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(PDF) Dermatologia em Cães e Gatos PDF
(PDF) Dermatologia em Cães e Gatos PDF
Nº 71 - DEZEMBRO DE 2013
Dermatologia
em cães e gatos
Fundação de Estudo e Conselho Regional de
Pesquisa em Medicina Medicina Veterinária do
Veterinária e Zootecnia Estado de Minas Gerais
FEPMVZ Editora CRMV-MG
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais
VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
compromisso com você
www.crmvmg.org.br
ISSN 1676-6024 Editorial
Caros colegas,
Nº 71 - DEZEMBRO DE 2013
Figuras............................................................................................................107
Abordagem por padrões
para o diagnóstico bigstockphoto.com
dermatológico
Adriane Pimenta da Costa Val* - CRMV-MG 4331,
Fernanda dos Santos Alves** - CRMV-MG 9539
* Professor Associado I, Escola de Veterinária da UFMG
Email para contato: adriane@ufmg.br
** Mestranda em Ciência Animal, Escola de Veterinária da UFMG
Introdução As doenças
no aparecimento de lesões
dermatológicas semelhantes em um am-
As doenças derma-
permanecem como plo espectro de doenças
tológicas permanecem
algumas das afecções e ainda, lesões que não
como algumas das afec-
mais frustrantes para apresentaram resolução
ções mais frequentes e
frustrantes para o clínico o clínico de pequenos definitiva e são apenas
de pequenos animais e o animais. Desta forma, parcialmente controladas,
diagnóstico e tratamento uma boa metodologia o que exige um acompa-
podem representar um de trabalho é essencial nhamento prolongado do
desafio, visto que a pele para que se possa paciente1,2. Desta forma,
responde de forma limi-
obter o diagnóstico e uma boa metodologia
tada aos diferentes tipos
estabelecer a terapia de trabalho é essencial
adequada.
de injúrias, o que resulta para que se possa obter
Exames complementares no diagnóstico dermatológico em pequenos animais 23
o diagnóstico e estabelecer a terapia clínico geral, para que então a pele seja
adequada2. examinada. Tal procedimento, quando
A abordagem do paciente derma- adotado sistematicamente, diminui a
topata inicia-se na identificação, com a chance de falhas no diagnóstico, mas
caracterização da espécie, raça, idade e muitas vezes não é feito devido à ansie-
pelagem. O histórico completo é essen- dade, tanto do proprietário, que deseja
cial para a compreensão da progressão que as lesões sejam examinadas pronta-
das lesões e, consequentemente, a evo- mente, quanto do próprio clínico, quan-
lução da doença2,3. A anamnese deve, do se defronta com lesões nunca vistas
portanto, ser a mais completa possível, anteriormente ou com casos crônicos3.
abordando: o problema principal, que A descrição das lesões em um mapa
pode ser mais de um, sendo importante dermatológico é um excelente método
definir aquele que se iniciou primeiro, para ajudar ao que auxilia no diagnós-
com definição do padrão de distribui- tico, no acompanhamento do curso da
ção das lesões e do prurido; dermatopa- doença e da resposta à terapêutica ins-
tias antecedentes, tanto recentes quanto tituída2,3,4. A confecção de uma lista de
distantes; início, evolução e periodici- diagnósticos diferenciais, com doenças
dade do quadro; existência de contac- que possuam características semelhan-
tantes, animais ou humanos internos ou tes, é uma das chaves para o sucesso na
externos ao ambiente do animal; trata- obtenção do diagnóstico definitivo, pois
mentos utilizados ou em continuidade e vem dela a orientação sobre a escolha
seus resultados; o ambiente e o manejo dos exames complementares adequa-
que o animal é submetido; a presença dos2,4. Muitos destes exames podem
de ectoparasitas3. ser feitos no próprio consultório, no
Os sinais clínicos relacionados a ou- momento da consulta e confirma ou
tros órgãos também devem ser investi- descarta algumas das doenças listadas
gados detalhadamente, com destaque como diagnósticos diferencias, o que re-
para o nível de atividade do paciente, sulta em um diagnóstico mais rápido e a
tolerância à exercícios, ingestão de água, instituição precoce do tratamento, com
apetite e alterações nas fezes e urina. É redução dos custos para o clínico e para
importante questionar sobre a presen- o tutor ou proprietário do animal1, 2,3.
