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DESIGN THINKING APLICADO À ARQUITETURA E ENGENHARIA

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DESIGN THINKING APLICADO À ARQUITETURA E ENGENHARIA

O que é
Design
Thinking?

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O que é Design Thinking?


Design Thinking é um método iterativo, não-linear, baseado na criação de
resoluções para problemas complexos de setores diversos. Essa metodologia
busca entender os desafios das pessoas para além de suposições, com o objetivo
de redefinir problemas e produzir soluções inovadoras, de alta performance e
contextualizadas.

“Pensar como um designer pode transformar a


forma como se desenvolvem produtos, serviços,
processos e até estratégias”.
TIM BROWN

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As 5 etapas do Design Thinking


Há vários modelos de abordagem propostos por diferentes pensadores e
instituições. Alguns dos mais conhecidos são:

3I’s (Inspiração, Ideação,e


Tim Brown
Implementação)

Design Centrado em Humanos IDEO

The British Council

Modelo Hasso-Platner (Entenda,


Observe, Ponto de Vista, Ideia, Instituto de Design Hasso-Platner
Prototipe, Teste)

Embora operando com modelos diversos, a perspectiva do Design Thinking é


comumente segmentada em 5 etapas não-lineares.

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Descobrir, Definir, Desenvolver, Entregar. 4
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1. Empatia
Neste estágio, o objetivo é ganhar uma compreensão empática do problema por
meio da coleta de informações, baseadas em relações interpessoais.

É preciso entender as pessoas, seus desafios, suas motivações e fazer a escuta


atenta que pode contribuir para as soluções. Dessa maneira, o profissional pode
abandonar as próprias suposições e entender as necessidades reais subjacentes
a cada problema.
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2. Definição
Nesta fase ocorre a análise e a síntese das informações coletadas para a
definição do problema. O foco é estabelecer quais os problemas centrais a partir
da perspectiva dos usuários do produto ou serviço.

Este estágio permite a elaboração mais precisa de ideias e soluções.

3. Ideação
Nesta etapa os profissionais já começam a gerar ideias orientadas ao problema
definido e a pensar “fora da caixa”. Busca-se elencar o máximo de ideias
possíveis através de técnicas diversas, como o Brainstorming. Ao final, faz-se a 2

curadoria dessas soluções para gerar os protótipos.

4. Prototipagem
Neste ponto, as ideias e soluções são incorporadas em protótipos do produto ou
serviço, num contexto experimental e de exploração. Os protótipos são avaliados
sob vários aspectos, enquanto solução para os problemas, e ajustados para que
apenas as ideias e execuções mais completas cheguem ao estágio seguinte.

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Tempestade de ideias. Técnica de levantar ideias de forma livre, em grupo ou individualmente. 6
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5. Teste
A última fase do Design Thinking, antes da implantação, é o teste. Os
profissionais testam os protótipos e avaliam a eficácia deles em atender às
necessidades e problemas do usuário.

Pode-se fazer ajustes para alcançar o refinamento necessário da versão final.


Além disso, sempre é possível retornar às fases anteriores para reavaliar e
redefinir os dados e conseguir uma melhor compreensão dos usuários, do
problema e da solução a ser materializada.

Design Thinking em Arquitetura e Engenharia?


O Design Thinking tem sido aplicado em inúmeras áreas por pessoas que buscam
inovação para criar melhores resultados.

No campo de Arquitetura e de Engenharia, essa metodologia tem sido


empregada com base na ideia de que inovação e criatividade são elementos que
podem gerar valor e agregar na cadeia de negócios, por meio de uma abordagem
que busca criar soluções ao invés de simplesmente encontrá-las.

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Arquitetos da AKKA trabalhando com clientes

Em Arquitetura, o Design Thinking tem contribuído para a noção de


democratização da área, no sentido de dar voz aos usuários para quem o
espaço é projetado.

Assim, ao projetar um espaço, o arquiteto entende o desafio como algo


multifacetado e busca, através de um esforço colaborativo, entregar um

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espaço adaptável às necessidades dos usuários conforme elas mudem.

A perspectiva do Design Thinking implanta uma lógica de fluxo de trabalho


que permite outra postura na fase de compreensão de um projeto, na qual é
feita a coleta de dados como dimensões de terreno, condições climáticas e
outros determinantes, inclusive normativos.

Dessa forma, por meio do princípio de retomada, a técnica auxilia os


profissionais com a possibilidade de se distanciar, retornar às etapas
anteriores no processo e avaliar, de forma contínua e mais crítica, o
impacto dos estudos e coletas iniciais na solução final.

