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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
GESTÃO DE PROJETOS DE
ARQUITETURA

Aluno:
EaD - Educação a Distância Portal Educação

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CURSO DE
GESTÃO DE PROJETOS DE
ARQUITETURA

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO II

10 EXIGÊNCIAS LEGAIS

FIGURA 11 – APROVAÇÃO DE PROJETOS DE ARQUITETURA

FONTE: Disponível em: <http://grandearquitetura.com.br/aprovacao-de-projetos-casa-civil-apresenta-


resultados-positivos/>
Acesso em: 03 ago. 2013.

Uma vez lançada a ideia de projeto, ou seja, as formas, tipologias e


dimensões iniciais do futuro empreendimento, cabe ao arquiteto a análise das leis e
normas que estabelecem os parâmetros legais para a aprovação e licença para
construir tal edificação.
Para a aprovação de um projeto de arquitetura devem ser respeitados
diversos condicionantes impostos pelos órgãos regulamentadores e fiscalizadores,
em nível municipal, estadual e federal. Temos dessa forma, o estabelecimento de
criterioso processo de criação por parte do arquiteto, pois muitas vezes,
determinados artigos presentes nas diversas leis analisadas, podem condicionar as
formas e dimensões dos elementos construtivos. Itens como limite de altura, área
máxima para construção, taxas de permeabilidade de solo, zonas de ocupação,
afastamentos em relação ao terreno e prédios vizinhos, entre outros, são alguns dos
tópicos presentes na vasta gama de observações a serem respeitadas na hora de
lançar um novo projeto.

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Não podemos deixar de lembrar que quando a complexidade projetual nos
leva para empreendimentos específicos, podemos ter legislações igualmente
próprias sobre o tema desenvolvido, como por exemplo, a aprovação de projetos da
área da saúde, em que existem leis e normas sobre o tema, além das tradicionais.
Essa leitura é feita sempre pelo profissional responsável pelo projeto, a partir das
exigências dos órgãos respectivos.
Pontuamos na sequência dos capítulos, as principais exigências para
aprovação de projetos em geral.

10.1 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Os municípios brasileiros possuem dentro de seus corpos legislativos dois


documentos em forma de lei, que estabelecem como deve funcionar a cidade e suas
construções: o Plano Diretor e o Código de Obras.

10.1.1 Plano Diretor

Vejamos algumas definições de Plano Diretor:

“Plano diretor é o instrumento básico de um processo de planejamento


municipal para a implantação de política de desenvolvimento urbano, norteando a
ação dos agentes públicos e provados.” (ABNT, 1991).

Seria um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física,


social, econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua
região, apresentaria um conjunto de propostas para o futuro
desenvolvimento socioeconômico e futura organização espacial dos usos do
solo urbano, das redes de infraestrutura e de elementos fundamentais da
estrutura urbana, para a cidade e para o município, propostas estas
definidas para curto, médio e longo prazos, e aprovadas por lei municipal.
(VILLAÇA, 1999, p. 238)

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FIGURA 12 – PLANO DIRETOR MUNICIPAL

FONTE: Disponível em: <http://pescadordesonhos.wordpress.com/2013/06/17/o-tal-do-plano-diretor/>


Acesso em: 03 ago. 2013.

“É plano, porque estabelece os objetivos a serem atingidos, o prazo em que


estes devem ser alcançados [...], as atividades a serem executadas e quem
deve executá-las. É diretor, porque fixa as diretrizes do desenvolvimento
urbano do Município.” (SILVA, 1995, p. 124 – grifos no original).

“O Plano Diretor pode ser definido como um conjunto de princípios e regras


orientadoras da ação dos agentes que constroem e utilizam o espaço urbano.”
(BRASIL, 2002, p.40).

Plano diretor é um documento que sintetiza e torna explícitos os objetivos


consensuados para o Município e estabelece princípios, diretrizes e normas
a serem utilizadas como base para que as decisões dos atores envolvidos
no processo de desenvolvimento urbano convirjam, tanto quanto possível,
na direção desses objetivos (SABOYA, 2007, p. 39).