ça e localização do prurido, elucidando O material básico necessário para a
suas manifestações nos pequenos ani- realização da maioria dos exames inclui:
mais, tais como lamber-se, mordiscar-se microscópio, lâminas de vidro, corantes
ou esfregar-se em objetos ou paredes2,4. rápidos de tipo panóptico, óleo de imer-
Todo paciente dermatológico deve são para exame ao microscópio, lâminas
ser submetido, incialmente, ao exame de bisturi, óleo mineral, pincel, pinças
24 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 71 - dezembro de 2013
de dissecção sem dente e pelo permite a identificação
O tricograma é
hemostática de Crille5. de falhas na pigmentação
utilizado para
Outros exames de- que podem sugerir alopecia
avaliação das pontas,
vem ser encaminhados a por displasia folicular do
hastes e raízes dos
laboratórios de confian- pelos o que permite pelo preto ou por diluição
ça e para estes, além do a identificação da de cor6 (Figuras 18 e 19). A
material já citado são ne- fase de crescimento, identificação de dermatófi-
cessários frascos de boca defeitos na tos e ovos de ectoparasitas é
rosqueada, “punch” ou pigmentação e, em possível, no entanto, a sen-
saca bocados, material alguns casos, infecções sibilidade, do tricograma, é
cirúrgico e condições de por fungos. extremamente baixa6,7.
anestesia geral5. As raízes podem ser
examinadas para a ca-
Exames complementares racterização do ciclo de renovação do
folículo piloso. Normalmente, a maio-
Tricograma ria das raças de cães e gatos apresenta
O tricograma é utilizado para avalia- maior número de pelos no estágio te-
ção das pontas, hastes e raízes dos pelos lógeno (Figura 20). Em algumas raças,
o que permite a identificação da fase de que apresentam o período de cresci-
crescimento, defeitos na pigmentação e, mento prolongado, como os Poodles, a
em alguns casos, infecções por fungos6. maioria dos pelos encontram-se na fase
O exame é simples e consiste na remoção anágena, em crescimento6. Alterações
dos pelos, sem provocar a quebra ou cor- podem indicar aumento na queda de
te, com uma pinça hemostática, aplicação pelos e falhas no crescimento6,7.
em uma lâmina com óleo mineral, coberta
com lamínula e visualização no microscó-
Pesquisa direta de sarnas e
fungos – raspados cutâneos
pio óptico em aumentos de 4-10x6, 7,8.
A avaliação da ponta dos pelos permi- A pesquisa direta de sarnas e fungos
te diferenciar a queda de pelo por prurido compreende o exame complementar
daquela não traumática, mais utilizado na derma-
particularmente útil em A pesquisa direta tologia veterinária7, 8. A
pacientes felinos que apre- de sarnas e fungos técnica é simples, de bai-
sentam o hábito de se lam- compreende o exame xo custo e extremamente
ber, uma vez que o prurido complementar útil, sendo utilizada no
provoca a quebra da extre- mais utilizado diagnóstico e acompa-
midade do pelo6, 7. na dermatologia nhamento terapêutico de
O exame da haste do veterinária sarna demodécica, sarna
Exames complementares no diagnóstico dermatológico em pequenos animais 25
sarcóptica e dermatofitose7, 8,10. A pro- mento capilar7, 8,10,11. Os raspados devem
fundidade do raspado deve ser adaptada ser múltiplos e as áreas de escolha são as
para a doença em questão, mas os locais bordas dos pavilhões auditivos, a pele
de escolha são as áreas onde a pele se en- glabra da região abdominal e aquela que
contra anormal, eritematosa e/ou onde recobre as articulações úmero-radio-
há presença de pápulas, pústulas, come- -ulnar e tíbio-társica6-8,11.
