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Família e Autismo Uma Revisão Da Literatura PDF
Família e Autismo Uma Revisão Da Literatura PDF
presença ou não de um irmão com Autismo Essas estratégias de enfrentamento são de-
(Smith e Elder, 2010). senvolvidas tanto dentro da família, quanto
Os irmãos com desenvolvimento típico por meio de apoios externos a ela, como o das
apresentam mais problemas de ajustamento, redes sociais (Twoy et al., 2007). Em relação às
quando são membros de famílias menores diferentes formas de se desenvolver recursos
(Kaminsky e Dewey, 2002) ou quando há es- de enfrentamento em famílias com um mem-
tresse conjugal na família. Em relação a isso, bro autista, destacam-se a execução de reestru-
quando o estresse conjugal é elevado, os ir- turação e desenvolvimento de crenças, o fato
mãos com desenvolvimento típico relatam de possuir uma experiência espiritual, manter
menor satisfação no seu relacionamento com a coesão e ter uma rede de suporte.
o irmão afetado, e dirigem mais comporta-
mentos negativos e poucos comportamentos Reestruturação e Desenvolvimento
positivos a ele. Observa-se, assim, que um me- de Crenças
nor ajustamento conjugal nessas famílias pode
trazer repercussões não só para as relações pa- Os pais constroem crenças explicativas da
rentais, mas também as relações entre irmãos causalidade do Autismo de seus filhos. Eles
(Rivers e Stoneman, 2003). geralmente atribuem o transtorno a causas
únicas e/ou inabilidade dos médicos (Harring-
Estratégias de Coping e ton et al., 2006). Também fazem atribuições de
Desenvolvimento da Resiliência causalidade relacionadas à hereditariedade e
na Família ao ambiente. No geral, atribuições à própria
culpa e ao ambiente se relacionam a um pior
Diante da presença de um membro com ajustamento dos pais à condição dos filhos
Autismo na família, os pais gradualmente (Mickelson et al., 1999; Pinheiro, 2004). Nesse
desenvolvem diferentes estratégias de coping caso, torna-se necessária uma reformulação
para lidar com as dificuldades: negação ativa, das crenças. Além disso, a formulação de um
foco no problema, pensamento positivo e reli- sistema de crenças de aceitação, adaptação e
giosidade (Hastings et al., 2005). Diante das di- otimismo possibilitam sentimentos de espe-
ficuldades que se referem ao comportamento rança e controle e permitem extrair sentido da
do filho, eles utilizam predominantemente as adversidade (King et al., 2009).
estratégias de ação direta e de aceitação. Para
lidar com as emoções, recorrem preferencial- Experiência religiosa/espiritual
mente à distração, busca de apoio social/reli-
gioso, inação e evitação (Schmidt et al., 2007). A espiritualidade/religiosidade das mães
As formas de enfrentamento podem ser está associada a melhores resultados das crian-
subdivididas em enfrentamento passivo (ou de ças no tratamento (Ekas et al., 2009). Entretanto,
fuga e esquiva) e enfrentamento ativo. Os pais a forma de engajamento religioso /espiritual in-
que usam mais frequentemente métodos de en- fluencia nos resultados, uma vez que o uso do
frentamento passivo, tais como ignorar e tentar manejo religioso negativo, como a espera passi-
esquecer as questões pertinentes, usar drogas, va de Deus para resolver o problema, gera au-
ou esperar por milagres apresentam níveis mais mento dos sintomas de depressão e ansiedade
elevados de depressão, isolamento, e maior ten- (Tarakeshwar e Pargament, 2001).
são conjugal (Dunn et al., 2001). Além disso, as
estratégias de coping passivas aumentam os ní- Coesão
veis de estresse ou prejudicam a qualidade de
vida geral da família (Bayat, 2007). O grau de coesão familiar se constitui em
Já as famílias que utilizam uma variedade um aspecto importante da resiliência. Coesão
de estratégias de enfrentamento ativas não familiar é definida como o vínculo emocional
apenas experienciam a diminuição dos níveis que os familiares têm uns com os outros (Olson
de estresse, mas também têm como consequ- et al., 1985). Considerando-se o grau de coesão
ência o aumento da coesão familiar. Os pais familiar como um continuum, pode-se identifi-
que utilizam estratégias de coping ativo tam- car emaranhamento e desligamento como os
bém veem sua experiência como mais gratifi- extremos do continuum (Minuchin, 1974).