Para a formalização de um Plano Diretor é necessária a sua aprovação pela


Câmara de Vereadores do Município, e ser instaurado em forma de Lei.
Por intermédio da fixação de princípios, normas e diretrizes, o plano deve
fornecer as orientações necessárias para as ações que influenciam o
desenvolvimento urbano. Podemos exemplificar tais ações como: a abertura de uma

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nova avenida, a construção e um prédio residencial, implantação de uma estação de
tratamento de esgoto, reurbanização de áreas degradadas da cidade, etc. Essas
ações definem o desenvolvimento da cidade, dessa maneira, é vital que sejam
estabelecidas a partir de uma estratégia mais ampla, para que todos possam criar e
ser orientados de uma forma homogênea.

FIGURA 13 – EXEMPLO DE ZONEAMENTO DE CIDADE

FONTE: Disponível em: <http://urbanidades.arq.br/2009/02/macrozoneamento/>


Acesso em: 03 ago. 2013.

O Zoneamento é uma ferramenta primordial nesse sentido, pois delimita as


iniciativas, sejam privadas ou individuais.
Aliada ao zoneamento da cidade, temos as estratégias de atuação definidas
pelo Poder Público, de suma importância para todas as cidades. Sendo assim, um
zoneamento é composto por:

 Definição do perímetro urbano, incluindo delimitação da área urbana,


de expansão urbana e rural;
 Definição das macrozonas, entendidas como grandes zonas que
estabelecem um referencial para o uso e a ocupação do solo, e para a aplicação dos

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programas contidos nas estratégias. Para conferir a coerência pretendida para a
lógica do desenvolvimento urbano, é importante que o macrozoneamento tenha um
número limitado de macrozonas diferentes.
 Descrição das macrozonas, assim como dos princípios e critérios
utilizados para defini-las e seus objetivos específicos. Essa descrição pode ser feita
em uma tabela em que as zonas ocupam as linhas e suas características e objetivos
ocupam as colunas.

É indispensável que o Plano Diretor defina o caminho a ser seguido, que


seja capaz de direcionar as iniciativas para que os benefícios atinjam toda a camada
da população no presente, garantindo de forma satisfatória o futuro.

FIGURA 14 – OBJETIVO DO PLANO DIRETOR

FONTE: Disponível em: <http://urbanidades.arq.br/2008/06/o-que-e-plano-diretor/>


Acesso em: 03 ago. 2013.

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10.1.2 Código de Obras

FIGURA 15 – CÓDIGO DE OBRAS E SUAS EXIGÊNCIAS

FONTE: Disponível em:


<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/licenciamentos/noticias/index.php?p=152298>
Acesso em: 03 ago. 2013.

Possibilita ao poder público exercer o controle e fiscalização do espaço


urbano construído. Estão estabelecidas as normas técnicas para todos os tipos de
construção, e definidos também, os procedimentos de aprovação de projeto e
licenças para execução de obras, bem como os parâmetros para fiscalização do
andamento da obra e aplicação de penalidades.
Nos Códigos atuais aparecem artigos que visam assegurar conceitos novos,
tais como: conforto ambiental, conservação de energia, acessibilidade às pessoas
com deficiência ou mobilidade limitada, entre outros.
De uma forma geral, salvo às peculiaridades de cada município, vamos nos
deparar com alguns itens elementares, conforme os que listamos a seguir:
 Classificação das edificações conforme seu uso (residencial, comercial,
mista, industrial, etc.) com suas exigências específicas;

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 Dimensões mínimas e máximas dos ambientes, áreas de ventilação e
iluminação naturais e elementos construtivos;
 Afastamentos do corpo da edificação em relação às divisas do terreno;

FIGURA 16 – AFASTAMENTOS DA EDIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO TERRENO

FONTE: Disponível em:


<http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/scpro1316.nsf/1ce2ce7b3cdf59b90325775900523a3f/1
cd1b54af577c93403257b4f0055f3b8?OpenDocument>
Acesso em: 03 ago. 2013.

 Áreas máximas de construção em relação à área do terreno. Igualmente taxas


de ocupação e de permeabilidade do solo;
 Exigências de portas, janelas, passeios, elevadores, circulações e corredores
com suas dimensões limítrofes;
 Alturas mínimas e máximas de paredes e muros;
 Vagas de estacionamento;
 Proteção e segurança das obras;
 Passeios e logradouros públicos;
 Penalidades e multas por descumprimento de normas;
 Exigências projetuais para aprovação;

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 Anexos e apêndices específicos do município.

