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EDIÇÃO
REVISTA
ANTONIO MOLITERNO
CADERNO
DE PROJE TOS
DE TELHADOS
S tã o
EM ESTRUTURAS
DE MADEIRA
3 9 8 10 3
6
REVISÃO: Reyolando Manoel L. R . da Fonseca Brasil
8
0
9
6
Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira III
Antonio Moliterno
Caderno de Projetos
de Telhados em Estruturas
de Madeira
4.ª edição revista
Revisão:
Conteúdo
1. Introdução................................................................................................................ 1
1.1. Notação e sistema de unidades ...................................................................... 2
1.2. Terminologia ................................................................................................... 2
1.2.1. Terminologia dos construtores ............................................................ 2
1.2.2. Terminologia estrutural ....................................................................... 8
1.2.2.1. Telhado de duas águas .......................................................... 8
1.2.2.2. Telhado de quatro águas ....................................................... 11
1.2.2.3. Telhado de várias águas ........................................................ 11
1.3. Madeiras empregadas ..................................................................................... 11
1.3.1. Madeira serrada ................................................................................... 11
1.3.2. Madeira laminada e colada ................................................................. 13
3.4.1.
3.4.2. Hipóteses
Métodos defundamentais ...................................................................... 49
cálculo .............................................................................. 49
3.4.2.1. Método das juntas ou nós ..................................................... 49
3.4.2.2. Método das seções (Ritter) .................................................... 53
3.4.2.3. Programas de computador para cálculo automático ........... 57
3.5. Treliças associadas e contraventamentos ....................................................... 57
6. Projetos.................................................................................................................... 157
6.1. Projeto da armação de um telhado para coberturas com telhas cerâmicas . 157
6.1.1. Dados ................................................................................................... 157
6.1.2. Esquema estrutural e especificações ................................................... 157
6.1.3. Projeto da armação ............................................................................. 162
6.1.3.1. Cálculos preliminares ............................................................. ` 162
Conteúdo
Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira XIII
Intr odução
1.
tais O telhado
como destina-se
chuva, a proteger
vento, raios solares,oneve
edifício contra impedir
e também a ação das intempéries,
a penetração de
poeiras e ruídos no seu interior.
A origem do nome telhado provém do uso das telhas, mas nem todo o sis-
tema de proteção superior de um edifício, obrigatoriamente, constitui-se num
telhado como, por exemplo, lajes com espelho d’água, terraços e jardins suspen-
sos. O telhado compõe-se de duas partes principais:
Cobertura — Podendo ser de materiais diversos, desde que impermeáveis
às águas pluviais e resistentes à ação do vento e intempéries. A cobertura pode
ser de telhas cerâmicas, telhas de concreto (planas ou capa e canal) ou de cha-
pas onduladas de fibrocimento, aço galvanizado, madeira aluminizada, PVC e
fiberglass. As telhas de ardósia e chapas de cobre foram praticamente banidas
da nossa arquitetura.
Ar maçã o — Corresponde ao conjunto de elementos estruturais para sus-
tentação da cobertura, tais como: ripas, caibros, terças, tesouras e contra-
ventamentos.
As estruturas que compõem a armação dos telhados podem ser total-
mente ou parcialmente executadas em madeira, aço, alumínio ou concreto
armado. A armação dos telhados executados em madeira denomina-se tam-
bém madeiramento.
2 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira
boração dos projetos das armações em madeira, para telhados planos em duas
águas e telhados em superfície curva cilíndrica, com o sistema estrutural em
arco, mais usuais na maioria das edificações.
Massa , e o Newton (N) é reservado à Força (1 kgf = 9,81 N). Embora as gran-
dezas mecânicas devam obedecer ao citado decreto-lei, o meio técnico vem se
mantendo relutante em aceitar o SI, não só no Brasil, como em muitos países
estrangeiros, em especial os de língua inglesa.
1.2. Terminologia
A terminologia das peças que compõem os elementos de um telhado é muito
diversa nas várias regiões do Brasil, isto provavelmente por herança dos primei-
ros carpinteiros oriundos de vários pontos de Portugal e outros países da Eu-
ropa Central. Para não se fazer confusão de nomes, o que é comum na prática,
achamos melhor dividir o assunto em dois itens:
a) Terminologia dos construtores — serve para comunicação com o pessoal
das obras, embora bastante diversa.
b) Terminologia estrutural — para ser adotada na comunicação entre en-
genheiros.
4
1 2
7
5
13 9 12 8 14 13 10 11
3
2
15 16
7 4
8
10
9
6 6
1 5 15
1 a 5) Trama, é o conjunto formado pelas ripas, caibros e terças, que servem de lastro ao material
da cobertura. 6) Frechal. 7) Chapuz , pedaço de madeira, geralmente de forma triangular, prega-
do na asna da tesoura, destinado a suster ou apoiar a terça. Conjunto de peças 8 a 12 – Tesoura,
viga em treliça plana vertical, formada de barras dispostas de maneira a compor uma rede de
triângulos, tornando o sistema estrutural indeslocável. 8) Asna, perna, empena ou membrura
superior. 9) Linha, rochante, tirante, tensor, olivel ou membrura inferior. 10) Pendural ou pendural
central. 11) Escora. 12) Pontalete, montante, suspensório ou pendural. 13) Ferragens ou estribos.