cante e satisfatória (Jones e Passey, 2004; Weiss De forma geral, famílias altamente emara-
e Lunsky, 2011). nhadas estão excessivamente envolvidas com
a vida e a proteção de suas crianças, o que tem A utilização de serviços de apoio permite
efeitos prejudiciais sobre elas, na medida em aos pais se envolver em atividades sociais e re-
que talvez não haja uma promoção do cres- creativas, uma vez que no geral eles relatam
cimento e independência (Minuchin, 1974). sentir dificuldade de acessar serviços de recre-
Entretanto, famílias emaranhadas de crianças ação e lazer devido às demandas relacionadas
com Autismo implementam mais estratégias a ter uma criança com Autismo. Viabilizar este
de enfrentamento positivas do que aquelas tempo de descanso pode reduzir o estresse e
com outros estilos de coesão. Isso sugere que dar-lhes tempo para o desenvolvimento pes-
o emaranhamento pode ser um estilo de coe- soal, tornando-os mais capazes de lidar com a
são familiar mais adaptativo em famílias que criança, em relação àqueles que não utilizam
se deparam com desafios extremos (Altiere e esse auxílio (Sanders e Morgan, 1997).
Von Kluge, 2009).
• Suporte Formal
Rede de Suporte Um terceiro tipo de apoio à disposição
dos pais e famílias de crianças com Autismo
O suporte consiste em uma fonte de con- é o acesso aos serviços de suporte formal, tais
forto obtida em interações com outros (Turn- como grupos de apoio, serviços de saúde e
bull et al., 2006). Dentre as formas de suporte, profissionais de aconselhamento. O objetivo
detacam-se o apoio social, o serviço de apoio e desses serviços é prover informação e ferra-
o suporte formal. mentas para a família lidar com a criança e au-
mentar o seu bem estar, uma vez que os pais
• Apoio Social precisam obter conhecimentos que os ajudem
O apoio social refere-se ao auxílio de um a entender o Autismo em geral e as necessida-
dos cônjuges, familiares e amigos na participa- des das suas crianças especificamente. Os pro-
ção dos cuidados com a criança com Autismo. fissionais que oferecem esse suporte devem
Os cônjuges que estabelecem relações de par- antecipar para as famílias os desafios específi-
ceria proporcionam a melhor fonte de apoio in- cos que possam ocorrer durante os diferentes
formal, fornecendo tempo de descanso ao par- períodos de transição da criança (por exem-
ceiro, dividindo as responsabilidades da gestão plo, início da adolescência, escola, até a idade
da casa, e partilhando o papel de disciplinador adulta) e considerar os tipos de serviços, su-
(Boyd, 2002). Além disso, o subsistema de fa- porte, ou intervenções indicados em cada fase.
mília extensa, que inclui interações entre os Um benefício adicional existe quando este
membros da família nuclear e outros parentes, trabalho é realizado em grupo, uma vez que
muitas vezes é uma das fontes de apoio social. permitir o contato com outras famílias em situ-
O apoio social permite a disponibilização ações semelhantes pode reduzir o isolamento
de tempo livre para os pais de modo que eles social e o estresse (Turnbull et al., 2006).
possam participar de atividades recreativas e Essa forma de suporte não se restringe
dos serviços e programas de suporte formal aos pais. O desenvolvimento de um grupo
disponibilizados a eles (Siklos e Kerns, 2006). de apoio a irmãos de crianças com Autismo
Dessa forma, cabe aos profissionais que atuam trouxe como resultado uma melhora do auto-
com a família o desenvolvimento de interven- conceito dos irmãos e um aumento dos conhe-
ções específicas para aumentar a rede de su- cimentos sobre Autismo (Smith e Perry, 2005).
porte informal da família (ou seja, os contatos Além disso, o acesso dos membros do Serviço
com família, amigos, vizinhos) e o incentivo de Apoio a reuniões regulares com os profisio-
e promoção da comunicação mãe-pai não só nais de suporte formal permitem o desenvol-
em ambientes formais, como grupos de apoio, vimento de maior habilidade para lidar com
mas também em sua rotina diária. as diferentes situações que surgem no acom-
panhamento à criança com Autismo.
