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Utilização de Algas para A Produção de Biocombustíveis PDF
Utilização de Algas para A Produção de Biocombustíveis PDF
Energias Renováveis
Dezembro 2010
Raquel Antunes
Inês Cristóvão Silva
Examinadoras de patentes
Índice
1. Introdução……………………………………………………………………………3
3.1.1 Bioetanol………………………………………………………….8
3.1.2 Hidrogénio………………………………………………………..9
3.1.3 Metano…………………………………………………………..11
3.1.4 Biodiesel………………………………………………………...12
5. Considerações Finais……………………………………………………………..34
6. Referências………………………………………………………………………...35
2
1. Introdução
3
processo de fotossíntese. O grande desafio actual consiste na optimização dos
processos de produção e extracção dos óleos, e na identificação e
manipulação dos recursos biológicos com maior potencial de exploração com
vista à valorização desta fonte energética no futuro.
4
2. Biocombustíveis – Enquadramento legal
5
A Directiva 2003/30/CE, que visa também criar mecanismos para promover
a colocação no mercado de quotas mínimas de biocombustíveis, estabeleceu
um valor de incorporação de biocombustíveis de 5,75% até 2010 e de 20% até
2020. O Decreto-Lei 62/2006 de 21 de Março, que constituiu um dos
documentos de apoio à “Estratégia Nacional para a Energia”, RCM nº 169/2005
de 24 de Outubro de 2005, veio antecipar as metas europeias ao estipular uma
meta de 10% em 2010 para os biocombustíveis utilizados nos transportes,
meta esta que se mantém na nova Estratégia Nacional para a Energia (ENE
2020).
Adicionalmente, o Decreto-Lei 66/2006 de 22 de Março, que altera o Código
dos Impostos Especiais sobre o Consumo, constitui também um incentivo à
utilização de biocombustíveis, consagrando a isenção de Imposto sobre os
Produtos Petrolíferos aos biocombustíveis integrados na gasolina e no gasóleo.
6
3. Utilização de algas para a produção de biocombustíveis
3.1 Potencial das algas para a produção de energia
7
3.1.1 Bioetanol
8
biodiesel, os hidratos de carbono existentes no bolo vegetal remanescente
podem ser utilizados como substrato de fermentação para a produção de
etanol, o que permite uma optimização da biomassa potencialmente energética
das algas.
3.1.2 Hidrogénio
9
A produção biológica de hidrogénio apresenta várias vantagens sobre a
produção de hidrogénio por processos fotoeletroquímicos ou termoquímicos,
uma vez que a produção de hidrogénio por microrganismos fotossintéticos por
exemplo, requer o uso de um reactor solar simples (e.g. uma caixa
transparente fechada), com requisitos de baixa energia, enquanto que
processos electroquímicos requerem o uso de baterias solares de alta energia5.
Existem três métodos de produção de hidrogénio a partir das algas: Processos
bioquímicos, gaseificação e reformação a vapor de metano5.
Sob condições específicas, as algas produzem hidrogénio, através de
processos biológicos e fotobiológicos. As microalgas e cianobactérias,
juntamente com as plantas superiores, são capazes de fotossíntese aeróbica
de acordo com a seguinte reacção5:
10
Figura 3 – Gaseificação da biomassa algal6.
3.1.3 Metano
11
verifica-se que o metano produz mais calor por unidade de massa do que
outros hidrocarbonetos complexos. Em muitas cidades, o metano é canalizado
em residências para aquecimento doméstico e para cozinhar, contexto no qual
é geralmente conhecido como gás natural, sendo também utilizado na forma de
gás natural comprimido como combustível para veículos8.
Teoricamente, o metano pode ser produzido a partir de qualquer um dos
três componentes de algas – hidratos de carbono, proteínas e lípidos. Para a
produção de metano, os bio-reactores fechados para cultivo de algas
constituem uma alternativa promissora para a obtenção de biomassa para a
produção de bio-metano. Estes sistemas permitem o cultivo de microalgas em
grandes quantidades (150-300 toneladas por hectare por ano), o que
corresponde, teoricamente, a um rendimento 200,000-400,000 m de metano
por ha por ano8.
A digestão anaeróbia constitui o método mais directo de produção de
metano a partir de algas, envolvendo as seguintes etapas sucessivas8:
- Pré-tratamento das algas para despolimerização da matéria sólida, formando-
se uma suspensão de partículas finas.
- Passagem da suspensão num leito fluidizado com enzimas que convertem a
biomassa em açúcar, e bactérias capazes de transformar os açúcares em
ácidos gordos voláteis.
- Decantação da suspensão, de modo a eliminar quaisquer partículas sólidas
que possam permanecer.