10.2 SECRETARIAS DE MEIO AMBIENTE

De uma forma geral compete às Secretarias de Meio Ambiente o


planejamento em curto prazo dos espaços urbanos, observando o Plano Diretor e
fazendo-se respeitar os condicionantes para aprovação de edificações,
licenciamentos ambientais e manutenções diversas.
Cabe a esse organismo a vigilância e fornecimento de licença para
instalação das mais variadas tipologias arquitetônicas sobre o solo urbano, sempre
atentando para os possíveis impactos ambientais a serem gerados. A poda de
árvores, retirada de material topográfico e intervenção nas áreas aquíferas, são
pontos-chaves para a viabilização de qualquer empreendimento, cabendo ainda o
cuidado na fiscalização e aplicação de sansões e penalidades aos infratores.
Os municípios possuem suas Secretarias específicas que são subalternas
às Secretárias Estaduais e Federais. Conforme a complexidade da intervenção a ser
realizada, pode ser necessária a consulta e aprovação de petições junto aos três
níveis administrativos.

10.3 NORMAS ESTADUAIS E FEDERAIS

Novamente é importante salientar que as características de cada


empreendimento é que determinarão os procedimentos para a busca de aprovação
e fiscalização competentes em relação ao projeto lançado.
Sempre que se estabelece a necessidade de um novo empreendimento,
guardadas a sua abrangência e complexidade, podem existir além das exigências
locais, normas e decretos que vigoram em nível Estadual e Federal.

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É obrigação do arquiteto, estar a par de tais exigências e buscar as devidas
adequações projetuais para a aprovação nos órgãos competentes. Uma análise das
normas e decretos é crucial para viabilizar o empreendimento.
Esse cuidado deve ser redobrado para não prejudicar o planejamento e
cronograma da obra, já que, podem acontecer contratempos, que são corriqueiros
quando os trâmites burocráticos são inevitáveis.
Um instrumento balizador e de grande valia na busca por dados e
parâmetros, são as Normas Técnicas Brasileiras (NBR), as quais estão presentes no
catálogo geral da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Podemos
encontrar a relação completa de normas no site da ABNT, disponível em:
http://www.abnt.org.br/.

FIGURA 17 – NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS

FONTE: <Disponível em: <http://www.ebanataw.com.br/manpred/nbr14037.htm>


Acesso em: 03 ago. 2013.

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Decretos e Leis podem ser consultados igualmente nos sites dos Governos
Estaduais e Federais, conforme a área de interesse.

10.4 PLANOS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Os Planos de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) são medidas adotadas


para prevenir e proteger as pessoas e os imóveis de possíveis incêndios,
decorrentes de diversos fatores.
O órgão regulamentador é o Corpo de Bombeiros, responsável pelo
planejamento, análise, aprovação e fiscalização das instalações e equipamentos de
prevenção e proteção contra incêndio.
Os prédios comerciais, industriais, de entretenimento e residenciais, com
mais de uma economia e mais de um pavimento, devem possuir um projeto
elaborado, aprovado e executado conforme as normativas encontradas nas Normas
e Decretos de Lei específicos.
É necessário para todas as tipologias arquitetônicas existentes ou a
construir, salvo as residências unifamiliares a partir de suas dimensões,
características e funcionalidades, conforme legislação em vigor, o Laudo de
Proteção Contra Incêndio.

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FIGURA 18 – SINALIZAÇÃO DE PPCI

FONTE: Disponível em: <http://www.garravisual.com.br/site/galeria.php>


Acesso em: 03 ago. 2013.

O projeto de PPCI segue normas específicas que regulamentam as


dimensões de peitoris, guarda-corpos e saídas de emergência. Temos ainda a
especificação de equipamentos, tais como: extintores, iluminação de emergência e
sprinklers (rede de aspersores d’água fixadas no teto).

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FIGURA 19 – PROJETO DE PPCI

FONTE: Disponível em: <http://giannyrf.wordpress.com/2013/04/21/arquitetura-projeto-residencia-


multifamiliar/>
Acesso em: 03 ago. 2013.

