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Todos os casos clínicos descritos nesse e-book são

verídicos, os nomes dos clientes foram trocados para


preservar a identidade dos mesmos.
Com a mais genuína intenção de ajudar você
nutricionista. Acredito que a troca de informações e
condutas nos ajuda a evoluir profissionalmente.

2
Introdução

Que angústia que dá quando pensamos em qual conduta que

devemos escolher para tal paciente, sim ESCOLHER porque a

ciência nos fornece um milhão: com

carboidrato, sem carboidrato, jejum

intermitente, cetogênica, restritiva, rica


em gordura…eu passaria o e-book inteiro citando todos os tipos

de planejamento dietético.

A ciência nos fornece muitas informações técnicas e


nem sempre consegue nos pontuar das situações que
encontramos no consultório, quero dizer que o caso
clinico encontrado no artigo nem sempre se encaixa
perfeitamente naquele paciente sentado na nossa frente.

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INTRODUÇÃO

E é nessa hora que entre erros e acertos tentamos encontrar

a melhor conduta, a melhor saída para alcançar o objetivo do

cliente.

Foi diante dessa reflexão que eu pensei, e se eu puder

compartilhar alguns dos meus casos, de sucesso e de

insucesso sim, porque afinal de contas a gente nem sempre

ganha.

A intenção não é fornecer uma conduta pronta,

porque isso não existe, mas sim elucidar alguns

casos, compartilhar alguns pensamentos e quem

sabe lhe ajudar a penar mais amplo em relação à

planejamento dietéticos e condutas nutricionais.

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SUMÁRIO
Sobre o autor....................................................................................................6
Capítulo 1 - Compartilhando com você.............................................................7
1.1 - Primeiros passos para o sucesso..............................................9
Capítulo 2 - Estrutura da Consulta Nutricional...............................................11
Capítulo 3 - Pós Consulta Nutricional.............................................................20
Capítulo 4 - Caso Clínico: Obesidade.............................................................23
4.1 - Anamnese Nutricional..............................................................25
4.2 - Avaliação Antropométrica........................................................29
4.3 - Consumo Alimentar.................................................................35
4.4 - Diagnóstico Nutricional............................................................41
4.5 - Plano Alimentar Individualizado...............................................43
4.6 - Resultados do Acompanhamento............................................48
4.7 - Considerações Finais..............................................................52
Capítulo 5 - Caso Clínico: Atleta Amador........................................................57
5.1 - Antropometria...........................................................................62
5.2 - Conduta Nutricional..................................................................64
5.3 - Necessidade Energética Total..................................................66
5.4 - Plano Alimentar Personalizado e Calculado.............................68
Capítulo 6 - Caso Clínico: Baixo peso em idosos...........................................79
6.1 - Breve Relato............................................................................82
6.2 - Avaliação Antropométrica.........................................................84
6.3 - Consumo Alimentar..................................................................88
6.4 - Estratégias Nutricionais............................................................90
6.5 - Planejamento Dietético.............................................................95
6.6 - Retorno da Consulta.................................................................98
Capítulo 7 - Caso Clínico: Sobrepeso, Gastrite e Ansiedade........................103
7.1 - Anamnese Clínica...................................................................107
7.2 - Antropometria.........................................................................112
7.3 - Consumo Alimentar - Recordatório Alimentar.........................116
7.4 - Plano Alimentar Personalizado...............................................118
Capítulo 8 - Caso Clínico: Menopausa / Ganho de peso..............................122
8.1 - Retorno...................................................................................126
8.2 - Avaliação Antropométrica.......................................................128
8.4 - Comparação Antropométrica..................................................136
8.5 - Estratégias Nutricionais..........................................................139
8.6 - Planejamento Alimentar Personalizado..................................141
8.7 - Orientação Nutricional............................................................143
8.8 - Informações Complementares................................................146
8.9 - Considerações Finais.............................................................153
Capítulo 9 – Agradecimento.........................................................................155
5
Oi, eu sou a Adriana Fanaro, sou nutricionista e trabalho com

atendimento nutricional. O meu foco desde que me formei

sempre foi viver de consultório, e após alguns anos conquistei

isso. Sou pós graduada em Nutrição Clínica e Esportiva, além

de pós graduanda em Fitoterapia Clínica. Ministro aulas nos

cursos de pós graduação de nutrição clinica como professora

convidada. Em 2005 idealizei a Health Fit Assessoria Para o

Bem Estar com foco em saúde e bem estar, além de ser

responsável técnica do site Meu Nutricionista, um blog

especializado em nutrição para a população leiga e para o

profissional de nutrição.

6
Capítulo 1
Compartilhando
com você

7
Capítulo 1: Compartilhando com você

A principal motivação desse e-book é compartilhar com você um

pouco dos casos que atendo aqui no consultório, em diversos

momentos da minha carreira tive nutricionistas acompanhando às

consultas e sempre com feedbacks positivos, unindo sempre a

ciência à prática, e por isso eu decidi que iria dividir o passo a

passo de alguns casos clínicos que eu julguei interessante.

O objetivo é lhe trazer para dentro do consultório, você vai

perceber que infelizmente não conseguimos aplicar 100% do que

aprendemos em livros e artigos, devemos adaptar tudo isso ao

ser humano ali sentado em nossa frente.

8
Capítulo 1.1
Primeiro passo
para o sucesso

9
Capítulo 1.1: Primeiro passo para o sucesso

Consigo claramente perceber que não existe concorrência na

nossa área, em conversas paralelas com nutricionistas escuto

muito: “o mercado está saturado”, “na minha cidade tem muita

nutricionista que atende”, “ah professora tem uma nutri muito

famosa aqui” eu entendo tudo isso, mas você precisa entender

que a escolha do paciente não é pelos milhares de títulos, nem

pela fama e sim pela empatia, ou seja, o cliente precisa se

empatizar com você esse é o primeiro passo para uma consulta

de sucesso. Para que isso aconteça é preciso que você se

dedique a esse atendimento.

10
Capítulo 2
Estrutura da
Consulta Nutricional

11
Capítulo 2: Estrutura da Consulta Nutricional

É muito discutido na literatura sobre a estrutura de uma consulta

nutricional de excelência. Não há uma verdade, e nem o errado,

cada atendimento deve ser adaptado de acordo com algumas

realidades. Muitos fatores podem influenciar nesse atendimento: o

tempo de consulta, o tipo de público, e os métodos que serão

utilizados para a avaliação nutricional).

Depois de definido esses itens acho que você pode pensar sobre a

estrutura do seu atendimento: como vai ser, quantidade de

perguntas da anamnese, quais métodos de avaliação

antropométrica que vai utilizar, e o inquérito alimentar que vai

utilizar, mas uma coisa é certa: esse atendimento deve ser

finalizado com um planejamento alimentar individualizado,

qualitativo e quantitativo. O seu cliente deve sair da consulta com

uma organização alimentar melhor do que quando ele entrou na

consulta.
12
Capítulo 2: Estrutura da Consulta Nutricional

Para que você entenda melhor cada fase vou tentar ser breve,

todo início de atendimento deve começar com um preenchimento

de cadastro, esse deve conter somente os itens necessários para

que você possa se comunicar com ele, por esse motivo só

pergunte o que REALMENTE necessita. Evite exageros de

perguntas, seja pontual.

Na segunda fase desse atendimento devemos partir para a

anamnese nutricional, nessa hora as perguntas são direcionadas,

e devemos ter uma prévia já do que queremos saber. Então a

minha dica é que você prepare a anamnese de acordo com a

população que vai atender.

O melhor a fazer é selecionar os itens que devem ser acrescidos,

e o que será importante para a sua avaliação nutricional.

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Capítulo 2: Estrutura da Consulta Nutricional

Depois das perguntas da anamnese realizada, é hora de escolher

partir para a antropometria ou aplicar o inquérito alimentar.

Independente do que você faça esses dois itens são obrigatórios.

Aqui eu prefiro fazer a antropometria, e te explico porquê. A

antropometria quebra um pouco a sequência de perguntas, é a

hora de conversar com o paciente sobre a vida dele, e deixar ele

bem vontade, porque também depois disso eu faço a avaliação

explico para ele e definimos algumas metas.

