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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

APRESENTAÇÃO

Este documento tem como objetivo apresentar novo Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)
em decorrência da necessidade de ampliação e modificação parcial das instalações originais projetadas
para o Câmpus Santo André da Universidade Federal do ABC, para atendimento de nova demanda por
espaços destinados a laboratórios didáticos e de pesquisa, especialmente, além de áreas administrativas
e de apoio ao funcionamento da universidade.

A ampliação pretendida pela UFABC se dará através da construção de dois novos blocos de
edifícios no Câmpus Santo André: (i) Bloco L, edifício que abrigará laboratórios de pesquisa e será
construído no Terreno Principal, onde o projeto original encontra-se em implantação atualmente, e (ii)
Bloco Anexo, edifício destinado a laboratórios didáticos, áreas administrativas e almoxarifados, que
será implantado em terreno localizado na Avenida dos Estados, no lado oposto do Terreno Principal,
adquirido pela universidade no ano de 2009, denominado neste estudo como “Terreno Anexo”.

Além da construção de dois novos blocos, objetiva-se também implementar modificações


parciais nos edifícios originais Blocos A, B e D, já concluídos e em operação no Terreno Principal,
para a instalação de novos laboratórios e ampliação do Restaurante Universitário, além da eliminação
do estacionamento de veículos sob a Praça do Sol conforme previsto no projeto original.

Embora a ampliação e modificação parcial pretendidas pela UFABC resultem no aumento da


área construída em relação ao total aprovado através do projeto original, em torno de 40 mil metros
quadrados, é importante ressaltar que a expansão do câmpus universitário não resultará em aumento de
população na mesma ordem de grandeza, mantendo-se o número de usuários conforme previsto em
2006. As novas instalações serão utilizadas por docentes, discentes e técnicos administrativos que, em
sua maior parte, já integram a comunidade universitária do Câmpus Santo André.

A elaboração de novo EIV possibilitará a identificação e avaliação de impactos decorrentes da


expansão territorial planejada e da ampliação das instalações físicas no Terreno Principal e no Terreno
Anexo. Constitui-se também em oportunidade para registro dos impactos já ocorridos em consequência
da implantação do empreendimento, projetados no EIV anterior, considerando-se que a universidade
encontra-se parcialmente em operação desde o ano de 2008, e já conta com uma população de
aproximadamente nove mil usuários no Câmpus Santo André.

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1. INTRODUÇÃO

A discussão dos impactos ambientais no desenvolvimento de atividades que necessitam de


espaços construídos vultosos para sua implantação é de fundamental importância e precisa da
formulação de uma metodologia de acompanhamento, avaliação e monitoramento.

A Lei Federal n.º 10.257 de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto da Cidade, foi
promulgada depois de treze anos de discussão no Congresso Nacional, após intensa mobilização de
diversos setores da sociedade brasileira que atuam no campo da política urbana.

O Estatuto da Cidade regulamentou os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988 e deu
nova configuração ao controle e gestão das cidades: definiu o princípio da função social do solo
urbano, criou instrumentos de intervenção para o poder público – especialmente na esfera municipal –
atuar no Planejamento e Gestão Urbana e estabeleceu diretrizes para o licenciamento de novos
empreendimentos causadores de impacto nas cidades.

Esta lei foi imensamente reivindicada e saudada pelos urbanistas por que:

(...) estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da
propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos
cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental (Brasil, 2001).

O Estatuto da Cidade definiu que a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana segundo diretrizes gerais,
dentre as quais:

I - garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à


moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços
públicos, ao trabalho e ao lazer, para a presente e futuras gerações;
II - gestão democrática da cidade por meio de participação popular;
III - planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das
atividades econômicas de modo a evitar as distorções do crescimento urbano e seus efeitos
negativos sobre o meio ambiente.

A necessidade de elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) no Brasil, como pré-


requisito para a implantação de edificações cujo porte e relevância impactam de maneira especial o
ambiente construído, é relativamente recente. Esta exigência foi inserida na legislação urbanística dos
municípios a partir de determinação contida no Estatuto da Cidade.

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O EIV constitui-se em instrumento urbanístico definido no Capítulo II – Dos Instrumentos da


Política Urbana, na Seção XII, artigos 36, 37 e 38 do EC, mas sua implementação está vinculada à
necessidade de regulamentação por meio de lei municipal. No Plano Diretor ou em legislação
específica de uso e ocupação do solo dos municípios devem ser estabelecidos os tipos de
empreendimentos, públicos ou privados, passíveis de enquadramento como causadores / geradores de
impactos e que deverão observar os requisitos para sua aplicação.

Somente após a aprovação dos estudos dos impactos provocados por estes empreendimentos,
poderão ser concedidas as licenças para a sua construção, tendo-se criado uma barreira ao início de
empreendimentos possivelmente nocivos ao ambiente urbano, antes de serem ressaltadas as condições
de mitigação aos eventuais danos que possam causar.

O Artigo 37 do EC estabelece o conteúdo mínimo que deverá ser analisado no âmbito de um


EIV: (a) o adensamento populacional provocado pelo empreendimento; (b) os equipamentos urbanos e
comunitários necessários para a sua adequação no território; (c) a acomodação à legislação de uso e
ocupação do solo; (d) a valorização imobiliária decorrente de sua implantação; (e) a geração de tráfego
e demanda por transporte público no seu entorno causado por sua população interna; (f) os efeitos na
ventilação e iluminação do espaço urbano do entorno; e (g) as marcas na paisagem urbana e no
patrimônio natural e cultural.

No caso de Santo André, o Licenciamento Ambiental e o Estudo de Impacto de Vizinhança


(EIV) foram previstos no Plano Diretor Participativo do município (PDP), Lei n.º 8.696 de 17 de
dezembro de 2004, e são exigidos para a aprovação dos projetos e concessão de licenças necessárias à
implantação de empreendimentos de impacto, conforme parâmetros estabelecidos nos artigos 90 e 91
do PDP.

Em complementação, a Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo (LUOPS), Lei


Municipal n.º 8.836 de 10 de maio de 2006, define em seu Capítulo III, artigo 32, que o EIV deve
constituir documento que apresente o conjunto de estudos e informações técnicas relativas à
identificação, avaliação, prevenção, mitigação e compensação dos impactos na vizinhança de um
empreendimento ou atividade, possibilitando a análise das diferenças entre as condições que existirão a
partir de sua implantação e as condições que existiriam sem essa intervenção.

Em 2006, para a implantação do câmpus sede da Universidade Federal do ABC no município,


foi necessário elaborar Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), dado o porte e relevância da
edificação: empreendimento de uso extraordinário, destinado ao ensino público superior, com área
construída de aproximadamente 100 mil metros quadrados. A implantação da UFABC implicaria em

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instalações e atividades novas, significativamente diferentes daquelas existentes até então no local,
potencializando alteração das condições de uso, ocupação e aproveitamento do solo, bem como uma
demanda mais intensa da infraestrutura urbana, além de alterações nas atividades do entorno.
Justificava-se, portanto, o estudo, não apenas pelo porte do empreendimento e suas intervenções no
ambiente construído e natural, mas também por sua ampla interação com o meio urbano e
socioeconômico locais. A apresentação e análise do EIV foram tratadas através do processo
administrativo n.º 39.245/2006-0.

Cabe consignar que o EIV da UFABC constituiu-se na primeira experiência do município na


aplicação deste instrumento urbanístico, face à entrada em vigor da nova LUOPS no ano de 2006,
durante o período de realização do licenciamento do empreendimento por parte da UFABC.

No momento atual, em decorrência da necessidade de ampliação e modificação parcial das


instalações projetadas originalmente, mediante as novas demandas colocadas pela comunidade
universitária, e conforme as exigências previstas no PDP, na LUOPS e na Lei Municipal n.º 9.394, de
05 de janeiro de 2012, que alterou disposições do PDP 1 , faz-se necessário apresentar novo EIV como
pré-requisito para a aprovação de projeto e obtenção de alvará junto à municipalidade, para execução
das obras de expansão da UFABC.

1.1. Justificativa do Empreendimento

A criação da Universidade Federal do ABC (UFABC) em 26 de julho de 2005, por meio da Lei
Federal nº 11.145, foi intensamente desejada e reivindicada pelas comunidades locais nos últimos vinte
anos que a antecederam. Na versão original do Projeto Pedagógico da UFABC2 consta o registro
reproduzido abaixo:

Durante os últimos vinte anos em que muitos processos e eventos políticos, sociais,
econômicos e culturais marcaram a história da educação no Brasil, a comunidade da
região do ABC, amplamente representada por seus vários segmentos, esteve atuante
na luta pela criação de uma Universidade pública e gratuita nesta região (UFABC,
Projeto Pedagógico: UFABC, 2006).

1
O EIV será exigido para ampliação quando esta for superior a 50% (cinquenta por cento) da área regularmente existente ou
quando a área a ser construída for igual ou superior a 5.000m² (cinco mil metros quadrados), aplicando-se o caso mais
restritivo (Santo André, 2012 - Lei M unicipal n.º 9.394, de 05/01/2012, art. 55).
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Disponível em: http://www.ufabc.edu.br/images/stories/pdfs/institucional/projetop edagogico.pdf

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De acordo com a lei de criação da Fundação Universidade Federal do ABC, a sede da


universidade estaria localizada no município de Santo André:

Art. 1º Fica instituída a Fundação Universidade Federal do ABC - UFABC,


vinculada ao MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, com sede e foro na cidade de Santo
André, Estado de São Paulo (Brasil, 2005).

A instituição da UFABC pelo Governo Federal se deu no âmbito das metas de expansão do
ensino superior público, com previsão de implantação do primeiro câmpus no município de Santo
André, na várzea do Rio Tamanduateí, a partir do ano de 2006, e perspectiva de expansão da
universidade em outros municípios da Região do ABC, nos anos seguintes.

Segundo o Projeto Pedagógico da UFABC, no contexto da macro-política educacional, o ABC


se apresentava como uma das regiões com maior demanda por ensino público, à época da instituição da
UFABC:

A demanda potencial para suprir o atendimento do crescimento da população de


jovens já é crítica considerando que a região possui mais de 2,5 milhões de habitante s
e uma oferta de vagas de 45.000 distribuídas em 30 Instituições de Ensino Superior
sendo a grande maioria privada. A região do ABC tem aproximadamente 77 mil
estudantes matriculados no ensino superior, onde, aproximadamente 65% estão em
instituições privadas, 20% em instituições municipais e 15% na rede comunitária
filantrópica (UFABC, Projeto Pedagógico: UFABC, 2006).

Cabe registrar que, no mesmo período de implantação da UFABC, outra instituição federal
iniciou suas atividades na Região do ABC: a partir do ano de 2007, entrou em funcionamento na cidade
de Diadema uma unidade da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o Instituto de Ciências
Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, também como resultado das metas de expansão do ensino
superior público, em resposta à demanda existente na Região do ABC.

A evolução da implantação da UFABC e sua relevância para o ABC Paulista

Em 11 de setembro de 2006, a UFABC deu início às suas atividades acadêmicas com a


chegada dos primeiros alunos do Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BC&T). Já no primeiro
processo seletivo para ingresso na graduação (2006-2007), a UFABC disponibilizou 1.500 vagas, nos
períodos matutino e noturno, em três etapas de convocações (setembro de 2006, janeiro de 2007 e
março de 2007). Entre os anos de 2006 e 2007, as atividades acadêmicas da universidade
desenvolveram-se na cidade de Santo André, em um câmpus provisório (UFABC, PDI UFABC; 2013).

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Em pouco mais de sete anos de existência, a UFABC viabilizou a construção de cerca de 62


mil metros quadrados de área projetada para o Câmpus Santo André, no terreno doado pelo município,
entre salas de aula, laboratórios, salas de docentes, além de restaurante e espaços de convivência e
prossegue na construção dos edifícios que compõem o projeto original do câmpus sede da
universidade.

É importante registrar que, em 2009, a UFABC estabeleceu outro marco na sua implantação na
Região do ABC: a criação do seu segundo bacharelado interdisciplinar: o Bacharelado em Ciências e
Humanidades (BC&H). As atividades acadêmicas do BC&H tiveram início no ano de 2010, em
instalações provisórias no Colégio Salete, em São Bernardo do Campo, edifício cedido pelo município
à universidade. No ano de 2011, a UFABC inaugurou o seu segundo câmpus no ABC Paulista, no
município de São Bernardo do Campo, com a conclusão das obras e entrega do Bloco Alfa à
comunidade universitária da UFABC: o Câmpus São Bernardo.

Paralelamente à viabilização das instalações físicas, a UFABC ofertou, até o ano de 2013,
11.820 vagas para os cursos de graduação e criou no mesmo período 19 (dezenove) cursos de pós-
graduação, entre mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado (UFABC em Números,
2014).

De acordo com o Relatório “7 anos UFABC / 2006-2013”, documento que integra o Plano de
Desenvolvimento Institucional UFABC 2013-2022 (PDI UFABC 2013-2022), atualmente, a UFABC
conta com 90 mil metros quadrados de área construída nos dois câmpus, que abrigam juntos cerca de
nove mil alunos de graduação e mil alunos de pós-graduação. Com 26 cursos de graduação (2
bacharelados interdisciplinares – BIs, 8 engenharias, 11 bacharelados e 5 licenciaturas) e 19 cursos de
pós-graduação, sendo 9 em nível de doutorado, a UFABC é responsável, sozinha, pela oferta de mais
de 80% das vagas de ensino superior gratuito disponibilizadas nesta importante e estratégica região
brasileira (UFABC, PDI UFABC, 2013).

Segundo o último censo demográfico, a população da Região do ABC, de 2.549.135


habitantes, encontra-se distribuída pelos sete municípios que constituem o ABC Paulista, conforme os
registros contidos na Tabela 01.

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Tabela 01: População dos municípios do ABC Paulista

Município População % na Região do ABC


Santo André 673.914 26,40%
São Bernardo do Campo 765.203 30,00%
Mauá 417.281 16,40%
São Caetano do Sul 149.571 5,90%
Ribeirão Pires 113.043 4,40%
Diadema 386.039 15,10%
Rio Grande da Serra 44.084 1,70%
Total 2.549.135 100,00%
Fonte: IBGE, 2010.

A partir dos dados constantes da Tabela 01 pode-se verificar que a UFABC, criada com o
conceito de universidade multicâmpus, com o objetivo de ser implantada em quaisquer municípios do
ABC, teve como local de implantação dos seus dois primeiros câmpus os municípios mais populosos
da Região do ABC: Santo André, que concentra 26,4% da população da região, e São Bernardo do
Campo, com 30% da população do ABC Paulista.

A Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010-20123 , realizada desde o ano de 2009 pela Pró-
Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (PROPLADI), aponta para a existência de
um percentual aproximado de 33% do total de alunos matriculados na UFABC provenientes das
cidades da região do ABC, conforme dados registrados na Tabela 02 apresentada a seguir.

Tabela 02 – Local de moradia dos estudantes antes do ingresso na UFABC


Município Ano de 2010 Ano de 2011 Ano de 2012
Santo André 13,72% 14,17% 14,11%
São Bernardo do Campo 11,31% 12,11% 12,10%
São Caetano do Sul 3,07% 3,52% 3,46%
Mauá 2,49% 2,70% 3,51%
Total 30,59% 32,50% 33,18%
Fonte: Tabela 7.1 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012 - PROPLADI/UFABC, 2013.

Os dados da Tabela 02 apontam que a implantação da UFABC apresenta-se como alternativa


para acesso ao ensino público superior para jovens moradores da Região do ABC, com forte aceitação
por parte da população. Este percentual aproximado de 33% do total de alunos, em números absolutos,
equivale atualmente a cerca 3.000 estudantes da graduação provenientes do ABC Paulista.

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Disponível em: http://propladi.ufabc.edu.br/images/perfil_aluno/perfil_do_aluno_2012_v3_20.08.13.pdf.

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1.2. Aspectos históricos ligados à criação da UFABC

A chamada Região do Grande ABC paulista congrega, além de Santo André, São Bernardo do
Campo e São Caetano do Sul, também os municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande
da Serra, formando um arco com um quarto de círculo na região sudeste da Região Metropolitana de
São Paulo em um território de 842 km².

Outrora, todos pertenciam a São Bernardo da Borda do Campo, mas foram sendo
desmembrados por movimentos de emancipação política:

A partir de meados da década de 40, o recém-instalado município de Santo André


assiste a inúmeros movimentos por autonomia de seus distritos, concedendo assim a
emancipação: em 1944 a São Bernardo do Campo, em 1948 a São Caetano do Sul e
em 1953 a Mauá e Ribeirão Pires. Diadema desmembrou-se de São Bernardo em
1958 e Rio Grande da Serra de Ribeirão Pires em 1963 (FIGUEIREDO, 2005).

Em Santo André, próximo ao local de implantação da UFABC, na primeira metade do século


XX já se instalavam diversas indústrias que aproveitavam a situação estratégica (ferrovia, terrenos
alagadiços baratos, disponibilidade de água e mão-de-obra imigrante). A industrialização foi possível
também pela oferta de energia elétrica após a inauguração da Usina Henri Borden, em 1924
(FIGUEIREDO, 2005).

Na Tabela 03, apresentada na sequência, estão consolidadas informações acerca da abertura de


indústrias no município de Santo André, no período compreendido entre os anos 1920 e 1945.

Tabela 03: Abertura de indústrias entre 1920 e 1945


Empresa Atividade Ano de Abertura
Rhodia Química química 1919
Pirelli S/A elétrica/borracha 1923
Atlantis do Brasil química (produtos de limpeza) 1924
Fichet metalurgia (estruturas metálicas) 1924
Rhodia Textil têxtil 1929
LNM – Laminação Nacional de Metais metalurgia 1936
Tecelagem Tognato têxtil 1937
Swift Armour S/A alimentação 1938
Firestone Pneumáticos borracha 1939

Fonte: Passarelli, 1994 e Gaiarsa, 1990 apud Figueiredo, 2005.

A proximidade desta região com a capital do Estado de São Paulo (18 km de distância) e a
localização estratégica em relação ao Porto de Santos, junto à Rodovia Anchieta, levou à instalação das

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montadoras multinacionais Ford (1919), Mercedes Benz (1956) e Volkswagen (1959) no município de
São Bernardo do Campo.

Ainda, a oportunidade de localização junto à Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (antiga São Paulo
Railway) que possibilitava a ligação ferroviária da Região do ABC com o transporte de cargas e com
as siderúrgicas do litoral sul paulista (a Cosipa, 70 km da capital, fundada em 1953, começou a operar
em 1963) contribuiu para a instalação da montadora General Motors do Brasil em São Caetano do Sul
(1930).

A indústria automobilística cria a demanda de autopeças e os demais municípios da região


(Diadema e Mauá) são intensamente impactados ao abrigar os trabalhadores de inúmeras pequenas
fábricas consolidando uma ampla cadeia em torno desta indústria, com funções e subfunções
distribuídas entre estes municípios:

Para atender a demanda das montadoras, instalaram-se na região indústrias


complementares à cadeia automobilística: autopeças, metalurgia, material elétrico,
material plástico, vidros e pneus. A Volkswagen e a Mercedes Benz instalaram-se em
São Bernardo do Campo, a General Motors em São Caetano do Sul, a Pirelli e a
Cofap em Santo André (IPT, 2001 apud FIGUEIREDO, 2005).

No setor petroquímico, em 1954, foi implantada a RECAP – Refinaria de Capuava (antiga


Refinaria e Exploração de Petróleo União S/A) e duas décadas depois (1972) foi consolidado o Pólo
Petroquímico, possibilitando o incremento de oferta de produtos para a indústria automobilística, como
a produção do negro de fumo para a produção de pneus, por exemplo, ou de resinas termoplásticas
borrachas e tintas.

A presença do Polo, com a produção voltada para os produtos plásticos e de borracha, com
sede distribuída entre Mauá e Santo André, ao lado das indústrias de autopeças, caracterizam a
economia do município de Santo André de forma mais diversificada do que São Bernardo e São
Caetano do Sul, onde predomina a indústria automobilística (FIGUEIREDO, 2005). A evolução do
Valor Adicionado Fiscal para o município de Santo André revelava uma concentração, em 1985, de
36% para a indústria química, 19,4% para o setor de borracha e 13% para o setor metalúrgico.

Na Tabela 04 estão registrados os dados sobre as principais aplicações do Polo Petroquímico


do ABC.

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Tabela 04: Principais aplicações do Polo Petroquímico do ABC

Setor Participação
Plásticos 40,40%
Intermediários químicos 16,00%
Combustíveis 15,90%
Fibras sintéticas 10,80%
Borrachas 10,60%
Tintas e vernizes 2,40%
Plastificantes 2,10%
Solventes 1,80%
Colas e adesivos 0,40%

Fonte: Associação das Indústrias do Polo Petroquímico do Grande ABC (APOLO), 2008.

O estudo da evolução demográfica no ABC revela uma região que passou por elevados índices
de adensamento populacional até a década de 80 do século XX, acima dos patamares do Estado e da
Federação, motivado pelo recebimento de grandes fluxos migratórios em função da sua oferta de
empregos. A tendência começa a se inverter, após os anos 90, em relação ao Estado de São Paulo,
acompanhando a crise econômica que se abateu sobre a região. O município de Santo André expressa
com mais contundência esta tendência, com crescimento populacional abaixo da metade dos índices
regional, estadual e nacional, conforme ilustra a Tabela 05.

Tabela 05: Evolução da população residente entre 1960 e 20 10 (taxa média geométrica de crescimento
anual)
Regiões / Localidades 1980 1991 Variação na 2000 Variação 2010 Variação na
década na década década
Brasil 119.002.706 147.305.524 23,70 169.799.170 15,30 190.732.694 12,30
Estado de São Paulo 25.040.712 31.546.473 25,90 37.032.403 17,40 41.252.160 11,40
ABC 1.652.781 2.048.674 23,90 2.354.722 14,90 2.549.135 8,30
Santo André 553.072 616.991 11,50 649.331 5,20 673.914 3,80

Fonte: Censo IBGE 2010 e Figueiredo, 2005.

É notável que o ABC tenha dobrado a sua população na década de 60 e triplicado em 20 anos,
quando se estende o recorte temporal de 1960 até o final dos anos 70. Tal evolução, em curto período
de tempo, levou ao surgimento de inúmeros problemas urbanos relacionados ao incremento da
densidade demográfica, com crise habitacional e deficiências em infraestrutura urbana.

Estes fatores econômicos, demográficos, sociais e urbanos devem suscitar condições de


relacionamento da UFABC com o setor econômico da região, aproximando-a, pelo viés da pesquisa, e

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inserindo os profissionais formados na nova Universidade na própria região do ABC. Neste contexto, o
PDI UFABC 2013-2022, traz o conteúdo reproduzido a seguir:

Os problemas da região não são substancialmente diferentes daqueles que hoje


mobilizam a comunidade acadêmica no Brasil e mesmo no exterior. Como um local
que abriga indústrias de ponta, intensivas em tecnologia, mas, que convive com
graves problemas sociais e de organização do espaço metropolitano, o ABC é um
locus de manifestação da mesma agenda de desafios colocados para o país. E a
melhor contribuição que a UFABC pode dar consiste em estar atenta a estas
demandas, produzindo pesquisas e formando quadros profissionais de alta qualidade
para enfrentá-las (UFABC, PDI UFABC, 2013).

Neste documento, a UFABC aponta quatro desafios específicos a serem contemplados no


diálogo junto à comunidade local: (i) aproximação com o mundo empresarial e os desafios referentes à
inovação tecnológica na economia regional; (ii) envolvimento com os problemas socioambientais
locais, decorrentes do alto grau de concentração populacional, do padrão desigual de urbanização, da
persistência da manifestação da pobreza e da desigualdade, da gravidade dos problemas ambientais;
(iii) para o ambiente educacional, necessidade de formação de quadros profissionais e aproximação da
universidade com os demais níveis de ensino da região e (iv) transformação da universidade em foco
de excelência, capaz de, ela mesma, gerar novas demandas sociais. Quanto a este quarto desafio, o PDI
complementa: a presença de uma universidade de ponta, produzindo pesquisas e formando quadros em
áreas que hoje não são demanda regional, pode contribuir para a atração de empresas, profissionais,
investimentos e recursos que serão úteis à região, ajudando a moldar seu perfil como um centro de
excelência e referência para o restante do país (UFABC, PDI UFABC, 2013).

- nos mapas a seguir, Mapa 1 e Mapa 2, verifica-se a distribuição das universidades públicas
no Estado de São Paulo e na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, onde indica-se também a
área de influência principal da UFABC, face às condições de acesso e carência de instituições dessa
natureza.

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MAPA 1
Distribuição de Universidades Públicas no Estado de São Paulo

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MAPA 2
Distribuição de Universidades Públicas na Região Metropolitana de São Paulo –
RMSP e Área de Influência Principal da Universidade Federal do ABC – UFABC

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1.3. Implantação do Câmpus Santo André

1.3.1. O “Terreno Principal”

Em 1º de agosto de 2005, o Prefeito de Santo André enviou à Câmara Municipal o projeto de


Lei nº 22/2005 que dispunha sobre a doação de imóvel para a Fundação Universidade Federal do ABC,
visando sua instalação e operação no município. A Câmara Municipal aprovou, em sessão de 8 de
setembro de 2005, a autorização para o Executivo Municipal alienar, mediante doação, o imóvel à
Universidade Federal do ABC pela Lei nº 8.768/2005, configurado por terreno de 76.951,86 metros
quadrados, localizado à Avenida dos Estados, com diversas construções existentes que serviam à antiga
Secretaria de Serviços e Obras da Prefeitura de Santo André.

Previamente à doação do terreno à UFABC, a Prefeitura de Santo André apresentou ao


Ministério da Educação (MEC) um estudo desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e
Habitação (SDUH) que apresentava a sua localização em relação à região (ABC paulista) e sua
inserção no projeto municipal denominado “Eixo Tamanduatehy”. Esse projeto de requalificação
urbana, em implantação na cidade desde o ano de 1997, tem como objetivo a reestruturação das áreas
lindeiras à várzea do rio de mesmo nome, ao longo da Avenida dos Estados e da estrada de ferro
Santos-Jundiaí, que sofrem o impacto do processo de desconcentração industrial.

Na defesa do terreno para a implantação do câmpus sede da UFABC no município, conforme


previsto na lei de criação da universidade federal, a Prefeitura de Santo André destacava as seguintes
vantagens:

- Localização privilegiada em relação ao centro da cidade de Santo André, com proximidade dos
terminais de transporte coletivo: (i) rodoviário local (ônibus), (ii) metropolitano (corredor ABD até o
terminal rodoviário Jabaquara, que liga São Paulo capital à Baixada Santista) e (iii) ferroviário (linha
Esmeralda da CPTM, com interligação com a Linha Vermelha do metrô), além da proximidade com a
Rodoviária Municipal (TERSA), que possui linhas intermunicipais e interestaduais;

- Ligação facilitada com as Rodovias Anchieta e Imigrantes, além do Rodoanel Mário Covas e o fácil
acesso aos Aeroportos de Guarulhos e Congonhas;

- Proximidade ao Parque Industrial do Polo Petroquímico de Capuava e das demais indústrias do


parque automobilístico (autopeças), o que permitiria o desenvolvimento das áreas de Ciência e
Tecnologia dos cursos a serem implantados pela UFABC;

- Disponibilidade de cabeamento de fibra ótica e demais condições de comunicação em banda larga;

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- Existência de rede de água e sistema de esgoto e drenagem já instalados no perímetro do terreno;

- Característica do Zoneamento local, que já permitia o Uso Institucional.

Portanto, a aceitação do terreno por parte do MEC foi precedida de estudos de viabilidade
técnica elaborados pela municipalidade, que demonstraram ser o terreno doado adequado para a
instalação do Câmpus Santo André da UFABC.

Cabe ressaltar que a doação do terreno pela Prefeitura de Santo André à Universidade Federal
do ABC, em 2005, para a implantação do seu câmpus sede, se deu a fim de reforçar a proposta de
revitalização da área, juntando-se ao esforço do então Projeto Eixo Tamanduatehy para a reabilitação
de terrenos vazios ou subutilizados ao longo do rio Tamanduateí e a da linha ferroviária da CPTM.

1.3.2. O Concurso para escolha do Projeto

O projeto arquitetônico e urbanístico do Câmpus Santo André foi elaborado pelo escritório
Libeskindllovet Arquitetos SS Ltda, vencedor da Licitação Pública Nacional na modalidade Concurso
de Projeto, em janeiro de 2006, promovido pelo MEC e organizado pela Direção Nacional do Instituto
de Arquitetos do Brasil (IAB), tendo a Prefeitura de Santo André como entidade conveniada.

O Concurso teve por objetivo selecionar a proposta mais adequada para a implantação do
Câmpus Sede da Universidade Federal do ABC, em terreno com área de 76.951,86 metros quadrados,
doado pelo município à universidade, para atendimento da demanda da região com reduzida presença
de instituições públicas de ensino superior.

Todas as diretrizes para a implantação do câmpus, do ponto de vista urbanístico, edilício, de


saneamento ou ambiental foram previamente definidas pela Prefeitura de Santo André 4 e pelo Semasa 5 ,
por meio de orientação formal que foi incluída nos documentos disponibilizados para a realização do
concurso nacional de anteprojetos para o câmpus.

Para orientar o desenvolvimento dos projetos, o IAB elaborou regulamento integrante do edital
que indicava a necessidade de obediência às diretrizes expedidas pela Prefeitura e demais órgãos
públicos relacionados à aprovação dos projetos.

4
Através do Departamento de Controle Urbano (DCURB), que forneceu parâmetros urbanísticos e edilícios para a realização
dos projetos e do Departamento de Trânsito e Circulação (DTC) que elaborou os estudos prévios para orientação à solução de
problemas gerados no futuro em relação ao trânsito, transporte público, estacionamento e acesso ao câmpus.
5
Autarquia municipal responsável pelo saneamento ambiental no município de Santo André, que emitiu diretrizes para a
execução do licenciamento ambiental e para a elaboração dos projetos das redes de água, esgoto e drenagem.

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O escritório Libeskindllovet Arquitetos, vencedor do concurso entre 50 inscritos, atendeu às


diretrizes emitidas pela Prefeitura de Santo André (era condição eliminatória para o resultado) e,
posteriormente, desenvolveu o Projeto Básico com fins de licitação das obras do câmpus.

O conjunto arquitetônico projetado, composto por seis edifícios principais e passarela de


pedestres sobre a Avenida dos Estados, totalizou 101.533,70 metros quadrados de área construída. Em
sua concepção original, o Câmpus Santo André contemplava dois Edifícios Acadêmicos - Blocos A e
B, Centro Cultural - Bloco C, Restaurante Universitário - Bloco D, Centro Esportivo - Bloco E, Torre
do Relógio / Mirante - Bloco F e Área Externa, composta pelas Praças do Sol e da Memória, pelo
Parque do Relógio junto à Avenida dos Estados, além de espaços de convivência, estacionamento
coberto sob a Praça do Sol (projetado em dois níveis), estacionamentos descobertos e edificações
complementares (guaritas, abrigos de resíduos e gases especiais, entre outras).

Este projeto será detalhado no item 2.2.1 deste documento, relativo à descrição da concepção
original desenvolvida para o câmpus sede da Universidade Federal do ABC.

1.3.3. As obras no “Terreno Principal”

Com o Projeto Básico concluído em maio de 2006, a UFABC promoveu processo licitatório
que resultou na contratação da Construtora Augusto Velloso para a execução das obras completas de
implantação do câmpus, com previsão inicial de conclusão de todos os edifícios no prazo de três anos.

Em setembro de 2006, após a realização do primeiro vestibular, as atividades acadêmicas da


universidade foram iniciadas na Unidade Atlântica, em Santo André, em edifício alugado pela
universidade, e também em salas de aula e laboratórios instalados de forma provisória nas edificações
existentes no terreno doado pelo município para a UFABC, anteriormente ocupado pela Secretaria de
Obras e Serviços Públicos do município. No mesmo período, foi iniciada a execução das fundações
profundas dos edifícios destinados às atividades acadêmicas, os Blocos A e B.

Apesar da expectativa inicial, em março de 2011 o contrato da UFABC com a Construtora


Augusto Velloso foi encerrado, tendo sido concluídos no período 2006-2011 apenas os Edifícios
Acadêmicos – Blocos A e B, o Restaurante Universitário - Bloco D, e parte das obras da Área Externa
do Câmpus Santo André. Esta situação demandou a execução de novos processos licitatórios para a
contratação, em etapas diversas, dos edifícios e serviços remanescentes no Câmpus Santo André:
Centro Cultural – Bloco C, Centro Esportivo - Bloco E, Torre do Relógio / Mirante - Bloco F e

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complementação da infraestrutura na Área Externa (acessos, sistema de drenagem, reservatórios


enterrados, pavimentação e paisagismo, principalmente). Atualmente, todas estas obras encontram-se
em execução, em diferentes estágios.