14) Ferragem ou cobrejunta. 15) Testeira ou aba. 16) Mão francesa.
Contratirante
Estribos
Figura 1.2
Observação: Empregam-se consolos para aumentar a resistência do tirante no apoio devido ao efei-
to do momento M = Re.
Forro fixado
Platibanda nos caibros
Parede
Linha Empena Escora Pendural
Forro pendurado
na tesoura (teto)
Figura 1.3
Introdução 5
Veneziana
Passadiço
Caixilhos
(vidros
ou PVC)
Rufo
Chapa de aço Cobertura
com parafusos
Figura 1.4
(a) (b)
Ripa dupla Ripas
ou sarrafo Calha de beiral
Testeira
Parede
Forro
(c) (d)
Forro
Cachorro
(e)
Capeamento
Calha
b
b
Estuque
Laje Condutor
Figura 1.5
Esquema da trapeira
ou água-furtada
Trapeira
Janela ou
claraboia
Sótão
Figura 1.6
i%
Ponto h
α
h Inclinação
Declividade i%
α
i = 100 x arctag α
Figura 1.7
Ponto
Inclinação Declividade
h Designação
— aº i%
L
1/2 Ponto
meio 45º 100%
1/3 Ponto
terço 33º
40’ 66%
1/4 Ponto
quarto 26º 50’ 49%
1/5 — 50’
21º 40%
1/7 — 50’
15º 28%
Tesoura
V
S D V D N S
h
3
α
P
L I N
Contraventamento
vertical
Travejamento
do nó inferior
Terças e mãos- da tesoura
francesas 1
3
4
3 2
4
3
4 Ripas
3 Caibros
4
Contraventamento
horizontal
3
5
3
5
3 5
Oitão
Espigão
12
3
2
h
2
1 1
7 1
3
– Meia tesoura b
e contraventamento
vertical 3
c a
4
3
4 a
6 a
8 7
2 1
Água
L b
—
2
Espigão 3
a
3
Cumeeira
Água Água 3 a c
c
3 a
8
L b
—
2
Água 7 6
L
Planta da cobertura Planta da armação
6) Meia tesoura
7) Tesoura de canto
8) Espigão — Aresta saliente inclinada do telhado; quando horizontal é
cumeeira.
Y
Espigão
Y
Cumeeira —
2
Rincão – canal formado
por duas convergentes
X
—
2
Z
—
2
foram de extensas florestas nativas desta espécie de coníferas. O custo cada vez
mais elevado dessas espécies botânicas tem propiciado o emprego dos produtos
de reflorestamento, com a opção pelo Eucalipto Citriodora em substituição à
peroba.
Entre as numerosas árvores nativas, ainda existentes na nossa flora,
muitas delas são adequadas à carpintaria dos telhados, cujos parâmetros de
trabalho podem ser medidos pela sua dureza e peso específico (entre 0,5 e
1,2 g/cm 3).
12 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira
Viga-mestra
9 1 Terças
Calha
6
6
6
Veneziana
6
Caixilho
Meias tesouras
Padrão métrico
Ripas 1,5
53 básico:
4,40
Vigas 12
36 médio:
5,00
6316 médio:5,00
Tábuas 2,6
16
3 básico:
4,00
2,6323 básico:4,00
1,3331 básico:4,00
Padrão americano
31
½ 7,5
3
3,80 14
pés
(4,27
m)
2
3 7,5
5,10
3 14
pés
(4,27
m)
34
½ 7,5
3
11,3 14
pés
(4,27
m)
6
3 7,5
15,2
3 14
pés
(4,27
m)
9
3 7,5
23,0
3 14
pés
(4,27
m)
Figura 1.12
Estática das estruturas planas 41
Estática
das estruturas
planas
3.
3.1. Treliças isostáticas
As vigas em treliças são empregadas por opção dos projetistas com relação
às vigas de alma cheia, principalmente nas estruturas metálicas e de madeira,
dadas as vantagens práticas e econômicas em face aos vãos teóricos e cargas
apresentadas. Podemos definir uma treliça como um sistema de barras situadas
num plano e articuladas umas às outras em suas extremidades, de modo a for-
mar uma cadeia rija. Consideremos os dois conjuntos de barras formados pelas
cadeias indicadas nas Figuras 3.1 e 3.2.
A cadeia da Figura 3.1 consiste de 4 barras, articuladas umas nas outras
em suas extremidades; não é rija, pois pode se deformar, conforme as linhas
pontilhadas. Por outro lado, as 3 barras da Figura 3.2, também articuladas nas
suas extremidades sob forma de triângulo, constituem uma cadeia rija, que não
pode se deformar. Isso significa que, desprezando-se as pequenas variações das
deformações elásticas das barras, as posições relativas das articulações A, B, C
não podem variar.
Concluímos que uma cadeia de barras triangular isolada comporta-se como
um sólido rijo e pode ser considerada como forma mais simples de treliça.
