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VOCÊ, [FUTURO]

NUTRICIONISTA
1 Você, [Futuro] Nutricionista

Sumário
Introdução .................................................................................................. 2

Um pouco sobre mim................................................................................. 2

Nossa Profissão ......................................................................................... 3

Muito além do consultório .......................................................................... 4

O meu começo .......................................................................................... 6

1º Dica Como calcular o gasto energético do paciente ............................. 8

2º Dica Como calcular cardápios? ........................................................... 11

3º Dica Prescrição de suplementos alimentares esportivos ................... 13

Suplementação para Performance x Estética ...................................... 20

Custo x benefício .................................................................................. 21

Fórmula do Sucesso ............................................................................. 22


2 Você, [Futuro] Nutricionista

Introdução

A ideia deste ebook surgiu depois de receber centenas de feedbacks


positivos depois do lançamento do meu primeiro ebook gratuito. O retorno foi
incrível e na pesquisa vi que muitos dos meus leitores eram estudantes de
Nutrição e Nutricionistas recém-formados.

Nada mais justo do que escrever um eBook pensando especialmente


neste público, não é mesmo?

E assim nasceu este eBook, onde vou discutir 3 pontos importantes dentro
de um atendimento nutricional. Estes 3 pontos são os que normalmente geram
as maiores dúvidas e dificuldades nos estudantes e profissionais que estão
começando a atuar em consultório. Dicas que não se encontram em artigos
científicos, pois são adquiridas após anos e anos de prática clínica.

Quem acha que as dúvidas sobre a profissão acabam com a escolha do


curso se engana. Não são poucos os estudantes que terminam a graduação
sem saber que rumo tomar. Dúvidas e inseguranças são normais na vida de
qualquer recém-formado, mas, ficar na inércia, esperando uma oportunidade cair
do céu, não vai ajudar – aliás, muito pelo contrário.

A regra de ouro talvez seja identificar uma área de atuação que você
queira exercer durante anos, e não apenas uma especialidade que renderá mais
dinheiro no fim do mês. Todo esforço valerá a pena pela satisfação em fazer
aquilo que gosta e acredita.

Um pouco sobre mim


Sou nutricionista especializado em nutrição esportiva, com seis livros
publicados, mais de vinte mil pacientes atendidos em mais de quinze anos de
carreira e mais de trezentas palestras ministradas no Brasil e exterior.

Trabalho com o objetivo de entender cada ser humano com o único que
é, com atendimento especializado para musculação, adolescentes, melhor
idade, esportes coletivos, obesidade, lutas e gestantes.
3 Você, [Futuro] Nutricionista

Estou aqui porque quero colocar toda essa experiência à sua disposição,
te ajudar com o passo a passo para conquistar seus objetivos e alcançar o
sucesso e satisfação profissional.

Nossa Profissão

Todos querem ser felizes e bem-sucedidos financeiramente, mas, assim


como não existe uma fórmula mágica para conseguir o corpo dos seus sonhos,
não há atalhos para se dar bem na profissão.
Realmente o único lugar onde o Sucesso vem antes do Trabalho é no
dicionário.

“Tem muito mais a ver com ação do que com atração. ”


4 Você, [Futuro] Nutricionista

No Brasil, independentemente da profissão escolhida, precisamos


trabalhar muito para conquistar tranquilidade financeira de forma honesta. Para
melhorar sua renda, é bem provável que tenha que trabalhar em mais de um
local.
Os custos com formação e especialização são altos e o retorno demora a
vir. Ao terminar a faculdade de Nutrição, teoricamente, o profissional está
apto para atender qualquer tipo de paciente ou demanda nutricional, mas buscar
uma especialização pode fazer toda a diferença em seu futuro profissional.
Nesse momento, é importante refletir quais habilidades e aptidões que
serão desenvolvidas durante o curso de Nutrição. Se o seu objetivo é aprofundar
conhecimentos em uma determinada área e melhorar o desempenho
profissional, considero interessante procurar uma especialização lato sensu.
Nutrição hospitalar, materno-infantil, doenças crônicas, obesidade,
geriatria, esportiva ou qualquer outra área que direcione o seu foco nos estudos
e na abordagem nutricional específica para determinados quadros clínicos.
Agora, se você pretende seguir a carreira acadêmica ou trabalhar com
pesquisas, é indispensável cursar um mestrado e doutorado. No longo prazo, se
o seu trabalho for bem executado, você poderá ganhar reconhecimento
profissional pela sua especialidade.

Muito além do consultório

O sonho da maioria dos nutricionistas recém-formados é abrir um


consultório, mas algumas pessoas acabam se encontrando em outras áreas tão
desafiadoras quanto. Alguns profissionais se sentirão esgotados pelas longas
jornadas de trabalho, terão ainda que conciliar com estudos, e outros podem
sofrer com a falta de amadurecimento profissional.
Superados esses desafios, você sentirá um grande prazer em auxiliar as
pessoas na busca por uma melhora na qualidade de vida e/ou aumento da sua
autoestima.
5 Você, [Futuro] Nutricionista

Áreas que você pode atuar como Nutricionista:

Administração: Supervisionar e gerenciar a produção de alimentos em


indústrias alimentícias, cozinhas industriais, hospitais, restaurantes de
empresas, creches, escolas, asilos, spas, hotéis, empresas de serviço de bufês
e congelados.