Embora o câmpus universitário não esteja totalmente concluído, a finalização e entrega dos
Blocos A, B e D à comunidade universitária, entre os anos de 2008 e 2010, edifícios que juntos
correspondem a 60% da área construída total aprovada originalmente para o câmpus, tornou possível o
funcionamento da universidade, notadamente quanto à realização de atividades acadêmicas voltadas ao
ensino e à extensão universitária, além do desenvolvimento de pesquisas e prestação de serviços
administrativos. Os novos edifícios resultaram em um cenário diferente para o Câmpus Santo André,
perdendo sua condição de “provisório”, conforme relato contido no PDI:

Desta forma, em 2012, cerca de 60 mil metros quadrados (envolvendo salas de aula,
laboratórios, salas de professores, áreas administrativas, além de restaurantes e
espaços de convivência) estavam disponíveis para toda a comunidade universitária
do câmpus de São André, o que representou um cenário bem diferente em relação ao
cenário encontrado no final de 2006 quando do início das atividades acadêmicas num
câmpus provisório na cidade de Santo André (UFABC, PDI UFABC, 2013).

Segundo dados constantes do portal eletrônico da instituição, disponibilizados em “UFABC em


números” 6 , o total de alunos matriculados no Câmpus Santo André em 2013 já havia atingido 7,5 mil
discentes, somados os alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. Ainda, a população
universitária conta também com 512 docentes, 374 técnicos administrativos de nível médio e superior,
e 300 funcionários terceirizados contratados pela universidade para a execução dos serviços de
vigilância, copeiragem, limpeza e manutenção do Câmpus Santo André.

O cenário resultante da consolidação da UFABC no município, através da operação dos


principais edifícios voltados para as atividades acadêmicas há pelo menos três anos, servirá de base
para a caracterização atual do empreendimento e, de forma complementar, para o registro dos impactos
já gerados no entorno, considerando o volume de pessoas atraído para o local, diariamente.

6
Disponível em: http://propladi.ufabc.edu.br/informacoes/ufabc-em-numeros

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1.3.4. Modificação e Ampliação das Instalações Físicas

Ao longo dos sete anos de existência da Universidade Federal do ABC, com as atividades
principais desenvolvidas no Câmpus Santo André, diversos acontecimentos que serão relatados na
sequência resultaram na necessidade de modificação parcial e ampliação das instalações físicas
previstas originalmente para o câmpus sede da UFABC.

Eliminação do Estacionamento sob a Praça do Sol e aquisição do “Terreno Anexo”

O desenvolvimento do Projeto Básico, conforme apresentado e aprovado junto ao município,


documento que embasou a contratação das obras pela UFABC no ano de 2006, resultou no Projeto
Executivo do Câmpus Santo André. O desenvolvimento dessa etapa do projeto conduziu a concluir-se
pela não execução das obras de estacionamento sob a Praça do Sol, conforme projeto original, em
função de sua dificuldade técnica: a construção projetada implicaria em grande movimento de terra e
execução de contenções no alinhamento da divisa do terreno com a Rua Abolição, causando riscos à
estabilidade da via pública e das construções vizinhas. Além disso, seria uma obra demorada e de alto
custo.

No entanto, a eliminação desta edificação implicaria na redução da quantidade de vagas


ofertadas no câmpus em 475 unidades, do total de 1.437 vagas projetadas, conforme estabelecido no
Relatório de Impacto de Tráfego (RIT) elaborado em 2006, de acordo com as diretrizes e parâmetros
de projeto definidos à época da realização do Concurso Nacional para seleção de projeto para o câmpus
sede da UFABC no município.

Em 2007, com a finalidade única e exclusiva de reposição de vagas, diante da hipótese de não
se executar as obras do estacionamento sob a Praça do Sol, a UFABC vislumbrou a possibilidade de
aquisição de terreno na Avenida dos Estados, com frente para a pista sentido Norte - Sul (em direção a
Mauá / Ribeirão Pires), à altura do nº 4.650, localizado entre os lotes ocupados pelos Correios – AC
Tamanduateí e pelo Motel Red Sky.

Após negociação com os proprietários, que não prosperou, deu-se início ao processo de
desapropriação do terreno, que resultou em decreto federal emitido pelo Excelentíssimo Presidente da
República em 24 de janeiro do ano de 2008, declarando o imóvel de interesse público. Em 22 de julho
de 2009 foi emitida sentença de desapropriação, com mandado de emissão na posse para a UFABC, em
25 de setembro de 2009.

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O novo terreno adquirido pela universidade, também na Avenida dos Estados, localizado no
lado oposto do “Terreno Principal”, foi incorporado ao território do Câmpus Santo André e
denominado “Terreno Anexo”.

Evolução do Programa de Necessidades

O projeto original do Câmpus Santo André foi concebido de acordo com o programa de
necessidades desenvolvido à época do Concurso Nacional, momento em que a universidade
encontrava-se ainda em formação. O corpo de funcionários estava incompleto, pois naquela ocasião
preparava-se a realização dos primeiros concursos voltados à contratação de docentes e técnicos
administrativos. Tal situação impossibilitou a previsão das necessidades reais para subsidiar a completa
definição e o correto dimensionamento das instalações físicas da Universidade, constituindo-se o
projeto original, desta forma, em projeto arquitetônico suscetível a revisões futuras.

No decorrer da execução das obras, após a contratação de número significativo de servidores


docentes7 e de técnicos administrativos, do desenvolvimento e implementação de atividades de ensino,
de extensão universitária e de serviços administrativos, além do avanço das atividades de pesquisa, as
necessidades reais por ampliação dos espaços físicos ficaram evidentes, momento no qual novas
demandas foram colocadas pela comunidade universitária à direção da UFABC.

A reitoria, juntamente com a Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC),


vislumbrou a possibilidade de expansão das instalações físicas da Universidade através de duas frentes,
concomitantemente:

(i) No “Terreno Principal”, onde o projeto original encontra-se em implantação: promoção de


maior adensamento através da construção de um novo edifício de laboratórios de pesquisa,
denominado “Bloco L”, no local onde foi projetado originalmente estacionamento de veículos
sob a Praça do Sol. A nova edificação implicará no aumento do coeficiente de aproveitamento
(índice que ainda oferece margem de expansão, de acordo com os parâmetros urbanísticos
previstos na legislação municipal vigente), na redução da taxa de ocupação e no aumento da
área permeável do terreno em relação à implantação original;

7
Já com a contratação de centenas de docentes que devem exercer as atividades de ensino, pesquisa e extensão, a
Universidade sentiu a necessidade de incorporar em sua demanda os projetos de pesquisa destes professores que exige a
construção de laboratórios, espaços administrativos e de outras infraestruturas para contemplar o projeto pedagógico da
instituição.

19
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(ii) No “Terreno Anexo”, adquirido pela universidade, em princípio, com a finalidade de


reposição das vagas subtraídas pela eliminação do estacionamento sob a Praça do Sol:
utilização do terreno também para a construção de novo edifício, denominado “Bloco Anexo”.
Este edifício será destinado à implantação de laboratórios didáticos das Engenharias,
especialmente, além de incorporar almoxarifados e novas áreas administrativas para
acomodação dos dirigentes e servidores da universidade lotados no edifício à Rua Catequese,
alugado pela UFABC desde o início de suas atividades na cidade de Santo André.

Revisão do projeto da Passarela de Pedestres sobre a Avenida dos Estados - Interligação do


“Terreno Principal” e “Terreno Anexo”

A concepção original do Câmpus Santo André contemplava passarela para travessia de


pedestres sobre a Avenida dos Estados e Rio Tamanduateí. De acordo com o projeto, a passarela seria
implantada entre o “Terreno Principal” e o lote da empresa Rhodia, localizado no sentido oposto da
Avenida dos Estados. No entanto, as tratativas com a empresa não prosperaram, inviabilizando a
concepção original proposta pelo Escritório Libeskindllovet.

Com a aquisição do “Terreno Anexo”, a implantação da passarela foi revisada, com


proposição de novo traçado: a travessia sobre a Avenida dos Estados se dará entre os lotes da UFABC,
viabilizando tanto a interligação dos edifícios do Câmpus Santo André quanto a circulação de pedestres
- usuários do câmpus, moradores do entorno da UFABC e demais munícipes.

Em complementação, outras intervenções de menor porte mostraram-se necessárias para a


implementação do projeto pedagógico da instituição. Estas intervenções resultarão em alterações nas
edificações e área externa aprovadas no projeto original, e serão consolidadas em projeto substitutivo
que será enviado ao município, para nova análise. A seguir, estão relacionadas as intervenções
mencionadas:

(i) Eliminação do estacionamento coberto localizado no pavimento inferior do Bloco A, destinado


a vagas para veículos de docentes, para instalação de laboratórios didáticos e de pesquisa no
local e de áreas de apoio ao funcionamento da universidade;
(ii) Ocupação parcial das coberturas do Bloco A (torres 1, 2 e 3) e da cobertura do Bloco B para
instalação de áreas administrativas e laboratórios de pesquisa;
(iii) Compartimentação de laboratório do Bloco B, com pé-direito triplo, para a instalação de dois
novos pisos, destinados a laboratórios de pesquisa;

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(iv) Ampliação da área da cozinha industrial e de refeitório existentes no Restaurante Universitário


- Bloco D;
(v) Alteração da localização do abrigo de resíduos que atende ao Restaurante Universitário, da Rua
Abolição para área interna ao câmpus universitário;
(vi) Construção de duas novas centrais de gases especiais, em substituição à prevista no projeto
original.

Todas as modificações e ampliações pretendidas, descritas neste item 1.3.4, resultarão no


acréscimo de 40 mil metros quadrados à área construída aprovada no projeto original do Câmpus Santo
André e serão detalhadas no item 2.2 deste documento (Projeto Arquitetônico e Urbanístico).

1.3.5. Considerações Complementares

Por fim, cabe registrar que, além das alterações descritas quanto às instalações físicas da
UFABC, este documento apresenta dados atualizados sobre a população que integra a comunidade
universitária, além de estimativa de crescimento para o ano de 2018. Também será demonstrado, a
partir de resultados de diversas pesquisas desenvolvidas pela UFABC em período recente, que será
necessário ajustar os percentuais relativos aos modais de acesso dos usuários ao Câmpus Santo André,
adotados no EIV/RIT anterior, mas que não se confirmaram a partir da operação parcial do
empreendimento.

A atualização destas informações é de relevante importância, considerando-se que ambos os


dados – população e modal de acesso - influenciam diretamente no impacto mais significativo
decorrente da instalação do empreendimento, apontado no EIV anterior: circulação de veículos no
entorno do Câmpus Santo André.

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2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E ENTORNO

2.1. Terrenos

Terreno Principal8

O terreno onde ocorre atualmente a implantação do Câmpus Santo André da Universidade


Federal do ABC – Terreno Principal, conforme projeto original aprovado no município9 , localiza-se
entre as coordenadas geográficas 46º31’34”W e 46º31’49”W de Longitude e 23º38’35”S e 23º38’45”S
de Latitude. Este terreno constitui o lote anteriormente ocupado pela Secretaria de Serviços e Obras da
Prefeitura Municipal de Santo André, com área (real) de 76.684,13 metros quadrados, em gleba com
frente principal para a Avenida dos Estados, pista sentido Sul - Norte (em direção a São Caetano do Sul
/ São Paulo), à altura do nº 5.001, com frentes também para a Rua Santa Adélia, Rua Abolição e Rua
Oratório. Atualmente, esse terreno confronta apenas com a loja Carrefour, unidade Oratório.

Conforme descrito no item 1.3.1, o Terreno Principal foi doado pelo município à
Universidade Federal, para a implantação do câmpus sede da UFABC na cidade de Santo André.

Terreno Anexo10

A ampliação territorial do Câmpus Universitário ocorrerá em terreno localizado entre as


coordenadas geográficas 46º31’44”W e 46º31’49”W de Longitude e 23º38’35”S e 23º38’43,67”S de
Latitude, com área de 17.446,26 metros quadrados - Terreno Anexo, também com frente para a
Avenida dos Estados, porém para a pista sentido Norte - Sul (em direção a Mauá / Ribeirão Pires), à
altura do nº 4650. Atualmente, esse terreno confronta aos fundos com a faixa de ocupação da rede
ferroviária operada pela CPTM / MRS e, para quem da rua olha para o terreno, à direita com o Motel
Red Sky e à esquerda com os Correios – AC Tamanduateí.

Conforme descrito no item 1.3.4, o Terreno Anexo foi adquirido pela Universidade Federal do
ABC com a finalidade inicial de reposição das vagas subtraídas pela eliminação do estacionamento sob
a Praça do Sol, mas será utilizado também para a ampliação das instalações físicas do Câmpus Santo
André, em virtude da evolução do Programa de Necessidades da instituição.

8
Classificação fiscal: 04.004.016 e 04.004.018.
9
Processo Administrativo n.º 13.000/2006-5.
10
Classificação fiscal:03.169.008.

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Ambos os terrenos situam-se na Bacia Hidrográfica do Parque Tamanduateí, sendo o Terreno


Principal à margem direita do rio que denomina esta bacia – Rio Tamanduateí, enquanto o Terreno
Anexo situa-se à margem esquerda.

Como referências de localização atual, cabe menção também à grande loja de ferragens e
materiais de construção COPAFER, com frente para a Avenida dos Estados, na quadra oposta ao
Terreno Principal em testada para a Rua Santa Adélia e, na mesma quadra do Terreno Anexo, o
complexo industrial da Rhodia Química e o Moinho São Jorge.

2.1.1. Localização Geográfica

A localização geográfica do Câmpus Santo André – Terreno Principal, e sua área de


expansão – Terreno Anexo, apresenta-se definida geograficamente no mapa a seguir - Mapa 3, e na
planta urbana do entorno – Mapa 4.

2.1.2. Levantamento Planialtimétrico

A situação de relevo dos terrenos e entorno pode ser verificada através das curvas de nível
obtidas por restituição de levantamento aerofotogramétrico realizado pela Prefeitura de Santo André,
podendo-se notar que o Terreno Anexo, por toda sua extensão, e a maior parte do Terreno Principal,
em sua porção frontal para a Avenida dos Estados, apresentam-se com superfície plana – Mapa 5.

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MAPA 3
Mapa de Localização sobre a Ortofoto

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MAPA 4
Mapa de Localização sobre Planta Urbana

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MAPA 5
Mapa de Localização sobre Relevo Urbano

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2.2. Projeto Arquitetônico e Urbanístico

2.2.1. Câmpus Santo André – Concepção Original

O projeto arquitetônico e urbanístico para o câmpus sede da UFABC foi elaborado pelo
escritório Libeskindllovet Arquitetos SS Ltda., vencedor da Licitação Pública Nacional na modalidade
Concurso de Projeto, ocorrida entre novembro de 2005 e janeiro de 2006.

O Concurso de Projeto teve por objetivo selecionar a proposta mais adequada para a
implantação do primeiro câmpus universitário da Universidade Federal do ABC, em atendimento à
demanda da região com reduzida presença de instituições públicas de ensino superior.

O concurso teve o Ministério da Educação (MEC) como entidade promotora, a Direção


Nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) como entidade organizadora e a Prefeitura de
Santo André (PSA) como entidade conveniada. O concurso foi organizado atendendo à Lei Federal n.º
8.666/9311 , constituindo-se em modalidade de licitação prevista em seu artigo 22, sendo suas condições
complementadas, onde pertinente, pelo Regulamento de Concursos para Projetos de Arquitetura do
IAB.

A equipe técnica do arquiteto responsável pelo projeto, Cláudio Libeskind, defendeu em sua
proposta que o câmpus da UFABC deveria contribuir para a criação de espaços abertos ao público,
“deveria procurar uma relação mais íntima com a cidade, com espaços de convívio”:

Nesta cidade, feita de sucessivas adições, de fragmentos, o projeto sobrepõe outros,


criando com sua implantação uma determinada ordem e uma rica variedade de
espaços públicos, como um grande complexo gerador de atividades promovendo o
encontro da população. (PORTAL VITRUVIUS, Concurso para a sede da UFABC,
2006).

Para a equipe vencedora do concurso, o projeto deveria ser implantado com o mínimo possível
de interferências no terreno natural. Com este conceito, a implantação procurou:

A partir de um eixo principal articulador dos diversos blocos correspondentes a cada


uma das demandas, e seguindo os platôs gerados pelas cotas existentes na Rua
Abolição, no prédio do matadouro e na Avenida dos Estados, foram criadas três
praças alternando espaços abertos e cobertos com áreas verdes e pavimentadas
(PORTAL VITRUVIUS, Concurso para a sede da UFABC, 2006).

11
Lei federal de licitações.

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A seguir, serão reproduzidos trechos do Memorial Justificativo da proposta vencedora do


concurso, com a descrição dos acessos e partido adotado pelo escritório Libeskindllovet Arquitetos,
que resultaram no Conjunto Arquitetônico do Câmpus Santo André, em sua concepção original:

O Câmpus e seus acessos:

Acesso 1 - O novo eixo:


Trata-se do acesso das pessoas que chegam do metrô de superfície (rede ferroviária),
do terminal rodoviário, do terminal do trólebus e de carro ou ônib us pela Avenida
dos Estados. Este eixo interliga o Bloco B, o Bloco A, o Centro Esportivo e o Centro
Cultural, em diferentes níveis, dando unidade ao conjunto e articulando o projeto.

Acesso 2 - Rua Oratório:


Esta nova entrada de pedestres, acessa diretamente o nível do prédio principal através
de uma descida pelo terreno no meio das árvores que abraçam o antigo matadouro.
São grandes passarelas recortadas que unem os blocos, criando espaços interligados,
mas ao mesmo tempo independentes.

Acesso 3 - Praça do Sol:


Chegando ao câmpus, pela Rua Abolição, o pedestre se depara com um amplo espaço
público, uma grande porta para a entrada do campus. Nesta grande laje, que abriga
duas lajes de estacionamento, está o Centro Cultural, mais perto da cidade e em
contato direto com a população. Trata se de uma praça seca, com uma grande pérgula
em estrutura metálica e telhas de chapa perfurada, que evoca uma grande árvore
filtrando a luz e uma linha sinuosa de bancos de madeira.

Acesso 4 - Parque do Relógio:


Este parque faz parte da requalificação urbana desta área incluída no Projeto Eixo
Tamanduatehy. A circulação se realiza através de um caminho em zigue-zague que
interliga todo o parque arborizado com guapuruvús, paus -brasis e jequitibás-rosas,
permitindo ao visitante encontrar-se com áreas de descanso, tornando o percurso
mais agradável. O intuito deste acesso é interligar através de passarelas elevadas
sobre a Avenida dos Estados, o Rio Tamanduateí e a estrada de ferro, a parte da
cidade que hoje se encontra ilhada por estas barreiras. Esta transposição uniria o
Parque do Relógio com o Parque Celso Daniel, criando uma continuidade
paisagística e configurando ao mesmo tempo outro trecho do parque linear, conforme
propõe o Projeto Eixo Tamanduateí.

O partido arquitetônico:

Junto à Rua Abolição, configura-se uma praça de entrada, com dois andares de
estacionamento aproveitando o desnível do terreno. Sobre essa grande laje, emerge o
bloco cultural num extremo e uma praça seca no outro. É uma caixa fechada com
acesso aos cinemas no nível da Praça do Sol e ao teatro pelo nível inferior.

A biblioteca também faz parte deste conjunto. Encontra-se abaixo da Praça do Sol,
com acesso pelo nível das passarelas. Alguns domus na Praça do Sol iluminam o
vazio central da biblioteca.

Através de um grande vazio, numa área de vegetação existente, se realiza o acesso


para as passarelas recortadas que unem os blocos. Nela se encontra o prédio principal
– Bloco A, corpo único, com um grande embasamento que abriga, a prefeitura num
extremo, com acesso independente, os núcleos, os anfiteatros pequenos, a sala pró -

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aluno e algumas áreas de convívio no térreo. Uma rampa une este pavimento com os
dois superiores pelo vazio central. Nestes pavimentos se encontram os anfiteatros
com pé direito maior. Desta grande base, saem os três blocos correspondentes ao
centro de engenharia, modelagem e ciências sociais aplicadas num extremo, o centro
de ciências naturais e humanas no outro, e o centro de matemática, cognição e
computação no meio. São três pavimentos com salas de aula menores, e cinco
pavimentos com laboratórios. As salas do corpo docente foram colocadas no
pavimento superior de cada um dos blocos, visando aproveitar as melhores vistas. No
último pavimento de cada uma das torres, se encontram as cantinas, lugar de
encontro de alunos e professores com uma área para poder realizar eventos.

O Bloco B destaca-se deste conjunto, invertendo o seu posicionamento, para a


melhor insolação das suas fachadas. O acesso é através de uma passarela por cima do
espelho de água. No térreo se encontram os laboratórios de materiais e mecânica. O
primeiro andar abriga a secretaria e uma área para matemática. O segundo tem salas
de aula. No terceiro, salas de trabalho, salas de aula e uma área para estudo. O quarto
pavimento mistura salas de trabalho com salas individuais de docentes. No quinto,
sétimo e nono andar salas individuais de docentes e no sexto, oitavo e décimo, salas
individuais de docentes e salas de reunião. No último pavimento, o terraço coberto
torna-se um grande salão de encontro com duas pequenas lanchonetes.

Num dos extremos da passarela, encontra-se também a área destinada ao restaurante


universitário. Preservando o prédio existente – antigo matadouro municipal cuja
implantação data de 1919, o projeto pretende recuperar a estrutura, liberando-a e
conservando as qualidades arquitetônicas essenciais e originais do prédio,
acrescentando um toque de emoção e contemporaneidade. O espaço interno vai ser
usado como refeitório colocando as cozinhas na parte posterior, ligadas ao
estacionamento.

Um metro abaixo da Praça da Memória encontra-se o Centro Esportivo. Sobre a laje


de entrada estão dispostas as quadras poli-esportivas e as duas piscinas, semi-
olímpica e de recreação, com um vazio no meio, de onde emerge uma grande árvore
existente – seringueira, e as aberturas corridas para o ginásio coberto que se encontra
no piso inferior, perto da avenida, em contato com o parque linear e com o parque do
relógio.

Uma torre de 99 metros 12 funciona como mirante, relógio e caixa d’água, além de
ser um marco para o campus. Com estrutura de concreto, vidro aramado e vidro
transparente, ela torna-se à noite uma grande lanterna (PORTAL VITRUVIUS,
Concurso para a sede da UFABC, 2006).

A contratação do escritório Libeskindllovet Arquitetos foi realizada pelo MEC e previa o


desenvolvimento do estudo apresentado durante o concurso de anteprojetos, resultando na elaboração
dos Projetos Legais e dos Projetos Básico e Executivo completos do Câmpus Santo André.

12
Devido a restrições impostas pelo IV Comando Aéreo Regional - COM AR, por interferência com o trânsito de helicópteros
sobre o eixo do Rio Tamanduateí, a Torre do Relógio será construída com altura de 76,5 metros e a sinalização de obstrução
no gabarito de 78,0 metros.

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Com o Projeto Básico concluído em maio de 2006, a UFABC publicou o edital de licitação
para a construção das obras e, paralelamente, providenciou a aprovação do empreendimento junto ao
município.

O projeto original aprovado através do processo administrativo n.º 13.000/2006-5, e que se


encontra em implantação, perfaz uma área total construída de 101.533,70 metros quadrados, distribuída
em seis edifícios principais: Blocos A, B, C, D, E e F, com usos conforme descrição reproduzida
acima, a partir do Memorial Justificativo do Concurso, à exceção do Bloco B, cuja compartimentação
precisou ser alterada em decorrência das necessidades acadêmicas da universidade, como consequência
do atraso nas obras do câmpus. Além dos blocos de edifícios, o projeto conta também com duas praças,
a Praça do Sol, localizada no nível da Rua Abolição, e a Praça da Memória, junto ao Restaurante
Universitário, edifício projetado a partir de antigo Matadouro existente no terreno, preservado na
proposta vencedora do concurso. Além das praças, o projeto contempla também parque linear ao longo
da testada do terreno junto à Avenida dos Estados, o Parque do Relógio, além de laje de interligação
dos blocos de edifícios (“passarelas recortadas”), e diversos acessos a partir das ruas do entorno.

Para visualização do projeto original, apresenta-se ilustração produzida a partir do projeto de


implantação do câmpus – Figura 01 -, demonstrando a disposição espacial do conjunto arquitetônico
em implantação no Terreno Principal, com indicação dos acessos de pedestres concebidos pelo
Escritório Libeskindllovet.

Na sequência, apresenta-se quadro resumo - Tabela 06 - com o detalhamento dos seis edifícios
principais que compõem o Câmpus Santo André, além do estacionamento de veículos sob a Praça do
Sol, de acordo com o projeto original aprovado no município, e os índices urbanísticos resultantes da
implantação conforme concepção original.

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FIGURA 01
Planta de Implantação do Câmpus Santo André da UFABC, conforme concepção
original

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Tabela 06 – Terreno Principal: Área Construída Total e Índices Urbanísticos conforme Projeto Original
IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO ÁREA CONSTRUÍDA
(m²)

Bloco A Edifício Administrativo e EMBASAMENTO 47.987,33


Acadêmico Pavimento Inferior, Pavimento Térreo, 1º e 2º Pavimentos:
Reitoria, Auditórios, Salas de Estudos, Áreas Administrativas,
Estacionamento de Docentes

TORRE 1 - CECS (Centro das Engenharias, Modelagem


e Ciências Sociais Aplicadas)
5 Pavimentos Tipo + Cobertura (3º ao 8º pavimentos):
Salas de Aula, Laboratórios Didáticos, Salas de Docentes

TORRE 2 - CMCC (Centro de Matemática, Computação e


Cognição)
3 Pavimentos Tipo + Cobertura (3º ao 6º pavimentos):
Salas de Aula, Laboratórios Didáticos, Salas de Docentes

TORRE 3 - CCNH (Centro de Ciências Naturais e


Humanas)
4 Pavimentos Tipo + Cobertura (3º ao 7º pavimentos):
Salas de Aula, Laboratórios Didáticos, Salas de Docentes

Bloco B Edifício Acadêmico Térreo + 10 Pavimentos Tipo + Cobertura: 12.367,18


Salas de Aula, Laboratórios Didáticos e de Pesquisa, Salas de
Docentes

Bloco C Centro Cultural Biblioteca Central, Teatro e Salas de Cinema 10.172,11

Bloco D Restaurante Universitário Cozinha Industrial, Refeitório e Lanchonete 1.657,55


(RU)

Bloco E Centro Esportivo Quadras, Piscinas, Vestiários e Ginásio Poliesportivo Coberto 10.078,03

Bloco F Torre do Relógio Relógio, Mirante (76 m) e Reservatório de Água 981,28

Praça do Estacionamento Coberto Garagens às cotas 746,95 e 750,50, localizadas sob a Praça do 11.400,00
Sol Sol, com saída pela Rua Abolição

Área Edificações Entrada de Energia, Abrigo de Resíduos e Abrigo de GLP 241,70


Externa Complementares

Área Laje de Piso Interligação dos Edifícios e dos Acessos Principais do Câmpus 6.648,52
Externa (passarelas recortadas)

ÁREA CONSTRUÍDA TOTAL (m²) 101.533,70

ÁREA DO TERRENO (m²) 76.684,13

Coeficiente de Aproveitamento (CA): 0,65

Taxa de Ocupação (TO): 28%

Taxa de Permeabilidade (TP): 20%


Fonte: Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC), 2014. Nota: Índices Urbanísticos adotados com base no
EIV anterior.

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2.2.2. Câmpus Santo André – Concepção Definitiva

Segundo conteúdo já apresentado na parte “1” deste documento, o desenvolvimento do Projeto


Executivo do Câmpus Santo André resultou na conclusão pela eliminação do estacionamento de
veículos sob a Praça do Sol previsto no projeto original, em função de sua dificuldade técnica, além de
ser uma obra demorada e de alto custo. Esta definição, somada à necessidade de ampliação das
instalações físicas da UFABC em decorrência da evolução do Programa de Necessidades da instituição,
resultou na proposição de construção de nova edificação no local, destinada à instalação de laboratórios
de pesquisa, o “Bloco L”.

Para reposição das vagas suprimidas com a eliminação do estacionamento, a UFABC adquiriu
terreno localizado na Avenida dos Estados, o Terreno Anexo, no lado oposto do Terreno Principal,
que será utilizado também para a ampliação das instalações físicas da UFABC, através da construção
de edifício denominado “Bloco Anexo”.

Os dois terrenos que compõem o Câmpus Santo André serão interligados por passarela de
pedestres que, além de promover a integração física das instalações da UFABC, promoverá também a
integração dos dois lados da cidade, separados por barreira física formada pela Avenida dos Estados e
Rio Tamanduateí.

Na sequência, as novas edificações do Câmpus Santo André serão detalhadas, separadas por
área de implantação (Terreno Principal e Terreno Anexo). Também serão descritas as modificações
e complementações projetadas para outras áreas/blocos do câmpus, de menor impacto, que não alteram
a implantação original, implicando apenas no aumento de área construída (Bloco D) ou alteração de
uso previsto no projeto original, principalmente (Blocos A e B).

Na parte final, será apresentado quadro resumo consolidado com a área correspondente à
ampliação e modificações pretendidas, além dos novos índices urbanísticos relativos ao projeto
revisado para o Terreno Principal, como também para o novo projeto a ser implantado no Terreno
Anexo.

2.2.2.a. Terreno Principal

Implantação

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O conjunto arquitetônico resultante do projeto original contemplava a construção de praça


junto à Rua Abolição, denominada Praça do Sol, com implantação na cota de nível 754,45 e área
aproximada de 5.700 metros quadrados. Sob a praça, foi projetado estacionamento constituído por duas
lajes de concreto, níveis 750,50 e 746,85, com disponibilização de 475 vagas de veículos. Essa
edificação, destinada aos estacionamentos, apresentava porte significativo com área construída total
correspondente a 11.400 metros quadrados. Ainda, para a viabilização da obra, seria necessário
executar contenção com 160 metros lineares de extensão, no alinhamento do terreno com a via pública
(Rua Abolição), em uma profundidade aproximada de oito metros de altura (da cota 754,45 até a cota
746,85).

A dificuldade técnica, o alto custo das obras e os riscos envolvidos, motivaram a desistência de
construção do estacionamento de veículos previsto no projeto original, considerando-se, inclusive, o
reposicionamento das vagas suprimidas para o Terreno Anexo, de forma vantajosa para o sistema
viário local. Em substituição, foi projetado no local bloco de laboratórios de pesquisa, denominado
“Bloco L”, com proposta de implantação que prevê dois acessos ao edifício: (1) o acesso principal, da
Rua Abolição para o pavimento térreo, cota 754,45, através da praça que foi mantida na nova proposta
de projeto, e (2) o acesso no pavimento inferior do edifício, cota 748,95, através da Praça da Memória,
preservada conforme projeto original e que será executada pela UFABC futuramente.

A implantação do Bloco “L”, ocupando parcialmente a área antes destinada à Praça do Sol,
prevê a preservação do remanescente original da praça, com manutenção do acesso de pedestres em
nível pela Rua Abolição. O Bloco “L” será construído elevado do piso no nível da praça, que
corresponde ao pavimento térreo do edifício, com estrutura projetada em “pilotis” e área edificada
reduzida, composta apenas por acesso e recepção, além de espaços de circulação vertical,
principalmente. O novo projeto possibilita a livre circulação dos usuários do Câmpus, entre as duas
praças (a antiga Praça do Sol e a Praça da Memória), mantendo-se integração com o espaço público
conforme previsto no projeto original. Ainda, o projeto alterado proporciona também a conformação de
espaços de estar e convivência protegidos das intempéries, sob o novo edifício, através de área em
“pilotis” no nível da Praça da Memória. O nível Térreo do edifício, também em “pilotis”, preserva a
permeabilidade visual entre o interior e o exterior do câmpus, dando continuidade à Praça.

O novo edifício Bloco “L” – Edifício de Laboratórios

De acordo com o relatório final do Grupo de Trabalho “GT - Bloco L”, formado por dirigentes
e servidores da universidade com o objetivo de definir o programa de necessidades do novo edifício a
ser construído no Câmpus Santo André, o Bloco “L” irá comportar 72 novos laboratórios de pesquisa

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além de espaços de apoio ao funcionamento do edifício, com área total construída de 16.627,66 metros
quadrados, distribuída entre os seguintes pavimentos e usos:

- pavimento inferior: acesso, laboratórios de pesquisa com demandas específicas (necessidade


de pé-direito duplo e de apoio de equipamentos pesados diretamente sobre terreno natural), Central
Experimental Multiusuário (CEM), almoxarifado central, módulos para uso comercial / serviços,
lanchonete e áreas técnicas;

- pavimento térreo: acesso principal, recepção, estar e áreas técnicas;

- 1º pavimento: biblioteca setorial da pós-graduação e laboratórios de pesquisa;

- 2º, 3º, 4º, 5º e 6º pavimentos: laboratórios de pesquisa;

- 7º pavimento: laboratórios de pesquisa, data-center acadêmico e data-center científico;

- cobertura: área de convivência e áreas técnicas.

O partido arquitetônico adotado em projeto resultou em dois prismas retangulares (“braços” do


edifício), onde estão localizados os laboratórios, biblioteca e os data-centers. Estes dois volumes
principais são interligados por bloco central destinado a espaços de acesso e circulação (elevadores e
escadas de emergência) e apoio ao funcionamento do edifício (sanitários, copas, depósitos, salas e
prumadas técnicas), além de pavimento inferior com pé-direito duplo.

