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Gramsciana.
Elisandro Desmarest de Souza1
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Graduando em Filosofia na Universidade Federal de Rondônia.
e-mail elisandro_souza_2006@hotmail.com
http://lattes.cnpq.br/0684841892216928
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para toda a sociedade. Igualmente a concepção de mundo que surge através dos grupos
que esses indivíduos estão inseridos e com eles se relacionam entre si, e criando uma
ordem estabelecida por esses grupos, ou seja, uma hegemonia de ideias consolidadas o
qual transforma união desses indivíduos em um bloco de massas objetivos. As suas
relações sociais de produção são bases para formação de uma sociedade de massa, a
qual será orientada em sua vida cotidiana e em sua formação de conduta coletiva, e a
parti disso servir as necessidades dos grupos dominantes. No presente artigo a visão de
Gramsci é de uma sociedade organizada, porém com o compromisso moral com seus
cidadãos, e que eles tenham uma consciência crítica e que sua classe trabalhadora seja
ativa para poder brigar por seus direitos e melhorias da sociedade. O individuo deve
estabelecer uma nova forma de pensar, deixar de lado o pensamento hegemônico das
classes dominantes e assim poder decidir o que é melhor para as classes de base.
“Escola, educação e trabalho: o pensamento gramsciano” é a terceira parte do
artigo o qual discorre sobre os processos de interação social na formação do individuo e
na indução desse mesmo individuo em uma sociedade capitalista, pois sendo a escola
um meio fundamental para a educação do homem, ela, através de seus atributos, é o
meio para o homem aprender por intermédio da disciplina a fazer suas escolhas. Para
Gramsci o problema das escolas era a forma que o Estado geria sua política escolar e o
medo de que a igreja pudesse ampliar seu domínio na educação da sociedade. Assim
propôs que a escola formasse indivíduos com preparações mais técnicas e autônomas,
assim a escola não ficaria somente no campo da teoria, mas também estenderia para o
campo da prática, claro que respeitando a individualidade de cada aluno, dado que as
escolas capitalistas não fazem com seus indivíduos. Para Gramsci o homem deve estar
sempre em sintonia com a natureza de seu trabalho, ele deve ter amplos conhecimentos
científicos, técnicos e filosóficos. Na política Gramsci realça que o individuo deve ser
ético e seus princípios devem estar em primeiro lugar com o compromisso com a
sociedade. Para ele o Estado é o principal educador, ou seja, na parte política a educação
deve ser feita com base na coerção, e na sociedade civil a educação era adquirida
através do convívio sócio-cultural escolar, familiar entre outros. No presente artigo,
Fortunato realça que política e economia eram “dois lados da mesma moeda”, pois as
mesmas estavam interligadas, sendo assim a educação deveria ser voltada a importância
do trabalhador e não dos interesses da burguesia. Um trabalhador com uma boa
educação poderia melhorar seu entendimento e conhecimento, assim reconhecendo seu
lugar correto no contexto social e poder também criar lideres capazes de conduzir um
novo Estado governado pelo proletariado. A autora aborda também que Gramsci
defendia uma escola unitária para o proletariado diurna e noturna onde a educação era
conduzida pelos professores e com a assistência dos melhores alunos, uma escola onde
os valores humanistas seria a essência do aprendizado, juntamente com a autodisciplina
e uma autonomia moral, assim possibilitando uma especialização cientifica ou prático-
produtiva. O ideal gramsciano era uma escola onde formasse livres pensadores e
autônomos, e não apenas indivíduos presos a uma concepção de mecanicidade do
trabalho.
Na quarta e última parte a autora destaca que mesmo com o passar dos anos e da
evolução que as técnicas do trabalho e a informatização do mesmo, a educação ainda é
por muitas vezes ditadas pelas regras da superestrutura social, ela compara a sociedade
italiana analisada por Gramsci, a atualidade brasileira, onde a falta de investimento e
qualidade do ensino público, apenas produz operário de baixa qualidade intelectual e
com a capacidade apenas de trabalhar para que a superestrutura ou a burguesia possa
manter seu estilo de vida. Uma escola que conduz o individua a aceitar seu status social
e não questionar seu verdadeiro valor dentro do contexto sócio-político-econômico de
sua sociedade. Essa escola que deveria formar cidadãos capacitados, autônomos e
críticos, forma seres alienados prontos para servir apenas de massa de manobras de
governos corruptos e ditadores.