Desenvolvimento de produtos: Pesquisar e desenvolver produtos para a


indústria alimentícia, fazendo testes culinários e degustação dos pratos. Prestar
consultoria a empresas do setor de alimentos.

Gastronomia: Controlar a qualidade da cozinha e as condições de higiene de


restaurantes. Elaborar cardápios.

Marketing: Coordenar pesquisas de produtos, testes de receitas e serviços de


atendimento ao consumidor, tanto em indústrias alimentícias quanto em
cozinhas experimentais.
6 Você, [Futuro] Nutricionista

Nutrição clínica: Prescrever dietas a pacientes, em hospitais, clínicas,


ambulatórios ou consultório, e adaptar a alimentação aos tratamentos clínicos.
Formular dietas especiais e promover a reeducação alimentar.

Nutrição esportiva: Elaborar e coordenar o acompanhamento alimentar de


atletas e praticantes de atividade física, criando dietas adequadas à intensidade
do treinamento.

Saúde coletiva: Realizar e coordenar atividades de alimentação e nutrição para


programas institucionais, de atenção básica e de vigilância sanitária.

Nutrição hospitalar: Cuidar do estado nutricional do paciente internado, de


acordo com as características de cada patologia.

Nutrição domiciliar: Orientar o paciente a elaborar rotinas mais saudáveis em


sua própria residência. Também pode executar o treinamento de profissionais
de saúde e familiares, para manter uma alimentação saudável para o doente.

Catering: Preparar cardápios que possam ser servidos em diferentes lugares.


Normalmente, as refeições são realizadas em lugares especializados com uma
equipe treinada dividida por setores de elaboração de cardápios, administração,
recebimento e estocagem, pré-cocção, cocção e distribuição. Com o avanço
tecnológico atual o catering vem se expandindo pelo mundo e alcançando
diversos lugares como plataformas de petróleo, embarcações marítimas, em
terra ou aérea. 

Docência e pesquisa: Atuar em atividades de ensino, extensão e pesquisa


relacionadas à alimentação e à nutrição.

O meu começo

Em 2003, finalmente, estava formado em Nutrição. Eu era um nutricionista


com um diploma reconhecido pelo MEC na mão, mas e aí? O que eu ia fazer?
7 Você, [Futuro] Nutricionista

Na dúvida, decidi começar outra graduação, Educação Física, junto com a pós-
graduação em nutrição esportiva.

Minha ideia era trabalhar durante o dia e estudar à noite, mas acabei
desistindo do curso e hoje vejo que foi a decisão certa. Como me disse
Waldemar Guimarães: “O dia é muito curto para você conseguir exercer as duas
atividades. Foque na atividade que você mais gosta e tem mais aptidão. ”

Foram dias e noites pensando em como entrar no mercado de trabalho,


ou melhor, como criá-lo, pois, na cidade onde eu morava não havia mercado
para nutricionistas esportivos. Então peguei a lista telefônica e anotei os
endereços de todas as academias da cidade. Montei um currículo, com uma
carta de apresentação e enviei para todas elas. Esperei uma, duas, três semanas
e ninguém retornou.

O que eu fiz? Decidi visitar as academias pessoalmente. O resultado?


Alguns dias depois me tornei o novo nutricionista de uma das academias que
abordei ganhando 25 reais por consulta.

Não vou entrar em detalhes da minha história, afinal conto todos os


detalhes no livro “Eu, Nutricionista”, mas a mensagem que quero deixar aqui é:

Não fique esperando que as coisas aconteçam,

FAÇA ACONTECER.
8 Você, [Futuro] Nutricionista

Agora vamos falar daquelas 3 dicas que eu mencionei lá no início deste eBook:

1º Dica:
Como calcular o gasto energético do
paciente

Quando ainda estava no estágio, respeitando as fórmulas que aprendi


durante a graduação, elaborei um programa alimentar para uma senhora, em
uma Unidade Básica de Saúde. Após os cálculos, estava nítido que ela consumia
muito menos calorias do que o resultado obtido. Se eu elaborasse sua
alimentação naquelas condições, provavelmente ela ganharia mais peso, ao
invés de reduzir, que era seu objetivo. Foi um “start” para que eu devesse sempre
utilizar as fórmulas sim, mas apenas como um ponto de partida.

Existem várias situações a serem avaliadas no cálculo do gasto


energético do paciente. Características genéticas, histórico pessoal, avaliação
da intensidade e duração do exercício físico, etc. Dois pacientes com a mesma
idade, mas um deles tendo sido obeso na infância e o outro magro, já é um dado
a ser avaliado. Mudanças na composição corporal ao longo da vida, como o
famoso “efeito sanfona”, proporcionam alterações na expressão gênica que
alterarão consideravelmente o metabolismo.