Demais modificações

O atendimento ao projeto pedagógico da UFABC, bem como a evolução das necessidades da


instituição demandaram a proposição de alterações a espaços concebidos no projeto original, conforme
relacionado na sequência .

Bloco A: O pavimento inferior do Bloco A, projetado inicialmente para estacionamento de


veículos de docentes, com 304 vagas, será ocupado por laboratórios de pesquisa, principalmente, além
de laboratório didático, espaços administrativos da Prefeitura Universitária (PU) e do Núcleo de
Tecnologia da Informação (NTI), estacionamento de veículos oficiais e para deficientes, com 28 vagas
no total, e áreas técnicas. Na cobertura das três torres, no lado oposto às lanchonetes, também serão
implantados laboratórios de pesquisa.

Bloco B: Neste edifício, a cobertura será parcialmente ocupada por espaços administrativos da
Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas

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Afirmativas (PROAP), além de salas para os sindicatos da Universidade. O laboratório de pé -direito


triplo, projetado originalmente no pavimento térreo, será transformado em 6 (seis) novos laboratórios
de pesquisa, com acessos independentes.

Bloco D: O Restaurante Universitário (RU) instalado neste edifício sofrerá ampliação, com
acréscimo de área para refeitório e aumento da cozinha industrial, para melhor atendimento à
comunidade universitária.

Além destas alterações previstas nas edificações que compõem o projeto original, a operação
do RU desde 2009, somada à dificuldade técnica e ao alto custo da obra para a execução do abrigo de
resíduos localizado na Rua Abolição, próximo à Rua Oratório, resultou na alteração da localização
original do abrigo para área interna ao câmpus, com acesso adequado para caminhões, conforme rotina
de coleta de resíduos já em operação no Câmpus Santo André.

Quanto a edificações complementares, o projeto contará com duas novas centrais de gases para
abastecimento dos laboratórios de pesquisa e laboratórios didáticos.

A concepção definitiva do projeto do Câmpus Santo André, no Terreno Principal, resultará na


disponibilização de 711 vagas de veículos, que serão complementadas com novas vagas projetadas no
Terreno Anexo, visando o atendimento das diretrizes do novo Relatório de Impacto de Trânsito (RIT),
realizado em complementação ao novo EIV.

É importante registrar que à exceção da nova configuração da antiga Praça do Sol, em


decorrência da ampliação pretendida no Terreno Principal a partir da eliminação do estacionamento
de veículos e da implantação do Bloco L no local, o projeto dos blocos de edifícios do Conjunto
Arquitetônico foi preservado em suas características principais (volumetria e implantação), como
também a Praça da Memória e o Parque do Relógio, todos elementos que caracterizam o projeto do
Câmpus Santo André conforme sua concepção original.

Para visualização do projeto do novo edifício de laboratórios, Bloco L, e do projeto de


ampliação do Restaurante Universitário, Bloco D, apresenta-se ilustração produzida a partir de
perspectivas, demonstrando a disposição espacial e a volumetria dos edifícios – Figura 02 e Figura
03, respectivamente.

Na sequência, será apresentado quadro resumo - Tabela 07 - com detalhamento dos sete
edifícios principais que compõem o Terreno Principal do Câmpus Santo André, conforme concepção
definitiva de projeto, e os índices urbanísticos resultantes da nova proposta.

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FIGURA 02
Perspectivas do novo Bloco de Laboratórios – “Bloco L”

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FIGURA 03
Perspectiva e Elevação do Bloco D – Ampliação do Restaurante Universitário

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Tabela 07 – Terreno Principal: Área Construída Total e Índices Urbanísticos conforme Projeto Definitivo
IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO ÁREA CONSTRUÍDA
(m²)

Bloco A Edifício Administrativo e EMBASAMENTO 47.987,33


Acadêmico Pavimento Inferior, Pavimento Térreo, 1º e 2º Pavimentos:
Reitoria, Auditórios, Salas de Estudos, Áreas Administrativas, Laboratórios de
Pesquisa e Didáticos, Estacionamento de Veículos Oficiais

TORRE 1 - CECS (Centro das Engenharias, Modelagem e Ciências


Sociais Aplicadas)
5 Pavimentos Tipo + Cobertura (3º ao 8º pavimentos):
Salas de Aula, Laboratórios Didáticos e de Pesquisa, Salas de Docentes
TORRE 2 - CMCC (Centro de Matemática, Computação e Cognição)
3 Pavimentos Tipo + Cobertura (3º ao 6º pavimentos):
Salas de Aula, Laboratórios Didáticos e de Pesquisa, Salas de Docentes

TORRE 3 - CCNH (Centro de Ciências Naturais e Humanas)


4 Pavimentos Tipo + Cobertura (3º ao 7º pavimentos):
Salas de Aula, Laboratórios Didáticos e de Pesquisa, Salas de Docentes

Bloco B Edifício Acadêmico Térreo + 10 Pavimentos Tipo + Cobertura: 12.993,46


Salas de Aula, Laboratórios Didáticos e de Pesquisa, Salas de Docentes, Áreas
Administrativas

Bloco C Centro Cultural Biblioteca Central, Teatro e Salas de Cinema 10.172,11

Bloco D Restaurante Universitário Cozinha Industrial e Refeitório 2.281,37


(RU)

Bloco E Centro Esportivo Quadras, Piscinas, Vestiários e Ginásio Poliesportivo Coberto 10.078,03

Bloco F Torre do Relógio Relógio, Mirante (76 m) e Reservatório de água 981,28

Praça do Estacionamento Coberto Garagens às cotas 746,95 e 750,50, localizadas sob a Praça do Sol, com saída pela -
Sol Rua Abolição

Área Edificações Entrada de Energia, Abrigo de Resíduos, Abrigo GLP, Abrigo de Gases Especiais, 241,70
Externa Complementares Guarita
Área Laje de Piso Interligação dos Edifícios e dos Acessos Principais do Câmpus 6.648,52
Externa (passarelas recortadas)

SUBTOTAL 01 - Edificações Existentes (m²) 91.383,80

Bloco L Laboratórios de Pesquisa Térreo + 10 Pavimentos Tipo + Cobertura: 16.627,66


Laboratórios de Pesquisa, Biblioteca Setorial, Data-Center, Lanchonete, Módulos
para Uso Comercial e Almoxarifado

Área Edificações Abrigo de Resíduos e Central de Gases Especiais 220,14


Externa Complementares

SUBTOTAL 02 - Edificações Novas (m²) 16.847,80

ÁREA CONSTRUÍDA TOTAL 01+02 (m²) 108.231,60

ÁREA DO TERRENO (m²) 76.684,13

Coeficiente de Aproveitamento (CA): 0,81

Taxa de Ocupação (TO): 23,75%

Taxa de Permeabilidade (TP): 22,28%

Fonte: Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC), 2014.

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2.2.2.b. Terreno Anexo

Conforme conteúdo do relatório final do Grupo de Trabalho “GT - Bloco Anexo”, formado por
dirigentes e servidores da universidade com o objetivo de definir o programa de necessidades do novo
edifício a ser construído no Terreno Anexo do Câmpus Santo André, o Bloco Anexo irá comportar 33
laboratórios didáticos das Engenharias, oficina mecânica, salas de aula, auditórios, salas de docentes,
áreas administrativas e almoxarifados, além de áreas técnicas de apoio ao funcionamento do edifício,
com área total construída de 33.364,00 metros quadrados.

De acordo com o projeto básico elaborado por escritório contratado pela universidade, o
partido adotado resultou na proposição de três edifícios, Blocos H, I e J, interligados por uma laje,
através da qual se dá o acesso principal aos Blocos I e J e também a interligação do Bloco Anexo com
a passarela de pedestres que liga os dois terrenos que configuram o Câmpus Santo André da UFABC.

O Bloco I é destinado em sua maior parte a laboratórios didáticos, além de salas de aula e
lanchonete. O Bloco J atende às necessidades da universidade quanto a espaços administrativos, além
de auditórios, salas de docentes e restaurante/área de convívio e salão de eventos projetados na
cobertura do edifício. O Bloco H abriga os almoxarifados da Pró-reitoria de Administração (PROAD),
Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) e Prefeitura Universitária (PU). O pavimento inferior dos
três edifícios é destinado a laboratórios didáticos com demandas específicas (necessidade de pé-direito
duplo e de apoio de equipamentos pesados diretamente sobre terreno natural), entre outras. No Bloco
H, encontra-se também a oficina mecânica, projetada para apoio ao funcionamento dos laboratórios.

Além destes edifícios, o projeto conta com as seguintes edificações complementares, previstas
na Área Externa do Bloco Anexo: vestiário e sanitários para funcionários, abrigo de resíduos, cabine
primária, guarita, abrigo de gases especiais, abrigo de GLP, abrigo de compressores e bicicletário, além
dos reservatórios de água potável (elevado), de tratamento de águas cinzas e de reuso (enterrados) e
caixa de retardo com volume de armazenamento de 130 metros cúbicos. A proposta de projeto irá
contemplar a disponibilização de 457 vagas de veículos , conforme diretrizes do novo Relatório de
Impacto de Trânsito (RIT), realizado em complementação ao novo EIV.

Para visualização do projeto do Bloco Anexo, apresenta-se ilustração produzida a partir de


perspectivas, demonstrando a disposição espacial e a volumetria dos edifícios do conjunto
arquitetônico proposto para o Terreno Anexo – Figura 04. Na sequência, apresenta-se quadro resumo
- Tabela 08 - com o detalhamento dos três edifícios principais que compõem o Bloco Anexo, de
acordo com o Projeto Básico, e os índices urbanísticos resultantes da implantação proposta.

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FIGURA 04
Perspectivas do novo Bloco de Edifícios – “Bloco Anexo”

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Tabela 08 – Terreno Anexo: Área Construída Total e Índices Urbanísticos conforme Projeto Definitivo
IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO ÁREA CONSTRUÍDA
(m²)
Bloco H Laboratórios Didáticos e Pavimento Inferior, Pavimento Térreo, 1º e 2º Pavimentos, 3.600,05
Almoxarifado Central Pavimento Técnico:
Laboratórios Didáticos, Almoxarifados (PROAD, PU e NTI)

Bloco I Laboratórios Didáticos das Pavimento Inferior, Pavimento Térreo, 1º ao 7º 12.794,67


Engenharias Pavimentos e Pavimento Técnico:
Laboratórios Didáticos, Salas de Aula, Lanchonete e Enfermaria

Bloco J Edifício Administrativo Pavimento Inferior, Pavimento Térreo, 1º ao 7º 12.794,67


Pavimentos e Pavimento Técnico:
Auditórios, Áreas Administrativas, Salas de Docentes e Salão de
Atos e Eventos

Área Edificações Entrada de Energia, Abrigo de Resíduos, Abrigo de Gases 299,71


Externa Complementares Especiais, Abrigo GLP e Guarita

Área Laje de Piso Interligação entre Edifícios e Acesso à Passarela de Pedestres 3.774,90
Externa (Esplanada)

ÁREA CONSTRUÍDA TOTAL (m²) 33.264,00

ÁREA DO TERRENO (m²) 17.446,26

Coeficiente de Aproveitamento (CA): 1,51

Taxa de Ocupação (TO): 23,09%

Taxa de Permeabilidade (TP): 19,05%


Fonte: Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC), 2014.

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2.2.2.c. Passarela de Pedestres

A aquisição do Terreno Anexo pela UFABC, localizado na Avenida dos Estados no lado
oposto do Terreno Principal, possibilitou a redefinição do traçado da passarela, cuja proposta inicial
não prosperou. Conforme já relatado anteriormente, a concepção original previa a implantação de um
dos acessos à passarela em terreno da empresa Rhodia, que não aprovou a proposta da universidade.
Nesta nova condição, a travessia sobre a Avenida dos Estados se dará entre os lotes da UFABC e os
acessos serão implantados nos terrenos de propriedade da universidade.

Ainda, outros dois fatos ocorridos durante a fase de implantação das obras no Terreno
Principal implicaram na necessidade de revisão do projeto original: redução das margens do rio
Tamanduateí, em função da execução de obras de contenção, inviabilizando a construção de apoios
intermediários, e a alteração das características da Avenida dos Estados, após a inauguração do
Rodoanel Mário Covas, demandando o aumento da altura livre da passarela, de 5,50 metros para 6,00
metros.

Face às novas condicionantes de projeto, a UFABC elaborou estudos para verificação das
alternativas de implantação e também para análise da viabilidade de adoção de novo sistema estrutural
para a passarela, considerando a possibilidade de execução de apoios apenas nos acessos (Terreno
Principal e Terreno Anexo), o que resulta em vão livre superior a cem metros de comprimento. Além
destes aspectos, os novos estudos contemplaram também a revisão das escadas e elevadores para
acesso à passarela, em virtude do aumento da altura livre sobre a Avenida dos Estados.

Com base nestes estudos, apresentados através da Figura 05, a universidade está
providenciando os Projetos Básico e Executivo para subsidiar a contratação da obra da passarela de
pedestres.

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FIGURA 05
Planta, Cortes, Elevação e Perspectivas da Passarela de Pedestres

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2.2.2.d. Considerações Finais

O Câmpus Santo André, segundo sua concepção definitiva, resulta em área total construída de
aproximadamente 142 mil metros quadrados, somadas as edificações do Terreno Principal e do
Terreno Anexo, conforme registros contidos na Tabela 09 reproduzida na sequência.

Tabela 09 - Quadro Comparati vo: Área Construída Total conforme Projeto Original e Projeto Definitivo

CONCEPÇÃO ORIGINAL CONCEPÇÃO DEFINITIVA


LOTE ÁREA CONSTRUÍDA LOTE ÁREA CONSTRUÍDA
(m²) (m²)
Terreno Principal 101.533,70 Terreno Principal 108.231,60
- - Terreno Anexo 33.264,00
TOTAL 101.533,70 TOTAL 141.495,60
Fonte: Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC), 2014.

Em sua concepção original, o Câmpus Santo André contava com um único terreno, o Terreno
Principal, onde estava concentrada toda a população universitária, as instalações físicas e as vagas de
estacionamento. A expansão territorial do câmpus, através da incorporação do Terreno Anexo,
resultará na dispersão da população em novas edificações, com extensão da UFABC para área do
Projeto Eixo Tamanduatehy que apresenta baixa densidade populacional, podendo constituir vetor de
ocupação e valorização da área. De forma complementar, destaca-se o fato de que a ampliação da
universidade para o outro lado da Avenida dos Estados possibilita a oferta de vagas no Terreno
Anexo, de forma vantajosa para o sistema viário local, conforme demonstrado no RIT anexo. Por fim,
a passarela de pedestres que será implantada pela UFABC, para interligação dos terrenos que
conformam o Câmpus Santo André, constitui-se em importante equipamento público para toda a
cidade.

Para visualização do projeto conforme concepção definitiva, apresenta-se ilustração produzida


a partir do projeto de implantação do câmpus, demonstrando a disposição espacial do conjunto
arquitetônico no Terreno Principal e no Terreno Anexo – Figura 06.

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FIGURA 06
Planta de Implantação do Câmpus Santo André da UFABC, conforme concepção
definitiva

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2.2.3. Compatibilização do Projeto para o Desenvolvimento Urbano

2.2.3.a. Planos e Programas Governamentais

A implantação da UFABC insere-se na área de intervenção do Projeto Eixo Tamanduatehy,


conforme o Plano Diretor do Município de Santo André, visando a recuperação de áreas degradadas e
revitalização urbana na área de entorno ao eixo do Rio Tamanduateí, com a construção coletiva de uma
dinâmica que garanta sustentabilidade social, econômica e ambiental.

Insere-se, também conforme o Plano Diretor, na área de Operações Urbanas Consorciadas do


município13, no perímetro “Eixo Tamanduatehy”, conforme Mapa 7 e Anexo XVII da referida lei,
guardando proximidade de outros dois perímetros incluídos no PD: Santa Terezinha e Parque das
Nações. De acordo com o Plano Diretor, as Operações Urbanas têm como finalidade a implantação de
equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano, a otimização de áreas envolvidas em
intervenções urbanísticas de porte e reciclagem de áreas consideradas subtilizadas, havendo, neste
sentido, especial interesse na intensificação do aproveitamento do solo.

Neste contexto, a implantação da UFABC constitui um importante polo de desenvolvimento


local, atraindo novos empreendimentos e alavancando ambos os projetos acima referidos de
desenvolvimento urbano, aos quais se integra, seja como polo atrativo e gerador de novas demandas ou
como referência para requalificação de seu entorno.

O empreendimento da UFABC, por localizar-se na Bacia Hidrográfica do Alto Tamanduateí,


encontra-se no foco das ações do Governo do Estado de São Paulo visando o controle de enchentes na
Região Metropolitana de São Paulo, através do Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto
Tietê. A implantação deste plano pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE)14 , já
proporcionou atenuação significativa na ocorrência de inundações na área em questão, com a
construção de três piscinões no município de Mauá: Petrobrás (antigo AT-3), Paço Municipal e
Corumbé, com capacidade de 800 mil m³, 136 mil m³ e 105 mil m³, respectivamente, para retenção de
águas provenientes do sistema de drenagem superficial a montante. Esta iniciativa vem dando novo
impulso à região do Segundo Sub-distrito de Santo André, livrando-a do estigma das inundações do
Rio Tamanduateí e viabilizando novos empreendimentos, tais como a UFABC.

13
Operações Urbanas Consorciadas são o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo M unicípio com a participação
dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar transformações
urbanísticas estruturais, melhorias sociais, melhorias de infra-estrutura e viário, ampliação dos espaços públicos e valorização
ambiental, num determinado perímetro contínuo ou descontinuado (Santo André, 2004).
14
Disponível em:
http://www.daee.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=799:piscinoes&catid=48:noticias&Itemid=53

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Recentemente, o corredor da Avenida dos Estados integrou-se à nova configuração do sistema


viário estrutural da Região Metropolitana de São Paulo, instaurado com o início das operações do
Rodoanel “Mário Covas” – Trecho Sul, interligando-se ao Trecho Oeste, configurando um novo acesso
às rodovias em direção ao interior do Estado e ao Sul do País, bem como proporcionando integração da
Região do ABC com as Zonas Sul e Oeste da RMSP. A conexão da Avenida dos Estados com extensão
da Estrada Jacu-Pêssego até Mauá, confere também novas vias de acesso da área de estudo para a Zona
Leste da RMSP, às rodovias Dutra e Ayrton Senna, bem como ao Aeroporto Internacional de Cumbica.

A associação do Rodoanel com o sistema ferroviário da Região do Grande ABC, sistema este
em interação com a UFABC, deverá contribuir para a implantação da intermodalidade de transportes
com a implantação de centros logísticos integrados, tendo em vista agilidade e redução de custos na
importação e exportação de cargas por via aérea ou marítima – Porto de Santos.

O mapa a seguir - Mapa 6 - apresenta a situação da UFABC em relação às áreas de


intervenção do Plano Diretor do Município de Santo André - Projeto Eixo Tamanduatehy e Áreas de
Operações Urbanas Consorciadas (OUC) Santa Terezinha e Parque das Nações.

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MAPA 6
Situação do Câmpus da UFABC em relação ao Plano Diretor Municipal – Projeto
Eixo Tamanduatehy e Áreas de Operações Urbanas Consorciadas (OUC) Santa
Terezinha e Parque das Nações

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2.2.3.b. Legislação Urbanística e Ambiental

Os projetos de implantação da UFABC – projeto substitutivo para o Terreno Principal e


projeto novo para o Terreno Anexo - foram elaborados em conformidade com as disposições do Plano
Diretor Municipal, Lei n.º 8.696 de 17 de dezembro de 2004 e alterações posteriores estabelecidas pela
Lei 9.394 de 05 de janeiro de 2012, além das disposições da Lei 8.836 de 10 de maio de 2006, a Lei de
Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo na Macrozona Urbana (LUOPS), conforme registros constantes
da Tabela 10 apresentada na sequência, e demais legislação pertinente aplicável.

Tabela 10 - Quadro Resumo: Legislação Urbanística e Ambiental

LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA
Plano Diretor - Lei Municipal n.º 8.696/2004
Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo (LUOPS) - Lei Municipal n.º 8.836/2006
Lei Municipal n.º 9.252/2010

Lei Municipal n.º 9.394/2012


ENQUADRAMENTO TERRENO PRINCIPAL TERRENO ANEXO
Zoneamento Zona de Qualificação Urbana Zona de Reestruturação Urbana

Uso Não Residencial Não Residencial


Atividade Prestação de Serviços Prestação de Serviços
Bacia Hidrográfica Não Crítica Não Crítica

Nível de Incomodidade Incômodo Nível I Incômodo Nível I

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Lei Municipal n.º 8.498/2003

Decreto Municipal n.º 15.091/2004 e Portaria n.º 372/2006

LEGISLAÇÃO ESTADUAL
Lei Estadual n.º 12.526/2007

Fonte: Legislação M unicipal e Estadual; 2014.

2.2.3.c. Infraestrutura Urbana

Câmpus Santo André conforme Concepção Original

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Os projetos foram elaborados e estão sendo executados em acordo com as diretrizes emitidas
pelo SEMASA para o fornecimento de água, emissão e afastamento de efluentes sanitários e dre nagem
superficial.

Para o fornecimento de energia elétrica, gás encanado e instalações de telefonia, foram


seguidas as diretrizes específicas emitidas pelas concessionárias destes serviços.

Câmpus Santo André conforme Concepção Definitiva

Para a elaboração dos projetos para os novos edifícios que serão implantados no Câmpus Santo
André, “Bloco L” – Terreno Principal e “Bloco Anexo” – Terreno Anexo, foram solicitadas
diretrizes específicas junto ao SEMASA e também junto à concessionária de energia elétrica AES
Eletropaulo. Os serviços de gás encanado e telefonia não serão utilizados nos novos edifícios, sendo
desnecessária, desta forma, emissão de diretrizes para elaboração destes projetos específicos.

Na sequência, apresenta-se reprodução de diretrizes emitidas pelo SEMASA e demais


concessionárias de serviços de energia elétrica, gás encanado e instalações de telefonia, relativas aos
projetos conforme concepção original e concepção definitiva.

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2.3. Obra

2.3.1. Terreno Principal – Obras Executadas

Desde o início das obras no Câmpus Santo André, ocorrido em setembro de 2006, foram
concluídos e entregues à comunidade universitária os seguintes edifícios: Bloco A – Edifício
Institucional e Acadêmico, Bloco B – Edifício Acadêmico e Bloco D – Restaurante Universitário.

Para que fosse possível atender às necessidades acadêmicas da Universidade, que iniciou suas
atividades com o ingresso de 500 alunos em setembro de 2006, mesmo período de início das obras no
Câmpus Santo André, o sistema construtivo projetado para a estrutura e painéis de fechamento dos
Blocos A e B, concreto armado moldado in loco, foi substituído por sistema pré-moldado de concreto
armado para as vigas, as lajes e os painéis de fachada. A alteração no sistema construtivo garantiu
maior agilidade às obras, permitindo que em maio de 2008 o primeiro edifício do câmpus entrasse em
operação (Bloco B).

Em seguida, no ano de 2009, foram concluídas as obras do Bloco D, consistindo em reforma de


antigo matadouro preservado no projeto original, para instalação dos refeitórios do Restaurante
Universitário, e construção de anexo ao edifício preservado, destinado à cozinha industrial,
administração e lanchonete.

O Bloco A, com aproximadamente 48 mil metros quadrados de área construída, foi concluído
em setembro de 2010, possibilitando que as atividades da universidade se consolidassem no Câmpus
Santo André, devido aos diversos espaços que o edifício comporta: salas de aula, auditórios, salas de
estudo, laboratórios didáticos, salas de docentes e áreas administrativas.

Além dos edifícios citados, foram concluídos até o momento: (i) cabine primária, com
instalação de entrada de energia em média tensão (ii) estacionamento descoberto, com disponibilização
de cerca de 500 vagas para estacionamento de veículos, (iii) caixa de retardo, com capacidade de
armazenamento de 647 metros cúbicos, para retenção de água de chuva, e (iv) galeria para condução
das águas pluviais captadas no ponto baixo da Rua Abolição até o seu destino final no Rio
Tamanduateí (servidão de passagem).

A seguir, apresenta-se relatório fotográfico - Figura 07 - com imagens dos edifícios já


concluídos no Câmpus Santo André.

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FIGURA 07
Relatório Fotográfico: Terreno Principal – Obras Executadas

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2.3.2. Terreno Principal – Obras em Execução

Durante a execução dos Blocos A e B, a Construtora Augusto Velloso (CAV), empresa


vencedora da licitação para a construção das obras do câmpus sede da UFABC, iniciou também a
execução das fundações do Bloco C (Centro Cultural) e do Bloco F (Torre do Relógio), além de outras
obras na Área Externa do câmpus universitário, como a laje de interligação dos blocos de edifícios,
consolidação de acessos, espelho d’água e implantação parcial de elementos do projeto de paisagismo.
Apenas o Bloco E (Centro Esportivo) não teve suas obras iniciadas em 2006, em virtude da existência,
à época, de passivo ambiental em processo de remediação, em área próxima à implantação do edifício.

Apesar da expectativa inicial de conclusão das obras principais do câmpus no período de três
anos, em março de 2011 o contrato da UFABC com a CAV foi encerrado, tendo sido concluídos no
período 2006-2011 apenas os Blocos A, B, D e parte das obras da Área Externa. A situação demandou
nova contratação das obras e serviços remanescentes, que foram licitados em etapas, de acordo com a
disponibilização de recursos da universidade.

Atualmente, encontram-se em execução todos os edifícios remanescentes do Conjunto


Arquitetônico resultante do projeto original, incluindo todas as obras complementares previstas na
Área Externa do câmpus, não concluídas no âmbito do contrato com a CAV: guaritas, abrigo de
resíduos, sistema de drenagem, caixa reservatórios enterrados de água potável e de reuso, acessos de
veículos e pedestres, pavimentação, mobiliário urbano, iluminação e paisagismo.

Para os Blocos C, E e F, dadas as especificidades e características físicas dos edifícios, foram


mantidos os sistemas construtivos conforme definidos no projeto original: estrutura em concreto
moldado in loco, sendo alterado apenas o fechamento projetado para as fachadas do Centro Cultural
(Bloco C), com adoção de painéis pré-fabricados em substituição aos painéis de concreto moldados na
obra.

A seguir, apresenta-se relatório fotográfico - Figura 08 - com imagens dos edifícios e das
obras na Área Externa que encontram-se em execução no Câmpus Santo André.

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FIGURA 08
Relatório Fotográfico: Terreno Principal – Obras em Execução

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2.3.3. Terreno Principal – Obras a serem Executadas

As principais obras relativas à expansão das instalações físicas no Terreno Principal do


Câmpus Santo André compreendem a construção do novo edifício de laboratórios, o “Bloco L” e a
reforma e ampliação do Bloco D - Restaurante Universitário.

Considerando a experiência exitosa na execução dos Blocos A e B em estrutura pré-moldada


de concreto, o que garantiu agilidade, racionalidade e maior qualidade às obras, gerando menores
impactos durante o período de construção dos edifícios, o projeto do “Bloco L” foi concebido segundo
diretriz da universidade, expressa no Termo de Referência (TR) de contratação dos projetos, para que
fosse adotado sistema construtivo em elementos pré-fabricados em aço ou concreto, a critério do
responsável técnico pelo projeto.

Em resposta às diretrizes do TR, o sistema construtivo projetado para a construção do “Bloco


L” prevê a execução dos elementos estruturais (pilares, vigas e lajes) do pavimento inferior e dos
“braços” do edifício em concreto pré-moldado e, para o bloco central, estrutura em concreto moldado
in loco.

Para o fechamento do edifício, foi prevista a utilização de painéis arquitetônicos de fachada,


pré-fabricados, em concreto armado. Em complementação, foram projetados caixilhos em alumínio
com vidro laminado, fator solar 34%, protegidos por brises horizontais, também em painéis pré-
fabricados de concreto. Nestas condições, a envoltória do edifício contribuirá para o conforto ambiental
do “Bloco L” e para a eficiência energética das instalações projetadas.

Para conformação do piso inferior do edifício, foi prevista a execução de contenção com
solução mista: parte em perfis metálicos e placas duplas em concreto pré-moldado, parte em parede
diafragma e tirantes definitivos. As fundações profundas do edifício serão do tipo estacas escavadas,
com diâmetro entre 90 e 170 centímetros e profundidade média de 15 metros.

O projeto de ampliação da área destinada às refeições no Restaurante Universitário (RU) foi


concebido considerando que as obras deveriam gerar a menor interferência possível nas edificações
existentes. Em atendimento às diretrizes da universidade, o projeto resultou na proposição de novo
pavimento sobre o bloco de serviços do RU, com acesso independente através de nova escada
projetada. O sistema construtivo adotado prevê estrutura em perfis metálicos, com pilares
independentes da estrutura em concreto armado existente, e fechamento lateral em caixilhos de
alumínio. Esta solução permitirá que as obras sejam executadas sem que a operação do RU seja
interrompida. Em complementação, a lanchonete existente no Bloco D será eliminada, sendo

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incorporada no projeto do “Bloco L”, o que possibilitará a ampliação das instalações da cozinha
industrial em área já edificada conformada pelo bloco de serviços anexo ao antigo matadouro, já
utilizado atualmente para a preparação das refeições servidas no Restaurante Universitário.

2.3.4. Terreno Anexo – Projeto Executivo em Andamento

As obras relativas à expansão das instalações físicas no Terreno Anexo do Câmpus Santo
André compreendem a construção do “Bloco Anexo”, conjunto arquitetônico formado pelos Blocos H,
I e J, além de laje de interligação dos edifícios e obras complementares, descritas no item 2.2.2.b deste
documento.

Como no caso do Bloco L, o “Bloco Anexo” foi concebido segundo diretriz da universidade,
expressa no Termo de Referência (TR) de contratação dos projetos, para que fosse adotado sistema
construtivo em elementos pré-fabricados em aço ou concreto, a critério do responsável técnico pelo
projeto.

Em resposta às diretrizes do TR, o Projeto Básico do “Bloco Anexo” definiu, para todos os
edifícios e laje externa, sistema construtivo em estrutura mista: perfis metálicos e concreto armado.

Para o fechamento dos edifícios, Blocos H, I e J, foi prevista a utilização de painéis


arquitetônicos de fachada, pré-fabricados, em concreto armado. Em complementação, foram projetados
caixilhos em alumínio com vidro laminado, e para os Blocos I e J, brises horizontais em elementos
metálicos.

As fundações profundas dos edifícios e da laje externa serão do tipo estacas hélice contínua
monitorada, com diâmetro entre 30 e 80 centímetros e profundidade média de 15 metros.

2.3.5. Cronogramas

2.3.5.a. Obras no Terreno Principal

As obras em execução no Terreno Principal – Bloco C (Centro Cultural), Bloco E (Centro


Esportivo), Bloco F (Torre do Relógio) e serviços remanescentes nas Áreas Externas (guaritas, abrigo
de resíduos, sistema de drenagem, reservatórios enterrados de água potável e de reuso, acessos de

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veículos e pedestres, pavimentação, mobiliário urbano, iluminação e paisagismo), - estarão todas


concluídas até o fim do ano 2015.

As obras de construção do “Bloco L” serão iniciadas no primeiro semestre de 2014, com prazo
planejado de execução de 18 meses e conclusão prevista para o final do ano de 2015.

As obras de ampliação e reforma do Restaurante Universitário serão iniciadas no primeiro


semestre de 2015, com prazo planejado de execução de 12 meses e conclusão prevista para o primeiro
semestre de 2016.

2.3.5.b. Obras no Terreno Anexo

As obras de construção do Bloco Anexo serão iniciadas no final de 2015, com prazo planejado
para execução de 24 meses e conclusão prevista para o final de 2017. Os serviços de terraplanagem e
de execução de muros de contenção, nas divisas do terreno com a faixa ocupada pela rede ferroviária e
com o Motel Red Sky, serão realizados em etapa intermediária, anterior à etapa de construção dos
edifícios Blocos H, I e J, como estratégia para redução do prazo de conclusão dos laboratórios e demais
áreas administrativas necessárias ao funcionamento pleno da Universidade.

2.3.5.c. Passarela de Pedestres

A implantação da passarela de pedestres está prevista para ser executada no ano de 2016,
durante os meses de março a setembro, com prazo de obra planejado em seis meses.

O prazo de execução das obras e as entregas parciais, separados por bloco de edifícios e por
terreno, estão consolidados no cronograma anexo – Figura 09.

As etapas – obras executadas, obras em execução e obras a serem executadas – para os


Terrenos Principal e Anexo, encontram-se registradas na Figura 10.

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FIGURA 09
Cronograma das Obras de Implantação do Câmpus Santo André - Terreno Principal e
Terreno Anexo

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FIGURA 10
Planta de Implantação do Câmpus Santo André, conforme concepção definitiva, com
indicação das etapas de obra

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2.4. Funcionamento e Operação

2.4.1. Atividades Previstas

O empreendimento da UFABC prevê o funcionamento de atividades próprias de uma


instituição de ensino superior, em acordo com o seu Projeto Pedagógico: ensino (graduação e pós-
graduação), pesquisa e extensão universitária.

