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Diabetes Gestacional
1. Introdução
Metabolismo anormal de carboidratos, caracterizado por hiperglicemia.
2. Fisiopatologia
É um acréscimo na resistência periférica à insulina pelas células beta do
pâncreas. Essa resistência aumenta em virtude da secreção placentária de
hormônios diabetogênicos(Hormônio do crescimento, lactogênico
placentário).
Anabolismo: Glicemia das gestantes tende a diminuir, em especial em jejum
prolongado.
Catabolismo: Crescente consumo de nutrientes maternos pelo feto. Há
aumento da resistência periférica à insulina. Quando as modificações na
função pancreática não são suficiente para vencer a resistência, ocorre a
DMG.
3. Classificação
DM1: Destruição das células beta pancreáticas, é uma deficiência completa
de insulina, se manifesta comumente antes dos 30 anos, geralmente durante à
adolescência.
DM2: Forma mais comum. É caracterizada pela deficiência na secreção e ação
da insulina, tem relação direta com a obesidade.
DMG:
Classe A1: Controlada apenas com dieta.
Classe A2: Controlado com auxílio de insulina.
Diabetes pregresso desconhecido: Na primeira consulta de pré-natal, segue-se
os seguintes critérios:
• Glicemia em jejum ≥ 126mg dl
• Hemoglobina glicada ≥6,5%
• Glicemia ocasional ≥ 200mg dl
Diabetes gestacional: Quando na 1 consulta, os valores da glicemia em jejum
são entre 92-125.
O teste de tolerância à glicose oral(TTGO)75G deve ser realizado entre 24-28
semanas.
4. Fatores de risco
❖ Idade materna ≥25 anos
❖ Sobrepeso materno e ou ganho excessivo de peso
❖ Antecedente familiar de 1 grau de DM
❖ DMG gestação previa
92-125mgdL
<92mgdl ❖ Intolerância à glicose anterior à gravidez
❖ Antecedente de macrossomia fetal ou feto grande para a
Normal DMG
idade gestacional
❖ HAS
Realizar
❖ Uso de corticoide
TTO 75g
Manobras que podem ser utilizadas na tentativa de resolver essa situação grave
❖ Não tracionar a cabeça, pode ocasionar lesões no plexo braquial e
bulbo.
❖ Ampliar a episiostomia
❖ Manobra de Mc Roberts: Hiperflexão e abdução das coxas, para
deslocamento cranial da sínfise púbica, liberando o ombro impactado.
❖ Manobra de Rubin: Pressão continua no ombro anterior do feto para que
deslize sob a sínfise púbica.
❖ Tentar girar os ombros fetais do diâmetro sagital para o diâmetro obliquo.
❖ Manobra de Jacquemier: Após desprender o ombro posterior, introduz a
mão pela concavidade do sacro, apreende-se o antebraço e por
deslizamento, é retirada pela face anterior do tórax. Abaixa-se o tronco,
que liberará o ombro anterior.
Manobras que diminuem o diâmetro biacromial:
➔ Fratura de clavícula;
➔ Clidotomia: Utiliza-se uma tesoura para cortar a clavícula
Quando for impossível alcançar o ombro, a cesárea está indicada.
Manobra de Zavanelli: Diante desta situação, deve-se rodar a cabeça para a
variedade occiptopubica, fleti-la e reintroduzi-la lentamente na pelve materna,
até as espinhas isquiáticas(Obito fetal, apenas).
Para o relaxamento uterino, recomenda-se Terbutalina subcutânea(0,25mcg).
9. Anormalidades de situação e apresentação
Situação transversa: O maior eixo fetal é
perpendicular ao maior eixo uterino. Está
relacionada com multiparidade,
prematuridade, polidrâmnio e
anormalidades da pelve óssea.
A progressão do parto dificulta muito a
extração fetal mesmo quando se opta
pela cesárea, havendo maior
frequência de hemorragia e infecção
materna.
Gravidez ectópica
1. Introdução
É considerada em países desenvolvidos uma verdadeira questão de saúde
pública. O aumento de sua prevalência está relacionado ao aumento dos
fatores de riscos e melhoras de método diagnósticos. É principal causa de morte
materna no 1 trimestre.