Indivíduos bem treinados, desenvolvem adaptações metabólicas, e se


tornam mais econômicos no exercício. Para vocês terem uma ideia, uma
estratégia bem interessante, utilizada em esportes de alto nível, como triatlo, é
sugerir ao atleta para que ele treine com uma baixa ingestão energética. Com o
passar das semanas, ocorre uma grande adaptação na biogênese mitocondrial,
otimizando o metabolismo aeróbico. Na véspera da prova, aumenta-se o
fornecimento de calorias (respeitando a correta distribuição de nutrientes),
proporcionando um significativo aumento na performance.

Quando iniciei minha prática clínica, estimava o gasto energético do


paciente e de acordo com o objetivo, acrescentava cerca de 500 calorias/dia
(processo de ganho de massa muscular); ou reduzia cerca de 500 calorias/dia
(processo de redução de gordura corporal).
9 Você, [Futuro] Nutricionista

Mas, quando avaliamos as características de cada paciente, descobrimos


que essa regra não é exata. Alguém com uma baixa taxa de metabolização de
carboidratos, resistência insulínica, baixa taxa metabólica basal, pode conseguir
aumentar a massa muscular com uma ingestão calórica similar ao seu gasto
energético ou até mesmo, com uma ingestão calórica menor do que o gasto
energético obtido por meio de softwares.

Sem dúvida, essa mesma pessoa apresentará dificuldades na redução de


gordura corporal. Será necessário um grande gasto energético e/ou uma
restrição calórica um pouco mais intensa para obter resultados satisfatórios.
Nesses casos, pode-se aplicar estratégias muito populares hoje em dia, como:
low carb, dieta cetogênica e jejum intermitente. O problema é que essas
estratégias são preconizadas na mídia como uma solução, mas sem qualquer
respeito a individualidade biológica. Alguém com uma ótima resposta insulínica,
elevado gasto energético, alta taxa metabólica basal e ótima taxa de
metabolização de carboidratos, nunca se adaptaria a essas estratégias.

Hoje, com o avanço no estudo da epigenética, podemos afirmar que as


mudanças na expressão gênica ocorrem com o estilo de vida. Alimentação,
exercício físico e demais hábitos.

Mas genética não é destino! Alguém que nasce com uma carga genética
favorável, sem tendência a obesidade, mas que passa a vida com maus hábitos,
pode, além de provavelmente adquirir sobrepeso/obesidade e sofrer suas
consequências, transmitir para seus filhos, essa expressão gênica modificada.

Ou seja, com o atual sedentarismo e maus hábitos alimentares


dominando a atual geração, a expectativa é que o número de pessoas com
sobrepeso/obesidade, aumente exponencialmente. Sempre digo para meus
pacientes que eles têm a obrigação de manter um estilo de vida, não apenas por
sua saúde e bem-estar.

Mas também já pensando na saúde e bem-estar daqueles que mais amam


ou venham a amar: seus filhos! Ainda mais que o processo de aprendizado da
criança ocorre em grande parte por imitação e observação. Ser bom exemplo
para os filhos é obrigação de todos os pais.
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ATENÇÃO:

Nunca fique preso aos números obtidos por fórmulas específicas de


predição do gasto energético. Cada indivíduo é único! Uma fórmula elaborada
para uma média de uma determinada população, não pode ser aplicada para
todos. Avalie as características individuais (dados antropométricos, exames
laboratoriais, testes genéticos, etc), hábitos alimentares, volume e intensidade
do exercício, histórico pessoal, ou seja, obtenha o máximo de informações
possíveis.

Só assim, a estimativa do gasto energético, assim como a correta


distribuição dos nutrientes, poderá ser obtida com maior exatidão. Hoje,
contamos com vários equipamentos tecnológicos, softwares avançados, mas
nenhum deles ainda superou o feeling e a capacidade humana na tomada de
decisões. Use todas as ferramentas possíveis, mas a decisão final tem que ser
sua e não de nenhum equipamento, por mais tecnológico que ele seja.
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2º Dica:
Como calcular cardápios?

Atualmente, com vários softwares para auxiliar, vejo muita confusão por
parte dos estudantes e profissionais em início de carreira. Importante seguir
determinado software, mas é fundamental o bom senso na hora de administra-
lo. Para ser mais efetivo, na primeira consulta, gosto de utilizar o próprio
recordatório alimentar (me baseio na alimentação usual do paciente) como ponto
de partida para elaborar o cardápio base.

Nesse momento, é muito importante a atenção do profissional para


conseguir extrair o maior número de informações possíveis, nunca induzindo o
paciente a responder algo. A dica é sempre perguntar com calma, abordando um
assunto de cada vez. O ideal é induzir o paciente a falar o máximo possível sobre
assuntos pertinentes. Começar com perguntas amplas e ir direcionando-as de
acordo com a necessidade de cada um.