A UFABC concebeu seus cursos a partir de uma proposta que visa agregar o máximo possível
as áreas de conhecimento, aquelas de mesma natureza, em um mesmo Centro. Outro objetivo
importante é promover a formação integral do estudante, com a exposição aos conhecimentos
científicos do estado atual da ciência e a temas de origem humanística e social. Esse modelo acadêmico
permite a promoção de um intenso intercâmbio interdisciplinar tanto na pesquisa, no ensino e nas
atividades de extensão.

O Projeto Pedagógico da UFABC procura levar em conta as mudanças no campo da ciência,


propondo uma matriz interdisciplinar, caracterizada pela intersecção de várias áreas do conhecimento
científico e tecnológico:

O problema da apropriação do conhecimento, no âmbito da sociedade mais justa e


humana desejada para o século XXI, ainda não está resolvido. Porém, acreditamos
que a visão sistêmica e a abordagem interdisciplinar apontam na direção correta. Por
isso, a Universidade Federal do ABC será dotada de uma estrutura maleável e aberta,
sem Departamentos, permeável aos novos modos e ritmos de apropriação do
conhecimento. Essa estrutura prevê, para o campus de Santo André, a existência de
apenas três grandes Centros, sendo um voltado para todas as Engenharias, outro para
as Ciências Naturais, e o terceiro para a Matemática e a Computação. São eles,
respectivamente: Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas;
Centro de Ciências Naturais e Humanas e Centro de Matemática, Computação e
Cognição (UFABC, Projeto Pedagógico: UFABC, 2006).

O Projeto da Universidade ressalta a importância de uma formação integral, que inclui a visão
histórica da civilização e privilegia a capacidade de inserção social no sentido amplo. Além disso, o
projeto tem como meta a criação de um ambiente acadêmico favorável ao desenvolvimento social,
contribuindo para a busca de soluções para os problemas regionais e nacionais, a partir da cooperação
com outras instituições de ensino e pesquisa e instâncias dos vários setores econômicos e da
administração pública.

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O candidato aprovado no processo seletivo através do Sistema de Seleção Unificada (SISU) 15 ,


do Ministério da Educação, ingressa em um dos dois tipos de bacharelados interdisciplinares: no
Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT), oferecido nos dois câmpus da universidade, ou no
Bacharelado de Ciências e Humanidades (BCH), oferecido somente no câmpus de São Bernardo do
Campo.

No Câmpus Santo André, no qual este EIV foca seu interesse, depois dessa formação básica de
três anos, existem opções de graduação em outros cinco bacharelados, quatro licenciaturas e cinco
engenharias.

Descrição dos Cursos pós-BCT ofertados no Câmpus Santo André

Após a conclusão do Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT), organizado para duração de


três anos, a UFABC dispõe das seguintes opções de graduação pós-bacharelado interdisciplinar,
registradas nas Tabelas 11, 12 e 13, reproduzidas abaixo, segundo informações contidas no Edital n.º
172/201316 , referentes ao processo seletivo para ingresso nos bacharelados interdisciplinares para o ano
de 2014.

Tabela 11: Bacharelados (3 anos do BCT + 1 ano de formação específica)

Curso Específico Número de Vagas


Ciências Biológicas 50
Ciências da Computação 140
Bacharelado Física 50
Matemática 50
Química 50
TOTAL 340
Fonte: UFABC, 2014a.

Tabela 12: Licenciaturas (3 anos do BCT + 1 ano de formação específica)

Curso Específico Número de Vagas


Ciências Biológicas 40
Física 40
Licenciatura
Matemática 40
Química 40
TOTAL 160
Fonte: UFABC, 2014a.

15
Sistema Informatizado do M inistério da Educação, por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas
a candidatos participantes do Ensino Nacional do Ensino M édio (ENEM ).
16
Disponível em: http://prograd.ufabc.edu.br/images/pdf/edital_172_2013_ingresso_2014.pdf

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Tabela 13: Engenharias (3 anos do BCT + 2 anos de formação específica)

Curso Específico Número de Vagas


Ambiental e Urbana 125
de Energia 125
de Instrumentação, Automação e 125
Engenharia
Robótica
de Materiais 125
de Informação 125
TOTAL 625
Fonte: UFABC, 2014a.

No total, são disponibilizadas 1125 vagas de graduação nos cursos pós-bacharelados, de acordo
com os dados constantes das tabelas 11 a 13.

A UFABC promove, além dos cursos de graduação de nível superior, 21 programas regulares
de mestrado e doutorado stricto-sensu17 , aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES) e dois programas de Mestrado Profissional. São eles: Biossistemas (1),
Biotecnociência (2), Ciência da Computação (3), Ciência e Tecnologia Ambiental (4), Ciência e
Tecnologia/Química (5), Ciências Humanas e Sociais (6), Energia (7), Engenharia Biomédica (8),
Engenharia da Informação (9), Engenharia Elétrica (10), Engenharia Mecânica (11), Ensino, História e
Filosofia das Ciências e Matemática (12), Evolução e Diversidade (13), Física (14), Matemática (15),
Nanociências e Materiais Avançados (16), Neurociência e Cognição (17), Planejamento e Gestão do
Território (18) e Políticas Públicas (19), além do Mestrado Profissional em Matemática em Rede
Nacional - PROFMAT (20) e o Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física – MNPEF (21).

Para atender as necessidades do Projeto Pedagógico da Universidade, incluindo os cursos de


graduação e pós-graduação, as atividades de pesquisa e extensão, e também atividades culturais abertas
ao público da cidade, os edifícios do Câmpus Santo André contemplam espaços destinados a salas de
aula, auditórios, laboratórios didáticos e de pesquisa, salas de docentes, biblioteca, espaços
administrativos, restaurante e lanchonetes, áreas de convivência, espaços culturais (teatro e salas de
projeção) e centro esportivo.

17
Após a finalização do PDI UFABC 2013-2022, relatório que registra a existência de dezenove cursos de pós-graduação,
foram aprovados pela CAPES dois novos cursos em nível de mestrado pleiteados pela UFABC: Ciência e Tecnologia
Ambiental e Políticas Públicas.

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2.4.2. Horários de Funcionamento

A Universidade Federal do ABC tem seu funcionamento regular de segunda a sexta-feira, das
8h00 às 23h00, e aos sábados, das 8h00 às 13h00. Entretanto, atividades de pesquisa em laboratórios,
quando necessário, ou atividades culturais com a comunidade interna e/ou externa, podem vir a ocorrer
em finais de semana e feriado, mediante programações específicas.

2.4.3. Acessos Públicos

A UFABC, como instituição pública de ensino superior, regida por princípios democráticos e
norteada pela sua inserção harmônica nos municípios onde está implantada, define como princípio de
sua Política de Segurança, a necessidade de resguardar e proteger sua população interna (alunos,
docentes, técnicos administrativos e visitantes) durante sua estada no interior de seus câmpus
universitários e instalações administrativas isoladas, mantendo a diretriz de integração urbana e social
com as comunidades do entorno.

Esta diretriz aponta o desafio de garantir a proteção de seus membros e, ao mesmo tempo,
garantir o livre acesso de visitantes interessados em conhecer e interagir com a Universidade. Esta
condição remete à livre circulação dos munícipes nas áreas externas aos edifícios e à utilização de
praças, áreas verdes e equipamentos de lazer, culturais e esportivos situados no interior dos câmpus
universitários. Por outro lado, a fim de garantir a segurança pessoal e patrimonial da UFABC e da
comunidade universitária, será previsto acesso controlado no interior dos edifícios.

2.5. Entorno e Área de Estudo

2.5.1. Definição da Vizinhança Imediata

Para esta delimitação, considera-se que o Câmpus Santo André da Universidade Federal do
ABC compreende o território formado pelos Terrenos “Principal” e “Anexo”, incluindo interligação
conformada pela passarela sobre a Avenida dos Estados. Com base neste perímetro, pelo grande porte e
ampla influência da universidade, define-se como vizinhança imediata do empreendimento:

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(i) Lotes confrontantes diretamente nas quadras: Terreno Principal - Supermercado Carrefour - e
Terreno Anexo - Correios AC Tamanduateí, Motel Red Sky e faixa ocupada pela rede
ferroviária;
(ii) Lotes alinhados com testada para as vias que delimitam a quadra na qual localiza-se o Terreno
Principal: Rua Santa Adélia, Rua Abolição, Rua Oratório e Av. Antônio Cardoso. Ainda que
estas duas últimas vias não se alinhem diretamente com a área destinada ao câmpus da
UFABC, inserem-se como vizinhança imediata pelo fluxo de veículos e pedestres que
receberão e pela demanda por novos serviços e comércio a ser gerada;
(iii) Sistema viário defronte às quadras do Terreno Principal e Terreno Anexo, englobando
também trecho em frente aos lotes ocupados pela Copafer e Motel Red Sky.

Descrição do Uso do Solo / Caracterização da Área

No Terreno Principal, a UFABC, em seu alinhamento com a Rua Santa Adélia a partir da
Avenida dos Estados, tem como vizinho ao lado oposto desta via, a COPAFER, grande loja de
materiais para construção e ferragens, estendendo-se por toda a face da quadra até a Rua Santa
Carolina. A partir da Rua Santa Carolina, a ocupação das quadras que tem face para a Rua Santa Adélia
é tipicamente residencial, notadamente no alinhamento predial desta via, com a presença de apenas
dois pequenos estabelecimentos comerciais voltados ao público da UFABC. A Rua Abolição, da sua
confluência com a Rua Santa Adélia até a esquina com a Rua Frei Caneca, apresenta alguns imóveis
residenciais, além dos fundos dos dois condomínios residenciais da Rua Speers; neste trecho, a Rua
Abolição conta com novo estabelecimento de prestação de serviços constituído por escola de idiomas e
nova edificação composta por quitinetes, destinadas à moradia estudantil. Na esquina seguinte da Rua
Abolição com a Rua Frei Caneca, há um edifício residencial, seguido pelo Colégio Ideal, que ocupa
toda a testada da quadra até a esquina com a Rua Paulina Isabel de Queirós, além de pequeno
estabelecimento de prestação de serviços. A partir desta rua, até a confluência da Rua da Abolição com
a Rua do Oratório, a ocupação passa a ser predominantemente comercial. Deste ponto, a confrontação
direta do terreno passa a ser com o supermercado Carrefour, o qual, por sua vez, confronta com a Rua
Oratório, tratando-se de corredor comercial, que recebe fluxo de pedestres entre o câmpus e a Parada
Itamarati, no corredor do trólebus em confluência da Rua Oratório com a Avenida Antônio Cardoso. O
comércio na Rua Oratório é formado, principalmente, por lojas de peças e acessórios para veíc ulos,
despachantes, autoescola, uma grande loja de tintas e alguns estabelecimentos voltados ao setor de
alimentação, sendo, o maior deles, inaugurado recentemente (Vavá Churrascaria). Na quadra oposta à
Av. Antônio Cardoso, encontra-se instalado o SAM`s Club, hipermercado de atacado e varejo, onde
anteriormente funcionava a indústria Otis Elevadores.

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Foram considerados também como vizinhança imediata os primeiros lotes com testada para as
vias que se encontram em situação de esquina com as vias que encerram a quadra da UFABC no
Terreno Principal, admitindo-se que também estejam sob impacto direto do empreendimento.

No Terreno Anexo, a UFABC confronta diretamente com a Agência de Correios


Tamanduateí, pelo lado esquerdo, com as instalações do Motel Red Sky, pelo lado direito, e com a faixa
ocupada pela rede ferroviária, na divisa de fundos do terreno. As edificações vizinhas são de grande
porte e consolidadas, pouco suscetíveis aos impactos decorrentes da instalação da UFABC.

A área considerada como Vizinhança Imediata apresenta dois grandes empreendimentos


comerciais, vizinhos ao Terreno Principal, em relação à Avenida dos Estados: a COPAFER, loja de
ferragens e materiais para construção e o supermercado CARREFOUR. Ambos os empreendimentos,
se beneficiam com a população da UFABC, significativamente maior que a das instalações da
Secretaria de Obras da prefeitura, e mesmo com a demanda da própria UFABC, para manutenção de
suas instalações e funcionamento de sua lanchonete e restaurante.

A verticalização nesta área é representada por 04 (quatro) condomínios de padrão médio:

* Edifício Mont Vert, à Rua Speers, nº 146, com 19 andares;

* Edifício Flamboyant, à Rua Speers, nº 122, com 19 andares;

* Edifício Mont Blanc, à Rua Frei Caneca, nº 14, com 18 andares;

* Edifício Jequitibá, à Rua Santa Carolina, nº 62, com 05 andares.

Além destes edifícios, encontra-se em fase final de construção prédio residencial, com 10
pavimentos, localizado no lote de esquina entre as Ruas Oratório e Alexandre Levy.

O mapa a seguir - Mapa 7 - indica a delimitação e os lotes considerados de vizinhança


imediata à UFABC.

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MAPA 7
Área de Vizinhança Imediata

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2.5.2. Definição da Vizinhança Mediata

Considera-se, neste caso, como vizinhança mediata as áreas de entorno do empreendimento


onde poderão ocorrer alterações ambientais, inclusive socioeconômicas e de infraestrutura urbana, pela
proximidade com o câmpus da UFABC e pelos impactos e influência que receberão deste
empreendimento.

A vizinhança mediata foi analisada a partir da identificação de zonas homogêneas, delimitadas


pelo sistema viário ou por barreiras físicas – rios, córregos, espigões ou fundos de vale, conforme suas
características de configuração de uso e ocupação do solo, de aspectos geográficos como relevo –
topografia e altimetria, de vocação de mercado e mesmo de aspectos legais, constituindo as áreas de I a
VII a seguir descritas 18 .

Área I – Vizinhança Mediata Direta: inicia-se abrangendo toda a área do TERSA, Estação
CPTM Pref. Saladino e rotatória na confluência da Av. dos Estados com o Viaduto Castello Branco e, a
partir da intersecção da Rua Martins Fontes com o Córrego Comprido, segue a jusante deste curso
d’água e entre as Ruas Tordesilhas e Santa Adélia, passando pelo ponto de cruzamento desta via com a
Rua Angatuba e, em seguida, pelo ponto de cruzamento da Rua Maria Antonieta com a Rua Avaré, até
o cruzamento da Rua Frei Caneca com a Rua dos Aliados, seguindo por seu eixo até a Rua Oratório.
Da Rua Oratório segue pela Rua Aimberê até seu cruzamento com a Rua Aracati, seguindo deste ponto
até o cruzamento da Rua Baturite com Rua dos Alpes, seguindo por esta via até seu cruzamento com a
Rua Arauás. Deste ponto segue até o cruzamento da Rua Itabira com a Rua Curucaia, seguindo pelo
eixo desta via até a alça de acesso do Viaduto Adib Chammas para a Avenida dos Estados, sentido São
Paulo, até o ponto de encontro da Avenida dos Estados com a Av. Henri Sannejouand margeando o
Córrego do cemitério, seguido por esta via e pela Rua Visconde de Tawnay, abrangendo toda a área da
Estação CPTM Pref. Celso Daniel, os terminais metropolitanos TSO-TSL da CMTU e a rotatória da
Avenida dos Estados com a Avenida Antonio Cardoso. A área encerra-se pelo eixo da linha ferroviária
até a Estação Pref. Saladino, passando aos fundos da indústria Rhodia Química, da central de
distribuição dos Correios, do “Terreno Anexo”, do motel Red Sky, do Templo da Igreja Bola de Neve,
do Moinho São Jorge, do Moinho de Trigo Santo André e de um campo de futebol, onde também cruza
com o Córrego Beraldo.

18
Esta delimitação que será descrita para os perímetros considerados como Vizinhança M ediata segue proposta do EIV
anterior.

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Caracterização de vizinhança: trata-se da área consecutiva à vizinhança imediata,


constituindo a área que sofre os impactos mais intensos no sistema viário, pela circulação de veículos e
pedestres, onde os fluxos concentram-se na chegada ao Terreno Principal, e futuramente no Terreno
Anexo, e também pela qual se dispersam na saída, definida principalmente por barreiras físicas como o
Córrego Comprido, o espigão da Rua dos Aliados e Rua Aimberê e a encosta da Rua dos Alpes, à
margem direita do Rio Tamanduateí. Deve se consignar que, embora constituam porção significativa
desta área de vizinhança, as áreas ocupadas por empreendimentos como a Rhodia e os moinhos são
pouco suscetíveis aos impactos decorrentes da instalação da UFABC, tratando-se de ocupações de
grande porte e consolidadas, sem qualquer afinidade com as atividades a serem geradas pela
universidade, exceto na hipótese de saída destes empreendimentos, situação em que, ocorrendo, poderá
dar origem a novos empreendimentos em sinergia com a UFABC. Esta área inclui também o conjunto
habitacional Casas Populares o qual, por suas características e proximidade com o câmpus, é bastante
procurado por alunos da universidade.

Área II – Santa Terezinha: inicia-se a partir da rotatória do Viaduto Presidente Castello Branco
com a Avenida dos Estados, seguindo por esta via em direção a São Paulo, abrangendo ambas as pistas
marginais ao Rio Tamanduateí, até seu cruzamento com o Córrego Jundiaí, seguindo a montante deste
curso d’água até a Av. Estados Unidos e, por esta via até a Rua Francisco Barone, de onde passa a
confrontar com a Área I, pelo Córrego Comprido, até sua foz no Rio Tamanduateí, encerrando-se na
referida rotatória do Viaduto Castello Branco. Contém a área de Operação Urbana Consorciada de
Santa Terezinha, onde consta como Zona Especial de Interesse Comercial - ZEIC no Plano Diretor do
Município de Santo André, Lei 8.696 de 17 de dezembro de 2004.

Caracterização de vizinhança: este centro de serviços comerciais e bancários pode ser


acessado a caminho do câmpus por alunos, professores e funcionários que provém da Avenida dos
Estados – marginal esquerda ou do Anel Viário Metropolitano, pelo Viaduto Castello Branco, além
daqueles que desembarcam no TERSA ou na estação ferroviária Prefeito Saladino. A área é definida
por barreiras físicas, encerrando o eixo da Av. Vieira de Carvalho e seu entorno, tendo como limites as
pistas da Avenida dos Estados – Rio Tamanduateí, Córrego Jundiaí e o Córrego Comprido.

Área III: inicia-se pelo Córrego Comprido, a partir da ponte de acesso à Av. Estados Unidos,
seguindo a jusante por este corpo d’água até a Av. Dom Bosco, seguindo paralela à Rua Colômbia e
entre a Rua Argentina e a Rua Dinamarca, por onde cruza com a Rua Noruega e a Rua Espanha,

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confrontando com a Área VII, definida pela área de Operação Urbana Consorciada do Parque das
Nações, até a Avenida Brasil, seguindo pelo eixo desta via e da Av. Estados Unidos, encerrando esta
área e confrontando com as áreas de vizinhança mediata II e IV.

Caracterização de vizinhança: esta área caracteriza-se pela ocupação por residências de


padrão médio a alto, em lotes de maiores proporções, constituindo um platô de cota elevada em relação
aos fundos de vale, o que lhe promove uma condição segura em relação a inundações, resultando
inclusive em um processo de verticalização residencial, notadamente ao longo da Av. Estados Unidos,
que constitui um dos limites da área pois a partir de seu eixo a topografia apresenta-se em declive em
direção à Av. Vieira de Carvalho e ao Córrego Comprido.

Área IV: inicia-se pela Rua Francisco Barone, seguindo pela Av. Estados Unidos e Avenida
Brasil, até confrontar com a área de Operação Urbana Consorciada do Parque das Nações, de onde
segue pela Av. Antônio Cardoso, Rua Aimberê, cruza a Rua Oratório, segue pela Rua dos Aliados e
por entre as Ruas Tordesilhas e Santa Adélia, cruzando o Córrego Comprido e encerrando-se na Rua
Francisco Barone.

Caracterização de vizinhança: no vale do Córrego Comprido, cuja encosta a partir do espigão


da Rua dos Aliados, bastante próxima à UFABC, apresenta ocupação residencial unifamiliar
consolidada, de casas antigas e de padrão médio a inferior, bastante próxima ao futuro câmpus, porém
de acesso prejudicado pela topografia local, com mercado imobiliário estagnado, enquanto a encosta a
partir da Av. Estados Unidos vem refletindo o processo de verticalização que ocorre no Parque das
Nações. Esta área limita-se também pela área de Operação Urbana do Parque das Nações e pelo
corredor viário da Av. Antônio Cardoso.

Área V: inicia-se a na Rua Oratório em confluência com a Av. Antônio Cardoso, confrontando
com a área de Operação Urbana Consorciada do Parque das Nações, seguindo pela Rua Ianomami, Rua
Egito, Rua Araci e Avenida Itamarati até a Rua dos Alpes, por onde passa a confrontar com a Área I.
Prosseguindo pela Rua dos Alpes até a Rua Baturite, segue deste ponto até a Rua Aracati em seu ponto
de cruzamento com a Rua Aimberê, prosseguindo por esta via e pela Av. Antônio Cardoso,
encerrando-se na Rua Oratório.

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Caracterização de vizinhança: caracteriza-se como uma área de cota elevada, livre do risco
de inundações, com ocupação de padrão médio e início de verticalização no entorno da Av. Antônio
Cardoso, definida pelo loteamento de geometria retangular, diferente dos loteamentos contíguos, de
vias curvas pela necessidade de adequação ao relevo bastante acidentado, definida pelos eixos da Rua
Araci e da Av. Itamarati.

Área VI: inicia-se na confluência da Rua Araci com a Avenida Itamarati, seguindo pela Rua
Mandaguari até a Avenida André Ramalho e, por esta via até a Avenida dos Estados, pela pista sentido
São Paulo até a alça de acesso do Viaduto Adib Chammas. Deste ponto, segue pela Rua Curacaia, Rua
dos Alpes e Avenida Itamarati, encerrando-se na Rua Araci.

Caracterização de vizinhança: constitui o loteamento mais recente – Parque Jaçatuba, com


idade inferior a 30 anos, de traçado sinuoso pelo declive a partir da Av. Itamarati em direção ao Rio
Tamanduateí e ao Córrego André Ramalho, ocupado exclusivamente por habitações térreas assobradas
de padrão médio.

Área VII: área de Operação Urbana Consorciada Parque das Nações, onde consta como Zona
Especial de Interesse Comercial - ZEIC no Plano Diretor do Município de Santo André, Lei 8.696 de
17 de dezembro de 2004 ou seja, todos os lotes que possuem frente para os seguintes logradouros:

A) Rua Oratório, entre as Ruas Canadá e Iugoslávia;


B) Rua Uruguai, entre as Ruas Canadá e Oratório;
C) Rua Argentina, entre as Ruas Oratório e Suíça;
D) Travessa Esparta, entre as Ruas Suíça e Espanha;
E) Travessa Tebas, entre as Ruas Suíça e Espanha;
F) Avenida Brasil, entre as Ruas Paraguai e Oratório;
G) Rua Suíça, entre as Ruas Inglaterra e Iugoslávia;
H) Rua Espanha, entre a Travessa Esparta e a Rua Oratório;
I) Rua Dinamarca, entre as Ruas Honduras e Espanha;
J) Rua Iugoslávia, entre as Ruas Suíça e Finlândia;
k) Rua Sartuga;
L) Rua Suécia, entre as Ruas Oratório e Iugoslávia;
M) Rua Finlândia, entre as Ruas Oratório e Iugoslávia.

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Caracterização de vizinhança: constitui centro de comércio geral e serviços bancários,


oferecendo serviços que, até o momento, na área de vizinhança mediata, estão disponíveis apenas no
centro de Santa Terezinha.

A planta a seguir - Mapa 8 - indica as áreas de vizinhança mediata identificadas no presente


estudo.

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MAPA 8
Área de Vizinhança Mediata com identificação das Zonas Homogêneas identificadas e
Bairros

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2.5.3. Identificação de Uso por Lote no Entorno (R=500m)

Em relação ao Terreno Principal, a ocupação do entorno é predominantemente residencial,


além de corredor comercial diversificado e consolidado na Rua Oratório e existência de grandes
estabelecimentos comerciais instalados junto à Avenida dos Estados - Carrefour, COPAFER, Sam’s
Club.

O entorno do Terreno Anexo compreende grandes lotes ocupados por empreendimentos de


porte significativo e usos diversos: industrial – Rhodia, Moinho de Trigo São Jorge e Moinho de Trigo
Santo André; institucional: Agência dos Correios e Igreja Bola de Neve; prestação de serviços: Motel
Red Sky. Para além da linha férrea, na divisa de fundos do terreno, a ocupação e uso do solo
caracteriza-se pela presença de estabelecimentos comerciais, como o Shopping Grand Plaza e a loja de
materiais de construção C&C - Casa e Construção, além de edifícios residenciais consolidados (Torres
do Parque) e empreendimentos em construção, todos localizados na Avenida Industrial, sem
interligação direta com a porção territorial onde está localizado o Terreno Anexo.

Para visualização da ocupação do entorno do Câmpus Santo André, apresenta-se mapa - Mapa
9 - com indicação do Uso e Ocupação do Solo por lote, em um raio de 500 metros a partir do
empreendimento.

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MAPA 9
Uso do Solo por Lote no Entorno do Câmpus Santo André (R=500m)

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3. ANÁLISE DE IMPACTO DO EMPREENDIMENTO

3.1. Adensamento Populacional

3.1.1. Adensamento Próprio do Empreendimento

Nos últimos anos, a UFABC vem ampliando as ações de planejamento da instituição, tendo
consolidado as metas e ações para a Excelência Acadêmica, para a concretização do Projeto
Pedagógico e para a expansão da Infraestrutura Física para os próximos dez anos no Plano de
Desenvolvimento Institucional 2013-2022 (UFABC, PDI UFABC, 2013). Com base nas informações
contidas no PDI UFABC 2013-2022, a Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional
(PROPLADI) elaborou quadro resumo com a evolução da população da UFABC e do Câmpus Santo
André para os próximos cinco anos, conforme registrado na Tabela 14 reproduzida abaixo.

Tabela 14: Evolução da população da UFABC e do Câmpus Santo André (CSA)


SEGMENTOS 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total CSA Total CSA Total CSA Total CSA Total CSA Total CSA
ALUNOS GRADUAÇÃO 8.612 6.593 8.458 6.174 9.034 6.462 9.610 6.750 10.186 7.038 10.762 7.326
ALUNOS PÓS-GRADUAÇÃO 986 986 1.100 1.100 1.250 1.150 1.500 1.200 1.750 1.250 2.000 1.300
DOCENTES 512 512 600 540 650 550 700 550 800 550 800 550
TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS 588 374 738 434 815 450 850 500 875 500 875 500
FUNCIONÁRIOS TERCERIZADOS 380 300 420 320 460 340 500 340 520 360 540 360
TOTAL 11.078 8.765 11.316 8.568 12.209 8.952 13.160 9.340 14.131 9.698 14.977 10.036
Fonte: Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (PROPLADI) / UFABC, 2014.

A população projetada para o Câmpus Santo André para o ano de 2018 (10.036 pessoas)
corresponde à população considerada no EIV anterior, elaborado em 2006: 10.175 pessoas19 , para o
cenário de plena operação da universidade, após cinco anos de atividade, o que aconteceria em
2011/2012.

No entanto, a população atual (8.765 pessoas) 20 , conforme dados constantes da Tabela 14,
disponibilizados também no portal eletrônico da universidade em “UFABC em números”, apresenta
um número inferior àquele projetado em 2006, apesar de a universidade ter completado sete anos de
atividade em 2013. Esta ocorrência tem sua origem principalmente no fato de que três das oito
engenharias ofertadas inicialmente no Câmpus Santo André inicialmente foram transferidas para o
Câmpus São Bernardo (Engenharia Aeroespacial, Engenharia de Gestão e Engenharia Biomédica),
resultando na redução do número de vagas ofertadas no Câmpus Santo André de 1500 vagas para 1125
vagas por ano, a partir de 2010. Também contribui para este fato, com menor expressão, a taxa de

19
População formada por 9.000 alunos, 600 docentes, 480 funcionários e 75 visitantes (NUNES NETO, EIV UFABC, 2006).
20
Considerada a população do ano de 2013, por tratar-se de número real e mais recente.

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evasão de alunos da graduação, que em seu índice médio atingiu a marca de 20,6% do total de alunos
ingressantes, segundo registros do PDI UFABC 2013-2022:

No período compreendido entre 2006 e 2011, a UFABC registrou taxa de evasão


média de 20,6% ao ano, evidenciando-se que o tripé inovação tecnológica,
excelência acadêmica e qualidade da pesquisa pode, de maneira democrática, ser
compatível com as prementes demandas da s ociedade referentes à inclusão e à
responsabilidade social (UFABC, PDI UFABC, 2013).

Com base nos dados e informações apresentados, conclui-se que a população do Câmpus Santo
André em 2013 já representa 90% do total projetado para os próximos cinco anos e que, portanto, os
impactos decorrentes do adensamento incidente no empreendimento já podem ser constatados,
servindo, inclusive, de parâmetro para as demais avaliações que serão apresentadas nesta parte 3 do
Estudo de Impacto de Vizinhança.

Cabe registrar, de forma complementar, segundo considerações contidas no PDI UFABC 2013-
2022, que as metas de ampliação da universidade quanto ao número de alunos de graduação e pós-
graduação, consideram a necessidade de ampliação de recursos humanos e das instalações e
infraestrutura dos câmpus, o que implica na aquisição de novas áreas para expansão.

Perfil da População

A pesquisa “Censo e Opinião Discente 2010-2012”, que vem sendo realizada pela PROPLADI
junto aos alunos de graduação da UFABC desde o ano de 2009, registra informações acerca do perfil
socioeconômico deste segmento que corresponde a 75% da comunidade universitária, sendo os dados
mais relevantes reproduzidos na sequência.

Segundo a pesquisa, a média de idade dos estudantes da UFABC está bastante concentrada
numa pequena faixa etária: 53,12% têm entre 19 e 23 anos; 78,47% têm entre 18 e 24 anos e, por fim,
86,98% dos estudantes têm entre 18 e 26 anos. De acordo com a tabela 2.2 da pesquisa, entre os alunos
que ingressaram no Bacharelado de Ciências e Tecnologia (BCT), no Câmpus Santo André, 69,16% do
total, em média, são do sexo masculino (período diurno: 66,81% do total; período noturno 70,83% do
total) e 30,84% do total, em média, são do sexo feminino (período diurno: 33,19% do total; período
noturno 29,17% do total). Em relação ao estado civil, 92,56% do total de alunos são solteiros e quanto
ao número de filhos, 95,66% dos alunos de graduação não têm filhos.

É importante destacar que a forma de ingresso adotada pela universidade influencia


diretamente o perfil socioeconômico dos alunos da graduação: desde seu primeiro vestibular, mesmo

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antes da sanção da Lei Federal 12711/1221 , a UFABC adota política de cotas com reserva de 50% das
vagas ofertadas, por ano, para estudantes que cursaram o Ensino Médio integralmente em escola
pública, sendo parte destinada a pardos, negros e indígenas 22 . A oferta de vagas para cotistas nos anos
de 2010 a 2012 pela UFABC está registrada na Tabela 15, reproduzida a partir da pesquisa Censo e
Opinião Discente 2010-2012.

Tabela 15: Percentual de cota reservada nos processos de vestibular (2010-2012)

Vestibular Vestibular Vestibular


2010 2011 2012
Total de Vagas 1.700 1.700 1.960
Vagas Cotistas 850 850 980
% de Vagas Cotistas 50% 50% 50%
Fonte: Tabela 16.1 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012, PROPLADI/UFABC, 2013.

A referida pesquisa apresenta também informações sobre o percentual de alunos cotistas que se
mantém na universidade e a distribuição dos alunos de graduação cotistas, por tipo de cotas, conforme
registros contidos nas Tabelas 16 e 17, respectivamente, apresentadas na sequência:

Tabela 16: Percentual de alunos de graduação cotistas (2010-2012)


Alunos Cotistas - UFABC (% )

2010 2011 2012

38,77% 39,18% 41,16%


Fonte: Tabela 16.2 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012, PROPLADI/UFABC, 2013.

Tabela 17: Percentual de alunos de graduação cotistas - por tipo de cota (2010-2012)
Que tipo de cota você tem? (% ) Ano de 2010 Ano de 2011 Ano de 2012

Cota por ser afrodescendente 9,74% 18,03% 22,06%


Cota por ser indígena 0,27% 0,79% 0,27%
Cota por ter estudado em escola 88,63% 79,86% 77,00%
pública
Outro - 0,11% -
Não sei 1,36% 1,21% 0,67%
Total 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: Tabela 16.3 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012, PROPLADI/UFABC, 2013.

21
Em resumo, a lei 12.711/2012 estipula que todas as universidades federais garantam, até o ano de 2015 – 50% de todas as
suas vagas para estudantes que cursaram o ensino médio integralmente em escola pública. Destas, será reservado um
percentual para os candidatos pretos, pardos e indígenas. Tal percentual será definido pela proporção de pretos, pardos e
indígenas em cada Estado, de acordo com o último Censo Demográfico do IBGE.
22
Havia já também, desde os primeiros processos seletivos, um subgrupo de cotas para estudantes que se autodeclararam
pretos, pardos ou indígenas, visando atingir o público menos favorecido financeiramente e os estudantes com menos chances e
oportunidades para ingressar em uma universidade.

