A crítica de Bachelard é resultado de suas pesquisas no campo imagético que se
mostraram através do amadurecimento dos estudos sobre a teoria do conhecimento científico, ou epistemologia. Assim o estudo desenvolvido por Gaston Bachelard, teve como bases ou fundamentos a imaginação como forma de consciência. (Samuel, p.84) Através das imagens, a princípio: terra, água, fogo e ar, poder-se-ia chegar à consciência, e a partir daí estudar-se-ia a criação poética. Tal criação estaria ligada a percepções que o poeta tem dos espaços observáveis e de certa forma ficariam localizadas num campo onírico. As causas da criação poética estariam ligadas a tipos de imaginação que seriam: uma formal e outra material (Samuel, p. 84). A primeira ligada diretamente a reprodução, o poeta faz parte de um mundo com estruturas prontas para serem assimiladas, não parte do zero, por tanto este no espaço da imaginação formal estaria as imagens prontas e superficiais que trabalhadas no viés da novidade podem surpreender. A segunda estaria mais ligada aos sentimentos, portanto a profundidade do ser, a escrita poética não pode dispor de nenhum dos tipos de imaginação sob pena de sofrer de incompletude. A crítica bachelardiana apresenta os conceitos de ritmanálise e poético-análise que segundo Voigt (p. 6, 2011), são “conceitos empregados para analisar a literatura fora do padrão hermenêutico e psicanalítico”. A ritmanálise une noções de instante, ritmo e vibração contribuindo para “apreender o dinamismo das imagens na imaginação poética. (Voigt, p. 6, ano. 2011). A poético-análise traria referências a psicanálise e a fenomenologia esta ligada a experiencia vivida e percebida através da consciência. A poético-análise estaria liga a substância e a profundidade, bem como para a ideia de criação pois há a perspectiva de projeção, assim compreendo que nessa projeção possa haver ressignificação. Agora passemos a abordagem da crítica psicanalítica que segundo Rogel Samuel (p.86) é dada apropriação da psicanálise pela atual crítica literária, com os estudos focados nas contribuições de Freud e Lacan. Nesse momento o que se enfoca é subjetividade como caminho para relacionar homem e mundo. Nesse sentido busca-se a compreensão do fenômeno literário com base em discussões sobre o subconsciente que por sua vez é apontador das nuances sociais e sentimentais dos 1 Aluno do Curso de Letras- Língua Portuguesa e Literatura da Língua Portuguesa da UFPI, Orientando em ICV na área HQ’s e Cultura Pop. Email: franciscochavesph@gmail.com.. 2
indivíduos, assim o texto literário apresenta elementos replicadores e construtores de
significados o que levaria a discussões sobre identidade. A identidade seria construída através da negação, ou seja, as características que constroem um significado só são percebidas por meio de sua negação, podemos concluir que o amor só é amor porque existe o ódio, não se chegaria a essa conclusão sem a negação de características. A crítica literária psicanalítica também faz apontamentos do processo que envolve: autor-obra e leitor-obra, chegando a conclusão de que nem a obra diz tudo e nem o leitor consegue perceber tudo que a obra proporciona, nesse sentido o caráter artístico é ressaltado e a arte da obra literária que faz dos escritores esse objeto de interesse para psicanálise, um diálogo de interesse recíproco é estabelecido entre crítica literária e psicanálise trazendo contribuições para ambas, assim:
A crítica literária psicanalítica tem apresentado modificações: antes se
privilegiava a leitura preocupada em captar as motivações do autor, dando lugara uma interpretação psicologizante do texto, uma psicografia; hoje, se usa do método interpretativo aplicado ao texto literário privilegiando o método psicanalítico de pesquisa do inconsciente. ( Bartucci apud Dacorso, p. 152, 1996).
Enfim, as contribuições tanto crítica de bachelardiana, como dá crítica psicanalítica
enfocam em atributos da psiquê: seja ela do autor, do leitor, da personagem ou da própria obra, deixando marcas positivas na teoria literária. 3
EMÍLIO, Aline. Panorama Evolutivo: Estilística e Estilo. Linguagem em (Dis)curso,