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A ausência do Elemento Terra raramente é sentida como um problema, até que o indivíduo
descobre que tem passado pela vida sem jamais ter colocado os pés no chão, seja no sentido
literal ou simbólico do termo. Nunca devemos nos esquecer de que estamos vivendo numa
dimensão física específica, que traz consigo suas agruras, mas também seus deleites. Sentir e
pensar demais, fazer e realizar de menos é uma característica de tais seres. Em um determinado
momento de suas vidas, essas pessoas se perguntarão: o que tenho concretizado em minha vida?
Possivelmente descobrirão que sonharam em excesso, idealizaram outro tanto, mas esqueceram-
se de colocar em prática seus ideais.
A carência de Terra faz com que o indivíduo tenha dificuldade em entrar em contato com suas
sensações e limitações físicas por desconhecer seu próprio corpo. De nada adianta nos sentirmos
possuidores de toda a energia do mundo, se não sabemos como canalizá-la, armazená-la e
preservá-la.
Via de regra, existe um certo descaso em reservar forças ou recursos, e uma tendência à
dissipação. Como na fábula de Esopo, as cigarras, mais cedo ou mais tarde - provavelmente no
inverno (época da maturidade) -, terão que procurar seu temperamento oposto, as formigas, para
melhor integrarem suas personalidades. Na ausência do Elemento Terra, os aspectos práticos e
objetivos da vida tendem a ser negligenciado, e aí podemos encontrar o talentoso artista
que não consegue organizar uma exposição ou um escritor em potencial que deixa na gaveta
seus melhores escritos. Esses sonhos e anseios não realizados serão motivo de grande frustração
e angústia, e o desafio específico, nesse caso, passa pela pergunta: "O que eu tenho concretizado
em minha vida?".
As pessoas com Sol, Lua ou Ascendente em Signos de Água, ou mesmo com planetas
pessoais (Mercúrio, Vênus e Marte) em Signos ou Casas de Água sentirão as características de
sensibilidade e vulnerabilidade inerentes a ela. Como Alice no País das Maravilhas, podem se
afogar em suas próprias emoções. A sensibilidade da água chega às raias da hipersensitividade, o
que pode ser uma faca de vários gumes.
A Água é um Elemento empático, capaz de captar as emoções e sentimentos daqueles que o
rodeiam.
Quando alguém de Água lhe diz: »Eu sei como você se sente!», não estará se referindo a uma
mera percepção mental. Muito provavelmente estará sofrendo por você a dor que talvez você
mesmo não tenha a coragem ou capacidade para vivenciar. Os indivíduos conectados com tal
Elemento são as esponjas do Zodíaco, pois independentemente de sua vontade consciente, estão
sempre absorvendo e captando o campo áurico do ambiente onde se encontram e das pessoas
com as quais convivem. Nesse sentido, também são os grandes curadores do Zodíaco.
A nível físico, o excesso de Água pode levar efetivamente a um acúmulo de líquidos no
organismo, que provoca desde edemas até síndromes pré-menstruais, como dor e peso nas
mamas e a clássica tensão pré-menstrual. Pode haver também uma alteração na função renal,
que pode ser observada pela formação de "papadas" debaixo dos olhos, principalmente pela
manhã. Todos esses sintomas são indicativos de desequilíbrio hídrico no organismo com tendência
à retenção.
A nível emocional, também encontraremos um congestionamento. Grandes oscilações de humor –
que vão facilmente da depressão à euforia - podem acontecer, pois todas as emoções e
sentimentos são vividos com um colorido extremo, o que dificulta uma maior sutileza e
diferenciação dos conteúdos emocionais. A excessiva passionalidade do Elemento Água é
bastante perniciosa à sua vida afetiva, já que os altos e baixos são desencadeadores de stress.
A nível mental, a excessiva emocionalidade turva a clara função de análise e percepção da mente.
A Água tem dificuldade de pensar de forma mais objetiva por estar muito envolvida com suas
emoções.
Esquecimentos, distrações e até mesmo dificuldade na expressão verbal podem ser conseqüências
dessa limitação em pensar e analisar. Principalmente na lua cheia (A lua rege os líquidos do
nosso organismo), as pessoas de Água devem estar atentas a seu campo mental, pois ele
tenderá a oscilar em demasia.
A nível vital, o Elemento Água pode alternar uma excessiva vitalidade - fruto dos entusiasmos
emocionais - com uma absoluta letargia, proveniente do desânimo. Como todo o resto, sua
vitalidade é oscilante e cambiante, pois nada, em se tratando da Água, é exatamente
estável: tudo muda, tudo passa, tudo flui.
Aquelas pessoas que possuem pouca ou nenhuma Água em seus mapas tendem a reter toxinas.
