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AÇÃO NÃOVIOLENTA: SÍNTESE DOS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA


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Wander Luiz Cardioli Rodrigues dos Santos1

RESUMO

O pôster será fruto de uma pesquisa de Mestrado, ainda em curso, sobre as


prerrogativas teóricas que compõem e embasam o debate acerca da ação nãoviolenta.
Mais especificamente, serão sistematizados e brevemente apresentados certos
argumentos que alguns dos principais autores da literatura especializada utilizam em suas
análises, os quais dialogam a respeito dos alicerces para a organização de movimentos
sociais cujas manifestações políticas caracterizem-se pela planejada ausência de violência.

É possível dizer que as discussões teóricas basilares aos recentes estudos sobre
ação nãoviolenta remontam ao clássico debate sobre o direito de resistência, no qual se
inserem autores que vão desde Tomás de Aquino, passando por pensadores protestantes
e chegando até John Locke. Contemporaneamente, com a preferência pelo conceito de
desobediência civil, as teorizações se seguiram com Ronald Dworkin, Mangabeira Unger
e Michael Walzer, apenas para citar alguns nomes. A partir da década de 1960, com as
pesquisas do estadunidense Gene Sharp, a desobediência civil passa a ser sistematizada
normativamente como um meio singular para intervenção política visando mudanças
sociais concretas. A grande preocupação que motivou as teorizações de Sharp em seu
principal livro acerca da ação nãoviolenta, intitulado The Politics of Nonviolent Action
(1973), se refere à busca por caminhos viáveis para que pessoas comuns tenham
condições de intervir direta e politicamente, almejando a abertura política de governos
que restrinjam a participação popular.

Resumidamente, um movimento social nãoviolento será estruturado seguindo os


fundamentos da ação nãoviolenta. A ação nãoviolenta pode ser conceituada como um tipo
específico de ação política, o qual não envolve violência física e ocorre fora dos

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Graduado em História (2010) e em Ciências Sociais (2015) pela Universidade Estadual de Maringá
(UEM). Mestrando (PGC) em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Participação Política (NUPPOL) da Universidade Estadual de
Maringá (UEM). Lattes: < http://lattes.cnpq.br/3821977755563240>.
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parâmetros comuns de comportamentos políticos, econômicos e sociais. Assim sendo,


passeatas, bloqueios, vigílias, palestras, greves, boicotes, ocupações, jejuns e a formação
de governos paralelos são todos métodos de intervenção política que exemplificam
possíveis ações nãoviolentas, desde que tais métodos sejam previamente planejados e
estejam ausentes da política institucionalizada. Em suma, tratam-se de atitudes peculiares
e combináveis num encadeamento de intervenções políticas diretas, as quais são
conscientemente coordenadas e executadas para atingir fins políticos pré-determinados
num plano de ação estratégico.

Recuperar o debate em questão e compreender suas teorizações contemporâneas


ganha particular importância no contexto atual, em que a legitimidade dos repertórios
tradicionais de participação vem sendo postos em xeque e a ciência política se vê
desafiada a decifrar as crises pelas quais a democracia vem passando. Enfim, o pôster
pretende esquematizar o conteúdo da bibliografia que aborda especificamente as
possibilidades de ações nãoviolentas por parte de movimentos sociais estruturados que
visam fins políticos definidos.

PALAVRAS-CHAVE

Ação nãoviolenta. Nãoviolência. Ação política direta. Teoria política. Movimento


social.

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