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(Artigo) - A Contribuicão Do BIM Parra A Gestão de Projetos PDF
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Resumo
1. Introdução
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014
A Contribuição do Building Information Modeling para a Gestão de Projetos Julho 2014
repercuta em todas as outras vistas do projeto e tabelas, dentre outras várias possibilidades, é
uma alternativa atrativa diante das novas configurações do mercado da construção. Torna-se,
portanto uma via de mão única para a evolução na maneira de projetar e entregar os projetos
como um produto mais elaborado e melhor acabado.
Segundo Manzione (2011:1), o empresário brasileiro ainda não se deu conta das vantagens da
adoção da tecnologia: "Ele precisa entender que o BIM pode proporcionar mais lucros, pois
permite desenvolver novos processos de trabalho que possibilitam a simulação de alternativas,
a avaliação imediata dos custos e a redução do tempo de projeto".
antecipação de problemas;
facilidade de modificações;
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A Contribuição do Building Information Modeling para a Gestão de Projetos Julho 2014
2.1. Conceito
Em uma definição mais completa Campbell (2006) apud Eastman et al.. (2013:13) afirma que
sua companhia pensa no BIM como uma simulação inteligente de arquitetura e que para que
haja uma implantação integrada, essa simulação deve exibir seis características principais:
digital;
espacial (tridimensional);
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Para Nederveen, Beheshti e Gielingh (2010) apud Manzione (2013), o BIM é um modelo de
informação sobre um edifício que poussui informação completa e suficiente para dar suporte
aos processos do ciclo de vida do edifício, como ilustrado na FIGURA 02. Modelo este que
comporta informações sobre o edifício e seus componentes e contém informações sobre
características dos elementos construtivos como funções, forma, materiais e processos.
Nos sistemas CAD (Computer Aided Design) tradicionais a geometria é baseada em vetores e
coordenadas, similar ao processo de desenho nas pranchetas, em que são desenhadas (em
desenhos isolados) representações em duas dimensões dos elementos construtivos e todas as
informações são textos facilmente editáveis. Há sempre o risco de inconsistências e alterações
que implicam em retrabalho e diversas modificações manuais. No BIM a geometria é
fundamentada em modelos tridimensionais paramétricos com as informações atreladas.
Trabalha-se diretamente com os elementos construtivos de diferentes disciplinas (paredes,
janelas, tesouras, instalações, etc) em um modelo único e qualquer alteração, realizada em
qualquer vista, repercute automaticamente nas outras vistas do projeto e quantitativos.
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Para Sacks (2012) apud Manzione (2013:41), "a tecnologia é interessante, excitante e possui
muitas capacidades, mas seu objetivo principal é criar situações em que os profissionais
possam colaborar uns com os outros da melhor forma possível. E, se isso não for alcançado,
teremos feito muito pouco".
2.2. Colaboração
Melhado (1994) apud Manzione (2013) disserta a respeito da crescente complexidade das
edificações exige um número cada vez maior de projetistas e consultores, forçando o setor da
construção a produzir novas conformações técnicas que possibilitem o trabalho colaborativo,
pois as práticas atuais já não respondem às demandas do mercado.
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Figura 03 - Interoperabilidade
Fonte: Revista Au, edição 208 - Julho/2011
Leicht (2009) apud Manzione (2013) pontua que há três elementos que definem colaboração:
é um processo;
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O compartilhamento de informações é fundamental para o BIM. Para que haja a troca dessas
informações entre diferentes softwares e equipes de projeto existe o IFC (Industry Foundation
Class), que nada mais é que um formato de arquivo para permitir intercambialidade de dados.
Eastman et al. (2013) explica que o IFC foi desenvolvido para o intercambio de um grande
conjunto de representações de dados da construção entre programas na área de AEC
(Architecture, Engineering and Construction), como mostra a Figura 03. É um modelo de
dados de tradução, que não pertence a fabricantes de aplicativos e disponível livremente.
Padronizando as informações compartilhadas. As grandes empresas de informática pensam de
forma contrária: desejam um formato proprietário, onde apenas um software seria o padrão.
Essa alternativa revela-se perigosa, pois as empresas ficariam presas a preços, atualizações e
um único formato de arquivos.
O IFC ainda não exporta totalmente os dados de projeto e geometrias, porém é preciso
observar se as informações perdidas durante o processo de criação do arquivo são relevantes.
É um formato de interoperabilidade que ainda não está completo, mas que está em constante
aperfeiçoamento.
2.3. Implantação
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"A adoção de sistemas BIM no mercado da construção civil será gradual e em um primeiro
momento coexistirá com os desenhos gerados por softwares CAD em duas dimensões e
modelos em três dimensões" (BERNSTEIN, 2004 apud COELHO, 2009:3).