A antropometria tem diversos protocolos, e para decidirmos qual

utilizar devemos pensar na população que vamos atender, quais

as prioridades, e o que desejamos obter de resultados.

No consultório eu faço: peso, altura, todas as circunferências e

todas as dobras cutâneas.

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Capítulo 2: Estrutura da Consulta Nutricional

Não uso a bioimpedância porque como atendo o dia inteiro e essa

avaliação exige um protocolo de procedimento para o exame

acaba me dificultando muito.

Imagina só o cliente das 14:45H ter que estar 4 horas de jejum,

não ter feito exercícios….entre outras exigências. No início da

minha carreira percebi que talvez fazer essa exigência para os

meus clientes reduzia o comparecimento deles no consultório e

desde então uso somente o adipômetro.

A seguir coloquei a avaliação (homens) que preencho, explico e

entrego para o meu paciente, tenho também para mulheres,

gestantes e para o somatotipo.

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ESTADO NUTRICIONAL HOMENS

Risco Circ. Cintura

Sem risco < 94 cm

Risco aumentado > 94 cm

Substancialmente aumentado ≥ 102 cm

WHO Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva, 2000

(G%) PARA HOMENS


Pollock & Wilmore, 1993

Nível /Idade 18 - 25 26 - 35 36 - 45 46 - 55 56 - 65

Excelente 4 a 6% 8 a 11% 10 a 14% 12 a 16% 13 a 18%

Bom 8 a 11% 12 a 15% 16 a 18% 18 a 20% 20 a 21%

Acima da Média 12 a 13% 16 a 18% 19 a 21% 21 a 23% 22 a 23%

Média 14 a 16% 18 a 20% 21 a 23% 24 a 25% 24 a 25%

Abaixo da Média 17 a 20% 22 a 24% 24 a 25% 26 a 27% 26 a 27%

Ruim 20 a 24% 24 a 27% 27 a 29% 28 a 30% 28 a 30%

Muito Ruim 26 a 36% 28 a 36% 30 a 39% 32 a 38% 32 a 38%

NORMALIDADE

HOMENS MULHERES

≤ 37cm ≤ 34cm

Nut. Adriana Fanaro Nut. Raphael Campanholi


CRN3 - 17166 CRN3 - 49867
(11) 994671212 (11) 973927510
16 raphael@healthfit.com.br
adriana@healthfit.com.br
Índice de Conicidade

A sua circunferência abdominal, já levando em consideração sua estatura e


peso é _______ X maior do que a circunferência uma pessoa de mesmo
peso e estatura sem a gordura abdominal.

Peso atual: Peso alvo:

Percentual de gordura atual: % de gordura alvo:

Circunferência da cintura atual: CC alvo:

Circunferência do Pescoço atual: CP alvo:

Índice de Conicidade atual: IC alvo:

Há quanto tempo está acima do peso: Tempo alvo:

___________________________
Carimbo e Assinatura do Profissional

Nut. Adriana Fanaro Nut. Raphael Campanholi


CRN3 - 17166 CRN3 - 49867
(11) 994671212 (11) 973927510
adriana@healthfit.com.br raphael@healthfit.com.br
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Capítulo 2: Estrutura da Consulta Nutricional

Pós explicado e definido as metas é hora coletar o inquérito

alimentar, entender como esse paciente se alimenta e

rapidamente montar o quebra cabeça dos motivos que ele não

está atingindo o objetivo dele. Em todas as vezes aplica o

recordatório habitual, acredito ser mais fácil para a primeira

consulta porque tenho mais dados sobre o consumo. Questiono

também sobre as aversões, preferências, intolerâncias e alergias

alimentares.

Você pode também optar por: recordatório de 24H, quadro de

frequência alimentar, e registros alimentares estimados e pesado.

Nesse momento o quebra cabeça está completo, só preciso

montar ele. Anamnese + Antropometria + Consumo Alimentar =

plano alimentar.

Agora você precisa juntar os dados, e fornecer a esse cliente uma

nova proposta!

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Capítulo 2: Estrutura da Consulta Nutricional

Esse plano alimentar não deve ter contagem de calorias,

adequação de macro e micro nurientes, deve simplesmente ser

uma nova proposta para o consumo diário de alimentos. Ele deve

ser personalizado, não devemos ter prontuários prontos, isso não

convence, isso desestimula. Cada indivíduo tem suas

preferências, e ele precisa sentir que foi adaptado a ele.

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Capítulo 3

Pós Consulta Nutricional

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Capítulo 3: Pós consulta nutricional

Tudo feito! Cardápio entregue! Agora você tem o segundo turno,

e eu te diria que o ideal é você estudar, montar e planejar o

cardápio de todos os seus clientes, só a prática nos faz crescer,

só a prática nos leva perto da perfeição.

Então escolha uma referência calcule a TMB, NET e distribua os

macronutrientes, e quanto aos micronutrientes você deve

respeitar os limites referenciados pelas DRIs.

Cada cliente deve ser um estudo de caso clínico, você vai ver que

as situações se repetem e se você estudar muito no início vai

ganhar muitas estratégias que podem ser aplicadas para cada

paciente.

Não se desespere, o cardápio calculado e personalizado deve ser

entregue somente no retorno (15/20/30dias), e não há a

necessidade de envio por e-mail, ou na semana seguinte.

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Capítulo 3: Pós consulta nutricional

O seu paciente já está com o cardápio em mãos, e ele também

foi planejado para ele.

Agora algumas ações fazem toda diferença, mandar uma

mensagem para o cliente questionando sobre a adaptação do

cardápio entregue, acompanhamento dos resultados, pense

aquele paciente agora é de SUA RESPONSABILIDADE, cuide

bem dele.

22
Capítulo 4

Caso Clínico:
Obesidade

23
Capítulo 4: Caso Clínico de Obesidade

Nome completo: Y.K.O


Sexo: feminino
Idade: 54 anos
Separada, 03 filhos, não trabalha

Foto retirada do programa DietBox

Essa cliente chegou em meu consultório pela 1º vez em

25/04/2017, e foram 08 encontros no ano de 2017.

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Capítulo 4.1

Caso Clínico:
Obesidade
(Anamnese Nutricional)

25
Capítulo 4.1: Anamnese Nutricional

Iniciemos o atendimento pelo começo: Anamnese Nutricional:

primeira etapa do atendimento nutricional. O objetivo principal da

paciente era o emagrecimento e referenciou que já teve gota em

alguns períodos, mais de uma vez. O seu estado clínico já deve

me acender um alerta já que a Gota é o depósito de grandes

quantidades de ácido úrico nas articulações. O uso de

medicamentos nas fases agudas ajudam a minimizar os sintomas

de dor, e a adoção de hábitos de vida saudáveis previnem o

reaparecimento. Os alimentos com excesso de purinas deve ser

evitados, sendo eles: anchova, sardinhas, vísceras, leguminosas,

molhos de carnes, aspargos, comidas gordurosas, bebidas

alcoólicas, e é preciso orientar que a rápida perda de peso pode

acelerar o processo de formação de cálculos renais a base de

ácido úrico.

26
Capítulo 4.1: Anamnese Nutricional

No decorrer da anamnese a paciente se queixou das unhas,

referiu que as mesmas estavam muito quebradiças há algum

tempo. Função intestinal e urinárias sem queixas, avalie segundo

a Escala de Bristol e Coloração Urinária. A mesma não pratica

nenhum exercício físico, e não fuma.

Os exames bioquímicos foram realizados há 01 ano, e todos os

níveis avaliados se apresentavam dentro da normalidade apesar

do excesso de peso.

Quando questionada sobre a menstruação ela revelou que com

42 anos entrou na menopausa, não faz reposição hormonal, e

que com essa idade estava já há 02 anos sem menstruar com

frequência, o ciclo acontecia eventualmente.

27
Capítulo 4.1: Anamnese Nutricional

Pontualmente de acordo com a anamnese, nós

temos:

Objetivo: emagrecimento;

Histórico clínico: Gota

Sinais e sintomas: unhas quebradiças;

Função intestinal e urinária: sem queixas e

alterações;

Ciclo menstrual: menopausa

Exercício físico: não pratica.

Não fumante.