dos, descamação e alopecia5, 8,10. Caso O encontro de um único ácaro tem
existam dúvidas, o clínico realiza antes valor diagnóstico, bem como o encon-
os raspados superficiais e posteriormen- tro de peletes fecais castanho-escuros
te o raspado profundo. redondos ou ovais, ou ainda, ovos do
ácaro. Caso seja necessária a clarifica-
Escabiose e demodicose ção do material, acrescentar KOH 20 %
Quando as suspeitas diagnósticas e aquecer por alguns minutos5, 7,8,11. Por
recaem sobre os ácaros, a técnica con- outro lado, a sensibilidade do raspado
siste, quando necessário, no corte dos de pele é pequena, apenas cerca de 50%
pelos mais longos da área afetada, segui- dos raspados em animais sabidamente
da de aplicação de óleo mineral na pele doentes apresentam raspados positi-
ou na lâmina de bisturi e raspagem no vos5, 11. Assim, resultados negativos não
sentido do crescimento dos pelos para eliminam a doença da lista de diagnósti-
a coleta de material, que deve ser colo- cos diferenciais e o exame não pode ser
cado em lâmina de vidro seguida de ho- utilizado para acompanhamento da evo-
mogeneização, cobertura com lamínula lução clínica/terapêutica da doença7, 8,10.
e exame direto ao microscópio8-10. A sarna demodécica ou demodi-
O raspado superficial é utilizado em cose ocorre quando o ácaro Demodex
duas afecções contagiosas importantes, canis (Figura 34), habitante natural da
caracterizadas por prurido extremo e pele do cão, multiplica-se aos milhares,
pele eritematosa e com formação de geralmente, devido a desequilíbrios no
crostas, que são a escabiose canina cau- sistema imune cutâneo ou sistêmico do
sada pelo Sarcoptes scabiei (var canis) e a animal5, 9,10. A doença pode ser localiza-
infecção em felinos pelo Notoedres cati2, da ou generalizada e a pele apresenta-se
5,6,7,11
. Como tais ácaros infectam apenas extremamente eritematosa edemaciada
a camada superficial da pele, e migram com regiões de hipotricose ou alopecia
por ela, determinando a formação de e, por vezes, pústulas podem ser obser-
túneis, a preocupação no momento da vadas. Em casos crônicos, observa-se
coleta consiste em raspar áreas mais hiperpigmentação cutânea1, 2. O prurido
amplas de pele que fazer o raspado pro- não é característica marcante, exceto em
fundo, não sendo necessário o sangra- determinadas raças de cães, com desta-
26 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 71 - dezembro de 2013
que para Shih-tzu, Lhasa- mativo são mais comuns
As dermatofitoses
apso, Pug e Yorkshire, ou em humanos e em felinos,
podem ser definidas
quando ocorrem infecções que também apresentam
como infecções
secundárias1, 7-10,12. dermatite miliar, ou seja,
fúngicas de tecidos
Na suspeita de demo- corneificados, como pequenas crostas amarela-
dicose a pele deve ser for- a epiderme, os pelos e das firmemente aderidas à
temente comprimida en- unhas. pele, podem ser facilmen-
tre os dedos para facilitar te palpadas.
a extrusão dos ácaros do Em cães, as lesões
interior do folículo e os raspados devem podem iniciar-se com pelagem de má
ser profundos, até que se observe sangra- qualidade e áreas de hipotricose, que
mento capilar, e realizado em aproxima- podem evoluir para lesões alopécicas e
damente cinco locais 8-10. A visualização crostosas 1,2,5,6. A descamação, eritema,
de um grande número de adultos vivos hiperpigmentação e prurido são vari-
ou de formas imaturas, quais sejam, ovos, áveis. A doença tende a ser focal, mas
larvas e ninfas é necessária para confir- alguns casos podem chegar à alopecia
mar o diagnóstico, já que um ácaro oca- generalizada. Devido ao amplo espectro
sional pode fazer parte da flora normal da de apresentações clínicas das dermatofi-
pele e também pode ser visto em outras toses, bem como o seu caráter zoonóti-
patologias cutâneas9, 10. Nesta dermato- co e os efeitos colaterais observados em
patia, o raspado também é útil quando alguns tratamentos, o diagnóstico labo-
da decisão de interromper o tratamento, ratorial é o único que oferece completa
pois, independentemente do protocolo confiabilidade1, 2,7,9.