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Cabe registrar, de forma complementar, que parte dos estudantes cotistas é beneficiária de
apoio financeiro da Instituição Federal, que se dá através da concessão de bolsas “permanência e
moradia”, no contexto das Ações Afirmativas implementadas pela UFABC, através da Pró-reitoria de
Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas (PROAP), com o seguinte objetivo:

Para a UFABC as “Ações Afirmativas” (affirmative action, discrimination positive,


action positive) são um conjunto de ações que conformam as suas Políticas
Afirmativas e que devem ter como objetivo reforçar o papel da universidade pública
brasileira em contribuir para formar cidadãos transformadores da sociedade,
permitindo o acesso e a permanência de uma parcela da população que foi
historicamente alijada desta possibilidade (UFABC, 2014b, disponível em:
http://proap.ufabc.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=
11&Itemid=103 ).

Na Tabela 18, estão registrados os totais de bolsas concedidas pela UFABC, separados por
tipo de bolsa:

Tabela 18: Bolsas concedidas na graduação

Tipo de Bolsa Quantidade de Bolsas


Permanência 907
Moradia 489
Monitoria Acadêmica 236
Total 1.632
Fonte: UFABC em Números, 2014.

Outros dados extraídos da pesquisa Censo e Opinião Discente 2010-2012 quanto (i) ao
percentual de alunos que recebe ajuda financeira dos pais, (ii) à renda familiar dos alunos e (iii) ao
local em que os alunos cursaram o Ensino Médio, seguem reproduzidos através das Tabelas 19 a 21 e
contribuem para a compreensão das características do perfil socioeconômico dos alunos de graduação
da UFABC.

Tabela 19: Percentual de alunos que recebem auxílio financeiro da família


Você recebe auxílio financeiro de Ano de 2010 Ano de 2011 Ano de 2012
sua família?
Sim 53,41% 48,09% 47,23%
Não 46,59% 51,91% 52,77%
Total 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: Tabela 11.1 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012, PROPLADI/UFABC, 2013.

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Tabela 20: Distribuição média de renda familiar dos alunos de graduação (2010-2012)

Renda familiar - Alunos de 2010 2011 2012


Graduação 2010 - 2012 (% ) (% ) (% )
Acima de R$ 15.300,00 1,78% 1,92% 2,36%
De R$ 7.650,00 a R$ 15.300,00 10,23% 11,72% 16,36%
De R$ 3.061,00 a R$ 7.650,00 32,48% 35,28% 38,94%
De R$ 1.021,00 a R$ 3.060,00 44,28% 42,08% 35,95%
Até R$ 1.020,00 11,23% 9,00% 4,47%
Não respondeu - - 1,92%
Total 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: Tabela 15.2 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012, PROPLADI/UFABC, 2013.

Tabela 21: Percentual de oriundos de escolas públicas e privadas (2010-2012)

Onde você cursou o Ensino 2010 2011 2012


Médio? (% ) (% ) (% )
Integralmente em escola particular 22,90% 25,09% 25,74%
com bolsa

Integralmente em escola particular 21,06% 18,68% 17,23%


sem bolsa

Integralmente em escola pública 46,59% 47,39% 49,59%


M aior parte em escola particular com 3,67% 4,00% 3,46%
bolsa

M aior parte em escola particular sem 3,10% 2,49% 2,25%


bolsa
M aior parte em escola pública 2,68% 2,35% 1,73%
Total 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: Tabela 22.2 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012, PROPLADI/UFABC, 2013.

Esta característica da UFABC tem impacto expressivo no perfil socioeconômico do corpo


discente, com reflexo na redução de demanda por comércio e serviços no entorno da universidade,
diferentemente do que acontece em outras universidades públicas e privadas, principalmente.

Além da política de reserva de vagas, é importante destacar outro fator que resulta na
diferenciação do perfil dos alunos da UFABC de outras instituições de ensino da Região: a opção pelo
sistema de ingresso via SISU, desde o ano de 2010, conforme já exposto no item 2.4.1 deste
documento, resulta em parte da comunidade de estudantes formada por alunos provenientes de outras
cidades do Estado de São Paulo e de outras regiões do país, que se mudam para a vizinhança do

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câmpus durante o período de permanência na universidade. Na Tabela 22, apresenta-se a situação de


moradia dos alunos da graduação.

Tabela 22: Residência dos alunos da graduação

Com quem você mora? Quantidade de Alunos %


Casa/apto mantido pela família 98 2,69%
Com o cônjuge ou companheiro 263 7,22%
Com os pais 2.244 61,58%
Em casa de amigos 22 0,60%
Em casa de outros familiares 119 3,27%
Pensão/hotel/pensionato 25 0,69%
República 702 19,26%
Sozinho 171 4,69%
Total 3.644 100,00%
Fonte: Tabela 13.1 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012, PROPLADI/UFABC, 2013.

A partir da análise dos dados da Tabela 22, identifica-se um percentual significativo de


estudantes que mora em repúblicas (19,26% do total). Este percentual, somado a outras alternativas de
moradia estudantil ofertadas no entorno do câmpus, como pensão/hotel/pensionato, e ao percentual de
alunos que respondeu que mora em “casa/apto mantido pela família”, totalizam 22,64% das respostas.
A maior parte destas moradias está localizada na Vizinhança da UFABC, conforme será demonstrado
adiante.

Esta característica do perfil discente implica em redução do percentual de alunos que utiliza o
transporte individual por automóvel para acesso às instalações do câmpus, além de promoção de
dinâmica imobiliária nos bairros do entorno da Universidade, no segmento de locação de imóveis.

À população discente formada pelos alunos da graduação, somam-se os alunos da pós-


graduação que em 2013 totalizavam quase 1000 estudantes, conforme dados da Tabela 14. Em
complementação, a UFABC já conta com 512 docentes com instalações no Câmpus Santo André
(professores doutores), 374 técnicos administrativos concursados (nível médio e nível superior) e 300
funcionários terceirizados, que prestam serviços de zeladoria, limpeza, serviços gerais, conservação,
transporte, vigilância, recepção, copeiragem e manutenção. Esta população já representa cerca de 90%
da população total projetada para 2018,

81
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Quanto ao adensamento incidente no empreendimento, ao longo dos últimos sete anos23 , a


implantação da Universidade Federal do ABC em substituição à Garagem Municipal, demais
instalações da Secretaria de Obras e do CIRETRAN, resultou em:

(i) Mudança quantitativa da população local, de forma lenta e gradativa, em relação à população
anterior, estimada em 1.000 pessoas. A instalação parcial da UFABC já resultou em um
incremento de 8.000 pessoas no local, considerando-se a população atual de quase nove mil
pessoas, com expectativa de que este número atinja 10.000 usuários no ano de 2018; e
(ii) Mudança do perfil socioeconômico da população local em relação à população anterior,
formada, em sua grande maioria, por operários (servidores públicos municipais). A nova
população apresenta poder aquisitivo diversificado, resultando em público consumidor em
potencial formado por professores, técnicos de nível superior e médio e parte do corpo discente
com maior renda, além de alunos de graduação e pós-graduação, com menor renda, mas que,
em alguma medida, também geram demanda por moradia, serviços e comércio no entorno do
Câmpus Santo André.
Cabe consignar, em complementação, que os equipamentos em construção, Centro Cultural
(Bloco C) e Centro Esportivo (Bloco E), quando concluídos, poderão atrair novos usuários para o
empreendimento, porém em eventos esporádicos (congressos, jogos escolares), constituindo população
flutuante com menor importância em comparação com a população permanente.

3.1.2. Adensamento Induzido pelo Empreendimento

3.1.2.a. Adensamento Habitacional

24
Pesquisa realizada pela Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC) teve
como um dos objetivos levantar informações sobre o local de moradia da população da UFABC antes
do ingresso na universidade e o local de moradia atual, a fim de identificar o contingente de pessoas
que se mudou para a cidade de Santo André, especificamente para o entorno do câmpus sede da
UFABC. Os resultados da pesquisa seguem registrados na Tabela 23 e na Tabela 24, respectivamente.

23
Considerando-se que desde setembro de 2006 o Câmpus Santo André já funcionava em instalações provisórias.
24
Pesquisa realizada entre os dias 31 de janeiro de 2014 e 07 de fevereiro de 2014, com toda a população universitária (alunos
da graduação e da pós-graduação, docentes e técnicos administrativos), em complementação à pesquisa Origem e Destino
(OD) realizada junto ao corpo discente, para embasar a elaboração do novo EIV e do novo RIT.

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Tabela 23: Local de moradia da comunidade universitária que trabalha ou estuda no Câmpus Santo
André, antes do ingresso na UFABC
POPULAÇÃO CÂMPUS SANTO ANDRÉ
MORADIA ANTES DO
Alunos graduação Alunos Docentes Técnicos
INGRESSO NA UFABC
pós-graduação Administrativos

Santo André 16,41% 15,97% 6,22% 35,00%


São Bernardo do Campo 9,76% 8,40% 2,87% 15,56%
Outra cidade da região do ABC 11,42% 9,24% 1,44% 15,00%
São Paulo Capital 38,69% 26,05% 45,93% 22,22%
Outra cidade do Estado 19,84% 16,81% 26,79% 10,00%
Outro Estado 3,77% 15,13% 11,00% 2,22%
Outro País - 8,40% 5,74% -
Não responderam 0,11% - - -
TOTAL 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: Pesquisa Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC), 2014.

Tabela 24: Local de moradia atual da comunidade universitária que trabalha ou estuda no Câmpus Santo
André

POPULAÇÃO CÂMPUS SANTO ANDRÉ

MORADIA ATUAL Alunos graduação Alunos Docentes Técnicos


pós-graduação Administrativos

Santo André 38,36% 51,26% 39,23% 45,56%


São Bernardo do Campo 11,09% 8,40% 5,26% 15,56%
Outra cidade da região do ABC 10,98% 8,40% 5,74% 15,00%
São Paulo Capital 34,81% 25,21% 44,02% 22,22%
Outra cidade do Estado 4,77% 6,72% 5,74% 1,67%
TOTAL 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: Pesquisa Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC), 2014.

Para as pessoas que responderam que moram atualmente em Santo André, foi apresentada
questão adicional sobre a localização da moradia através da pergunta “Se você mora na cidade de
Santo André, indique o bairro onde está localizada a sua residência”, com duas alternativas de
resposta: (i) Bangu, Parque Jaçatuba, Santa Terezinha, Curuçá ou Parque das Nações e (ii) Outros
bairros de Santo André. As respostas dos entrevistados estão consolidadas na Tabela 25, apresentada
abaixo.

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Tabela 25: Situação da população com moradia atual em Santo André

POPULAÇÃO CÂMPUS SANTO ANDRÉ


MORADIA ATUAL
EM Alunos graduação Alunos Docentes Técnicos
SANTO ANDRÉ pós-graduação Administrativos

Já moravam em Santo André 16,30% 15,13% 6,22% 32,78%

Se mudaram para Santo André, 18,85% 26,05% 11,00% 6,67%


após o ingresso na UFABC, para
bairros da Vizinhança Mediata
ou Imediata

Se mudaram para Santo André, 2,99% 10,08% 22,01% 6,11%


após o ingresso na UFABC, para
outros bairros da cidade

Não responderam 0,22% - - -

TOTAL 38,36% 51,26% 39,23% 45,56%


Fonte: Pesquisa Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC), 2014.

A análise dos resultados das tabelas 23, 24 e 25 demonstra que há um percentual expressivo de
alunos de graduação e pós-graduação que se mudou para a Vizinhança Imediata e/ou Mediata do
empreendimento, 18,85% e 26,05% respectivamente, mas também é possível constatar um percentual
igualmente significativo de alunos que já morava em Santo André ou em outras cidades da Região do
ABC, notadamente para o segmento da graduação (37,58% do total).

Em relação ao corpo docente, a mudança para o entorno do câmpus foi 50% inferior à procura
e instalação em outros bairros da cidade. Para os técnicos administrativos, os dados da tabela 23
apontam para a existência de um número significativo de servidores que já moravam em Santo André
ou em outras cidades da Região do ABC (65,56% do total) antes do ingresso na UFABC, resultando
em percentual reduzido de novos moradores na cidade, nas proximidades do câmpus ou em outros
bairros, provenientes deste segmento.

A partir dos percentuais constantes da tabela 25, relativos às pessoas entrevistadas que se
mudaram para Santo André para bairros da Vizinhança Mediata ou Imediata, foi elaborado cálculo
estimativo da população adicional já atraída para o entorno da universidade e cálculo da projeção deste
número para o ano de 2018, apresentados através da Tabela 26 e da Tabela 27, respectivamente,
reproduzidas na sequência.

84
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Tabela 26: Cálculo Estimado da população adicional atual (2013) nos bairros da Vizinhança Imediata e
Mediata

População Total1 % de entrevistados que se mudaram para Cálculo Estimado da Incremento da


(2013) para bairros da Vizinhança Imediata ou População Adicional População Adicional3
Mediata do Câmpus Santo André 2 (2013) (2013)

(A) (B) (A) x (B)

Graduação 6.593 18,85% 1.243 1.243


Pós-graduação 986 26,05% 257 257
Docentes 512 11,00% 56 180
Técnicos 374 6,67% 25 80
TOTAL 8.465 1.581 1.760
Fonte: CO-UFABC, 2014. Notas: 1. Dados extraídos da Tabela 14; 2. Dados extraídos da Tabela 25; 3. Cenário considerando
que docentes e técnicos se mudaram com suas famílias, com adoção de índice de 3,2 integrantes por família.

Tabela 27: Cálculo Estimado da população adicional para o ano de 2018 nos bairros da Vizinhança
Imediata e Mediata
População Total1 % de entrevistados que se mudaram para Cálculo Estimado da Incremento da
(2018) para bairros da Vizinhança Imediata ou População Adicional População Adicional3
Mediata do Câmpus Santo André 2 (2018) (2018)

(A) (B) (A) x (B)

Graduação 7.326 18,85% 1.381 1.381


Pós-graduação 1.300 26,05% 339 339
Docentes 550 11,00% 61 194
Técnicos 500 6,67% 33 107
TOTAL 9.676 1.813 2.020
Fonte: CO-UFABC, 2014. Notas: 1. Dados extraídos da Tabela 14; 2. Dados extraídos da Tabela 25; 3. Cenário considerando
que docentes e técnicos se mudaram com suas famílias, com adoção de índice de 3,2 integrantes por família.

De forma análoga, a partir dos percentuais referentes aos entrevistados que se mudaram para
Santo André após o ingresso na UFABC, porém para outros bairros do município, foram elaborados
cálculos estimados da população adicional para os anos de 2013 e 2018, registrados na Tabela 28 e na
Tabela 29, respectivamente, reproduzidas abaixo:

Tabela 28: Cálculo Estimado da população adicional atual (2013) para outros bairros de Santo André
População Total1 % de entrevistados que se mudaram para Cálculo Estimado da Incremento da
(2013) para outros bairros de Santo André 2 População Adicional População Adicional3
(2013) (2013)

(A) (B) (A) x (B)

Graduação 6.593 2,99% 197 197


Pós-graduação 986 10,08% 99 99
Docentes 512 22,01% 113 361
Técnicos 374 6,11% 23 73
TOTAL 8.465 432 731
Fonte: CO-UFABC, 2014. Notas: 1. Dados extraídos da Tabela 14; 2. Dados extraídos da Tabela 25; 3. Cenário considerando
que docentes e técnicos se mudaram com suas famílias, com adoção de índice de 3,2 integrantes por família.

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Tabela 29: Cálculo Estimado da população adicional para o ano de 2018 para outros bairros de Santo
André

População Total1 % de entrevistados que se mudaram para Cálculo Estimado da Incremento da


(2018) para outros bairros de Santo André 2 População Adicional População Adicional3
(2018) (2018)

(A) (B) (A) x (B)

Graduação 7.326 2,99% 219 219


Pós-graduação 1.300 10,08% 131 131
Docentes 550 22,01% 121 387
Técnicos 500 6,11% 31 98
TOTAL 9.676 502 836
Fonte: CO-UFABC, 2014. Notas: 1. Dados extraídos da Tabela 14; 2. Dados extraídos da Tabela 25; 3. Cenário considerando
que docentes e técnicos se mudaram com suas famílias, com adoção de índice de 3,2 integrantes por família.

Com base nos números resultantes do cálculo adotado para a estimativa atual e futura da
população adicional na Vizinhança Imediata e Mediata do empreendimento, constata-se que:

(i) O contingente significativo da população adicional é formado por alunos, tanto da graduação
como da pós-graduação, provenientes de outras cidades do Estado de São Paulo, outros estados
e até mesmo de outros países. Esta situação é potencializada na graduação pelo ingresso via
SISU, pela associação da adoção de reserva de vagas para cotistas e concessão de bolsas
“auxílio moradia e auxílio permanência” pela UFABC e, para o corpo discente, de forma geral,
pela existência de edificações com potencial para instalação de repúblicas nos bairros do
entorno, a preços mais acessíveis do que em outros bairros e, mais recentemente, pela oferta
discreta de imóveis com tipologia que potencializa a opção pela moradia individual
(quitinetes), construídos na Vizinhança Imediata e Mediata;
(ii) O grupo de docentes que se mudou para Santo André preferiu outras localizações da cidade à
Vizinhança Imediata e Mediata do câmpus, supostamente pela maior oferta de imóveis em
bairros próximos à UFABC, que concentram também maior oferta de comércio e serviços,
contribuindo em menor grau para o aumento da população do entorno da UFABC;
(iii) O grupo de técnicos administrativos é o que menos contribui na composição da população
adicional devido ao fato, já exposto, de que a maioria dos servidores já morava em Santo
André ou na Região do ABC;
(iv) A população adicional não representa contingente elevado, em nenhum dos cenários projetados
para 2013 e 2018 (com e sem incremento da população), sendo que o número total estimado
para 2013 já representa quase 90% da população adicional projetada para o ano de 2018. A
UFABC se encontra em operação parcial de forma provisória, desde o ano de 2006, e de forma
consolidada desde o ano de 2008, com os edifícios destinados às atividades acadêmicas e

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institucionais, além do Restaurante Universitário, já concluídos e em utilização pela


comunidade acadêmica (Blocos A, B e D). Desta forma, a nova população atraída pelo
empreendimento foi se instalando na região de forma lenta e gradual, resultando em redução da
vacância dos imóveis existentes e de aumento discreto da oferta de imóveis novos,
notadamente na Vizinhança Imediata e Mediata, como reflexo deste movimento.

O resultado da pesquisa realizada pela CO-UFABC pode ser corroborado através de trabalho
de iniciação científica elaborado por aluna do Bacharelado de Ciências e Tecnologia (BC&T), sobre os
impactos da implantação da UFABC em Santo André. Em relação à moradia estudantil, o Relatório
Final da pesquisa apresenta mapa com localização da residência de 250 alunos da graduação que
recebem bolsa “moradia” 25 , reproduzido abaixo, através da Figura 11.

25
Fonte de dados sobre localização domiciliar dos alunos de graduação: DAEG - Divisão de Apoio ao Estudante da
Graduação da PROAP - Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas (ANTENOR, 2013).

87
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Figura 11: Localização da residência de 250 alunos de graduação que recebem bolsa moradia

Fonte: Antenor, 2013.

No referido trabalho também consta mapa de localização da residência de 80 docentes e 170


técnicos administrativos, com base em informações disponibilizadas pela Coordenação Geral de
Recursos Humanos (CGRH) da Pró-Reitoria de Administração (PROAD). O mapa extraído da
pesquisa segue reproduzido abaixo, através da Figura 12.

Figura 12: Localização da residência de 80 docentes e 170 técnicos administrativos

Fonte: Antenor, 2013.

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Os mapas reproduzem as constatações da pesquisa elaborada pela CO-UFABC: (i) há uma


concentração de moradias de estudantes no entorno do câmpus, onde há oferta de repúblicas e
quitinetes; (ii) os docentes estão distribuídos em outros bairros, próximos do centro da cidade e da
UFABC, com melhor oferta de moradia, comércio e serviços; e (iii) os técnicos administrativos, que
em sua maioria já moravam na Região do ABC, sendo 35% do total em Santo André, estão espalhados
pela cidade, em diferentes bairros.

A pesquisa Censo e Opinião Discente 2010-2012 também registra informações sobre a moradia
dos alunos da graduação antes do ingresso na UFABC e atualmente, confirmando os percentuais
apurados pela pesquisa elaborada pela CO-UFABC, referentes ao acréscimo de população na cidade de
Santo André (cerca de 21% em 2012) para este segmento. As informações da pesquisa seguem
registradas na Tabela 30 apresentada abaixo.

Tabela 30: Moradia dos alunos de graduação antes do ingresso na universidade e atualmente
Local de moradia dos estudantes antes do ingresso Local de moradia atual dos estudantes
MUNICÍPIO na UFABC (2010-2012) (2010-2012)
Ano de 2010 Ano de 2011 Ano de 2012 Ano de 2010 Ano de 2011 Ano de 2012
Santo André 13,72% 14,17% 14,11% 37,17% 38,08% 35,48%
São Paulo 38,22% 37,82% 37,84% 35,13% 33,49% 34,06%
São Bernardo do Campo 11,31% 12,11% 12,10% 12,75% 13,45% 14,63%
São Caetano do Sul 3,07% 3,52% 3,46% 3,28% 3,89% 3,73%
Mauá 2,49% 2,70% 3,51% - - 3,73%
Outras Cidades da Grande SP 8,92% 10,05% 11,09%
Interior - SP 15,22% 12,34% 10,68%
Litoral - SP 3,92% 3,83% 4,06%
Minas Gerais - SP 1,84% 1,77% 1,34%
Outros Estados - SP 1,29% 1,66% 1,78%
Exterior - SP 0,00% 0,03% 0,03%
Outras Cidades 11,67% 11,08% 8,37%
TOTAL 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: Tabelas 6.1 e 7.1 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012, PROPLADI/UFABC, 2013.

Por fim, cabe reproduzir trecho extraído do EIV anterior que aponta para o adensamento dos
bairros do entorno, por conta do compartilhamento de residências por estudantes, projeção confirmada
através deste novo estudo, ainda que à época não houvesse informações precisas acerca do perfil
discente da UFABC:

Deve-se prever algum adensamento populacional no entorno próximo da UFABC –


áreas de vizinhança mediata I, IV e V, por conta do compartilhamento de residências
por estudantes, formando as “repúblicas” e também pela implantação de alojamentos
ou pensões, por tratar-se de uma universidade federal, com alguns cursos de
graduação pouco oferecidos no país, tais como Engenharia Aeronáutica e Engenharia
Urbana e Ambiental, além dos programas de pós-graduação. A projeção deste
adensamento é de difícil mensuração, face à inexistência de dados estatísticos que
proporcionem subsídio a qualquer estimativa, porém não se prevê, mesmo para a fase

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de operação plena da UFABC, o que deverá ocorrer dentro de 4 ou 5 anos,


adensamento que venha a causar impacto significativo na infra-estrutura urbana ou
nos serviços públicos disponíveis, prevendo-se reflexos, principalmente em caráter
especulativo, no mercado imobiliário (NUNES NETO, EIV UFABC, 2006).

Para ilustrar a ocorrência de oferta de moradia estudantil no entorno do câmpus, como


resultado de maior expressão quanto ao adensamento populacional induzido pelo empreendimento,
apresenta-se mapa com localização de moradia estudantil no raio de 500 metros no entorno do Câmpus
Santo André – Mapa 10.

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MAPA 10
Localização de moradia estudantil no entorno do Câmpus Santo André (R=500m)

91
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3.1.2.b. Adensamento por Alteração no Uso do Solo

Conforme conteúdo exposto no item “3.2.5.a.” deste documento - Demanda Gerada por
Atividades Associadas ao Empreendimento -, conclui-se que não haverá adensamento populacional
decorrente da atração de atividades similares e complementares ao empreendimento.

3.2. Uso e Ocupação do Solo

O projeto de ampliação e modificação parcial das edificações do Terreno Principal e o novo


projeto para o Terreno Anexo foram elaborados em conformidade com as disposições do Plano
Diretor do Município de Santo André – Lei Municipal n.º 8.696 de 17 de dezembro de 2004 e suas
alterações posteriores (Lei Municipal n.º 9.394, de 05 de janeiro de 2012), da Lei Municipal n.º 8.836 –
Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo da Macrozona Urbana do Município de Santo André
(LUOPS), bem como com as restrições de edificação previstas no Código de Obras do Município e
demais legislação pertinente aplicável. Considerando o enquadramento do empreendimento quanto ao
Nível de Incomodidade em “Incômodo Nível I”, foram adotados os parâmetros urbanísticos do uso
residencial multifamiliar da Zona de Qualificação Urbana, para o Terreno Principal, e da Zona de
Reestruturação Urbana para o Terreno Anexo, conforme disposições da LUOPS e da Lei Municipal
n.º 9.252, de 30 de agosto de 2010. Os principais índices resultantes do projeto, em sua concepção
definitiva, seguem consolidados na Tabela 31, apresentada na sequência.

Tabela 31: Parâmetros e Índices Urbanísticos resultantes do Projeto de Implantação do Câmpus


Santo André, conforme Concepção Definitiva
LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA
Plano Diretor - Lei Municipal n.º 8.696/2004

Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do S olo (LUOPS ) - Lei Municipal n.º 8.836/2006

Lei Municipal n.º 9.252/2010

Lei Municipal n.º 9.394/2012

TERRENO PRINCIPAL TERRENO ANEXO

Área do Terreno (m²) 76.684,13 17.446,26

Área Construída (m²) 108.231,60 33.264,00

Área de Construção Computável (m²) 87.927,59 26.316,04

Coeficiente de Aproveitamento 0,81 1,51

Área Ocupada no Terreno (m²) 18.210,00 4.027,48

Taxa de Ocupação 23,75% 23,09%

Área Permeável (m²) 17.088,00 3.322,77

Taxa de Permeabilidade no Terreno 22,28% 19,05%

92
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Fonte: Projeto de Implantação do Câmpus Santo André, conforme concepção definitiva – Terrenos Principal e
Anexo, 2014.

Quanto ao uso e ocupação do solo, é importante destacar que a eliminação do estacionamento


de veículos e a proposição de nova configuração para a Praça do Sol, em decorrência da implantação
do “Bloco L” no local, resultaram no aumento da área permeável no Terreno Principal e na redução
da taxa de ocupação no lote, em comparação aos índices do projeto conforme concepção original.

3.2.1. Insolação e Iluminação

Para verificação das condições de insolação e iluminação da Vizinhança Imediata com a


implantação do empreendimento, foram elaborados estudos de sombreamento a partir de volumetria
esquemática das edificações existentes no Câmpus Santo André (concluídas e em construç ão) e das
novas edificações projetadas para os dois terrenos da Universidade: Terreno Principal e Terreno
Anexo. Estes estudos estão apresentados através das Figuras 13 e 14, Projeção do Sombreamento –
Simulações, para o horário das 9h00 e das 15h00, respectivamente, contemplando os solstícios de
inverno e verão e os equinócios de outono e primavera.

Em complementação, foram elaborados mapas em escala ampliada – Mapa 10 e Mapa 11,


contendo, além da projeção do sombreamento, cálculo da extensão das sombras para os edifícios do
projeto original que apresentam maior altura (conforme EIV anterior) e para os novos edifícios
projetados para o Câmpus Santo André: Bloco L, no Terreno Principal e Bloco Anexo (Blocos H, I e
J) no Terreno Anexo.

3.2.1.a. Solstício de Inverno

No período da manhã (9h00), a sudoeste dos edifícios, o sombreamento se projeta para além da
área do empreendimento sobre a Avenida dos Estados, no Terreno Principal, e sobre a linha
ferroviária da CPTM, no Terreno Anexo.

No período da tarde (15h00), a sudeste dos edifícios, o sombreamento dos Blocos B e Anexo
se projetam para além da área do empreendimento sobre os edifícios ocupados pelo Carrefour e
Correios AC Tamanduateí, respectivamente. Na parte alta do Terreno Principal, a construção do
Bloco L resultará em projeção de sombreamento sobre parte da quadra conformada pelas ruas Abolição

93
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e Oratório, ocupada por edificações de uso comercial e de prestação de serviços, em sua maioria, além
de algumas poucas residências.

3.2.1.b. Equinócios

Nos equinócios de outono e primavera, o sombreamento descrito para o solstício de inverno se


repete, porém com sombras de menor altura, tanto pela manhã (9h00) como no período da tarde
(15h00).

Nestas ocasiões, no período da manhã (9h00), a Torre do Relógio (Bloco F) projetará sombra
reduzida sobre as edificações localizadas próximas à Rua Santa Carolina, voltadas para a Rua Santa
Adélia.

3.2.1.c. Solstício de Verão

Nesta estação, nos períodos da manhã e da tarde, a projeção do sombreamento dos edifícios
ocorrerá dentro dos limites dos Terrenos Principal e Anexo, à exceção da Torre do Relógio (Bloco F),
que no período da manhã (9h00) projetará sombra de menor altura, porém de maior largura, sobre
edificações voltadas tanto para a Rua Santa Carolina como para a Rua Santa Adélia, em comparação
com a projeção do sombreamento nos equinócios. No entanto, por se tratar de elemento esbelto, a
Torre do Relógio não irá comprometer as atuais condições de insolação destas construções mais
próximas ao Câmpus Santo André.

3.2.1.d. Impactos Identificados

O sombreamento do conjunto deverá ocorrer predominantemente dentro dos próprios terrenos


do empreendimento, pouco alterando e não prejudicando as condições de salubridade das ocupações no
entorno. Além do caráter legal imposto ao projeto, não se verifica pelo conjunto arquitetônico a ser
incorporado, em sua concepção definitiva, prejuízos quanto à insolação do entorno, conforme
demonstrado nos mapas e figuras a seguir.

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Conclui-se que não haverá impactos negativos decorrentes da ampliação da UFABC: os novos
edifícios projetados não resultarão em sombreamento de áreas públicas destinadas a praças, parques,
creches, equipamentos de educação infantil e saúde, como também não contribuirão para o
sombreamento total de edificações de uso residencial.

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FIGURA 13
Projeção de Sombreamento - Simulações para os solstícios de inverno e verão e
equinócios de outono e primavera no horário das 9h00

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FIGURA 14
Projeção de Sombreamento - Simulações para os solstícios de inverno e verão e
equinócios de outono e primavera no horário das 9h00

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MAPA 11
Projeção de Sombreamento - Solstício de Verão - 9h00

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MAPA 12
Projeção de Sombreamento - Solstício de Inverno - 15h00

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3.2.2. Ventilação

3.2.2.a. Mapa de Ventos e Circulação de Ar

A Universidade Federal do ABC, através do Centro das Engenharias, Modelagem e Ciências


Sociais Aplicadas (CECS), desenvolve pesquisas e ensino na área de energias renováveis, contando
com um grupo de professores que se dedica de forma mais aprofundada à energia eólica. Para a
realização das pesquisas e obtenção de informações precisas sobre a ação dos ventos na região, foi
instalado um anemômetro na cobertura do edifício já concluído e que apresenta maior altura no
Câmpus Santo André, o Bloco B.

A instalação deste equipamento possibilitou a coleta de informações sobre a velocidade e a


direção dos ventos naquele ponto, ao longo de um ano. Vários estudos científicos estão sendo
desenvolvidos com base nas informações obtidas. Ainda, os dados possibilitaram a elaboração do
caminhamento das massas de ar na região e a ação destas massas sobre as edificações existentes e seus
possíveis impactos.

Os dados coletados pelos professores da UFABC resultaram no gráfico reproduzido através da


Figura 15:

Figura 15: Gráfico da direção dos ventos

Fonte: Teixeira, 2011.

100
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O gráfico reproduzido acima aponta que ao longo do ano, duas são as direções de maior
intensidade de ventos sobre o Câmpus Santo André: sul-sudoeste e nordeste. Tais direções convergem
para a direção dos ventos habitualmente constatada pelas estações meteorológicas.

Com as informações obtidas pelo anemômetro da UFABC, foi possível elaborar dois estudos
demostrando as duas direções de maior ocorrência dos ventos ao longo do ano, e a influência sobre as
edificações do Câmpus Santo André e seu entorno. Nos mapas apresentados a seguir, as flechas
representam a atuação dos ventos predominantes e seu percurso em relação às edificações existentes.

3.2.2.b. Impactos Identificados

A partir dos estudos, conclui-se que tanto na direção sul-sudoeste como na direção nordeste, os
ventos não causam impactos relevantes, visto que as edificações estão dispostas de forma distribuída
sobre os dois lotes da UFABC, não ocorrendo canalização de ventos significativa e, portanto, sem
grandes consequências para a vizinhança.

Além do caráter legal imposto ao projeto, não se verifica pelo conjunto arquitetônico a ser
incorporado nos Terrenos Principal e Anexo, em sua concepção definitiva, prejuízos quanto à
ventilação do entorno, conforme demonstrado nos mapas a seguir – Mapa 13 e Mapa 14.

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MAPA 13
Ventilação e Circulação de Ar – Orientação Nordeste

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MAPA 14
Ventilação e Circulação de Ar – Orientação Sul-Sudoeste

103
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3.2.3. Incompatibilidades de Uso

Os projetos das novas instalações físicas previstas para o Câmpus Santo André, Bloco “L” e
Bloco Anexo, bem como as modificações parciais projetadas em edificações existentes, atendem aos
parâmetros da legislação vigente aplicável, notadamente no que diz respeito ao nível de geração de
ruído e emissão de fumaça e às medidas de atenuamento em situações especiais como áreas técnicas
destinadas à instalação de grupos geradores e chillers, que receberão tratamento acústico adequado.