28
Capítulo 4.2

Caso Clínico:
Obesidade
(Avaliação Antropométrica)

29
Capítulo 4.2: Avaliação Antropométrica

Para o obeso a aferição da dobras cutâneas é bem


complicado, difícil de encontrar o local correto devido a espessura
dessas dobras, porém contudo sempre faço a medição somente
para acompanhar a evolução de cada medida individualmente.

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Capítulo 4.2: Avaliação Antropométrica

IMC: 43,79 Kg/m2 -


OBESIDADE GRAU II
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epidemic. World Health Organization, 2000.

Circ. Cintura: 117 cm -


SUBSTANCIALMENTE AUMENTADA
OMS, 1998

% de gordura: 48,03% -
MUITO RUIM
Pollock & Wilmore, 1993

31
Capítulo 4.2: Avaliação Antropométrica
– ESTADO NUTRICIONAL

Circ. Pescoço: 40 cm -
Risco elevado para doenças cardiovasculares
SILVA, Cleliani de Cassia da et al. Neck circumference as a new anthropometric indicator for prediction of insulin resistance and
components of metabolic syndrome in adolescents: Brazilian Metabolic Syndrome Study. Revista Paulista de Pediatria, v. 32,
2, p. 221-229, 2014.

Índice de Conicidade: 1,31 -


Significa que a circunferência abdominal, já levando em
consideração sua estatura e peso é 1,31 maior que a
circunferência de uma pessoa do mesmo peso e estatura sem a
gordura abdominal.
PITANGA, Francisco José Gondim; LESSA, Ines. Indicadores antropométricos de obesidade como instrumento de triagem para
risco coronariano elevado em adultos na cidade de Salvador-Bahia. Arq Bras Cardiol, v. 85, n. 1, p. 26-31, 2005.

32
Capítulo 4.2: Avaliação Antropométrica
– ESTADO NUTRICIONAL

Depois da avaliação antropométrica realizada, em formulário

específico (anexado acima), eu classifico o paciente de acordo

com todos os índices que julgo necessários e práticos para o

entendimento do mesmo.

Nesse caso classifiquei a paciente segundo IMC, CC, % de

gordura, CP e IC.

Repetir mensalmente essa avaliação!

Devemos pensar em unir todas as peças, como num

quebra cabeça mesmo, e poder oferecer ao paciente

o maior número de dados

relacionados ao seu estado

nutricional.

Além disso a facilidade em estabelecer metas, e poder

monitorar os avanços.

33
Capítulo 4.2: Avaliação Antropométrica
– ESTADO NUTRICIONAL

Nesse caso é muito complicado definir metas de peso, já que o

IMC tem suas limitações, e segundo ele a paciente deveria

pesar de 44-60Kg, isso daria praticamente 1/3 do peso dela.

Uma outra saída seria calcular o peso ideal segundo o

compartimento mas também não seria possível já que há a

necessidade do uso do % de gordura.

Causaria um tremendo desânimo nela, com certeza seria um

fator de desistência.

Combinei com ela que a nossa meta é reduzir o peso, e não

vamos nos apegar a quantidade de peso.

Individualidade vale nessa hora também!

34
Capítulo 4.3

Caso Clínico:
Obesidade
(Consumo Alimentar)

35
Capítulo 4.3: Consumo Alimentar

No 1º dia faço um consumo alimentar usual, ou seja, o que

NORMALMENTE a pessoa come durante o dia.

Na literatura esse recordatório é chamado de História Dietética.

36
Capítulo 4.3: Consumo Alimentar

Depois do relato dela, já me veio na cabeça: como essa senhora

sem nenhum problema de saúde que prejudicasse a sua redução

de peso não consegue com essa ingestão tão limitada?

Não preciso nem fazer cálculo de kcal para imaginar que está

abaixo da taxa metabólica basal (TMB), e isso poderia fazer com

que o metabolismo dela também economizasse energia já que o

consumo era tão baixo.

Devo imaginar também que ela em alguns momentos deveria

abusar da ingesta calórica, porque acredito que se não fosse seria

infundada a justificativa desse excesso de peso.

37
Considerações do
emagrecimento: pausa
científica

38
Considerações do emagrecimento: pausa científica

“A atividade física pode ser considerada um dos


tratamentos mais eficazes contra o excesso de peso
corporal, pois estimula o aumento da atividade do SNS
(sistema nervoso simpático), que permite o controle dos
fluxos de substrato de energia.”
HAUSER, Cristina; BENETTI, Magnus; REBELO, Fabiana Pereira V. Estratégias para o emagrecimento. energia, v. 25, p. 43, 2004.

Conversei com ela sobre a introdução da atividade

física, mas ela estava muito resistente. As

desculpas eram as mais variadas: tinha medo de

andar na rua por conta dos cachorros, tinha

diversas funções em casa e não queria atrasar,

dores nos joelhos e costas, enfim… não vou

conseguir colocar a atividade física no dia a dia

dela.
39
Considerações do emagrecimento: pausa científica

A minha primeira estratégia seria fazer essa paciente COMER,

ela precisava comer, melhorar a sua ingesta alimentar, variar,

equilibrar, adequar todo consumo.

"A educação nutricional associada a uma dieta individualizada foi bem


sucedida no sentido de modular o padrão dietético, promovendo a
escolha de alimentos mais saudareis, com um maior consumo de
frutas e hortaliças ricas em fibras e micronutrientes.”
VARELA, Aldenir Leite et al. Programa de emagrecimento para mulheres obesas envolvendo variáveis nutricionais, psicológicas
exercício físico. RBONE-Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 1, n. 6, 2012.

40
Capítulo 4.4

Caso Clínico:
Obesidade
(Diagnóstico Nutricional)

41
Capítulo 4.4: Diagnóstico Nutricional

Paciente obesa, com todos os parâmetros antropométricos

alterados.

Queixa principal: sobrepeso e unhas quebradiças.

Sedentária, não fumante.

Antecedentes de GOTA e menopausada.

Exames bioquímicos com mais de 01 ano, sem alteração.

Focos do plano alimentar:


- Melhora da qualidade alimentar;
- Aumento de alimentos ricos em vitamina A e zinco
(unhas): leites e derivados, carnes, ovos;
- Evitar excesso de alimentos ricos em purina por conta
da GOTA: peixes, molhos, cerveja e álcool, e miúdos.

42
Capítulo 4.5

Caso Clínico:
Obesidade
(Plano Alimentar Individualizado)

43
Capítulo 4.5 Plano Alimentar Individualizado

Ao final da consulta essa paciente espera a solução mágica para


os seus problemas, e nós nutricionistas temos o remedinho para
a dor do paciente. Fiz um “print” da tela do meu programa, e
compartilho com vocês a minha ideia.

44
Capítulo 4.5 Plano Alimentar Individualizado

Coloco orientações sobre a ingesta hídrica, em um primeiro


momento coloco sempre no mínimo 2,5 litros de água pura por
dia + chás distribuídos durante o dia. E com a evolução desta
ingestão calculo sempre 35 ml/kg de peso que é a
recomendação segundo a OMS
Pronto! Plano Alimentar organizado! Cliente com cara de
espanto, mas satisfeita por poder comer, ela estava
esperando autorização! Não deveria ser assim, e é triste
ser assim as pessoas criaram um medo de comer, que só
nós para mudarmos isso.

45
Dica sobre a montagem do
plano alimentar

46
Dica sobre a montagem do plano alimentar

A minha dica nesse momento é para você que


também atende casos parecidos se desapegue
dos cálculos, foque em melhorar a ingesta
alimentar dessa cliente, o que mais ela precisa
é de orientação sobre o que é comer BEM.

Essa cliente frequenta meu consultório 01 x por mês, ela não

mora em SP e por esse motivo não consegue acompanhar a

cada 15 dias, mas vou apresentar os resultados dela nas

próximas páginas.

47
Capítulo 4.6

Caso Clínico:
Obesidade
(Resultados do Acompanhamento)

48
Capítulo 4.6: Resultados do acompanhamento

De Abril à Agosto/17, a cliente ↓ 11,3 Kg, ↓18 cm de cintura, ↓15 cm de abdômen, ↓ 4 cm de


pescoço.

Em nenhum desses meses eu fiz cálculo da dieta, simplesmente pelo

fato de que não havia necessidade, a paciente estava comendo bem, as

adequações mensais realizadas geravam resultados positivos e dentro

do objetivo da cliente. Não existe uma regra, não existe uma

obrigatoriedade, o caso é particular, deve ser individualizado. Se por

ventura ela não tivesse apresentado resultados positivos claramente

haveria a necessidade de traçar um valor calórico.