A adoção do Design Thinking no ramo de Arquitetura tem


resultado em soluções inovadoras que ultrapassam a
edificação e culminam até mesmo em ideias pré-definidas
para o marketing e a comunicação.

Ao tentar propor equilíbrio entre o processo e o produto final,


essa metodologia aparelha os arquitetos para irem além
dos aspectos plásticos, formais ou espaciais, restaurando
o referencial humano e tentando harmonizá-lo com
determinantes que também são imprescindíveis na construção
de soluções significativas.
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“Design Thinking pode proporcionar um ROI de


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85% ou maior”.
FORBES
Em Engenharia, esse método tem sido aplicado na compreensão e execução
de processos que envolvem pessoas, protocolos, assim como na elaboração
de sistemas e na otimização de projetos, por meio de uma cultura de teste e
implementação, que é vista de uma perspectiva mais humanizada e rodeada de
condicionantes.

Na Engenharia civil, por exemplo, um dos grandes desafios que existe é o


campo da comunicação de processos que, frequentemente, esbarra em ruídos
comprometendo a execução das obras.

Assim, quando se integra a expertise de engenheiros, mestres de obras,


pedreiros e arquitetos em processos iterativos do Design Thinking, das
construtoras até os canteiros de obras, a solução de problemas e a comunicação
são otimizadas.

Empresas desse setor têm aplicado os princípios dessa metodologia com a


implantação de MVP – Minimum Viable Products – nos projetos, prática que
envolve um conjunto de testes primários de baixo custo para avaliar a viabilidade
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ROI (Return On Investment) = Retorno sobre investimento 10
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de um produto e maquetes funcionais.

Além disso, mesmo os alinhamentos do plano tático operacional da estrutura


de concreto podem se beneficiar da metodologia, que proporciona ciclos
otimizados da estrutura, graças a um esforço cocriativo.

O Design Thinking e seus benefícios


Pode-se dizer que a principal contribuição do Design
Thinking para a Arquitetura e Engenharia foi a percepção
de que equipes multidisciplinares, operando com esse
método, entregam soluções que são mais criativas,
alinhadas com as expectativas e necessidades dos
usuários, além de bastante rentáveis.

Nos diversos segmentos da Engenharia e no campo da


Arquitetura, a abordagem do Design Thinking tem sido
aplicada com o foco em otimizar processos, conjugando
ideação, gestão e operação.

Em áreas tradicionalmente definidas por uma certa


rigidez, o Design Thinking agrega a versatilidade e
dinamismo que é própria do pensar do designer.
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Concretamente, essa metodologia permitiu a


compreensão de que nas engenharias que lidam com
designers, por exemplo, esse profissional sendo integrado
ao processo desde a concepção e não apenas no estágio
operacional, pode trazer ganhos na entrega.

Em Arquitetura, para além de avaliar a viabilidade, o


diálogo com os clientes permite mais assertividade para
entregas de soluções mais ousadas e taylor-made, ou seja,
espaços mais humanizados e conectados à desejabilidade dos clientes.

O pesquisador Ehab Mokhtar (2016), em sua dissertação intitulada Using Design


Thinking to Enhance Construction Site Problem Solving, demonstrou que o uso 4

de Design Thinking é capaz de aprimorar, de forma significativa, a capacidade


de resolver problemas no dia a dia do canteiro de obras.

Os profissionais capazes de fazer bom uso da metodologia podem ver


problemas de um espectro mais amplo e, consequentemente, definir com
precisão o desafio, gerando uma gama maior de ideias.

Além disso, ficou claro que grupos com diversidade de profissionais e, que
utilizam o método, podem ter melhor performance.

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Utilizando Design Thinking para aprimorar a resolução de problemas no canteiro de obras. 12
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No entanto, a pesquisa indicou também que o sucesso na aplicação do


Design Thinking pode variar em função do tipo de problema, da capacitação
dos profissionais em utilizar essa abordagem e da quantidade de técnicas
empregadas dessa metodologia.

Não obstante, é válido lembrar que esse método tem limitações e pontos de
tensão, por exemplo, o fato de que existem numerosos condicionantes de projeto
que extrapolam o modelo de levantamento de necessidades mediante práticas
de empatia.

Ademais, a prototipagem e a fase de testes sofrem impactos também se o


produto não é industrializado, mas produzido artesanalmente. Há variáveis,
incluindo recursos, que repercutem na adoção dessa abordagem.

O uso de Design Thinking tem se expandido para diversos


setores. Por isso, workshops e disciplinas são um bom
investimento na formação de profissionais. Afinal,
pensamento crítico, resolução de problemas, agilidade,
curiosidade e imaginação são habilidades cruciais para
o século XXI e o Design Thinking possibilita desenvolvê-
las.

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