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CURSO DE
GESTÃO DE OBRAS
Aluno:
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CURSO DE
GESTÃO DE OBRAS
MÓDULO IV
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO IV
17 ORÇAMENTO
FIGURA 76 - ORÇAMENTO
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Em uma visão tradicional, um orçamento é uma previsão ou estimativa do
custo de uma obra. O custo total da obra é o valor que corresponde à soma de todos
os gastos necessários para a sua execução.
Um orçamento corresponde a uma avaliação, previsão ou estimativa do
custo de obra ou de serviço a ser executado, por meio de quantificação de insumos,
mão de obra ou equipamentos relacionados à obra, o tempo de duração do
empreendimento e como consequência, será obtido o preço da obra (GONZÁLEZ,
2007).
Na participação de uma concorrência, o preço proposto pelo construtor não
deve ser nem tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não
ser competitivo na disputa com os demais proponentes.
Há sempre a possibilidade de duas ou mais empresas chegarem a
orçamentos distintos, porque distintos são os processos teóricos utilizados, a
metodologia de execução proposta para a obra, as produtividades adotadas para as
equipes de campo e os preços coletados, dentre outros fatores.
O que é importante destacar é que o orçamento deve refletir as premissas
da construtora, constituindo-se em uma meta a ser buscada pela empresa.
Os documentos integrantes do estudo do orçamento servem como
importante fonte de informação para a preparação, organização e execução dos
trabalhos. Muitas vezes o volume de informações para um determinado caso pode
ser bastante complexo, exigindo o registro de uma série de informações interligadas,
que fazem parte de todo o processo de execução até entrega do trabalho.
Os orçamentos são as formas de saber quanto custa uma obra ou projeto.
Tem o mesmo sentido de previsão, sendo o ato de estimar uma situação futura, com
base em uma análise presente, com o objetivo de alcançar uma nova situação
projetada.
No caso da Construção Civil, uma obra é uma atividade econômica, na qual
o aspecto custo possui especial importância. O orçamento possui uma proposta do
custo de uma obra, apresentada por uma empresa para a prestação de um serviço
solicitado.
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Para entendimento geral de todos os passos que se deve percorrer para o
desenvolvimento de um orçamento, deve-se ter em conta uma série de aspectos,
conforme o fluxograma apresentado abaixo.
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Os principais elementos de um orçamento (TISAKA, 2006) são:
Projeto;
Caderno de encargos;
Medição;
Quantificação;
Memória descritiva;
Serviço simples;
Serviço composto;
Mapa de Trabalhos;
Mão de obra;
Materiais (insumos);
Composição de custos;
Composição de preços;
Preço de venda.
17.2 PROJETO
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17.4 MEDIÇÃO
17.5 QUANTIFICAÇÃO
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17.8 SERVIÇO COMPOSTO
17.11 MATERIAIS(INSUMOS)
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17.12 COMPOSIÇÃO DE CUSTOS
18 TIPOS DE ORÇAMENTOS
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FIGURA 77 - CÁLCULO DE CUSTOS
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18.1 ORÇAMENTO PARA A PROPOSTA
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concreto (m3), alvenaria (m2), fôrmas (m2), aço para as armaduras (t), movimentação
de terra (m3) e outros.
Depois disso, precisam ser determinados os índices de produtividade para
os serviços, a serem executados conforme os métodos predefinidos.
O índice de produtividade (lp) é um valor numérico que representa o tempo
de trabalho em horas (h), gasto por um operário (H), para produzir uma unidade de
serviço (GEHBAUER, 2002)..
Por meio da multiplicação do tempo gasto pelos custos relativos a cada hora
de trabalho de um trabalhador ou de uma equipe de trabalho, determina-se uma
parte do custo final de cada composição, no cálculo de custos para a proposta.
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O cálculo de custos para a proposta é de grande importância para que uma
empresa receba o encargo de executar um empreendimento.
Na concorrência com outras empresas, o orçamento apresentado deve ser
convincente e realista, para que o cliente possa aceitá-lo.
Como a obtenção de contratos de construção é o objetivo de uma empresa,
estes cálculos devem ser feitos de forma cuidadosa e exata.