3.2.4. Permeabilidade do Solo

3.2.4.a. Terreno Principal

O projeto aprovado para o Terreno Principal, segundo concepção original, apresenta taxa de
permeabilidade do solo igual a 20%. Na nova proposta, conforme concepção definitiva, a taxa de
permeabilidade aumentou para 22,28%. Este acréscimo resulta da eliminação do estacionamento sob a
Praça do Sol, configurada por laje de concreto em toda a sua extensão, e proposição de nova
configuração da praça, em decorrência da implantação do Bloco “L” no local.

A eliminação do estacionamento permitirá, de acordo com o novo projeto, que parte da praça
seja construída sobre terreno natural, o que não era possível antes, quando o piso da praça se constituía
em laje de concreto. Assim, o projeto a ser implantado contará também com espaços ajardinados, que
receberão cobertura vegetal, sendo parte sobre terreno natural e parte sobre laje de concreto que
conforma o pavimento inferior do Bloco “L”. O aumento da área permeável do empreendimento
acarretará em:

(i) Melhores condições de infiltração de águas superficiais no solo;


(ii) Menor sobrecarga no sistema de drenagem na ocorrência de chuvas intensas;
(iii) Melhor infiltração e, consequentemente, recarga dos aquíferos subterrâneos e preservação do
corpo d’água do Rio Tamanduateí.

Cabe consignar que parte das águas pluviais captadas pelo sistema de drenagem do Bloco “L”
será reutilizada para abastecimento das bacias sanitárias do novo edifício de laboratórios, em
complementação ao sistema de reuso em implantação no Terreno Principal.

104
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O volume de águas pluviais captado e não reutilizado será conduzido ao sistema de drenagem
já implantado no Terreno Principal, que conta com caixa de retardo com capacidade de 647 metros
cúbicos de armazenamento.

3.2.4.b. Terreno Anexo

A taxa de permeabilidade do Terreno Anexo, anterior à implantação do projeto, é de


aproximadamente 100%, considerando-se que não há construções no local, à exceção de pequena
guarita junto ao alinhamento predial do lote. De acordo com o Projeto Básico de implantação do Bloco
Anexo, a taxa de permeabilidade do solo é igual a 19,05%. Segundo disposições da LUOPS, para lotes
inseridos em bacias não-críticas com área superior a 1.000 metros quadrados, como no caso do
Terreno Anexo, a taxa de permeabilidade mínima é de 10%. Nestas condições, o índice resultante do
projeto atende às exigências legais, sem que seja necessário empregar medidas mitigadoras para
complementação da área permeável, como implantação de caixa de retenção, caixa de absorção, entre
outras medidas.

No entanto, em atendimento à Lei Estadual nº 12.526, o Terreno Anexo contará com caixa de
retardo com capacidade de retenção de 130 metros cúbicos, a ser instalado próximo ao alinhamento
predial do lote, na porção do terreno junto à divisa com o Motel Red Sky. Como no caso das instalações
físicas do Terreno Principal, as instalações do Terreno Anexo também contarão com sistema de
reuso de água, para abastecimento das bacias sanitárias dos edifícios Blocos H, I e J.

3.2.4.c. Impacto no Sistema de Drenagem Existente

Para o Terreno Principal e para o Terreno Anexo, toda a água pluvial captada e não
reutilizada será conduzida a caixas de retardo, com o objetivo de retenção das águas durante o período
de chuvas. Destas caixas de retardo, o volume de água armazenado será conduzido diretamente ao seu
destino final, o Rio Tamanduateí, sem que seja necessária passagem por sistema de drenagem
existente. Desta forma, a captação e condução das águas pluviais tanto no Terreno Principal como no
Terreno Anexo até o seu destino final não resultarão em impacto no sistema de drenagem existente no
entorno do Câmpus Santo André (sobre os equipamentos e redes de infraestrutura, ver item 3.4 deste
documento).

Para visualização da área permeável resultante do projeto conforme concepção definitiva,


apresenta-se ilustração produzida a partir do projeto de implantação do câmpus, Terreno Principal e
Terreno Anexo – através da Figura 16 e da Figura 17, respectivamente, com identificação e memória
das áreas consideradas no cálculo da taxa de permeabilidade do solo para os dois lotes.

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FIGURA 16
Planta de Implantação do Câmpus Santo André - Terreno Principal - Área
Permeável

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FIGURA 17
Planta de Implantação do Câmpus Santo André - Terreno Anexo - Área Permeável

107
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3.2.5. Atividades Complementares no Uso do Solo

3.2.5.a. Demanda Gerada por Atividades Associadas ao Empreendimento

Apesar do porte e relevância da edificação - empreendimento de uso extraordinário, destinado


ao ensino público superior, com área construída de aproximadamente 140 mil metros quadrados -, a
UFABC não demanda instalação de atividades complementares, pois traz seus próprios recursos para
operação.

As principais atividades desenvolvidas pela UFABC - ensino, pesquisa e extensão -, além das
atividades administrativas inerentes ao funcionamento de instituição de ensino superior, são realizadas
nos Câmpus da UFABC, por servidores públicos contratados pela Universidade (docentes ou técnicos
administrativos), além de funcionários terceirizados. Os edifícios alugados ou cedidos à universidade
no início das suas atividades na Região do ABC estão sendo desmobilizados, como a Unidade da
Avenida Atlântica, em Santo André, e o Colégio Salete, em São Bernardo, na medida do avanço das
obras.

Cabe consignar que as instalações físicas da universidade, nos dois câmpus, contam com
Restaurante Universitário (RU), com fornecimento de refeições diárias (bandejão), a preços
subsidiados para toda a comunidade discente (alunos de graduação e alunos de pós-graduação).

Apresenta-se, através da Tabela 32 e da Tabela 33, informações quanto à utilização do RU


pelos alunos de graduação e pós-graduação (quantidade de refeições servidas) no Câmpus Santo André
e quanto ao local de alimentação dos alunos durante a permanência na Universidade, respectivamente.

Tabela 32: Quantidade de refeições servidas no Restaurante Universitário do Câmpus Santo


André em 2013
Período das 11h00 às 14h00 Período das 17h30 às 19h30
graduação pós-graduação total graduação pós-graduação total
Janeiro 10.221 1.000 11.221 6.722 400 7.122

Fevereiro 11.954 2.099 14.053 6.733 916 7.649


Março 12.958 2.979 15.937 7.403 1.262 8.665

Abril 7.641 2.751 10.392 4.564 1.274 5.838

Maio 13.290 2.451 15.741 7.887 1.118 9.005

Junho 13.396 2.828 16.224 6.653 1.217 7.870

Julho 6.498 2.394 8.892 3.928 1.284 5.212

Agosto 16.704 2.959 19.663 10.057 2.952 13.009

Setembro 18.806 2.590 21.396 11.189 1.129 12.318

Outubro 9.538 2.570 12.108 5.773 1.070 6.843

Total 121.006 24.621 145.627 70.909 12.622 83.531

Fonte: UFABC em Números, 2014.

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Tabela 33: Local de alimentação durante a permanência na Universidade (2010-2012)

Onde você se alimenta durante o tempo Ano de 2010 Ano de 2011 Ano de 2012
de permanência na Universidade? (% )

Restaurante Universitário 72,48% 63,77% 45,14%


Na lanchonete 3,28% 7,62% 10,40%
No restaurante 2,94% 4,08% 6,56%
Trago marmita ou lanche de casa 3,33% 5,64% 13,50%
Não me alimento - - 21,87%
Outro / não responderam 18,35% 18,64% 2,52%
Total 100% 100% 100%
Fonte: Tabela 33.2 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012 - PROPLADI/UFABC, 2013.

A partir da análise dos dados da Tabela 32, verifica-se a ocorrência de volume significativo de
refeições no próprio câmpus, no Restaurante Universitário. De forma complementar, identifica-se, com
base nos resultados da Tabela 33, que o percentual de alunos que utiliza estabelecimentos do entorno
para alimentação, durante o período de permanência na universidade, é inexpressivo (16,96% do total
de alunos no ano de 201226 ).

Ressalta-se que, conforme já exposto no item 3.1.1. deste documento, o perfil socioeconômico
do corpo discente reflete na redução de demanda por comércio e serviços no entorno da universidade,
diferentemente do que acontece em outras universidades públicas e privadas, principalmente.

Com instalações provisórias no Terreno Principal desde o ano de 2006, instalações


consolidadas a partir do ano de 2010, ainda que parcialmente, mas já com os principais edifícios do
câmpus em operação (Blocos A, B e D), e com população de cerca de nove mil usuários atualmente, é
possível constatar que as demandas geradas pelo empreendimento, relativas a comércio e serviços, são
pequenas e que as atividades já existentes no entorno suportam esta demanda, considerando-se
inclusive a projeção de aumento de usuários para o ano de 2018.

26
Percentual correspondente à somatória das respostas “Na lanchonete” e “No restaurante” (Tabela 33).

109
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3.3. Valorização Imobiliária

3.3.1 Diagnóstico do Mercado Imobiliário

O período de implantação da UFABC (2006-2014) coincide com o período de aquecimento do


mercado imobiliário no país, alavancado por diversos fatores associados (ampliação do crédito,
redução das taxas de juros, aumento do nível de emprego e dos salários, entre outros), o que tem
resultado na construção de novos empreendimentos distribuídos em toda a cidade.

Neste cenário, os valores dos imóveis e da terra urbana sofreram aumentos vertiginosos, em
todos os bairros da cidade, muito superiores aos índices oficiais ou de mercado utilizados para o
reajuste de preços de imóveis para locação ou para o cálculo da inflação. Dentro deste contexto, cabe
destacar a importância assumida pela Região do ABC na oferta de moradia aos paulistanos, com
lançamento de imóveis com preços 30% inferiores aos praticados na capital paulista. Este acréscimo de
demanda também contribuiu para a valorização dos imóveis perante o mercado consumidor.

Na Tabela 34, apresenta-se evolução do valor médio por metro quadrado para apartamentos à
venda no período compreendido entre os meses de dezembro de 2010 a março de 2014, em 11 bairros
da cidade, com destaque (em amarelo) para os bairros da Vizinhança Mediata da UFABC:

Tabela 34: Evolução do Valor Médio por M² para apartamentos à venda (todos os quartos) em 11
bairros de Santo André
BAIRROS OFERTA DE % em relaçao DIS TRIBUIÇÃO DA OFERTA
IMÓVEIS ao TOTAL
venda locação locação
temporada
Parque Jaçatuba 54 1,22% 52 5 1
Bangu 89 2,00% 80 11 2
Santa Terezinha 92 2,07% 79 17 1
Vila Curuça 148 3,33% 136 14 1
Vila Guiomar 247 5,56% 230 19 1

Centro 347 7,81% 247 115 2


Vila Bastos 426 9,59% 352 87 1

Parque das Nações 431 9,70% 375 63 1


Vila Assunção 589 13,25% 528 69 1
Campestre 966 21,74% 854 124 2
Jardim 1.055 23,74% 861 232 2
TOTAL 4.444 100,00% 3.794 756 15

Fonte: Portal ZAP IM ÓVEIS, 2014.

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Os dados registrados na Tabela 34 apontam para (i) aumento médio de 43,88% no valor do
metro quadrado dos imóveis, em um período de aproximadamente quarenta meses, (ii) tendência de
equiparação do preço dos imóveis em torno de R$ 4.600,00/m², à exceção dos Bairros Campestre e
Jardim, que apresentam valores mais altos para o metro quadrado para imóveis à venda (R$
5.008,00/m² e R$ 5.676,00/m², respectivamente), e (iii) aumento mais expressivo de valores dos
imóveis, neste período, nos Bairros Parque das Nações, Vila Guiomar e Santa Terezinha.

Cabe consignar que, segundo os índices INPC – Geral e IPC FIPE – Geral 27 , a inflação
acumulada no período de dezembro de 2010 a março de 2014 foi de 22,15% e 18,71%,
respectivamente.

Quanto ao valor e à oferta de terrenos na Vizinhança da UFABC, apresenta-se, através da


Tabela 35, cálculo do valor médio do metro quadrado em três bairros da Vizinhança Mediata, a partir
do preço de quatorze terrenos à venda, listados no Anexo 01 deste documento:

Tabela 35: Cálculo do Valor Médio por m², a partir de terrenos à venda na Vizinhança Mediata
BAIRROS Identificação Valor/m² Área Valor Total
(R$) (m²) (R$)

Parque terreno 1 1.568,63 255,00 400.000,00


das
terreno 2 1.992,00 266,00 529.872,00
Nações
terreno 3 2.000,00 500,00 1.000.000,00
terreno 4 2.000,00 280,00 560.000,00
terreno 5 2.121,00 448,00 950.208,00
terreno 6 2.575,00 4.000,00 10.300.000,00
terreno 7 2.169,00 438,00 950.022,00
valor médio (R$) 2.060,80
Santa terreno 8 1.239,00 339,00 420.021,00
Terezinha
terreno 9 1.444,44 900,00 1.300.000,00
valor médio (R$) 1.341,72

Vila terreno 10 1.911,00 255,00 487.305,00


Curuçá
terreno 11 2.320,00 266,00 617.120,00

terreno 12 2.200,00 500,00 1.100.000,00

terreno 13 2.338,00 280,00 654.640,00


terreno 14 2.140,00 448,00 958.720,00
valor médio (R$) 2.181,80

Fonte: PORTAL ZAP IM ÓVEIS, 2014.

27
Disponível em: http://economia.uol.com.br/financas-pessoais/calculadoras/2013/01/01/indices-de-inflacao.htm.

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Para subsidiar verificação do aumento do preço da terra durante os anos de implantação da


UFABC, segue reproduzido abaixo trecho extraído do EIV anterior, elaborado em 2006, no qual há
registros do preço de terrenos nos bairros da Vizinhança Mediata Parque das Nações, Santa Terezinha e
Vila Curuçá:

Área II - Santa Terezinha: [..] Estima-se atualmente, para os terrenos com vocação
comercial, preço em torno de R$ 600,00 / m² e de R$ 400,00 / m² em áreas
residenciais onde não há histórico de inundações […];
Área III – Parque das Nações – Parte Alta: [...] Os preços para terrenos, em torno de
R$ 500,00 / m², tendem a se valorizar a médio prazo, em função das ações
promovidas pelo Projeto Eixo Tamanduatehy e por reflexos das operações urbanas a
se realizarem à sua volta [...];
Área V - Vila Curuçá – Parte Alta: [...] O preço dos terrenos deve estabilizar-se em
torno de R$ 500,00 / m² (NUNES NETO, EIV UFABC, 2006).

Com base nos valores extraídos do EIV 2006 e nos valores médios constantes da Tabela 35,
calcula-se que, desde o início da implantação da UFABC, o preço do metro quadrado dos terrenos em
Santa Terezinha aumentou cerca de 268%, enquanto que nos Bairros Parque das Nações e Vila Curuçá,
este percentual chegou a aproximadamente 400%.

Entretanto, segundo os índices INPC – Geral e IPC FIPE – Geral 28 , a inflação acumulada no
período de setembro de 2006 a março de 2014 foi de 53,17% e 47,34%, respectivamente. A partir dos
valores apurados infere-se que o preço da terra apresentou aumento bastante significativo no período,
como reflexo direto do mercado imobiliário aquecido, principalmente, e da oferta reduzida de imóveis
com potencial para a incorporação de novos empreendimentos na cidade.

A apresentação dos dados relativos à evolução dos valores dos imóveis e de terrenos no
período de implantação da universidade teve como objetivo demonstrar que, neste cenário de
aquecimento do mercado imobiliário, a medida e o cálculo da valorização da terra como consequência
direta da implantação da UFABC é tarefa de difícil mensuração, bem como a projeção de valorização
futura, considerando-se a conclusão das instalações físicas conforme concepção definitiva de projeto. O
preço dos imóveis sofre influência de diversas e diferentes variáveis, entre as quais: política
macroeconômica, equilíbrio entre demanda e oferta e, no caso, atratividade que a universidade exerce
e/ou poderá exercer sobre o mercado, a médio e longo prazo.

28
Disponível em: http://economia.uol.com.br/financas-pessoais/calculadoras/2013/01/01/indices-de-inflacao.htm

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3.3.2 Atributos de Valorização dos Imóveis

3.3.2.a. Atratividade Gerada pelo Empreendimento

Apresenta-se, na sequência, através da Tabela 34, quadro com oferta de imóveis em diversos
bairros de Santo André no período entre os meses de março e abril de 2014, com destaque (em
amarelo) para os bairros da Vizinhança Mediata da UFABC:

Tabela 36: Oferta de imóveis em 11 bairros de Santo André


BAIRROS OFERTA DE % em relaçao DIS TRIBUIÇÃO DA OFERTA
IMÓVEIS ao TOTAL
venda locação locação
temporada
Parque Jaçatuba 54 1,22% 52 5 1

Bangu 89 2,00% 80 11 2

Santa Terezinha 92 2,07% 79 17 1


Vila Curuça 148 3,33% 136 14 1
Vila Guiomar 247 5,56% 230 19 1
Centro 347 7,81% 247 115 2
Vila Bastos 426 9,59% 352 87 1

Parque das Nações 431 9,70% 375 63 1


Vila Assunção 589 13,25% 528 69 1
Campestre 966 21,74% 854 124 2
Jardim 1.055 23,74% 861 232 2
TOTAL 4.444 100,00% 3.794 756 15
Fonte: PORTAL ZAP IM ÓVEIS, 2014.

A partir dos dados da Tabela 36, conclui-se que, à exceção do Bairro Parque das Nações, os
demais bairros que compõem a Vizinhança Mediata do empreendimento - Parque Jaçatuba, Bangu,
Santa Terezinha e Vila Curuçá, apresentam baixa oferta de imóveis tanto para venda como para
locação, com percentual pouco expressivo em relação à dinâmica em outros bairros da cidade como
Vila Assunção, Bairro Campestre e Bairro Jardim, onde há maior oferta de imóveis.

De forma complementar, pode-se verificar, a partir da observação do entorno da universidade,


que não há empreendimentos novos ou em construção nas Vizinhanças Imediata e Mediata da UFABC
como em outros bairros da cidade. O quadro descrito pode ser considerado um indicativo de que a
UFABC, por si só, não representa vetor de atração imobiliária. Com o mercado aquecido, há outras
áreas da cidade, próximas a shoppings ou centros de bairro com maior oferta de serviços e comércio e

113
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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

com lotes maiores, que apresentam maior facilidade e vantagens para a incorporação e que são
preferidos pelo mercado em relação aos terrenos dos bairros vizinhos à UFABC.

Até período recente, os folders de lançamentos imobiliários no entorno da universidade não


mencionavam a proximidade com a UFABC como um atrativo para os novos empreendimentos. Esta
situação tem se alterado nos últimos meses, quando um número maior de folders de empreendimentos
na Vizinhança Mediata do Câmpus Santo André tem incluído a UFABC como um atrativo para o
empreendimento, como outros estabelecimentos comerciais, shoppings e parques da cidade.

Além da constatação de que não há empreendimentos habitacionais de maior porte atraídos


para o entorno em função da implantação da universidade, verifica-se a formação de mercado
imobiliário, em escala e porte reduzidos, voltado à produção e locação de quitinetes, tipologia que vem
se consolidando como uma das alternativas de moradia estudantil para os alunos que se mudam para o
entorno do Câmpus Santo André, durante o tempo de permanência na UFABC. Em complementação,
imóveis do entorno da universidade têm se transformado em repúblicas de estudantes, com redução da
vacância e dinamização do mercado de locação de imóveis nas proximidades do câmpus. Apresenta-se,
através da Figura 18, reprodução do portal Morar UFABC29 , que concentra e divulga vagas para
moradia estudantil em diferentes tipologias: repúblicas, pensionatos, quitinetes, apartamentos e casas.

Figura 18: Oferta de moradia estudantil no entorno do Câmpus Santo André

Fonte: PORTAL M ORAR UFABC, 2014.

29
Disponível em: http://morarufabc.com.br/

114
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A partir da Figura 18, pode-se identificar a predominância de vagas em repúblicas (destacadas


em azul), e concentração de moradia estudantil nas Vizinhanças Imediata e Mediata do Câmpus Santo
André. Para ilustração destas tipologias, apresenta-se Figura 19, com imagens de repúblicas, edifícios
compostos por quitinetes e outras tipologias utilizadas como moradia estudantil nas proximidades da
UFABC.

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FIGURA 19
Relatório Fotográfico - Moradias Estudantis no Entorno do Câmpus Santo André

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3.3.2.b. Melhoramentos de Serviços e Infraestrutura Urbana

A UFABC se constitui em elemento de valorização do território onde está inserida: é um


equipamento urbano conformado por conjunto arquitetônico relevante, cuja implantação, quando
concluída segundo concepção definitiva de projeto, resultará em maior qualidade das condições
urbanas e ambientais locais. Diversas obras projetadas tanto no Terreno Principal como no Terreno
Anexo já contribuem ou contribuirão para a melhoria da infraestrutura local: construção de passarela
de pedestres, implantação de dispositivos de drenagem, notadamente as caixas de retardo, recuperação
e tratamento das faixas de APPs nos dois terrenos, plantio de espécies arbóreas nativas conforme
projeto aprovado no DEPAVE, remediação de passivo ambiental existente no Terreno Principal
(antigo posto de gasolina da Secretaria de Obras), além do próprio conjunto arquitetônico, que conta
com pequenas praças e parque linear aberto a toda cidade.

Naturalmente, todos estes atributos do empreendimento já resultam e resultarão em alguma


valorização, principalmente da Vizinhança Imediata do câmpus, porém, conforme já exposto
anteriormente, de difícil mensuração em um cenário de aumento de preços decorrente do mercado
imobiliário aquecido. Considerando-se a expansão territorial da UFABC para o outro lado da Avenida
dos Estados, através da construção do Bloco Anexo e da passarela de pedestres, a universidade se
projetará como vetor de atração de possíveis novos empreendimentos e de valorização dos terrenos do
seu entorno.

3.3.3 Atributos de Desvalorização dos Imóveis

Não se verifica atributos que possam provocar desvalorização da terra no entorno, em


decorrência da implantação do Câmpus Santo André da Universidade Federal do ABC.

3.3.4. Riscos de Expulsão da População Local

Não se verifica aspectos que possam provocar expulsão da população moradora na Vizinhança
Imediata do empreendimento. Conforme já apresentado neste documento, a demanda por serviços e
comércio no entorno é reduzida, dada as características da população discente (maioria dos usuários) e,
neste contexto, as atividades existentes suportam a nova demanda. Cabe consignar que a população
atual de 8.765 pessoas, entre alunos e funcionários da universidade, representa cerca de 90% da
população projetada para os próximos cinco anos, estimada em 10.036 usuários, no total.

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Considerando o tempo de operação da UFABC, pode-se constatar a ocorrência de duas


situações distintas no entorno do empreendimento, em decorrência da demanda por moradia estudantil:
(i) substituição, em pequena escala, de população formada por antigos moradores do bairro, que
vislumbraram a oportunidade de incremento na renda a partir da locação de seus imóveis para
estudantes da UFABC e (ii) venda, em escala reduzida, de terrenos para a construção de tipologia
“quitinete”. Nestas duas situações, a saída dos moradores se dá por opção e não por expulsão.

No EIV anterior, a demanda para a locação de imóveis no entorno do empreendimento foi


prevista, notadamente no Conjunto “Casas Populares”, devido à proximidade com o câmpus e aos
valores praticados de aluguel, conforme reprodução abaixo:

Nesta vila deverá haver demanda para locação de imóveis, principalmente por
estudantes vindos de outras regiões de São Paulo ou mesmo de outros Estados, por
sua proximidade com o campus e pelo valor do aluguel, não superior a R$ 400,00,
com a possibilidade de compartilhamento por outros colegas, tratando -se de imóveis
de 02 dormitórios. Tal possibilidade pode provocar alguma especulação neste
conjunto, com elevação dos valores de locação para até R$ 500,00 ou 600,00 mensais
(NUNES NETO, EIV UFABC, 2006).

Com o aquecimento do mercado de locação de imóveis, atualmente o valor do aluguel no


Conjunto “Casas Populares” gira em torno de R$ 1.000,00 a R$ 1.200,00, dependendo da quantidade
de cômodos e/ou dormitórios da residência, tendo-se por regra para o cálculo do valor total do aluguel,
a adoção da fração de R$ 350,00 a R$ 400,00 por estudante.

Conclui-se, desta forma, que não há expulsão de moradores, mas a geração de um novo tipo de
negócio que não existia na Vizinhança Imediata e Mediata do empreendimento: a locação de imóveis e
a construção de moradia estudantil para o atendimento da nova demanda habitacional decorrente da
implantação do Câmpus Santo André da UFABC.

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3.4. Equipamentos Urbanos

3.4.1. Redes de água, esgoto e drenagem de águas pluviais

3.4.1.a. Terreno Principal

Neste lote que compõe o Câmpus Santo André, as redes de água, esgoto e drenagem
encontram-se em fase final de implantação, de acordo com os projetos aprovados pelo SEMASA,
elaborados conforme diretrizes emitidas pela autarquia à época da realização do Concurso Público para
a escolha de projeto para o câmpus sede da UFABC. Estas diretrizes foram apresentadas neste
documento, através do item “2.2.3.c.” - Infraestrutura Urbana. Para a expansão pretendida no lote,
através da construção do Bloco “L”, foram emitidas diretrizes complementares pelo SEMASA,
também disponibilizadas no item “2.2.3.c”.

Quanto ao abastecimento de água, as instalações do Terreno Principal contam com


reservatório inferior, já construído, com capacidade igual a 1.115 metros cúbicos, além de reservatório
superior, em construção (Bloco F), com capacidade de cerca de 300 metros cúbicos. Ambos os
reservatórios estão divididos em células para água potável, água de reuso e reserva de incêndio. O
abastecimento de água dos edifícios em operação, Blocos A e D, se dá de forma provisória, através de
caixas d’água instaladas na Área Externa e nas lajes de cobertura do Bloco A, enquanto os
reservatórios e a rede de distribuição não estejam totalmente concluídos. Para o abastecimento do
Bloco B, os reservatórios superiores e as redes executadas correspondem ao sistema definitivo.

De acordo com informações disponibilizadas pela Prefeitura Universitária, o consumo médio


de água registrado no ano de 2013, relativo aos hidrômetros que abastecem as instalações da UFABC30 ,
à exceção do RU, foi de aproximadamente 3.000 m³/mês.

Para o Bloco “L”, foi projetado sistema para abastecimento, reserva e distribuição de água
independente do sistema projetado na concepção original do câmpus: o novo edifício conta com
hidrômetro dedicado e reservatório inferior não enterrado, constituído por caixas d’água em fibra de
vidro localizadas no pavimento inferior do edifício. No total, a capacidade armazenada é de 180 metros
cúbicos, sendo parte destinada à reserva de água potável e à reserva de incêndio e parte destinada à
reserva de água de reuso. O abastecimento de água no edifício de laboratórios será realizado através de
redes pressurizadas, sistema que dispensa reservatórios superiores.

30
Ligações 242888 e 118352, respectivamente.

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Quanto ao esgotamento sanitário, as redes projetadas para o Terreno Principal encontram-se


praticamente concluídas, restando apenas os trechos localizados no entorno do Centro Cultural (Bloco
C) e do Centro Esportivo (Bloco E). O projeto aprovado prevê quatro ligações de esgoto entre as redes
internas e as redes externas existentes nas ruas do entorno do câmpus - Avenida dos Estados e Rua
Santa Adélia -, sendo que duas ligações já foram executadas.

Para o esgotamento dos efluentes do Bloco “L”, por orientação do SEMASA, foi projetada
nova rede interna que, em seu trecho final, interliga-se com trecho já executado da rede de esgoto do
câmpus que recebe os efluentes do RU e do Bloco B. Esta solução de projeto resulta em eliminação de
possível sobrecarga da rede de esgoto existente na Rua Abolição, que já se encontra com utilização
próxima do seu limite, segundo informações obtidas em reunião com o SEMASA.

Quanto à drenagem no Terreno Principal, o sistema projetado encontra-se em operação e


conta com caixa de retardo, em atendimento à Lei Estadual n.º 12.526, além de redes de captação de
águas pluviais. Parte das redes conduz as águas captadas nas coberturas dos edifícios e nas lajes
impermeabilizadas até o reservatório inferior de água de reuso, e parte conduz as águas captadas na
Área Externa (pisos e estacionamento) até a caixa de retardo, localizada na esquina da Avenida dos
Estados com a Rua Santa Adélia. Este dispositivo de drenagem implantado no câmpus apresenta
capacidade de armazenamento igual a 647,80 metros cúbicos, volume superior ao mínimo necessário
exigido por lei. Em complementação ao sistema projetado, foi executada galeria subterrânea, interna ao
câmpus, para desvio da rede pública de drenagem existente na Rua Abolição, configurando faixa de
servidão de passagem no Terreno Principal, além de duas travessias sob a Avenida dos Estados para
condução do volume armazenado na caixa de retardo e das águas provenientes da galeria da Rua
Abolição até o seu destino final, o Rio Tamanduateí.

Para o Bloco “L”, foi projetado sistema independente de reaproveitamento de águas pluviais,
subdividido em quatro subsistemas: captação, tratamento, armazenamento e distribuição. O sistema de
captação direciona todas as águas de coberturas e lajes impermeabilizadas para a caixa de retardo. Parte
da água armazenada na caixa de retardo passa por um sistema de tratamento em nível básico, composto
por filtro de partículas sólidas e cloração, tendo como destino final os reservatórios de armazenamento,
separados dos reservatórios de água potável, localizados no pavimento inferior do edifício. A
distribuição da água de reuso destina-se apenas ao abastecimento da rede sanitária, por meio de sistema
de pressurização e tubulações individualizadas, sem interligação física com as demais redes do edifício.
O excedente não reaproveitado foi direcionado para a caixa de retardo prevista no projeto original, uma
vez que a mesma está com sua capacidade acima do mínimo necessário calculado conforme Lei
Estadual n.º 12.526, mesmo com esta contribuição adicional.

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3.4.1.b. Terreno Anexo

Para elaboração dos projetos de infraestrutura para as novas instalações da UFABC no


Terreno Anexo, foram solicitadas diretrizes ao SEMASA quanto às redes de água e esgoto e sistema
de drenagem, também apresentadas através do item “2.2.3.c” deste documento.

Quanto ao abastecimento de água, o Projeto Básico do Bloco Anexo conta com três
reservatórios inferiores, sendo um para reserva de água potável, com capacidade de cerca de 100
metros cúbicos, e dois para reserva de água de reuso (enterrados), com capacidade de cerca de 30
metros cúbicos, ambos localizados na Área Externa do Bloco Anexo. Para reserva superior de água,
foram previstos quatro reservatórios independentes, localizados nas coberturas dos edifícios Blocos I e
J, sendo dois reservatórios para armazenamento de água potável (capacidade de cerca de 100 metros
cúbicos cada) e dois reservatórios para armazenamento de água de reuso (capacidade de cerca de 65
metros cúbicos cada). O edifício Bloco H, destinado a laboratórios no pavimento inferior e
almoxarifados nos demais pavimentos, não necessita de reserva superior de água, uma vez que seu
consumo é baixo e, desta forma, o suprimento de água deste bloco é proveniente do reservatório
superior do edifício Bloco I, por gravidade.

Em relação às redes de esgoto, os efluentes captados no Bloco Anexo, provenientes dos vasos
sanitários, serão conduzidos para rede pública em fase de implantação na Avenida dos Estados, através
de interligação projetada no passeio público, junto ao alinhamento predial, na divisa do Terreno
Anexo com o lote ocupado pelos Correios AC Tamanduateí, conforme diretrizes do SEMASA. Os
demais efluentes, provenientes de pias e tanques (águas cinzas), serão conduzidos a reservatório
enterrado projetado para tratamento destes efluentes e armazenamento para posterior reutilização.

Quanto ao sistema de drenagem, em atendimento à Lei Estadual n.º 12.526, o projeto conta
com caixa de retardo localizada na porção do Terreno Anexo próxima à Avenida dos Estados, junto à
divisa com o Motel Red Sky, com capacidade de 130 metros cúbicos. Para este dispositivo do sistema
de drenagem são conduzidas as águas captadas na Área Externa do Bloco Anexo (pisos e
estacionamento), cujo destino final é o Rio Tamanduateí. Em complementação ao sistema, as águas
pluviais captadas nas coberturas dos edifícios e nas lajes impermeabilizadas são conduzidas ao
reservatório enterrado projetado para tratamento e armazenamento destas águas, para posterior
reutilização. Como no Bloco “L”, a distribuição da água de reuso destina-se apenas ao abastecimento
da rede sanitária, por meio de tubulações individualizadas, sem interligação física com as demais redes
do edifício.

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Na sequência, apresenta-se memória de cálculo de dimensionamento das caixas de retardo


projetadas para o Terreno Principal e Terreno Anexo, de acordo com as taxas de permeabilidade
resultantes dos projetos de implantação conforme concepção definitiva, já apresentados através das
Figuras 16 e 17 deste documento.