Após ter feito o recordatório, consigo visualizar como está a alimentação


do paciente (em macro e micronutrientes) e a distância dessa para uma
adequação perante seus objetivos e metas. Primeiramente, procuro ajustar o
aporte proteico. Feito isso, ajusto a distribuição de carboidratos. Por último dos
macronutrientes, deixo os lipídios.
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Somente após isso, verificarei se existe necessidade da adequação (por


meio de alimentos ou suplementos) de complementar algum micronutriente
específico (algumas vezes com o suporte de dados bioquímicos). Na nutrição
esportiva, o horário do treinamento é a base na elaboração do programa
nutricional. As refeições que antecedem o exercício, serão fundamentais para a
melhora do rendimento, enquanto as refeições posteriores, visam melhorar a
recuperação.

Devemos considerar que as duas refeições que antecedem o


exercício são muito importantes, pois a síntese de glicogênio muscular/hepático
leva entre quatro e seis horas. Já a importância de otimizar a recuperação, será
muito maior em situações em que se realiza duas sessões de treinamento no
mesmo dia. Em esportes como futebol, vôlei, basquete, entre outros, isso é muito
comum.

Muitas vezes, o espaço entre as duas sessões de treinamento é menor


do que seis horas, tornando a nutrição pós exercício, fundamental. Portanto,
aquela regra folclórica sobre nutrição, em que se toma um café da manhã de rei,
almoço de príncipe e jantar de mendigo, não se aplica na nutrição esportiva. Em
situações por exemplo, em que o treino é à noite, será nesse momento as
refeições com maior aporte calórico, visto que será o momento de maior gasto
energético.

Portanto, é fácil concluir que como a ingestão de nutrientes deve


acompanhar o gasto energético demandado pelo exercício, diferentes estímulos
e intensidades de treinamento, necessitarão de diferentes aportes energéticos.
Ou seja, em algumas situações, necessitamos elaborar um programa alimentar
para cada dia da semana.

Alguém que realiza corrida três dias da semana, em outros três pratica
musculação e possui um dia de descanso, necessita de diferentes estratégias
para cada dia. Muitas vezes, as mudanças ocorrem apenas nas refeições pré e
pós treino, o que facilita inclusive a elaboração do programa e a compreensão
por parte do paciente.

Durante o processo de reeducação alimentar, o maior vilão é sempre o


imediatismo. É muito comum eu encontrar pacientes que se alimentam de
maneira 100% errada e decidem da noite para o dia, acordar comendo omelete
e batata doce. Muita calma nesta hora (risos)! Nessa fase, alguns alimentos,
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mesmo não sendo ótimas opões do ponto de vista nutricional, podem servir em
algum momento da transição de uma alimentação péssima para uma ótima
qualidade.

Como já discutido, na nutrição esportiva, uma das primeiras


preocupações é com a alimentação antes e após o exercício. Importante, o
quanto antes o indivíduo ajustar esse momento da sua dieta, pensando em
garantir uma ótima performance, assim como uma excelente recuperação. Mas
tudo de maneira muito gradativa, sem pressa.

O ideal é sempre ter consciência que estamos propondo uma mudança


eterna. Não é nada passageiro. Portanto, que seja bem-feita. Melhor levar alguns
meses ou anos, do que nunca acontecer! Em todos esses anos, também já fui
surpreendido por pacientes com grande facilidade de mudança. Em poucas
semanas, migraram de uma alimentação péssima, para ótimos hábitos, assim
permanecendo até hoje. Ou seja, até nisso, deve-se considerar a individualidade
biológica.

3º Dica:
Prescrição de suplementos alimentares
esportivos

Analisando a evolução da indústria da suplementação alimentar, nas


últimas décadas, podemos ter diferentes pontos de vista. De um lado, é incrível
o volume de publicações científicas desmistificando crenças antigas e
apresentando novas aplicabilidades. Por outro, é igualmente incrível a
desinformação das pessoas e o oportunismo de certas empresas que empurram
para o consumidor produtos sem qualquer tipo de funcionalidade, mas com uma
ótima margem de lucro.

Com a internet, especialmente as redes sociais, qualquer um pode se


apresentar como especialista na área. Uma pessoa sem qualquer tipo de
conhecimento técnico científico, mas com um grande número de seguidores,
consegue atingir muito mais pessoas do que um verdadeiro especialista do
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assunto, que só é conhecido no meio acadêmico. Isso vem dificultando a vida de


profissionais que se esforçam para divulgar informação de qualidade.

Há anos viajo o Brasil todo palestrando. Em cada palestra consigo reunir


entre 300 e 600 pessoas, salvo em grandes eventos que podem ultrapassar
1.000 inscritos. Ainda assim, o alcance dessas palestras é infinitamente menor
do que o das redes sociais. Um gigantesco público conectado acredita nas dicas
(patrocinadas pela indústria) que as (os) blogueiras (os) fitness despejam na
internet todos os dias, e gasta até o que não tem em busca daqueles corpos
perfeitos.

Com o aumento exponencial de nutricionistas, vejo pessoas sendo bem


orientadas, tanto na alimentação quanto no uso de suplementos alimentares,
mas a grande maioria da população, independentemente da classe social, segue
desinformada, comprando suplementos ineficazes e sem relação com seus
objetivos. Houve avanços, sim, mas temos ainda um longo trabalho pela frente.