A sua mortalidade vem se reduzindo significativamente nas últimas décadas.
Denomina-se gravidez ectópica cuja implantação e desenvolvimento do ovo
ocorrem fora da cavidade corporal do útero. A tuba uterina, é o local mais
frequente de gravidez ectópica, sendo a região ampular a mais acometida
i. Etiologia
• Doença inflamatória pélvica: Infecções genitais causadas por Clamídia
e Gonorréia podem alterar as tubas, gerando diminuição no número e
movimentação dos cílios, aglutinação das dobras da mucosa com
estreitamento da luz tubária, destruição de fímbrias.
• DIU: É bastante efetivo na prevenção da gravidez tópica, porém eleva a
probabilidade de gravidez ectópica nas usuárias.
• Cirurgia tubária prévia
• Antecedente de gravidez ectópica: Mulheres com antecedentes tem
risco seis a oito vez maior de nova gravidez ectópica
• Procedimentos relacionados à reprodução assistida, alteram a
motilidade das tubas, facilitando a retenção do ovo em sua extensão.
• Anticoncepção de emergência: Com levonorgestrel, pois altera a
motilidade tubária, que causa retardo na chegada do ovo à cavidade
endometrial
• Inicio precoce da vida sexual, antecedente de múltiplos parceiros
sexuais, tabagismo.
2. Diagnóstico
Anamnese:
Dor abdominal, sangramento vaginal e atraso ou irregularidade menstrual são
a tríade clássica de sinais e sintomas.
O sangramento ocorre em virtude da descamação endometrial decorrente da
produção irregular da hCG. À palpação do abdômen verifica-se dor localizada
em um dos quadrantes em caso de gravidez ectópica integra ou generalizada,
pode haver distensão abdominal, sinal de Blumberg, diminuição ou parada dos
ruídos hidroaéreos.
Exame físico:
Sangramento vaginal em pequena quantidade, escuro, acompanhado de
coágulos e restos de decídua. Em virtude do acúmulo de sangue e coágulos na
pelve, o exame do fundo de saco posterior pode ser extremamente doloroso,
Sinal de Proust(Grito de Douglas)!
Exames subsidiários:
O principal é estabelecer o diagnóstico, a concentração sérica de beta HCG
tende a ser menor do que a observada na gestação tópica evolutiva na mesma
idade.
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Problema 2 – Thais Chacha Zeolla
3.Tratamento
Deve ser individualizado e depende da integridade da gravidez ectópica,
estado hemodinâmico da paciente, desejo reprodutivo, local e tamanho da
gravidez, experiencia médica e preferencia da paciente.
Radical:
• Salpingectomia: Pacientes que não manifestam desejo reprodutivo,
recidiva na mesma tuba, presença de lesão tubária acentuada. É um
procedimento simples e consiste na ligadura vascular no nível do istmo
proximal e na borda distal da mesossalpinge.
Conservador:
• Paciente com desejo reprodutivo, tamanho da massa anexial não deve
exceder 5cm no seu maior diâmetro, gravidez ectópica integra e
estabilidade hemodinâmica.
• Salpingostomia: Padrão ouro no tratamento para pacientes que desejam
engravidar futuramente, faz-se uma incisão removendo o tecido
trofoblástico.
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Problema 2 – Thais Chacha Zeolla
Abortamento
1.Definição
Interrupção da gravidez antes que o produto conceptual tenha alcançado
a viabilidade. Expulsão ou extração do feto antes de 20 semanas ou
pesando menos de 500g.
2.Classificação
Quanto à intenção: O aborto pode ser espontâneo ou induzido.
Quanto à cronologia: Precoce quando ocorre até a 12 semana, e tardio, se
ocorrer entre 12-20 semanas gestacionais.
3.Incidência
É a complicação mais frequente da gravidez.
4.Etiologia
Alterações cromossômicas: A trissomia autossômica é a mais frequente,
representa 50% dos abortamentos de causa genética. A explicação principal
são erros na meiose II, relaciona-se com idade materna avançada, diminuição
ou ausência de recombinação meiótica.
A monossomia do cromossomo X é a segunda causa de alteração
cromossômica mais comumente relacionada ao abortamento. Geralmente
ocorre por falta de um cromossomo paterno, não tendo correlação com a
idade materna.