Para visualização das instalações relativas às redes de abastecimento de água, coleta de esgoto,
sistema de drenagem e águas pluviais, apresenta-se ilustração a partir da implantação do câmpus
conforme concepção definitiva – Terreno Principal e Terreno Anexo, Figura 20 e Figura 21,
respectivamente, com indicação dos sistemas projetados e das obras executadas e a executar.

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Memorial de Cálculo – Reservatório de Retardo – Terreno Principal

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Memorial de Cálculo – Reservatório de Retardo – Terreno Anexo

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FIGURA 20
Planta de Implantação do Câmpus Santo André - Terreno Principal – Equipamentos
Urbanos

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FIGURA 21
Planta de Implantação do Câmpus Santo André - Terreno Anexo – Equipamentos
Urbanos

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3.4.2. Rede de energia elétrica

3.4.2.a. Terreno Principal

As instalações elétricas já executadas no Terreno Principal contemplam a construção de


cabine primária de entrada e medição de energia em média tensão, responsável pela alimentação
elétrica de todos os edifícios projetados para o câmpus em sua concepção original, conforme projeto
aprovado na concessionária de energia AES Eletropaulo. Com os Blocos A, B e D em operação, além
das obras em execução, o consumo médio de energia elétrica registrado no ano de 2013 no Câmpus
Santo André, segundo informações disponibilizadas pela Prefeitura Universitária, foi de
aproximadamente 428.872 KWh / mês.

Para a expansão pretendida no Terreno Principal, foram solicitadas diretrizes para a


concessionária de energia. O projeto em aprovação na AES Eletropaulo prevê o fornecimento de
energia para o novo edifício de laboratórios, a partir da ampliação das instalações originais da cabine
primária e execução de rede de média tensão entre o trecho compreendido pela entrada de energia do
câmpus e a área técnica do Bloco “L”, onde serão instalados quadros principais de média tensão, que
alimentam transformadores e respectivamente quadros gerais de baixa tensão, que distribuirão energia
pelas linhas internas do edifício por meio de barramentos blindados e cabos elétricos.

Para casos de falhas na rede da concessionária AES Eletropaulo, os edifícios possuem grupos
geradores para alimentação das cargas essenciais, tais como iluminação de emergência, elevadores,
sistemas de segurança, bombas de água e laboratórios de pesquisa.

3.4.2.b. Terreno Anexo

As instalações elétricas projetadas para os edifícios que serão implantados no Terreno Anexo
possuem conceito similar ao que foi aplicado no Terreno Principal. Foi projetada junto ao
alinhamento predial do lote, junto à divisa com os Correios AC Tamanduateí, cabine primária de
entrada e medição de energia em média tensão, que através de linha de média tensão enterrada pela
implantação do câmpus e conectada aos quadros principais de média tensão, promovem o suprimento
dos edifícios por meio de transformadores, quadros gerais de baixa tensão e linhas internas com
barramentos blindados e cabos elétricos.

Para casos de falhas na rede da concessionária AES Eletropaulo, os edifícios possuem grupos
geradores para alimentação das cargas essenciais, tais como iluminação de emergência, elevadores,
sistemas de segurança bombas de água e laboratórios de pesquisa.

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Para visualização das instalações relativas às redes de distribuição de energia no Terreno


Principal e Terreno Anexo, ver Figura 20 e Figura 21, respectivamente, com indicação dos sistemas
projetados e das obras executadas e a executar.

3.4.3. Rede de telefonia

Quanto aos sistemas de telecomunicações (voz e dados), a UFABC possui infraestrutura


própria e independente através de cinco “links” dedicados em fibra óptica, de operadoras diferentes,
para obter-se redundância e, portanto, não provocam impactos nos sistemas externos da região. O
sistema atual descrito possui capacidade para suportar as futuras ampliações pretendidas pela
universidade: Bloco L e Bloco Anexo.

3.4.4. Rede de gás canalizado

No Terreno Principal, as redes condominiais projetadas de gás canalizado ainda não foram
concluídas e, desta forma, o abastecimento das instalações físicas em operação no Câmpus Santo
André é feito, de forma provisória, por botijões de gás GLP instalados em abrigos junto ao Restaurante
Universitário (Bloco D) e ao Bloco B.

Segundo informações disponibilizadas pela Prefeitura Universitária, no ano de 2013 foram


adquiridos 7 botijões de gás GLP com capacidade de 13 kg e 2 botijões de gás GLP com capacidade de
45 kg, para o abastecimento dos edifícios em operação em Santo André, Blocos A, B e D.

Após a conclusão das redes condominiais, o abastecimento será realizado através de rede de
gás canalizado da concessionária CONGÁS.

Para o Terreno Anexo, considerando-se o baixo consumo projetado, o abastecimento de gás


para os edifícios Blocos H, I e J será realizado através de gás GLP em botijões e não por gás
canalizado, proveniente da rede da concessionária Congás.

3.4.5. Sistema de coleta de resíduos sólidos

No Terreno Principal, foram projetados dois abrigos de resíduos: um abrigo geral, localizado
junto ao acesso de pedestres da Rua Santa Adélia, próximo à entrada de energia, e outro abrigo

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localizado na Rua Abolição, para atendimento do Restaurante Universitário. Este último abrigo terá sua
localização alterada para área interna ao câmpus, de acordo com conteúdo exposto no item “2.2.2.a”
deste documento.

Estes abrigos de resíduos ainda não foram executados e, desde o início das atividades da
UFABC no Câmpus Santo André, a coleta de resíduos sólidos - orgânicos e recicláveis -, é realizada
pelo SEMASA, de forma provisória. Segundo informações repassadas pela Prefeitura Universitária, os
resíduos são armazenados em contêineres com capacidade de 1000 litros, dispostos em área interna do
câmpus acessível aos caminhões da autarquia municipal que realizam a coleta dos resíduos orgânicos
às segundas, quartas e sextas e a coleta de resíduos recicláveis às terças, quintas e sábados.

Para o Terreno Anexo, o projeto básico de implantação do Bloco Anexo conta com abrigo de
resíduos em área próxima à Avenida dos Estados, junto à divisa do terreno com os Correios AC
Tamanduateí, com dimensionamento e compartimentação segundo diretrizes do Departamento de
Resíduos Sólidos (DRS) do SEMASA.

Em complementação, cabe registrar que a coleta de resíduos sólidos gerados no câmpus


universitário é objeto de análise pelo SEMASA, no processo de licenciamento ambiental do
empreendimento.

Em resumo:

- As obras de infraestrutura já executadas e em execução atendem as diretrizes das


concessionárias;

- O aumento de demanda por equipamentos de infraestrutura urbana em decorrência da


expansão pretendida - consumo de água, geração de efluentes sanitários, drenagem superficial,
consumo de energia elétrica -, será solucionado pela adequação dos novos edifícios às diretrizes
estabelecidas pelas empresas fornecedoras destes serviços;

- A fim de diminuir a demanda pelo consumo de água potável e de reduzir a contribuição nas
redes de drenagem do entorno, haverá armazenagem e reuso de águas pluviais captadas na cobertura e
lajes impermeabilizadas dos novos edifícios - Bloco “L” e Bloco “Anexo”, que serão utilizadas na rede
sanitária;

- A captação e condução das águas pluviais não reutilizadas e armazenadas nas caixas de
retardo até o seu destino final – o rio Tamanduateí, tanto no Terreno Principal como no Terreno

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Anexo, não resultarão em impacto no sistema de drenagem existente no entorno do Câmpus Santo
André;

- A oferta de serviços de infraestrutura no Terreno Principal, que conta com os Blocos A, B e


D em operação e uma população de aproximadamente nove mil usuários, além de construções
remanescentes em execução, é realizada sem o comprometimento do atendimento no entorno do
empreendimento.

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3.5. Equipamentos Comunitários

3.5.1. Equipamentos de Educação

3.5.1.a. Demanda Gerada pelo Empreendimento

A fim de caracterizar a demanda por equipamentos públicos de educação surgida com a


implantação da UFABC, para o atendimento da comunidade acadêmica, em especial por vagas em
creche, apresenta-se a seguir os resultados de pesquisa realizada pela Universidade anualmente, desde
2009, a Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010 - 2012.

A respeito de sua representatividade para que se conheça o perfil dos estudantes de graduação
da UFABC, os autores da pesquisa afirmam:

Utilizando a metodologia para a maior adesão possível, a Instituição definiu a


semana de matrícula para aplicar a pesquisa. Em todos os anos em que a pesquisa foi
realizada, observou-se uma adesão positiva e importante para atender o objetivo
principal, de 2009 a 2011, a adesão foi de 95%, em média, dos alunos que acessaram
o sistema de matrícula. Em 2012 a pesquisa foi realizada em plataforma
independente do sistema de matrículas, e a adesão foi menor, cerca de 62%.
Entretanto o número de estudantes participantes foi significativo: foram 3.644 alunos
que participaram da pesquisa em um universo de 5.902 que acessaram o sistema de
matrícula (Pesquisa Censo e Opinião Discente UFABC 2010 /2011/ 2012, 2013).

A UFABC tem sua população composta em sua grande maioria por estudantes de graduação 31,
com predominância de idade na faixa etária de 18 a 25 anos, média atual de 22,74 anos, e variação
pouco significativa na separação por sexo ou turno de estudo, conforme dados à Tabela 37:

Tabela 37: Média de idade dos alunos da graduação (2010-2012)


ALUNOS POR TURNO OU SEXO 2010 2011 2012
Alunos diurno 20,72 21,18 21,45
Alunos noturno 22,90 22,97 23,52
Alunos sexo feminino 20,89 21,39 22,99
Alunos sexo masculino 22,27 22,38 23,00
MÉDIA DE IDADE 21,70 21,98 22,74
Fonte: Tabela 1.1 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012 - PROPLADI/UFABC, 2013.

Esta faixa etária por si só poderia gerar expectativas de novos nascimentos e atendimento em
equipamentos da rede pública de educação (creche e pré-escola) ou saúde.

31
Segundo dados da Tabela 14, em 2013 os alunos de graduação correspondem a 75% da população total e, em 2018,
corresponderão a 73% da população total.

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Na Tabela 38, pode-se verificar que há um índice muito alto de alunos (93,08% do total,
conforme média dos anos de 2010 a 2012) que não possuem relação de casamento ou companheirismo
conjugal.

Tabela 38: Distribuição percentual dos graduandos segundo o estado civil (2010 -2012)
Divorciado /
Casado / Reside com
ANO Solteiro Separado Viúvo
companheiro
Judicialmente
2010 93,47% 5,98% 0,55% -
2011 93,22% 6,16% 0,54% 0,08%
2012 92,56% 6,79% 0,63% 0,03%

Fonte: Tabela 3.1 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012 - PROPLADI/UFABC, 2013.

Na Tabela 39, que registra a distribuição dos alunos de graduação segundo o número de filhos,
pode-se observar que o percentual de estudantes sem filhos é bastante alto, em média 95,59% do total,
para os anos de 2010 a 2012:

Tabela 39: Distribuição percentual dos graduandos segundo o número de filhos (2010 -2012)

ANO Nenhum 1 filho Mais de 1 filho

2010 95,65% 2,65% 1,70%


2011 95,45% 2,72% 1,83%
2012 95,66% 2,61% 1,73%
MÉDIA 95,59% 2,66% 1,75%
Fonte: Tabela 4.1 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012 - PROPLADI/UFABC, 2013.

A partir dos dados das tabelas 14 e 39, foi elaborado cálculo estimado da quantidade total de
filhos dos alunos de graduação, considerando um número máximo de dois filhos por aluno: 407 para o
ano de 2013 e 452 para o ano de 201832 . No entanto, a definição da demanda por vagas de creche
depende de diversas variáveis, entre as quais: idade dos filhos, local de moradia e turno de estudo dos
pais, entre outros. Considerando que estas informações não constam da Pesquisa Censo e Opinião
Discente, adotou-se, para efeito de cálculo estimado desta demanda, os seguintes parâmetros: (i) 50%
do total de filhos dos alunos de graduação em idade de creche; (ii) percentual de alunos que já morava
ou se mudou para os bairros da Vizinhança Imediata e Mediata do empreendimento, correspondente a

32
Ano de 2013: 6.593 alunos (total), com 175 alunos com um filho (2,66% do total) e 116 alunos com mais de um filho
(1,75% do total). Ano de 2018: 7.326 alunos (total), com 195 alunos com um filho (2,66% do total ) e 128 alunos com mais de
um filho (1,75% do total ).

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21,84% do total33 e (iii) 50% do total de alunos no período da manhã e 50% no período noturno. Com
base nestes parâmetros, o cálculo da demanda máxima resultou em 22 vagas de creche para o ano de
2013 e 25 vagas de creche para o ano de 201834 .

Entretanto, não se pode afirmar que estas crianças têm representado demanda adicional nas
creches do entorno do Câmpus Santo André. Há outras alternativas, além de creche municipal, que
podem ser utilizadas pelos pais para o atendimento infantil: equipamentos privados, cuidadores
contratados ou cuidadores familiares. A UFABC, em sua política de Assistência Estudantil, possui um
programa que oferece auxílio financeiro aos estudantes mais carentes, através da modalidade “creche”,
constituindo-se em possibilidade de adoção de soluções privadas para o atendimento infantil por parte
dos estudantes com filhos. Diante do exposto, Infere-se, portanto, que o atendimento da demanda
gerada a partir da implantação da UFABC na rede pública municipal seja pouco significativo.

Quanto aos servidores públicos que possuem filhos em idade pré-escolar, tanto docentes
quanto técnicos administrativos, que juntos representam 10% da população total, estes recebem
auxílio-creche do Governo Federal para matricularem seus filhos em estabelecimentos privados. Foi
verificado junto à Coordenadoria Geral de Recursos Humanos (CGRH), da Pró-reitoria de
Administração (PROAD), que os servidores que fazem uso deste auxílio matriculam seus filhos em
estabelecimentos próximos à residência e não vizinhos ao local de trabalho. Portanto, os filhos dos
servidores públicos não contribuem para o comprometimento da infraestrutura educacional do
município.

3.5.1.b. Disponibilidade de Equipamentos

Verifica-se, a partir da planta a seguir - Mapa 15, que o entorno da área de estudo possui os
seguintes equipamentos públicos de educação:

(i) - EMEIEF Tarsila do Amaral, à Rua Angatuba, n.º 230 – Bairro Bangu; (ii) - E.E. Prof.
Oscavo de Paula e Silva (Ensino Fundamental e Ensino Médio), à Rua Pacaembu, n.º 96 – Bairro
Bangu; (iii) - E.E. Amaral Wagner (Ensino Médio), à Rua dos Aliados, n.º 332 – Bairro Bangu.

Além destes estabelecimentos públicos, o entorno do Câmpus Santo André conta com
estabelecimento privado, o Colégio Ideal, localizado à Rua Paulina Isabel de Queirós, n.º 7 – Bairro

33
Este total corresponde ao percentual de alunos que se mudou para a Vizinhança Imediata ou M edida do empreendimento
(18,85% do total), após o ingresso na UFABC, somado ao percentual de alunos que já morava em Santo André, nos bairros do
entorno (2,99% do total), conforme dados apurados através da pesquisa CO-UFABC.
34
Cálculo da demanda máxima para os anos de 2013 e 2018, com base nos parâmetros adotados: número total de crianças
multiplicado pelo percentual de crianças em idade de creche (50%), multiplicado pelo percentual de alunos residentes no
entorno da UFABC (21,84%), multiplicado pelo percentual de alunos do período matutino (50%).

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Bangu, com oferta de vagas na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Quanto a
creches municipais ou conveniadas com o município, não há oferta de equipamentos desta natureza no
entorno, considerando-se o raio de 500 metros a partir do empreendimento.

134
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MAPA 15
Localização de Equipamentos de Educação no entorno do Câmpus Santo André
(R=500m)

135
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3.5.2. Equipamentos de Saúde

3.5.2.a. Demanda Gerada pelo Empreendimento

Os dados estatísticos da Pesquisa Perfil e Opinião Discente, anteriormente mencionada, podem


ser aprofundados em relação à questão da saúde dos alunos da UFABC. A Tabela 40 vai demonstrar
que um percentual significativo de estudantes da graduação possui doenças crônicas que indicam a
necessidade de suporte da Universidade.

Tabela 40: Percentual de alunos com doença crônica (2010-2012)

ANO Algum tipo de doença crônica

2010 6,51%
2011 5,93%
2012 6,53%

Fonte: Tabela 31.1 - Pesquisa Censo e Opinião Discente 2010/2011/2012 - PROPLADI/UFABC, 2013.

Com relação ao tipo de doença crônica existente entre os estudantes da graduação, a pesquisa
conta com a seguinte informação complementar:

As doenças respiratórias apresentaram a maior ocorrência na pesquisa, entre elas


estão: asma, sinusite, renite e bronquite, que representaram uma porcentagem de 45%
entre as doenças declaradas pelos alunos que possuem algum tipo de doença crônica
(Pesquisa Censo e Opinião Discente UFABC 2010-2012; 2013, p. 64).

Por outro lado, a promoção e a proteção à saúde devem objetivar a melhoria na qualidade de
vida e a redução dos riscos a saúde, através da construção de políticas públicas que incentivem o
abandono de hábitos menos saudáveis (campanhas contra o tabagismo, distribuição de preservativos) e
ações que promovam a saúde psicossocial da comunidade e proporcionem melhorias no modo de viver.

Com o objetivo de implementar ações de promoção e proteção à saúde, a UFABC criou a


Divisão de Apoio à Saúde (DAS) para atender a comunidade acadêmica (estudantes, técnicos
administrativos e docentes) em suas necessidades de saúde básicas: alimentação, atendimento
ambulatorial, atendimento psicossocial e orientações preventivas (PROAP, 2014c). De acordo com
informações disponibilizadas no portal eletrônico da UFABC, na página da Pró-reitoria de Assuntos
Comunitários e Políticas Afirmativas, a DAS:

É formada por três Seções, a saber: Unidade de Atendimento à Urgência (UAU),


Seção de Atendimento Psicossocial (SAP) e Seção de Restaurantes Universitários
(SRU). O atendimento ao público é interdisciplinar, contando, atualmente, com

136
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profissionais das seguintes áreas: enfermagem, medicina, psicologia, nutrição, serviço


social e administrativa (UFABC, 2014c, disponível em
http://proap.ufabc.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18&Itemi
d=115).

A DAS implantou uma Unidade de Atendimento de Urgência (UAU) em cada câmpus da


Universidade. A UAU é um local idealizado para atendimento das demandas urgentes relativas à saúde
da comunidade interna, ou seja, tem por objetivo atender as situações inesperadas, intercorrências, tais
como os casos de mal-estar súbito, ferimentos, alterações da pressão arterial, da glicemia, acidentes em
geral, que necessitem de uma intervenção imediata.

A UAU também realiza atividades educativas relacionadas à saúde, tais como cursos, palestras,
eventos, orientações, entre outros, além de promover campanhas de prevenção às Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST), com distribuição contínua de preservativos masculinos e
femininos, e campanhas para Doação de Sangue na UFABC.

Atualmente a equipe da UAU é composta por dez servidores da área da saúde e um assistente
administrativo, sendo um médico35 , três enfermeiros e seis técnicos em enfermagem. O horário de
atendimento à comunidade universitária é de segunda-feira a sexta-feira, das 8h00 às 22h00 e, aos
sábados, das 8h00 às 13h00.

Além da UAU, a DAS conta com a Seção de Atendimento Psicossocial (SAP), que tem como
objetivo o atendimento de pessoas que procuram apoio para enfrentar dificuldades de ordem
emocional, de saúde, financeira, social ou outras, como problemas familiares, problemas nos
relacionamentos afetivos, dificuldades acadêmicas, ansiedade, depressão, dependência de álcool e
outras drogas, envolvimento em diversas formas de violência.

Os serviços oferecidos pelo SAP compreendem (i) Atendimentos psicossociais individuais e


em grupo; (ii) Encaminhamentos, quando necessário, para atendimento em serviços públicos ou
privados, segundo as necessidades específicas; (iii) Informações e orientações a alunos e servidores
sobre direitos, recursos, serviços e benefícios sociais; e (iv) Apoio e orientação familiar, podendo
incluir visitas domiciliares.

Atualmente, a equipe da SAP é composta por cinco servidores da área da saúde: três
psicólogos, uma assistente social e uma estagiária de psicologia.

35
O médico, com especialização em Clínica Geral e Endocrinologia, cumpre jornada de trabalho de 20 horas semanais, para
os dois câmpus, com atendimento mediante consultas previamente agendadas com 24 horas de antecedência (UFABC, 2014c).

137
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Por não se tratar de serviço hospitalar, a atuação da DAS é limitada. Neste contexto, os casos
mais complexos, que exijam recursos mais avançados, deverão ser encaminhados a uma unidade
pública de saúde que possua estrutura adequada, após serem devidamente avaliados por um
profissional da equipe composta por médico, enfermeira e técnicos em enfermagem, servidores
públicos federais.

Com estas medidas, a solicitação de serviços de saúde pública, configurada na rede do Sistema
Único de Saúde (SUS), é minimizada e reduzida a casos críticos e de acidentes ocorridos no interior do
câmpus universitário, que são conduzidos à rede por meio do acionamento do SAMU (Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência).

3.5.2.b. Disponibilidade de Equipamentos

Verifica-se, a partir da planta a seguir - Mapa 16, que o entorno da área de estudo possui os
seguintes equipamentos públicos de saúde:

(i) - Pronto Atendimento Bangu (PA Bangu), à Rua Avaré, n.º 107 - Bairro Bangu;

(ii) - Unidade Básica de Saúde Parque das Nações (UBS Parque das Nações), à Rua Frei
Caneca, n.º 280 – Bairro Bangu.

A capacidade de atendimento no PA Bangu é de 1100 a 1200 pacientes por dia, sendo 400
atendimentos no setor de pediatria e entre 700 a 800 atendimentos de pacientes adultos. O número total
de leitos disponibilizados no PA é de 28 leitos, distribuídos entre crianças (4 leitos) e adultos (24
leitos).

Na UBS Parque das Nações, o número de atendimento é de aproximadamente 132 pacientes,


distribuídos entre as seguintes especialidades: clínico geral (40); pediatria (36), ginecologia (36) e
odontologia (20).

Estes equipamentos distam, respectivamente, 509 metros e 546 metros em relação ao Câmpus
Santo André.

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MAPA 16
Localização de Equipamentos de Saúde no entorno do Câmpus Santo André
(R=500m)

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3.6. Paisagem Urbana e Patrimônio Natural e Cultural

3.6.1. Vegetação

Os maciços significativos de vegetação existentes em áreas públicas e privadas no entorno


mediato do Câmpus Santo André encontram-se representados através do Mapa 17. Os parques
públicos mais próximos ao empreendimento e suas respectivas distâncias em relação ao Câmpus Santo
André da UFABC seguem relacionados: (i) Parque Celso Daniel, localizado entre a Avenida Dom
Pedro II e a Avenida Industrial - 675 metros de distância; (ii) Parque Regional da Criança Palhaço
Estremelique, também conhecido como Parque Jaçatuba, localizado na Avenida Itamarati – 1.190
metros de distância; e (iii) Parque Antonio Pezzolo, a Chácara Pignatari, localizado na Avenida Utinga
– 1.800 metros de distância. O Parque Celso Daniel e o Parque Regional da Criança estão inseridos no
entorno mediato do Câmpus Santo André.

3.6.1.a. Terreno Principal

Encontra-se em implantação projeto urbanístico, paisagístico e arquitetônico aprovado nos


órgãos competentes, com a preservação e supressão de árvores conforme licenças obtidas junto ao
SEMASA, além de compensação segundo parâmetros da licenças ambientais.

A ampliação e modificação parcial pretendidas nas instalações físicas do Terreno Principal,


conforme concepção definitiva de projeto, não implicam em nova supressão ou remoção de vegetação.

Ao contrário, a substituição parcial de laje de concreto por espaços ajardinados sobre terreno
natural, conforme proposto no novo projeto para a antiga Praça do Sol, possibilitará o plantio de
espécies arbóreas nativas, de grande porte, adicionalmente aos exemplares previstos no projeto de
paisagismo original do câmpus universitário. A vegetação complementar contribuirá para o aumento da
densidade arbórea do empreendimento, o que implicará em:

(i) Aumento de áreas sombreadas;


(ii) Retenção de água pelas espécies implantadas, internamente por absorção do solo e respiração
e, externamente, por saturação e/ou acumulação superficial;
(iii) Conservação do solo quanto à sua estabilidade e processos erosivos;
(iv) Absorção de energia solar e gás carbônico – CO2 com retenção de carbono e liberação de
oxigênio pelos processos de fotossíntese;
(v) Absorção de ruídos por reverberação;

140
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(vi) Retenção de material particulado em suspensão;


(vii) Atenuação de correntes de ar intensas.
O incremento das áreas verdes do câmpus contribuirá também para a melhoria da qualidade do
microclima, ao proporcionar áreas sombreadas, absorção de calor, retenção de umidade, proteção
contra ventos. Ainda, resultará na implementação de melhores condições para a proliferação da flora e
da fauna nativa no ambiente urbano, pela integração desta área com outras áreas verdes, parques e
praças em sua vizinhança.

Em relação às espécies existentes nos passeios da Rua Santa Adélia e da Rua Abolição -
exemplares de uvas japonesas e alfeneiros (árvores exóticas), todas serão preservadas conforme
previsto no projeto paisagístico original do Terreno Principal, aprovado pelo município.

3.6.1.b. Terreno Anexo

A vegetação existente neste lote do Câmpus Santo André compreende apenas quatro
exemplares arbóreos de uvas japonesas (árvores exóticas), todas localizadas na faixa de APP existente
no terreno, em decorrência da proximidade com o Rio Tamanduateí. Não há vegetação no passeio junto
à Avenida dos Estados.

O projeto de paisagismo para o Terreno Anexo encontra-se em elaboração, com previsão de


supressão das quatro árvores existentes no local, mediante obtenção de licença específica e
compensação segundo parâmetros a serem estabelecidos através das licenças ambientais.

De acordo com as diretrizes de projeto, o paisagismo que será implantado no Terreno Anexo
contará com recuperação da Área de Proteção Permanente, através de implantação de vegetação nativa
em faixa com largura de trinta metros, aproximadamente, junto à Avenida dos Estados, além de plantio
de árvores em todo o estacionamento de veículos e demais áreas de convivência projetadas. A
arborização prevista trará ganhos quantitativos e qualitativos ao meio ambiente local e contribuirá
também para a melhoria da qualidade do microclima, ao proporcionar áreas sombreadas, absorção de
calor, retenção de umidade, proteção contra ventos. Cabe observar que este aspecto é objeto de estudo
também para fins de emissão das Licenças Ambientais municipais.

Para ilustração, apresenta-se através da Figura 22 imagens do Terreno Anexo, com destaque
para os aspectos do passeio de pedestres junto à Avenida dos Estados.

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FIGURA 22
Imagens do Terreno Anexo

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MAPA 17
Localização de Maciços de Vegetação Significativa e Áreas Verdes no Entorno
Mediato

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3.6.2. Volumetria e Gabarito

3.6.2.a. Terreno Principal

Os edifícios concluídos e em construção, segundo concepção original de projeto, já foram


objeto de análise do EIV anterior e estão mantidos em sua volumetria, gabarito e implantação inicial.
Compatível com a escala da Avenida dos Estados e valorizando a qualidade urbana e ambiental local, o
projeto arquitetônico em implantação constitui-se em conjunto de fácil identificação na cidade, que se
destaca na paisagem através de vários pontos de observação. A conclusão da Torre do Relógio,
elemento escultural com 76 metros de altura, resultará em nova referência para a região do Eixo
Tamanduatehy.

O novo edifício de laboratórios projetado para o Terreno Principal, o Bloco L, foi concebido
de forma a ser incorporado ao conjunto arquitetônico original, conformado por seis blocos principais.
Na implantação conforme concepção definitiva, já com a inclusão do Bloco “L”, à exceção da Torre do
Relógio, todos os edifícios apresentam alturas que se dispersam no terreno, não bloqueando o
panorama local, com distribuição espaçada no lote.

Dada a escala, a volumetria e a proposta de implantação dos edifícios do conjunto


arquitetônico, a UFABC se insere de forma harmoniosa na paisagem da Vizinhança Imediata.

3.6.2.b. Terreno Anexo

O conjunto arquitetônico resultante do projeto básico do Bloco Anexo apresenta volumetria e


gabarito similar ao dos edifícios do conjunto original em implantação. Os edifícios Blocos H, I e J são
interligados por laje de piso, como no projeto do Terreno Principal.

A integração dos dois conjuntos se dará através de passarela de pedestres, elemento de


interligação que reforçará a implantação dos edifícios, compatível com a escala da Avenida dos
Estados.

A seguir, apresenta-se ilustração - Figura 23 -, a partir de imagens da maquete do Conjunto


Arquitetônico conforme Concepção Definitiva - Terreno Principal - com a inserção do Bloco L e
reconfiguração da antiga Praça do Sol.

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FIGURA 23
Conjunto Arquitetônico conforme Concepção Definitiva – Terreno Principal

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3.6.3. Bens de Interesse do Patrimônio e respectivas visualizações

3.6.3.a. Patrimônio Cultural

Não foram identificados bens de interesse cultural na área de estudo que exijam atenção
especial ou venham a interferir na implantação do empreendimento.

Embora não haja patrimônio histórico tombado na área, o projeto original contempla a
preservação do edifício onde funcionou, durante as primeiras décadas do século passado, o matadouro
municipal. Este edifício compreende o Bloco D, já restaurado e adequado para instalação da cozinha e
refeitório de alunos, professores e funcionários. Com a realização da reforma, o valor histórico do
edifício foi resgatado, pois sob uso de oficinas de manutenção encontrava-se descaracterizado quanto à
sua arquitetura original e em estado de conservação sofrível.

3.6.3.b. Patrimônio Natural

Não se constata patrimônio natural a ser preservado na área.

3.6.4. Passe ios e Muros

No Terreno Principal, os passeios projetados servirão de integração entre o câmpus e o


entorno, com a consolidação dos acessos (eixos) e a integração com a passarela de pedestres sobre a
Avenida dos Estados. O Parque do Relógio, quando concluído, dará continuidade ao parque linear
implantado no lote ocupado pelo Supermercado Carrefour. Em ambos os terrenos, os passeios atendem
as normas de acessibilidade, e receberão sinalização, comunicação visual e tratamento paisagístico
adequado.

Quanto aos muros de fechamento, os projetos do Terreno Principal e Terreno Anexo


compartilham a mesma solução: gradis recuados em relação aos passeios, com ampliação da área
pública e requalificação dos espaços junto à Avenida dos Estados. Os fechamentos em elementos
vazados garantirão permeabilidade visual ao empreendimento em ambos os terrenos.

A seguir, apresenta-se ilustração - Figura 24 -, a partir de imagens da maquete do Conjunto


Arquitetônico conforme Concepção Definitiva - Terreno Principal - com destaque para passeios e
muros junto à Avenida dos Estados.

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FIGURA 24
Conjunto Arquitetônico conforme Concepção Definitiva – Terreno Principal - passeios e
muros junto à Avenida dos Estados

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3.7. Circulação e Transporte

Os impactos gerados na Circulação e Transporte, decorrentes da necessidade de ampliação e


modificação parcial das instalações originais projetadas para o Câmpus Santo André da UFABC foram
tratados no Relatório de Impacto de Trânsito (RIT), documento que segue anexo ao EIV.

O RIT foi revisado também em função do ajuste dos percentuais relativos aos modais de acesso
dos usuários ao câmpus, adotados no EIV/RIT anterior, mas que não se confirmaram a partir da
operação parcial do empreendimento. Estes parâmetros influenciam diretamente o dimensionamento
dos estacionamentos, pois são utilizados no cálculo do número de vagas necessárias ao atendimento da
população usuária de transporte motorizado individual.

Nesta nova configuração territorial do Câmpus Santo André e com base nos resultados
consolidados no RIT, as vagas de estacionamento de veículos serão disponibilizadas tanto no Terreno
Principal (711 vagas), como no Terreno Anexo (457 vagas).

O Relatório de Impacto no Trânsito segue apresentado através do Anexo 02 deste documento.

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3.8. Impacto Socioeconômico na População Residente ou Atuante no Entorno

3.8.1. Impacto na Microeconomia Local

3.8.1.a. Atividades Econômicas Similares e Complementares

Considerando-se o porte e a relevância do empreendimento – edificação de uso extraordinário,


destinada ao ensino público superior, com área construída de aproximadamente 140 mil metros
quadrados -, não haverá concorrência gerada pela UFABC no entorno.

3.8.1.b. Atividades Econômicas Potencializadas pelo Empreendimento

Embora a UFABC esteja concebida para funcionar com baixa dependência de atividades
externas, contando com lanchonete, restaurante e pequenas lojas, sua interação com o meio econômico
exterior gera e continuará a gerar demanda, ainda que reduzida, por serviços nos setores de
alimentação, papelaria, academia, idiomas, dentre outros, promovendo não apenas o aporte de
estabelecimentos dessa natureza em suas proximidades, mas também uma melhor qualidade dos
serviços no comércio já existente.

Ao menos um novo ponto de táxi deverá ser criado, na entrada principal da UFABC no
Terreno Principal, na pista marginal da Avenida dos Estados, intensificando atividades deste
seguimento na região.