49
Capítulo 4.6: Resultados do acompanhamento

Em Agosto calculei um plano para ela que ficou extremamente


parecido com o que eu tinha feito, isso acontece já que tenho muito
pratica, por isso insisto tanto com os meus alunos FEITO é melhor que
PERFEITO, calcule até que chegará o momento onde você terá muito
mais noção de combinações e estratégias que dão certo. E com isso
finalizamos o nosso objetivo de 2017 que era terminar o ano abaixo
dos 90Kg.

50
Capítulo 4.6: Resultados do acompanhamento

51
Capítulo 4.7

Caso Clínico:
Obesidade
(Considerações Finais)

52
Capítulo 4.7: Considerações finais

Essa é uma paciente que me surpreendeu, acredito que a conduta

que optei também teve grande participação nesse caso de

sucesso. Em nenhum momento houve restrição alimentar,

proibição ou algo do tipo, apenas INCENTIVO.

Infelizmente a mesma continua sedentária, pois é não dá para

ganhar sempre!

Para os próximos meses decidimos algumas metas:

- Caminhada na maioria dos dias da semana, com o objetivo de

manter o resultado alcançado;

- Não descuidar em nenhum momento da alimentação, sempre

fazendo compensações quando algo sair do proposto;

- Fazer sempre escolhas levando em consideração o

MOMENTO, a VONTADE e a FOME;

- Perceber às sensações é de extrema importância: FOME,

VONTADE DE COMER OU PURA ANSIEDADE.

53
Considerações finais: pausa
científica

54
Considerações finais: pausa científica

“A composição de macronutrientes da dieta oferecida irá


influenciar diferentemente o balanço calórico, resultando em
maior ou menor consumo energético, dependendo da
quantidade e qualidade do nutriente consumido. As dietas
hiperprotéicas são mais termogênicas que as hiperglicídicas
e hiperlipídicas. Além disso, as proteínas e os carboidratos
complexos são mais promotores da saciedade, quando
comparados os lipídeos”
Rosado e Monteiro, 2001; Hermsdorff, Volp, Bressa, 2007

“Mais do que reduzir calorias, é importante corrigir o hábito


alimentar errôneo (caracterizado pelo consumo exagerado de
alimentos de elevada densidade energética, ricos em lipídeos
e carboidratos simples, associado ao baixo consumo
daqueles ricos em fibras, água, vitaminas e minerais), que
tanto contribui na etiologia e manutenção da obesidade e
também no insucesso da terapia”
Flatt e Tremblay, Morris e Zemel citados por Rosando e Monteiro, 2001; OPAS/2003

“O plano alimentar deve ser individualizado e, num primeiro


momento, investigar, através de inquérito alimentar, a
presença de fatores dietéticos obesogênicos, objetivando
melhorar o padrão alimentar do obeso”
Nonino-Borges e colaboradores citado por Moraes, 2007; Cervatto e colaboradores citado
por Viana e colaboradores, 2007

55
Considerações finais: pausa científica

"A terapia nutricional para a prevenção e tratamento da


obesidade visa, principalmente, educar o indivíduo para
hábitos alimentares saudáveis, incentivando o consumo de
alimentos-fonte de vitaminas, minerais e fibras e, ao mesmo
tempo, reduzindo o consumo daqueles ricos em açúcares
simples, gorduras saturadas e trans, principais contribuintes
dietéticos envolvidos na elevada incidência do excesso de
peso e doenças associadas.”
American Dietetic Association, Ross, Jansen e Tremblay citados por Beraldo, Vaz e
Naves, 2004; Santos e colaboradores, 2006

“Além disso, o consumo alimentar para o tratamento da


obesidade e manutenção de peso saudável deve ser
fracionado em 04 a 06 refeições/dia, uma vez que
pequenas refeições antecedendo as refeições principais
evitaria a exacerbação do apetite quando estas fosses
efetuadas”
Mannarino e Gerude, 2002; Caterson; Francisco e colaboradores; Schieri e colaboradores
citados por Beraldo, Vaz e Naves, 2004.

A literatura sobre emagrecimento é


bem vasta, por isso a minha dica para
você é estudar sobre estratégias
nutricionais, e com certeza você terá
muitas cartas na “manga"para todas
as situações.
56
Capítulo 5

Caso Clínico:
Atleta Amador

57
Capítulo 5: Caso Clínico: atleta amador

Nome completo: P.T.K


Idade: 39 anos
Casado, 01 filho
Diretor de empresa

Recebi a primeira vez esse cliente em Janeiro de 2014, com

obesidade, e o principal objetivo era emagrecer porque gostaria

de disputar uma prova chamada de IRONMAN, em Maio/2018.

Tinha data, objetivo, e ele estava 150% disposto.

Fiquei super animada, seria gratificante participar desse

momento, ele iria sair do 0 para o 100.

58
Capítulo 5: Caso Clínico: atleta amador

O IronMan (IM) é o maior circuito de triathlon do mundo,

existem mais de 260 provas distribuídas em 05 continentes.

Somente 05 delas são realizadas no Brasil.

O circuito conta com 3,8km de natação + 180km de natação +

42km de corrida, com uma média de 09-12h horas de prova, 17

horas é o tempo máximo permitido pela organização.

59
Capítulo 5: Caso Clínico: atleta amador

Para não alongarmos muito, serei pontual na apresentação desse

cliente, para focarmos somente no esporte e nas intervenções

nutricionais necessárias.

Manutenção da saúde, planejamento dietético adaptado a rotina

dele na empresa que é super cheia de reuniões, e suplementação

durante os exercícios serão as prioridades.

60
Capítulo 5: Caso Clínico: atleta amador

Em Janeiro/2014 depois da avaliação antropométrica completa

verifiquei segundo os dados coletados que havia a necessidade

de ↓20Kg para ficar em níveis de saúde aceitáveis.

E como o objetivo era disputar uma prova longa seria bom para

que não houvesse sobrecarga nos joelhos, coluna e então

fomos colocando tudo em prática, em maio de 2015 tínhamos

alcançado com uma média de ↓1,2 Kg por mês.

Você deve estar pensando que esse peso por mês é muito

pouco, sim concordo, mas esse cliente precisava continuar

treinando 03 modalidades e tínhamos a difícil tarefa de evitar

prejuízo de performance e manutenção da saúde.

Quero ressaltar que umas das principais queixas era de ter a

saúde “fraca" estava sempre doente.

61
Capítulo 5.1

Caso Clínico:
Atleta Amador
(Antropometria)

62
Capítulo 5.1: Antropometria

O peso está aceitável, dentro da normalidade, e os indicadores

antropométricos mostram que não há riscos de saúde. A

circunferência do peitoral é de suma importância para que a

roupa da natação coubesse.

63
Capítulo 5.2

Caso Clínico:
Atleta Amador
(Conduta Nutricional)

64
Capítulo 5.2: Conduta nutricional

Algumas metas foram estabelecidas nesse momento:

01. Suplementação vitamínica com o objetivo de evitar gripes

recorrentes;

02. Definição do NET (necessidade energética total) e

distribuição dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e

lipídeos);

03. Aporte necessário de CHO durante as atividades;

04. Definição de aceitação da ingesta alimentar durante o

exercício;

05. Consumo adequado de energia, macro e micronutrientes

diariamente;

06. Ajuste hídrico (água, isotônicos);

07. Descanso.

65
Capítulo 5.3

Caso Clínico:
Atleta Amador
(Necessidade energética total)

66
Capítulo 5.3: Necessidade energética total

A vantagem de termos um software para a nossa avaliação é que

em geral eles tem a aba para os cálculos energéticos. Isso

realmente facilita mas atente-se sempre qual a referência

científica utilizada para alcançar tal resultado.

Nesse caso utilizei a DRIs, e o MET para o cálculo do fator de

atividade.

O valor para a ingesta calórica deve variar de 2362-3040 Kcal,

digo isso porque quando acrescido todas as modalidades será

sempre obrigatória o valor máximo de calorias.


