x corrente para um fusível de ação retardada.
Através do gráfico pode-se verificar que para um fusível retardado de 10 A, com uma corrente no
circuito de 10 A, o elo não se funde, pois a reta vertical que passa pelo número 10 não encontra a curva do
elo escolhido.
Com uma corrente no circuito de 20 A o elo se funde em 2 minutos.
Com 100 A o elo funde-se em 0,05 seg. Portanto, conclui-se que quanto maior a corrente no circuito,
menor será o tempo de fusão do elo.

Figura 13

77
11. 6) MOTORES TRIFÁSICOS (LIGAÇÕES)

Os terminais dos motores de corrente alternada podem ser em bornes ou chicotes, devidamente
marcados (letras ou números) e encerrados na caixa de ligações, permitindo ao instalador ligá-los à rede,
de acordo com o esquema que o fabricante fornece na placa de identificação do motor.
Quando não há indicação dos terminais o profissional deve identificá-los à partir de testes e ligações.
Os motores de origem alemã têm suas bobinas marcadas pelas letras u, v e w (início das bobinas) e
x, y e z (final das bobinas).
Os motores de origem americana tem seus terminais marcados pelos números 1,2 e 3 (início das
bobinas) e 4, 5 e 6 (finais das bobinas) respectivamente. Assim, teremos as bobinas descritas à seguir:

78
11. 7) PARTIDA DIRETA (COMANDO SIMPLES)

O esquema de partida direta é a forma mais simples de dar partida a um motor elétrico. As três
fases são ligadas de vez ao motor. Porém, o pico de corrente, característico da partida dos motores,
prejudica a rede e o próprio motor devido ao impacto no momento da partida. Este tipo de partida fica
limitado a motores de potência igual ou inferior a 5 HP (padrão LIGHT). A vantagem da partida direta
reside no fato de que não são necessários comandos complicados e o torque total do motor fica logo
disponível.

11. 8) PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO

Liga o motor diretamente a rede de alimentação, sem reduzir a corrente de partida e permitem a
inversão do sentido de rotação do motor à partir da mudança da seqüência de fases aplicada aos seus
enrolamentos.
Vale ressaltar que os contatores K1 e K2 nunca poderão ser acionados simultaneamente, pois, caso
isto ocorra, haverá curto-circuito nas três fases no circuito de força. Para que tal fato não ocorra faz-se
necessário o correto intertravamento entre os contatores seja via contatos auxiliares NF dos contatores ou
via contatos das botoeiras.

79
11. 9) PARTIDAS SUAVES (COM TENSÃO REDUZIDA)

Um dos momentos críticos é a partida dos motores elétricos. Os motores solicitam muito mais
corrente no momento da partida do que em serviço contínuo. Esta elevação de corrente é chamada de
corrente de pico e sua amplitude e tempos de duração dependem das condições em que a partida ocorre, ou
seja, se o motor parte em carga ou em vazio.
As correntes de partida podem chegar até dez vezes do valor da corrente nominal do motor, com
isso, podendo disparar os dispositivos de proteção.
Existem diferentes esquemas de partida para melhorar este quadro, porém, todos eles, têm em
comum a redução da tensão alimentadora para as bobinas do motor no instante da partida.
Conforme cada região do país, cada concessionária de energia elétrica permitirá a partida direta de
motores de determinada potência, para motores de potência acima deste valor, deve-se utilizar um dos
métodos de partida com tensão reduzida.
No Rio de Janeiro, a LIGHT permite partida direta para motores com potências menores ou iguais
a 5 HP.
Os tipos de partida com tensão reduzida mais utilizadas são:
- Partida Estrela-Triângulo
- Partida com Chave Compensadora
- Partida com Resistências Rotóricas

Quando as condições da rede exigir partida com tensão reduzida ou corrente reduzida,
o sistema de partida será determinado pela carga, conforme as possibilidades à seguir:

a) Considerando-se a possibilidade do motor partir em vazio até a plena tensão, e sua carga implementada
até o limite nominal.
Neste caso deve-se utilizar chave estrela triângulo
Exemplos: serra circular, torno mecânico, compressores

b) O motor deve partir com carga em torno de 50%


Neste caso deve-se utilizar a chave compensadora utilizando-se TAP’s de 65 ou 80%
Exemplos: Calandras, bombas e britadores

c) O motor deve partir com rotação controlada, porém com torque bastante elevado.
Neste caso utiliza-se motor com rotor bobinado (Partida com reostatos)
Exemplo: Betoneiras, pontes rolantes, máquinas off-set