- Passagem do líquido decantado num leito fixo contendo bactérias
metanogénicas.
3.1.4 Biodiesel
12
Culturas como a soja, palma, canola e colza são considerados como
matérias-primas de primeira geração, visto terem sido as primeiras culturas
utilizadas para a produção de biodiesel. A maior parte das matérias-primas de
primeira geração podem igualmente ser utilizadas como culturas alimentares.
Contudo, uma vez que este tipo de culturas, quando utilizadas para a produção
de biodiesel, estão associadas a um rendimento muito inferior
comparativamente ao das algas10 (tabela 1), muito dificilmente a primeira
geração de biocombustíveis terá uma produtividade suficiente sem que haja
alocação exclusiva de grandes extensões de terra arável para culturas
destinadas à produção de combustíveis.
Matérias-primas de origem biológica mas não alimentar são utilizadas na
produção de biodiesel de segunda geração. Estes produtos podem ser
convertidos em combustível através de métodos standard de transesterificação,
ou usando tecnologias de “biomass-to-liquid” (BTL), tais como o processo de
Fischer-Tropsch ou o processo de pirólise rápida. Este tipo de matérias-primas
permite eliminar a concorrência relativamente aos recursos alimentares, reduzir
a utilização de terra arável, além de que são obtidos subprodutos que podem
ser reaproveitados noutros processos químicos ou queimados para geração de
calor e energia. Contudo, tal como no caso dos combustíveis de primeira
geração, estas matérias-primas oferecem modestas reduções relativamente ao
uso de combustíveis fósseis e às emissões de gases de efeito estufa com os
métodos de processamento actualmente existentes.
As algas, constituindo a terceira geração de biocombustíveis,
apresentam-se, teoricamente, como a única fonte de biocombustível que pode
vir a substituir a dependência do petróleo no futuro de uma forma económica e
socialmente viável. Uma das principais razões pelas quais as algas são cada
vez mais exploradas como matéria-prima, particularmente para a produção de
biodiesel, é o seu elevado rendimento, uma vez que a produção de algas gera
30 vezes mais energia por hectare do que as culturas terrestres. As microalgas
representam os organismos unicelulares fotossintéticos com crescimento mais
acelerado, podendo completar um ciclo de crescimento em poucos dias.
Algumas espécies de microalgas têm alto teor de óleo (até cerca de 80% de
óleo por peso seco, tabela 2) e podem produzir até 137.000 litros de óleo por
hectare por ano, em condições óptimas10.
13
Tabela 1 – Comparação entre fontes de biodiesel10
Produção de óleo Área cultivável necessária
Cultura
(L/ha)* (Mha)a
Milho 172 1540
Soja 446 594
Colza 1190 223
Coco 2689 99
Óleo de palma 5950 45
Microalgas (70%
136900 2
óleo/peso seco)
Microalgas (30%
58700 4.5
óleo/peso seco)
*valor de referência para cumprir 50% das necessidades energéticas dos transportes nos
Estados Unidos.
14
Embora, no que diz respeito ao teor lipídico (% de lípidos relativamente
ao peso seco), as algas sejam equivalentes à biomassa de outras culturas
oleaginosas, a grande vantagem da sua utilização reside efectivamente na
elevada produtividade, sendo que o aumento do teor de óleo por unidade de
área obtido a partir das algas constitui um dos temas mais pesquisados
actualmente.
15
constante e remoção de uma quantidade equivalente de biomassa algal.
Durante a noite mantém-se apenas a agitação do meio de cultura para evitar o
assentamento das algas. Cerca de 25% da biomassa produzida no período
diurno pode ser perdida durante a noite devido à respiração, sendo que a
proporção de perda de biomassa depende do nível de luminosidade, e
temperatura durante a fase de crescimento, assim como a temperatura durante
a noite10.
Actualmente os únicos métodos praticáveis para produção de microalgas
em larga-escala compreendem a utilização de tanques abertos (“raceway
ponds”) ou de fotobioreactores tubulares fechados10.