67
Capítulo 5.4

Caso Clínico:
Atleta Amador
(Plano alimentar personalizado e
calculado)

68
Capítulo 5.4: Plano alimentar personalizado e calculado

69
Capítulo 5.4: Plano alimentar personalizado e calculado

70
Capítulo 5.4: Plano alimentar personalizado e calculado

A dieta foi calculada dentro do intervalo mínimo e ideal, com a

suplementação do carboidrato durante os exercícios minimizo

possível deficiência deste macronutriente.

Vale também ressaltar que o plano deve sempre

respeitar a rotina diária do paciente, e as tolerâncias

alimentares, este é um cardápio que ele se adapta no

dia a dia.

Suplementação vitamínica:
01. 1g de vitamina C por dia, efervescente, dividido
em pelo menos 03 x ao dia;
02. 01 cápsula de vitamina do complexo B por dia;
03. 01 cápsula de ômega 3.

71
Capítulo 5.4: Plano alimentar personalizado e calculado

Recomendo que ele consuma de 30 a 90g /hora de CHO

desde o início do treino evitando fadiga, lesões e melhora do

desempenho.

Ele sempre varia o consumo: bebidas isotônicas, carbogel, ou

maltodextrina / dextrose, isso sempre de acordo com o tipo do

exercício e facilidade conforme o dia do treino.

72
Capítulo 5.4: Plano alimentar personalizado e calculado

O papel do carboidrato:
O carboidrato é essencial para exercícios que durem > 1 hora,
e deve ser prescrito da seguinte forma:
• duração de 01-02h, são sugeridos 30g/hora;
• duração de 02-03h, são sugeridos 60g/hora;
• duração maior que 2,5-03h, são sugeridos 90g/h (neste caso,
obrigatoriamente glicose + frutose).

73
Desabafo

74
Desabafo

Você deve estar se perguntando se eu atendo todos os tipos de

cliente, certo?

A resposta é mais ou menos, isso mesmo!

Tenho especialização nas duas áreas: clínica e esportiva, mas

confesso ter preferência por patologias, e até o início de 2017

atendia os esportistas, mas agreguei outro nutricionista e hoje

posso escolher atender somente os de preferência.

Mas acredito que se você quer seguir as duas áreas: clínica e

esportista, acho que consegue, você só terá que dedicar mais

tempo aos estudos!

75
Considerações finais: pausa
científica

76
Considerações Finais: pausa científica

“Embora os requisitos de nutrientes e a ingestão dietética de


atletas tenham sido minuciosamente investigados, pouco se
sabe sobre as influências sobre sua escolha de alimentos,
principalmente antes e durante a competição.
PELLY, Fiona E.; BURKHART, Sarah J.; DUNN, Peter. Factors influencing food choice of athletes
at international competition events. Appetite, v. 121, p. 173-178, 2018.

Durante todo o processo de acompanhamento nutricional eu

aconselho ao atleta amador que prove e teste os alimentos, os

treinamentos são com certeza o melhor momento. É preciso

entender como o corpo responde com os diferentes alimentos, e

perceber qual deles será melhor aceito.

Por isso o ideal é que você nutricionista, use da sua criatividade,

entenda o seu paciente, e ajude-o nessa escolha.

Alguns fatores influenciam: a preferência de sabor (doce ou

salgado), sensibilidade intestinal, e urinária, temperatura do dia

da prova.

77
Considerações Finais: pausa científica

"During prolonged steady state exercise, endogenous glycogen


stores and circulating plasma glucose are key substrates for
energy provision. Fatigue is often reported to coincide with the
depletion of endogenous carbohydrate (CHO) stores and the
dysregulation of circulating plasma glucose concentration.
Ingesting CHO improves performance and extends exercise
duration via a range of proposed mechanisms including: better
maintenance of circulating plasma glucose, higher rates of
exogenous and total CHO oxidation, and endogenous glycogen
sparing. These proposed mechanisms do not occur in isolation
but occur together facilitating force production and improving
performance and exercise capacity.”
NEWELL, Michael L. et al. Metabolic Responses to Carbohydrate Ingestion during Exercise:
Associations between Carbohydrate Dose and Endurance Performance. Nutrients, v. 10, n. 1, p.
37, 2018.

Consenso na literatura que o aporte ideal de carboidrato

durante os exercícios de longa duração é fundamental! Por isso

não se esqueça dessa importante intervenção nutricional.

78
Capítulo 6

Caso Clínico:
Baixo peso em idosos

79
Capítulo 6: Caso Clínico de baixo peso em idoso

Nome completo: A.R.M


Idade: 65 anos
Casado, 02 filhos
Taxista aposentado

Recebi esse senhor dia 10/08/17 onde a principal queixa era


de: emagrecimento excessivo nos últimos 06 meses.

RELATO INICIAL FEITO PELO PACIENTE:

Essa perda de peso aconteceu há 8 anos, quando teve uma

pneumonia, nessa época eliminou 08Kg mas não deu muita

importância, e ao longo de todos esses anos nunca mais

recuperou o peso.

Porém, nos últimos 06 meses, eliminou mais de 10kg de forma

brusca.

80
Capítulo 6: Caso Clínico de baixo peso em idoso

Acompanhei por 05 consultas, e na primeira anamnese já obtive

informações importantes:

• O principal objetivo era recuperar um pouco o peso já que se

sentia fraco e com pouca disposição;

• Função intestinal e urinária sem nenhuma alteração;

• Não apresenta nenhuma patologia, exames bioquímicos

recentes sem alteração. Não faz uso de nenhuma medicação

• Quanto ao consumo alimentar: nenhuma aversão ou alergia

alimentar.

81
Capítulo 6.1

Caso Clínico:
Baixo peso em idosos
(Breve relato)

82
Capítulo 6.1: Breve relato

Apesar de nenhum ponto clínico me chamar a atenção, o


semblante desse senhor era bem sofrido, um olhar triste e
carinhoso ao mesmo tempo.
Na aferição da antropometria eu puxei o assunto sobre a família
dele, e pronto, era isso que ele precisava, foi até difícil retornar
a consulta nesse momento.
Vou resumir para você entender talvez o processo que levou
esse senhor a eliminar tanto peso.
O filho é usuário de drogas, e desde sempre dá muito trabalho
com internações, prejuízos financeiros e problemas diários com
mulheres.
Ele já tentou “abrir" mão do filho mas vamos falar essa não
deve ser uma decisão fácil!
É esse senhor estava ali clamando por ajuda, ele veio para
ganhar peso mas eu sabia que se conseguisse ajudá-lo ele
levaria muito mais do que só uns quilinhos.
Acredito que estresse excessivo, depressão e deficiência
alimentar poderiam ser as causas do baixo peso.

83
Capítulo 6.2

Caso Clínico:
Baixo peso em idosos
(Avaliação Antropométrica)

84
Capítulo 6.2: Avaliação antropométrica

CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL:


IMC: 18,05 Kg/m2 -
BAIXO (Ref. 22 à 27 Kg/m2)

85
Considerações da
avaliação antropométrica

86
Considerações da avaliação antropométrica

Como em todos os casos, peço que o paciente fique de cueca

para que façamos a avaliação antropométrica. Não tenho o

hábito de solicitar que venham de bíquini ou shorts, lido muito

bem com isso e nunca tive problemas, mas se sentir mais à

vontade pode orientar sobre a vestimenta na marcação da

consulta.

Enfim, voltemos ao paciente, foi uma cena bem forte, ele estava

EXCESSIVAMENTE magro, com perda visível e expressiva de

massa isenta de gordura, muito magro!

Fácil entender o motivo que ele se sentia muito fraco, e

desanimado, sem forças.

Segundo relato, e antropometria para mim o paciente sofre de

uma doença chamada: Sarcopenia.

87
Capítulo 6.3

Caso Clínico:
Baixo peso em idosos
(Consumo Alimentar)

88
Capítulo 6.3: Consumo alimentar

Depois da avaliação antropométrica foi a hora de investigar o

consumo alimentar do paciente, pronto a confusão estava feita,

ele praticamente fazia 02 refeições por dia quando fazia, ou

seja, pode ser que em alguns dias ele fizesse 01 única

refeição.

Relatava que não tinha fome, nem vontade de comer. E que

era muito difícil levar lanches, e que em algumas vezes só fazia

o café da manhã e o almoço.