10.5 ÓRGÃOS REPRESENTATIVOS

O órgão que regulamenta e fiscaliza os profissionais e obras de arquitetura é


o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo).
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e os Conselhos
de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal – CAU/UF foram
criados com a Lei nº 12.378 de 31 de dezembro de 2010, que regulamenta o
exercício da Arquitetura e Urbanismo no país. Uma conquista histórica para a

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categoria, que significa maior autonomia e representatividade para a profissão (CAU,
2013).
Autarquias dotadas de personalidade jurídica de direito público, o CAU
possui a função de “orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de
arquitetura e urbanismo, zelar pela fiel observância dos princípios de ética e
disciplina da classe em todo o território nacional, bem como pugnar pelo
aperfeiçoamento do exercício da arquitetura e urbanismo” (§ 1º do Art. 24º da Lei
12.378/2010) (CAU, 2013).

FIGURA 20 – CAU/BR

FONTE: Disponível em:<http://www.caubr.org.br/>


Acesso em: 06 ago. 2013.

Todas as atividades profissionais desenvolvidas pelos arquitetos necessitam


que se redija um documento: o RRT (Registro de Responsabilidade Técnica), que
dependendo dos serviços listados gera um valor respectivo em forma de taxa para
efetuar pagamento.
Todos os projetos que dão entrada junto aos órgãos públicos devem ser
acompanhados com um RRT, documento que atesta a existência de um responsável
técnico, devidamente habilitado, para responder legalmente pela futura obra ou
serviço prestado.
Esse documento respalda igualmente o profissional, pois além de sua
identidade legal, o RRT serve como um contrato de serviços entre as partes
envolvidas.

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FIGURA 21 – EXEMPLO DE RRT

FONTE: Imagem do autor (Arq. Fabiano Volpatto).

Ao finalizar uma obra ou serviço, cabe ao profissional o compromisso de dar


baixa do documento, para que comece a contar o prazo legal de responsabilidade. É
possível também que seja dada baixa do documento em caso de distrato entre as
partes em virtude de alguma discordância de relacionamento ou projetual.

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As empresas de arquitetura e construção também necessitam estar afiliadas
ao conselho para que possam executar trabalhos legalizados.

11 O PROJETO DE ARQUITETURA

O planejamento de um novo empreendimento necessita de um projeto


específico, em que estarão todas as informações referentes à execução da
edificação. Cada uma das partes do projeto contém os formatos, dimensões e
especificações dos ambientes e elementos construtivos necessários para
compreensão da proposta arquitetônica.
Uma vez lançado o projeto, este deve estar condizente com os parâmetros
exigidos pelo poder público e entidades respectivas para que possa ser avaliado e
posteriormente obter a aprovação e licença para construção.
Geralmente as prefeituras exigem um conjunto de pranchas e documentos,
salvo as peculiaridades de cada munícipio, composto por planta de situação, planta
de localização, plantas baixas, planta de cobertura, cortes, fachadas, memoriais
descritivos e planilhas de áreas. Em alguns casos são exigidos os projetos
complementares: projeto elétrico, projeto de aclimatação de ambientes, projeto
paisagístico, projeto de prevenção e contra incêndio, projeto hidrossanitário e de
estrutura.
No próximo módulo de estudo veremos os projetos complementares, e
também, os cadernos de especificações e detalhamentos. Cabe ressaltar que para
que se possam desenvolver os projetos complementares, é indispensável que já
exista o projeto arquitetônico. Concluímos então, que o projeto arquitetônico é que
serve de base para todos os outros projetos específicos.
Na sequência desse capítulo, veremos de forma mais abrangente, cada um
dos itens que compõem uma proposta arquitetônica. Em cada item colocaremos a
importância e os principais componentes indispensáveis para a correta
compreensão.
Cabe ressaltar, que em todas as pranchas deve existir um selo com as
informações do projeto (escala, área, data, etc.), dos autores (responsáveis

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técnicos), proprietários e localização da obra. O selo segue formatação segundo
normas de desenho.