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Depois do esclarecimento das preferências do cliente é estabelecido entre
cliente e empresa construtora um acordo sobre o orçamento e os serviços a serem
realizados, ocorre então o fechamento do contrato. Nesse processo, os valores
resultantes das negociações são transferidos para o orçamento da proposta e
estabelecidos contratualmente.
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Essas alterações feitas depois de fechado o contrato, acarretarão,
naturalmente, diferenças nos custos de execução.
O objetivo do cálculo de custos para a execução é manter as alterações que
implicam em custos, dentro dos limites estabelecidos pelo orçamento do contrato,
fixando como referência os valores aí determinados. Assim, o cálculo de custos para
a execução é uma evolução dos cálculos de custos para a proposta e para o
contrato.
No entanto, ele está vinculado aos valores para os custos e prazos que
foram determinados nestes orçamentos.
Os valores indicados pelo cálculo de custos da execução passam a ser,
também, um instrumento de controle da execução. Por meio de comparações entre
o planejado e o realizado, podem ser detectados desvios com relação ao
planejamento, e ações corretivas podem ser introduzidas.
O cálculo de custos para a execução indica valores que servem como
referência também na contratação dos serviços de empreiteiras.
Se observarmos o caso de uma construtora, que desenvolve seus próprios
empreendimentos pode-se constatar que existem, também neste caso, os três níveis
de orçamentação:
• A estimativa de custos, feita com base nas medidas do anteprojeto;
• Uma orçamentação mais precisa, realizada após a elaboração dos
projetos executivos detalhados de arquitetura e engenharia;
• Um cálculo preciso dos custos de execução, quando já foram definidos
pelo planejamento prévio o cronograma da obra, e também os métodos de
execução, materiais, fornecedores e empreiteiras.
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18.4 ORÇAMENTO DOS SERVIÇOS SUPLEMENTARES
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Também devem ser comparadas as quantidades dos diversos materiais de
construção consumidos com as quantidades planejadas.
A partir destes cálculos posteriores à execução, serão apropriados novos
índices que serão aplicados em futuros orçamentos de empreendimentos
semelhantes.
Para que os cálculos posteriores à execução sejam realizados, é necessário
que o orçamento passe por todas as etapas precedentes, ou seja, que o orçamento
para a proposta seja transformado em orçamento para o contrato, e que este evolua
para o cálculo dos custos de execução.
Outro fator indispensável é que os grupos de custos definidos no orçamento
para a execução sejam os mesmos usados na contabilidade da obra.
Por meio da elaboração sistemática e consequente de cálculos posteriores
de seus projetos, a empresa irá adquirir, com o decorrer do tempo, dados e índices
cada vez mais precisos.
Com isso ela pode fazer, em concorrências futuras, propostas cada vez
melhores e mais próximas da realidade, o que lhe garante certa vantagem em
relação às empresas concorrentes.
Mais uma vez, deve-se salientar que mesmo a construtora, que executa
seus próprios empreendimentos, deve fazer um orçamento posterior à execução
para que ela possa registrar os custos reais ocorridos na realização do
empreendimento e utilizá-los novamente em futuros orçamentos. O orçamento
posterior à execução é, enfim, o resultado do controle de custos (comparação
previsto/realizado) que deve ser feito durante a execução dos trabalhos.
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19 PARTES QUE COMPÕEM O ORÇAMENTO
19.1 ESTIMATIVA
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de ser por obrigação exato, contudo pretende-se que seja o mais preciso possível,
com análise dos seus elementos procurando minimizar a margem de erro.
Material
• Preço dos materiais
Possibilidade de variação dos preços dos materiais orçamentados,
modificando os valores previstos para a execução do trabalho.
• Impostos
Os impostos incluídos no preço do orçamento na compra dos insumos podem
variar durante a realização da obra.
• Perda
Consideração do desperdício de material por trabalho realizado. Em casos
práticos diversos fabricantes recomendam uma perda específica que deve ser
considerada no cálculo orçamentado.
• Reaproveitamento
Representa a possibilidade de utilização de vezes de um mesmo material,
como por exemplo, as formas para os elementos de concreto armado.
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Equipamento
• Custo horário
Consideração da vida útil, custo de manutenção e operação;
• Produtividade
Consideração da produtividade específica de um equipamento mediante ao
tipo de trabalho a ser executado de forma a obter o melhor índice possível referente
à execução do trabalho.