Algumas hipóteses vinham e martelavam na minha cabeça:

sarcopenia, estresse excessivo com prejuízo de sono

(dificuldade no ganho de peso), baixa ingesta alimentar OU

será que o quê ocasionou a perda de peso excessiva era um

pouco de tudo?

89
Capítulo 6.4

Caso Clínico:
Baixo peso em idosos
(Estratégias Nutricionais)

90
Capítulo 6.4: Estratégias Nutricionais

Algumas estratégias precisavam ser adotadas, e eu tinha que

elaborar todas elas no momento da consulta, vou dividir com

você tudo que pensei:

01. Aumentar a ingesta calórica, o aumento do aporte calórico

seria fundamental para o início do processo;

02. Volume não deveria ser o meu principal foco, tínhamos que

aumentar a densidade calórica;

03. Optei por um suplemento encontrado facilmente na

farmácia/drogaria para que ele consumisse junto com o leite, e

em consequência conseguiria aumentar o valor calórico;

04. Ajuste de proteína seria bem importante, mas eu sabia que

talvez fosse a parte mais difícil porque ele tinha dificuldade em

comer quantidades maiores;

05. A ingesta liquida durante o dia seria IMPRESCINDÍVEL

para evitar desidratação;


91
Capítulo 6.4: Estratégias Nutricionais

06. Intervalos menores entre uma refeição e outra.

Conversei com ele e propus que ele me visitasse a cada 15

dias no início do tratamento para que eu pudesse acompanhar

a evolução dele.

Como os exames bioquímicos e de imagem não apresentavam

nenhuma alteração eu só pensei em ORGANIZAR,

AUMENTAR e EQUILIBRAR a dieta dele.

92
Considerações pausa
científica

93
Considerações pausa científica

“O Dr. Marcos Ferreira Minicucci, professor da Faculdade de


Medicina de Botucatu e editor-chefe da revista Nutrire
escreveu em uma reportagem que 15,4% dos idosos da área
urbana de SP apresentam sarcopenia”
https://saude.abril.com.br/blog/alimente-se-com-ciencia/sarcopenia-a-desnutricao-silenciosa/

"Rosenberg, em 1989, foi o pioneiro a utilizar o termo


sarcopenia para descrever essa perda muscular esquelética.
Como esta redução faz parte do envelhecimento fisiológico,
alguns autores tendem a definir sarcopenia como doença
somente se estiver associada a alguma limitação funcional."
SILVA, Tatiana Alves de Araujo et al. Sarcopenia associada ao envelhecimento: aspectos
etiológicos e opções terapêuticas. Revista Brasileira de Reumatologia, 2006.

"The Society for Sarcopenia, Cachexia, and Wasting Disease


convened an expert panel to develop nutritional
recommendations for prevention and management of
sarcopenia. Exercise (both resistance and aerobic) in
combination with adequate protein and energy intake is the
key component of the prevention and management of
sarcopenia. Adequate protein supplementation alone only
slows loss of muscle mass."
MORLEY, John E. et al. Nutritional recommendations for the management of sarcopenia.
Journal of the American Medical Directors Association, v. 11, n. 6, p. 391-396, 2010.

94
Capítulo 6.5

Caso Clínico:
Baixo peso em idosos
(Planejamento dietético)

95
Capítulo 6.5: Planejamento dietético

96
Capítulo 6.5: Planejamento dietético

97
Capítulo 6.6

Caso Clínico:
Baixo peso em idosos
(Retorno da consulta)

98
Capítulo 6.6: Retorno da consulta

Deu certo!

No primeiro retorno, recebo dele um OBRIGADO, já estava

dormindo bem, apesar de ainda não conseguir consumir tudo

que foi solicitado, mas falei para ele que dia após dia iríamos

conseguir.

🙌🏼🙌🏼
99
Considerações finais: pausa
científica

100
Considerações finais pausa científica

"Alimentação saudável é aquela constituída por alimentos


variados de origem vegetal e animal, em quantidades
adequadas aos indivíduos. O Guia Alimentar para a População
Brasileira, a despeito de sua importância, não faz referencias
específicas ou exclusivas a idosos. As recomendações
alimentares para a população idosa devem levar em conta as
alterações fisiológicas ligadas a esse período da vida, com
destaque para o risco aumentado de algumas doenças como
hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias, osteoporose, entre
outros”
FREITAS, Angélica M. et al. Listas de alimentos relacionadas ao consumo alimentar de um grupo
de idosos: análises e perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 14, n. 1, p. 161-177,
2011.

“Os leites e derivados, além da importante contribuição no


fornecimento e proteínas, foram também importantes
fornecedores de cálcio e vitamina D, nutrientes fundamentais
para a preservação da saúde óssea dos idosos e das demais
faixas etárias”
FREITAS, Angélica M. et al. Listas de alimentos relacionadas ao consumo alimentar de um grupo
de idosos: análises e perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 14, n. 1, p. 161-177,
2011.

101
Considerações finais pausa científica

“A partir das listas elaboradas foi possível constatar alguns


pontos importantes: poucos alimentos contribuindo para o
consumo de vários nutrientes, o que indica monotonia
alimentar; elevado consumo de carboidratos refinados em
detrimento do consumo de alimentos integrais; baixa ingestão
de alimentos fonte de gorduras mono e poliisaturadas. Por sua
vez, o hábito de consumir arroz e feijão, além dos vegetais
verde-escuros, são ocorrências que devem ser destacadas
como positivas. Tais constatações podem ser tomadas como
base para a elaboração de intervenções educativas para esse
público”
FREITAS, Angélica M. et al. Listas de alimentos relacionadas ao consumo alimentar de um grupo
de idosos: análises e perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 14, n. 1, p. 161-177,
2011.

Alguns pontos justificam a sarcopenia no idoso, e a


alimentação está muito presente nesse processo. Por isso,
é de extrema importância que nós profissionais estejamos
sempre atentos. O fornecimento de alimentos adequados e
que supram a necessidade desse grupo pode prevenir,
reverter esse quadro.

102
Capítulo 7

Caso Clínico:
Sobrepeso, Gastrite e
Ansiedade

103
Capítulo 7.0: Caso Clínico de Sobrepeso, Gastrite e Ansiedade

Nome completo: R.J.L


Idade: 23 anos
Casada
Desempregada

Esse é o histórico completo dessa paciente, sim veio ao


consultório uma única vez e não veio ao retorno.

104
Capítulo 7.0: Caso Clínico de Sobrepeso, Gastrite e Ansiedade

Isso mesmo, essa cliente veio uma única vez e nem para o

retorno apareceu.

Ela me encheu de perguntas logo depois da consulta e eu

revisei todas as mensagens, e posso garantir que respondi

educadamente TODAS.

No dia do retorno ela disse que tinha esquecido, e gostaria de

remarcar, não gosto de abrir exceções porém era o primeiro

retorno não podia deixar escapar.

Pois bem, remarquei! E você não acredita, ela não apareceu

na remarcação, disse que ia se organizar e me mandava

mensagem novamente.

Como foi que ela escapou?

105
Capítulo 7.0: Caso Clínico de Sobrepeso, Gastrite e Ansiedade

Não sei a resposta, mesmo tendo reavaliado tudo algumas

vezes. Ah isso é algo que faço, sempre que acontece algo fora

do “normal"eu reavalio diversas vezes para me auto-avaliar.

Vou dividir com você o passo a passo dessa história.

Boas, em 2011 afirmou em seu artigo original que a não adesão


ao autocuidado é multifatorial, em geral isso se deve a um
aspecto do regime terapêutico que o paciente não aderiu muito
bem e desestimulou.
A mudança de hábitos alimentares + exercícios físicos que
fatalmente levam à mudança de comportamento e adoção de
hábitos de vida saudáveis é uma construção diária que deve ser
incentivada.
BOAS, Lilian Cristiane Gomes-Villas et al. Adesão à dieta e ao exercício físico das pessoas com
diabetes mellitus. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 20, n. 2, p. 272-279, 2011.

106
Capítulo 7.1

Caso Clínico:
Sobrepeso, Gastrite e
Ansiedade
(Anamnese Clínica)

107
Capítulo 7.1: Anamnese Clínica

Objetivo: emagrecer e reeducação alimentar

Print da tela do DietBox

Essa paciente precisava emagrecer, queria aprender a


(SONHO), além de quadro de gastrite, inchaço e celulite
excessiva.