terapêutico utilizado, a obtenção de dois Deve-se colher o material raspan-
raspados negativos, ou seja, livre de áca- do a pele limpa com álcool, após cortar
ros, intervalados de uma semana indicam os pelos, se necessário. O raspado deve
a remissão parasitária da doença5, 7-10,12. ser feito de forma bastante superficial e
delicada, pois a contaminação com san-
Dermatofitoses gue ou exsudatos pode comprometer
As dermatofitoses podem ser defi- os resultados, especialmente o da cul-
nidas como infecções fúngicas de teci- tura5-7,10. O material obtido deve conter
dos corneificados, como a epiderme, os pelos, fraturados ou íntegros, obtidos
pelos e unhas. Os microrganismos mais das bordas das lesões alopécicas, desca-
comumente envolvidos nestas patologias mação e crostas e deve ser colocado em
são: Microsporum canis e Trichophyton frascos de boca rosqueada, mas a tam-
mentagrophytes1, 2. As lesões circulares, pa não deve ser apertada, pois a falta de
de bordas eritematosas e centro desca- oxigênio pode extinguir os dermatófitos
Exames complementares no diagnóstico dermatológico em pequenos animais 27
da amostra, levando à re- lino, o que acontece em
O exame citológico
sultados falso-negativos. fase precoce de cresci-
é um exame de fácil
A colocação da amostra mento dos dermatófitos,
execução e baixo
entre duas lâminas, uni- por vezes antes do cresci-
custo, que fornece
das por fita adesiva apenas mento da cultura. Fungos
informações muito
nas pontas ou ainda, em saprófitas também podem
importantes sobre
envelopes de papel são fazê-lo, mas em fase mais
a pele e ouvido do
também formas aceitáveis adiantada do cultivo5, 7,10.
paciente e, não
de armazenamento5, 7,10. Portanto, é importante
raramente, pode
Para o exame direto,
definir o diagnóstico e o exame diário do meio
pelos e descamação ob-
o melhor tratamento de cultivo. Após o cresci-
tidos no raspado devem mento da cultura, faz-se
a ser instituído.
ser clarificados com KOH necessário o exame mi-
20%%, mas esta técnica, croscópico das macroco-
além de exigir muito tempo em sua exe- nídeas, para a confirmação da presença
cução, leva à resultados falso-negativos dos dermatófitos patogênicos, identifi-
em muitos casos10. Quando positivas, as cação de gênero e espécie, o que auxilia
estruturas observadas são hifas hialinas, na identificação das fontes de infecção.
septadas e microconídeas. Resultados fal- Já estão disponíveis no mercado
sos negativos ocorrem quando macroco- brasileiro meios de cultivo prontos em
nídeas de fungos saprófitas são vistas no pequenos frascos para uso imediato
exame direto, pois as espécies de dermató- após a colheita do material, mas o clí-
fitos nunca as formam nos tecidos, apenas nico deve considerar o tempo que será
nos meios de cultivo5. gasto diariamente no exame dos meios
e posteriormente na identificação das
Cultura fúngica macroconídeas, bem como a necessida-
no diagnóstico das de de repetições, em alguns casos10. Se
dermatofitoses estes fatos representem empecilhos, de-
ve-se enviar o material colhido e acon-
A cultura fúngica, seguida da iden-
dicionado como acima descrito para um
tificação das macroconídeas é o melhor
laboratório de confiança.