11.1 PLANTA DE SITUAÇÃO

A planta de situação é a locação do terreno urbano ou área rural dentro de


uma área, seja loteamento urbano ou fração rural. Sua finalidade básica é de
representar o formato do lote e os elementos que identifiquem a conformação da
gleba.

FIGURA 22 – PLANTA DE SITUAÇÃO

FONTE: Imagem do autor (Arq. Fabiano Volpatto).

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É impreterível que se estabeleça nessa prancha:
 Cotas gerais do terreno;
 Cotas angulares quando necessárias;
 Cotas de ruas;
 Cota da distância do lote até a esquina mais próxima;
 Indicação geográfica do Norte;
 Nome das ruas;
 Indicação de elementos topográficos para áreas rurais;
 Distância de estradas ou rodovias para áreas rurais;
 Número do lote e da quadra;
 Nome da planta e escala utilizada;
 Número dos lotes vizinhos;
 Outros dados que se fizerem necessários.

A escala de representação da planta de situação em áreas urbanas é


geralmente escolhida entre a 1/500 e 1/1000. Em relação às áreas rurais, por
englobarem muitas vezes uma área considerável, podem ser representadas em
escalas 1/1000, 1/5000, e até 1/10000 e 1/50000.

11.2 PLANTA DE LOCALIZAÇÃO

A planta de localização mostra a locação de nossa edificação e demais


elementos no terreno.
Detalhamos as informações do terreno e a inserção da edificação com suas
delimitações. Nela determinamos os limites do terreno com o passeio e a via de
rolamento – rua com denominação oficial. Delimitamos o contorno externo da
edificação no terreno, ou ainda, inserimos a vista da planta de cobertura, pois nosso
visual sempre é da vista superior como um todo.

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Nessa planta aparecem todos os elementos que compõem a implantação do
terreno, como por exemplo, áreas de lazer, passeios, acessos, muros,
equipamentos, etc. Sempre deve aparecer a indicação da posição do Norte
Geográfico.

FIGURA 23 – PLANTA DE LOCALIZAÇÃO

FONTE: Imagem do autor (Arq. Fabiano Volpatto).

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Em relação às informações que farão parte do desenho, sempre devem
aparecer:
 Cotas gerais do terreno;
 Cotas angulares quando necessárias;
 Cotas de passeios e ruas;
 Cotas gerais e parciais da edificação, bem como suas distâncias
básicas em relação ao terreno;
 Indicação geográfica do Norte;
 Indicação do alinhamento predial;
 Indicação do passeio e da rua;
 Indicação de acessos de veículos e pedestres;
 Número do lote e da quadra;
 Nome da planta e escala utilizada;
 Outros dados que se fizerem necessários.

11.3 PLANTAS BAIXAS

A planta é uma seção obtida de um plano paralelo ao piso, a uma altura de


aproximadamente 1,20m para evidenciar o corte das paredes, janelas, portas, etc. O
sentido de observação se dará de cima para baixo, possibilitando assim um
entendimento de como os ambientes são dispostos e como se dá a ligação entre
eles.
Quando nosso projeto apresenta somente um pavimento, é representada
somente uma planta baixa. Nos projetos em que a edificação possui mais de um
pavimento temos que desenhar uma planta baixa para cada pavimento. Em um
edifício, por exemplo, onde temos apartamentos em que a planta baixa se repete em
diversos andares, chamamos de planta baixa do pavimento tipo.
A planta baixa é a parte do projeto que melhor elucida o empreendimento, e
é igualmente a mais consultada, por reunir uma série de informações que resumem
as características intrínsecas do projeto.
São itens obrigatórios para entendimento de uma planta baixa:

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 Conformação dos ambientes;
 Dimensões de todos os elementos construtivos;
 Distâncias do corpo da casa em relação ao terreno e outros elementos;
 Nome dos ambientes com área e tipo de piso;
 Níveis;
 Tamanhos e tipos de esquadrias;
 Mobiliário de áreas molhadas;
 Indicação das linhas de corte;
 Projeção de elementos;
 Outros dados que se fizerem necessários.

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FIGURA 24 – PLANTA BAIXA

FONTE: Imagem do autor (Arq. Fabiano Volpatto).