Print da tela do DietBox

Está tentando ser mais ativa, e problemas com a qualidade


do sono que durante entrevista relatou acreditar que o
desemprego é que esteja causando essa insônia.

108
Capítulo 7.1: Anamnese Clínica

Histórico Clínico
Paciente refere crises de gastrites, sempre associadas
com situações de estresse.
As manifestações clínicas da gastrite têm diversas causas,
sendo elas: má alimentação, presença ou ausência da H.pylori,
tabagismo, estilo de vida, e o estresse e a ansiedade fazem
parte desse grupo.
A inflamação crônica da mucosa do estômago tem muitas
consequências, as úlceras e sangramentos são bem comuns à
longo prazo.
DDINE, Lissa Chamse et al. Fatores associados com a gastrite crônica em pacientes com presença ou ausência do Helicobacter
pylori Factors associated with chronic gastritis in patients with presence and absence of Helicobacter pylori. ABCD: Arquivos
Brasileiros de Cirurgia Digestiva, v. 25, n. 2, p. 96-100, 2012.

Alguns cuidados com a alimentação se fazem necessários,


mas é preciso entender a sensibilidade do paciente ao
alimento.
Então as queixas são diversas, mas já tive experiência
onde tinha sensibilidade com canela, mas que comia a
pimenta facilmente. Mais uma vez a individualidade vale e
deve ser respeitada.

109
Capítulo 7.1: Anamnese Clínica

Histórico Clínico

Todas as crises de ansiedade são acompanhadas de


uma intensa e forte dor de cabeça.

"Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo,


apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado
de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.
A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como
patológicos quando são exagerados, desproporcionais em
relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se
observa como normal naquela faixa etária e interferem com a
qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho
diário do indivíduo. Tais reações exageradas ao estímulo
ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos
com uma predisposição neurobiológica herdada.”
CASTILLO, Ana Regina GL et al. Transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 22, p. 20-23, 2000.

110
Capítulo 7.1: Anamnese Clínica

Sinais e Sintomas

Paciente refere constipação intestinal, consegue evacuar


somente 02 x por semana.
Na avaliação urinária a paciente relatou uma urina clara,
mesmo ingerindo somente 1,5 litro de água por dia.
Nenhuma alteração quanto a menstruação, unhas, cabelos,
pele.

111
Capítulo 7.2

Caso Clínico:
Sobrepeso, Gastrite e
Ansiedade
(Antropometria)

112
Capítulo 7.2: Antropometria

Print da tela do DietBox

113
Capítulo 7.2: Antropometria

Após a avaliação antropométrica pude perceber que a

circunferência da cintura está dentro da faixa sem risco, ou

seja, < 80 cm, de acordo com os dados da OMS.

O IMC, na faixa limítrofe.

O % de gordura de acordo com o Pollock & Wilmore, 1993 foi

classificado como MUITO RUIM, e o ideal seria melhorar esse

percentual para a média.

Como vimos nessa exposição não há muitos problemas em

relação a antropometria.

Uma dieta pensada nas patologias apresentadas, com melhora

significativa da qualidade nutricional com certeza irá resultar

em melhora do % de gordura.

114
Capítulo 7.3

Caso Clínico:
Sobrepeso, Gastrite e
Ansiedade
(Consumo Alimentar – recordatório
alimentar)

115
Capítulo 7.3: Consumo Alimentar - recordatório habitual

Consumo alimentar:
Aversão Alimentar: leite.
Sem intolerância e ou alergias alimentares.

116
Capítulo 7.3: Consumo Alimentar - recordatório habitual

O consumo alimentar da cliente está qualitativamente pobre, a

mesma consome refrigerante diariamente o que pode ser um

dos causadores do excesso de celulite.

Não possui hábito de consumir saladas e legumes, e frutas

não fazem parte do seu dia.

Um dos grandes problemas encontrados é a falta de

programação das refeições, não há lanches intermediários de

qualidade.

"Assim, uma proposta de alimentação saudável, para


prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, há de
propor dietas que estejam ao alcance da sociedade como um
todo, e que tenham um impacto sobre os mais importantes
fatores relacionados às várias doenças. Aumentar o consumo
de frutas e verduras e estimular o consumo de arroz e feijão
são exemplos de proposições que preenchem estes
requisitos."
SICHIERI, Rosely et al. Recomendações de alimentação e nutrição saudável para a população brasileira. Arquivos
Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 44, n. 3, p. 227-232, 2000.

117
Capítulo 7.4

Caso Clínico:
Sobrepeso, Gastrite e
Ansiedade
(Plano Alimentar Personalizado)

118
Capítulo 7.4: Plano alimentar personalizado

119
Considerações do plano
alimentar personalizado

120
Considerações do plano alimentar personalizado

Eu sempre tento adequar a dieta o mais próximo possível do

hábito do cliente, mas dessa vez foi IMPOSSÍVEL

As adequações não priorizaram a perda de peso, afinal na

minha opinião pessoal isso não era o mais importante

quando analisamos o caso por completo.

Tentei não causar uma restrição de calorias severa, isso só

aumentaria as crises de ansiedade, gastrite e quadros de

sono ruins.

Acreditei que seria uma “dieta"que a deixaria muito mais

disposta e feliz, e faria com que ela retornasse ao

consultório: ERREI.

121
Capítulo 8

Caso Clínico:
Menopausa / Ganho de
peso

122
Capítulo 8: Caso clínico de sobrepeso e menopausa

Nome completo: I.U.P


Idade: 49 anos
Casada, 02 filhos
Professora

O próximo caso é de uma cliente antiga, sua primeira visita ao

meu consultório foi em 2015. Nesse ano o objetivo era

simplesmente melhorar a sua alimentação, cuidar do seu bem-

estar e realizar alguns ajustes nutricionais porque a paciente

participava de um grupo de corrida.

Foram somente 02 meses de acompanhamento na época, onde


obtivemos resultados satisfatórios: redução de peso, e % de
gordura, além de um aumento da massa isenta de gordura.

123
Capítulo 8: Caso clínico de sobrepeso e menopausa

O nosso encontro profissional durou nesse momento apenas

02 meses, porém a mesma me adicionou em uma rede social e

foi nesse veículo que nossa relação se estreitou.

Uma prática que eu adotei desde o início é: eu não adiciono o

paciente, respeitando assim sua privacidade mas SEMPRE

aceito eles na minha rede social.

124
Capítulo 8: Caso clínico de sobrepeso e menopausa

Deixa então eu contar para vocês algumas técnicas que eu


adotei desde o “boom" das redes sociais que estão dando muito
muito certo.
Vou pontuar que acho que fica mais fácil:

 Eu fico bem conectada nas redes sociais, e procuro

comentar TUDO que vejo dos meus clientes, seja somente

com um emoji ou com uma palavra de incentivo;

 Me proponho a colocar mensagens positivas, algo

interessante, posts científicos todos os dias nas redes

sociais da empresa (Facebook / Instagram);

 Disponibilizo o meu celular para mensagens a qualquer dia e

qualquer hora, afinal eu respondo quando conseguir, isso

não me atrapalha, mas por outro lado conforta o paciente

saber que pode contar comigo sem regras extremamente

rígidas.
125
Capítulo 8.1

Caso Clínico:
Menopausa / Ganho de
peso
(Retorno)

126
Capítulo 8.1: Retorno

Print da tela do Dietbox

Quase 02 anos após a última consulta a cliente me contacta

precisando novamente me ver.

Em primeiro momento, acreditei que fosse somente para uma

simples reavaliação, mas me enganei.

Nesse momento ela tinha várias queixas, e a princípio tudo era

por conta do início da menopausa confirmada através de

exames bioquímicos, informação dada pela paciente que alegou

que os exames ficaram com a ginecologista por isso não trouxe

para a consulta.