meio de diagnóstico das dermatofito-
ses. O meio de cultura mais apropriado
para crescimento e identificação dos
Citologia da pele e do
dermatófitos é o DTM, sigla em inglês ouvido
para “Dermatophyte Test Médium”5-7. O exame citológico da pele ou da
Tal meio muda sua cor de amarelo cla- secreção auricular objetiva a avaliação
ro para vermelho quando torna-se alca- e estudo morfológico de células das ca-
28 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 71 - dezembro de 2013
madas superficiais da pele, bem como removida, o êmbolo é puxado, a agulha
a identificação de micro-organismos, é recolocada e o material é depositado
como bactérias, leveduras e protozoá- na lâmina de vidro e espalhado com ou-
rios5, 7,13,14. Este é um exame de fácil exe- tra lâmina (confeccionando-se a lâmina
cução e baixo custo, que fornece infor- como um esfregaço ou “squash”) ou com
mações muito importantes sobre a pele pincel antes de ser corado10, 14.
e ouvido do paciente e, não raramente, A escarificação é a técnica de escolha
pode definir o diagnóstico e o melhor para a coleta de amostras quando exis-
tratamento a ser instituído5, 13,14. Desta tem crostas, vesículas ou descamações do
forma, a citologia deve ser empregada estrato córneo14. A pele afetada é exposta
em uma grande variedade de afecções, e a superfície raspada superficial e delica-
sejam pruriginosas, pustulares, crosto- damente com uma lâmina de bisturi. 5,7,10
sas, nodulares, em placas, descamativas Os debris são transferidos para a lâmina
ou com alopecia5, 7,10. de vidro e espalhados uniformemente,
Diversas são as técnicas utilizadas com o uso de outra lâmina ou pincel5,10.
para a obtenção do material para o exa- As hastes de algodão, por vezes im-
me citológico, com destaque para as provisadas com material comum de
técnicas de aposição (impressão), aspi- clínica, são comumente utilizadas para
ração por agulha fina, escarificação e por coleta de amostras do conduto auditivo,
meio de hastes de algodão ou “swabs” lesões interdigitais ou mesmo lesões com
(Figura 21)5,13,14,15. superfícies crostosas secas14. Para obten-
O esfregaço por aposição é utiliza- ção do material de conduto auditivo, o
do nos pacientes com pele descamati- “swab” é inserido no meato acústico ex-
va, oleosa ou úmida. A lâmina de vidro terno, à cerca do terço médio do canal ho-
pode ser friccionada ou comprimida di- rizontal, rotacionado e retirado contendo
retamente sobre a pele14. secreção que é transferida para a lâmina
A aspiração por agulha fina é mui- de vidro, rolando-se o “swab” 10, 13,14. Se a
to utilizada para obtenção de amostras região estiver seca, pode-se umedecer a
de nódulos, cistos, massas e placas. haste de algodão com solução salina an-
Devem-se utilizar seringas de três a10 tes da coleta de material5, 13,14.
ml e agulhas de 18, 20 ou 22 gauges10, Independentemente da forma de
13,14
. A lesão é firmemente segura, a agu- obtenção do material, a coloração mais
lha é inserida e a aspiração é feita, até 10 comumente utilizada para citologia der-
vezes se possível. O êmbolo da seringa é matológica é do tipo Romanowski, com
solto para liberar a pressão e a seringa e destaque para o Panóptico rápido, sen-
a agulha são retiradas do nódulo5, 10. Não do a lâmina examinada em aumento de
se deve empurrar o êmbolo. A agulha é 1000x (objetiva de imersão)5,10.
Exames complementares no diagnóstico dermatológico em pequenos animais 29
Inicialmente, deve- leveduras são representa-
Os exames
-se avaliar à presença, das, principalmente, pela
complementares são
número e características Malassezia pachydermatis
fundamentais na
celulares, para que en- (Figura 33) 13,14.