As pessoas ainda veem a suplementação alimentar como algo


direcionado para um fim específico. Por exemplo, querem saber se whey protein
aumenta massa muscular; se o óleo de coco emagrece; se o colágeno melhora
a qualidade da pele; se a vitamina C melhora a imunidade, etc., ou seja, não
enxergam a suplementação como complemento de uma rotina de alimentação
associada à atividade física.
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Eu sempre brinco que a whey protein pode aumentar a massa muscular


assim como a banana ou a carne de frango ou bovina. Que tudo dependerá da
rotina alimentar de cada um. Por exemplo, se o indivíduo já ingere a quantidade
de proteínas necessária por meio de alimentos proteicos como ovos, frango,
peixes e carnes, a suplementação com whey protein não ajudará em nada.

Da mesma forma, alguém com dificuldade na ingestão de proteínas, seja


por falta de disponibilidade desses alimentos, paladar, apetite ou outro fator, a
suplementação com whey protein ou outro pó proteico de qualidade, pode fazer
toda a diferença. A pessoa pode não precisar de suplementação com proteínas
em pó, mas pode ter uma deficiência de vitamina D ou outro micronutriente, que
esteja atrapalhando a conquista de seus objetivos.

Ou então, uma suplementação com creatina visando melhora da força no


treinamento, ou dependendo da periodização e tipo do treinamento, a beta-
alanina possa ser um ótimo recurso para melhorar a resistência. Pode não ser
nada disso. A pessoa precisar de um suporte de carboidratos antes ou pós treino,
ou ainda BCAAS e glutamina para melhorar a recuperação. Poucos sabem, mas
ácidos graxos ômega 3 podem melhorar a síntese de proteínas, otimizar a
recuperação, sendo, portanto, uma ótima suplementação para ganho de massa
muscular, além das várias aplicabilidades no que diz respeito à melhora da
saúde.

Estimulantes do sistema nervoso central, como a cafeína e teacrina e


potencializadores colinérgicos, como aswagandha, Rhodiola rosea, alpha gpc,
citicolina, fosfatidilserina, entre outros, quando usados nos momentos corretos e
respeitando a tolerância de cada um, podem otimizar (e muito) a capacidade
cognitiva e o treinamento. Assim, você poderá não só treinar com maior
intensidade como também melhorar seu rendimento no trabalho e/ou estudos.

Muitos pais me perguntam sobre suplementação para crianças (no caso


de esportistas). Eles têm receio de dar aos filhos um suporte de carboidratos,
proteínas, creatina, ômega 3, vitaminas e minerais específicos, ou qualquer outra
suplementação para melhorar o rendimento esportivo da criança e/ou
adolescente. Apesar dessa resistência, acham normal oferecer aos filhos
salgadinhos, refrigerantes e outras porcarias tão normalmente consumidas pelas
crianças de hoje em dia. Ainda hoje, um achocolatado cheio de açúcar não traz
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a suspeita que um pó proteico como whey protein costuma trazer. E de quem é


a culpa?

Em parte, da própria indústria de suplementos alimentares, que por


muitos anos focou seu marketing única e exclusivamente no ganho de massa
muscular, hipertrofia e fisiculturismo. Há bem pouco tempo esse direcionamento
começou a mudar.

Os mesmos suplementos, antes embalados em potes com fotos de


caveiras e atletas musculosos, agora têm rótulos e propagandas que remetem a
boa saúde e qualidade de vida. Inclusive, o movimento de buscar corantes,
aromatizantes e adoçantes naturais vem crescendo muito.

A grande barreira ainda é o sabor. As pessoas querem suplementos


gostosos e, nesse sentido, lógico que o artificial ainda vence disparado. Mas
acredito que logo vamos ter no mercado produtos com ingredientes 100%
naturais, com o mesmo sabor dos com ingredientes artificiais.

Os idosos também ainda não se convenceram dos benefícios da


suplementação alimentar. Eles ainda enxergam creatina, glutamina, probióticos,
vitaminas e minerais como algo medicamentoso. Produtos para serem usados
apenas em situações patológicas e não como prevenção. Uma mudança nesse
comportamento virá quando a geração que hoje tem 30, 50 anos de idade
envelhecer.

Como passaram boa parte da vida adulta tomando suplementos, na


velhice a adesão será bem maior. No meu caso, meu primeiro contato com
suplementação alimentar foi aos 14 anos e nunca parei de suplementar. No
início, de maneira totalmente errada, me encantava pelo rótulo ou pelo produto
que prometia ganho rápido de massa muscular. Hoje, não imagino como seria a
minha vida sem a suplementação alimentar, principalmente quando penso nos
benefícios relacionados à qualidade de vida.

