Você está na página 1de 46

CONSTITUIÇÃO PSICOSSEXUAL EM

FREUD
“Os três ensaios sobre a teoria da
sexualidade” (1915)
ENSAIO II “A SEXUALIDADE INFANTIL”
Texto aponta a importância da pesquisa sobre
sexualidade infantil.
Freud busca uma possível explicação na amnésia dos
primeiros anos de vida (até seis ou oito anos de idade).
Texto com diversas revisões e alterações ao longo do
desenvolvimento da psicanálise.
AMNÉSIA INFANTIL
O esquecimento deixa profundos traços que são
determinantes para a vida posterior.
Amnésia infantil equivalente a amnésia neurótica
(repressão).
Condição infantil da sexualidade do neurótico. (Comum ou
regressiva).
Possibilidade da amnésia histérica só possível pela via já aberta
da amnésia infantil.
O PERÍODO DE LATÊNCIA
PERÍODO DE LATÊNCIA
Supressão no processo de desenvolvimento sexual.
Período de formação dos entraves sexuais. ( Nojo,
vergonha, ideais estéticos e morais). Fator –
educacional e + hereditário.
Sublimação – Energia sexual é direcionada para
outros fins culturais e sociais. (aprendizagem
escolar).
PERÍODO DE LATÊNCIA
Formação reativa – Forças psíquicas contrárias que
suprimem as questões sexuais através de nojo,
vergonha e moral no intuito de evitar o desprazer.

No período de latência manifestações sexuais


podem aparecer e/ou persistir nesse período.
O ato de chupar
AS MANIFESTAÇÕES SEXUAIS INFANTIS (fase oral)
O ATO CHUPAR (FASE ORAL).
Surge no lactante (necessidade básica aleitamento).

Caracterizado pelo uso dos lábios de maneira


rítmica sem a finalidade da alimentação.

Partes do próprio corpo são usado para sucção.


O ATO CHUPAR (FASE ORAL).
Podem estar associados também:
Manipular outra parte do corpo.
Levar a adormecer e/ou reação motora a maneira
de um orgasmo.
Combinado a fricção de partes sensíveis do corpo,
como peito ou órgão genitais externos.
Deve-se fazer a distinção de “sexual” com
“genital”.
AUTOEROTISMO
Instinto dirigido ao próprio corpo.
Busca a reprodução de um prazer já obtido. (seio
materno).
Lábios da criança como zona erógena estimulada pelo
fluxo de leite.
Primeiramente apoiada na conservação da vida.
Posteriormente se torna independente dela.
AUTOEROTISMO
A utilização do próprio corpo se liga por um não controle
do mundo externo.

Apoia-se em uma segunda zona erógena secundária.


(apoio para objeto externo posterior).
“Pena que não posso beijar a mim mesma” p.86.
AUTOEROTISMO
Quando há predomínio dessa área o adulto tem
tendências:
Fumar, beijar, beber, comer.
Caso venha a repressão essa tendência pode se transformar-se
em seu contrário:
Vômitos (bulimia).
Repulsa a questões ligadas a boca. (inibição).
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA SEXUALIDADE INFANTIL.
Apoia-se em uma das funções vitais do corpo.

Autoerótica (base no próprio corpo).

Meta determinada por uma zona erógena.


ZONA ERÓGENA.
Parte do próprio corpo, pele ou mucosa, que tem
sensibilidade e pode ser estimulada por movimentos
ritmados.

Algumas regiões tem predominância.

Outras regiões também podem fazer essa função.


O importante é mais a qualidade do estímulo que a natureza da
parte do corpo.
ZONA ERÓGENA E ZONA HISTERÓGENA
O deslocamento ocorrido na criança também aparece na
sintomatologia da histérica.

Desvio da atividade sexual genital para determinada


parte do corpo.

Esta região do corpo passa a ser superexcitada.

Qualquer parte pode fazer essa função.


META SEXUAL INFANTIL
Gerar satisfação por meio da estimulação.