dermatologia para
tão seja feita a pesquisa A contagem de micro-
o estabelecimento
de agentes infecciosos e do diagnóstico -organismos observados
parasitários . A obser-
13
e definição do pode ser determinante
vação de células inflama- tratamento adequado para a definição do diag-
tórias, como leucócitos, para cada paciente. nóstico. Cocos ocasionais
macrófagos ou piócitos, Lesões cutâneas em amostras de pele e do
especialmente, se for são de fácil acesso conduto auditivo são irre-
identificada a fagocitose e não existem levantes e apresentam im-
de micro-organismos, in- contraindicações portância clínica apenas
dica importante infecção significativas na coleta quando formam grandes
clínica, seja em amostras de amostras dessa colônias, no entanto, a
de pele ou do conduto região. identificação de bastone-
auditivo13, 14. Células de tes, em qualquer quan-
descamação, anucleadas, tidade, é considerada
de morfologia irregular, são achados anormal . É importante considerar
13-15
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Quadro 1- Questionário dermatológico específico para paciente que cursa com prurido
Fonte: Martins et al; 2012
Prurido extremamente
Sazonalidade
responsivo ao corcóide
Diagnósco de atopia
Fluxograma 4- Abordagem do prurido em cão, em que o prurido persiste mesmo após a dieta de ex-
clusão. Em vermelho, informações que auxiliam na identificação do paciente, e que são comuns no
paciente atópico, porém não necessariamente precisam estar presentes.
Quadro 3- Classe, posologia e tempo de tratamento dos principais agentes sistêmicos utilizados no
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Philadelphia: Elsevier Saunders, 2000, 270p. v.23, p.283-256, 2012.
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Carolina Boesel Scherer - CRMV-MG 13.722
Mestranda Ciência Animal, Escola de Veterinária da UFMG. Email para contato: cbscherer@gmail.com
abrir a boca são mais sugestivos de en- tímpano por ácaros ou por crescimento
volvimento do ouvido médio7. A lesão de pólipos inflamatórios ou nasofarín-
do nervo facial produz queda do lábio geos. Dependendo do padrão de cresci-
superior ou orelha, sialorreia, redução mento, tais pólipos podem crescer atra-
ou ausência de reflexo palpebral. A sín- vés da tuba auditiva para a nasofaringe
drome de Horner poderá estar presente ou a partir do canal externo do ouvido
64 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 71 - dezembro de 2013
para MT, o que cria uma abertura per- crônica com mudanças patológicas no
manente entre o canal externo e o ouvi- canal auricular que causam estenose,
do médio. A presença de pólipo é regu- tornando a visualização da MT impos-
larmente associada com OM bacteriana sível5,8, em tais casos, o ouvido deveria
secundária8. ser tratado, para redução da inflamação
e edema, e reexaminado em 7 a 14 dias,
Diagnóstico no momento em que um exame otoscó-
O diagnóstico de OM é realizado pico apropriado possa ser realizado5,17.
através da anamnese e do exame físi- Para um completo exame otoscópico17,
co5,14. O valor da história completa não em animais com dor, é necessária a se-
pode ser subestimado quando se avalia dação ou a anestesia geral.
o paciente com OM, principalmen- O diagnóstico de OM no gato é mais
te, quando é crônica, pois é a história fácil de definir com o uso do otoscópio,
do desenvolvimento da doença que, pois seu canal auricular é relativamente
fornece os indícios sobre a origem do curto. A OM em gatos, , frequentemen-
problema. Nesse aspecto, deve ser in- te, é sequela de doença respiratória, o re-
cluído o histórico geral assim como o lato de espirros e descarga ocular ou na-
dermatológico15. sal pode auxiliar no diagnóstico. Alguns
Aliado aos achados no exame clí- gatos com OM podem ter pólipos no
nico, os epidemiológicos, citológicos, canal do ouvido que se tornam visíveis
microbiológicos e exames de imagens, após a limpeza e retirada de exsudato.
auxiliam no diagnóstico de OM7,8,16. Bactérias isoladas da bula timpânica de
gatos com doença do ouvido médio são
Otoscopia e vídeo- consistentes com achados de patógenos
otoscopia do trato respiratório. Hipotetiza-se que
Um dos primeiros procedimentos a infecção viral do trato respiratório su-
que deve ser realizado em pacientes com perior no início da vida pode desempe-
queixa de otite, é o exame otoscópico5,17. nhar um papel na inicialização da OM
A otoscopia em cães pode ser bastante em gatos, pois essas infecções e pólipos
difícil por causa da conformação longa, ocorrem em gatos mais jovens8.