Apresenta-se Estudo Gráfico (Mapeamento) com localização de atividades com demanda


potencializada pelo empreendimento, através do Mapa 18.

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MAPA 18
Localização de Atividades com Demanda Potencializada pelo Empreendimento

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FIGURA 25
Imagens das Atividades com demanda potencializada pelo empreendimento

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3.8.1.c. O Empreendimento como Polo Gerador de Empregos

Empregos diretos e indiretos

Com base nos dados da Tabela 14 – Evolução da população da UFABC, o Câmpus Santo
André conta atualmente com 886 servidores, sendo 512 docentes e 374 técnicos administrativos,
além de 300 funcionários terceirizados. Em 2018, o câmpus contará com quadro permanente
projetado de 550 professores, 500 técnicos administrativos e 360 funcionários terceirizados,
representando per si 1410 postos de trabalho diretos.

Além dos postos diretos, a UFABC deverá contribuir para o aumento discreto de serviços e
atividades comerciais na cidade de Santo André, relacionados aos segmentos de hotelaria,
organização de eventos, cursos preparatórios para vestibular, cursos de capacitação profissional
complementares (línguas, informática), além dos segmentos de lazer, cultura, esportes, restaurantes,
bares, lanchonetes, bancos e comércio em geral, que poderão gerar novos postos de trabalho no
município.

Também serão gerados empregos indiretos pelo fornecimento de materiais e pela contratação
de serviços promovidos pela administração da UFABC, para sua gestão, operação e manutenção.

3.8.1.d. Atividades Econômicas Prejudicadas pelo Empreendimento

Não se verifica a existência de atividades econômicas prejudicadas pelo empreendimento. Até


mesmo a saída do CIRETRAN, que funcionava em instalações existentes no Terreno Principal, não
resultou na desmobilização de estabelecimentos voltados ao comércio e serviços de veículos, que se
mantiveram ao longo do corredor da Rua Oratório, possivelmente devido à tradição de serviços desta
natureza na região.

3.8.2. Impacto nas Relações Sociais e de Vizinhança

3.8.2.a. Conflitos

A implantação das instalações físicas da UFABC no Terreno Principal vem ocorrendo desde
o ano de 2006. A existência de edifícios em operação concomitantemente à execução de obras
remanescentes, pelos motivos já expostos neste documento, tem resultado na adoção de soluções

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provisórias para o funcionamento do câmpus, principalmente no que se refere aos acessos de pedestres
e de veículos e da oferta de vagas de estacionamento. Esta situação temporária tem gerado conflitos no
trânsito de veículos, notadamente na Rua Abolição, no horário de pico de entrada de alunos no
estacionamento da universidade, das 18h15 às 19h15.

Esta situação pode gerar incômodos à população do entorno, mas será solucionada a partir da
conclusão das obras no Terreno Principal e oferta de vagas no Terreno Anexo. Em caráter
transitório, a UFABC, através da Prefeitura Universitária, acordou junto à direção do Supermercado
Carrefour, condições e preços especiais para a comunidade acadêmica da universidade utilizar o
estacionamento do supermercado, que se apresenta sempre com vagas ociosas.

Em compensação, o aumento do fluxo de veículos e de pedestres no entorno do câmpus pode


resultar também em aumento da segurança dos moradores.

Pode-se também projetar, em alguma medida, geração de conflitos decorrente da convivência


da população antiga moradora do entorno, com a população jovem, que tem se mudado para o local.
Alguns edifícios têm sido utilizados para a moradia estudantil, como por exemplo o único prédio
residencial existente na Rua Abolição que, segundo os moradores antigos, 50% dos apartamentos
encontram-se ocupados por estudantes.

Por outro lado, o aumento da procura por moradia estudantil no entorno do Câmpus Santo
André resulta em maior atratividade da região pela proximidade com a universidade, impulsionando o
mercado de locação de imóveis, com redução da vacância e otimização da infraestrutura instalada na
Vizinhança Imediata.

3.8.2.b. Pontos de Significância Social para a Vizinhança

O Câmpus Santo André da UFABC apresenta-se como um novo ponto de significância


social: quando estiver concluído e aberto ao entorno, conforme concepção definitiva de projeto, as
praças, passeios, lanchonetes e postos bancários poderão ser utilizados pela vizinhança imediata.
Além das praças e parque linear, o empreendimento contará também com Centro Cultural (Bloco C),
com teatro, biblioteca e salas de cinema, e Centro Esportivo (Bloco E), com ginásio poliesportivo
coberto, que contribuirão para o aumento da oferta de atividades de lazer da população do entorno.

Em complementação, a passarela de pedestres sobre a Avenida dos Estados proporcionará


melhoria na qualidade urbana da região, tornando-se novo marco referencial para a cidade.

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3.8.3. Promoção de Inclusão e Exclusão Social

Não se prevê, neste processo de implantação do Câmpus Santo André da UFABC, expulsão
da população local, mas, certamente, com as mudanças de uso e ocupação do solo previstas e a
consequente valorização imobiliária dos imóveis, haverá alguma transição do atual perfil
socioeconômico da população, sempre por opção.

A instalação da UFABC na cidade de Santo André proporciona, em caráter inédito,


condições de viabilidade financeira e logística à sua população, gerando oportunidades de graduação
e pós-graduação em carreiras que se inserem na realidade do mercado de trabalho da região. Dessa
forma, o município tem a ganhar não apenas pela possibilidade de qualificação superior de seus
cidadãos, principalmente aqueles excluídos do acesso ao sistema privado ou às universidades
públicas distantes da região, mas também poderá contar com a disponibilidade destes profissionais –
engenheiros, professores e tecnólogos, no processo de desenvolvimento municipal e regional.

A UFABC, tendendo a tornar-se um centro de excelência e referência nacional nas áreas de


ciências, engenharia e tecnologia, poderá atrair para a cidade de Santo André e região oportunidades
de negócios e a instalação de complexos industriais, resultando na prestação de serviços altamente
especializados e na produção de bens de elevado valor agregado.

Também como um centro de pesquisas, a UFABC poderá contribuir com a cidade e região
para o estudo de muitos de seus problemas, gerando soluções e conhecimento, os quais poderão ser
aplicados no desenvolvimento de todo o país.

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3.9. Impactos Ambientais

3.9.1 Terreno Principal

O licenciamento ambiental das obras em execução no Terreno Principal, conforme concepção


original de projeto, está sendo tratado junto ao SEMASA, através do processo ambiental n.º 492/06.
Para atender às necessidades da universidade quanto ao cronograma de execução das obras, o Terreno
Principal foi dividido em etapas (“Etapas 1, 2A a 2H e 3)36 , de acordo com o ataque de obras
planejado pela UFABC, para as quais foram emitidas licenças parciais - Licença Ambiental de
Instalação nº. 77/2012 e Licença Ambiental de Instalação n.º 114/2012. Atualmente, resta pendente
apenas as licenças para a etapa relativa à área do antigo posto de gasolina da Secretaria de Obras (Etapa
“3”), cuja remediação do passivo ambiental encontra-se na fase final, com análise pela CETESB.

Em virtude da necessidade de alteração de projeto, com a eliminação do estacionamento de


veículos sob a antiga Praça do Sol e implantação do novo edifício de laboratórios no local - Bloco “L”,
foi encaminhada solicitação ao SEMASA para complementação de Licença de Instalação para a etapa
identificada como Etapa “2F”, correspondente à área ocupada originalmente pela Praça do Sol. Tal
solicitação foi pleiteada através do ofício n.º 022/2014/CO – Santo André, Anexo 03 deste documento,
cuja conclusão (item 4) segue reproduzida abaixo:

[...]
Conforme exposto neste documento, a alteração de projeto pretendida pela UFABC
consiste na construção de edifício destinado a laboratórios de pesquisa, denominado
Bloco “L”, em substituição ao estacionamento coberto previsto no projeto original,
localizado sob a Praça do Sol.
A implantação do Bloco “L”, juntamente com a configuração de nova praça, não
implicará em novos impactos, sendo mantidos os previstos inicialmente, para os
quais já foram apresentadas medidas mitigadoras e compensatórias.
De forma complementar, com a implementação do novo projeto haverá redução em
impactos ambientais, tanto na fase de implantação quanto na fase de operação do
empreendimento, principalmente:
- diminuição significativa de bota-fora, de 45 mil metros cúbicos para 19 mil metros
cúbicos, considerando-se a implantação total do Câmpus Santo André;
- diminuição significativa dos riscos e impactos gerados pelas obras de contenção;
- aumento da área permeável e da densidade arbórea do empreendimento, pois a nova
praça projetada contará com espaços ajardinados sobre terreno natural.
Diante do exposto, reiteramos a solicitação de complementação de licença ambiental
por alteração de projeto, para viabilizar a execução do Bloco “L” (Ofício N.º
022/2014/CO-SA NTO ANDRÉ).

36
Etapa 1 – Bloco B; Etapa 2 A - Blocos A e C; Etapa 2B – Bloco F; Etapa 2C – Bloco D; Etapa 2D – Área de parte do
Bloco E e Reservatório Inferior; Etapa 2F – Bloco L; Etapa 2G – Área do Reservatório de Retardo e Parte da Passarela; Etapa
2H – Área Externa.

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Em resposta à solicitação mencionada, foi emitida a Licença Ambiental de Instalação n.º


15/2004, que segue apresentada através do Anexo 03.

3.9.2 Terreno Anexo

Investigação Confirmatória de Passivo Ambiental

O Terreno Anexo passou por processo de investigação do subsolo, realizado pela empresa
Planterra Análises, Meio Ambiente e Serviços Ltda, contratada pela UFABC, que culminou com a
elaboração de Relatório de Investigação Confirmatória de Passivo Ambiental.

De acordo com este relatório, os trabalhos de campo executados entre dezembro de 2013 e
janeiro de 2014 consistiram em: (i) realização de malha regular para soil gas survey, composta por 20
pontos, identificados como PSV01 a PSV20; (ii) execução de 12 pontos de sondagem em solo, para
retirada de 10 amostras de solo; e (iii) instalação de 8 poços de monitoramento para retirada de 8
amostras de água subterrânea. Também foram realizados ensaios de permeabilidade do solo e
levantamento topográfico dos pontos de amostragem.

As amostras de solo retiradas foram submetidas à análise dos parâmetros SVOC (Compostos
Orgânicos Semi-Voláteis), VOC (Compostos Orgânicos Voláteis), PAH (Hidrocarbonetos Aromáticos
Policíclicos), BTEX (benzeno, tolueno, etil-benzeno e xilenos), Metais, PCB (Bifenilos Policlorados) e
TPH Total (Hidrocarbonetos Totais de Petróleo). Para as amostras de água subterrânea foram
realizadas análises para os mesmos parâmetros supracitados. Os resultados das análises químicas foram
comparados com a tabela de valores orientadores para solo e água subterrânea estabelecidos pela
CETESB (2005) para o Estado de São Paulo.

Nas análises químicas das amostras de solo foram detectadas concentrações para algumas das
substâncias de interesse, no entanto, nenhuma dessas concentrações superou os limites de intervenção
da CETESB. Nas análises químicas das amostras de água subterrânea, foram detectadas concentrações
acima dos limites de intervenção estabelecidos pela CETESB para os compostos metálicos: alumínio,
ferro e manganês.

Ressalta-se que para o Estado de São Paulo, as águas subterrâneas são ricas em ferro,
manganês e alumínio, devido ao tipo de rocha regional (gnaisse) e condições hidroquímicas. Tais

156
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substâncias são indesejáveis em quantidades acima dos padrões de referência, porém, afetam apenas a
qualidade organoléptica (i.e sabor/odor/coloração) da água, sendo desprezíveis para a saúde humana e
para o ambiente.

Em conclusão, o relatório aponta que o Terreno Anexo encontra-se isento de contaminação,


estando apto para a execução das obras de edificação pretendidas. Porém, o documento registra
recomendação, como medida institucional, para que seja coibido o consumo de água subterrânea
durante a implantação e operação do futuro empreendimento.

Considerando-se o projeto da UFABC, conforme concepção definitiva, registra-se, de forma


complementar, que haverá recuperação de faixa de APP - Área de Preservação Permanente, de
aproximadamente 30 metros de largura, em toda a extensão do Terreno Anexo.

157
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4. CONCLUSÕES

4.1. Síntese dos Impactos de Vizinhança

As planilhas a seguir apresentam a síntese dos impactos nas vizinhanças do empreendimento


da UFABC e as conclusões resultantes do presente estudo.

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SÍNTESE DO RELATÓRIO
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ASPECTO: ADENSAMENTO POPULACIONAL

MITIGAÇÃO,
IMPACTOS NA REFLEXOS /
COMPATIB ILIZAÇÃO CONCLUSÕES
VIZINHANÇA CONSEQUÊNCIAS
OU COMPENSAÇÃO

- Introdução de uma - Incremento discreto no - As diretrizes legais - A implantação da UFABC


nova população lançamento de estabelecidas pelo Plano já resulta em incremento da
residente formada por empreendimentos Diretor Municipal, pela Lei população da Vizinhança
alunos de graduação e habitacionais nas áreas nas de Uso, Ocupação e Imediata e Mediata Direta,
pós-graduação, em quais esse fenômeno já vem Parcelamento do Solo – com aumento da demanda
maior número, além de se manifestando. LUOPS - e pelo Código de por moradia e otimização da
professores e técnicos Obras, além do processo de infraestrutura instalada.
administrativos da - Aumento da demanda no Licenciamento Ambiental,
- A população adicional não
universidade, em menor setor de locação de imóveis . como instrumentos de
representa contingente
número. compatibilização e controle
elevado, tendo-se instalado
- Implantação de da intensidade de ocupação
de forma moderada e
- Atratividade para empreendimentos comerciais e do uso do solo,
gradual, ao longo do período
implantação de e de serviços no corredor da proporcionarão adequação
de implantação da
empreendimentos Rua Oratório em direção à dos novos edifícios à
universidade, desde os anos
imobiliários Avenida dos Estados – infraestrutura existente.
de 2006 e 2007.
habitacionais na Vizinhança Imediata e na
Vizinhança Imediata e Vizinhança Mediata Direta, - Há incremento no setor de
Mediata Direta, intensificando o atual uso do locação dos imóveis para
especialmente voltados solo. instalação de repúblicas
à moradia estudantil estudantis, com redução de
(quitinetes), além de taxa de vacância dos imóveis,
estabelecimentos de e geração (discreta) de novas
prestação de serviços e oportunidades de pequenos
comércio de pequeno negócios voltados à demanda
porte. por serviços e comércios para
o atendimento da nova
- Ocupação de área na população instalada.
margem esquerda do - Com a construção do Bloco
Rio Tamanduateí, de Anexo e da passarela de
baixa densidade pedestres sobre a Avenida
populacional. dos Estados, haverá
pulverização da população do

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Câmpus Santo André em dois


lotes distintos do Eixo
Tamanduateí,
potencializando a
interligação das margens
opostas do rio, com melhor
ocupação e distribuição dos
espaços, inclusive oferta de
vagas de automóveis, de
forma vantajosa para o
sistema viário local.

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SÍNTESE DO RELATÓRIO
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ASPECTO: USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

MITIGAÇÃO,
IMPACTOS NA REFLEXOS /
COMPATIB ILIZAÇÃO OU CONCLUSÕES
VIZINHANÇA CONSEQUÊNCIAS
COMPENSAÇÃO

- Aumento da área total - Não haverá - O projeto de implantação do - O uso e ocupação do


construída no Terreno comprometimento às atuais Câmpus Santo André – solo estão em
Principal, com a condições de salubridade dos Terreno Principal e Terreno conformidade com a
implantação de novo imóveis no entorno do Anexo -, conforme concepção legislação municipal e as
edifício de laboratórios, o empreendimento, definitiva, foi idealizado construções projetadas
Bloco L. ressaltando-se que o visando não constituir barreira não prejudicam as
- Substituição de terreno conjunto arquitetônico, à iluminação e ventilação condições de
vazio no Eixo conforme concepção naturais. salubridade das
Tamanduateí pelas definitiva de projeto, tanto ocupações em sua
instalações físicas do para o Terreno Principal - A ocupação e o vizinhança.
Bloco Anexo do Câmpus como para o Terreno aproveitamento do solo foram
Santo André da UFABC. Anexo, não causará projetados dentro dos limites - No Terreno Principal,
prejuízos às condições de previstos pela legislação a nova configuração da
- Aumento da taxa de
insolação e ventilação dos municipal. Praça do Sol resultou no
permeabilidade do solo
imóveis em sua vizinhança. aumento da taxa de
no Terreno Principal,
- A impermeabilização do solo permeabilidade do solo,
com a eliminação de
encontra-se dentro dos limites em relação ao projeto
estacionamento sob a
impostos pela legislação original, proporcionando
Praça do Sol (laje de
melhores condições de
concreto) e municipal. No entanto, no
infiltração das águas
reconfiguração da praça, Terreno Principal e no
superficiais no subsolo e
que será construída
Terreno Anexo foram menor sobrecarga no
parcialmente sobre
projetadas caixas de retardo, sistema de drenagem na
terreno natural,
que proporcionam mitigação do ocorrência de chuvas
contribuindo para o
impacto nas redes de drenagem intensas.
aumento de áreas verdes
no câmpus. no momento crítico de
- Redução da taxa de operação (chuva e inundação.)
permeabilidade do solo
no Terreno Anexo que,
atualmente, se encontra
não edificado.

161
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SÍNTESE DO RELATÓRIO
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ASPECTO: VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA

MITIGAÇÃO,
IMPACTOS NA REFLEXOS /
COMPATIB ILIZAÇÃO OU CONCLUSÕES
VIZINHANÇA CONSEQUÊNCIAS
COMPENSAÇÃO

- Aumento discreto e - Valorização dos imóveis na - Não se prevendo que ocorra - O mercado imobiliário
gradual na procura por área de Vizinhança Imediata desvalorização de imóveis e nas áreas de vizinhança
terrenos que tenham da UFABC, pela que a valorização real ou da UFABC vem se
vocação para a requalificação urbana especulação imobiliária - de adequando naturalmente
implantação de decorrente da implantação da difícil mensuração em um às novas relações de
empreendimentos universidade, proporcionando cenário de aquecimento do oferta e procura já
imobiliários voltados à oportunidades de novos mercado, com aumento estabelecidas ao longo
população de estudantes negócios e empreendimentos. expressivo no valor dos dos últimos sete anos ,
(moradia estudantil). terrenos e dos imóveis -, não período de implantação
- Especulação imobiliária ocorre de forma intensa, a do empreendimento, com
- Demanda por novos em torno da expectativa de ponto de causar pressão sobre população atual
serviços e procura por imóveis nas os atuais moradores, equivalente a 90% do
empreendimentos vizinhanças da UFABC por transtornando e total estimado para a
imobiliários na área de alunos, professores e comprometendo sua opção de operação plena da
Vizinhança Imediata e funcionários. negociação, não se verifica a universidade. Este cenário
Mediata Direta. necessidade de ações de aponta para valorização
mitigação ou compensação geral dos terrenos, e
- Demanda por imóveis destes impactos. deve se manter nos
nas vizinhanças por próximos, considerando a
- Conta-se, contudo, como
parte de alunos, conclusão das obras,
medidas compatibilizadoras,
professores e conforme concepção
com os instrumentos legais do
funcionários. definitiva de projeto.
município quanto ao
ordenamento do uso e
- As transações
parcelamento do solo –
imobiliárias se dão de
LUOPS, além daqueles
forma espontânea – por
previstos pelo Estatuto da
opção de venda, sem a
Cidade e incorporados ao atual
ocorrência de expulsão
Plano Diretor do município,
dos atuais moradores.
notadamente quanto à função
social da propriedade e à
sustentabilidade do
desenvolvimento urbano.

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ASPECTO: EQUIPAMENTOS URBANOS

MITIGAÇÃO,
IMPACTOS NA REFLEXOS /
COMPATIB ILIZAÇÃO OU CONCLUSÕES
VIZINHANÇA CONSEQUÊNCIAS
COMPENSAÇÃO

- Aumento na demanda - Sobrecarga nas redes e - A implantação do - A geração de novas


por serviços de sistemas de infraestrutura empreendimento segue as demandas por serviços de
infraestrutura urbana existentes para estes diretrizes fornecidas pelo infraestrutura devido à
prestados pela serviços. Serviço Municipal de ampliação da
municipalidade por maior Saneamento Ambiental – universidade está
consumo de água, maior - Necessidade de adequação SEMASA e pelas empresas adequada à capacidade
geração de esgoto e das novas demandas à concessionárias dos demais do Poder Público e das
resíduos sólidos e capacidade de atendimento serviços. empresas concessionárias
impermeabilização parcial do Poder Público e das sem comprometimento da
do solo. empresas concessionárias. - A impermeabilização do solo qualidade dos serviços
encontra-se dentro dos limites prestados à população
- Aumento na demanda impostos pela legislação vizinha.
por serviços prestados por municipal.
- A implantação da
empresas concessionárias:
universidade resultará em
energia elétrica, gás - A geração de resíduos sólidos
ganho ambiental para o
natural encanado e será compatibilizada no
município, em
telefonia. processo de licenciamento
decorrência da instalação
ambiental a ser obtido junto ao
de sistema de
SEMASA.
armazenamento e
retenção de águas
pluviais captadas, em
ambos os terrenos,
visando o amortecimento
do lançamento destas
águas no corpo receptor –
Rio Tamanduateí. Cabe
consignar-se que estas
águas serão reutilizadas
no câmpus, atenuando a
demanda por água
potável.

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ASPECTO: EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS

MITIGAÇÃO,
IMPACTOS NA REFLEXOS /
COMPATIB ILIZAÇÃO OU CONCLUSÕES
VIZINHANÇA CONSEQUÊNCIAS
COMPENSAÇÃO

- Geração de uma nova - A demanda a ser gerada - A demanda direta por serviços Os impactos gerados nos
demanda por estes pela população da UFABC comunitários gerada pela equipamentos
equipamentos. por serviços comunitários UFABC poderá ser suportada comunitários foram
deverá se refletir pelos equipamentos minimizados em
- Serviços prestados pela principalemnte sobre o comunitários disponíveis no decorrência das ações de
implantação do conjunto sistema de saúde municipal, entorno, mantendo-se o mitigação executadas pela
arquitetônico e a com o eventual atendimento monitoramento dessa demanda UFABC, reduzindo-se o
instalação do câmpus a alunos, professores e por grupo de estudo da número de atendimentos.
universitário. funcionários no posto mais UFABC, a ser implementado
próximo instalado na Rua com este objetivo específico. - Haverá ganhos para a
Frei Caneca – UBS Parque população da vizinhança,
- A UFABC, por meio da Pró-
das Nações - e demais postos considerando-se o câmpus
Reitoria de Assuntos
no entorno. universitário como um
Comunitários e Políticas
novo equipamento,
Afirmativas (PROAP),
- A implantação do conjunto parcialmente em
disponibiliza auxílio creche
arquitetônico do câmpus irá operação, mas com
para estudantes com menor
constituir novo equipamento previsão da conclusão das
poder aquisitivo, além de
comunitário, com a oferta de obras para 2017.
serviços de saúde através da
acessos, praças e áreas
Unidade de Atendimento à
verdes, constituindo também
Urgência (UAU) e do Serviço
polo esportivo e cultural,
de Apoio Psicossocial (SAP),
promovendo eventos que
ambos da Divisão de
possam ser compartilhados
Atendimento à Saúde.
com os moradores da
vizinhança. - Os servidores públicos
(docentes e técnicos
administrativos) com filhos em
idade de creche recebem
auxílio financeiro do governo
federal para possibilitar o
atendimento infantil durante o
horário de trabalho.

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ASPECTO: PAISAGEM URBANA E PATRIMÔNIO NATURAL E CULTURAL

MITIGAÇÃO,
IMPACTOS NA REFLEXOS /
COMPATIB ILIZAÇÃO OU CONCLUSÕES
VIZINHANÇA CONSEQUÊNCIAS
COMPENSAÇÃO

- Consolidação de - Alteração da paisagem - Elaboração de um projeto - Haverá ganhos


conjunto arquitetônico urbana, com ganhos pela arquitetônico que insere-se na significativos para o
referente a introdução de um conjunto paisagem local de forma microclima local e ao
empreendimento de uso arquitetônico elaborado, de harmoniosa, constituindo patrimônio natural da
extraordinário, destinado aspecto estético referência para seu entorno e cidade, em função da
ao ensino público monumental, valorizando a para a cidade. maior quantidade,
superior, com área paisagem urbana. adequação e distribuição
construída de - Introdução de novas áreas de espécies vegetais.
aproximadamente 140 mil - Supressão de espécies verdes com espécies nativas
metros quadrados. vegetais existentes e criação em quantidade superior ao - Haverá ganhos
de novas áreas verdes. existente, preservando-se in significativos para a
- Incremento da loco, ou através de replantio, as paisagem urbana, sem
vegetação local. espécies mais significativas. comprometimento da
organização espacial do
- Criação de marco - Reforma do edifício do entorno do
referencial da paisagem matadouro, descaracterizado e empreendimento.
urbana (torre do relógio). mal conservado, resgatando e
preservando a história do - Preservação da memória
- Construção de passarela terreno e seu entorno. do terreno, através da
de pedestres, para conservação e reforma do
interligação dos dois único edifício que possui
terrenos que conformam o histórico notável,
Câmpus Santo André, constituindo um novo
equipamento de uso patrimônio para a cidade.
público, constituindo-se
também em novo marco
referencial da paisagem
urbana.

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ASPECTO: SISTEMA DE CIRCULAÇÃO E TRANSPORTES

MITIGAÇÃO,
IMPACTOS NA REFLEXOS /
COMPATIB ILIZAÇÃO OU CONCLUSÕES
VIZINHANÇA CONSEQUÊNCIAS
COMPENSAÇÃO

- Sobrecarga no volume - Elevação do nível de - O projeto geométrico do - O sistema viário existente


de veículos em serviço das vias, tornando-se Terreno Principal, quanto aos possui capacidade
circulação nas vias de mais suscetível a seus acessos e saídas de estrutural para suportar a
Vizinhança Imediata e congestionamentos, nos veículos foi desenvolvido sobrecarga de fluxo de
seu entorno - Vizinhança trechos que antecedem o visando proporcionar manobras veículos gerada pela
Mediata Direta. acesso de veículos, tanto no que não comprometam ou população da UFABC,
Terreno Principal como no sequer interfiram com o fluxo embora o sistema torne-se
- Aumento na circulação Terreno Anexo, na Avenida de veículos das vias em seu mais vulnerável a
de pedestres. dos Estados. entorno. O projeto geométrico congestionamentos, com
do Terreno Anexo será aumento de filas e tempos
- Aumento na demanda - Aumento nas filas e no compatibilizado com as de espera nos semáforos.
por todos os modais de tempo de espera para recomendações contidas no
- Haverá alternativa de
transporte coletivo passagem pelos semáforos RIT.
circulação e travessia da
disponíveis. nas rotatórias.
Avenida dos Estados em
- O projeto, em sua concepção
função da construção de
- Interferência no fluxo - Necessidade de adequação definitiva, contemplará toda a
passarela entre os terrenos
viário existente pelas dos trajetos de pedestres demanda por vagas de
do câmpus, com acesso
manobras de entrada e quanto à orientação e estacionamento, de forma
público.
saída do câmpus. condições de acessibilidade. vantajosa para o sistema viário
local, pois será ofertada nos - A solução dos problemas
- Necessidade de adequação dois terrenos que conformam o no sistema viário, já
do sistema de transporte Câmpus Santo André. saturado, só se dará com a
coletivo à nova demanda. execução de obras que
- A UFABC manterá eliminem os conflitos de
campanhas de estímulo ao uso cruzamentos nas rotatórias
de transporte coletivo, de da Avenida dos Estados,
caronas e de bicicleta, entre sua tais como novas pontes,
população. Atualmente a viadutos e alças de acesso,
universidade disponibiliza porém, deve-se consignar
transporte gratuito (ônibus que o tráfego a ser gerado
fretado) para alunos, docentes e pela UFABC não justifica,
técnicos administrativos, no isoladamente, a execução
trajeto entre o Câmpus Santo destas obras.
André e a Estação Prefeito
- O fluxo adicional de
Celso Daniel da CPTM e
veículos nas vias locais e
também para o Câmpus São
de circulação secundária
Bernardo.
não será impactante a

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ASPECTO: SISTEMA DE CIRCULAÇÃO E TRANSPORTES - continuação

MITIGAÇÃO,
IMPACTOS NA REFLEXOS /
COMPATIB ILIZAÇÃO OU CONCLUSÕES
VIZINHANÇA CONSEQUÊNCIAS
COMPENSAÇÃO

- A UFABC irá promover a a ponto de alterar as


sinalização necessária do relações sociais entre os
sistema viário e ao longo dos moradores nestas vias ou
trajetos de pedestres. mesmo constituir motivo
para sua expulsão.
- A UFABC irá implementar as
- A estrutura existente para
medidas de adequação dos
circulação de pedestres
trajetos de pedestres quanto à
comporta o tráfego
segurança, conforto e
adicional e, promovidas as
acessibilidade, inclusive com a
ações de compatibilização
implantação de passarela por
indicadas, resultarão
sobre o Rio Tamanduateí.
trajetos seguros e
confortáveis.
- A situação do câmpus
quanto à disponibilidade de
transporte coletivo é
privilegiada, com amplas
possibilidades de acesso
com conforto e
pontualidade, exceto quanto
ao sistema ferroviário que
ainda apresenta-se
deficiente nos horários de
pico.

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ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA – EIV


SÍNTESE DO RELATÓRIO
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ASPECTO: IMPACTO SOCIOECONÔMICO

MITIGAÇÃO,
IMPACTOS NA REFLEXOS /
COMPATIB ILIZAÇÃO OU CONCLUSÕES
VIZINHANÇA CONSEQUÊNCIAS
COMPENSAÇÃO

- Oferta de vagas de - Criação da oportunidade de - Não se verifica a necessidade - Não haverá desemprego,
ensino superior gratuito acesso ao ensino superior, por de ações de mitigação ou mas a criação de novos
e próximo, com adoção ser gratuito e estar próximo, compatibilização dos impactos postos de trabalho na
de política de cotas por também para população de gerados, considerando-se que universidade, no comércio
meio da reserva de 50% baixa renda. não há consequências e na prestação de serviços
das vagas ofertadas. desfavoráveis, face aos locais.
- Criação de oportunidades de aspectos amplamente positivos
- Oferta de empregos trabalho na vizinhança e que se evidenciam. - Não se prevê quebra das
gerados pela melhora da situação relações sociais
universidade. socioeconômica da população existentes, mas alterações
local, pelos empregos diretos nestas relações, pela
- Alteração da demanda e indiretos gerados pela introdução de nova
por serviços na universidade. população local, formada
vizinhança. principalmente por
- Geração de uma demanda estudantes de graduação e
por novos serviços, pós-graduação.
incrementando a economia
local e gerando novos
empregos na vizinhança e na
cidade.

168
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4.2. Medidas Mitigadoras, Compatibilizadoras e Compensatórias

As medidas mitigadoras, compatibilizadoras e compensatórias propostas visam a adequação do


empreendimento ao contexto urbano, resultando também em melhorias qualitativas e quantitativas para a
infraestrutura, equipamentos e serviços públicos disponíveis.

4.3. Qualidade Ambiental

A expansão do câmpus da Universidade Federal do ABC possibilitará a ampliação dos ganhos para a
qualidade ambiental, tanto para o Terreno Principal como para o Terreno Anexo, onde haverá
implementação das áreas verdes com espécies nativas e área permeável atendendo ou mesmo superando as
exigências legais estabelecidas pela municipalidade e pelo Estado, mas principalmente ao seu entorno,
constituindo equipamento público de educação, lazer e cultura.

Com a conclusão das obras, o empreendimento passará a integrar-se ao meio ambiente urbano,
possibilitando a circulação da população através de suas vias internas e praças durante seu período de
funcionamento, deixando de ser uma barreira física para a circulação de pedestres, conforme encontra-se
atualmente, quase que integralmente cercado por muros altos.

Haverá um grande ganho na paisagem local, através da ampliação das instalações físicas da
Universidade e da construção de passarela de interligação dos Terrenos Principal e Anexo, consolidando-se
conjunto arquitetônico harmonioso e adequado ao seu entorno.

4.4. Programas de Monitoramento

Face à significância do empreendimento, tratando-se de intervenção de caráter perene, deverá haver


monitoramento e controle permanente de seus impactos no meio ambiente urbano, adequando-se
constantemente à dinâmica da cidade, visando preservar sua adequação ao entorno, notadamente quanto à
circulação de veículos e pedestres.

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5. ENCERRAMENTO

Encerra-se o presente Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV, elaborado para a ampliação do


empreendimento em implantação, Câmpus Santo André da Universidade Federal do ABC, impresso em
170 folhas timbradas, além de Mapas e Figuras Ilustrativas, sendo esta folha datada e assinada pelos
responsáveis técnicos da Coordenação da Obra do Câmpus Santo André (CO-UFABC) e da Geris Engenharia
e Serviços Ltda.

Santo André, 29 de maio de 2.014.

Guilherme Solci Madeira Dionísio Nunes Neto


Arquiteto e Urbanista Engenheiro Civil

170

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