Custos indiretos
• Pessoal
Os custos com salários, encargos sociais das equipes técnica, administrativa
e de apoio.
• Despesas gerais
As contas de água, luz, telefone, aluguel de equipamentos gerais (grua,
andaimes), seguros, fretes, etc.
Imprevistos
• Normalmente deve-se incluir um percentual ao orçamento, devido aos
possíveis imprevistos que um serviço pode apresentar quando executado. São
custos que não são previsíveis e que podem causar retrabalho por intervenientes
diversos como condições atmosféricas ou má qualidade da execução.
19.2 ESPECIFICAÇÃO
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outro local distante, pois pode necessitar diferentes custos de mobilização dos
funcionários e de toda a estrutura de uma empresa.
Um orçamento não pode ser considerado padrão para representar um
serviço, apesar da importância da experiência anterior, deve-se ter em causa as
condições específicas de cada caso.
• Condições locais
As condições locais compreendem o tipo de clima, relevo, vegetação,
profundidade do lençol freático, tipo de solo, condições das vias de acesso, distância
aos fornecedores de insumos, qualidade dos subempreiteiros da região, diferentes
taxas de impostos regionais, etc.
19.3 TEMPORALIDADE
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• Cenários financeiros e gerenciais diferentes.
Os diferentes cenários podem justificar a terceirização, delegação de tarefas,
condições de capital de giro, necessidade de empréstimo, etc.
A organização de orçamentos para obras de Construção Civil pode ter
enfoques distintos, quando analisado sob o prisma do cliente e proprietário da obra
ou pelo construtor (MATTOS, 2006).
Do ponto de vista do cliente e proprietário da obra, o orçamento é a
descrição de todos os serviços, devidamente quantificados e multiplicados pelos
respectivos preços unitários, cuja somatória define o preço total, ou seja, seu
desembolso.
Alguns pontos apresentados em um orçamento, não são uma preocupação
imediata do proprietário, como a cotação de materiais, percentual de perdas e
produtividade de equipes. De uma maneira geral estará mais preocupado com o
montante do empreendimento e como esse montante será desembolsado ao longo
do tempo.
Do ponto de vista do construtor, o orçamento é a descrição de todos os
materiais, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos custos
unitários, acrescidos das despesas indiretas, cuja somatória define o custo total, ou
seja, o desembolso do construtor, mais o lucro e os impostos, gerando então o preço
total, que é quanto irá receber (TISAKA, 2006).
Para o construtor, o orçamento encerra em seu contexto todas as premissas
que passam a ser metas de desempenho durante a obra. O preço de venda dos
serviços é fixo, o custo é variável e precisa ser monitorado em função dessas metas.
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O orçamento engloba três grandes etapas de trabalho:
• Estudo das condicionantes de um trabalho;
• Composição de custos;
• Determinação do preço.
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Os cadernos de encargos contêm:
• Prazo da obra;
• Prazos contratuais;
• Penalidade por atraso da obra ou prêmio por antecipação;
• Critérios de medição, pagamento e reajustamento;
• Regime de preços (unitário, global, por administração);
• Limitação de horários de trabalho;
• Critérios de participação na licitação (capital social da empresa, etc.);
• Habilitação técnica requerida com relação à empresa e responsável
técnico;
• Documentação requerida;
• Seguros necessários;
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• Facilidades disponibilizadas pelo contratante (instalações de água,
energia, etc.).
20 COMPOSIÇÃO DE CUSTOS
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• O cronograma físico retrata a evolução dos serviços ao longo do
tempo. O cronograma financeiro quantifica mensalmente os custos e receitas desses
mesmos serviços, é a distribuição temporal dos valores;
• Análise da viabilidade econômico-financeira.