em forma de L e em funil do canal au- A recente introdução dos vídeo-
ditivo, tornando difícil a visualização da -otoscópios permitiu a visualização
MT. Em adição, muitos pacientes com ampliada e detalhada do canal auditivo
OM possuem uma MT ilesa, dando ao e do tímpano. O vídeo-otoscópio forne-
clínico a impressão de que o ouvido ce excelente iluminação através de uma
médio está intacto8. Muitos pacientes sonda contendo um cabo de fibra ótica
caninos com OM também possuem OE de alto rendimento8,17. A imagem am-
Abordagem diagnóstica e terapêutica da otite média em cães e gatos 65
pliada no monitor é muito quatro bactérias por COI,
O exame citológico
superior à obtida através especialmente, quando
do exsudato ótico é
do otoscópio portátil17. células inflamatórias tam-
obrigatório por ser
A MT normal é semi- bém estão presentes, tem
o mais apropriado
transparente e formada sido relatada como cli-
método para
por três camadas e divi- nicamente significante2.
determinação do
dida em duas seções: por- A citologia deveria ser
tipo e do número
ção menor dorsal flácida realizada do fundo do ca-
de microrganismos
e a porção maior ventral nal do ouvido e, quando
presentes.
tensa. Na maioria dos cães apropriado, da cavidade
e no gato, a porção flácida do ouvido médio5. Um es-
é plana. A porção tensa compreende a tudo demonstrou que a citologia do ca-
maioria da superfície total da MT, ela é nal auditivo externo e do ouvido médio
muito fina, mas forte e robusta19. pode variar grandemente4, as infecções
As características normais da MT e polimicrobianas em OE e monomicro-
suas variações estão no Quadro 1. bianas em OM18 são mais comums. A
cultura e o antibiograma são úteis para
Citologia, cultura e identificar o agente etiológico e insti-
antibiograma tuir antibioticoterapia apropriada1,20. As
amostras para citologia e cultura devem
O exame citológico do exsudato óti-
ser coletadas do canal horizontal exter-
co é obrigatório por ser o mais apropria-
no, antes da limpeza. Após a limpeza,
do método para determinação do tipo e
obtêm-se amostras diretamente do ou-
do número de microrganismos presen-
vido médio, se a MT estiver rompida ou
tes. A presença de raras leveduras cam-
se o tímpano estiver anormal (abaulado,
po em óleo de imersão (COI) e uma a
descolorido, opaco)2,4 via miringotomia.
Um timpanograma plano
Usado para mensurar
sugere efusão do ouvido
indiretamente a
médio, grande área de
pressão do ar no
cicatrização ou, se associado
ouvido médio e o Requer um analisador de
Timpanometria com aumento de volume do
comprimento da MT, ouvido médio
canal, uma MT perfurada.
e estimar o volume
Um timpanograma anormal
do canal externo do
sugere OM, mas um normal
ouvido
não exclui OM.
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Gabrielle Márcia Marques Cury - CRMV-MG 8362
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Dieta de Cultura
eliminação fúngica
HA Monitoramento
Histórico
Cultura
fúngica
Biópsia Testes
Defluxos sanguíneos
Dermatofitose
Controle de
insetos
Repeção
Tratamento
sintomáco Não resposta Resposta
Monitoramento HA
Teste intradérmico
Alopecia Atopia
psicogênica
Citologia
Resultado diagnósco
Sem microorganismos Neutrófilos e cocos
ou inconclusivo ou inconclusivo
Biópsia, cultura
Anbiocoterapia
Infecção
Biópsia, cultura bacteriana
(48 h após término da
anbiocoterapia
Citologia
Remissão
DAPI Dieta de
eliminação
Doença
Atopia idiopáca
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Figura 26 - A. Alopecia assimétrica, porém bilateral, em região periocular de felino com dermatofitose.
B. Observa-se a fluorescência da Luz de Wood
Figura 37 - Escala visual modificada para mensuração do prurido. O proprietário deve marcar um X, no
local da escala em que suspeita que está a coceira da animal