Necessidade de repetição:
Sensação de desprazer. (tensão).
Sensação de comichão.
Estimulo centralmente condicionado. (Projetado na zona erógena
periférica).
Meta: substituir um estimulo interno por um externo por
meio da satisfação.
Atividade zona anal
AS MANIFESTAÇÕES SEXUAIS MASTURBATÓRIA. (fase anal).
ATIVIDADE ZONA ANAL
 Também uma zona erógena eu favorece um apoio a
sexualidade.
Psicanálise percebeu a suscetibilidade da excitação
sexual desta zona ao longo da vida.
Distúrbios intestinais frequentes no adoecimento neurótico.
ATIVIDADE ZONA ANAL
 Retenção e liberação da massa fecal. (controle e prazer).
Primeiro presente a ser dado. Pode representar
docilidade ou desobediência.
Posteriormente ganha o significado de bebê e de local
da saída dos bebês.
É obtido pela alimentação e nasce pelo ânus.
ATIVIDADE ZONA ANAL
Relação com o sintoma neurótico posterior (obstipação).

Ritual de defecação do neurótico.

Estimulação masturbatória da zona anal com auxilio do


dedo em crianças maiores.
Atividade das zonas
AS MANIFESTAÇÕES SEXUAIS MASTURBATÓRIA. genitais.
ATIVIDADE DA ZONA GENITAL.
Sem grande importância no início, mas a base para
sexualidade normal.

Zona estimulada desde muito cedo.


Lavagem e fricção na higiene.
Afluxo de secreções.
Excitações causais.
ATIVIDADE DA ZONA GENITAL.
Pelos diversos estímulos podemos pressupor que o
onanismo do bebê ira dar a primazia dessa zona.

Zona estimulada desde muito cedo.


Lavagem e fricção na higiene.
Afluxo de secreções.
Excitações causais.
ATIVIDADE DA ZONA GENITAL.
Estimulo por meio de fricção ou pressão com as mãos ou
coxas.
Mulher predominância uso das coxas.
Meninos uso das mãos.
Três fases da masturbação infantil:
Período da amamentação.
Período de florescimento da atividade sexual. (4 anos +ou-).
Masturbação da puberdade.
TRÊS FASES DA MASTURBAÇÃO INFANTIL.
 A não interrupção da primeira para segunda fase surge
como barreira para o desenvolvimento do homem
civilizado.

A segunda fase traz profundos traços (inconscientes),


tanto nos casos normais ou patológicos.
TRÊS FASES DA MASTURBAÇÃO INFANTIL.
 Nos casos patológicos há um deslocamento.

Também explica a amnésia infantil.

A psicanálise consegue tornar consciente o que foi


esquecido, eliminando uma compulsão.
TRÊS FASES DA MASTURBAÇÃO INFANTIL.
 Reaparecimento da segunda fase por motivos internos e
externos. (polução).
Sedução por parte de um adulto ou outra criança. (parte
da teoria da sedução).
SEXUALIDADE PERVERSA E POLIMORFA
 A sexualidade infantil é perversa e polimorfa.
Por influência da sedução pode tomar os mais variados
caminhos possíveis.
Isso se dá pelas baixas barragens (diques) que estão
presentes na infância.
(INSTINTOS)PULSÕES PARCIAIS
Algumas pulsões aparecem espontaneamente, essas são:
Voyeurismo e exibicionismo.
Sadismo e masoquismo.
Somente têm relação estreita com a genitalidade
posteriormente.
Apresenta-se na liberdade de mostrar as partes íntimas
sem pudor.
(INSTINTOS)PULSÕES PARCIAIS
Posteriormente com o sentimento de vergonha esse
exibicionismo se transforma em voyeurismo.

Se da principalmente em ver outras crianças usando o


banheiro.
(INSTINTOS)PULSÕES PARCIAIS
O componente de crueldade se desenvolve
espontaneamente.
As causa se dá pelo sentimento de compaixão é tardio nas
crianças.
Uma das causas pode ser a pulsão de apoderamento.
O masoquismo vem da raiz passiva da crueldade.
Estimulo dado na educação da criança.
A PESQUISA SEXUAL INFANTIL
A PULSÃO DE SABER
A Pulsão de saber surge junto com o despertar da vida
sexual. (3 a 5 anos).