Suplementos para melhorar a saúde articular, como colágeno tipo II,


extrato de boswellia e, curcumina, substâncias com efeito na cognição, visando
reduzir os riscos para doenças neuro-degenerativas (creatina, citicolina, alpha
gpc, aswgandha, etc), além dos próprios suplementos proteicos. Com o
envelhecimento, é muito comum a redução da ingestão de alimentos fonte de
proteínas, portanto, os suplementos podem melhorar a qualidade de vida do
idoso. Não só de vida, mas de morte também. Apesar de muitos evitarem até
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pensar nessa palavra, a morte é nossa maior certeza. Seja você rico, pobre,
famoso, bonito ou feio, você vai morrer.

Excluindo situações acidentais, podemos, sim, buscar uma morte com


maior qualidade. Grande parte das doenças que podem causar um fim de vida
ruim e doloroso pode ser evitada com uma boa nutrição, suplementação
alimentar e atividade física. Hoje nós sabemos, mais do que nunca, dos
benefícios dos pré e probióticos para a saúde intestinal, por exemplo. A
glutamina também tem sua parcela de contribuição.

A manutenção de uma adequada saúde intestinal ao longo da vida pode


evitar doenças extremamente desagradáveis quando envelhecemos. Com o
auxílio da correta nutrição/suplementação alimentar/atividade física, o idoso terá
força muscular para executar tarefas básicas do dia a dia, sem necessitar de
ajuda. O prolongamento da sensação de autoestima e da autonomia é
fundamental para um envelhecimento saudável e feliz.

Uma curiosidade é que alguns suplementos que estão no mercado há


muito tempo, já tiveram sua eficácia contestada algumas vezes, mas continuam
sendo vendidos por terem tido outras aplicabilidades descobertas. Um ótimo
exemplo é a L-carnitina. Ficou conhecida nos anos 1980 como auxiliar para a
redução da gordura corporal. Nos anos 1990 pesquisas concluíram que esse
benefício só seria válido em vegetarianos ou indivíduos que não consumissem
carnes ou outros alimentos fonte de L-carnitina em sua alimentação. Nesses
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casos, a suplementação supriria uma deficiência. Mais alguns anos de pesquisas


foram necessários até descobrirem que a L-carnitina tem ação antioxidante e
potencializadora cognitiva. Depois de um tempo sumida, ela voltou a ter seu
espaço nas prateleiras das lojas.

Enfim, a questão não é mais discutir a eficácia ou a utilidade da


suplementação. O que precisamos é de profissionais cada vez mais preparados
e de meios de comunicação que cumpram seu papel educativo, levando a
verdade para a população. Todos podem se beneficiar do uso correto dos
suplementos alimentares.

Agora vem a pergunta:

Como o nutricionista vai conhecer todos? Saber a composição


nutricional não de centenas, mas de milhares de produtos?

De alguns anos para cá, com o crescimento da indústria da


suplementação alimentar, confesso que se tornou impossível acompanhar
tamanha velocidade no lançamento de novos produtos. Não é difícil eu ser
surpreendido em uma consulta por algum paciente me questionando sobre
algum produto que ainda não conheço. Com a facilidade da internet, eu
imediatamente entro no site da empresa e consulto o valor nutricional do produto.
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Muitas vezes é uma formulação já bem conhecida, que apenas está com um
diferente apelo de marketing.

Portanto, não se assuste. Quando se deparar com alguma situação como


essa, diga a verdade! Que você não conhece o produto, mas que vai pesquisar.
Na maioria das vezes, o profissional conhecerá as substâncias que o produto
contém e facilmente explicará para o paciente do que se trata.

Como hoje temos tantas opções, mãos à obra! Comecem o quanto antes
a incluir os produtos mais comuns do mercado na sua tabela de composição de
alimentos. Inicie com as empresas mais conhecidas.

Nos próprios sites vocês terão acesso a composição dos produtos. E


mensalmente, incluam os lançamentos para que seus dados estejam sempre
atualizados. Acho importante todo profissional de nutrição visitar as empresas.
Pelo menos uma vez ao ano ou a cada seis meses, programe uma visita a
alguma fábrica. Envie um e-mail, explique que você é um estudante ou
profissional, que certamente será muito bem recebido. Verifique as matérias-
primas utilizadas e estrutura para avaliarem a real qualidade dos produtos.

Ao atender atletas submetidos ao controle de doping, a atenção deve ser


redobrada. Um conhecimento adequado de toda a lista de substâncias proibidas
é imprescindível. Nunca prescreva nada na dúvida. Vejo o uso por exemplo de
DHEA (dehidropiandrosterona) ser muito comum por esportistas e sua venda é
permitida nos Estados Unidos em qualquer loja de suplementos e até mesmo,
supermercados. Mas esse suplemento está presente na lista de substâncias
proibidas da WADA (World Anti-Doping Agency). É só um exemplo de como é
necessário cuidado!