A planta baixa é utilizada também para ilustrar um material de venda. Nesse


caso, informações técnicas são substituídas por informações artísticas, que melhor
representem uma ideia de realidade para o desenho, ou seja, ambientes com
representação decorativa. A inserção do mobiliário dá a noção de tamanho e
ocupação dos espaços internos, bem como as áreas livres e de circulação entre os
ambientes.

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Vejamos os exemplos a seguir.

FIGURA 25 – PLANTA BAIXA DECORADA

FONTE: Disponível em: <http://www.originalgratis.com.br/wp-content/uploads/2013/07/modelos-


Planta-Baixa-de-Casas.jpg>
Acesso em: 07 ago. 2013.

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FIGURA 26 – PLANTA BAIXA DECORADA

FONTE: Disponível em:<http://rikoconstrucoes.blogspot.com.br/2010/08/planta-baixa-ilustrativa.html>


Acesso em: 07 ago. 2013.

11.4 PLANTA DE COBERTURA

Na planta de cobertura é representada a projeção superior da edificação em


um plano horizontal.
Trata-se do desenho de tudo que enxergamos de cima para baixo, levando
em conta o telhado, as informações de acabamentos e sistema de recolhimento e
escoamento das águas pluviais.
É necessário especificar os tipos de telhas e seus caimentos, bem como os
elementos que aparecem acima da cobertura, tais como: chaminés, volumes de
reservatórios, elementos da rede pluvial (algerosas, calhas, condutores,

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canalizações, etc.), e também, as delimitações do terreno que acontecem no
pavimento térreo.

FIGURA 27 – PLANTA DE COBERTURA

FONTE: Disponível em:< http://mcadcg.blogspot.com.br/>


Acesso em: 07 ago. 2013.

11.5 CORTES

O corte serve para entendermos o desenho na sua verticalidade. Se nas


plantas baixas tínhamos as relações de comprimento e largura a partir de uma
visualização superior, agora vamos evidenciar a altura e profundidade dos
ambientes.
Temos no mínimo duas representações de cortes para evidenciar detalhes
que potencializem as alturas e suas diferenças – o corte transversal no menor
comprimento, e o corte longitudinal no maior comprimento da planta baixa.

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Quando estamos trabalhando em um projeto com maior riqueza de detalhes
e informações, pode ser necessária a realização de mais cortes. A recomendação é
que se faça o número de cortes proporcionais para a melhor compreensão do
desenho. Os principais fatores determinantes para o número de intervenções são:
diferenças nas paredes, diversificação de detalhes construtivos, diferenças de
alturas entre os elementos e formato da planta baixa.
Não pode faltar a indicação de alturas e desníveis, bem como a
especificação dos ambientes e elementos construtivos.
Os cortes juntamente com a planta baixa, são os dois recursos de projeto
que carregam o maior número de informações sobre o projeto, importante tanto para
o próprio lançamento das ideias e sua viabilidade, e também relevante para a fase
de execução do empreendimento.

FIGURA 28 – CORTE

FONTE: Disponível em: <http://arq0096.tumblr.com/>


Acesso em: 07 ago. 2013.

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FIGURA 29– CORTE LONGITUDINAL

FONTE: Disponível em: <http://www.idevweb.com.br/images/casa02.jpg>


Acesso em: 07 ago. 2013.

11.6 FACHADAS

Este componente do projeto arquitetônico representa exatamente as visuais


externas de nossa edificação. Nas fachadas irão aparecer os elementos que são
visualizados quando planificamos as vistas.
Temos a real noção da hierarquia dos volumes do corpo da edificação, bem
como a representação de janelas, portas, sacadas, telhados e demais elementos
externos que se fazem presente.
A quantidade de fachadas a desenhar levará em conta o nível de
detalhamento dos elementos constituintes do projeto, mas geralmente desenham-se
as quatro principais que conformam o perímetro da edificação.
A nomeação das fachadas obedecerá preferencialmente à orientação
geográfica da edificação no lote de inserção. Teremos por exemplo, fachada norte,
fachada leste, fachada oeste e fachada sul. Outra forma para nomear pode ser pela
sua posição e definição de acessos: fachada frontal, fachada lateral direita, fachada
lateral esquerda e fachada posterior. Em casos de projetos mais rebuscados

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podemos ter as fachadas nomeadas por alguma referência de grande relevância do
próprio projeto.