Como a Água é o Elemento que limpa, tais indivíduos podem se sentir "áridos", tanto no plano
físico, quanto no terreno das emoções. E muito difícil para eles entrar em contato com suas
emoções: podem ser grandes fazedores (Terra) ou terem muita energia física (Fogo) ou mental
(Ar), mas quando questionados sobre seus sentimentos, sentem-se bastante perturbados por não
saberem exatamente a resposta. Esses indivíduos podem tornar-se duros diante de si próprios,
porque não se permitem vivenciar os aspectos mais afetivos e ternos da vida. Outra reação
comum é a procura desesperada por algo externo que preencha o vazio interior, o que pode
gerar uma grande ansiedade e frustração. Seja como for, a situação é a de alguém que anda por
um grande deserto e, desesperadamente, procura por um oásis.
EXCESSO DO ELEMENTO AR
As pessoas com ênfase em Ar no seu mapa astrológico são seres que se identificam com os elfos
e as sílfides (elementais do Ar) e podem passar pela vida levitando e bailando como Isadora
Duncan. Para tais indivíduos, insustentavelmente leves, a dureza das atividades práticas da
vida é quase insuportável. Suas idéias são tão grandiosas, maravilhosas e fantásticas quanto a
sua dificuldade em concretizá-las: pensar muito e fazer de menos podem ser o lema de suas
vidas.
O Elemento Ar é o mais comunicativo e sociável do Zodíaco, já que trocar, respirar e circular é
preciso. Os relacionamentos são prioridades para os Signos de Ar, pois significam pontes de
comunicação e troca de idéias. Falar três ou quatro horas seguidas sobre sentimentos pode
ser uma boa forma de evitar senti-los: a antítese do Ar é a Água, o que quer dizer que para os
indivíduos sintonizados com o Ar, contactar sentimentos é um desafio quase insuperável. Ao
contrário da Água, que tudo sente e nada fala, o Ar usa das palavras e de sua grande força
intelectual e verbal para fugir da entrega aos seus próprios sentimentos.
A nível físico, esse Elemento padece das mesmas dificuldades que o Fogo: Entrar em contato
com o físico é reconhecer limites e necessidades que nos colocam na terra. Ar e Fogo são
Elementos Yang, de natureza masculina e expansiva, o que significa que por natureza não
gostam de limites. Por outro lado, sendo Terra e Água Elementos Yin - femininos e
introvertidos - podem se autolimitar em excesso.
Em nossos pensamentos, podemos ir à lua e voltar em uma fração de segundos, e o Ar não
suporta que cerceiem seu criativo reino da imaginação. Entretanto, um sinal de alarme
para esse Elemento é o famoso stress mental: subitamente, a cabeça pensante se torna oca,
vazia.
Já que o Ar é Elemento da mente, seus desequilíbrios podem ser de ordem mental, nos seus
mais variados graus. Via de regra, o que acontece é uma espécie de "pane mental", porque os
limites e necessidades do físico não foram respeitados ou atendidos. Nesse momento é hora de
parar de pensar e fazer aquilo que mais vitaliza esse Elemento: respirar.
Quando os indivíduos de Ar entram em contato com os canais sutis que alimentam seu corpo
físico e sua vitalidade, abrem uma imensa capacidade de percepção para o não-físico, porque
naturalmente já está em sintonia com uma realidade menos densa. Efetivamente, quando deixam
de gastar energia com racionalizações estéreis e inúteis, tais seres podem descobrir as maravilhas
do pensamento bem sintonizado, capaz de realinhar não só nossa vida emocional, mas também
nossas atitudes. Saber pensar com sabedoria é uma arte que esse Elemento, mais que todos os
outros, está potencialmente capacitado a aprender.
CARÊNCIA DO ELEMENTO AR
As pessoas com falta do Elemento Ar em seus mapas natais padecerão da ausência daquilo que
popularmente chamamos "jogo de cintura". O Ar é o Elemento que viabiliza um olhar
distanciado, imparcial e, até certo ponto, desprendido das emoções. A objetividade do Ar, no que
diz respeito a seus envolvimentos, é fundamental em qualquer relacionamento, e é exatamente
por essa razão que esse Elemento é diretamente relacionado com a comunicação.
Para que bem comuniquemos nossas idéias e pensamentos, devemos estar um pouco
desembaraçados de nosso mundo emotivo; caso contrário, ao invés de nos expressarmos de
forma clara, ficamos "patinando" em nossos sentimentos. Quem já não viveu uma situação de
confronto emocional, na qual, ao invés de simplesmente falar, caiu subitamente no "misterioso
país das lágrimas?” A garganta se fecha e ficamos com a sensação de que é impossível expressar
aquilo que sentimos.
Indivíduos com pouco Ar podem ter dificuldade em conceber uma vida com mais leveza e soltura,
bem como em aceitar pontos de vista diferentes dos seus. Ambas as atitudes levarão a sérios
problemas na área da sociabilização, na medida em que tais pessoas se fecham a idéias novas ou
situações inesperadas.
A nível físico, a falta de Ar pode se traduzir em problemas obstrutivos e circulatórios. Se as
correntes Aéreas não circulam bem, alguma coisa acontecerá, gerando sintomas, tais como:
- Dificuldade de concentração; sensação de cabeça oca ou vazia.
- Sensação de falta de ar; mesmo não apresentando espasmos dos brônquios, o indivíduo
tem a impressão de que precisaria de mais ar do que tem.