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4.2 - Revestimento exterior - fachadas
4.3 - Revestimentos interior - tetos
4.4 - Revestimento interior - paredes
4.5 - Revestimento interior - pavimentos
4.6 - Coberturas e impermeabilizações
4.7 - Carpintaria
4.8 - Serralharia
4.9 - Pinturas
4.10 - Vidros
4.11 - Diversos
Capítulo 5 - Instalações Hidráulicas
Capítulo 6 - Instalações Elétricas
Capítulo 7 - Instalações de Ar Condicionado
Capítulo 8 - Instalações de Gás
Capítulo 9 - Elevadores
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O custo unitário do serviço é obtido multiplicando-se a quantidade
empregada do insumo por seu custo respectivo. No caso apresentado, o valor da
hora é de R$ 2,00.
Acrescendo-se os percentuais de Leis Sociais, considerados como 180%, o
preço do insumo "Servente" é de R$ 5,60/h e o preço do serviço "Escavação" é de
R$ 22,40/m3.
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20.3 OBTENÇÃO DAS COMPOSIÇÕES
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• Lançamento dos custos, análise de BDI, análises de prazos e
viabilidade; ajustes finais;
• Fechamento do orçamento, redação das condições da proposta ou
minuta do contrato.
- Apresentação da empresa;
- Quadro técnico;
- Memória descritiva;
- Relatório Fotográfico;
- Mapa de Trabalhos e Quantidades;
- Descrição dos serviços oferecidos;
- Planilha de Custos;
- Cronograma de Execução;
- Prazo de Entrega;
- Validade da Proposta;
- Fichas técnicas dos produtos mais relevantes.
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Normalmente não é prática usual na construção civil o pagamento pela
realização de um orçamento, mesmo que seja preciso realizar um estudo técnico
que pode corresponder a muitas horas de trabalho.
Essa pratica caracteriza o risco que existe por parte das empresas de
construção civil, que muitas vezes dedicam parte de seu tempo na criação de um
orçamento técnico, que mostra o perfil técnico e profissional da empresa, sem a
certeza de que terá sucesso.
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22 RESUMO GERAL DOS PROCEDIMENTOS DA ORÇAMENTAÇÃO
- Salários
- Materiais
- Depreciações SCD
- Juros
- Reparos
- Manutenção
- Combustíveis CO
- Serviços terceirizados
- Salários de supervisão
- Salários serviços gerais de Custo da Obra
- Depreciações gerais de Custo da Obra CIO
- Aluguel
- Montagens e desmontagens
- Viagens
Preço da
Proposta
- Planejamento
- Administração CGN
- Seguros
- Juros
RL
- Riscos e lucro
- Impostos
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Resumo dos procedimentos para a determinação do preço da proposta de
um item do caderno de encargos, com sua respectiva unidade de medida.
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A estrutura habitualmente utilizada é a seguinte:
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TABELA - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL MÉDIA DOS SERVIÇOS EM UM
ORÇAMENTO
EDIFÍCIO DE PADRÃO NORMAL, DE 8 A 12 PAVIMENTOS
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Exemplo:
Se o valor orçado (com base nos outros projetos, disponíveis) foi de R$
850.000,00, e as instalações elétricas e telefônicas e as hidrossanitárias são
previstas como normais, pode-se complementar o orçamento da seguinte forma:
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Encargos Sociais e Trabalhistas
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Na análise dos encargos sociais e trabalhistas, relativos à mão de obra,
existem alguns encargos fixos e outros variáveis.
Os fixos são aqueles em que qualquer empresa está condicionada a
legislação vigente, sendo que independem de considerações como tamanho da
empresa ou capacidade gerencial.
Os encargos variáveis dependem das premissas de cálculo adotadas por
cada empresa.
Neste tipo de encargos, uma empresa pode tornar-se mais competitiva
devido as suas estratégias próprias. Com a finalidade de reduzir o percentual de
encargos, toda empresa procura empenhar-se em reduzir as parcelas variáveis, que
são basicamente: aviso prévio, faltas, acidentes de trabalho, auxílio-enfermidade.
O aviso prévio, por ser o item variável mais representativo, deve ser
permanentemente monitorado pela empresa. Ele pode ser mantido em níveis baixos
se a rotatividade de trabalhadores for pequena.
FIM DO MÓDULO IV
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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TCPO 2011. Tabelas de composição de preços para orçamentos. São Paulo,
2011.
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SANTOS, D. Gerenciamento de Obras, Universidade Federal do Sergipe, Centro de
Ciências Exatas e de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil, Sergipe, 2005.
FIM DO CURSO
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