127
Capítulo 8.2

Caso Clínico:
Menopausa / Ganho de
peso
(Avaliação Antropométrica)

128
Capítulo 8.2: Avaliação antropométrica

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA: JULHO/2017

Print da tela do Dietbox

129
Capítulo 8.2: Avaliação antropométrica

COMPARAÇÃO DA AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

NOVEMBRO /2015 JULHO/2017

49,15 Kg 53,05 Kg

20,75% de gordura 29,06% de gordura

37,63 Kg de massa isenta de


38,95 Kg de massa isenta de gordura
gordura

69 cm de cintura
64 cm de cintura

77 cm de abdômen
69 cm de abdômen

⬆︎ 3,9 Kg
⬆︎ 8,31% de gordura

⬆︎ 5 cm de cintura
⬆︎ 8 cm de abdômen
⬇︎ 1,32 Kg de massa isenta de gordura

130
Pensamentos

131
Pensamentos

Muitas coisas passam por nossa cabeça nesse momento.

Será que não foi um trabalho eficiente? Será que não fiz da

maneira correta no passado?

Ela diz manter os mesmos hábitos, mas sentiu grandes

diferenças com a alteração hormonal.

E mesmo ela estando visivelmente magra para ela esses Kg a

mais estava incomodando muito, e como aprendi não estou aqui

para julgar e sim para ajudar.

132
Considerações: pausa
científica

133
Considerações: pausa científica

"Fisiologicamente, a diminuição progressiva do hormônio


feminino promove modificações biológicas, corporais e
faciais. Dentre elas, alterações na elasticidade e textura da
pele, diminuição da massa muscular, aumento de peso e
modificações na distribuição da composição corporal com
concentração de gordura na região abdominal. São
mudanças visíveis observadas com grande intensidade em
mulheres no climatério e menopausa. Autores relacionam
fatores desencadeantes a estas mudanças, como o
comprometimento na produção do colágeno e a diminuição
do gasto energético do metabolismo, com o
hipoestrogenismo."
SILVA, Marta de Assis et al. Perfil nutricional e sintomatológico de mulheres no climatério e menopausa. Cadernos da
Escola de Saúde, v. 2, n. 8, 2017.

Sintomas comuns e condizentes com


a queixa da paciente

134
Considerações: pausa científica

A maior parte das mulheres chega nessa fase


moderadamente e / ou excessivamente obeso.

Ela não está acima do peso segundo o IMC, mas


estava à caminho porque esse ganho de peso foi
em um curto período de tempo.

135
Capítulo 8.4

Caso Clínico:
Menopausa / Ganho de
peso
(Comparação Antropométrica)

136
Capítulo 8.4: Comparação Antropométrica

** Para que não houvesse confusão eu cortei os dados


anteriores propostalmente, foquemos somente nesse retorno
da cliente **

137
Capítulo 8.4: Comparação Antropométrica

138
Capítulo 8.5

Caso Clínico:
Menopausa / Ganho de
peso
(Estratégias Nutricionais)

139
Capítulo 8.5: Estratégias Nutricionais

Hora de adotar algumas estratégias importantes para esse

momento:

01. Cálculo do valor energético total;

02. Equilibrar os micro e macronutrientes para conseguir sanar

as queixas: unhas quebradiças, pele ressecada e o acúmulo de

gordura localizada;

03. Adequar a dieta para os treinamentos de corrida (03 x por

semana);

04. Melhorar a qualidade de vida dessa cliente nessa fase.

140
Capítulo 8.6

Caso Clínico:
Menopausa / Ganho de
peso
(Planejamento Alimentar
Personalizado)

141
Capítulo 8.6: Planejamento Alimentar Personalizado

142
Capítulo 8.7

Caso Clínico:
Menopausa / Ganho de
peso
(Orientação Nutricional)

143
Capítulo 8.7: Orientação Nutricional

Orientei que ela ingerisse 35 ml por Kg


de peso TODOS OS DIAS;

Coloquei 01 xícara de chá, sem ser


industrializado, orientei que usasse a
erva na fervura. Alguns desses chás tem
comprovação científica no aumento da
TMB;

O chocolate amargo é rico em cacau,


antioxidante potente. Além de conter o
aminoácido TRIPTOFANO, com isso a
melhora da serotonina e amenizando os
sintomas da menopausa;

144
Capítulo 8.7: Orientação Nutricional

Fiz um tempero para a salada afim de


reduzir o consumo do sal, pedi que
colocasse gengibre e pimenta. Além
disso esses dois alimentos aumentam o
efeito térmico da refeição;

Mesclei fontes de proteína animal e


vegetal nas refeições, aumento de
saciedade, e valor nutricional são
otimizados com essa atitude;

Fracionamento das refeições. Nessa


paciente isso se fazia muito importante
afim de evitar a degradação de massa
isenta de gordura.

145
Capítulo 8.8

Caso Clínico:
Menopausa / Ganho de
peso
(Informações Complementares)

146
Capítulo 8.8: Informações Complementares

E assim depois de algumas consultas com quase 03 meses ela


retorna ao seu peso confortável.

Paciente completo a sua meia


maratona(21km) em 2’12h, tempo
considerado ótimo e dentro das
expectativas.

Complemento nutricional: ÓLEO DE PRÍMULA foi prescrito por


mim, na última consulta, para a manutenção dos sintomas em
níveis aceitáveis.

147
Capítulo 8.8: Informações Complementares

Escolha estratégias mais simples, fáceis de serem


seguidas, não complique.

O cardápio foi calculado somente 01 x, na


primeira consulta. Nos retornos foram feitos
apenas ajustes para adaptação do cardápio as
preferências e rotinas.

Paciente não apresentou nenhuma lesão, fadiga e ou


excesso de cansaço durante os treinamentos da
corrida.

148
Capítulo 8.8: Informações Complementares

Os sintomas apresentados: unhas quebradiças,


coceiras e pele ressecada foram resolvidos somente
com o ajuste da dieta.

Os calores excessivos estão reduzidos, isso se


deve ao equilíbrio da dieta + óleo de prímula

O sono está em níveis ótimos, e não refere mais


cansaço, acredito que o consumo DIÁRIO do chocolate
amargo tem uma grande parcela nesse item positivo.

149
Considerações: pausa
científica

150
Considerações: pausa científica

Os micronutrientes tem participação efetiva

nesse processo de sono e bem estar não

negligencie.

151
Considerações: pausa científica

O óleo de prímula é extraído da planta Oenothera biennis


(Onagraceae), originária da América do Norte, utilizada para
fins terapêuticos.
Rica em ácidos graxos essenciais, o principal deles é o GLA
(ácido gama linolênico) da família do ômega 6, com indicação
para tratamento das doenças reumáticas, podendo ser
utilizado como coadjuvante no tratamento de
hipercolesterolemia, diabetes e hipertensão arterial (doenças
cardiovasculares) já que contem outros tipos de óleo como:
oleico, palmítico, e esteárico.
Há uma escassez enorme de estudos na área que comprove
benefícios do óleo de prímula e a sua relação com a
menopausa e síndrome da tensão pré menstrual, porém a sua
indicação é certeira, e tenho resultados positivos com a
redução dos fogachos noturnos.
Sempre recomendo a dose mínima e não há na literatura
nenhuma contra indicação, por isso prescrevo.
Infelizmente a área de fitoterápicos ainda é muito escassa
quanto a literatura científica.

152
Capítulo 8.9

Caso Clínico:
Menopausa / Ganho de
peso
(Considerações finais)

153
Capítulo 8.9: Considerações finais

A paciente está novamente de alta, orientei ela à prestar

bastante atenção na sua ingesta alimentar.

Deve se manter ativa, preferir sempre os carboidratos

complexos aos refinados, manter a ingesta hídrica.

E não negligenciar as proteínas.

Fazer uso contínuo dos chás, chocolate amargo e o óleo de

prímula sempre nas dosagens recomendadas.

154
Capítulo 9.0

Agradecimento

155
Capítulo 9: Agradecimento

Quando pensei em como poderia mostrar alguns dos meus

casos logo me veio a ideia de um livro.

Foi incrível, e o meu único objetivo foi mostrar 1% dos casos

que atendo aqui no consultório.

Escolhi 05 casos diferentes, uns com cálculos, outros não, uns

com sucesso e outro não.

É assim mesmo nutri não se desespere, COMUM, e vamos

tentar que isso não se torne NORMAL.

A minha dica para você adquirir experiência em montar a dieta

ao final da consulta INDEPENDENTE do caso é ler, leia muito

sobre estratégias nutricionais, tenho certeza que na hora terá

uma boa saída para o paciente.

Com carinho,

Adriana Fanaro

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E-mail: adriana@adrianafanaro.com
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