Não é atribuível exclusivamente a sexualidade, mas a


forma sublimada de apoderamento e com a energia do
prazer de olhar.
A PULSÃO DE SABER
Surge de uma questão prática ligada a ameaça de
perda de amor. (Surgimento de um irmão).
De onde vem as crianças?
A diferença sexual é menos importante para a criança,
mas para o menino pressupõe que todo mundo tem um
genital como o seu.
COMPLEXO DE CASTRAÇÃO E INVEJA DO PÊNIS
O menino sustenta â universalidade do pênis com afinco.

Somente abandona com o complexo de castração.

Papel do pênis perdido da mulher têm papel importante


na configuração de muitas perversões.
COMPLEXO DE CASTRAÇÃO E INVEJA DO PÊNIS
A menina também passa pelo complexo de castração.
Ao reconhecer a diferença sexual reconhece o pênis como
perdido.
Culmina no desejo de ser um garoto.
Situação de menosprezo por parte masculina por a
mulher não ter um pênis. (menosprezo pelo outro sexo).
TEORIAS DO NASCIMENTOS
Questão: De onde vêm os bebês?
Saem do peito.
Saem do ânus.
Do umbigo.
Foram comidos.
CONCEPÇÃO SÁDICA DO INTERCURSO SEXUAL
As crianças têm curiosidade de saber sobre no que
consiste o intercurso sexual.

Presenciar a relação sexual dos adultos, muitas vezes


pode levar a concepção de maus tratos ou de ato
violento.
CONCEPÇÃO SÁDICA DO INTERCURSO SEXUAL
As crianças têm curiosidade de saber sobre no que
consiste o intercurso sexual.

Presenciar a relação sexual dos adultos, muitas vezes


pode levar a concepção de maus tratos ou de ato
violento.
FASES DE DESENVOLVIMENTO DA ORGANIZAÇÃO GENITAL.

Pré-genitais:
Oral ou canibal: tem como objetivo a incorporação do objeto, no
modelo daquilo que será a identificação.

Sádico-anal: Já se encontra o antagonismo sexual, porém na


forma de ativo e passivo. Atividade pela pulsão de
apoderamento e a mucosa intestinal erógena com meta sexual
passiva.

Polaridade sexual e objeto externo já podem ser contatados.


FASES DE DESENVOLVIMENTO DA ORGANIZAÇÃO GENITAL.

Ambivalência
Forma de organização sexual com predominância do sadismo e o
papel de cloaca na zona anal lhe emprestam um cunho
singularmente arcaico.
Os pares de pulsões opostas encontram-se igualmente
desenvolvidos o que traz o termo ambivalência proposto por
Bleuler.
FASES DE DESENVOLVIMENTO DA ORGANIZAÇÃO GENITAL.

Ambivalência
“A hipótese das organizações pré-genitais da vida sexual
assenta na análise das neuroses e dificilmente pode ser avaliada
sem o conhecimento destas. É de esperar que a continuação dos
esforços analíticos ainda venha a nos trazer muito mais
esclarecimentos acerca da estrutura e do desenvolvimento da
função sexual normal”. (FREUD, 1905, p.109).
FASES DE DESENVOLVIMENTO DA ORGANIZAÇÃO GENITAL.

Freud cita em nota de rodapé (p.110) que colocou uma


terceira fase genital após as duas fases pré-genitais, mas
que ele nomeia de fase fálica, justamente por só ser dado
a conhecer nessa fase o órgão sexual masculino.
Esse será a embrião da escola objetal posterior. (após a
puberdade).
ESCOLHA DE OBJETO SEXUAL EM DOIS TEMPOS

Primeira: entre a idade de dois e cinco anos e o período


de latência que interrompe ou faz regredir.

Segunda: Vem com a puberdade e determina a


configuração definitiva da vida sexual.
FONTES SEXUAIS INFANTIS

Excitações mecânicas.
Atividade muscular.
Processos afetivos.
Trabalho intelectual.
SEXUALIDADE SEM DIREÇÃO À GENITALIDADE.
Nota 64 (p. 118).
[Nota acrescentada em 1920:) Uma consequência inescapável
dessas afirmações é que devemos atribuir a todo indivíduo um
erotismo oral, anal, uretra! etc., e que a constatação dos
complexos psíquicos correspondentes não implica um juízo de
anormalidade ou neurose. As diferenças que separam o normal e
o anormal podem estar apenas na força relativa de cada
componente do instinto sexual e na utilização que deles é feita no
curso do desenvolvimento.

Você também pode gostar