11. 9. A) CHAVE ESTRELA-TRIÂNGULO (Y)

Para este tipo de partida é fundamental que os motores possuam seis terminais de ligação,
permitindo seu funcionamento em duas tensões, como por exemplo, 220/380 V. Nesta condição podemos
realizar a partida de motores em redes de 220 V entre fases.
Neste esquema de partida, liga-se o motor em duas etapas. Na primeira etapa o mesmo será ligado
em estrela, assim os 220 V entre fases dividem-se sempre entre as bobinas, reduzindo a tensão em cada
uma. O efeito disso é a redução da potência do motor para um terço. Então a corrente no momento da
partida também será reduzida de 1/3. Assim que o motor alcançar sua velocidade em regime, será ligado
em triângulo. Desta forma as bobinas estarão ligadas diretamente às fases e receberão sua tensão nominal.
Isso faz que o motor disponha de sua tensão nominal.

80
11. 9 B) PARTIDA COM CHAVE COMPENSADORA

Uma outra forma de reduzir a tensão ou corrente no instante da partida é o uso de


autotransformadores também chamados transformadores de partida.
O autotransformador será intercalado entre a rede e o motor no momento da partida. Ao alcançar a
velocidade em regime do motor, tira-se o autotransformador do circuito, aplicando-se tensão plena ao
motor.
O tipo de autotransformador mais utilizado é o que oferece uma série de saídas com reduções
percentuais, por exemplo: 50, 65 ou 80 % da tensão nominal.
A cada redução de tensão resulta em redução da corrente de partida, mas também em redução do
torque nesse momento. Somente quando ligarmos a tensão nominal ao motor é que atingiremos a potência
total ou torque total do mesmo.

81
11.10) MOTORES DE DUAS VELOCIDADES (DAHLANDER)

O motor dahlander é usado em máquinas que necessitam de duas velocidades de funcionamento.


Seu comando é feito por contatores interligados de modo que possam atender as disposições das ligações
dos enrolamentos.
As duas velocidades do motor são conseguidas pela mudança do número de pólos do motor, quando
se modificam as disposições das ligações dos enrolamentos.
Basicamente, a mudança do número de pólos é conseguida da seguinte maneira.

Figura 1 – Baixa Velocidade Figura 2 – Alta Velocidade

Com a disposição das ligações da figura 1, os dois enrolamentos formam dois pólos do mesmo
nome; logo, entre eles se formarão dois pólos de nomes contrários, chamados pólos conseqüentes. Assim,
teremos quatro pólos (dois N e dois S). O motor é construído de modo que haja esta possibilidade (menor
velocidade)

82
Com a disposição da figura 2, os enrolamentos formam dois pólos de nomes contrários (ligação
convencional), maior velocidade.

N = 120 f /p

A velocidade alta é o dobro da velocidade baixa, visto que o número de pólos da baixa é o dobro da
alta.
Os terminais destes motores são marcados com U1, U2, U3, U4, U5 e U6 pelo sistema americano,
que correspondem respectivamente a Ua, Va, Wa , Ub, Vb, Wb do sistema Europeu.

83
ANEXOS

ANEXO 1 – PLANTA BAIXA

Planta baixa é a projeção que se obtém quando cortamos, imaginariamente, uma edificação com um
plano horizontal, paralelo ao plano do piso.
A altura do plano de corte em relação ao plano do piso é tal, que permite a visualização de paredes,
portas e janelas da edificação. Esta altura pode variar entre 1,50m e 1,80m.
A seguir vemos uma edificação como é vista normalmente.

Para chegarmos à planta baixa de uma edificação, devemos pensar de acordo com os seguintes
procedimentos:

- Um plano horizontal corta a edificação.


- O corte deve ser feito de 1,50m a 1,80m de altura em relação ao piso.
- O corte deve ser paralelo ao piso

- A parte de cima da edificação é removida.


- A parte de baixo servirá para o desenho da planta baixa.
- Olhando de cima para a parte inferior ao corte é que se tem a vista que serve como base para o desenho
da planta baixa.
- Da projeção no corte, temos a origem da planta baixa.

84
A Planta Baixa tem por finalidade mostrar, claramente, as divisões dos compartimentos, a
circulação entre eles, suas dimensões e seu destino.

Na planta baixa, devem estar detalhadas as medidas das paredes (comprimento e espessura),
portas, janelas, o nome e o nível de cada ambiente e escala em que foi confeccionado o desenho. A partir
da planta baixa é elaborado o projeto elétrico de uma obra.

