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T.G. Jahn(1), V.P. Nicolau(1), A P. Dadam(1); Lehmkuhl, W.A.(2); Reinaldo, E.B. (1)
(1)
LabCet – Depto. de Eng. Mecânica - Universidade Federal de Santa Catarina
88040-900 - Florianópolis - SC - BRASIL.
vicente@emc.ufsc.br
(2)
SCGAS - Florianópolis - SC
RESUMO
INTRODUÇÃO
UMIDADE
O ensaio para a determinação da umidade foi realizado usando-se uma estufa com
ventilação, aquecida a uma temperatura de 105 ºC, e com as amostras depositadas em
bandejas metálicas. A Figura 1 mostra o acondicionamento das amostras na estufa.
Figura 1 – Vista interna da estufa com a disposição das bandejas com resíduo.
As bandejas têm as suas massas medidas, para posterior compensação no cálculo da
massa de cada amostra. Durante a realização dos ensaios as formas são retiradas do
interior da estufa para a determinação da massa, até o momento em que não há mais
variação da mesma. Pelas diferenças se calcula as quantidades de água em base
úmida, contidas na amostra em cada etapa do processo de secagem. A referência da
umidade em base úmida foi adotada por ser mais usual no meio técnico.
A Figura 2 apresenta uma curva de perda de massa com o tempo, referente à saída de
água da amostra. É uma curva que apresenta uma queda exponencial até a saída total
da umidade da amostra, com maiores taxas de secagem no início do processo e
menores no final, onde a curva passa a ser horizontal. Neste ensaio a amostra continha
uma umidade inicial de 29,5%. Todas as amostras foram submetidas a este
procedimento, com curvas semelhantes. Para a medição da massa da amostra foi
usada uma balança com resolução de 0,5 gramas. Assim os resultados apresentam
uma boa precisão, quando comparadas com as medições usuais realizadas pelos
fornecedores e consumidores para compra e venda de biomassa.
2300
2200
2000
Massa [g]
1900
1800
1700
1600
1500
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0
Tempo [hora]
Observa-se ainda na Figura 2, que a extração da umidade final toma mais tempo,
tornando-se mais dispendiosa a sua extração, do que a extração da umidade inicial.
Portanto, na secagem da biomassa para uso energético, o custo da secagem final deve
ser considerado, bem como o ganho respectivo no aumento de poder calorífico. Em
alguns processos a biomassa não necessita estar totalmente seca para o consumo,
sendo que a consideração de custo da secagem final se torna pertinente.
Na Tabela 2 são apresentados os valores mínimos, médios e máximos para as
amostras coletadas em cada região. Valores gerais, em relação ao grupo de
consumidores e ao grupo de fornecedores também são apresentados. A classificação
também foi feita para os diferentes tipos de amostras: serragem, maravalha e lenha.
DENSIDADE A GRANEL
Para a biomassa triturada, a densidade avaliada foi a densidade a granel, a seco, após
a determinação do teor de umidade. Para a lenha foi realizada a medição através de
um cavalete com um volume de 1,0 m3. A Tabela 3 apresenta os valores referentes às
medições das amostras diversas.
Novamente as amostras das regiões 1 e 3 apresentam os menores valores de
densidade média da biomassa encontrada. Estas regiões incluem mais fornecedores
que trabalham com beneficiamento de madeira, produzindo uma maior quantidade de
maravalha, em razão do tipo de processo utilizado.
O poder calorífico inferior (PCI), de valor inferior ao PCS, e que não implica na
condensação do vapor d’água obtido na combustão, foi determinado através de
cálculos, uma vez que os calorímetros não permitem a medição e a simultânea
liberação dos vapores.
Para a estimativa do valor do PCI foi usada a Equação (A), e a composição química
média da madeira, apresentada na Tabela 4. Nesta tabela tem-se que: %C representa
o percentual de carbono; %H, o percentual de hidrogênio; %O, percentual de oxigênio;
%N, o percentual de nitrogênio e %Cz, o percentual de cinzas. Estes valores são
relativos à massa em base seca.
A equação utilizada foi sugerida por Bazzo(2), e o teor de hidrogênio (h) utilizado é o
valor médio para os três autores, listados na Tabela 4, de 6,0 %.
sendo o PCIúmido o poder calorífico inferior para uma dada umidade, em [kcal/kg] e U a
umidade da amostra em [%], em base úmida. Esta curva pode servir de referencial
para cálculos do PCIúmido das amostras na indústria, a partir do conhecimento da
umidade de cada amostra, definindo as vantagens de se adotar um processo de
secagem da biomassa, antes do seu uso na combustão.
4.500
3.500
PCI úmido [kcal/kg]
3.000
2.500
2.000
y = -47,194x + 4079,7
1.500
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
Umidade [%]
REFERÊNCIAS
(1)
NOGUEIRA, M.F.M.; RENDEIRO, G.; OLIVEIRA, A.G.P.; FEITOSA NETTO, G.B.;
COUTINHO, H.W.M.. Caracterização Energética de Biomassas Amazônicas. 6º
AGRENER-GD, CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA E
ENERGIA NO MEIO RURAL, UNICAMP, Campinas, SP, 06/2006.
(2)
BAZZO, E. Geração de Vapor. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 1995, 216 p.
(3)
SCARPINELA, G. A. Reflorestamento no Brasil e o Protocolo de Quioto. 2002,
182 p. Dissertação de mestrado, Programa Inter-Unidades de Pós-graduação em
Energia; Universidade de São Paulo.
(4)
VLASSOV, D. Combustíveis, Combustão e Câmaras de Combustão. 1ª. ed.
Curitiba: UFPR, 2001, 185 p.
ABSTRACT
The paper presents some results of a properties evaluation program relative to the
biomass produced and consumed in the east of Santa Catarina state, intended to use
such biomass as energy source in the local industries. Three properties have been
determined: moisture content, the bulk density and the caloric power value. Biomass
study refers to the waste produced by industries timber, paper mills and forests
exploitation. These forests have goals as the production of wood and energy production,
and are planted with exotic genera such as pine and eucalyptus. The results show a
pattern average for each region studied, and some peculiarities. Some
recommendations are made concerning the influence of moisture in the caloric power of
the biomass.