• Serviço de Apoio Outra forma de suporte formal são os pro-
O serviço de apoio, um segundo tipo de su- gramas de formação e educação dos pais. Essa
porte, se refere a um serviço pelo qual outro forma de intervenção traz resultados positivos
adulto assume o papel de pai para filhos com tanto para os pais quanto para a criança, na
deficiência por curtos períodos de tempo em medida em que contribuiem para sentimentos
uma base consistente (Chan e Sigafoos, 2001). de controle e de apoio, bem como permitem a
Essa atividade é geralmente realizada por cui- redução da ansiedade. A intervenção de Trei-
dadores em casa ou ambientes especializados. namento de Pais também apresenta resultados
positivos de eficácia em pesquisas (Singer et al., um membro autista (Gray, 2006). Além disso,
2007). Segundo os autores, há evidências para os estudos sobre famílias de crianças com Au-
apoiar a alegação de que estão estabelecidas tismo tipicamente têm tamanhos de amostra
intervenções baseadas em evidências para re- relativamente pequena, e isso restringe o al-
duzir o sofrimento psicológico, pelo menos nas cance dos resultados.
mães de classe média no curto prazo. Isso im- Os estudos brasileiros nessa área têm sido
plica na existência de uma base de evidências raros e fundamentados mais frequentemente
sobre a qual construir e desenvolver sistemas em um “modelo de déficit” em contraste ao
de apoio às famílias com crianças com Autismo. de “recursos”. Enquanto no modelo de dé-
Há, entretanto, a necessidade de maior ficit é ressaltada a psicopatologia familiar, o
disponibilidade de acesso ao suporte formal, modelo de recursos focaliza, além da identi-
uma vez que atualmente ele não é distribuído ficação de comprometimentos, as estratégias
igualmente na população, não contemplando que as famílias desenvolvem para compre-
principalmente famílias em comunidades com ender e lidar com a síndrome. O enfoque no
baixo nível socioeconômico (Bromley et al., modelo de déficits parece levar à visão do
2004; Mandell e Salzer, 2007). Paralelo a isto, estresse familiar como inerente à presença de
surge a demanda de maior número de profis- um membro com Autismo na família, sem o
sionais capacitados para trabalhar com essa apontamento de possíveis saídas, formas de
população, bem como necessidade de investi- minimização do sofrimento ou inter-relações
mento do sistema de saúde no financiamento entre os fatores que podem facilitar ou, ao
para serviços de suporte formal, uma vez que contrário, limitar o desenvolvimento psi-
esses recursos são alternativas efetivas de co- cossocial do grupo familiar. Essa visão leva,
ping e de desenvolvimento de resiliência (Fa- assim, a poucas perspectivas de intervenção
vero e Santos, 2005). nessa área. Por outro lado, o desenvolvimen-
to de estudos fundamentados em um modelo
Considerações Finais de recursos permite o vislumbre de alternati-
vas de intervenção que permitam a minimiza-
Considerando-se que mães emocionalmen- ção do impacto do transtorno na família, bem
te mais saudáveis têm melhor engajamento como um maior envolvimento dela no trata-
em atividades cognitivas e de suporte com a mento (Schmidt e Bosa, 2003).
criança (Wachtel e Carter, 2008) e que um bai- Concluindo, o profissional de saúde que
xo grau de estresse paterno aumenta a efeti- atua com famílias em que haja algum mem-
vidade de processos de intervenção precoce bro com Autismo deve ter em mente, em pri-
(Osborne, et al., 2008), torna-se necessário o meiro lugar, que a participação da família no
enfoque em intervenções centradas nos pais, tratamento é fundamental para o desenvolvi-
tornando-os aptos a funcionarem como par- mento da criança. A partir do momento em
ceiros ativos importantes no tratamento do que nascemos já nos encontramos inseridos
Autismo, uma vez que esse deve ser intensivo, nessa estrutura social básica, em que intera-
abrangente e duradouro. O desenvolvimento ções primárias são estabelecidas para garan-
dessas intervenções deve estar ancorado em tir nossa sobrevivência. Além disso, sabe-se
pesquisas envolvendo as famílias de autistas. que, apesar da forte influência dos aspetos
Entretanto, o número de estudos sobre o tema genéticos, o ambiente se constitui em fator
ainda não corresponde ao que seria esperado, decisivo na determinação das características
tendo em vista tanto o impacto da criança au- comportamentais da criança (Fiamenghi e
tista na dinâmica familiar quanto à importân- Messa, 2007).
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