O surgimento dos sistemas BIM mostra que um novo paradigma para o trabalho colaborativo
precisa ser criado. Porém, em um estágio inicial, observado ainda no Brasil, percebe-se que as
equipes de projeto continuam a trabalhar de maneira individual e com trocas de informações
somente nos momentos de eventos-chave de compatibilização. Na prática continua-se
trabalhando de forma convencional, sem o aproveitamento dos benefícios possíveis da
tecnologia BIM. (MANZIONE, 2013).
A transição do CAD para o BIM será menos impactante por conta da informatização que já é
uma realidade nos escritórios e empresas, diferente de quando se migrou da prancheta para o
computador. Porém o BIM exige uma quebra de paradigmas, modificando a forma de
trabalhar, onde as fases preliminares requerem mais tempo para alimentação das informações
do modelo e menos tempo para o projeto executivo e detalhamento. Contudo, o BIM não
pode ser encarado apenas como uma evolução do CAD, pois modifica o processo projetual, as
organizações e procedimentos de negócios das empresas. Nos escritórios e empresas que
passaram a utilizar essa tecnologia existem equipes desenvolvendo projetos em BIM e CAD,
isso prolonga o tempo de aprendizado, já que a primeira conseqüência da adoção da
tecnologia é uma sensível queda da produtividade. Há empresas que terceirizam esse
processo, porém, é uma alternativa pontual que não resolve o problema. Para que haja
eficiência, a terceirização deve ser acompanhada, oque exige o domínio do processo
demandado pelo BIM.
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Com a implantação dessa nova plataforma as empresas passarão a incluir no seu cotidiano,
além do avanço tecnológico, nomenclaturas e processos que não estão acostumadas. São
exemplos: O IFC (Industry Foundation Class), que é o formato de interoperabilidade entre
softwares e disciplinas diferentes e o Master Format, que é um método de classificação norte
americano para os elementos construtivos - não existe iniciativa similar no Brasil, será preciso
um esforço da indústria para entender como o BIM funciona e como uma biblioteca de
componentes parametrizados com um banco de dados incorporado pode auxiliar na correta
especificação dos produtos.
Kymmel (2008) apud Dornelas (2012:4) afirma que “a conformação da equipe influenciará
diretamente nos resultados finais obtidos, tornando-se essencial um efetivo gerenciamento dos
recursos humanos a fim de se obter um resultado satisfatório com o uso da ferramenta”.
Portanto é preciso que haja o gerenciamento do processo; do treinamento a medição dos
resultados para garantir a correta implantação da plataforma, vide Figura 05. É uma atividade
que exige tempo e dedicação por conta da complexidade da construção civil.
definição do escopo;
programação de treinamentos;
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Para Eastman et al. (2013:133), “proprietários podem entregar o máximo valor para suas
organizações ao construir lideranças e conhecimentos internos, ao selecionar prestadores de
serviços com experiência e know-how em projetos BIM, ao educar a rede de prestadores de
serviços e ao modificar os requisitos contratuais”.
Eastman et al. (2013), afirma que são vantagens para o empreendedor que utiliza o BIM:
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Figura 06 - Projeto de instalações, com distribuição dos dutos de ar condicionado e bandejas elétricas, com
detecção de eventuais interferências das instalações com as estruturas. Do edifício 112 Barcelona, na
Espanha, projeto de Idom Acxt
Fonte: Revista Au, edição 208 - Julho/2011
Para que o BIM seja corretamente utilizado devem ocorrer mudanças na forma de contratação
dos prestadores de serviços, na abordagem em relação aos projetos e modificação no processo
de entregas. De acordo com Laurenzo (2005) apud Eastman et al. (2013:94), "os processos de
produção enxutos e a modelagem digital revolucionaram as indústrias aeroespacial e de
manufatura".
Em relação a os sistemas CAD 2D atuais, que apresentam análises de forma independente dos
desenhos de forma repetitiva, enfadonha e propensa a falhas o BIM apresenta a
funcionalidade de associar informações do projeto com processos de negócios, orçamento,
previsão de vendas e operação do edifício. A Figura 07 demonstra a comparação dos esforços
na geração de documentação entre o processo atual de desenhos e documentação
independentes e a eficiência da integração modelo-dados do BIM.
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Jackson (2002) apud Eastman et al. (2013) assegura que os empreendedores passaram muito
tempo preocupados apenas com custos, cronogramas e qualidade. Isso fez com que deixassem
de ser agentes transformadores e influenciadores na indústria da construção. Contudo, as
oscilações do mercado estão modificando a visão desses empresários e algumas características
do BIM servem como impulsionadores e motivam a mudança de paradigma:
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Figura 08 - Simulação no Ecotect do grau de insolação e sombreamento para escola municipal em Badalona,
Espanha. Projeto da Idom ACXT
Fonte: Revista Au, edição 208 - Julho/2011
realização de um projeto piloto com prazo curto, equipe treinada e objetivo claro;
participação do empreendedor.