- Sensação de peso generalizado; falta de clareza e agilidade mentais.
- Dores e peso nas pernas.
- Angústia e opressão no peito; sensação de fechamento da caixa torácica.
Sendo o Fogo símbolo de vitalidade e entusiasmo, seu excesso só será percebido como um
problema para quem convive com tais pessoas, já que não é nada fácil para esse Elemento
admitir alguma dificuldade. Assim como o Ar, o Fogo tem dificuldade de entrar em contato
com seu corpo físico e suas dimensões sensoriais, já que, mais que nenhum outro Elemento,
não suporta limites. A falta de atenção às suas próprias limitações, incluindo as físicas, pode
levar o Fogo a acidentes ou à completa exaustão energética.
Uma vez que existe uma tendência a se autoconsumir, os indivíduos sintonizados com esse
Elemento devem aprender a controlar e dosar suas energias, porque apesar da grande
vitalidade, ela não se sustentará, principalmente se houver carência de Terra.
É comum que o aprendizado dos limites chegue na vida do Fogo de forma indesejável e
dolorosa.
Talvez a arrogância e a presunção, comportamentos comuns em seu desequilíbrio, levem
àquilo que os gregos consideravam como sendo o pecado capital: por ultrapassar a sua
medida, os filhos do Fogo cometem hybris - um exagero ou descomedimento. A hybris
poderia ser traduzida como orgulho excessivo, que faz com que os deuses tornem-se
invejosos de um mortal tão cheio de si. O castigo dos deuses pode chegar para o Fogo como
a pesada mão do Destino, que o obriga a descobrir suas limitações e aprender sua justa
medida. Esse é o momento em que o Fogo deve aprender uma das lições mais difíceis para
esse Elemento: a humildade.
Pessoas com excesso de Fogo em seus mapas devem canalizar sua energia vital em
atividades físicas, pois trabalhar o corpo (Elemento Terra) pode ser a forma de encontrar o
equilíbrio.
A impaciência e a irritabilidade tão constantes nesse Elemento revelam uma ansiedade e
insegurança em relação a si próprios. Quando as pessoas de Fogo aprendem a respeitar seus
ritmos internos, passam a lidar melhor com o mundo externo, desenvolvendo a tolerância e a
compreensão. A ansiedade sempre presente nesse Elemento (que, por natureza, é repleto de
ânsias) pode ser mais bem trabalhada a partir de técnicas de meditação, pois sendo
extremamente intuitivos, tais seres não encontrarão nenhuma dificuldade em contatarem seus
corpos mais sutis. As técnicas de visualizações poderão ser muito úteis ao Fogo, já que ele
possui uma poderosa imaginação, que, como tudo o mais, deve ser usada a seu favor.
COMBINAÇÃO DE ELEMENTOS
Os Elementos formam um todo em nosso mapa; é a partir de sua combinação que nascem
nossas aptidões, afinidades e desarmonias. Faz-se importante ressaltar que o balanceamento
dos Elementos em uma carta astrológica nunca é uma tarefa mecânica, mas uma questão
bem mais qualitativa que quantitativa. Vias de regra, têm dois Elementos que são
considerados preponderantes, enquanto os outros dois seriam "subalternos", ou, na linguagem
junguiana, dois Elementos representariam nossa função superior e os restantes, nossa
função inferior. Se um mapa apresenta ausência relativa ou absoluta de um determinado
Elemento, devemos observar as Casas respectivas daquele Elemento que podem estar
exercendo uma função compensatória. Outras vezes, determinados Planetas específicos
compensam a falta do Elemento. Nesse sentido, se alguém possui carência do Elemento
Água, a presença de um Netuno preponderante e em destaque no mapa pode tonalizar todo
o campo energético daquele indivíduo com as qualidades de sensibilidade, vulnerabilidade e
impressionabilidade tão características da Água (o mesmo exemplo poderia ser dado em
relação a Urano e o Elemento Ar, bem como a Saturno e o Elemento Terra).
A combinação de Elementos que segue adiante não deve ser vista de forma apriorística,
sendo apenas um modelo referencial e didático. Muitas outras combinações podem e devem
ser feitas, já que, em última análise, todos nós possuímos as quatro funções representadas
pelos quatro Elementos, assim como estamos munidos dos doze arquétipos ou Signos do
Zodíaco, independentemente de termos, em nosso mapa natal, maior ênfase num Signo, em
detrimento de outro. A linguagem astrológica é referencial, analógica e simbólica, e nunca
cartesiana.
Em determinados mapas é mais ou menos óbvia a preponderância de dois Elementos e a
escassez dos outros dois. Entretanto, há cartas onde existe uma relativa boa distribuição
dos quatro Elementos ou uma preponderância acentuada de três deles e a carência de um.
Ou ainda a preponderância de um deles e a relativa ausência de todos os outros. Em tais
casos, fica difícil o agrupamento dois a dois, e devemos recorrer às Casas e aos Aspectos para
termos uma melhor visão global.
Excertos do livro A MANDALA DO AMOR, de Júlio César Parreira Lima, Editora Ground, S.Paulo, Brasil.