A princípio, pode-se achar que as substâncias consideradas doping não


são comercializadas como suplementos. Mas no mercado americano temos
vários exemplos, como pré-hormonais e termogênicos que podem possuir várias
substancias proibidas. Outro cuidado é com a contaminação cruzada. Fique
atento se as marcas sugeridas para seu paciente não possuem pré-hormonais
ou termogênicos com substâncias proibidas pela WADA em sua linha de
produção. Caso se utilize a mesma máquina para envazar um pré-hormonal e/ou
outros produtos, sem a devida higienização, pode acontecer contaminação
cruzada.
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A mesma dica fica para farmácias de manipulação. Entre em contato com


a farmácia e descubra se a empresa possui experiência com esse tipo de
manipulação. Sugere-se que seja a primeira manipulação do dia, e somente
após uma esterilização cuidadosa dos materiais. Lembre-se que é a vida
profissional do atleta que está em jogo. Seus patrocínios, salário, respeito do
público, tudo isso está em jogo. Dependendo da idade, um teste positivo de
doping, pode causar uma aposentadoria prematura do atleta.

Suplementação para Performance x Estética

Vejo muita confusão a respeito da suplementação alimentar, porque a


tendência das pessoas é sempre generalizar! Vou dar como um simples
exemplo, a controvérsia a respeito da suplementação com carboidratos e
proteínas antes, durante e após o exercício.

Imaginem um jogador de futebol, que realiza duas sessões de treinamento


no dia, com intervalo de quatro horas entre elas. Nesse caso, a recuperação
nesse período deve ser otimizada com todas as estratégias possíveis. Por
exemplo, uma muito adequada, seria o uso de um shake contendo proteínas de
rápida absorção (whey protein) com carboidratos de alto índice glicêmico
(dextrose, maltodextrina), visando acelerar a síntese de glicogênio. Já um
praticante de musculação, objetivando definição muscular, provavelmente se
beneficiaria apenas de uma suplementação com whey protein pós treino. Isso
porque seu treino (além de ter sido o único do dia), não teve mais do que 90
minutos de duração. Sabe-se que a adição de carboidratos no shake de
proteínas pós exercício não possui ação significativa em relação à síntese
proteica. Seu uso se restringiria quando o objetivo é otimizar a síntese de
glicogênio.

Um ciclista que pedala três horas, necessitaria de um aporte de


carboidratos durante o exercício. Melhor ainda, se essa bebida com carboidratos
também contivesse eletrólitos, evitando uma condição chamada de
hiponatremia, que nada mais é do que uma baixa concentração plasmática de
sódio. Quadro comum em pessoas que se exercitam por várias horas,
administrando apenas água, enquanto perdem muitos eletrólitos pelo suor.
Agora, um praticante de musculação, apenas se beneficiará da ingestão de
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carboidratos durante o exercício em situações muito particulares, como:


metabolismo muito acelerado, onde existe necessidade de uma alta ingestão de
carboidratos. Ou então em treinos logo pela manhã, quando não foi possível a
ingestão de carboidratos necessária antes do exercício, devido à proximidade do
treino com o horário de acordar.

A suplementação com carboidratos logo antes do exercício, pode auxiliar


algumas situações em que a quantidade desse nutriente na refeição anterior ao
treino não foi suficiente. Novamente, indivíduos com alto gasto energético, como
praticantes de atividades de longa duração, geralmente ciclismo, corrida ou
esportes coletivos. Muito cuidado com a famosa hipoglicemia de rebote. Se o
esportista NÃO for continuar se hidratando com alguma bebida contendo
carboidratos ou géis, evite o uso de maltodextrina. Prefira principalmente
palatinose ou então, waxy maize. Essas duas opões apresentam um menor
impacto na glicemia, fornecendo energia de maneira mais gradativa.

Outra dica, para aqueles que usarão alguma suplementação de


carboidratos durante o exercício, é utilizar um mix de carboidratos ao invés de
apenas um tipo. A combinação principalmente de glicose com frutose apresenta
benefícios, devido as diferentes taxas de oxidação e transportadores entre esses
monossacarídeos. Mais uma vez é bom lembrar, que em atividades com mais
de 60 – 90 minutos de duração, é fundamental a presença de eletrólitos na
solução. Já se sabe que tanto a suplementação na forma de bebidas (6 – 8% de
concentração de carboidratos) ou na forma de géis (acompanhados da
adequada hidratação) são igualmente efetivos para a melhora da performance.

Custo x benefício

Com toda a ciência existente sobre suplementação alimentar, a vontade


é de prescrever tudo o que temos disponível no mercado, desde que tenha
comprovação científica. No entanto, temos que ser realistas e considerar alguns
fatores. Após avaliar a necessidade específica do paciente, deve-se ter bom
senso para escolher a melhor opção de suplementação. O custo, é sem dúvida,
uma das principais considerações a se fazer. Pode ser que você tenha um
paciente com treinamento avançado, gerando demanda para a utilização de
ácido fosfatídico, HMB, leucina, creatina, glutamina, ácido ursólico, entre outros
22 Você, [Futuro] Nutricionista

suplementos. Mas muitas vezes, esse paciente possui condições financeiras


para no máximo comprar um pote de proteínas em pó. Nesses casos, deve-se
avaliar o que é mais importante para cada situação. As vezes a maior
necessidade no momento é corrigir uma disbiose intestinal. Para tanto, a
suplementação com pré e probióticos pode ser mais interessante do que as
substâncias citadas acima.