Vãos de portas
As aberturas existentes nas paredes de uma edificação são chamadas de vãos. Estas aberturas são para
passagem livre, portas, janelas e básculas.
As portas se dividem em dois tipos: portas de abrir e portas de correr.

Elas são representadas na planta baixa, conforme as simbologias apresentadas abaixo:


A inscrição junto à porta indica suas dimensões. Esta indicação é feita sempre conforme a regra:
Largura x Altura
Portanto, a porta representada abaixo possui 70 cm de largura e 210 cm de altura.

85
Vãos de Janelas e básculas
A representação de janelas é consequência do conceito de planta baixa, pois o plano de corte que a
fornece secciona também as janelas.
Assim como as portas, também existem dois tipos de janelas: janelas de abrir e janelas de correr

A indicação das dimensões da janela é feita conforme a seguinte regra:

Largura X Altura
Peitoril

Ao se tratar de uma báscula ou de uma janela alta, a indicação no desenho deve ser feita através de
linhas tracejadas, indicando que se trata de uma projeção. Isto ocorre, porque o plano de obtenção da planta
baixa não atinge as básculas, por causa da altura em que se encontram. A báscula não é seccionada pelo
plano de obtenção da planta baixa

86
ANEXO 2 – ESCALAS
Escala é a relação que existe entre o tamanho do desenho de um objeto e o seu tamanho real.
Indicação e leitura da escala
Nos desenhos a indicação numérica da escala se apresenta como uma razão (fração), onde o primeiro
número indica a medida no desenho e o segundo indica a medida correspondente na peça real:

Escala = Medida no Desenho


Medida na Peça Real

Podemos também escrever de forma reduzida, utilizando o símbolo de divisão (:).


Assim:
Escala 1:100 - lê-se: escala um para cem.
Medida no desenho = 1
Medida na peça real = 100
Então, se no desenho um objeto tem dimensão 1, na peça real tem dimensão 100.
Então, se a planta baixa está desenhada na escala de 1:100 , sabemos que o desenho sofreu uma
redução de cem vezes em relação ao seu tamanho real.
Analogamente, na escala de 1:50 a redução é de cinqüenta vezes.
Note que sempre um dos números na representação da escala é 1 (um), pois isso facilita a leitura e
a interpretação das informações nela contidas.

Escala Natural
Na escala natural o desenho é representado com as mesmas dimensões da peça real.

Nesse caso a escala é natural, ou seja, o desenho tem o mesmo tamanho do objeto. 1 : 1

Escala de Redução
Quando o objeto a ser desenhado é de grandes dimensões, representamos este por meio de um
desenho em escala reduzida.

Exemplo:

Para representar a porta de um painel elétrico a partir de um croqui, contendo as indicações das
dimensões reais, que são: 500mm de largura e 1000mm de altura, o desenho deve ter dimensões reduzidas
em relação a peça real.

87
Nesse caso, as medidas do desenho são 25 vezes menores do que as medidas reais da peça.
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - recomenda a utilização das seguintes
escalas de redução:

Escalas
1:2 1:50
1:2,5 1:100
1:5 1:200
1:10 1:250
1:20 1:500
1:25 1:1000

Escala de Ampliação
A escala de ampliação é aquela que é utilizada, quando o tamanho do desenho de um objeto deve
ser maior que seu tamanho real. Isso ocorre, quando um objeto é pequeno demais para que se vejam seus
detalhes a olho nu.

Exemplo:
Para representar com melhores detalhes um circuito integrado é necessário que o desenho seja
ampliado em relação à peça real.

O desenho está ampliado cinco vezes em relação à peça real.


A ABNT recomenda a utilização das seguintes escalas de ampliação:

Escalas
2:1
5:1
10:1

88
ANEXO 3 - PLANTAS

Planta 1

CIRCUITO ILUMINACÃO (W) TOMADAS (w) TOTAL PROT COND FASE OBS
40 60 100 100 600 ESP (A) mm²
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12

Quadro de Cargas da Planta 1

89
Planta 2

90
CIRCUITO ILUMINACÃO (W) TOMADAS (w) TOTAL PROT COND FASE OBS
40 60 100 100 600 ESP (A) mm²
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
Quadro de Cargas da Planta 2

91
Planta 3/1

92
Planta 3/2

CIRCUITO ILUMINACÃO (W) TOMADAS (w) TOTAL PROT COND FASE OBS
40 60 100 100 600 ESP (A) mm²
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
Quadro de Cargas das Plantas 3/1 e 3/2

93

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