FIGURA 30 – FACHADA DE UMA RESIDÊNCIA

FONTE: Disponível em: <http://anderluizsilva.wordpress.com/category/estudos-arquitetonicos/>


Acesso em: 08 ago. 2013.

FIGURA 31 – FACHADA DE UM PRÉDIO

FONTE: Disponível em:<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.080/279>


Acesso em: 08 ago. 2013.

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11.7 PERSPECTIVAS

Outro recurso de projeto que é utilizado para amostragem de proposta ao


cliente-contratante e também como recurso de venda, é a perspectiva digitalizada do
empreendimento. Os diversos softwares de criação e renderização, utilizados
atualmente, criam verdadeiras obras de arte, em que são mostradas as
características do empreendimento, tanto externas como internas.
Uma nomenclatura que vem sendo utilizada para determinar esses trabalhos
é de Maquetes Eletrônicas.

FIGURA 32 – PERSPECTIVA INTERNA

FONTE: Disponível em: <http://anuncios-servicos.vivanuncios.com/oferta-


servicos+ourinhos/maquetes-eletronicas-ou-virtuais/42597537>
Acesso em: 08 ago. 2013.

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FIGURA 33 – PERSPECTIVA EXTERNA

FONTE: Disponível em:< http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/0,,EMI1518-


10142,00.html>. Acesso em: 08 ago. 2013.

11.8 MEMORIAL DESCRITIVO

O memorial descritivo é um documento em que estão registrados todos os


procedimentos a serem realizados na execução do projeto arquitetônico que foi
lançado. Trata-se de uma relação de todas as etapas da execução da obra com as
especificações dos materiais de construção, bem como os materiais de acabamento
que serão utilizados.
Faz parte do conjunto de documentos necessários para aprovação de
projeto, e também, indispensável para a formatação de contratos de venda de
imóveis, já que registra as particularidades do empreendimento, que servem de base
para uma futura comprovação.
Itens que são encontrados no memorial:
 Localização do empreendimento;
 Características do empreendimento;
 Responsáveis técnicos;
 Normas utilizadas para projeto e cálculos;

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 Descrição das etapas de execução;
 Técnicas e materiais utilizados;
 Órgãos responsáveis por etapas específicas;
 Outras especificações que se fizerem necessárias.

11.9 PLANILHA DE ÁREAS

Quando é criado um projeto arquitetônico, que não serve a apenas uma


economia, ou seja, quando um mesmo prédio será dividido em distintos imóveis,
como, por exemplo, um prédio residencial ou um condomínio de sobrados, é
necessário anexar as Planilhas de Áreas.
Nessas planilhas são subdivididas as áreas comuns e privativas, áreas por
andares e por economias. Os quadros ainda dispõem de uma especificação de
custos independentes e globais. Trata-se de um documento que é utilizado para
aprovação de projetos e principalmente, para instituir e constituir condomínios, e
também averbação de imóveis nos Cartórios de Registros.
A norma que estabelece os critérios para preenchimento dos quadros é a
NBR 12.721 - Avaliação de custos unitários e preparo de orçamento de construção
para incorporação de edifícios em condomínio, presente no catálogo da ABNT.
Vejamos o que descreve a norma em relação aos seus objetivos:

Esta Norma fixa as condições exigíveis para avaliação de custos unitários e


preparo de orçamento de construção para incorporação de edifício em
condomínio.
Esta Norma visa a atender ao que foi prescrito à ABNT pela Lei Federal nº
4.591 e ao disposto na Lei Federal nº 4.864 e emenda a NBR 12721:1992,
acrescentando-lhe os projetos-padrão comerciais (salas, lojas e andares
livres), galpão industrial e casa popular.
Nesse propósito, assume especial significado a implantação de regras que
conduzam à definição inconfundível do objeto de transação: a unidade
autônoma e a edificação que a contém. Paralelamente, ganha também
importância a implantação de regras que permitam uma adequada
estruturação financeira das incorporações, estabelecendo um mecanismo
de comparação entre preços da transação e valores de custo da construção
avaliados de acordo com o disposto nesta Norma. (ABNT, NBR 12721, p.2).