Comentário: Limitamos o nosso estudo às treliças de pequeno porte, usuais na
construção de edifícios industriais, apresentando alturas escolhidas com certa
folga, para que não tenham flechas ou deslocamentos pronunciados.
Estática das estruturas planas 49
Lattice Whipple
Verificação de
dimensionamento
de estruturas de
madeira
4.
4.1. Ações e segurança nas estruturas de madeira
4.1.1. Definições
4.1.1.1. Estados-limite de uma estrutura
Estados que por sua ocorrência, repetição ou duração causam efeitos es-
truturais que não respeitam as condições especificadas para uso normal da
construção, ou que são indícios de comprometimento da durabilidade da
estrutura.
4.1.1.2. Ações
Tabela 4.6 — Classes de resistência para espécies Coníferas (na condição padrão
de referência de umidade U = 12%)
30
C 30 6 14.500 500 600
30
C 30 5 14.500 650 800
40
C 40 6 19.500 750 950
60
C 60 8 24.500 800 1.000
Estruturas de
madeira para
telhados
5.
Objetivando abordar didaticamen te as estruturas de sustentação das cober-
turas, vamos considerar separadamente os seguintes casos principais:
a) Estruturas para coberturas residenciais.
b) Estruturas para coberturas de galpões industriais, cinemas e quadras
de esportes.
c) Estruturas para coberturas especiais.
A
Cobertura
Terça
Sela
Mão-francesa
Pontalete
ø 1/4”
Q QV
Esquema estrutural
Vento
G Carga
Carga QH acidental
permanente
Tração Compressão
Figura 5.10
Projetos
6.
6.1. Projeto da armação
com telhas de um telhado para coberturas
cerâmicas
6.1.1. Dados
a) Projeto arquitetônico — Desenhos 6.1 e 6.2
b) Cobertura — Telhas cerâmicas tipo marselha
c) Materiais — Todas as peças serão de madeira serrada de 2ª categoria di-
cotiledônea, Classe de Resistência C30, carregamentos de longa duração,
classes de umidade 3 a 4.
Parafusos de aço ( fyk = 240 MPa, γs = 1,1, fyd = 218 MPa)
d) Forro — Eucatex isolante, espessura 12 mm (peso das chapas de Eucatex,
2 3
0,4 kN/m ), tarugamento de conífera classe C25 ( r = 550 kg/m , peso espe-
cífico 5,5 kN/m 3)
e) Beiral — Largura do centro da parede 0,70 m
Lajedeforro Apoiointermediário
Figura 6.74
2,40
B = 6,00
4 4 4 4 4
4 4 4 4 4 1,00 4,00 1,00
18
3%
40 5
3
40 x 6 30 30
5
5
6 15 x 5
5
5 6 B 0 0
0 6 8
, , ,
3 2 2
5
6
A A
5
10 6 10 10
0
2
0
5
y
Detalhe B Seção A-A
Parafuso x 5 x
0
ø 3/8” 2
1
555
y
555 15
Figura 6.75
Forros (tarugamento) 249
Forros
(tarugamento)
7.
Dos vários forros adotados na construção civil, merecem atenção espe-
cial os forros de madeira ou de placas pré-fabricadas com dupla função: de-
corativa e de isolamento acústico e térmico. Eles são, geralmente, fixados
numa grelha de sarrafos e caibros, compondo uma estrutura de madeira de-
nominada tarugamento .
A análise estrutural de um tarugamento poderia ser feita com um modelo
de grelhas hiperestáticas, mas como em planta, as formas e dimensões são as
mais diversas possíveis, o cálculo é simplificado, modelando-se a estrutura como
um conjunto de vigas isostáticas isoladas, enrijecidas pelas tábuas de madeira
ou placas que compõem o forro. Isso leva a uma padronização de espaçamen-
to e de bitolas de madeira serrada, permitindo, em alguns casos, delegar aos
carpinteiros qualificados e com certa experiência a resolução do problema a
sentimento.
CADERNO 4a
EDIÇÃO
DE PROJETOS REVISTA
DE TELHADOS
EM ESTRUTURAS
DE MADEIRA
Da distância temporal que nos separa dos primeiros escritos deste livro, verifica-se
que os programas computacionais de cálculo estrutural são imprescindíveis, tornando
obsoletos os engenhosos métodos gráficos de outrora, eliminados desta edição, assim
(c)como outros elementos datados, por exemplo, tabelas de (d)funções trigonométricas
etc. Julgou-se também importante mudar as unidades antes utilizadas para adequá-las
conforme as dispostas no Sistema Internacional (SI), que são oficiais no Brasil.
O resultado final é uma ferramenta atualizada e de fácil uso, seja por profissionais
especializados, seja por estudantes, que se deparem com a necessidade de conceber
e dimensionar, bem como de verificar telhados em estruturas de madeira. Além disso,
pode ser utilizada parcialmente no que diz respeito a outros tipos de estruturas de
madeira e de telhados em estruturas de outros materiais.
orro
Cac orr
(e)
apeamento
Ca a
s uque