Ou então, o paciente tenha dificuldade de se alimentar com alimentos


proteicos em alguns horários específicos do dia, como no meio da manhã ou
antes de dormir. Nesse caso, o uso de proteínas em pó com absorção lenta (mix
proteico por exemplo), poderia ser avaliada. Em um caso, onde todas as
refeições já estão sendo bem-feitas, o objetivo é hipertrofia, o uso de creatina
pode ser o ideal.

Já em um atleta de endurance nas mesmas condições de uma


alimentação adequada ao longo do dia, o uso de um repositor glico-eletrolítico
antes, durante e após os treinos e competições pode ser a melhor escolha.
Enfim, o bom senso do profissional nessas horas é tão importante quanto o
conhecimento técnico-científico.

Mesmo quando você tiver seu consultório próprio, cobrando um valor


elevado pela consulta, atendendo apenas pessoas com bom poder aquisitivo,
recomendo que faça algum trabalho voluntário com atletas de alto nível e baixa
renda. Essa prática, além de contribuir para a sociedade, fará você refletir muito
e praticar a essência da nutrição esportiva.

Fórmula do Sucesso

Acredito que tão importante quanto aceitar novos desafios, é saber


abandonar a zona de conforto ou os desafios anteriores que já foram
conquistados. Percebi isso quando cursava administração de empresas e
nutrição ao mesmo tempo. Tive que abandonar administração para mergulhar
de vez nos estudos da nutrição.
23 Você, [Futuro] Nutricionista

Novamente, quando já estava no mercado de trabalho como


nutricionista, tive que abandonar o curso de educação física, pois meu tempo
estava muito limitado com o crescimento nas consultas.

Eu amava atender dentro de academias, mas chegou uma hora que elas
ficaram pequenas para mim e eu tive que abandoná-las. Adorava aceitar todos
os convites de palestras que recebia, mas chegou uma hora que tive que abrir
mão de várias para aceitar outras, que ainda eram inéditas. Amo cidades
menores, até porque nasci em uma com aproximadamente 5 mil habitantes
(Nova Fátima/PR), mas hoje preciso estar na maior cidade do país para
conseguir com maior facilidade atingir minhas metas.

E tenho certeza, que nos próximos anos, ainda terei que abandonar várias
coisas que eu gosto e que hoje são fundamentais no meu dia a dia. Mas isso é
necessário para se atingir patamares maiores. Muitas vezes é dolorido, triste,
mas é necessário. Talvez chegue um momento de nossas vidas, que não valha
a pena dar passos ainda maiores para novas metas. Que seja melhor se
contentar com aquilo que já foi conquistado e usufruir disso com mais tempo.
Mas enquanto se deseja crescimento profissional e pessoal, acostume-se com
essa tomada de decisão.

Você estará sempre dividido entre se manter na zona atual de conforto ou


então abandona-la para desafios maiores. A escolha sempre será só sua. Acho
24 Você, [Futuro] Nutricionista

que o mais importante é não nos arrependermos um dia de não termos tentado
quando ainda havia tempo de conquistar nossos sonhos.

Com a globalização digital, vivemos em um mundo repleto de pessoas


insatisfeitas devido a comparação. Compram um carro de 50 mil reais, mas ficam
insatisfeitas porque veem em seu smartphone pessoas ostentando carros de 200
mil reais ou mais. Mas essa pessoa se esquece que andou a vida toda de ônibus
e seu carro de 50 mil reais foi uma grande vitória. Nem aproveita seu carro novo
direito, porque já sai em uma busca desenfreada para conseguir comprar o tal
carro de 200 mil reais.

E é quando ela descobre que existem carros que custam mais de 1


milhão. E mesmo conseguindo no fim da vida ter comprado 3 carros de 1 milhão
cada, pode morrer insatisfeita por não ter conseguido comprar um jato particular.
Enfim, cada pessoa possui seus desejos, suas ambições, suas necessidades. É
impossível alguém ter tudo! Até mesmo na simetria de um físico, é raro
encontramos alguém com a mesma qualidade muscular nos braços e nos
membros inferiores por exemplo. Ainda mais quando avaliamos outras virtudes,
como sucesso profissional, intelectual, familiar, financeiro, entre outras coisas.

Não sei se você sabe, mas assim que eu terminei a graduação em


nutrição, almejava fazer pelo menos mais duas ou três graduações. Hoje, eu
poderia ser insatisfeito por ter fracassado nessa meta. Ao passo que, posso me
sentir extremamente realizado em ter conseguido estabilidade profissional em
uma área onde até mesmo meus professores do colegial não acreditaram. Tudo
depende da maneira como enxergamos as coisas.

Tenha paciência, regularidade e foco em seus objetivos,


que você vai conseguir!

Boa sorte e conte comigo nessa jornada!


25 Você, [Futuro] Nutricionista
Ei, você tem 1 minutinho?

Gostaria muito de saber se esse ebook te


ajudou de alguma forma.
Ficarei muito feliz se você me enviar sua
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