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Estudo Renúncia – Curiosidades (05)

No início do livro Renúncia, temos o belíssimo diálogo de Alcione e Polux,


em que este prepara-se para nova encarnação e pede o auxilio da amada Alcione,
que lhe atende e vem em seu socorro das esferas mais elevadas.

Pensemos, porém, que interessante foi a escolha do nome Pólux. Será um


nome verdadeiro do personagem, ou um nome novo, inventado, ou, então, um
nome que já existia há muito tempo e que falaria de maneira subliminar aos nossos
sentimentos mais profundos e cristalizados? Bem, parece-nos que a última
alternativa é a mais correta.

Para quem se interessa um pouco por mitologia grega ou romana, irá


facilmente lembrar que o nome Pólux faz parte de uma lenda que explicaria a
origem da Constelação de Gêmeos. Buscaremos, nestas breves linhas, identificar o
significado por traz desta linda simbologia, num exercício livre de interpretar e
buscar relacionar histórias que se assemelham, se completam e no ensinam,
chamando-nos a mais profundas reflexões.

Num rápido olhar na Wikipédia, encontramos um breve resumo da história


de Pólux, no mito acima citado:

“Castor (em latim: Castōr; em grego: Κάστωρ, Kastōr, lit. "castor") e Pollux (em latim: Pollūx)
ou Polideuces (em grego: Πολυδεύκης,Poludeukēs, "vinho muito doce"1 ) eram dois irmãos
gêmeos da mitologia grega e romana, filhos de Leda com Tíndaro e Zeus, respectivamente,
irmãos de Helena de Troia e Clitemnestra, e meio-irmãos de Timandra, Febe, Héracles e Filónoe.
Eram conhecidos coletivamente em grego como Dióscuros (em grego: Διόσκουροι, Dioskouroi,
"filhos de Zeus"; em latim: Dioscūrī) e em latim como os Gêmeos (Gemini) ou Castores.
No mito, os gêmeos partilham a mesma mãe, porém têm pais diferentes - o que significa que
Pólux, por ser filho de Zeus, era imortal, enquanto Castor não o era. Com a morte deste, Pólux
pediu a seu pai que deixasse seu irmão partilhar da mesma imortalidade, e assim teriam sido
transformados na constelação de Gêmeos. Os dois são tidos como padroeiros dos navegantes,
para quem aparecem na forma do fogo de Santelmo.
Em algumas versões Pólux era mortal, mas sendo filho de Zeus recebeu o dom da divinidade
(imortalidade).”

No livro de Bel-Adar encontramos mais explicações quanto ao mito:


Ainda para que entendamos o mito, vejamos o que consta no livro Glossário
Exotérico de Trigueirinho:

Se ouvimos o nome Polux no livro de forma desapercebida, apenas como um


nome incomum, porém, sem grandes significados, como será que nosso espírito,
que já viveu milênios, ouve? Lá nas profundezas do nosso inconsciente, como este
nome chega?
Somos espíritos milenares, muitos de nós vivemos como romanos, outros
tantos como gregos. Assim, sob esta nova perspectiva, que abraça um tempo maior
e abarca outras vidas, o Pólux, outrora tão imponente, imortal, vem-nos agora
como alguém que carece de auxílio, que quer recomeçar. Aos olhos do mundo, um
deus, mas quando abrimos a visão, eis, então o ser imperfeito.
Vejamos, porém, que se no mito ele salva seu irmão Castor, no livro
Renúncia ele nos é apresentado como alguém imperfeito, necessitado, sofredor.
Observamos, assim, que até o livro Renúncia, poderíamos conhecer Pólux
como ele nos é apresentado no mito, porém, no livro seu papel está invertido.
Alcione que é um espírito já evoluído, que não precisa mais reencarnar vem em seu
auxílio. É interessante que o texto acima do Trigueirinho, numa explicação dos
significados do mito, fala de vínculo de amor. Ora, é exatamente sobre vínculo de
afeto, de amor que vemos no livro Renúncia, na relação de Polux e Alcione,
porém, num nível mais elevado e norteado pela mensagem do Cristo. Uma nova e
verdadeira forma de amar...
Mas supondo que nossa intuição esteja correta e que o nome foi escolhido
em referência a este mito. Qual a razão dele estar invertido? Porque nele Polux é
quem precisa de ajuda? Se existe uma mensagem a ser interpretada pelo grego ou
romano que vive em nosso íntimo e que não acessamos em razão do esquecimento
da encarnação, qual a razão de Polux ser quem recebe auxílio e não mais quem
salva?
Pensemos juntos. Trata-se de um mito grego/romano. Qual era/é a grande
chaga deste povo?
Vejamos um trecho do livro A Caminho da Luz: “(...) a sua inquietação era
por levantar um novo paraíso para si mesmas e para os homens terrestres, com
cujas famílias fraternizaram-se desde o princípio. Faltaram-lhes os valores
espirituais de uma perfeita base religiosa, situação essa para a qual
concorreram, inegavelmente, na utilização do livre-arbítrio; mas o Cristo, nas
dolorosas transições deste século, há de amparar-lhes as expressões mais dignas e
mais puras, espiritualmente falando, e, no momento psicológico das grandes
transformações, o fruto de suas atividades fecundas há de ser aproveitado, como a
semente nova, para a civilização do porvir.”
Poderíamos dizer que o texto acima nos traz uma descrição de Polux, não é
mesmo? Talvez, e digo isso apenas no campo das conjecturas, amparada em fortes
indícios, que ao falar de Polux o livro Renúncia esteja falando de muitos...de
muitos de nós, outrora gregos, outrora romanos, chamados hoje a viver de forma
diferente, invertida do que vivíamos em outros tempos em que nós estávamos no
centro de nossas aspirações. Todos queremos ser felizes, porém, a forma egoísta
como temos trabalhado a nossa felicidade no decorrer dos tempos, já está com os
dias contados, eis que a mensagem do Cristo e do Evangelho Redivivo quer
inaugurar em nós uma nova forma de viver, onde não sejamos mais nós o centro e
sim Deus, nosso Pai Criador.
Enfim, ao ouvirmos o nome Polux, eu, você e muitos, pensam no homem
frágil e suscetível, ainda, as quedas ante o seu estágio evolutivo. Nosso espírito
imortal, porém, vai além, vê uma reconstrução do que entendia, da forma como
viveu/vivemos ao longo de muitos séculos e tem a oportunidade de rever, de
modificar o seu caminho.
E falando em caminho, encerramos estas singelas reflexões com trechos de
um texto de Emmanuel que se encontra no livro Caminho Verdade e Vida, que fala
na Regra Aurea:
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Jesus (MATEUS, 22: 39)
Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo já era ensinada no
mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia.
Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior
ou menor exemplificação de seus expositores.
Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele.” (...)
Insistiam os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os membros
da sociedade como a si mesmo.”
Na antiguidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do
Cristo. Profetas, administradores, juízes e filósofos, porém, procederam como
instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos
da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou
confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.
Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque
Jesus a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em
plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças
públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.”

Abraços fraternos.

Campo Grande – MS, 05 de janeiro de 2015.


Candice Günther

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