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monitoramento e controle: monitorar todas as atividades, das mais simples até as mais
complexas para identificar possíveis problemas. Uma vez encontrados esses problemas,
consultar os interessados para entender sua natureza, tentar resolvê-lo e atualizar o plano
de gerenciamento afim de evitar a mesma situação no futuro; e
encerramento: última etapa do projeto. Deve-se ter tudo documentado para que as lições
aprendidas em um projeto orientem os passos em um novo.
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No que concerne a gestão de processos de projetos, Ballard e Korkela (1998) apud Manzione
(2013) endossam que nas práticas atuais o planejamento e o controle são substituídos pelo
caos e improvisações, causando falhas de comunicação, geração de documentos
inconsistentes, falta de informação, alocação insuficiente de recursos, ausência de
coordenação entre as disciplinas e consequentemente erros nas tomadas de decisões.
Dornelas (2012) ressalva que todas as áreas do conhecimento do PMBOK (2008) estão
relacionadas entre si através dos processos de integração. Como o BIM utiliza conceito
similar de colaboaração e trabalho compartilhado, os dois podem se ajudar mutuamente. A
Gestão da Integração pode contribuir com o sucesso de um empreendimento baseado nessa
tecnologia, pois pode aprimorar a coordenação de todos os processos e mobilizar os
envolvidos para o uso da ferramenta. Por outro lado, o BIM possibilita maior eficiência por se
tratar de um modelo compartilhado, fruto da colaboração e diversas equipes.
ESCOPO Visualização 3D
Definição Facilidade de modificações
Requisitos Estudos preliminares
EAP Representações realísticas
Verificação Verificação de normas e requisitos
Controle Especificações
QUALIDADE Análises:
Planejamento o estruturais
Garantia o eficiência energética
Controle o sustentabilidade
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o conforto térmico
Planejamento e correção da produção
Compatibilização dos projetos
Definição do processo construtivo
Proposta condizente com as expectativas do
cliente
Documentação e detalhamento precisos
Eliminação de ineficiências e redundâncias
RH Patrocinador
Planejamento BIM Manager
Mobilização Arquiteto
Desenvolvimento Engenheiro
Gerenciamento Construtor
Especialistas
Cliente
Com o incremento na utilização do BIM as empresas estão criando o cargo de Gerente BIM
(BIM Manager). Barison e Santos (2010) apud Manzione (2013), relatam que as empresas
precisam de um novo profissional que atenda as exigências do trabalho com essa nova
tecnologia e que sua principal função será gerenciar as pessoas na implementação e/ou
manutenção dela.
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Criar, apagar, modificar e manter os direitos de acesso adequados para os usuários, para
evitar perda de dados ou danos durante a troca de arquivos, manutenção e arquivamento;
Determinar as convenções a serem seguidas para o processo de revisão dos modelos BIM;
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Esse novo profissional é muito útil quando existem grandes projetos, em que utilizem muitos
modelos e sub-modelos, porém deve ser subordinado ao Gerente de Projeto, pois este detem o
conhecimento técnico e organizacional do processo de projeto. O ideal seria a capacitação de
todos os envolvidos: gestores, coordenadores, técnicos, etc., com o intuito de criação de
núcleos de BIM dentro da empresa, afim de que, ao ficarem mais experientes, passem a
utilizar configurações e recursos mais avançados. Manzione (2013) destaca que não é
necessário criar uma nova profissão, mas sim o aperfeiçoamento de um profissional, como o
coordenador de projetos, já que diversas atribuições do BIM Manager estão dentro das suas
funções, tais como: promover reuniões entre a equipe de projeto; emitir relatórios periódicos
de compatibilização; coordenar a troca de modelos; validar os arquivos, liberando-os para os
demais projetistas; definir o ponto de origem do modelo, sistema de coordenadas e unidades
de medida; etc.
4. Conclusão
A curto prazo o uso do BIM será obrigatório nas empresas de projeto e construção, a redução
de inconsistências e retrabalho reduzirão o tempo de projeto e de obra, gerando economia que
será rapidamente percebida pelos investidores. A informação alcançará níveis maiores e
proporcionará maior controle e precisão dos projetos. Os escritórios e empresas de projetos
que já adotaram o BIM estão agregando vantagem competitiva ao oferecerem a os seus
clientes uma tecnologia que permita um entendimento maior dos projetos, entregando no
prazo e reduzindo despesas.
Referências
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DELATORRE, Joyce. BIM na prática: Como Uma Empresa Construtora Pode Fazer
Uso da Tecnologia BIM. In: Autodesk University. 2011. São Paulo.
GREENE, Jennifer and STELLMAN, Andrew. Use a Cabeça! PMP. Tradução da 2 ed. Alta
Books. 2010. 794p.
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