Os “raceway ponds” são usados para o cultivo de microalgas desde os
anos 50, pelo que os conhecimentos inerentes a esta tecnologia estão já bem
consolidados. Os tanques utilizados são geralmente constituídos por canais de
recirculação independentes, os quais formam um loop fechado, tipicamente
com cerca de 20-30 cm de profundidade, e com recirculação e agitação
promovidos pela acção de pás. Em termos de área, este tipo de instalações
ocupa entre 0.5-1 ha até 200 ha no caso de cultivos extensivos (e.g. cultivo de
D. salina na Austrália)13.
16
O cultivo de microalgas para a produção de biodiesel em “raceway
ponds” (Fig. 4) tem sido largamente avaliado em estudos financiados pelo
Departamento de Energia dos Estados Unidos10 visto que constitui uma
metodologia menos dispendiosa que os fotobioreactores em termos de custos
de construção e manutenção. Contudo, este tipo de cultivo, embora apresente
produtividades geralmente superiores a 10 g de peso seco/m2d, mantém-se
aquém do rendimento dos fotobioreactores10. Uma vez que é um sistema
aberto está sujeito a flutuações diárias e sazonais da temperatura, e as perdas
para a atmosfera por evaporação tornam também a utilização do CO2 menos
eficiente, o que conduz a uma produtividade sub-óptima. Adicionalmente, a
contaminação por algas e microorganismos que se alimentem de algas afecta
também a eficiência da produção de biomassa. Não obstante, este tipo de
sistema é geralmente encarado como a base para a cultura de microalgas em
larga escala para a produção de biodiesel, embora estejam ainda a ser
optimizadas as condições para cultura das espécies-chave para a produção de
biodiesel10.
Por sua vez, os fotobioreactores permitem essencialmente monoculturas
de microalgas, tendo vindo a ser usados com sucesso para a produção de
biomassa microalgal10. Um fotobiorector consiste numa série de tubos
transparentes, geralmente feitos de plástico ou vidro, os quais actuam como
colectores solares (Fig. 5).
17
Figura 5 – Fotobioreactor6
18
Figura 6 – Fermentador6
19
alimentação de grandes tanques em circuito aberto13. Adicionalmente, a
investigação actual procura, portanto, promover a combinação entre a
tecnologia dos fotobioreactores e “raceway ponds”, para reduzir a
contaminação e a duração dos ciclos de cultivo nos tanques abertos,
optimizando a produção de biomassa em tanques exteriores, de forma a que se
apresentem como uma alternativa competitiva no mercado dos
biocombustíveis.
20
Figura 7 – Representação esquemática de uma biorefinaria para obtenção de produtos
úteis a partir das microalgas13
21
Figura 9 – Extracção dos óleos6
22
3.4 Engenharia genética
23
Por esse motivo, a engenharia genética afigura-se como a solução para
ultrapassar a morosidade do processo de selecção. Contudo, apesar dos
recentes avanços nas abordagens biotecnológicas, o potencial da engenharia
genética só seria completamente alcançado se as técnicas de reprodução das
espécies mais significativas estiverem solidamente estabelecidas de forma a
permitir a combinação dos caracteres e mutações genéticos mais desejáveis14.
24
Figura 10 – Vias metabólicas das microalgas relativamente às quais estão a ser
optimizadas estratégias de optimização da produção de óleos14
Descodificação do genoma
No que se refere à descodificação do genoma, vários projectos de
sequenciação do genoma nuclear encontram-se já concluídos, nomeadamente
para C. reinhardtii, Phaeodactylum, Thalassiosira pseudonana,
Cyanidioschyzon merolae, Ostreococcus, Ostreococcus tauri, e Micromonas
pusilla14. Por sua vez, encontram-se em cursos projectos para sequenciação de
Fragilariopsis cylindrus, Pseudo-nitzschia, Thalassiosira rotula, Botryococcus
braunii, Chlorella vulgaris, Dunaliella salina, Micromonas pusilla, Galdieria
sulphuraria, Porphyra purpurea, Volvox carteri, e Aureococcus
anophageferrens14.
25
Métodos de transformação e expressão
A transformação genética foi já conseguida para diversas espécies,
nomeadamente algas verdes (Chlorophyta), vermelhas (Rhodophyta) e
castanhas (Phaeophyta), diatomáceas, euglenófitas e dinoflagelados14.
Os métodos primariamente desenvolvidos para C. reinhardtii
demonstram que a estabilidade da expressão pode ser melhorada através de
utilização de codões adequados e promotores endógenos fortes, da inclusão
de terminações 5’,3’ específicas de cada espécie e da utilização de sequências
de intrões14. A eficiência de transformação parece estar fortemente
correlacinada com a espécie usada, e os métodos de transformação têm de ser
cuidadosamente seleccionados e optimizados para cada microalga. Entre os
métodos de transformação que têm sido utilizados para a transferência de DNA
em células de microalgas encontram-se, fundamentalmente, a agitação na
presença de esferas de vidro, eletroporação, o bombardeamento com
micropartículas de biobalística e transferência de genes mediada
14
Agrobacterium tumefaciens .