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FIGURA 34 – NBR 12721

FONTE: Imagem do autor (Arq. Fabiano Volpatto).

As informações necessárias são dispostas em oito quadros que devem ser


preenchidos com os dados referentes às características do empreendimento.
Abaixo temos a relação dos quadros com seus respectivos assuntos de
abrangência:
 Quadro I (modelo A) - Cálculo das áreas nos pavimentos e das áreas globais
da construção;
 Quadro II (modelo B) - Cálculo das áreas das unidades autônomas;
 Quadro III (modelo C) - Avaliação do custo global da construção e do preço
por metro quadrado da construção;
 Quadro IV (modelo D) - Avaliação do custo de construção de cada unidade
autônoma;
 Quadro V (modelo E) - Informações gerais;
 Quadro VI (modelo F) - Memorial descritivo dos equipamentos;

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 Quadro VII (modelo G) - Memorial descritivo dos acabamentos (dependências
de uso privativo);
 Quadro VIII (modelo H) - Memorial descritivo dos acabamentos
(dependências de uso comum).
O preenchimento dos quadros é realizado após o projeto arquitetônico estar
pronto e definido, com as suas dimensões e áreas estabelecidas. É necessário que
um profissional devidamente habilitado assine e responda legalmente pelo
documento, precisando inclusive, anexar um RRT para atestar a responsabilidade
técnica e jurídica. Muitas vezes, o próprio arquiteto que desenvolveu o projeto
providencia o documento, ou então, subcontrata o serviço para outro arquiteto ou
engenheiro civil, especialista nesse assunto.

FIGURA 35 – NBR 12721: QUADRO I (EXEMPLO)

FONTE: Imagem do autor (Arq. Fabiano Volpatto).

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FIGURA 36 – NBR 12721: QUADRO III (EXEMPLO)

FONTE: Imagem do autor (Arq. Fabiano Volpatto).

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11.10 O PROJETO EXECUTIVO

O projeto executivo baseia-se no projeto arquitetônico que foi desenvolvido e


aprovado junto aos órgãos competentes. Na verdade, são colocados nesse projeto,
detalhes e especificações que forem necessárias, como forma de complemento,
para melhor entendimento dos colaboradores envolvidos na execução do
empreendimento.
Esse procedimento é necessário, dependendo da complexidade do projeto,
pois o projeto arquitetônico que é direcionado para aprovação na prefeitura,
chamado também de projeto legal, nem sempre carrega uma riqueza de
informações e detalhamentos que são impreteríveis para execução de atividades no
canteiro de obras.
A verdade é que o projeto executivo nasce do projeto legal, em suma, é um
aprimoramento do que já existe. Podem aparecer nesse projeto:
 Indicação dos eixos de coordenadas do projeto: letras para eixos em uma
direção e números para a direção oposta;
 Indicação dos elementos do sistema estrutural (pilares), com distinção gráfica
em relação às alvenarias;
 Vedações internas e externas;
 Indicação de cotas parciais, entre coordenadas e cotas totais;
 Cotas dos elementos, em pormenor, dos locais que não terão especificação
em escala maior;
 Especificação de materiais para melhor compreensão do projeto;
 Representação de prumadas dos dutos hidráulicos, elétricos, telefônicos, rede
lógica, sonorização, automação e segurança;
 Áreas de instalações técnicas e de serviços;
 Acessos e demais elementos significativos;
 Marcação de vistas, cortes e elevações;
 Codificação de elementos a serem detalhados;
 Marcação de elementos em projeção;

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 Indicação de níveis acabados;
 Títulos, escalas, notas relevantes, tabelas diversas, etc.

FIGURA 37 – PROJETO EXECUTIVO

FONTE: Imagem do autor (Arq. Fabiano Volpatto).


Acesso em: 08 ago. 2013.

FIGURA 38 – PROJETO EXECUTIVO

FONTE: Imagem do autor (Arq. Fabiano Volpatto).

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FIGURA 39 – PROJETO EXECUTIVO

FONTE: Disponível em:<http://www.mrgb.com.br/sbp-projeto-executivo/>


Acesso em: 08 ago. 2013.

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FIM DO MÓDULO II

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