A triploidia associa-se à mola parcial, achados de saco gestacional
desproporcionalmente grande, degeneração hidrópica parcial das vilosidades
coriônicas e hiperplasia do trofoblasto.
Em relação ao abortamento habitual, cerca de 3-5% dos casais apresentam
alterações cromossômicas, mais frequentemente encontrada é a translocação
não balanceada.
Outra causa envolvida na gênese do abortamento habitual é a presença de
aneuploidia recorrente em conceptos de casais com cariótipo normal.
Alterações endócrinas:
➔ Defeitos da fase lútea: A implantação ovular em endométrio pobremente
preparado, em consequência à produção deficiente de progesterona
pelo corpo lúteo. O diagnóstico é baseada na biopsia endometrial e
dosagem sérica de progesterona.
➔ Diabetes mellitus: A taxa de aborto encontra-se aumentada em mulheres
com DM1.
➔ Tireopatias: Maior incidência de anticorpos antireoidianos, mesmo na
ausência de doença tireoidiana.
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Problema 2 – Thais Chacha Zeolla
Agentes nocivos:
Tabagismo:
• Mulheres que fumam mais de 10 cigarros-dia apresentam maior risco de
abortamento, devido à vasoconstrição e danos placentários.
Álcool:
• Consumo moderado ou excessivo de álcool na gestação se relaciona
com maior risco de abortamento, por seu efeito teratogênico.
Cafeína:
• Mulheres que consomem pelo menos 500g-dia de cafeína apresentam
maior risco de abortamento.
Trauma:
• Frequentemente atribui se a ocorrência de abortamento a algum tipo de
trauma, como queda ou trauma abdominal direito.
5.Formas clínicas de abortamento:
Ameaça de abortamento: É a complicação mais frequente e ocorre em 15-20%
das gestações, caracteriza-se por sangramento vaginal em pequena
quantidade, acompanhado ou não de dor tipo cólica em região hipogástrica.
No exame ginecológico, o colo uterino encontra-se fechado e o tamanho do
útero é compatível com o atraso menstrual.
É utilizado a administração de gonadotrofina coriônica humana, relaxantes
musculares, suplementação com vitaminas, estes métodos melhoram o
prognóstico na ameaça de aborto. Além do uso de prostágenos orais, já que a
progesterona é importante na manutenção da gravidez.
É importante também a utilização de imunoglobulina anti-D na prevenção de
aloimunização Rh, para mulheres com fator Rh negativo e não sensibilizadas,
principalmente antes da 12 gestacional.
Abortamento em curso: É caracterizado clinicamente por sangramento
moderado ou intenso, acompanhado de dor abdominal em cólica, geralmente
de forte intensidade. No exame especular, observa-se sangramento ativo
proveniente do canal cervical, podendo haver restos dos produtos da
concepção. O orifício interno do colo uterino encontra-se dilatado.
Abortamento completo: Quando ocorre no primeiro trimestre da gravidez,
principalmente nas 10 semanas iniciais, é comum a expulsão completo dos
produtos da concepção. O orifício interno uterino tende a fechar-se em poucas
horas.
A medida da espessura endometrial de até 15mm ao corte longitudinal
mediano do útero à ultrassonográfica tem sido considerado indicativo de
abortamento completo.
Abortamento incompleto: É mais frequente após 10 semanas de gestação, o
sangramento vaginal é persistente, o volume uterino é menor que o esperado
para a idade gestacional. Ao exame de toque, o orifício interno do colo uterino
geralmente encontra-se pérvio.
À USG observa-se presença de conteúdo intrauterino de aspecto amorfo e
heterogêneo, com presença ou não de liquido. A medida da espessura
endometrial é acima de 15mm. O tratamento pode ser através de
esvaziamento cirúrgico, curetagem ou aspiração manual intrauterina.
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Problema 2 – Thais Chacha Zeolla
1. Mola hidatiforme
Pode ser dividida em mola completa e mola parcial
FR: Infecções virais, estado nutricional, defeito das células germinativas,
paridade, idade materna, consaguinidade, contracepção oral, antecedente
de mola hidatiforme, extremos de vida – adolescentes e mulheres acima de 40
anos.