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NICODEMO, Thiago Lima. Sérgio Buarque de Holanda.

In: PERICÁS, Luiz Bernardo;


SECCO, Lincoln. Intérpretes do Brasil: Clássicos, rebeldes e renegados. 1. ed. São Paulo:
Boitempo, 2014. p.139-152.

Marcos Briccius

1.1 – Sérgio Buarque de Holanda: (Introdução) (NICODEMO, 2014, p.139-141);

O autor Thiago Lima faz uma análise sobre as mudanças no pensamento de Sérgio
Buarque de Holanda após a publicação de sua obra Raízes do Brasil, em 1936, sobre a

sua interpretação do Brasil são revistas ou reiteradas na medida em que sua


produção intelectual como historiador se torna mais especializada e
profissional. (NICODEMO, 2014, p.141).

1.2 – O historiador profissional: Monções e Caminhos e fronteiras; (NICODEMO, 2014,


p.141-143);

Apesar de as obras Monções (1945) e Caminhos e fronteiras (1957) não serem tão
amplos ou vastos que a obra de 1936, o livro Monções evidencia

a expansão ocorrida principalmente no século XVIII para fins comerciais a


partir de redes fluviais, Caminhos e fronteiras se concentra nas estradas e
bandeiras dos séculos XVI e XVII. (NICODEMO, 2014, p.141).

1.3 – A revisão de Raízes do Brasil (NICODEMO, 2014, p.143-146);

As revisões de Raízes do Brasil ocorreram em 1948 e em 1956, segunda e terceira


edições respectivamente, vêm gradualmente mudando e apagando a influência de Gilberto
Freyre que “sugerem sentido otimista à empreitada colonial” (NICODEMO, 2014, p.144), além
do

reforço de uma estrutura temporal protendida entre experiências do passado e


expectativas do futuro – e de que, além disso, a adoção dessa estrutura tem a
implicação de uma alteração no horizonte político da obra. (NICODEMO,
2014, p.146).

1.4 – Os sentidos da formação (NICODEMO, 2014, p.146-149);

A formação do Brasil, descrita por Holanda, como ainda ou descrita por ainda não,
indicam a esperança de uma emancipação cultural e que se forme a nação brasileira. Lembrando
que entre a primeira e a segunda edição de Raízes do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda:
vivenciou a derrocada dos totalitarismos, incluindo a ditadura estado-novista,
e a Segunda Guerra Mundial. O horizonte político configurado na obra em
1948 se confunde com a reforma na articulação dos planos de historicidade,
ligando-se ambos umbilicalmente ao aguçamento de uma consciência
histórica antifascista. (NICODEMO, 2014, p.149).

1.5 – A interpretação do Brasil e a concepção de história (NICODEMO, 2014, p.149-152).

A leitura final que o autor do texto faz sobre Sérgio Buarque de Holanda é de que:

Quando ele constrói a figura do bandeirante como um homem pobre e mestiço


em luta pela sobrevivência, está intencionalmente desconstruindo, por meio
da pesquisa histórica erudita, uma figura heroica, cuja construção se baseia
numa mobilização apologética do passado para fins políticos. Nessa medida,
pode-se afirmar que uma história, heterogênea e movediça, de “figurantes
mudos”, se faz ao mesmo tempo que uma de caráter oficial ou apologético se
desfaz. (NICODEMO, 2014, p.152).
[...] apesar de menos explícito no texto, seu diagnóstico dos dilemas
brasileiros se torna mais coeso e enfático. Do ponto de vista técnico – da
escrita da história –, o intelectual reforça uma complexa interpretação do
Brasil orientada por planos temporais articulados. Ao mesmo tempo, seus
textos tornam-se também cada vez mais orientados por um horizonte político
de mudança social de natureza inclusiva e democrática. (NICODEMO, 2014,
p.152).

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