Biossíntese lipídica
A figura 10 apresenta uma visão simplificada das vias de síntese de
lípidos, ao nível das quais poderão ser levadas a cabo manipulações genéticas
26
para aumentar o conteúdo oleaginoso das algas. Em particular, o fornecimento
de ácidos gordos parecem ser determinantes para a regulação da síntese de
óleos14, pelo que grande ênfase foi inicialmente dado aos estudos focados no
aumento da expressão de enzimas envolvidas nas vias de síntese de ácidos
gordos, embora com pouco sucesso. Mais recentemente, a sobre-expressão de
genes envolvidos na formação de triacilgliceróis (TAG) parece revelar-se a
abordagem de maior sucesso14. Outra abordagem alternativa para aumentar o
conteúdo celular lipídico consiste em bloquear as vias metabólicas
responsáveis pela acumulação de compostos energéticos, tal como o amido. A
disrupção do gene da ADP-glucose-pirofosforilase ou isoamilase em algas
parece revelar-se particularmente eficaz para a acumulação de triacilglicerol14.
Catabolismo lipídico
Uma estratégia complementar para aumentar a acumulação de lípidos
consiste na redução do seu catabolismo. Os genes envolvidos na activação do
triacilglicerol e dos ácidos gordos livres, assim como os genes envolvidos na β-
oxidação dos ácidos gordos, foram já alvo de estudos de inactivação,
resultando em aumento do conteúdo lipídico celular. Contudo, grande parte do
conhecimento disponível neste domínio provém de estudos em plantas
superiores. Por esse motivo, e para ultrapassar a falta de recombinação
homóloga eficiente em microalgas, a inactivação genética terá que ser
promovida através de mutagénese aleatória ou através do silenciamento de
RNA14.
27
Figura 11 – Vias metabólicas da biossíntese lipídica em microalgas14
28
Modificação das características dos lípidos
Alternativamente à engenharia genética direccionada para a produção
aumentada de lípidos, uma estratégia que se poderá afigurar também
auspiciosa visa o aumento da qualidade dos lípidos com vista à sua
adequabilidade como matéria-prima para biodiesel, nomeadamente no que se
refere ao comprimento das cadeias. O comprimento da cadeia dos ácidos
gordos é determinado por acil-ACP tioesterases, que libertam os ácidos gordos
da sua cadeia de síntese. Existem várias tioesterases obtidas a partir de uma
grande variedade de organismos e que são específicas para determinados
comprimentos de cadeia dos ácidos gordos, pelo que a sua sobreexpressão
trangénica poderá ser usada para optimizar os óleos obtidos a partir de
microalgas14.
29
4. A inovação na área dos biocombustíveis: tendências de patenteamento
30
Figura 13 – Evolução do número de publicações, por requerente, no período de 2000 a
2010 (2010-12-22).
31
Figura 14 – Evolução do número de publicações de patentes no período entre 2000 e
2010 para a área tecnológica dos biocombustíveis obtidos a partir de microalgas.
32
Figura 15 – Evolução do número de publicações de patentes no período entre 2000 e
2010, de acordo com a via de protecção (WO – via internacional; US – Estados Unidos da
América; CN – China; FR – França; GB – Grã-Bretanha).
33
5. Considerações Finais
34
6. Referências
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Department of Materials Science and Engineering, 2009. Vol. 1, 4
3. http://mse.mcmaster.ca/Condensed%20Matter/November2009.pdf
4. http://www.oilgae.com/ref/report/report.html
5. http://www.oilgae.com/algae/pro/eth/eth.html
6. http://www.oilgae.com/algae/pro/hyd/hyd.html
7. http://cnode3.slideboom.com/presentations/159830/engineering-in-algae-
energy/download
8. http://www.oilgae.com/algae/pro/hyd/pro/pro.html
9. http://www.oilgae.com/algae/pro/met/met.html
10. http://www.oilgae.com/algae/oil/biod/biod.html
11. Chisti, Y. 2007. Biodiesel from microalgae. Biotechnology Advances, 25:
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12. Grobbelaar, J.U. 2004. Algal nutrition. In: Richmond, A, editor. Handbook of
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115.
13. Mirón, S., García, C., Gómez, C., Camacho, G., Grima, M., Chisti, Y. 2003.
Shear stress tolerante and biochemical characterization of Phaeodactylum
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14. Greenwell, H.C., Laurens, L.M.L., Shields, R.J., Lovitt, R.W., Flynn, K.J.
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technological challenges. Journal of the Royal Society Interface, 7:703-726.
15. Radakovits, R., Jinkerson, R.E., Al Darzins, Posewitz, M.C., 2010. Genetic
engineering of algae for enhanced biofuel production. Eukaryotic cell, 9 (4):
486-501.
16. Mata, T.M., Martins, A.A., Caetano, N.S. 2010. Microalgae for biodiesel
production and other applications: a review. Renewable and sustainable
energy reviews, 14: 217-232.
35